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6. Consciência Fonológica- Apresentação Súmula Consciência fonológica: capacidade de segmentar de modo consciente as palavras em suas menores unidades, em sílabas e em fonemas Objetivos Compreender como desenvolver a consciência fonológica nas crianças pequenas. Bibliografia: ADAMS, FOORMAN, LUNDBERG E BEELER. Consciência fonológica em crianças pequenas Porto Alegre, ArtMed, 2009

6. Consciência Fonológica- Apresentaçãopeadrecuperacao.pbworks.com/w/file/fetch/104889325/consciencia... · 2) O gato mia: uma criança fica no centro da sala, de olhos vendados

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6. Consciência Fonológica-Apresentação

Súmula

Consciência fonológica: capacidade de segmentar de modo consciente as palavras em suas menores unidades, em sílabas e em fonemas

Objetivos Compreender como desenvolver a consciência fonológica nas crianças pequenas. Bibliografia: ADAMS, FOORMAN, LUNDBERG E BEELER. Consciência fonológica em crianças pequenas Porto Alegre, ArtMed, 2009

6. Consciência Fonológica - Conteúdos

1. Definição 2. Consciência Fonológica de zero a três anos 3. Consciência fonológica de três a seis anos

1ª etapa: Aprender a escutar 2ª etapa: Jogos com rimas 3ª etapa: Palavras e frases 4ª etapa: Consciência silábica 5ª etapa: o alfabeto através da música, coreografia e boquinha História das consoantes e vogais 6ª etapa: fonemas iniciais e finais 7ª etapa: consciência fonêmica

4. Consciência Fonológica nos anos iniciais

6. Consciência Fonológica – 1. Definição

Consciência Fonológica é a capacidade de segmentar de modo consciente as palavras em suas menores unidades, em sílabas e em fonemas. Constitui-se em um dos fatores que interferem na alfabetização, aquele que diz respeito aos aspectos estruturais da língua. No caso do Brasil, temos algumas particularidades entre escrita e som. Por exemplo: a letra A, antes de N ou M, fica anasalada e tem o som de Ã, como em CAMPO, DANDO, etc. Faz parte da consciência fonológica compreender essas particularidades. Qual a vantagem de iniciar a alfabetização pela Consciência Fonológica? A vantagem é que as crianças menores de 6 anos que adquirem consciência fonológica apresentam maior facilidade para se alfabetizar. Isto já está provado por inúmeras pesquisas realizadas no mundo todo. Além disso, se ela não for intencionalmente ensinada, essa consciência escapa para cerca de 25 % dos alunos de 1º ano, da classe média, e para um maior número de crianças mais pobres. (Adams, Foorman, Lundberg e Beeler, 2009)

6. Consciência Fonológica – 2. De zero a três anos

Dos zero aos três anos, a aprendizagem da consciência fonológica se dá de forma indireta, através do aumento do vocabulário e da exploração dos materiais que serão usados posteriormente.

Oferecer à criança a oportunidade de manipular livros resistentes.

Fazer sessões de leitura, com uma ou duas crianças no máximo, para que elas possam acompanhar a mudança de página.

Durante a troca de roupa, conversar muito com o bebê, apontar as partes do seu corpo e nomeá-las.

Fazer contação de histórias e solicitar que as crianças recriem o que foi contado. Sejam os personagens, etc.

6. Consciência Fonológica – 2. de 0 a 3 anos - continuação

Permitir e incentivar a manipulação de materiais variados de desenho e escrita.

Mesmo que o resultado seja este.

Não esqueça da música, para tocar, ouvir, dançar, se divertir.

A partir dos três anos já é possível sistematizar o trabalho de consciência fonológica, sem, no entanto, deixar de o fazer de uma forma integrada ao que estiver sendo trabalhado na sala de aula e, principalmente, lembrando que as brincadeiras devem ter um forte apelo infantil. Outra questão importante: algumas crianças vão querer participar, outras talvez não. Algumas vão prestar mais atenção, outras menos. Algumas delas, vão parecer que estão ali, só por estar. Não se incomode por isso. Siga com os interessados e não se preocupe se alguns dispersarem e forem brincar com outra coisa. Mesmo esses, que não parecem prestar atenção estarão se beneficiando, pois a neurologia aponta para uma forma de aprendizagem que é feita através do “neurônio espelho”, ou seja, o neurônio espelho é aquele que dispara, tanto quando alguém está fazendo alguma coisa, como quando observa alguém fazendo. Vamos às etapas:

