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Bragança Paulista Sexta 27 Julho 2012 Nº 650 - ano XI [email protected] 11 4032-3919 jornal do meio

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Edição 27.07.2012

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B r a g a n ç a P a u l i s t a

Sexta27 Julho 2012

Nº 650 - ano [email protected]

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Aproveitando a proximidade das eleições municipais, julgo oportuno abordar

alguns aspectos que envolvem o grave dever da escolha dos que se apresentam para servir nos encargos da vida da cidade. Entre tantas declarações sobre “Políti-ca”, o Papa João Paulo II fazia a seguinte afirmação: “A Política é uma forma sublime de exercer a caridade”. Caridade é uma palavra que entre nós tomou o sentido de fazer esmola, favor. Na verdade ela significa amar gratuitamente. O exercício da atividade política, em todas as suas dimensões, significa a dedicação das pessoas para com a causa do bem comum. Não é vocação de muitos ou de todos. É uma vocação específica. E não se pode exercer a política com a mesma frieza que se exerce uma profissão da qual não se gosta e que seja exercida com a única finalidade de prover sustento, ganhar dinheiro. Política exercida sem vocação torna-se utilitarista. Para si e para os seguidores. Na

expressão de João Paulo II a po-lítica é uma consagração da vida na busca daquele que é o bem de todos. Dos que apoiam e dos que discordam. Dos que aplaudem e dos que vaiam. Já se disse que os que ocupam os cargos eletivos são reflexos, amostras dos que os elegeram. Se existe gente que não cumpre os seus deveres, que não exerce a política com a clareza que devida, é porque os seus eleitores passaram mensagem falha. O campo da política está exigindo, cada vez mais, uma conscienti-zação que não fique limitada aos horizontes próximos das eleições ou dos interesses pessoais. A solução, para os desafios das diferentes instâncias de governo, está determinada pela capacidade de ver o exercício do poder como um serviço ao conjunto da socie-dade. Isto nos faz concluir que não é tarefa para aventureiros e para despreparados. A política é a arte de gerir os interesses diversos, antagônicos. A arte de buscar as bases comuns a todos.

De respeitar e fazer respeitar as diferenças. De promover a livre manifestação. De buscar, sempre que possível, o consenso. De não perder de vista a opinião dos que não pensam de maneira igual. Para ter o contraponto que leve sempre à busca do bem para todos. Nesta linha não é difícil entender que ninguém pode se furtar à parti-cipação do debate democrático. O não participar – “não gosto de política”, “não sou político” - envolve a grave categoria da omissão. Naturalmente sabemos que há muito que fazer. O primeiro convencimento é o de cada um. Entender que a governabilidade de qualquer nível depende da escolha que cada cidadão faz e da forma como analisa quem se apresenta para o voto. Um senso crítico que vá além da chacota e da crítica sem efeito prático. Não é difícil perceber que as eleições municipais são aquelas que mais atingem a cada um e são aquelas em que mais se pode influenciar. Não é difícil saber o

perfil dos candidatos, como eles vivem, que base têm para exer-cer os cargos que pleiteiam. É possível ter discernimento sobre as intenções reais de quem se apresenta. Penso que nós temos condição de perceber, no univer-so dos candidatos, uma série de nuances: os que se apresentam em busca de um salário. Os que são estimulados a apresentar-se (sem chance nenhuma de eleição) para atrair votos de familiares, de amigos, de igrejas, associações, etc., para as diferentes legendas. Os que são movidos pela vaidade. Os que estarão na defesa de inte-resses parciais. Os que querem, realmente, servir ao povo. Como cidadãos devemos identificar as características dos candidatos e tomar a decisão de excluir todos os que não têm uma opção clara de colocar-se a serviço da inteira comunidade. Não podemos cair na armadilha do olhar voltado para interesses pessoais e de grupo. Para vantagens familiares, associativas, de igrejas, empresas,

etc. Ou se luta para uma vivência política aberta e não excludente ou se caminha para os grupos de privilégio. Estes sempre gerarão injustiças e desigualdades. Ge-rarão sede de revanche. Sofrerá a inteira comunidade que ficará vítima entre facções. É importan-te encarar as eleições com toda responsabilidade. Olhando para além dos limites dos desejos, vontades e necessidades fecha-das. Sabendo olhar para o todo. Quando o todo é integrado, as partes são satisfeitas. Quando a parte é favorecida, o todo se torna disforme. Voltarei ao assunto.

Mons. Giovanni Barrese

Jornal do MeioRua Santa Clara, 730Centro - Bragança Pta.Tel/Fax: (11) 4032-3919

E-mail: [email protected]

Diretor Responsável:Carlos Henrique Picarelli

Jornalista Responsável:Carlos Henrique Picarelli(MTB: 61.321/SP)

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da

direção deste orgão.

As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS

Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente.

Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.

ExpEdiEntE

para pensar

Politica (i)

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Mais de 75 anos depois da morte de Noel Rosa, o nome do compositor de Vila Isabel segue envolto em polêmicas.

Acaba de ser lançado o livro “Noel Rosa: O Humor na Canção” (Ateliê Editorial), resultado da tese de doutorado de Mayra Pinto pela Universidade de São Paulo (USP). A obra analisa os aspectos artísticos de Noel -ele atuou so-mente seis anos como compositor e morreu aos 26, vítima de tuberculose. São esmiuçados no livro o uso do humor e da ironia, a quebra do estereótipo do malandro, a profissão de sambista e a lin-guagem coloquial de Noel. Sua entoação (seguindo a escola de Mario Reis, ao cantar de modo mais falado) também é explorada, assim como o fato de não ser um sambista do morro, como as figuras do Estácio, e a célebre rusga poética entre o Poeta da Vila e Wilson Batista. “Ele usava um humor sofisticado, e o samba não tinha pres-tígio nos anos 1930. Além da originalidade, Noel sempre teve uma postura de confronto em relação às forças domi-nantes”, diz Mayra. “Hoje, a pesquisa de música popular brasileira está mais substanciosa. Não posso deixar de citar o acervo do Instituto Moreira Salles e a caixa do Omar Jubran [“Noel Pela Primeira Vez”], que me ajudaram demais.” Biografia proibida

Mesmo sem levantar passagens biográficas, dedicando-se apenas a uma investigação artística da obra de Noel, o livro de Mayra deve enfrentar problemas judiciais com a família do sambista. “Tecnicamente, este livro está ilegal. Tudo que envolva o uso do nome ou da imagem -da marca Noel Rosa- está sujeito à autorização das herdeiras”, diz Élio Joseph, 74, representante legal das sobrinhas de Noel, as irmãs Maria Alice Joseph, 70, com quem ele é casado, e Irami Medeiros Rosa de Melo, 72. “Nós vamos analisar este livro, estamos abertos a negocia-ções. Caso contrário, vamos ver as medidas cabíveis, como aconteceu com o livro de Máximo e Didier”. Amparada na Constituição e no Código Civil, a família segue com processo, em Brasília, contra a editora da UnB (Universidade de Brasília), João Máximo e Carlos Didier, autores de “Noel Rosa - Uma Biografia”. Lançado em 1990, o livro ficou em circulação até 1994, com 15 mil cópias vendidas. Desde então, virou raridade e teve seu preço inflacionado em sebos. A livraria Luzes da Cidade, em Botafogo, cobra R$ 1.000 por um exemplar. “A família nos cobra R$ 50 mil. Se existisse uma editora mais ousada, ela daria esse valor, e o livro até poderia sair novamente. O negócio das herdeiras é dinheiro. Não estão preocupadas com a moral da família”, diz Máximo. “Esse valor, de R$ 50 mil, não procede. Nenhum dos autores

entrou em contato conosco. Se existir um acordo, vamos estudar e ver o que é mais favorável para nós e para eles”, responde Joseph. Modificações na lei Além do livro de Máximo e Didier, o embate entre autores e biografados ou seus herdeiros é comum. Foi assim com Roberto Carlos e Paulo Cesar de Araújo); herdeiros de Gar-rincha e Ruy Castro ou com o espólio de Guimarães Rosa e Alaor Barbosa. O projeto de lei 395/2011, representado pela deputada Manuela D’Ávila (PC do B-RS), que permitiria a divulgação de informações biográficas e de imagens de figuras públi-cas, continua parado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) desde fevereiro do ano passado, sem previsão de avanços. “Biografia não é livro de fofoca, fala da história de um país”, diz a deputada. “O Brasil está muito atrasado. Steve Jobs morreu e ganhou cinco biografias. Imagina se os filhos do Napoleão tivessem impedido as biografias dele? É a história da França, não de uma pessoa.” Noel rosa: o humor na canção Autor:Mayra Pinto Editora: Ateliê Editorial Quanto: R$ 35 (205 págs.)

