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Revista Decifrar: Uma Revista do Grupo de Estudos e Pesquisas em Literaturas de Lngua Portuguesa da UFAM (!!"#$%&'###)
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A TRADIO LITERRIA NAS MEMRIAS PSTUMAS DE BRS CUBASi
0o3o Pau,o 4ardoso A,vesiie Maria !e5astiana de Morais Guedesiii(UFAM)
RESUMO
Este tra5a,6o visa apresentar o sentido da tradi73o ,iter8ria nas Memrias Pstumasde Brs Cubas, de Mac6ado de Assis* conforme o conceito de 9sistema introdu;idopor Antonio 4andido em Formao da Literatura Brasileira. !egundo 4andido (#..
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t6e ot6er* starting point- According,I* t6is researc6 aims to i,,uminate t6is idea oftradition and t6e aI it is structured on t6e nove, 5I Mac6ado de Assis-
Keywr!s: Mac6ado de Assis tradition formation ,iterarI sIstem ideo,ogI
INTRODUO
!e 6ouve uma grande viravo,ta nos estudos mac6adianos do s>cu,o *
podemos di;er que foi iniciada pe,o ,an7amento de Formao da literatura
brasileira momentos decisivos (%=)* de Antonio 4andido- At> ent3o* acrtica de5atia'se entre an8,ise 5iogr8Nca e investiga73o socio,Qgica
mecanicista para e?p,icar o incmodo que causava a o5ra de Mac6ado de
Assis e o situava em posi73o distanciada dos outros autores nacionais*
contemporSneos ou n3o* criando em torno de sua Ngura uma esp>cie de
9i,6a (P44T* %* p- #=) dentro do quadro da ,iteratura naciona,- Ha,
incmodo* decorrente da suposta fa,ta de naciona,idade que sua produ73o
apresentava* foi perce5ido desde a primeira gera73o crtica que se de5ru7ou
so5re o 9caso do autor de !uin"as Borba* e encontrou v8rias respostas em
!i,vio Romero* 0os> +erssimo e Araripe 0r- A partir da o5ra de Antonio
4andido* por>m* tornou'se possve, en?ergar Mac6ado de Assis como o
escritor a,tamente consciente* que sou5e manusear os pro5,emas ,iter8rios e
cu,turais do pas* dando',6es formas independentes* e com isso conso,idando
a forma73o da ,iteratura 5rasi,eira- presente tra5a,6o visa interpretar esse
processo de conso,ida73o por meio da ideia de 9sistema ,iter8rio e do
aproveitamento da tradi73o ,oca, empreendido nas Memrias Pstumas de
Brs Cubas (%&&.)-
conceito de 9sistema > adotado por Antonio 4andido como princpio
estruturante em Formao da Literatura Brasileira. E,e pressupe a
articu,a73o orgSnica entre autores conscientes de sua atividade* o5ras
,igadas por determinado esti,o ou ,inguagem em comum* e um pB5,ico que
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dC sentido produ73o (4A"DD* #.. em Mac6ado de Assis que
cu,mina seu ponto de vista* o que d8 novo sentido Formaoe fa; parecer
que o 9o ,ivro tam5>m foi escrito para ser ,ido como uma introdu73o ao
estudo mac6adiano (ARA"HE!* %#* p- #$)-Desse modo* > preciso entender como o 9sistema se estrutura atrav>s
dos perodos 8rcade e romSntico e assenta as 5ases para a constru73o da
grande o5ra que o conso,ida- 4onforme aponta Antonio 4andido* o
iso,amento e a pouca divu,ga73o dos autores do perodo 5arroco n3o
permitiram que 6ouvesse intera73o entre as o5ras* e* portanto*
impossi5i,itaram a inWuCncia de umas so5re as outras- A esse estado de
produ73o e recep73o o autor c6amou de 9manifesta7es ,iter8rias*decorrentes do meio ainda ine?pressivo em que surgiam* mas que
permitiram o surgimento de o5ras de va,or* como as de GregQrio de Matos e
do Pe- Antnio +ieira (4A"DD* #..