6. Consciência Fonológica – 3. de 3 a 6 anos

6. Consciência Fonológica – 3. de 3 a 6 anos - continuação

1ª etapa: aprender a escutar Nesta etapa, as atividades tem dois propósitos: o primeiro é familiarizar as crianças com os termos básicos e as dinâmicas das atividades; o segundo é introduzir a elas o desafio de ouvir com atenção. A) OUVINDO OS SONS

Estimular a criança a perceber sons que não tinha notado ainda, ouvir o silêncio, perceber sons do seu próprio corpo, da escola, de fora da escola. 1) Ouvir sons do ambiente – Todos de olhos fechados, calados, ficam dois minutos

ouvindo os sons do ambiente. Depois, cada criança é estimulada a dizer um som que ouviu e que ainda não foi dito pelos colegas.

2) Chamada silenciosa: após o recreio, todas as crianças ficam no fundo da sala, sentadas no chão, o mais quietas que puderem. A professora vai chamando uma a uma, bem baixinho, que deve levantar e se dirigir até a sua cadeira, fazendo o mínimo de barulho possível. Esta atividade é um excelente volta à calma. Pode ser feita sempre que o barulho ou a agitação estiver muito alto.

3) Jogo da memória sonoro: preparar 4 a 8 pares de latas com tampa. Num par colocar arroz, no outro pedrinha, no outro clipes, etc. e as crianças devem encontrar os pares que tem o mesmo som.

1ª etapa: aprender a escutar - continuação B) OUVINDO SEQUÊNCIA DE SONS 1) Instrumentos musicais: fazer uma sequência de três instrumentos musicais. Aos

poucos ir aumentando o número; 2) Sons do corpo: fazer uma sequência de três sons corporais: palma, pé no chão,

assobio. Aos poucos ir aumentando. 3) Sons da sala: fazer uma sequência com sons da sala: bater porta, abrir janela, bater

um livro na mesa... C- ESCONDENDO O SOM 1) Uma criança fica com os olhos vendados, ou fora da sala, enquanto um objeto que

faz som constante é escondido (por exemplo, o celular, o despertador). Após esconder, a criança entra e deve descobrir onde ele está e as demais não podem dar pistas.

2) O gato mia: uma criança fica no centro da sala, de olhos vendados. A professora escolhe uma criança, que deve fazer o som de um animal: por exemplo, miar. A criança deve apontar para a direção da qual vem o som e dizer se o gato está sentado, em pé, ou deitado. A criança que foi o gato vai para o centro da sala e assim sucessivamente.

6. Consciência Fonológica – 3. de 3 a 6 anos - continuação

1ª etapa: aprender a escutar - continuação D) OUVIR UM SOM E ASSOCIÁ-LO À SUA FONTE 1) Distribuir cartelas com figuras de animais. Perguntar: que tipo de animal ruge, mia,

pia... A criança que tiver o animal repete: o leão ruge, ele faz (e tenta imitar o rugido do animal)...

2) O ouvinte: a professora vai com “O ouvinte” até um canto da sala onde escolhem o nome de uma criança, em segredo. Os demais alunos em círculo, ficam dizendo seu próprio nome e “O ouvinte” tem que encontrar aquela criança definida por ele e a professora.

E – DIFERENÇA ENTRE O QUE ESPERA OUVIR E O QUE OUVE 1) Leia uma história ou uma parlenda ou poesia, bem conhecida das crianças, porém

mude algumas palavras: Ex: Quem vai ao lugar, perde o ar (reversão de palavras) 2) Quem cochicha o rabo encurta (substituição de palavras)