por LUCas noBiLe /foLhapress

compositor nos anos 30 Livro estuda as inovações de

São paulo - As discussões que norteiam a relação entre a socie-dade e a diversidade sexual serão retomadas pela ALESP (Assembleia

Legislativa do Estado de São Paulo) como garantia de acesso da comunidade LGBT ao debate e à apresentação de sugestões para a concepção de programas e de projetos que beneficiem este segmento social no Estado. Por intermédio do seminário “Sociedade e Diversidade Sexual: Propostas ao Legislativo Paulista”, promovido pelo deputado estadual Edmir Chedid (DEM), serão conhecidas as atividades dos poderes constituídos e das organizações que defendem o respeito às lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros. O seminário contará com mesas específi-cas para a apresentação de propostas em desenvolvimento pelos setores públicos e pelas organizações – governamentais e não-governamentais – e também para a apresentação de uma série de sugestões que poderão integrar um “Caderno de Recomendações” aos parlamentares e ao Poder Executivo. “Já existem programas e projetos implantados pelo Governo do Es-tado que consideramos bastante positivos, mas precisamos ouvir dos que vivenciam o cotidiano LGBT o que deve ser mantido, alterado ou até instituído em benefício da comunidade”, complementou o deputado estadual Edmir Chedid. O parlamentar demonstrou que é necessário retomar as discussões em relação à temática LGBT por entender as dificuldades enfren-tadas pela falta de programas e projetos em nível estadual e de leis características que protejam os indivíduos. Para Edmir Chedid, questões como direitos e deveres, precon-

ceito e homofobia, informação e acesso garantido às atividades do Poder Executivo permanecem, segundo ele, restritas apenas nos núcleos específicos. “Na maioria das vezes observamos que o assunto é tratado pela comunidade e para a comunidade, sem atingir aqueles que elaboram os Projetos de Lei”, complementou. Em sua primeira edição, o evento reunirá profissionais do Poder Legislativo e Executivo, ativistas, organizações civis, governamentais e não-governamentais como iniciativa à retomada das discussões e forma de obter dados que possam incorporar o “Caderno de Recomendações”, um documento que será elaborado por intermédio das sugestões dos participantes e que poderá servir como indicador para as iniciativas da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. “Esse seminário foi planejado para atender aos anseios da comunidade LGBT, principal-mente nas áreas de Educação e Direitos Humanos”, finalizou o deputado estadual Edmir Chedid. A “Sociedade e Diversidade Sexual” também contará com protocolos culturais, sendo a apresentação do documentário “Sasha Zimmer”, sobre o cotidiano marcado pelo preconceito racial e sexual do ator trans-formista Fábio Henrique dos Santos, de 22 anos, e a apresentação do cantor Paulo Azeviche, que resgata a homoafetividade da canção popular brasileira por meio de pesquisa realizada com o apoio do ProAC (Programa de Ação Cultural). O evento está sendo realizado em parceria com o Projeto Arquivo Mais Campinas, com apoio cultural da Arena Comunicação Digital e do portal Agência LGBT Brasil.

por assessoria de imprensa

Diversidade SexualSeminário sobre Sociedade e

antenado

Iniciativa do deputado estadual Edmir Chedid tem por finalidade promover o debate e discutir as propostas que poderão resultar num Caderno de Recomendações

“Sociedade e diversidade sexual: propostas ao legislativo paulista” Local: auditório paulo kobayashi Assembleia legislativa do estado de são paulo Av. Pedro álvares cabral, 201 | ibirapuera – são paulo/sp Horário: 9h00 às 18h00 Data: 16/ago/2012 Mais informações: gabinete do deputado Edmir Chedid11.3884 2561 | 11.3886 6791 11.7774 9976 | Id 89*102307 [email protected]

Inscrições: de 23/07 a 14/08 pelo arquivo mais campinas.

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Culinária e gastronomia são coisas distintas. Enquanto a primeira trata da arte de cozinhar, a segunda é o

conhecimento das culturas culinárias. A gastronomia abrange, portanto, além da própria culinária, o prazer proporcionado pela comida e a arte de associar alimentos a fim de que deles se possam extrair os maio-res benefícios. No Brasil, a gastronomia é uma arte que ainda vem sendo descoberta. O aumento do poder aquisitivo da popula-ção contribui para isso, fazendo com que a alimentação do brasileiro faça parte de um momento de prazer e de degustação e não apenas de sobrevivência do organismo. Em contrapartida, o setor alimentício no país está cada vez mais industrializado, indo direta-mente ao encontro da cultura americanizada do fast food. Os inúmeros restaurantes de self service que se espalham pelas cidades são os maiores exemplos de como o brasileiro se apropriou de um costume americano – o da comida rápida – e o transformou em algo com características próprias. Mas o prazer de entender e vivenciar a gastronomia chegou para ficar. Mesmo que seja mais eficaz, em meio à correria do dia-a-dia, almoçar em lugares onde é possível encontrar variedades de pratos quentes e frios combinados com o tradicional arroz e fei-jão, o brasileiro tem procurado alternativas para os momentos de lazer. É no final de semana que ele se permite degustar, experimentar novos sabores e aprimorar o paladar. Na 11º edição do Festival de Arte Serrinha, por exemplo, uma das oficinas mais procuradas foi a de gastronomia com o Chef Carlão de Olivei-ra. Sob o tema “Qui da noi – A história da cozinha italiana” a oficina trouxe a proposta de promover a vivência em torno da cozinha das regiões da Emilia-Romagna e de Marche, por meio de leituras, planejamento e do fazer gastronômico. A oficina contou ainda com a presença do Chef italiano Giorgio Serafini, natural da região estudada. Em conversa com o Jornal do Meio, Carlão e Giorgio falaram sobre a importância da gastronomia como elemento cultural e sobre as diferenças entre os costumes brasileiros e italianos na hora de se sentar à mesa.

CaracterísticasHá quase 18 anos Giorgio mantém uma relação especial com o Brasil. Ao menos uma vez ao ano ele vem ao país. Já conheceu 17 dos 27 estados brasileiros e fez questão de experimentar os pratos típicos de cada região. “A comida brasileira é muito boa e diferenciada”, fala. “O brasileiro é muito criativo na hora de criar pratos, o italiano é mais tradicional”, explica. Para ele, a maior diferença entre os dois países é na hora de servir a comida. Enquanto o italiano saboreia prato por prato, degustando cada alimento separadamente, o brasileiro mistura tudo. “O brasileiro tem pressa para se alimentar, o italiano aproveita o momento”, fala. Giorgio explica que o tradicional “prato feito” brasileiro não existe na Itália, tampouco os restaurantes que vendem comida por quilo. Enquanto aqui o básico é feijão e arroz, lá é massa e pão. Entre os sabores brasileiros mais difíceis de encontrar na Itália estão as frutas, sobretudo as tropicais, como manga e abacaxi. Carlão explica que a diferença entre os países está

também na qualidade dos produtos. A caipi-rinha encontrada por lá, por exemplo, não é igual à brasileira porque os ingredientes são outros. “O limão de lá não é igual ao nosso, nem mesmo o açúcar. Lá não existe cachaça de alambique, só a industrializada”, explica. “Tudo isso faz diferença no resultado final”, fala. E é essa mesma diferença que sentimos em relação ao vinho. “Na Itália existem mais de 400 tipos de uvas. O Brasil pode produzir um vinho bom, mas nunca será igual ao de lá. Podem aumentar a tecnologia, trazer a planta pra cá, mas sempre vai haver a diferença da terra. O solo da Itália produz uva há mais de 300 anos, cada região do país tem carac-terísticas diferentes, então o vinho de cada região é diferente por isso”, explica Giorgio.

