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89 SOARES, Magda- Letramento- Um Tema Em Três Gêneros. São

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Page 1: 89 SOARES, Magda- Letramento- Um Tema Em Três Gêneros. São

89

SOARES, Magda- Letramento- Um Tema Em Três Gêneros. São Paulo –SP editora

Autêntica 1999.

TEBEROSKY, Ana e CARDOSO, Beatriz ( Org.) – Reflexão Sobre o Ensino da Leitura e

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Fonológica, Ortográfia Textual e Matemática São Paulo - SP Editora Ática 1997.

VYGOTSKY,Lev.S. – Psicologia e Pedagogia- Pensamento e Linguagem – Tradução

Camargo, Jeferson Luiz editora Fontes 1989.

WALLON, Henri – Concepções Dialética do Desenvolvimento Infantil – Rio de Janeiro –

RJ editor Vozes 1995

Page 2: 89 SOARES, Magda- Letramento- Um Tema Em Três Gêneros. São

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JANNUZZI, Gilberta Martino. Confronto Pedagógico. Paulo Freire. São Paulo- SP editora

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KISHIMOTO,Tizuko Morchida- O jogo e a educação infantil- São Paulo- SP Editora:

Pioneira 1998

KRAMER, Sônia – Com a Pré Escola nas Mãos Uma Alternativa Curricular Para

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LEITE, Luci Bankws ( Org.) – Percursos Piagetianos – São Paulo editora Cortez 1997.

LEMLE, Miriam ( 1994) O Guia Teórico do Alfabetizador .São Paulo editora ática.

OLIVEIRA ,de Marta Kohl – VYGOTSKY Aprendizado e desenvolvimento um processo

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OLIVEIRA,Silvio Luiz- Tratado de Metodologia Cientifica- São Paulo-SP Editora:

Pioneira 1997.

PALANGANA, Isilda Campaner – Desenvolvimento e Aprendizagem em Piaget e

Vygotsky ( A Relevância do Social) São Paulo –SP editora Plexus 1998

Page 3: 89 SOARES, Magda- Letramento- Um Tema Em Três Gêneros. São

87

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AZENHA, Maria das Graças – Construtivismo de Piaget a Emilia Ferreiro- São PAULO –

SP editora ATICA 1994.

AZEVEDO, Maria Amélia e Marques, Maria Lúcia (Orgs.) – Alfabetização Hoje- São

PAULO –SP 1995.

CAGLIARI, Luís Carlos- Alfabetização e Línguistica. São Paulo SP editora Scipione

1989.

CARRAHER, Terezinha Nunes – ‘’Explorações Sobre o Desenvolvimento da Ortografia

Page 4: 89 SOARES, Magda- Letramento- Um Tema Em Três Gêneros. São

86

Para o pesquisador a aplicação dos jogos favoreceu o processo de alfabetização,

com a vantagem de não haver uma cobrança das crianças no sentido de que estas seguissem

um determinado padrão de escrita, permitindo-lhes a liberdade de expressão, sem que as

mesmas tivessem que se ater à repetição silábica ou fonética das palavras.

Um outro fator que cabe s6(e)6.sdressa(e)6.ltado é o fato de que neste “modelo” o tempo de

construção de escrita de cada criança foi respeitado, não significando que ao final do

período todas tenham que ter alcançado o mesmo nível de escrita.

A utilização dos jogos no processo de alfabetização permite que haja uma interação

entre criança / escola / sociedade (pais); cada um com uma parcela de contribuição no

processo de ensino-aprendizagem, que neste modelo é condição si ne qua non para que s6

possa atingir o objetivo.

No que se refere à sociedade (pais) não foi possível fazer uma medição da parcela

de contribuição destes no processo como um todo, mas é notório que o ambiente que

estimule a intermediação de leitura e escrita externo a escola contribui para afirmação deste

processo.

Por outro lado a pesquisa serviu também para a reflexão dos demais educadores da

unidade de ensino, no que se refere aos aspectos que interferem no processo de leitura e

Page 5: 89 SOARES, Magda- Letramento- Um Tema Em Três Gêneros. São

85

Quanto às questões levantadas na pesquisa, tais como:

É possível alfabetizar através dos jogos pedagógicos? De acordo com o

resultado da aplicação pode-se afirmar que sim. Das 33 (trinta e três) crianças, 26 (vinte e

seis) foram alfabetizadas, sendo que 05 encontram-se no nível silábico,e (02) duas no nível

pré-sílábico II.

Cabe ressaltar que as duas crianças que atingiram o nível pré-sliábico II e

estagnaram nesse nível, são crianças que fazem parte do programa de inclusão –

necessidades especiais.

Os jogos podem ser recursos úteis para uma aprendizagem diferenciada e

significativa? De acordo com o resultado da pesquisa, pode-se afirmar que sim. Pois de

acordo com os relatórios da unidade de ensino, em anos anteriores, trabalhando-se no

processo tradicional (fonetização e repetição silábica) o nível de aprendizagem foi inferior.

Por exemplo no ano anterior de 52 (cinqüenta e duas) crianças, apenas 02 (duas) foram

alfabetizadas.

Conclui-se que jogar educa, mas assim como viver educa. No entanto, não é

verdade que jogar sempre instrua, e é possível instruir como se estivéssemos brincando.

A escola está disposta a se rever, a se atualizar e, assim , a cumprir o que se espera

dela? No caso da unidade de ensino onde a pesquisa foi aplicação houve interesse em rever,

atualizar suas concepções para que ela possa cumprir o que se espera dela.

É possível imprimir um alto grau de liberdade na aprendizagem? Sim. Pois o

modelo não permite que o professor influencie nas decisões ou no tempo que cada crianças

necessita para ser alfabetizado, ele age apenas como um mediador do processo ensino-

aprendizagem.

Page 6: 89 SOARES, Magda- Letramento- Um Tema Em Três Gêneros. São

84

CAPITULO 5 – CONCLUSÃO

5.1 – Considerações Gerais

A idéia diretriz deste estudo, foi evidenciar como os jogos educativos podem

favorecer na leitura e escrita das crianças em processo de alfabetização, relatando suas

causas e efeitos, na prática foi observado como as crianças elaboram o processo de leitura e

escrita e as diversas formas do pensamento representativo: imitação, jogo simbólico e as

representações cognitivas.