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antecessores e dia,oguem com e,as* dando',6es continuidade ou ruptura-
Ha, iso,amento vai at> o perodo c6amado neoc,8ssico do Arcadismo*
quando autores come7am a se organi;ar em torno de Academias com a
vontade de produ;ir uma ,iteratura em comum* va;ada em determinadas
formas e temas que se tornariam parSmetros para seus pares- !eus
sucessores os recon6eceram como fundadores de uma preocupa73o
permanente a partir de ent3o no pas: a constru73o de uma ,iteratura
naciona,* que representasse a nossa rea,idade- Ha, pro@eto* com c,aras
fun7es civi,i;adoras* tomou como fonte a va,ori;a73o da "or lo"al por meio
do cu,to paisagem e ao pitoresco* rea,7ado pe,a presen7a do ndio* ou se@a*
o antepassado ,egtimo* que guardaria a fonte da nossa naciona,idade-
Autores como Vas,io da Gama e !anta Rita Dur3o foram apontados pe,os
romSnticos como os precursores desse movimento- Dito isso* podemos
perce5er o de,ineamento dos primeiros tra7os do 9sistema sendo
desen6ados atrav>s da coes3o entre os autores e a continuidade decorrente
do processo-
"o entanto* os romSnticos atri5uram aos 8rcades certo conformismo
diante dos padres europeus que* por sua ve;* ditavam grande parte dasdire7es tomadas pe,os neoc,8ssicos- nsta,ou'se a uma dia,>tica interna que
marcaria em grau e,evado a forma73o da ,iteratura 5rasi,eira- Ao mesmo
tempo em que davam continuidade ao pro@eto 8rcade* naque,es pontos
marcados pe,o indianismo e o cu,to paisagem ,oca,* os autores do
Romantismo vo,taram'se contra o 9cosmopo,itismo resu,tante da
assimi,a73o da tradi73o ocidenta,- A ,iteratura 5rasi,eira* de acordo com os
romSnticos* deveria e?pressar o car8ter do povo 5rasi,eiro* sendo por issonecess8ria a su5stitui73o do 9crit>rio forma, de 5e,e;a do idea, c,8ssico pe,o
crit>rio 6istQrico do va,or representativo dos autores e o5ras (V!* #...* p-
%#)- Ha, e?igCncia correspondia natura,mente s inten7es naciona,istas que
os autores depositavam na ,iteratura do pas rec>m'independente-
X so5re esse terreno que surge* no s>cu,o * um gCnero novo entre
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nQs: o romance- "3o passar8 desperce5ida aqui a importa73o de uma forma
europeia por um movimento que apontou em seus antecessores a,iena73o
est>tica pe,o uso de odes* sonetos e ditiram5os Y todos de origem ocidenta,-
"o caso dos romSnticos* por>m* a importa73o prestava servi7o a uma das
,in6as de for7a do movimento* e?atamente o naciona,ismo respons8ve, pe,o
seu @u;o so5re os 8rcades- E?cetuados os impasses ideo,Qgicos* o romance
teve pape, fundamenta, na forma73o do 9sistema porque agiu como
e,emento integrador entre autores como Manue, Antnio de A,meida* 0oaquim
Manue, de Macedo e 0os> de A,encar* e* por outro ,ado* encai?ou'se no
pro@eto romSntico de autoaNrma73o naciona, e an8,ise socio,Qgica*
enquadrando assim com maior sucesso as 9necessidades e?pressionais do
s>cu,o (4A"DD* #..cu,o - s impasses
entre as tendCncias 9cosmopo,itas e 9,oca,istas ' e suas imp,ica7es
formais '* a importa73o do romance como instrumento civi,i;ador e o
amadurecimento da tradi73o ser3o profundamente im5ricados no processo
criador de Mac6ado* que ,an7ar8 m3o de recursos at> ent3o in>ditos nanossa ,iteratura para reso,vC',os ou assimi,8',os- 4om esse ponto de vista*
descortina'se aque,e suposto des,ocamento de Mac6ado de Assis* e sua o5ra