SimplicidadeAssim como Giorgio, que vem sempre ao Brasil, Carlão vive entre lá e cá. Os dois se conheceram na Itália e o gosto pela simplicidade gastronômica logo os uniu. “A gastronomia tem esse poder, de unir pessoas, criar novos círculos de amizade. Não busca só a fórmula, a receita, é um movimento espontâneo que vai atrás da história”, fala Carlão. “O Brasil tem muito potencial para produzir coisas de qualidade, de criar novas possibilidades na

falta de ingredientes mais tradicionais, como os que exis-tem na Itália”, diz. “A arte de cozinhar é um caminho que abre outros canais, o de se dedicar um tempo de sua vida para alguém, o prazer

de servir alguém”, continua. “A gastronomia traz liberdade, é um resgate da simplicidade em um mundo em que tudo é padronizado”, completa. No interior do Brasil ainda se vê muito disso, a procura pelos alimentos naturais, a horta no quintal, costume que também se mantém na Itália. Esse resgate da simplicidade, que Carlão fala, está nisso, em valorizar o que é da terra, o que é costume em cada região, independente se estarmos no Brasil, na Itália ou em qualquer outro lugar do mundo. “É a energia que se coloca na comida que faz toda a diferença, o cozinhar com amor”, diz. Nas regiões urbanas, o ato de cozinhar, preparar o almoço, ainda é visto como uma tarefa diária, equivalente ao de varrer a casa ou tirar pó dos móveis, e não como um momento de prazer, de descoberta, de dedicação ao alimento, como explica Car-lão. Devemos isso à correria diária, à pressa para se cumprir metas, ao tempo curto entre um afazer e outro. Talvez seja pelo desejo de resgatar a simplicidade que nossa memória afetiva sempre nos remeta à zona rural, aos momentos de lazer com a família, àqueles costumes de interior que ainda se mantém vivos no dia-a-dia do brasileiro. Giorgio diz que não é à toa que vem ao país sempre que pode. “Tenho 67 anos de vida, venho para cá desde os 50. Foram esses 17 anos vindo para este país que me deram sobrevida”, fala. “Os italianos perderam o costume de viver no convívio com as pessoas”. “Fiquei impressionado com a humildade e a aten-ção dos alunos durante a oficina. O italiano não iria ter essa paciência”. “O brasileiro dá exemplo na hora de querer aprender, não que se sobressair. O italiano se acha superior”, fala. “A gastronomia também é capaz disso, de resgatar a importância do compar-tilhar”, completa Carlão.

colaboração sheL aLMeiDa

A arte de cozinhar é um caminho que abre outros canais, o de se

dedicar um tempo de sua vida para alguém, o prazer de servir alguém

Chef Carlão

Foto: DIVULGAÇão

Alunos durante oficina de Gastronomia. “O brasileiro dá exemplo na hora de querer aprender, não que se sobressair”, fala Giorgio.

A gastronomia tem o poder de unir pessoas e criar novos círculos de amizade

Giorgio e Carlão durante oficina de Gastronomia. “O brasileiro é muito criativo na hora de criar pratos, o italiano é mais tradicional”, diz Giorgio.

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Qual o aparelho de entretenimento mais completo da sua casa? TV? Computador? Se os planos de Microsoft, Nintendo e Sony derem certo, no futuro próximo

sua resposta será videogame. Na E3, a maior feira de games do mundo, reali-zada em Los Angeles na semana passada, os três fabricantes mostraram que querem transformar seus consoles em centrais de lazer, interligadas a ferramentas on-line, tablets e smartphones. Entraram de vez na disputa pelo mercado que busca englobar todo o conteúdo multimídia do usuário em um só aparelho conectado a todas as telas da casa. Concorrem não só entre si mas também com outras empresas de mídia e tecnologia, como Apple, Google e os serviços de TV por assinatura.

Xbox turbinado A Microsoft anunciou o SmartGlass, tec-nologia que integra ao seu videogame Xbox 360 aparelhos com os sistemas operacionais Windows, iOS e Android. Na prática, o programa faz do console da empresa o coração de um ecossistema: será possível usar celulares ou tablets para exibir informações adicionais de games (como mapas ou inventário de itens) ou filmes (como ficha de atores ou sinopses) executados pelo Xbox. “Abrimos portas para desenvolvedores e produtores. Agora o entretenimento pode ser pensado para várias telas. Música, TV, filmes e games podem ser mais interativos do que são hoje, como mostrados normalmente na televisão”, diz Marc Whitten, gerente-geral de Xbox Live. O SmartGlass também estará disponível para o sistema operacional Windows 8 e será integrado com o navegador Internet Explo-rer, que teve versão para o Xbox anunciada também na E3. O browser aceitará comandos de voz e de gestos do Kinect, o sistema de reconhecimento de movimentos da empresa. As novidades estarão disponíveis até o final de 2012, mas ainda não há uma data exata de lançamento.

Segunda tela Na mesma linha, a Nintendo mostrou seu Wii U, cujo controle em forma de tablet tem função de segunda tela, poderá rodar jogos sem depender da TV e também vai funcionar como um controle remoto universal. Também na E3, a Sony mostrou que aposta

na integração entre o PlayStation 3 e seu videogame portátil -agora o PS Vita poderá ser usado como controle do PS3 em alguns jogos e também para acessar remotamente o console com o qual está sincronizado, para executar jogos e visualizar vídeos. Outra ação da empresa japonesa é, pela primeira vez, licenciar a marca PlaySta-tion para outras companhias. A fabricante taiwanesa HTC ganhou o aval da Sony para produzir aparelhos que poderão rodar jogos de PlayStation. Wii U chega ao mercado até o final do ano O Wii U, novo console da Nintendo que deve chegar ao mercado até as festas de fim de ano, quer ser videogame, rede social, personal trainer e ferramenta de visualização virtual de cidades. Ousadia demais para um só dispositivo? A experiência com o aparelho na E3 ainda não permite dizer se o Wii U dará conta de tantas tarefas, mas já deixa clara uma coisa: jogá-lo é muito legal. O GamePad, controle em forma de tablet, parece um pouco desajeitado, mas é leve e encaixa bem nas mãos. Em “Super Mario U”, para pular com o en-canador bigodudo, basta sacudir o GamePad para cima. O game pode ser rodado no controle, pela tela sensível ao toque -não é necessário ligar a TV. Em “Pikmin 3”, o GamePad serve como um apoio: ele mostra o mapa e itens a serem capturados. A novidade se mostrou muito útil, e a resposta da tela foi bem fluida. Além dos games, o Wii U traz a Miiverse, rede social compatível com o portátil 3DS, smartphones e PCs. Ela permitirá trocar mensagens e até realizar videoconferências entre jogadores. Outra novidade é o Wii U Panorama View, em que o GamePad explora virtualmente cidades do mundo, incluindo o Rio. É semelhante ao Google Street View, mas com vídeos em vez de fotos. Já o Wii Fit U estimula o jogador a entrar em forma. Com acessórios como o Balance Board e o Fit Meter, é possível calcular calorias queimadas e receber dicas de como evoluir nos exercícios. (AO) Brasil ganha mais atenção de fabricantes de videogames Microsoft, Nintendo e Sony ampliam