Cabe ressaltar que no inicio da aplicação constatou-se que as crianças por virem de

um metodologia tradicional, negavam-se a escrever de forma espontânea, solicitando que o

pesquisador escrevesse para que elas copiassem.

A medida que foi conquistada a confiança das crianças, foi possível detectar

através da observação, conversas informais e de uma produção de texto o nível de escrita

das criança.

Com relação a aplicação dos jogos educativos visando a alfabetização, utilizou-se

também atividades lúdicas na prática diária, e observou-se o desenvolvimento da leitura e

escrita das crianças através destes recursos.

As estratégias de atuação que favoreçam no processo de ensino-aprendizagem dos

alunos, tiveram como base a metodologia de Emília Ferreiro e Ana Teberosky para que

fosse possível estudar e analisar os níveis de linguagem que as crianças se encontravam.

Com os dados em mãos o pesquisados selecionou, aleatoriamente, alguns jogos que

pudessem impulsionar o processo de leitura e escrita nos diferentes níveis que as crianças

se encontravam.

Page 7: 89 SOARES, Magda- Letramento- Um Tema Em Três Gêneros. São

83

Através dos jogos e da fantasia, elas treinaram a memória de forma lúdica e estão

em processo de construção de leitura e escrita aperfeiçoando suas tendências inatas.

4.8 - FASE 8 - CONCLUSÃO

Análise das evolução da escrita das crianças, obtidos durante a pesquisa são

apresentados conforme gráfico abaixo, e outros resultados serão demonstrados em capítulo

à parte (capítulo 5) conclusões e recomendações.

Evolução da escrita das crianças dos alunos por fases:

0

5

10

15

20

25

FASE 1 FASE 2 FASE 3 FASE 4

PSIPS2SILSIL-ALFLF

0

5

10

15

20

25

PS1 PS2 SIL SIL-ALF

ALF

fase 1fase 2fase 3fase 4

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82

Gráfico Psicogenético 004:

No final do nono mês, os resultados obtidos foram: 02 (duas) crianças PS2; 05

(cinco) crianças SIL.; 10 (dez) crianças SIL/ALF. e 16 (dezesseis) crianças ALF. (anexo

VI)

Os resultados demonstraram um grande índice de evolução no processo de leitura e

escrita. Através dos jogos e atividades lúdicas que foram aplicados pode-se observar e

comparar o avanço existente no decorrer dos meses, conforme podemos visualizar através

dos gráficos e quadros acima apresentados.

Neste período as crianças demonstraram interesse pela dramatização, elas

utilizavam fantoches e fantasias para representar suas histórias e nas brincadeiras de

casinha, assumindo vários papeis. O pesquisador aproveitou esse momento e junto com

elas montou a dramatização de uma história “ O natal de Fred’’ e uma coreografia de três

músicas escolhidas pelas crianças, com ajuda da professora de Ed. Físicas, apresentamos

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João Arthur X

João Pedro X

Joice X

Júlia X

Júlia Fantini X

Karina X

Karine X

Kauana X

Kleiton X

Larissa X

Leonardo

Alano

X

Leonardo

Prestes

X

Lucas X

Ludmila X

Marcos X

Maria Alice X

Mariana X

Maycon X

Mirella X

Patrick X

Ricardo X

Valquiria X

Vinícius X

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4.7 - FASE 7 – ANALISE DA EVOLUÇÃO DA PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA

Repete-se as atividades desenvolvidas na fase 6, para um novo redirecionamento

dos jogos a serem aplicados com as crianças nesta fase. Diagnóstico prévio:

Etapa 1- O pesquisador solicita a cada criança que escreva, ilustre e construa uma

frase com as palavras do ditado ilustrado.

Etapa 2- O pesquisador distribuiu com cada criança individualmente uma folha do

ditado ilustrado (anexo 2), para que elas escrevam do seu jeito as palavras e frases e façam

a ilustração.

Etapa 3- O pesquisador comparar os níveis de escrita do ditado ilustrado das

crianças com o quadro da psicogênese da língua escrita conforme apresentado na etapa 3 da

fase 1.

Elaboração do quadro psicogenético dos alunos - 004:

ALUNO PS 1 PS 2 SIL SIL/ALF. ALF

Alice X

Ana Carolina X

Bruno X

Camila X

Cristiano X

Francielly X

Gabriel X

Grazielly X

Gustavo X

Heloísa X

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Observou-se também o interesse pela leitura, a medida que as crianças iam

descobrindo novas palavras, elas buscavam através dos diversos portadores de textos

existentes na sala ou no ambiente escolar, descobrir o seu significado, as que já sabiam

decodificar o código escrito, liam para as demais crianças, algumas mostravam maior

interesse na leitura de gibis e livros infantis, outras na construção de novas palavras através

dos jogos existentes na sala de aula.

Nesse período os jogos de regras despertaram nas crianças um maior interesse e o

pesquisador aproveitou esse momento para trabalhar com esses jogos, observando as regras

já existentes e deixando que as crianças construíram através dos jogos suas próprias regras,

aprimorando assim atitudes relativas a: atenção, solidariedade, interesse, disciplina, etc.

Conclui-se que os jogos oferece recurso para a educação e aprimoramento para as

crianças que vivência essa experiência em construí sua leitura e escrita através dos jogos. O

pesquisador tendo em mãos estes dados redireciona novos jogos para aplicar com as

crianças na próxima etapa da pesquisa.

4.6 - FASE 6 – APLICAÇÃO DOS JOGOS

Com base nos resultados obtidos na fase 5, o pesquisador redirecionou os jogos

conforme o maior interesse das crianças e que fosse favorecer o processo de leitura e escrita

nos diferentes níveis. Os jogos mais utilizados nessa fase foram os jogos de regras : jogos

de dama , xadrez, dominó, boliche, etc. Nesta fase construímos vários textos coletivos e

individuais após alguma atividade que despertassem o interesse das mesmas , o pesquisador

procurou adaptar os jogos conforme o entusiasmo e disponibilidade delas em executar

determinada tarefa.