ressurge como centro para o qua, converge o todo da produ73o ,iter8ria
naciona, anterior e posterior- Assim* se pud>ssemos reservar uma imagem
que deNna o ,ugar do autor de Pa#eis $vulsos na ,iteratura 5rasi,eira, essa
seria a do espe,6o convertido so5re si mesmo* reve,ando* por um ,ado* o
ponto de c6egada* e* por outro* o ponto de partida-
" O LU#AR DO AUTOR$ DE MAC%ADIN%O A BRS CUBAS
Em5ora o nosso interesse aponte para as Memrias Pstumas, va,e
entender os primeiros romances de Mac6ado de Assis porque s3o ne,es que
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se formam a,guns temas e tCm incio procedimentos que desem5ocariam no
grande romance* a despeito do a5ismo forma, e tem8tico que ainda os
separam- Assim* podemos ava,iar tam5>m o escritor intensamente ativo* o
6omem de ,etras 5em vestido de s>cu,o que foi o romancista* dia,ogando
desde os primeiros anos de sua carreira com nomes @8 esta5e,ecidos* dentre
e,es 0os> de A,encar* que ocupava ent3o o cargo de 9c6efe da ,iteratura
naciona, at> sua morte* em %&* quando Mac6ado assumiu a posi73o
(GLED!"* #.%%* p- #.)- +eremos que ta, escopo crtico permite'nos
en?ergar com maior c,are;a a conso,ida73o do 9sistema e o aprofundamento
da tradi73o ,iter8ria 5rasi,eira na sua o5ra de maturidade-
s primeiros romances mac6adianos s3o pu5,icados ao ,ongo da
d>cada de %&.- Ressureio(%)*$ Mo e a Luva (%&2)* %elena (%& c6amado pe,o crtico de 9as ideias fora do ,ugar e corresponde a
um processo muito pecu,iar estrutura socia, 5rasi,eira do s>cu,o queco,ocava o pas na periferia da ordem do progresso e insta,ava uma 9com>dia
ideo,Qgica em nosso meio (!4TZAR[* #...a* p- %#)- A suposta ado73o dos
ideais modernos do ,i5era,ismo europeu* que pressupun6am o tra5a,6o ,ivre*
era derru5ada na pr8tica pe,a permanCncia do organismo escravista agindo
ainda enquanto mode,ador de nossas institui7es e re,a7es sociais- Assim*
%
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segundo !c6ar;* toda a nossa vida ideo,Qgica e cu,tura, estaria su@eita a
uma deforma73o em que 9a ciCncia era fantasia e mora,* o o5scurantismo
era rea,ismo e responsa5i,idade* a t>cnica n3o era pratica* o a,trusmo
imp,antava a mais'va,ia etc (!4TZAR[* #...a* p- %=)-
Desse modo* !c6ar; demonstra o quanto est8vamos distantes da
moderni;a73o dos processos de produ73o europeus que* no Vrasi,* n3o
fariam sentido- Aqui* segundo e,e* mesmo as proNsses ,i5erais seriam
mediadas pe,o favor* que ditava as regras de todo o funcionamento socia,
(!4TZAR[* #...a* p- % que ir8acontecer a vida ideo,Qgica* regida* em consequCncia* por este
mesmo mecanismo- (!4TZAR[* #...a* p- %
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decorrentes do ponto de vista s ve;es ,imitado do programa romSntico-
aprofundamento da an8,ise socia,* transformado posteriormente em forma
,iter8ria nas Memrias Pstumas de Brs Cubas, come7a a gan6ar fei73o nos
romances da primeira fase- Reaproveitados em c6ave mais rea,ista* conforme
procuraremos e?emp,iNcar mais frente* muitos temas ser3o renovados so5
uma perspectiva menos otimista* > certo* mas a,tamente consciente da
9supera73o das a,iena7es prQprias 6eran7a co,onia, (!4TZAR[* #..2* p-
%m* de outro Sngu,o*
mais irnico* rarefeito e suti,mente insta,ado atrav>s do 6umor que ,6e
camuWa a mirada crtica- Ao passo que seus antecessores en?ergavam no
contraste entre naciona,ismo e universa,ismo um fator de pre@u;o