oferta em português e reduzem preços Quarto maior mercado do setor do mundo, país foi um dos que mais encheram os cofres das empresas no último ano A indústria dos games está aprendendo a falar português. Impressionados pelos números, os três grandes fabricantes de videogames (Microsoft, Nintendo e Sony) mostraram na feira de games E3 atenção especial à América Latina -e ao Brasil em particular. Jogos e menus traduzidos, redução de preço de games e suporte a comandos de voz em português foram algumas das recompensas anunciadas para um dos países que mais en-cheram os cofres das empresas no último ano. Em 2011, a Sony teve o maior lucro no Brasil desde 1972, ano em que chegou ao país. Foi um crescimento de 24% graças, em parte, à divisão PlayStation. “God of War: Ascension”, para PlayStation 3, terá legendas e dublagens em português, disse Mark Stanley, diretor da SCEA (Sony Computer Entertainment of America) para a América Latina, durante conferência da empresa exclusiva para a região. O game chega ao Brasil no mesmo dia do lançamento nos EUA: 12 de março de 2013. Os jogo de luta “PlayStation All-Stars Battle Royale”, o game de corrida “LittleBigPlanet Karting” e o livro interativo “Book of Spells”, baseado em “Harry Potter”, também serão aportuguesados. Stanley ainda anunciou que jogos de PlaySta-

tion 3 no Brasil ficarão R$ 50 mais baratos até o fim da semana que vem para lançamentos próprios da companhia -o novo preço sugerido será de R$ 149. Games antigos custarão de R$ 99 a R$ 119. Jogos como “Uncharted 3” e “Killzone 3”, de 2011, também foram dublados e legendados para o mercado brasileiro, mas o resultado recebeu algumas críticas negativas. A Microsoft, com o início da produção do Xbox 360 no Brasil (e consequente barateamento do equipamento), vendeu mais consoles em novembro do ano passado do que durante 2010 inteiro em algumas lojas do país. Marc Whitten, vice-presidente corporativo da Xbox Live, disse à Folha que o sensor de movimentos Kinect passará a ter suporte para comandos de voz em português até o fim do ano. As versões do Bing e do Internet Explorer para o videogame também aceitarão o idioma. O quarto país com mais jogadores do mundo -35 milhões, segundo pesquisa de maio da consultoria Newzoo- também recebeu atenção da Nintendo, que lançará seu novo console, o Wii U, no período das festas de fim de ano. O videogame chegará ao Brasil com menus e manuais em português -incluindo a rede social Miiverse. Mark Wentley, gerente de marketing da Nintendo of America, ressal-tou à Folha que o Wii U também terá jogos traduzidos, como “Assassin’s Creed 3”. (Alexandre orrico)

por aLeXanDre orriCo /foLhapress

Na feira E3, fabricantes mostram planos para integrar o videogame a outros aparelhos e transformá-lo na central de entretenimento da casa

Um por todos por um

informática & tecnologia

Foto: DIVULGAÇão

O novo Nintendo Wii U

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por DeBorah Martin saLaroLi

Aproveitamento

delícias 1001

Devemos trabalhar os alimentos integralmente em casa, evitando que sejam jogados fora antes do

consumo. Em casa, muitas vezes, nos esquecemos deles no fundo da geladeira e desprezamos novas maneiras de preparo. Por que não reinventar?Como combater o desperdício de alimentos?- planejando as compras- adquirindo a quantidade necessária para consumo em casa- aproveitando integralmente os alimentos- congelando pratos excedentes- preferindo produtos da estação- conservando os produtos adequadamenteHoje publico duas sugestões de aproveita-mento, dizendo não ao desperdício.

Pavê de pêssego

...com bolo sem açúcarOutro dia inventei de testar uma receita de bolo de fubá cremoso. Estava toda atarantada na cozinha, preparando mil coisas ao mesmo tempo, nem me atentei aos ingredientes da receita. Coloquei tudo no liquidificador, na forma, assei e ao provar veio a surpresa: estava completamente sem açúcar! Na verdade, fui conferir a receita que também faltava açúcar. Mas e daí, o que fazer com o bolo? Estava pronto para ser consumido, mas sem chance. O sabor era inexistente, super sem graça e jogar fora em tempos de reaproveitamento seria a saída mais insensata. Bom, botei a cuca pra funcionar!Pensei em utilizar como base de algum prato salgado, como uma torta de linguiça, por exemplo. Mas a massa continuaria sem sabor.Outra ideia que me veio à mente foi a de esfarelar tudo e misturar a um brigadeiro recém-feito, enrolaria e docinhos estariam prontos. Fiquei meio receosa com esta aí.Então parti para a ideia mais lúcida, aproveitar o tal bolo num pavê.E foi o que fiz!

Para isso, precisaria de pêssegos em calda (poderia se abacaxi ou coco ralado) e um creme básico de pavês. Levei ao fogo 1 lata de leite condensado, 2 latas de leite de vaca, 1 colher (cheia) de amido de milho, 1 gema

e gotas de baunilha. Assim que engrossou, mexendo sempre, adicionei 1 caixinha de creme de leite.Fatiei o bolo e montei em camadas:1. bolo embebido na calda do pêssego2. creme3. pêssego picadinho4. bolo embebido na calda5. creme6. pêssego picadinhoE sabe que ficou bom demais???Uma surpresa pra mim!E uma vitória, afinal nunca iria me perdoar se tivesse que desprezar tantos ingredientes e tempo naquele bolo.

Gelatina de casca de abacaxi

Desperdiçar? Jamais! Precisamos aprender a aproveitar tudinho do alimento. Utilizar o alimento em sua totalidade significa mais do que economia. Significa usar os recursos disponíveis sem desperdício, reciclar, respeitar a natureza e alimentar-se bem, com prazer e dignidade.

Quando compro abacaxi sirvo como sobre-mesa e aproveito a casca e o talo de dentro para fazer essa gelatina simples, baratíssima (afinal, iria direto pro lixo!) e deliciosa.Bato tudo no liquidificador com água. Eu peneiro e meço a quantidade de líquido. Para cada 1 copo de suco, coloco 1 colher (sopa - rasa) de amido de milho e açúcar a vontade.Levo ao fogo mexendo sempre, até engrossar.Despejo em tacinhas e conservo na geladeira.Aí é só chamar a garotada assim que estiver geladinho!Alimenta e é super saudável!Até a próxima!DeborahDeborah Martin Salaroli, amante da culinária e a tem como passatempo por influência da avó paterna desde criança. Desde abril de 2010, é criadora e autora do blog www.delicias1001.com.br recheado somente de receitas testadas e aprovadas.Alguma sugestão ou dúvida? Mande um e-mail para [email protected]

Como não dizer ‘não’ ao desperdício

Fotos: DeLícIAs 1001

Pavê de pessego

Gelatina de abacaxi

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por GUstavo antônio De Moraes MontaGnana/GaBrieLa De Moraes MontaGnana

Rádio e na televisãoPropaganda eleitoral no

A propaganda eleitoral pode ser transmitida pelo rádio e pela televisão, por meio do horário eleitoral gratuito e dos debates eleitorais. É vedada, entretanto, a veiculação de propaganda paga.