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Marcos X

Maria Alice X

Mariana X

Maycon X

Mirella X

Patrick X

Ricardo X

Valquiria X

Vinícius X

Gráfico Psicogenético 003:

No final do sexto mês, de aplicação dos jogos e os resultados obtidos foram: 01

(uma) criança PS1; 03 (três) crianças PS2; 08 (oito) crianças SIL.; 11 (onze) crianças

SIL/ALF. e 10 (dez) crianças ALF. (anexo V)

Analisando esses dados observa-se que o nível de escrita apresenta uma evolução

representativa ,que através dos jogos e das atividades lúdicas desenvolvidas, elas estão

construído sua leitura e escrita e desenvolvendo sua capacidade de reflexão, compreensão e

crítica.

13

8

1110

02468

1012

1

Pré-silábico I

Pré-Silábico II

Silábico

Silabico /AlfabéticoAlfabético

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Etapa 3 – O pesquisador comparou o ditado ilustrado de cada um dos alunos

com os níveis de escrita de acordo com o quadro psicogênetico da língua escrita

apresentado na etapa 3 da fase 1.

Etapa 4 - Elaboração do quadro psicogenético dos alunos - 003:

ALUNO PS 1 PS 2 SIL SIL/ALF. ALF

Alice X

Ana Carolina X

Bruno X

Camila X

Cristiano X

Francielly X

Gabriel X

Grazielly X

Gustavo X

Heloísa X

João Arthur X

João Pedro X

Joice X

Júlia X

Júlia Fantini X

Karina X

Karine X

Kauana X

Kleiton X

Larissa X

Leonardo X

Leonardo

Prestes

X

Lucas X

Ludmila X

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O grau de desenvolvimento de cada criança foi também observado em todas as

atividades desenvolvidas na escola, nas aulas passeio, na hora do recreio, nas atividades

lúdicas, nos jogos com fins pedagógicos entre outros. Dessa forma o pesquisador concluí

que os jogos e as atividades lúdicas estavam favorecendo para a construção da leitura e

escrita das crianças e redireciona novas atividades e jogos que possa favorecer esses níveis

de escrita.

4.4 - FASE 4 – APLICAÇÃO DOS JOGOS (REDIRECIONADOS)

Com base nos resultados obtidos na fase 3, os jogos foram redirecionados, já que

no total de 33 ( trinta e três) crianças, após a aplicação dos jogos os resultados apresentados

foram satisfatório, houve um avanço significativo nos níveis de escrita, como também em

todo o desenvolvimento: cognitivo, afetivo e motor.

Ressalta-se que o pesquisador não deve permanecer estático, á espera do

aparecimento do próximo nível, mais deverá ser um mediador desse processo. Os jogos que

foram mais utilizados nessa fase foram: os jogos silábicos, jogos com rimas, jogos da

memória, jogos de pistas , jogos de histórias em quadrinhos e abrindo um maior espaço as

atividades lúdicas sugeridas pelas crianças.

4.5 - FASE 5 - ANALISE DA EVOLUÇÃO DA PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA Nesta fase o pesquisador repetiu as etapas da Fase 1 - Diagnóstico Prévio, sendo que:

Etapa 1 – Foi feito um ditado ilustrado onde solicitou-se que as crianças

escrevessem individualmente três palavras, ilustrassem e elaborassem uma

frase.

Etapa 2 - O pesquisador distribuiu uma folha de ditado ilustrado (anexo 2), para

cada um dos alunos e os convidou para escreverem, ilustrarem e elaborarem

uma frase.

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Gráfico Psicogenético 002:

No final do terceiro mês de aplicação dos jogos educativos e atividades lúdicas com

as crianças, foi solicitado a cada criança a participar de uma atividade dirigida pelo

pesquisador, cada criança individualmente escreveu no ditado ilustrado três palavras,

ilustrou e construí uma frase com essas palavras. Nesse momento de atividade, enquanto o

pesquisador estava observando a forma de escrita de cada criança as demais brincavam com

jogos lúdicos de sua preferência e todos demonstraram interesse em participar da atividade

gráfica.

Com a conclusão dessa atividade o pesquisador elaborou o quadro e o gráfico da

psicogênese da língua escrita, acima referido, conforme a teoria de Ferreiro e Teberosky.

O pesquisador examinou o grau de desenvolvimento no processo de leitura e

escrita das crianças e percebeu uma evolução bastante animadora.

No final do terceiro mês o nível de escrita da turma encontra-se: 01 (uma) criança

PS1; 06 (SEIS) crianças PS2; 12 (doze) crianças SIL.;10 (dez) crianças SIL/ALF. e 04

(quatro ) crianças ALF. (anexo IV)

1

6

1210

4

02468

101214

1

Pré-silábico IPré-Silábico IISilábicoSilabico / AlfabéticoAlfabético

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Etapa 4 - Elaboração do quadro psicogenético dos alunos - 002:

ALUNO PS 1 PS 2 SIL SIL/ALF. ALF Alice X

Ana Carolina X

Bruno X

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73

Outros momentos o interesse e vontade em descobrir novas palavras levavam as

crianças á brincar com jogos silábicos, jogos da memória, bingo de palavras, produção de

textos, jogos com histórias em quadrinhos.

4.3 - FASE 3 - Analise da Evolução da Psicogênese da Língua Escrita

Nesta fase o pesquisador repetiu as etapas da Fase 1 - Diagnóstico Prévio, sendo

que:

Etapa 1 – No lugar do tema gerador escolhido pelas crianças foi, feito um ditado

ilustrado onde solicitou-se que as crianças escrevessem individualmente três palavras,

ilustrassem e elaborassem uma frase.

Etapa 2 - O pesquisador distribuiu uma folha de ditado ilustrado (anexo 2), para

cada um dos alunos e os convidou para escreverem, ilustrarem e elaborarem uma frase.