6. Consciência Fonológica – 3. de 3 a 6 anos - continuação

1ª etapa: aprender a escutar - continuação 3) Pirulito que treme, treme 4) Atirei um gato no pau. 5) O cravo brigou com a rosa debaixo de sacada uma. 6) Um dois, ajão com feirroz 7) Nunca me viu, para de caviu? 8) Sempre te vejo, pera de cacevejo. 9) Três, quatro, feijão no prato. Um, dois, feijão com arroz. 10) Vamos todos cirandar. Ciranda, cirandinha. F - ESCUTAR E EXECUTAR AÇÕES SEQUENCIAIS 1) Preparar figuras para a execução de ações em sequência. Podem ser fáceis ou difíceis: Fácil: Vá até a mesa (armário, estante,...) – pegue um livro Fácil: levante – sorria para Rosa Difícil: Engatinhe embaixo da mesa. Levante-se. Pegue 3 livros. Sorria. Mais difícil: Fique em um pé só, apoiado no pé direito. Dê 4 pulinhos em direção à mesa. Pegue dois livros e sorria para a Rosa. 2) Divida as crianças em grupos e as crianças inventam e executam ordens.

6. Consciência Fonológica – 3. de 3 a 6 anos - continuação

6. Consciência Fonológica – 3 a 6 2ª etapa: jogos com rimas

Prestar atenção e brincar com rimas: histórias rimadas, canções, poesias, jogos. Prever e inventar rimas. 1) POESIAS, CANÇÕES E VERSOS Ao introduzir um novo poema para as crianças, leia ou recite-o para as crianças enfatizando seu ritmo e exagerando sua rima. A seguir, relendo verso por verso, as crianças devem repetir cada uma delas em uníssono. Inicie bem lentamente e vá aumentando a velocidade assim que elas tiverem mais domínio. Variações: a) recite o poema baixinho, dizendo as palavras que rimam bem alto. b) Recite o poema alto, dizendo as palavras que rimam, bem baixinho. c) Recite o poema aumentando o tom da voz, cada vez mais. d) Recite o poema baixando o tom da voz. e) Recite o poema em coro, ou na roda. f) Sente as crianças em roda e cada uma recita um verso.

6. Consciência Fonológica – 3 a 6 2ª etapa: jogos com rimas

2. HISTÓRIAS RIMADAS Pegue livros com histórias rimadas: a) Leia um trecho e pergunte às crianças sobre a rima que aparece. b) Leia um trecho e no momento que for aparecer uma rima, pergunte à criança que

palavra ela acha que vai aparecer, para rimar com a anterior

3. RIMA COM OBJETOS Traga uma caixa cheia de objetos. Cada criança deve pegar um par de objetos que rimem. Ex: bola, cola; sapato, pato; boneca, peteca; etc. 4. RIMA COM FIGURAS Traga uma caixa com figuras que rimem. Coloque-as no centro da roda e cada criança deve procurar o par que rima.

6. Consciência Fonológica – 3 a 6 2ª etapa: jogos com rimas

5. PALAVRAS A SEREM RIMADAS a) Diga uma palavra para que as crianças encontrem rimas. Ex: Diga “pão” e as crianças procurarão pensar em outras palavras que rimam: sabão, violão, mão.... Podem ser palavras que existem ou inventadas. b) Diga uma palavra e as crianças precisam achar uma rima que tenha relação com a palavra: Ex: pé-chulé; melão- fogão; canção-violão; mão-pão; ... 6. USAR PISTAS FONÉTICAS PARA CRIAR RIMAS Inicie com parlendas: Quem cochicha o rabo (espicha)

7. BRINCAR COM IMAGENS SEPARADAS POR SÍLABAS

Para montar o galo é preciso pegar primeiro a cabeça, e dizer GA; depois o rabo e dizer LO. Se eu tirar o rabo o que posso dizer? GA; Se eu tirar o GA como fica? LO Juntar mais uma figura com 2 sílabas, como VELA. Depois de fazer muito bem, propor como fica VA+GA?

6. Consciência Fonológica – 3 a 6 3ª etapa: frases e palavras

Explique que a frase é uma história bem curtinha. Tem que contar alguma coisa e tem que dizer sobre quem está contando. EXEMPLOS: João está de botas novas (Use como exemplo as próprias crianças) Pergunte se estas frases estão completas: “Maria” – “as crianças” – “Gato Kim”

4ª etapa: Introduzindo a noção de palavras

6. Consciência Fonológica – 3 a 6 3ª etapa: frases e palavras

A consciência silábica é iniciada pedindo que as crianças batam palmas e contem as pulsações de seu próprio nome.