Para que a propaganda seja válida devem ser obedecidas as restrições impostas pelo legislador, com o fim de que nenhum candidato ou partido seja prejudicado ou preterido e a disputa eleitoral seja isonômica.É imprescindível que a propaganda eleitoral gratuita na te-levisão seja transmitida, também, pela linguagem de sinais – LIBRAS ou o recurso de legendas, que deverão constar obrigatoriamente do material entregue às emissoras.No horário reservado para a propaganda eleitoral, não é permitida a utilização comercial com a intenção, ainda que disfarçada ou subliminar, de promover marca ou produto.A partir de 1.o de julho do ano eleitoral as emissoras de rádio e televisão deverão obedecer as seguintes restrições, em suas programações normais e noticiários:a)transmitir, ainda que sob a forma de entrevista jornalística, imagens de realização de pesquisa ou qualquer outro tipo de consulta popular de natureza eleitoral em que seja possível identificar o entrevistado ou em que haja manipulação de dados;b)usar trucagem, montagem ou outro recurso de áudio, ou vídeo que , de qualquer forma, degradem ou ridicularizem candidato, partido ou coligação, ou produzir ou veicular programa com esse efeito;c)veicular propaganda política ou difundir opinião favorável ou contrária a candidato, partido, coligação, a seus órgãos ou representantes;d)dar tratamento privilegiado a candidato, partido ou coligação;e)veicular ou divulgar filmes, novelas, minisséries ou qualquer outro programa com alusão ou crítica a candidato ou partido político, mesmo que dissimuladamente, exceto programas

jornalísticos ou debates políticos;f)divulgar nome de programa que se refira a candidato escolhido em convecção, ainda que preexistente, inclusive se coincidente com o nome do candidato ou com a variação nominal por ele adotada;A partir do resultado da convenção, é vedado, ainda, a transmissão, pelas emissoras de rádio e TV de programa apresentado ou comentado por candidato escolhido em convenção.A Associação Brasileira de Rádio e TV – ABERT, baseada no direito à liberdade de expressão e alegando que “as liberdades de manifestação do pensamento, da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação constituem garantias tão caras à democracia quanto o próprio sufrágio”, ingressou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade no STF, com o fim de que incisos II e III do art. 45 da Lei das Eleições, que vedavam o uso de trucagem e montagem que degradem ou ridicularizem candidato ou partido, fossem declarados inconstitucionais, ou seja, com o fim de que não fossem impedidas as sátiras com os candidatos, partidos e coligações a partir de três meses antes da eleição. O STF, liminarmen-te, suspendeu estes dispositivos e, desde 2010, charges e programas humorístico podem continuar a ser veiculados durante a campanha eleitoral.Segundo o Ministro Ayres Brito, “se podem as empresas de rádio e televisão, fora do período eleitoral, produzir e veicular charges, sátiras e programas humorísticos que envolvam partidos políticos, pré-candidatos e autoridades em geral, também podem fazê-lo no período eleitoral. Até porque processo eleitoral não é Estado de sítio”.A requerimento de partido, coligação ou candidato, a Justiça Eleitoral poderá determinar a suspensão, por vinte e quarto horas, da programação normal de emissora que deixar de

cumprir quaisquer das normas previstas na Lei das Eleições referente à propraganda eleitoral.O tradicional horário eleitoral gratuito, de grande importân-cia nas campanhas eleitorais, será exibido nas emissoras de radio, de TV aberta, bem como nas emissoras de televisão por assinatura sob a resposnsabilidade das câmaras municipais, no caso das eleições municipais, nos quarenta e cinco dias anteriores à antevéspera das eleições.Os horários reservados à propaganda eleitoral, no primeiro turno, serão divididos entre todos os partidos e coligações observados os seguintes critérios:a) um terço, igualitariamente;b) dois terços, proporcionalmente ao número de representantes na Câmara dos Deputados, considerado, no caso de coligação, o resultado da soma do número de representantes de todos os partidos políticos que a integram.Além do espaço para a exibição do horário eleitoral gratuito em bloco, as emissoras de TV deverão reservar trinta minutos diários, durante a programação normal para inserções de até sessenta segundos para candidatos, coligações e partidos políticos.Do horário eleitoral gratuito, bem como das inserções ora referidas, poderá participar, de forma gratuita, apoiando candidatos, qualquer cidadão não filiado a partido político, bem como qualquer indivíduo filiado ao partido do candidato ou partido coligado, sendo vedada a participação de pessoa filiada a partido não coligado formalmente, mesmo que este não esteja disputando as eleições.Até a próxima!Gabriela de Moraes MontagnanaGustavo Antonio de Moraes MontagnanaAdvogado

seus direitos e dever

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Desde maio, alunos de academias da cidade de São Paulo têm que se submeter a exames médicos semestrais, de acordo

com a lei 11.383/1993, sancionada pelo prefeito Gilberto Kassab. “Acho a medida um exagero que pode incentivar a busca por atestados comprados ou por consul-tas burocráticas só para cumprir tabela”, diz o fisiologista Turíbio Leite de Barros, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), que defende os exames anuais. “A não ser em casos específicos, a avaliação anual é suficiente.” As academias terão que manter os atestados mé-dicos anexados às fichas dos alunos. O documento deve autorizar a prática de exercícios específicos, além de expor qualquer restrição física. E o não cumprimento da lei pode levar à multa e fechamento do estabelecimento, segundo a Covisa (Coordenação de Vigilância em Saúde), responsável pela fiscalização. Para o cirurgião especializado em medicina espor-tiva Liaw Chao, ser avaliado a cada seis meses é benéfico: “A academia serve como porta de entrada para o consultório, convencendo pacientes relap-sos, sobretudo homens, a se cuidarem melhor”. Ao voltar para a ginástica depois de quatro anos parado, o empresário Ian Walace, 44, surpreendeu--se com a quantidade de testes que precisou fazer: “Antes era mais simples, só uma corridinha na esteira, uma medição de pulso. Achei melhor agora, passa confiança”, diz. Mas não ficou animado quando descobriu que logo terá que repetir os exames posturais, cardíacos e neuromotores: “Achei exagerado, meu estado de saúde não vai mudar em um semestre”. Preocupadas com a evasão de alunos por conta do aumento dos exames, academias como a Bodytech e a K2 colocaram médicos de plantão em suas unidades. “Facilita a vida do aluno e garante que os exames sejam úteis tanto para a parte médica quanto para avaliar o desempenho”, afirma Daniel Gusmão, coordenador da rede de academias K2. A facilidade tem seu preço. Nas unidades da K2, o aluno paga R$ 75 para fazer a avaliação médica. Se quiser fazer também a avaliação física, desembolsa mais R$ 150. Na Bodytech, um “checkup fitness” que inclui testes médicos e físicos custa R$ 420.

Menor de idade A nova lei obriga ainda que menores de 18 anos apresentem uma autorização dos pais ou res-ponsáveis para frequentar a academia. Segundo o hebiatra Maurício de Souza Lima, do Hospital Sírio Libanês, ter que assinar o documento pode conscientizar os pais da importância de avaliar a atividade dos filhos.

Para o médico, o excesso de exercícios pode causar tendinite e comprometer as cartilagens. “Acho temerário um adolescente passar mais de uma hora na academia mais de três vezes por semana.” A intensidade do exercício precisa ser controlada de acordo com o nível de crescimento. Muscula-ção, só depois dos 16 para as meninas e dos 18 para os meninos. “Excesso de exames pode desestimular a prática de exercício”, diz médico do esporte“Não vejo problemas em alguém saudável, com menos de 35 anos, ir ao médico só a cada dois anos”, afirma Jomar Souza, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte. Visitas semestrais são interessantes depois dos 50, segundo Souza: “Antes disso, só é preciso retornar quando o próprio médico indicar”. Entre os exames mais pedidos pelos médicos para autorizar a prática de esportes estão o ergomé-trico, que mostra como o coração se comporta diante do esforço físico, os que medem os níveis de gordura, colesterol e açúcar no sangue, a ava-liação ortopédica e o eletrocardiograma, que faz uma espécie de fotografia do coração. Para Souza, o excesso de exames desestimula a prática de exercícios: “A atividade física moderada é algo natural, que não exige do corpo mais do que ele pode dar. Quem precisa de todos os exames possíveis são os atletas profissionais”, diz. O advogado Pedro Araújo, 38, está no limiar do profissionalismo: “Comecei fazendo academia normalmente, três vezes por semana, mas meu objetivo sempre foram as maratonas. Hoje, viajo pelo menos duas vezes por ano para correr”, conta. Por causa do alto impacto da corrida, Pedro se submete duas vezes por ano ao chamado “checkup fitness”, que inclui prova de função pulmonar e avaliação ultrassonográfica do coração. “Fui sedentário e fumei dois maços de cigarro por dia durante 15 anos, se for para errar ago-ra, prefiro que seja por excesso de cuidados”, justifica o advogado. teste de desempenho Afastado da academia há nove anos “por pre-guiça crônica não detectável em exames”, o engenheiro Samuel Bueno, 28, tem mais medo da esteira que do estetoscópio. “Acho bom fazer exames regularmente. Ajuda não só na saúde, mas também para mostrar seu aumento de desempenho, o que sempre é um estímulo”, diz Samuel. “A preocupação dos praticantes com a própria saúde é uma coisa louvável, mas muitos super-valorizam os exames sem perceber que o maior risco está na atividade mal orientada”, afirma o fisiologista Turíbio de Barros. Para ele, a chave da redução de lesões está na capacitação de treinadores e professores, não no consultório.