Etapa 3 – O pesquisador comparou o ditado ilustrado de cada um dos alunos com os

níveis de escrita de acordo com o quadro psicogenético da língua escrita apresentado na

etapa 3 da fase 1.

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• A memória na alfabetização;

• Jogos ortográficos;

• Jogos de rimas;

• Jogo – A palavra é...;

• Jogo – Bingo silábico;

• Jogos matemáticos

• Roleta da sorte;

• Memória com números;

• Boliche de continhas;

• Jogo - Roleta com rótulos;

• Jogo – Bingo de Palavras;

• Jogo Brinquedoteca;

• Jogos de tabuleiro;

• Jogos de Recreação

• Oficina de jogos;

• Jogos de mesa;

• Jogos esportivos;

• Oficina de arte, música;

• Jogo com histórias em quadrinhos;

• Jogo – Produção de texto coletivo;

• Jogo – Produção de texto com seqüência de cenas;

4.2.2.3 –TEMPO DE UTILIZAÇÃO DOS JOGOS

Não houve um número exato da utilização de cada jogo, o fator determinante era a

predisposição e aceitação das crianças, havia momentos que o jogo preferido era as

brincadeiras de: casinha, jogo de botão, dama, futebol, quebra-cabeça, construção com

legos, brincadeiras com bonecas, etc.

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que poderiam favorecer o processo de leitura e escrita das mesmas, atendendo cada uma no

seu nível, sem ter que separa-las por nível de escrita.

A unidade de ensino ainda trabalha no modelo chamado tradicional. Este ano

chegou na unidade uma supervisora pedagógica, mas a mesma não tinha segurança para

com a teoria da psicogênese da língua escrita proposta por Emília Ferreiro nem a utilização

dos jogos proposto por: Piaget, Vygotsky e Wallon, os quais foram utilizados nesta

pesquisa.

4.2.2 - FASE 2 - APLICAÇÃO DOS JOGOS

Durante o semestre o pesquisador adotou trabalhar com projetos, fazendo uso de

atividades lúdicas e jogos que favorecem o processo de alfabetização e desenvolvem nas

crianças sua capacidade afetiva, raciocínio, sensibilidade, pensamento lógico, linguagem e

auto-estima.

4.2.2.1 – A ESCOLHA DO JOGO

A escolha dos jogos e as atividades lúdicas foram selecionadas conforme a

concepção Sociointecionista onde os autores: Piaget, Vygotsky e Wallon mostraram em

suas pesquisas a importância da interação do sujeito com o meio e a capacidade de aprender

e conhecer através desse processo.

4.2.2.2 - TIPOS DE JOGOS

Dentre os jogos que foram aplicados e atividades lúdicas realizadas pelas crianças,

procurou-se trabalhar com atividades que beneficiassem o processo de leitura e escrita,

observando a psicogênese da língua escrita sob a Teoria de Emília Ferreiro e Ana

Teberosky. Os jogos que foram utilizados foram:

• Jogo dos nomes dos alunos;

• Maneiras divertidas de treinar ditados;

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Gráfico Psicogenético 001:

O pesquisador iniciou o seu trabalho após uma semana de aula, depois de ter

conquistado a confiança das crianças. No primeiro momento foi feito uma conversa

informal sobre as férias, elas compartilharam com os amigos e pesquisador o que

realizaram durante esse período.

Em seguida o pesquisador solicitou que eles produzissem e ilustrassem livremente

o que fizeram nas férias. Com a produção de textos foi possível elaborar o quadro e o

gráfico psicogenético dos níveis de escritas das crianças sob a teoria de Emília Ferreiro e

Ana Teberosky.

Foi constatado que as crianças encontrava-se em diferentes níveis de escrita: 01

(uma ) criança pré-silabica I , 23 (vinte e três) crianças pré-silabica II, 04 ( quatro) crianças

silábica, 02 (duas) crianças silábica/alfabética e 03 ( três) crianças alfabética. (anexoIII)

Após a análise dos níveis de escrita das crianças o pesquisador teve uma pequena

amostra do diagnóstico da turma, podendo assim selecionar quais os jogos e as atividades

1

23

42 3

0

5

10

15

20

25

1

Pré-silábico I

Pré-Silábico II

Silábico

Silabico /AlfabéticoAlfabético

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69

Passo 1 – Elaboração do Quadro Psicogênetico dos Alunos - 001:

ALUNO PS 1 PS 2 SIL SIL/ALF. ALF Alice X

Ana Carolina X

Bruno X

Camila X

Cristiano X

Francielly X

Gabriel X

Grazielly X

Gustavo X

Heloísa X

João Arthur X

João Pedro X

Joice X

Júlia X

Júlia Fantini X

Karina X

Karine X

Kauana X

Kleiton X

Larissa X

Leonardo Alano X

Leonardo X

Lucas X

Ludmila X

Marcos X

Maria Alice X

Mariana X

Maycon X

Mirella X

Patrick X

Ricardo X

Valquiria X

Vinícius X

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importante. Após a criação deste ambiente de confiança, conhecimento do ambiente físico,

novos amigos, novos brinquedos etc, que durou aproximadamente 01 (uma) semana, deu-se

início a aplicação dos procedimentos propostos a saber:

4.2.1.1 - DIAGNÓSTICO PRÉVIO

Etapa 1 – O tema gerador escolhido pelas crianças foi: As Férias.

O pesquisador discutiu oralmente o tema com as crianças por aproximadamente 30

(trinta minutos), sem no entanto, conduzir a conversa.

Etapa 2 - O pesquisador distribuiu uma folha de produção de texto (anexo 1), para

cada um dos alunos e os convidou para escreverem, ilustrarem, livremente sobre este tema

gerador.

Etapa 3 – O pesquisador comparou os textos de cada um dos alunos com os níveis

de escrita de acordo com o quadro Psicogênetico da Língua Escrita. Vale ressaltar que o

quadro é uma adaptação do pensamento da psicogênese da língua escrita da autora Emília

Ferreiro.