forma73o da ,iteratura 5rasi,eira* o autor de &ai 'ar"ia perce5er8 que* ao
inv>s de entrave* era essa mesma tens3o que* at> certo ponto* representava
a vida e a arte nacionais* forma,i;ando'as- A so,u73o para o pro5,ema viria no
ensaio *ot+"ia da Literatura Brasileira &nstinto de *a"ionalidade (%&$)-
Mac6ado ,an7a nesse ensaio uma fQrmu,a que seria a pedra de toqueda sua produ73o- Atento aos reducionismos resu,tantes da ortodo?ia
naciona,ista ou universa,ista* o autor prope um tratamento a,tamente
dia,>tico quest3o da dependCncia que a sociedade 5rasi,eira vivenciava e*
em certa medida* vivencia* de onde a atua,idade do raciocnio- Enquanto a
corrente do pensamento crtico apontava para a constru73o da ,iteratura
ancorada nos princpios de 9va,or'na73o e 9va,or'povo* e?c,udos quaisquer
caracteres europeus* Mac6ado vai insta,ar um avan7o ideo,Qgico emcontrapartida a ta, 6egemonia romSntica (V!* #...* p- %#)- avan7o que a
ideia encerra* por>m* n3o > t3o f8ci, de e?p,icar* e confundiu toda uma
gera73o que a tomou por a,iena73o co,oni;ada-
Para sinteti;ar* podemos di;er que est8 nas entre,in6as do ensaio a
aNrma73o* ousada para a >poca* de que naciona,ismo n3o > sinnimo de
$
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nativismo* e que a constitui73o da ,iteratura 5rasi,eira* a e?emp,o da prQpria
forma73o cu,tura, do pas* n3o poderia se ausentar da tradi73o europeia- "as
pa,avras c>,e5res de Mac6ado de Assis* 9o que se deve e?igir do escritor
antes de tudo* > certo sentimento ntimo* que o torne 6omem do seu tempo
e do seu pas* ainda quando trate de assuntos remotos no tempo e no
espa7o- procedimento imp,ica na 9universa,i;a73o do particu,ar e de
particu,ari;a73o do universa, (!4TZAR[* #..2* p- #.)- "as Memrias
Pstumas, como se ver8 a seguir* o empreendimento mac6adiano a,can7aria
maturidade e ,ucide; desconcertantes- Por ora* notemos um fato crucia, para
a nossa e?posi73o: o di8,ogo de Mac6ado de Assis com a tradi73o ,oca,*
va;ado em dois nveis* pe,a virada ideo,Qgica e pe,a forma ,iter8ria que ,6e
d8 suporte* o que sugere o 9sistema em ntido movimento evo,utivo-
& DA OBRA$ AS MEMRIAS PSTUMAS DE BRS CUBAS E A
TRADIO
Passando a5ordagem em foco das Memrias Pstumas* podemos
di;er* para come7ar* que veremos na o5ra que marcou a 9viravo,tamac6adiana uma c6ave para a importSncia de Mac6ado de Assis na
conso,ida73o do 9sistema ,iter8rio naciona,: o aproveitamento e e,a5ora73o
em esca,a mais rea, e moderna dos pro5,emas ,egados pe,a tradi73o- A
fec6adura a que se destina a c6ave* por>m* desdo5ra'se em duas: primeiro*
na reso,u73o de temas vo,tados para a an8,ise socia, na esteira de seus
predecessores e em segundo* na resposta dada pe,o 9instinto de
naciona,idade forma73o da ,iteratura naciona,- Desse modo* o cmodo que
se a5re ao o,6o crtico > c,aro* i,uminado pe,a integra73o entre os autores* a
inWuCncia das o5ras entre si e pressupe a receptividade pB5,ica que
sustenta o di8,ogo-
A posi73o em que encontramos Mac6ado de Assis* como @8 foi dito* > a
do que escritor 9que teve no73o e?ata do processo ,iter8rio 5rasi,eiro
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(4A"DD* %* p- =.)- Assim* podemos entender sua o5ra como uma
conste,a73o em que se crista,i;am mais de quarenta anos do romance
5rasi,eiro- Ainda nas pa,avras de Antonio 4andido:
!e vo,tarmos por>m as vistas para Mac6ado de Assis* veremosque esse mestre admir8ve, se em5e5eu meticu,osamente dao5ra de seus predecessores- A sua ,in6a evo,utiva mostra oescritor a,tamente consciente* que compreendeu o que 6aviade certo* de deNnitivo* na orienta73o de Macedo para adescri73o de costumes* no rea,ismo sadio e co,orido de Manue,Antnio* na voca73o ana,tica de 0os> de A,encar- E,e pressupea e?istCncia dos predecessores* e esta > uma das ra;es da suagrande;a: numa ,iteratura em que* a cada gera73o* os me,6ores
recome7am da "a#o e sQ os medocres continuam o passado*e,e ap,icou o seu gCnio em assimi,ar* aprofundar* fecundar o,egado positivo das e?periCncias anteriores- (4andido* #..m que o
aproveitamento n3o restringiu'se mera retomada* mas a,can7ou a
amp,ia73o de perspectivas* que e,evando'o so5re os om5ros dos
antecessores* o ,evou a transcendC',os- +eremos a seguir como ta, processo
se e,a5ora na 5reve ,eitura das Memrias Pstumas de Brs Cubas e dos
romances$ Carteira de Meu -io de 0oaquim Manue, de Macedo* e Lu"+ola de
0os> de A,encar- "ossa an8,ise estende'se entre dois pontos* a sa5er* a
posi73o socia, do narrador das Memrias* imp,icados o seu ponto de vista
ideo,Qgico e a consequente maneira de narrar* e por outro ,ado* a mat>ria do
enredo* considerada a sua repercuss3o na forma do romance- Desse modo*am5os prestam'se e?posi73o dos procedimentos apontados anteriormente-
Para entendermos o narrador das Memrias, temos que o5servar
primeiramente que e,e corresponde a uma mudan7a em face dos prQprios
narradores mac6adianos da primeira fase- Ao des,ocar o ponto de vista para
=
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a primeira pessoa do singu,ar* como come7a a fa;er com Vr8s 4u5as*
Mac6ado de Assis estaria passando a pa,avra para os 9de cima*
transformando assim os desmandos e capric6os da c,asse dominante em
regra de composi73o- !e nos romances do perodo romSntico a perspectiva
estava sempre atravessada pe,as 5arreiras do 5om decoro de um narrador
96onesto e conN8ve,* aqui temos um representante dos 95em'nascidos
sendo e?posto ao m8?imo da fa,ta de postura e coerCncia-
4onforme o5servou Ro5erto !c6ar;* a prQpria a,ternSncia de tons e
mat>rias materia,i;ada na prosa das Memrias corresponde posi73o de
c,asse do narrador* que a transforma em princpio forma, (#...5* p- %%)- Vr8s
4u5as se va,e dessa posi73o para afrontar o ,eitor e su5meter ao capric6o
tudo quanto se prestar aos seus propQsitos ou despropQsitos* como nos fa;
,em5rar a promessa do 9piparote com que encerra o PrQ,ogo- A situa73o
mesma que sugere o ttu,o do romance @8 > um insu,to* visto que des,ocada
da qua,idade do rea,- !e atentarmos ent3o para a mudan7a sucessiva de
temas* que v3o da Reforma Protestante Guerra 4ivi, ng,esa* perce5eremos
a inten73o do narrador de assumir uma envergadura encic,op>dica que ,6e
dC a conNan7a e ameni;e sua emp8Na-Ao o,6armos para a assimi,a73o dos mais variados esti,os e mat>rias
resu,tantes da volubilidade narrativa de Vr8s 4u5as* perce5eremos como e,es
se prestam so,u73o da fQrmu,a do 9instinto de naciona,idade-
nterna,i;ando a cu,tura ocidenta, em suas mais variadas e?presses e dando
o seu domnio a um tpico representante da estrutura socia, 5rasi,eira do
s>cu,o * Mac6ado de Assis e?pe a sntese do 96omem do seu tempo e do
seu pas* ainda quando trate de assuntos remotos no tempo e no espa7o-Para o5servarmos o movimento* passemos a pa,avra ao narrador:
+C o 4avour foi a ideia N?a da unidade ita,iana que o matou-+erdade > que Vismar n3o morreu mas cumpre advertir que anature;a > uma grande capric6osa e a 6istQria uma eterna,oureira- Por e?emp,o* !uetnio deu'nos um 4,8udio* que era umsimp,Qrio* ' ou 9uma a5Q5ora* como ,6e c6amou !Cneca* ' e
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um Hito* que mereceu ser as de,cias de Roma- +eiomodernamente um professor e ac6ou meio de demonstrar quedos dois c>sares* o de,icioso* o verdadeiro de,icioso* foi o9a5Q5ora de !Cneca- E tu* madama Lucr>cia* Wor dos VQrgias*
se um poeta te pintou como a Messa,ina catQ,ica* apareceu umGregorovius incr>du,o que te apagou muito essa qua,idade* e*se n3o vieste a ,rio* tam5>m n3o Ncaste pSntano- Eu dei?o'meestar entre o poeta e o s85io- (A!!!* #..%* p- #'$)-
!e estivermos certos* o trec6o acima demonstra a pretensa erudi73o
de Vr8s 4u5as que* no entanto* est8 preso a seu estrato socia,- A com5ina73o
entre o am5iente atrasado da sociedade 5rasi,eira do itocentos e a postura
universa, enrai;ada no esti,o do narrador sugere o movimento que
transcende o de5ate entre as formas de representa73o ,iter8ria ocorridas ao
,ongo de todo o perodo romSntico- 4omo um dos crticos contemporSneos a
Mac6ado perce5eu* apQs a ,eitura das Memrias Pstumas Ncou possve,
entender que 9se podia ser um grande escritor 5rasi,eiro sem fa,ar de ndios*
de caipiras ou da ro7a (+ER\!!M apud !4TZAR[* #...5* p- %.)-
ra* em $ Carteira de Meu -io temos um personagem que se
asseme,6a a Vr8s 4u5as em a,guns aspectos e serve an8,ise da
continua73o dada por Mac6ado de Assis o5ra dos predecessores- Pu5,icadoem %&==* o romance narra os percursos de um @ovem tam5>m N,6o da fam,ia
propriet8ria 5em maneira do s>cu,o- ApQs uma viagem de estudos
Europa* Nnanciada pe,o tio* em que o @ovem gasta os dias em tudo menos no
estudo* e,e vo,ta ao Vrasi, e > inWuenciado pe,o 9mecenas a tornar'se
po,tico* o que aceita* pois este > um camin6o f8ci, para gan6ar din6eiro sem
esfor7o- Antes* por>m* o tio e?ige que e,e fa7a uma viagem a cava,o pe,o
pas a Nm de con6ecer o povo e seus pro5,emas-4omo amostra do tom desa5usado do narrador e da fa,ta de o5@etivos
que regem sua e?istCncia* assim como a de Vr8s 4u5as* tomemos o seguinte
trec6o:
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Estudei com efeito muito em Paris* onde assentei a fatei?a: o6]sim* estudei muito] Passeei pe,os boulevards fui aos teatrosapai?onei'me ,oucamente por vinte risettes tive de; ou do;eprimeiros amores por me fa,tar o tempo n3o pude ver uma sQ
5i5,ioteca por me acordar tarde nunca frequentei au,a a,gumae no Nm de cinco anos dei um pu,o A,eman6a* arran@ei umacarta de doutor (---) e vo,tei para esse nosso Vrasi,*apresentando'me a meu tio no primeiro instante com as maisirrecus8veis provas do meu aproveitamento-(Macedo* #.%.* p- %'%&)-
"3o passar8 em 5ranco ao ,eitor das Memrias a re,a73o com o perodo
de estudos de Vr8s 4u5as* em que e,e vive a 5oa'vida da Europa* sem
compromisso ou discip,ina e aNrma: 9"o dia em que a universidade me
atestou* em pergamin6o* uma ciCncia que eu estava ,onge de tra;er
arraigada no c>re5ro* confesso que me ac6ei de a,gum modo ,ogrado* ainda
que orgu,6oso (A!!!* #..%* p- %%.)- As incurses dos dois na po,tica
tam5>m se asseme,6am* em5ora no personagem mac6adiano Nque mais
Q5vio o capric6o que o ,eva po,tica por fa,ta de o5@etivo* enquanto o outro