por JULiana CUnha/foLhapress

Licença para

malhar Nova lei obriga alunos de academia a faze-rem exames semestrais, gerando debate so-bre excesso de diagnósticos

Foto:GAbo MorALes/FoLhApress

Foto:GAbo MorALes/FoLhApress

O avaliador físico Carlos Eduardo Gouveia, 30, supervisiona testes físicos com o engenheiro Samuel Ferreira Bueno, 28, aluno da academia K@2, na zona norte de São Paulo, 30 de Maio de 2012

Novas regra para accademia. Avaliador: Lincoln Lima avaliado: Alambergue Tavares.

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Foi com grande alegria que fotografei o casamento desse lindo casal:

Débora e Diego. Foi uma tarde com muitas emoções. O making of

da Débora aconteceu no Art’n Noivas onde Lulu caprichou no visual

da Débora. Ela ficou linda de Noiva! A cerimônia foi na belíssima

igreja Santa Therezinha onde Padre Sebastião, amigo da família,

fez uma linda cerimônia especial para o casal. Diego estava super

emocionado. Na entrada da Débora não conteve suas lágrimas. Foi

emocionante. Após jurarem amor e fidelidade para toda a vida o

casal trocou as alianças num clima muito romântico. Logo após os

cumprimentos dos pais e padrinhos o casal passou pela nave da

igreja ovacionado pelos convidados. Aliás, o casal foi presenteado

com um lindo por do sol bem na hora da saída o que tornou esse

momento mais inesquecível ainda. Logicamente aproveitamos para

tirar algumas lindas fotos para eternizar esse momento maravilhoso.

Mais um dia que guardo com muito carinho.

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ícu

los

2ºCaderno

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Satisfeita com a receptividade ao motor turbinado que equipa o 3008, a Peugeot resolveu a ampliar a oferta do propulsor em sua gama. Com isso, o segundo es-

colhido para levar o eficiente 1.6 THP – de Turbo High Pressure – foi a versão topo do sedã 408, a Griffe – além dele, o sedã 508 e o esportivo RCZ também usam o premiado motor. A marca espera que a novidade sirva para agregar valor e tecnologia ao modelo. Ele não veio para fazer o 408 disparar nas vendas. A ideia é oferecer uma opção mais refinada, com motor mais moderno e aos poucos conseguir aumentar o volume de carros vendidos no Brasil com o trem de força mais atualizado – por enquanto importado da França para a linha de montagem em El Palomar, na Argentina, onde o 408 é produzido.Para tanto, Peugeot adota uma tática agressiva para encaixar o THP no disputado segmento dos sedãs médios. O preço é praticamente o mesmo que o da versão Griffe com motor 2.0 flex e câmbio automático. Assim, a marca deixa claro que é uma escolha do comprador entre levar um conjunto mais tradicional ou um carro com motor mais moderno e uma faceta esportiva mais destacada. A lista de equipamentos é idêntica e muito bem fornida. Pelos R$ 74.900 que a marca pede pelo Griffe THP – o Griffe 2.0 sai por R$ 75.300 – ele vem com praticamente tudo de série. Dos bancos em couro ao sistema de som com navegador por GPS. O único opcional é o banco do motorista com regulagens elétricas, que acrescenta R$ 2 mil ao preço inicial.Mas é sob o capô que está o diferencial da versão. Ali funciona o moderno 1.6 da família Prince, desenvolvido em conjunto com a BMW – é o mesmo que equipa a linha Mini. Ele desenvolve 165 cv a 6 mil rpm e bem-dispostos 24,5 kgfm de torque a somente 1.400 rotações – o 2.0 fornece 22 kgfm a 4 mil rpm. Sempre associado ao câmbio automático e seis marchas, ele é capaz de levar o sedã do zero aos 100 km/h em 8,3 segundos e à velocidade máxima de 213 km/h. O desempenho não chega a ser arrebatador, mas fazem jus ao valente 1.6. Suspensão e freios – a disco nas quatro rodas – se mantiveram inalte-rados em relação à versão flex.Por fora, o 408 THP é exatamente igual às outras variantes do sedã argentino. Apenas um discreto emblema na tampa traseira em alusão ao motor identifica o modelo. O desenho inspirado tem linhas elegantes e bem finalizadas, com traços certamente mais atléticos que concorrentes mais sisudos, como o Volkswagen Jetta. Os grandes

e belos faróis parecem jóias, com os projetores elípticos e direcionais de luz de xenônio. A au-sência de grade dianteira dá um ar mais limpo à frente do carro. Toda a tomada de ar é feita pela abertura principal do para-choque. Além do pequeno emblema, a versão ganhou rodas diferentes da Griffe 2.0, mas que mantém as mesmas 17 polegadas da versão com 151 cv. A Peugeot conseguiu dar ao menos uma leve “sacudida” no 408 com a nova motorização. Apesar de ser um produto ainda novo na linha da marca, o uso do motor 2.0 acoplado ao câmbio de quatro marchas deixa o modelo com um ar defasado e ainda mecânicamente idêntico ao antecessor 307. O emprego do motor turbo serve para renovar a imagem do sedã médio da Peugeot.

Ponto a pontoDesempenho – O 1.6 turbinado dá um show e empurra o sedã de 4,69 metros sem dificuldades. O torque máximo disponível a apenas 1.400 rotações torna a condução ágil e eficiente, sem a necessidade de pressionar muito o acelerador. Quando toda a cavalaria é chamada, o propulsor reage bem e despeja a força nas rodas dianteiras de forma progressiva e muito segura. O casamento com o câmbio automático de seis marchas é dos melhores e a opção pelas trocas manuais na alavanca dificilmente será requisitada. Nota 9.Estabilidade – O 408 é muito estável. O acerto mais firme das suspensões dá conta de segurar o carro nas curvas. A frente afunda pouco nas frenagens mais fortes e os largos pneus – quase exagerados 225/45 – agarram bem no asfalto. O comportamento geral é bastante previsível, com eventuais saídas de frente corrigidas pelo controle de estabilidade. A traseira, no entanto, parece um pouco leve em curvas de alta velocidade, mas nada que possa assustar o motorista. Nota 7.Interatividade – Como usual nos carros do grupo PSA, os comandos são bem localizados e de fácil reconhecimento. Não há muito mistério na utilização de todos os dispositivos. O único senão é o método de inserção de endereços no sistema de GPS, onde é necessário usar os pe-quenos botões do rádio para selecionar letra por letra de cada campo. Uma tela sensível ao toque, ou um botão giratório maior seriam mais úteis. De resto, o para-brisa enorme facilita muito a visão para a frente, que também é boa em todos os lados do 408. Nota 7.Consumo – O 408 THP marcou uma média de 6,8 km/l de gasolina em circuito urbano,