Etapa 4 – Analise da Evolução da Psicogênese da Língua Escrita

O quadro e o gráfico a seguir servirão para reunião pedagógica na qual o professor e

coordenador pedagógico direcionarão ou redirecionarão os trabalhos, de acordo com a

necessidade das crianças “analisadas”, e serão elaborados sempre no final de cada trimestre.

Apesar da unidade de ensino ter se mostrado aberta para que o pesquisador

aplicasse os jogos nas turmas de III período, a escola não tinha uma equipe pedagógica para

avaliar o processo de linguagem e escrita das crianças, ficando a cargo do pesquisador

redirecionar quais os jogos e atividades que poderiam ser aplicados à partir dos níveis de

escrita que as crianças se encontravam.

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CAPÍTULO 4 – APLICAÇÃO

Este capítulo apresenta a aplicação dos procedimentos propostos no capítulo 4,

visando a utilização dos jogos educativos com fins pedagógicos na alfabetização – sob uma

abordagem sóciointeracionista.

4.1 – Considerações Gerais

A pesquisa foi realizada em uma escola da rede pública municipal de ensino,

localizada em Florianópolis – SC. Visando a integridade e preservar a individualidade das

crianças e da própria escola, não divulgar-se-á ou identificar-se-á a escola, alunos,

professor ou outros colaboradores da pesquisa.

Na pesquisa foi utilizado duas turmas do terceiro período, com total de 33 (trinta e

três) crianças na faixa etária de 6,5 e o pesquisador atuará como professor. Todos os

procedimentos realizados com a turma do horário matutino foram repetidos com a turma do

horário vespertino.

Ressalta-se que antes de iniciar tal pesquisa os pais e a instituição onde a mesma foi

realizada, autorizou a utilização dos jogos no processo de alfabetização e que todos os

nomes utilizados são fictícios.

A aplicação da pesquisa teve duração de 09 (nove) meses, com data inicial em 11 de

fevereiro e final em 18 de dezembro de 2002.

4.2 – APLICAÇÃO

4.2.1 - FASE 1 - ANALISE DA PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA

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3.4 FASE 4 – APLICAÇÃO DOS JOGOS (REDIRECIONADOS)

Com base nos resultados obtidos na fase 3, redireciona-se os jogos de acordo com

os níveis de escrita identificados. Este redirecionamento visa intensificar o uso dos jogos

nas atividades ou disciplinas em que o aluno apresenta maior nível de dificuldade de

aprendizado.

3.5 FASE 5 - ANALISE DA EVOLUÇÃO DA PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA

Repete-se as atividades desenvolvidas na fase 3, para um novo redirecionamento. A

única mudança está na substituição da etapa 1 que ao invés da aplicação de produção de

texto, deverá ser um ditado ilustrado.

3.6 FASE 6 – APLICAÇÃO DOS JOGOS

Com base nos resultados obtidos na fase 5, redireciona-se os jogos de acordo com

os níveis de escrita identificados. Este redirecionamento visa intensificar o uso dos jogos

nas atividades ou disciplinas em que o aluno apresenta maior nível de dificuldade de

aprendizado.

3.7 FASE 7 – ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA

Repete-se as atividades desenvolvidas na fase 6, para um novo redirecionamento. A

única mudança está na substituição da etapa 1 que ao invés da aplicação de uma produção

de texto deverá ser ditado ilustrado

3.8 FASE 8 - CONCLUSÃO

Apresentará a análise dos resultados obtidos durante a pesquisa. Os resultados serão

demonstrados em uma tabela que revela o quadro da evolução da escrita e em forma de

gráfico.

Page 25: 89 SOARES, Magda- Letramento- Um Tema Em Três Gêneros. São

65

como executar:

Trabalhar com jogos pré-fabricados e os construídos pelo professor ou alunos com

material de sucata, além de jogos que fazem parte do cotidiano infantil ( chicote-

queimado, amarelinha, cabra-cega, estátua, etc.).

Esse jogo envolvem regras simples e ajudam a desenvolver importantes aspectos

psicomotores.

3.2.3 –TEMPO DE UTILIZAÇÃO DOS JOGOS

Não há um número exato de utilização de cada um dos jogos, a preferência /

aceitação por parte das crianças, deverá ser um fator determinante para utilização ou não.

Não se deve impor a aplicação de um determinado jogo ou atividade lúdica baseado apenas

no objetivo ou favorecimento do jogo diante das necessidades previamente identificadas,

caso não aceito pelas crianças um outro que cumpra as mesmas funções deverá ser posto

em prática.

3.3 FASE 3 - ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA

Recomenda-se que o procedimento, fase 1, seja repetida a cada trimestre, para

adequação das metas, objetivos para cada turma analisada. Entretanto, a fase 1 –

diagnóstico, onde foi distribuído uma folha de papel em branco e se deixou os alunos

desenvolverem livremente o tema gerados, nesta fase 3, as crianças são convidadas a

escrever palavras, através do uso de ditado ilustrado para que se possa medir a evolução dos

mesmos em função da utilização dos jogos. Esta ação auxiliará na escolha dos jogos que

devem ser aplicados, de acordo com o tema gerador em pauta instituído pela unidade de

ensino ou de acordo com o projeto político pedagógico.

As demais etapas, 2 , 3 e 4 serão mantidas, obtendo-se assim um novo diagnóstico –

evolutivo das crianças / turma, obtendo-se assim uma análise da evolução da psicogênese

da língua escrita.

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64

O lúdico deve ser valorizado através de atividades recreativas e artísticas, para

conseguir tais objetivos sugerimos desenvolver atividades como:

- Recreação dirigidas: queimada, corrida com sacos de areia, corrida do ovo, etc.

- Jogos de mesa: jogo de dama, dominó, baralho, xadrez, memória e outros.

- jogos esportivos: vôlei, futebol de salão, tênis de mesa, peteca entre outros.

- Oficina de arte: pinturas, desenhos, colagens e trabalhos com sucata.

- Oficina de música: bandinha, brinquedos cantados ( músicas folclóricas e de roda)

BRINQUEDOTECA

objetivos:

- estimular a integração entre as crianças através dos jogos, brincadeiras e

desenvolver a criatividade e o raciocínio.