6. Consciência Fonológica – 3 a 6

3ª etapa: frases e palavras

O boneco Beleléu é um personagem dessa turma, e foi usado para falar separando bem as sílabas. Poderia ser qualquer outro mascote.

Enquanto essas experiências vão ocorrendo, ao ritmo de 10 a 20 minutos por aula, continua a leitura individual e feita pelo professor para duplas, grupos, etc. A escrita vai acontecendo com diversos materiais, em forma livre e às vezes dirigida. Como em tarefas do tipo :encontre os 4 erros, circule, ponha um X, etc.

6. Consciência Fonológica – 3 a 6

6. Consciência Fonológica – 3 a 6 5ª etapa: aprendizagem do alfabeto e de alguns fonemas

Esta é uma etapa crucial da Consciência Fonológica e pode levar muito tempo. Para as crianças da Educação Infantil não há necessidade da aprendizagem de todas as letras, mas apenas daquelas que são mais significativas para cada um. De toda maneira, essa aprendizagem começa através de uma animação. Lembre-se que a música é a melhor maneira de aprender Conhecimento Social e nomear as letras do alfabeto é um conhecimento social. Escolha uma animação que lhe agrade e com ela faça o alfabeto de parede, colocando, para cada letra a boca correspondente ao som, as letras em imprensa e cursiva (maiúsculas e minúsculas) e o objeto, como se pode ver abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=4p32dIO_wCE

https://www.youtube.com/watch?v=Fei2FjFJ47s

https://www.youtube.com/watch?v=NCl3XQiAjvU

https://www.youtube.com/watch?v=HZGNGnAh7Ao

Leve massa de modelar, ou ensine as crianças a fazer uma massa comestível. Leve cortadores de biscoitos em forma de letras e peça para cada um fazer o seu nome. Se possível, leve ao forno e depois sirva-os.

6. Consciência Fonológica – 3 a 6 5ª etapa: aprendizagem do alfabeto e de alguns fonemas

Além do alfabeto de parede, tenha também na sala o alfabeto com bolsos, onde as crianças poderão colocar suas descobertas (sua foto, foto dos pais, brinquedo pequeno encontrado na sala ou trazido de casa, figuras, imagens, outros tipos de letras.

6. Consciência Fonológica – 3 a 6 5ª etapa: aprendizagem do alfabeto e de alguns fonemas

6. Consciência Fonológica – 3 a 6 5ª etapa: aprendizagem do alfabeto e de alguns fonemas

Junto com as brincadeiras com música, coreografia, trabalho com massinha, procura por imagens para colocar no alfabeto de bolso, pode-se começar a apresentar uma letra de cada vez, iniciando pelas vogais. A apresentação de cada uma das letras acontece por uma sequência, onde o corpo é muito requisitado. Eis uma proposta:

Atividades para fazer preferencialmente no pátio, na quadra ou no ginásio de esportes, para introduzir uma letra nova. Repetir essa sequência sempre que iniciar o ensino de uma letra. Exemplo para o A.

1. Jogo da cadeira: coloque uma letra A para cada criança (menos uma) e outras letras espalhadas

pelo chão. As crianças, em círculo, passearão ao redor das letras enquanto a professora comanda

uma música. Quando a música parar cada uma deve pisar na letra A. Quem não conseguir sai do

jogo. Essa letra pode estar impressa numa folha A4 ou ser de EVA.

2. Jogo imitar a letra com o corpo: Cada criança tentará imitar a letra A usando o seu corpo.

Cada um é livre para fazer como quiser.

3. Jogo de imitar a letra com as mãos: Imitar a letra usando somente as mãos.

4. Pular na letra: Cada grupo terá à sua frente a letra da vez e outras duas ou três anteriores,

colocadas em coluna. Os alunos vão pulando nas letras, fazendo a imitação da mesma com o corpo e

dizendo o nome dela.

6. Consciência Fonológica – 3 a 6 5ª etapa: aprendizagem do alfabeto e de alguns fonemas

5. Desenhar a letra no chão com giz: Cada aluno deverá desenhar a letra da vez com o giz.

6. Jogo do boliche: usar garrafas pet pequenas e um saco feito de terra (ou areia) revestido com

tecido ou napa. Tenha um por grupo e prepare ou peça para os alunos prepararem as tiras com as letras

ou palavras do dia.