segundo o computador de bordo. A Peugeot não disponibilizou o modelo para o InMetro fazer medições. Nota 5.Tecnologia – Por ser vendido apenas na versão topo do 408, o THP traz todo o arsenal tecnológico da Peugeot. Não faltam itens como controlador de velocidade de cruzeiro, rádio com Bluetooth e GPS, além de outros mimos, como o banco do motorista com ajustes elétricos. A plataforma é recente, derivada do 308 de 2007. No entanto, é o motor 1.6 turbinado desenvolvido em con-junto com a BMW que chama a atenção. Nota 8.Conforto – A suspensão firme tira um pouco do conforto a bordo do 408. No entanto, ainda assim, o sedã trata bem os passageiros. O espaço no banco traseiro é mais do que suficiente para dois adultos de estatura mediana e os bancos possuem espuma de densidade correta, que não cansam em viagens longas. É fácil achar uma boa posição para dirigir. O bom isolamento acústico ajuda a tornar o interior um ambiente agradável e relativamente sofisticado .Nota 8.Habitabilidade – A boa altura da carroceria ajuda no entra-e-sai dos passageiros, assim como as portas grandes e com bom ângulo de abertura. O porta-malas leva bons 528 litros, facilmente acessíveis pelo vão largo da tampa, mas são pou-cos os porta-objetos espalhados pela cabine. Há apoios de cabeça para os três ocupantes de trás e os 2,71 metros de entre-eixos abrem bastante espaço no interior. Nota 8.Acabamento – Os materiais utilizados na cabine do 408 são muito bons. Há revestimento “soft touch” em praticamente todas as partes visíveis do painel e no alto das portas. E mesmo onde plástico rígido é usado, ele é de boa qualidade e não denota pobreza. No entanto, alguns arremates deixam a desejar, como o comando do ar-condicionado, com botões de aparência frágil. Nota 7.Design – Se não é arrebatador, pelo menos o visual é bem mais inspirado que seu antecessor, o 307 sedã. As linhas fluidas são elegantes e até discretas, mesmo com os enormes faróis na frente, ainda herança da fase “felina” da Peugeot. A traseira tem contornos arredondados e não parece um mero prolongamento de um design inicialmente projetado para ser um hatch. Nota 7.Custo/beneficio – A Peugeot adota uma interessante estratégia ao oferecer o 1.6 THP por R$ 74.900, exatos R$ 400 a menos que a mesma versão Griffe com motor 2.0 flex e câmbio automático. Com isso, a marca oferece um conjunto com alto nível tecnológico e foco

no bom desempenho pelo preço de similares mais tradicionais. É verdade que não anda tão bem quanto um Volkswagen Jetta TSI, com seus 200 cv – e preço acima dos R$ 80 mil –, mas o 408 THP certamente está um passo acima dos demais sedãs com motor 2.0. Nota 7.Total – O Peugeot 408 Griffe THP somou 73 pontos em 100 possíveis.

Impressões ao dirigirExternamente é difícil identificar um 408 THP e por dentro é quase impossível. O interior, idêntico ao da versão Griffe com motor 2.0 e câmbio automático, tem também uma generosa dotação de equipamentos de série. O acabamento de ótimo gosto se tornando comum nos carros das marcas do Grupo PSA. A boa posição de dirigir e os comandos muito bem posicionados mesmo que ainda use os antiquados satélites com comandos do som e do controlador de velocidade de cruzeiro.Tudo muda, no entanto, ao girar a chave no contato e acordar o motor 1.6 litro turbinado. Os 165 cv podem nem ser espetaculares, mas os 24,5 kgfm de torque disponíveis a apenas 1.400 rpm transformam a convivência com o carro. As arrancadas são decididas e o THP demonstra fôlego surpreendente numa ampla faixa de rotações. O câmbio automático de seis marchas trabalha muito bem e “entende” os anseios do pé direito sem titubear sobre qual marcha deve ser selecionada. Certamente, a “pegada” é muito mais consistente e espor-tiva que as versões com motor 2.0. Apesar da pouca diferença de potência, os motores maiores têm torque menor e funcionamento algo preguiçoso, já que é prejudicado pelo câmbio automático de quatro marchas. O 408 THP só não é melhor por conta do alto peso, de 1.527 kg.A versão turbinada mantém os bons predicados do restante do portfólio. É um carro muito “na mão”, com a direção bem direta e acerto de suspensões que aceita bem uma tocada mais vigorosa. A carroceria rola pouco nas curvas e o 408 mantém a compostura. O problema é sobre superfícies irregulares, onde o carro parece pouco adaptado ao asfalto “lunar” das cidades brasileiras. O pneus de perfil baixo, 45, montados em rodas de 17 polegadas sofrem com a buraqueira. No entanto, o eventual sacolejo não chega a tirar o brilho do conjunto bem acertado e de resultados felizes no 408 “top”.

por iGor MaCário/aUto press

Fotos: peDro pAULo FIGUereDo/cArtA Z NotícIAs

veículos

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por aUGUsto paLaDino/aUtopress

Notíciaautomotivas

A conta-gotas – A Audi vai lançando aos poucos

a linha do novo A5 no mercado brasileiro. No

começo do mês foi a versão sportback e agora a

marca anuncia as vendas do cupê. O modelo chega com

uma pequena reestilização na dianteira, que incluiu novos

faróis e grade redesenhada. O motor continua sendo o

2.0 TFSI acertado para gerar 211 cv. Aliado à transmissão

automatizada de dupla embreagem, o modelo atinge os

100 km/h em 6,5 segundos. O preço é de R$ 202.700

O último suspiro – A De Tomaso até que tentou, mas

não conseguiu resistir à crise mundial. Desde 2009 a

marca italiana já lidava com problemas financeiros,

mas que pareciam ter sido sanados com a chegada de

um novo executivo saído do Grupo Fiat. Entretanto, os

esforços não foram suficientes e a fabricante entrou com

o pedido de concordata na Itália. Um dos modelos mais

famosos da De Tomaso foi o cupê Pantera produzido na

década de 1970. O desenho inspirado e o motor Ford

conquistaram o roqueiro Elvis Presley, que chegou a ter

um dos mais de 7 mil exemplares fabricados.

Para americano ver – Na apresentação oficial do 500L,

variante monovolume do modelo italiano, a Fiat mos-

trou brevemente o 500X, o futuro utilitário compacto

da marca. E, mesmo com poucas certezas em relação ao

seu desenvolvimento, a marca italiana já confirmou que

ele será vendido nos Estados Unidos em 2014. Apesar do

nome, a tendência é que o 500X não use a plataforma do

500 e que seja feito em conjunto com um novo modelo

da Jeep – que seria menor que o Compass. Mesmo assim,

o visual retrô, que remete o Cinquecento da década de

1950, deve ser mantido.

Chinês de grife – Os carros chineses geralmente são

acusados de baixa qualidade de construção. Mas a Chery

pretende mudar essa fama, principalmente na Europa.

Para isso, se aliou à tradicional fabricante Magna Steyr

– que produz inclusive carros da Aston Martin – para a

criar uma nova marca, a Qoros, sem contaminação da

má imagem. O primeiro modelo será um sedã médio, de

dimensões próximas às de um Volkswagen Jetta, que já

foi flagrado diversas vezes nas estradas do continente.

A equipe de design é chefiada por Gerd Hildebrand, ex-

-desenhista da Mini.

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Sexta 27 • Julho • 2012 Jornal do Meio 650 17veículos

Alta velocidadeEm alta

Em dezembro de 2011, a

italiana MV Agusta voltou

oficialmente ao mercado brasilei-

ro, depois de anos sendo apenas

importada de forma independe.

Através da brasileira Dafra, as

superespor t ivas começaram

inclusive a ser montadas em

Manaus. E, com isso, as vendas

foram impulsionadas. De acordo

com a marca, em pouco mais de

seis meses de operação foram

vendidas mais de 200 unidades

– 60% da F4. A moto, que custa

R$ 68 mil, tem motor de 998 cc

e desenvolve 186 cv de potência,

suficiente para levá-la à máxima

de 305 km/h.