Incluir nestas atividades uma brinquedoteca com:

Jogos de tabuleiro: Damas, batalha, dominó, bingo, jogo da memória entre outros.

Jogos de pátio: cabo de guerra ( uma corda e o mesmo número de crianças em cada

lado), quatro cantos, maré, etc. Teatro: poderão ser apresentados teatro de rua e de

palco. Teatrinho de fantoches ou máscaras apresentados pelas crianças.

Campeonatos: de futebol, futsal, voleibol. Peteca, tênis de mesa

OFICINAS DE JOGOS

objetivos:

Exercitar na criança a capacidade de raciocínio, com vista á construção de seu

pensamento e em busca de diferentes alternativas para um mesmo problema.

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BOLICHE DE CONTINHAS

material:

- Lata de refrigerante ou cerveja numeradas de 1 a 9.

- Revestir as latinhas com papel fantasia.

- Pregar nas latinhas os números ou escrever com pincel atômico.

- Uma bola de borracha ou meia.

como jogar:

Colocar as latinhas em formação como num jogo de boliche.

Cada criança, na sua vez, joga a bola e, de acordo com o número que foram

derrubados, fará a soma dos números, de acordo com o que foi combinado no inicio

do jogo.

vantagens do jogo

Este jogo proporciona várias atividades que as crianças poderão vivenciar:

Noção de quantidade: quantos derrubou, quantos não derrubou, quem derrubou mais

ou menos, etc.

Noção de númeral.

Noção de distância: ela descobre que jogando de longe ela terá menos chance de

acertar, jogando mais perto é mais fácil de acertar.

JOGOS DE RECREAÇÃO

objetivos:

Proporciona oportunidade de autonomia, auto-realização, satisfação e descobertas

em novas relações e socialização.

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como jogar:

A sala será dividida em equipes.

A criança gira o disco menor com os olhos fechados.

Onde parar, ela terá de dizer a adição, subtração ou multiplicação dois números, de

acordo com o que foi combinado antes do jogo.

Cada acerto valerá 2 pontos, sendo que serão marcados no quadro

A equipe vencedora será a que obtiver o maior número de pontos

JOGO DA MEMÓRIA COM NÚMEROS

material:

Mimeografar ou xerocar as duas cartelas da página seguinte e distribuir para os

alunos.

Antes de recortar, colar atrás cartolina ou outro papel mais grosso, para reforçar as

fichas.

Recortar as fichas e guardar em envelopes ou saquinhos plásticos.

como jogar

2 a 4 jogadores.

Embaralhar os cartões e coloca-los virados para baixo.

Cada jogador retira dois cartões. Se forem iguais, ele fica com os cartões.

Se forem diferentes, volta a coloca-los no lugar onde estavam, virados para baixo.

Ganha o jogo quem ficar com maior número de cartões.

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61

como executar:

O professor deverá verificar a compreensão das crianças através de perguntas.

Pedir ás crianças que colem as gravuras em papel mais reforçados e recortem as

cenas em ordem.

Depois, pedir que produzam a história, apresentando figuras em ordem.

Fazer jogo da memória com cenas de três ou mais histórias em grupinhos de quatro.

Fazer dramatização da história com fantasias improvisadas na própria sala,

utilizando sucatas, jornais, papel de computador ,etc.

JOGOS MATEMÁTICOS

Objetivos:

estabelecer e organizar estratégias de soluções e regras de funcionamentos.

Ampliar e enriquecer o ambiente de sala de aula de representações e relações

lógico-matemáticas visando:

. Número significativo para a criança e experiência do seu cotidiano.

. Comparação de quantidades e operações na concepção do número.

. Escrita correta dos números.

. Seriações, classificações e correspondências na concepção de número.

ROLETA DA SORTE

material:

Confeccionar dois discos de papel cartão de tamanhos diferentes.

Para reforçar mais a roleta, pode-se colar atrás dos discos um papelão.

Cada disco será dividido em 9 partes, numeradas de 1 a 9.

Prender os discos com percevejo ou prego com rolha atrás.

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- O professor disporá de vários tipos de gravuras de histórias de jornais ou revistas.

- O professor mostrará o mesmo quadrinho aos componentes.

- Cada criança escreverá um diálogo de acordo com que a gravura sugere.

- Depois que todos escreverem, cada um lê o seu diálogo.

PRODUÇÃO DE TEXTO COLETIVO

Objetivo:

Ajuda a criança enriquecer a linguagem.

Participação do processo de criação ,descobrindo a gramática de modo atraente e de

forma construtiva.

como executar:

Os textos coletivos poderão ser utilizados pelo professor a partir de uma gravura, de

uma noticia de jornal, revistas ou televisão, de uma pesquisa, de uma excursão, de

uma aula passeio, de personagens de um livro de literatura lido pelos alunos, sobre

situações no seu dia-a dia e outras atividades sugeridas pelo professor.

Os alunos participam na elaboração de um texto coletivo as frases que serão escritas

pelo professor ou por um aluno no quadro-de-giz ou papel pardo, em seguida farão

a ilustração do texto produzido.

PRODUÇÃO DE TEXTOS COM SEQUÊNCIA DE CENAS

Objetivo:

Incentivar a criança a se expressar oralmente ou por escrito, apresentando fatos e

idéias em seqüência lógica, notando os pormenores de cada cena e formulando um

texto bem estruturado com : começo, meio e fim.

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BINGO DE PALAVRAS

Material:

- cartela com palavras contextualizadas em sala de aula (nomes de pessoas, animais,

frutas, flores, brinquedos, etc.)

Como jogar:

- Cada criança recebe uma cartela do bingo com nomes diversificados.

- colocar em uma sacola cartões com as letras do alfabeto.

- sortear uma letra. Quem tiver na cartela a letra sorteada vai marcando com

tampinhas, semente ou pintando a letra sorteada, vence que primeiro preencher a

cartela. Em seguida, cada criança deverá ilustrar a palavra da cartela, utilizando

materiais diversificados ( cola colorida, giz de cera, lápis de cor, etc.) .