> guiado a5ertamente pe,a sede de poder e fortuna-
Fica c,aro tam5>m na ,eitura do trec6o acima a inten73o de Macedo de
evidenciar o incoerente e tra;er',6e 5ai,a da discuss3o* no Sm5ito da
mat>ria- que vemos nas Memrias Pstumas, no entanto* > a normati;a73o
da incoerCncia* em que a e?ce73o tem ,ugar de regra e opera tam5>m na
esfera da forma* raciona,i;ando'a- "atura,mente* o procedimento
mac6adiano n3o tem a inten73o de ,egitimar as atitudes de um Vr8s 4u5as*
mas de critic8',as pe,o camin6o oposto ao de Macedo* ou se@a* apresentando'
as como rea,mente s3o dentro do quadro socia, 5rasi,eiro do s>cu,o - Em
B,tima an8,ise* Mac6ado e?pe atrav>s de uma Ngura improv8ve,* um9defunto autor* as a7es comuns aos sen6ores 9de 5em do seu tempo* e
com isso as denuncia s avessas-
Um passo interessante no enredo de$ Carteira de Meu -io > a viagem
pe,o Vrasi, empreendida pe,o protagonista* muito a contento do programa
romSntico de compreens3o do pas atrav>s dos re,atos de viagem- 4onforma
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o5serva F,ora !^sseind: 9percorrer o pas* registrar a paisagem* co,6er
tradi7es: esta a tarefa n3o sQ dos via@antes estrangeiros _---` este o pape,
que se atri5uem tam5>m escritores e pesquisadores ,ocais >poca (#..
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fa,6a de car8ter- ApQs ser e?pu,sa de casa pe,o pai* LBcia via@a Europa* s
custas de um amante rico* e quando retorna* tendo morrido toda a fam,ia*
resta',6e apenas uma irm3 pequena que e,a pe na esco,a-
A re,a73o de LBcia com Pau,o !i,va* narrador'protagonista* > marcada
pe,as idas e vindas caractersticas da Nc73o romSntica* por>m os dois
terminam acertando'se* visto que e,a passa a morar numa c68cara a,ugada e
a encontrar'se somente com e,e- Gr8vida* a personagem sofre um a5orto e
recusa'se a retirar o feto sem vida* contraindo assim uma infec73o- Antes de
morrer* e,a pede a Pau,o que cuide de sua irm3* a quem dei?a a 6eran7a Y
uma fortuna para a >poca Y de cinquenta contos de r>is-
!e passarmos Ngura de Marce,a* veremos quanta distSncia 68 entre
as duas- A personagem mac6adiana > despida de quaisquer inten7es morais
ou amorosas- !e no romance de Pau,o e LBcia e?iste a pai?3o sincera* entre
Vr8s 4u5as e Marce,a 68 o desnve, da 9pai?3o do primeiro* que poderamos
entender como mais um capric6o* e o interesse da segunda em tirar',6e o
que pudesse dos 5o,sos- Por Marce,a* Vr8s comete os mais inspidos desvios
Nnanceiros fami,iares* pois o paraso que vivia com e,a 9n3o era de gra7a
(A!!!* #..%* p- &)-Vr8s 4u5as* comp,etamente entregue s artiman6as de Marce,a* ir8 s
B,timas consequCncias para manter o id,io- Entretanto* como di;:
pagava'me farta os sacrifcios espreitava os meus maisrecnditos pensamentos n3o 6avia dese@o a que n3o acudissecom ca,ma* sem esfor7o* por uma esp>cie de ,ei da consciCnciae necessidade do cora73o- "unca o dese@o era ra;o8ve,* masum capric6o puro* uma criancice* vC',a tra@ar de certo modo*
com tais e tais enfeites* este vestido e n3o aque,e* ir a passeioou outra coisa assim* rison6a e pa,reira- (A!!!* #..%* p- %.%)-
Descortina'se no 6ori;onte do re,acionamento o dese@o de Marce,a de
o5ter vantagens so5re Vr8s 4u5as* e a vontade deste de e?ercer seus
capric6os* atenuados pe,a suposta ingenuidade que aparenta- Desse modo*
n3o 68 espa7o para o amor 6eroico ou para as 5oas inten7es como as de&.