Atividades para fazer na sala de aula para introduzir uma letra nova. Repetir essa sequência sempre que iniciar o ensino de uma letra.

1. Fazer a letra com massa de modelar: Trata-se de um treino e familiarização com a letra

2. Fazer a letra com biscuit. Cada aluno faz a letra com biscuit, de aproximadamente 6 cm de

altura e depois de seca a guarda na sua caixa pessoal do alfabeto. 3. Colar um cordão fino nas letras desenhadas no seu caderno de atividades.

4. Se possível, fazer a letra em massa de pão, assar e comer.

5. Pegar um punhado de massa de letrinha e encontrar a letra.

6. Fazer a letra desenhando com o dedo no ar.

7. Pegar as retas e curvas e fazer a letra.

8. Descrever a letra para seus colegas dizendo quantas retas grandes, quantas

curtas, quantas curvas grandes e quantas curtas,

Lembre-se que, para que os alunos memorizem é preciso: Usar diferentes estímulos: música e animação: Alfabeto, O sapo não lava o pé, etc..

movimentos corporais: coreografar, imitar a letra com o corpo, com a mão, fazer a letra no ar, na areia, no chão, no quadro, apagar letras;

tato: letras móveis, de lixa, de feltro, procurar letras móveis num saco.

Trabalhar com jogos, para que possam repetir várias vezes. Jogos com sons, letras, sílabas, palavras inteiras, frases.

Manter um clima saudável em aula, sem estressar demais os alunos. Alternar atividades com mais ou menos movimentação.

6. Consciência Fonológica – 3 a 6 5ª etapa: aprendizagem do alfabeto e de alguns fonemas

6. Consciência Fonológica – 3 a 6 6ª etapa: fonemas iniciais e finais

Ainda que o método fônico apregoe a separação do fonema, alguns autores, como Magda Soares, mostram que é impossível a articulação de um fonema isolado, salvo as vogais. Mesmo assim, não é claro para uma criança que ABACAXI começa com o mesmo fonema de ALFACE. Por esse motivo, iniciamos o trabalho com a consciência dos fonemas iniciais usando apenas as vogais, e na sua forma pura, sem o encontro com outra consoante. Trabalhamos com os fonemas iniciais de: ABACAXI, ABÓBORA, ABACATE, ACIDENTE, AVIÃO, e quaisquer outras palavras que tenham a letra A isolada. Com E são poucas: ELEFANTE, EDUARDO, depois temos ILHA, IVAN, OLHO,OLHOS, ÓCULOS, UVA, UMA. Devido a essa particularidade da língua portuguesa, a essa altura é melhor introduzir uma história para que a criança compreenda que vogais e consoantes andam juntas. A história do reino das letras é mais ou menos assim: “O rei do reino das letras ia casar sua filha e resolveu então convidar todas as letras, as consoantes e as vogais. Durante a festa, as vogais estavam muito comportadas, fazendo tudo o que se deveria fazer. Mas as consoantes, - Meu Deus! Foi um horror. O V veio fazendo uma ventania, que derrubou e quebrou todos os copos, M e P se jogaram na piscina e depois entraram molhando todo o salão. Ninguém podia dançar, pois o salão molhado estava muito escorregadio.

6. Consciência Fonológica – 3 a 6 6ª etapa: fonemas iniciais e finais

A princesa ficou muito triste, pois acabaram com a sua festa. O rei então decretou: Deste dia em diante, nenhuma consoante podia sair de casa sem ser de mãos dada com uma vogal. Poderiam até ser duas consoantes, mas a vogal era obrigatória, para cuidar que elas não fizessem bobagem. Desse dia em diante, as consoantes perderam o poder de dizer o som sozinho. O V, por exemplo, ficava fazendo vvvvvv até chegar uma vogal, aí sim, ele sabia o que dizer. Se a vogal era A, ele dizia VA, se era E, ele dizia VE. Vamos agora fazer o jogo: 1 consoante e 5 vogais: Seis crianças por grupo: Uma das crianças é o V, e usa um crachá, ou fica com a letra móvel correspondente na mão. Cada uma das 5 outras é uma das vogais. Elas ficam separadas. Quando a professora, ou o líder do grupo diz VA, as duas se dão as mãos; Quando diz VE, as anteriores se soltam e as novas se juntam.... Um grupo pode estar fazendo com a V, outro com a L, outro com P, etc. Depois de terem praticado bem a professora pode desafiar, perguntando quem teria que se juntar para fazer VELA; PELO, etc.