JOGO COM HISTÓRIA EM QUADRINHOS

Objetivos:

- Desenvolver as habilidades de interpretação.

- Exercitar-se na formação de sentenças completas.

- Ajudar a criança a entender quadros e figuras contidas em livros e revistas.

Material:

- Histórias em quadrinhos sem palavras ( O professor poderá usar um corretivo para

cobrir os diálogos).

- Lápis e papel.

como executar

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Como jogar:

Poderá dividir a turma em dois grupos, em cada rodada, um aluno de cada grupo

retira uma ficha e lê a palavra, vence o grupo que conseguir lê o maior número de

palavras.

BINGO SILÁBICO

Material:

- Cartelas com sílabas variadas das palavras contextualizadas em sala de aula ou

dificuldades ortográficas .

Como jogar:

as crianças preenchem as cartelas com feijão, tampinhas ou outro material , o

professor ou um aluno ‘’canta ‘’ as sílabas.

Em seguida o professor poderá solicitar que as crianças formem palavras com as

sílabas da sua cartela e escrevam no caderno.

ROLETA COM RÓTULOS

Material:

- roleta com rótulos de produtos ou nomes de produtos recortados de revistas.

- no lugar dos rótulos poderão também ser colocados nomes de animais, objetos,

frutas ou sílabas .

Como jogar:

Uma criança com os olhos fechados rola a roleta com rótulos ou palavras , onde

parar, ela deverá ler a palavra e quantidade de sílabas.

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Como jogar:

- Solicitar que uma criança retire uma ficha com uma palavra; ela lê a palavra

baixinho para a professora; depois ela faz a mímica da palavras para os colegas

descobrirem; em seguida ela prega no quadro e escreve uma frase com a palavra; os

colegas lêem a palavra e a frase que ela escreveu.

JOGO DE RIMAS

Objetivos:

Levar a criança a conhecer vários tipos de palavras que rimam entre si.

Material:

- Lápis, papel e relógio

Como executar

- O professor proporá as crianças que escrevam o maior número de palavras que

tenham o mesmo som final (ex. balão, pavão, botão etc. )

- Este jogo poderá ser individual ou em grupo.

- O professor dará um tempo para as crianças terminarem a tarefa minutos.

- No final a criança ou grupo, irá ler as palavras que conseguiram escrever.

JOGO A PALAVRA É....

Material:

- Rótulos de produtos, fichas com palavras recortadas de jornais e revistas ou

palavras que fazem parte do conhecimento da criança. Colocar dentro de uma

sacola, envelope ou caixa.

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Apresentar jogos bem variados , em que as crianças possam escolher livremente

junto com o seu grupo, de acordo com o nível em que se encontra: pré-silábico,

silábico ou alfabético.

material

Canetas hidrocôr, lápis de cor, papeis variados, cartolina, papel cartão, figuras de

revistas ou desenhos dos alunos. No verso, os cartões deverão ser da mesma cor,

para que os alunos não possam identifica-los.

como jogar

Os cartões serão colocados virados para baixo, quem começa o jogo vira dois

cartões, se forem iguais, ele guarda os cartões para si e joga outra vez, se os cartões

forem diferentes, coloca-os novamente virados para baixo no local onde estavam.

Vencerá o jogo quem ficar com o maior número de cartões.

JOGOS ORTOGRÁFICOS

objetivos

Desenvolver o nível cognitivo, afetivo e motor através de atividades lúdicas

desafiadoras, em que a criança construa conceitos e relações através da ação e

execução dos jogos.

Jogo de palavras e frases

Material:

- Caixa ou sacola com tipos variados de palavras em fichinhas

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SUGESTÕES DE TIPOS DE DITADOS

O professor deverá usar meios mais atrativos em vez de cópias monótonas das

palavras que as crianças têm mais dificuldades em escrever. Para isso, deverá

utilizar-se dos seguintes meios:

1- Jogos -colocar as palavras que precisam ser treinadas em caça –palavras, palavras

cruzadas, bingos.

2- Dicionário- pedir que procurem no dicionário as palavras a serem treinadas.

3- Texto lacuna- o professor apresenta atividades com lacunas para os alunos

completarem.

4- Ditado cruzado- o professor elabora palavras cruzadas que necessitam ser treinadas.

5- Ditado visual- o professor mostrar fichas com desenhos ou gravuras de revistas com

nomes escritos atrás. As crianças escrevem o que foi mostrado, depois , o professor

vira a ficha, mostrando a palavra escrita.

6- Ditado ilustrado- o professor escolher palavras contextualizadas em sala de aula,

dita as palavras para as crianças, elas escrevem em seguida as crianças farão a

ilustração. Depois o professor escrever a palavra ditada no quadro de giz para que a

criança possa fazer “correção’’.

7- Auto-ditado – a criança mesma escreve as palavras e depois corrige em dupla com o colega.

A MEMÓRIA NA ALFABETIZACÃO (Jogos da memória com: rótulos; palavras e letra inicial; palavra número e letra; palavras com desenhos; singular e plural; masculino e feminino; aumentativo e diminutivo etc.).

objetivos: desenvolver a leitura e a escrita entre desenho, palavras, sílabas e letras,

desenvolvimento da memorização e observação.

como confeccionar o jogo

inicialmente escolhe um vocabulário que faça parte do dia-a-dia da criança, depois

poderá amplia-lo a um universo maior de palavras.

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3.2.2.1 – DESCRIÇÃO DOS JOGOS UTILIZADOS (o material utilizado, como jogar, sugestões de atividades para utilização dos jogos, como confeccionar alguns dos jogos.)

JOGO DOS NOMES DOS ALUNOS

Objetivos: Desenvolver o raciocínio, observação, integração, fixação do nome do colega, desenvolvimento do vocabulário. Material: - cada criança confecciona o seu próprio material com fichinhas com letras do seu nome. - As letras poderão ser recortadas de jornais e revistas ou escritas com pincel atômico.

como jogar: - Grupos de 2 ou 4 alunos. - uma criança mostra uma fichinha com uma letra. - Se o colega tiver uma letra igual, ficará com as fichas do parceiro. Se não for igual, o outro colega ficará com ela. - Ganhará o jogo quem tiver mais fichas no fim. Atividades que poderão ser utilizadas com o material do jogo. Cada criança monta o seu nome e relaciona quantas letras são iguais ás do nome do seu colega. Observar número de letras do seu nome e do seu colega(quem tiver mais letras ou menos letras ). Formar outros nomes ou palavras com as letras do seu nome e ler para os colegas. (nessa atividade a criança constrói a escritas do seu nome e do seu colega.)