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LBcia* que se empen6a por cuidar com ;e,o da irm3* ou de Pau,o* que supera
as 5arreiras morais por e,a- Vr8s 4u5as* no entanto* perce5e certa a,tura
que Marce,a o amara 9durante quin;e meses e on;e contos de reis nada
mais (A!!!* #..%* p- %.%)-
EnNm* vimos que o di8,ogo mac6adiano com a tradi73o > comp,e?o*
estende suas ra;es em v8rias dire7es e est8 ,onge de ser mera reprodu73o
ou retomada- Antes* opera'se no campo da dia,>tica entre o que 6avia de
certo e o que poderia ser atua,i;ado* imp,icadas no processo as tenses
cu,turais que ,6e davam pano de fundo- Ao transformar em princpio forma,
os pro5,emas tratados como mat>ria por seus predecessores* o romance de
Mac6ado de Assis os transcende e moderni;a-
CONSIDERA'ES (INAIS
Mac6ado de Assis* nesses termos* conso,ida o 9sistema ,iter8rio
5rasi,eiro* pois > possve, en?ergar na sua o5ra* especiNcamente nas
Memrias Pstumas de Brs Cubas, o aproveitamento da tradi73o* que se
opera por meio da retomada de temas caros aos seus antecessores*manuseados at> ent3o no nve, do enredo* ao passo que Mac6ado os
emprega como t>cnica forma,* com a,ta e,a5ora73o crtica e independCncia
diante das esco,as ,iter8rias vigentes- encadeamento em nve, tem8tico'
forma, entre Mac6ado e os romancistas seus antecessores pode ser encarado
como a concreti;a73o orgSnica do sistema-
Por outro ,ado* a importSncia do autor para a conso,ida73o da ,iteratura
5rasi,eira enquanto 9fenmeno de civi,i;a73o se deve fQrmu,a do 96omemdo seu tempo e do seu pas* ,evada a ca5o em Brs Cubas. Re@eitando o
tratamento ufanista e a,go fantasioso dado pe,os romSnticos aos temas
nacionais* Mac6ado constrQi* na Ngura do 9defunto autor* a representa73o
de um personagem rep,eto de caractersticas 5rasi,eiras* maneira
escravista do s>cu,o * que* sem rea,i;ar sen3o os desgnios do capric6o*
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pe'se a tratar de assuntos v8rios 9no tempo e no espa7o-
A concatena73o entre as duas caractersticas apontadas sugere
profundo amadurecimento na ,iteratura naciona,* transcorrido em pouco mais
de um s>cu,o* quando samos do cen8rio atrasado* em5ora precursor*
representado pe,o Arcadismo* para a,can7armos autonomia ,iter8ria com o
processo formativo concreti;ando'se nas Memrias Pstumas- !e 6ouvesse
espa7o para avan7armos* diramos que o autor* por sua ve;* representa um
novo est8gio da tradi73o* inserindo'se* como @8 mencionado* no ponto de
partida de onde i,umina outra consciCncia artstica e cu,tura, no pas-
Herminemos ,em5rando a atua,idade das ideias que o romance mac6adiano
encerra* que pressupem o escritor profundamente moderno que foi o autor
de Casa (elha. Assim como o5servou Za,ter Ven@amin em re,a73o a
Vaude,aire* podemos di;er que o romance mac6adiano n3o enve,6eceu e
que* mais de um s>cu,o depois* n3o se esta5e,eceu entre nQs e Mac6ado de
Assis o sossego da distSncia 6istQrica-
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i Este artigo apresenta parte dos resu,tados desenvo,vidos no Re,atQrio Fina, do pro@etode inicia73o cientNca Ma"hado de $ssis na formao da literatura brasileira a tradioem Memrias Pstumas de Brs Cubas* rea,i;ado entre #.%$ e #.%2* com orienta73o daprofa- Msc Maria !e5astiana de Morais Guedes e apoio Nnanceira da Funda73o de Amparo Pesquisa do Ama;onas (Fapeam)-
ii Autor- Graduando em Letras Y Lngua e Literatura Portuguesa na Universidade Federa,do Ama;onas (Ufam) e mem5ro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Literaturas deLngua Portuguesa-
iii 4oautora- Profa- Msc de Literatura Vrasi,eira na Universidade Federa, do Ama;onas (Ufam) emem5ro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Literaturas de Lngua Portuguesa-
REFERNCIAS
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