O M da questãoA BMW confirmou que vai trazer

a nova M135 para o Brasil e

pretende exibi-la no Salão de

São Paulo, em outubro. Apesar

de usar a letra “M”, que nor-

malmente designa os modelos

desenvolvidos pela Motorsport, o

M135 é “apenas” a versão de série

com pegada mais esportiva – a

verdadeiramente esportiva M1

ainda não foi desenvolvida pela

preparadora da marca alemã. O

motor é o de seis cilindros em

linha com 320 cv e 45,9 kgfm

de torque.

por aUGUsto paLaDino/aUtopress

Foto: DIVULGAÇão

MV Agusta F4

BMW M135i

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As coisas andam rápido no segmen-to de superesportivas. Em 2008, quando lançou a sexta geração da

CBR 1000 RR, o modelo era o que havia de mais moderno no mercado. Tinha diversos itens de alta tecnologia que a deixavam bem à frente das rivais, como um sofisticado con-trole eletrônico do motor, coletor de escape com três geometrias e materiais mais leves e resistentes. Agora, quatro anos depois, a CBR já é vista como um modelo “tradicional” e meio purista. O único auxílio ao piloto de que dispõe é o ABS. Enquanto as rivais ganharam potência e recursos eletrônicos bem sofisticados nas novas gerações, esta segunda fase da sexta geração da CBR 1000 RR apresenta apenas um aprimoramento do que o modelo já tinha de bom. O arsenal das concorrentes até diminuiu a distância para a CBR 1000 RR, mas não foi suficiente para que fosse ela ultrapassada. Por isso mesmo, em de uma geração totalmente nova, a Honda só fez pequenos ajustes, renovou o visual e devolveu o modelo para a pista.A segunda fase da CBR de sexta geração manteve exatamente o mesmo propulsor de 178,1 cv a 12 mil giros e 11,4 kgfm aos 8.500 rpm. O que mudou foi a intensidade com que a potência e o torque são liberados. A Honda retrabalhou a central eletrônica para tornar este “despejo” na roda traseira mais suave. Além de redesenhar o mapa de injeção, mudou o mecanismo que abre os dois coletores de escape adicionais, para que ficassem mais progressivos. Com isso, a aceleração ficou absolutamente linear.Outra alteração mecânica importante foi no grupo suspensivo. O telescópicos dianteiros foram reforçados com a entrada do sistema batizado de BPF – de big piston fork –, que amplia o tamanho do garfo e o volume de óleo dentro das câmaras, o que torna a suspensão mais “controlável”. Ainda mais porque tem ajustes na pré-carga de mola, na compressão e no retorno. Na traseira, o

amortecedor monochoque foi ancorado na própria balança e passa a contar com um segundo cilindro de expansão interno, o que também amplia o volume hidráulico e melhora o controle – além de ter ajuste de pré-carga de mola. Todo este novo conjunto aumentou o peso em quase 10 kg – uma heresia para uma superesportiva.Em parte, essa “gordura” foi compensada com as novas rodas de liga leve, com 12 raios finíssimos, cada uma delas 3 kg mais leves que as anteriores. No final das contas, o peso a seco da CBR 1000 RR passou de 175 kg para 178 kg. Outra parte desse prejuízo foi minimizado, segundo a Honda, pela melhor aerodinâmica do modelo. Principalmente pelas novas “guelras” na carenagem lateral, responsáveis por fazer o vento contornar a perna do piloto, o que reduz o arrasto. In-dependentemente da eficiência, no entanto, o novo desenho deixou a superesportiva japonesa bem mais atraente. O conjunto ótico dianteiro ganhou contornos com linhas retas e ficou mais pontiagudo – impressão reforçada pela redução das entradas de ar sob os faróis. A carenagem lateral agora deixa um pouco mais de motor à mostra e a rabeta traseira foi ligeiramente encurtada.Outra mudança notável foi a troca do conjunto de instrumentos. O clássico conjunto com conta-giros de ponteiros e velocímetro digital foi trocado por um único painel em LCD. A parte superior em curva acompanha a linha do conta-giros, que é em barras, como acontece também com o medidor de combustível. O velocímetro continua digital, como também as informações do computador de bordo e de temperatura do motor.A CBR 1000 RR 2012 chega nas cores preta, branca com detalhes vermelhos e azuis e vermelha com detalhes branco e preto. O preço é de R$ 56.900 na versão de entrada e R$ 62.900 quando recebe o C-ABS – oferecido apenas na vermelha. E apesar das pequenas mudanças promovidas no modelo, a Honda

acredita que vai conseguir emplacar, em média, 200 unidades por mês, coisa de 20% a mais da média atual.

Primeiras impressõesIndaiatuba/São Paulo – Controles eletrônicos têm dois lados. O primeiro, e mais óbvio, é que eles realmente protegem os pilotos de deter-minadas bobagens ou abusos que cometem. O outro é que cria uma temerária sensação de “mestre das duas rodas” em pilotos apenas medianos. Não há, porém, dúvidas quanto ao futuro. O auxílio eletrônico à pilotagem chegou para ficar. Resistir é, no máximo, uma forma de ganhar tempo. E foi exatamente este o caso da Honda com a CBR 1000 RR. A crise europeia e o Tsunami no Japão foram fortes argumentos para que a marca decidisse esticar a permanência da atual geração e deixar o investimento numa nova CBR para depois.Todas as mudanças que a Honda promoveu na CBR serviram para aumentar o controle do piloto. A redução do peso nas rodas, reduz a ação do efeito giroscópico tanto nas curvas como nas frenagens. O reforço de suspensão também visou melhorar a leitura do piso e forçar o contato do pneu com o solo. O novo mapeamento tirou um pequeno dente que havia nas curvas de torque e potência do modelo e tornou a reação ao acelerador mais progressiva e linear. Por último, a alteração na carenagem buscou desviar a saída de ar frontal da perna do piloto. Em todas elas, a busca foi para facilitar o entrosamento com máquina.O comportamento da CBR na pista de In-daiatuba mostrou exatamente o que a Honda teoricamente defendeu. A aceleração é linear, sem qualquer ameaça de destracionamento, mas chega de forma absolutamente vigorosa. O posição de pilotar, um tanto forçada em baixas velocidades – como é geralmente em superesportivas –, ficou menos sacrificante. A Honda introduziu um suporte plástico nas laterais do tanque, onde pode-se encaixar bem os joelhos e redistribuir o peso sobre a motoci-

cleta – em geral, todo o apoio se concentra no antebraço. Com isso, até mesmo a pilotagem fora de condições de pista ficou mais agradável. A suspensão também mostrou um espectro mais amplo de trabalho. Absorveu bem as irregularidades da zebra – analogamente, o trecho mais parecido com ruas brasileiras – e manteve a neutralidade tanto em acelerações fortes quanto nas frenagens. Na prática, isso mostra que a sexta geração da CBR 1000 RR era mesmo tão bem concebida e construída que mesmo sem controles eletrônicos ainda é capaz de encarar as superesportivas rivais.

Ficha TécnicaHonda CBR 1000RR Fireblade 2012Motor: A gasolina, quatro tempos, 999 cm³, quatro tempos, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, duplo comando no cabeçote e arrefecimento a líquido. Injeção eletrônica multiponto sequencial.Câmbio: Manual de seis marchas.Potência máxima: 178 cv a 12 mil rpm.Torque máximo: 11,4 kgfm a 8.500 rpmDiâmetro e curso: 76,0 mm X 55,1 mm.Taxa de compressão: 12,3:1Suspensão: Dianteiro com garfo telescópico invertido, com 120 mm de curso. Traseira do tipo pro lik, com 138 mm de curso e 10 regulagens de pré-carga da mola.Pneus: 120/70 R17 na frente e 190/50 R17 atrás.Freios: Disco duplo de 320 mm com quatro pistões na frente e disco simples de 220 mm com pinça com pistão simples na traseira. Oferece C-ABS como opcional. Dimensões: 2,07 metros de comprimento total, 0,68 m de largura, 1,11 m de altura, 1,40 m de distância entre-eixos e 0,82 m de altura do assento.Peso: 178 kg (189 kg com ABS).Tanque do combustível: 17,7 litros.Produção: Kumamoto, JapãoPreço: R$ 56.900 (R$ 62.900 com ABS)

por eDUarDo roCha/aUto press

Fotos: eDUArDo rochA/cArtA Z NotícIAs (estátIcAs) e cAIo MAttos (eM MoVIMeNto)

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