6. Consciência Fonológica – 3 a 6 6ª etapa: fonemas iniciais e finais

Palavras diferentes, mesmo fonema inicial Encontrando coisas – fonemas iniciais Estou pensando em uma coisa

Este jogo representado acima é para a aprendizagem do CH e F. Porque essa dupla? Porque nenhuma criança confunde CH com F.

6. Consciência Fonológica – 3 a 6 6ª etapa: fonemas iniciais e finais

Pares de palavras (excluir um fonema - análise): MAR – AR; FOCA-OCA Pares de palavras (incluir um fonema – síntese) : oca-foca; ela-vela; ilha –pilha FONEMAS FINAIS – bem mais difíceis –são mais difíceis porque temos falsos sons, por exemplo: PATO – soa PATU, CÉU –rima com ANEL. Só podemos solicitar que encontrem fonemas finais que não sejam dúbios. A, É, I, S , R são bons exemplos.

Outras propostas para fonema inicial

6. Consciência Fonológica – 3 a 6 7ª etapa: consciência fonêmica

O objetivo dessa etapa é ensinar como funciona o alfabeto. Como a ênfase está na compreensão, não é necessário que todas as letras estejam presentes. Pode-se prever as vogais, e algumas consoantes que têm correspondência direta letra/fonema como p,b,v,t,d,m,n,l (sendo as três últimas no início da sílaba).

Por outro lado, como o nome próprio de cada um é a coisa mais importante, vale à pena esquecer um pouco a recomendação anterior e trabalhar diretamente com a chamada de aula. Ex: Adivinhe de quem é: Estou pensando numa pessoa cujo nome começa com esta letra (Mostra a letra e veja se é possível dizer o som, ou se é preciso juntar a segunda letra)

Encontrando coisas: fonemas iniciais

Palavras com vogais – Criar uma frase para contextualizar : Ai, ui, eia, oi, eu, aí. Cada criança, tendo as vogais em letras móveis vai montar a palavra.

6. Consciência Fonológica – 3 a 6 7ª etapa: consciência fonêmica

Ter muitos jogos de alfabetização na sala de aula, deixando a primeira hora para que os alunos escolham livremente os jogos com os quais queiram brincar.

Troque uma letra Inicial: mala, fala, cala, rala; gato, rato, pato, mato Final: pato, pata, patê, Pati ; só, sol, som; má, mar Medial: mela, mala, mula, mola; vila, vira, vida, viva

Acrescentando, retirando, mudando letras: aba: oba, loba, bobo, bebo, belo, bolo Bola: cola, gola, gela, gel, gelo Cai: ai, sai, vai, pai, pá, c´, cal, tal, sal Chove: chave, cave, cavo, cravo, bravo, gravo, grava, grama

4. Consciência Fonológica nos anos iniciais

Todas as etapas previstas para a consciência fonológica dos 3 aos 6 anos são válidos para os anos iniciais. Porém, mais importante que tudo, é assegurar-se de que todos os alunos aprenderam todas as letras do alfabeto, com seu som equivalente. Nenhuma hipótese sobre a escrita pode ocorrer se o alfabeto não for conhecido. Use os primeiros dias de aula para cantar as músicas e animações das letras do alfabeto, até que todos saibam todas as letras. Use uma tabela para anotar isso (Proposta de tabela de avaliação – no Moodle) Não perca tempo. Todo minuto é precioso no primeiro ano do ensino fundamental. Cada aluno precisa ficar ao menos três horas trabalhando em algo relacionado à alfabetização. Isso não deve acontecer com o aluno imóvel, cansado, enjoado de fazer atividades idiotas. Essas três horas têm que passar voando para o aluno. Ele estará ativo em todos os sentidos. Fazendo a dança das cadeiras das letras, encontrando figuras, objetos que começam com determinada letra, jogando, escolhendo o tema que irá levar para casa. Uma vez todos alfabetizados, começa então a questão ortográfica.