MANEIRAS DIVERTIDAS DE TREINAR DITADOS

Objetivo: Fixar conhecimento, descobrir dificuldades não dominadas pela criança; Medir o automatismo das palavras não dominada pela criança em diferentes contextos de sala de aula.

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pode-se citar: questões emocionais, sociais, climáticas, financeiras e de estrutura física do

ambiente escolar.

3.2.2 - TIPOS DE JOGOS

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Passo 2 – Elaborar gráfico psicogenético que pode ser de barras, pizza. Etc com o

resultado global da turma, vide exemplo abaixo:

0102030405060708090

OS 1 OS 2 SILAB PRE SIL ALF

T AT BTC

Estes relatórios servirão para reunião pedagógica na qual o professor e coordenador

pedagógico direcionarão ou redirecionarão os trabalhos, de acordo com a necessidade das

crianças “analisadas”. Apesar da divisão em dois passos não há uma hierarquia na

construção desses relatórios, a instituição poderá elaborar o passo 2 e depois o passo 1 ou

como apresentado acima, a ordem de elaboração não interfere no processo de analise ou

tomada de decisões.

3.2 - FASE 2 - APLICAÇÃO DOS JOGOS

Para cada tema gerador ou projeto, sugere-se a aplicação de atividades que

envolvam jogos educativos. Ressalta-se que também deve-se fazer uso de atividades lúdicas

que serão observadas pelo professor. Os jogos a serem utilizados deverão favorecer além

do processo puro e simples de alfabetização o desenvolvimento de cognitivo, afetivo e

motor.

3.2.1 – A ESCOLHA DO JOGO

A escolha do jogo ou da atividade lúdica é feita em função da visão do professor.

Será utilizado aquele que segundo sua crença e valores atende as necessidades das crianças,

que foi identificada na etapa 3 item: o que deixou de fazer, além de atender a política da

instituição ou tema gerador. Outros fatores influenciam a escolha dos jogos, entre eles

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Etapa 4 – ANALISE DA EVOLUÇÃO DA PSICOGÊNESE DA LÍNGUA

ESCRITA Passo 1 - Elaborar um quadro psicogenético dos alunos conforme modelo a seguir:

ALUNO PS 1 PS 2 SIL. SIL/ALF. ALF. LEGENDA:

Ps1- Pré-silábico 1 PS2- Pré-silábico 2 SIL- Silábico SIL/ALF.- Silábico alfabético ALF.- Alfabético

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(mínimo de três letras) e quantitativa (variedade)

som juntos), questionar o realismo nominal

Silábico Dar valor sonoro a cada uma das letras que compõem uma escrita – cada letra vale uma sílaba

A escrita representa partes sonoras da fala ; atenção centrada no recorte silábico.

Entender que há o fonema dentro da sílaba; Compatibilizar a idéia de quantidade mínima e de variedade de caracteres; Distinguir letras, sílabas e frases

Silábico Alfabético Abandona a hipótese silábica e descobre a necessidade de fazer análise que vá ‘’além’’ da sílaba pelo conflito entre a hipótese silábica e a quantidade mínima de grafia.

Compreende que a escrita representa o som da fala; Descobre que o esquema de uma letra para cada sílaba não funciona, e acrescenta letras á escrita; Algumas letras ainda podem passar por sílabas enquanto outras representam fonemas.

Diferenciar escrita, leitura e fala; Como separar palavras ao escrever , se elas não são separadas na fala (segmentação).

Alfabético Compreender que cada um dos caracteres da escrita corresponde a valores sonoros menores que a sílaba e realiza sistematicamente uma análise sonora dos fonemas.

Já entendeu a natureza intrínseca do sistema alfabético; Conhece o valor sonoro de todas as letras; Compreende que a escrita tem uma função social: a comunicação.

Entender que falamos de um jeito e escrevemos de outro; Casos irregulares da relação letra som na língua portuguesa; Lidar com todos os traços ortográficos da linguagem, marcas da pontuação, espaços em branco, representação poligráficas de fonemas, letras mauísculas e minúsculas.

Vale ressaltar que o quadro servirá para especificar as características dos níveis de

escrita e algumas sugestões de atividades que poderão ser elaboradas a partir desse quadro

psicogenético, não significa que será utilizado para separar as crianças por níveis de escrita,

pois o processo de interação entre as crianças dos diferentes níveis proporcionrá a

construção e a evolução das escritas. Permitirá ainda que o professor medie este processo

por conhecer a psicogênese permitindo que a criança não permaneça estático a espera do

aparecimento do próximo nível.

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CAPÍTULO 3 – PROCEDIMENTOS PROPOSTOS (O modelo) Este capítulo apresenta os procedimentos propostos para a utilização dos jogos

educativos com fins pedagógicos na alfabetização – sob uma abordagem

sóciointeracionista. Tem como objetivo evidenciar como os jogos educativos podem

favorecer na leitura e escrita das crianças em processo de alfabetização relatando, ainda,

suas causas e efeitos.

Os procedimentos propostos estão sub-divididos em 08 (oito) fases, apresentadas na

figura O1 a seguir e analiticamente detalhadas a partir do item 3.1.

Figura 01 – Procedimentos Propostos

FASE 1 - ANALISE DA PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA

FASE 2 - APLICAÇÃO DOS JOGOS

FASE 3 - ANALISE DA EVOLUÇÃO DA PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA

FASE 4 – APLICAÇÃO DOS JOGOS (REDIRECIONADOS)

FASE 8 - CONCLUSÃO

FASE 5 – ANALISE DA EVOLUÇÃO DA PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA

FASE 6 - APLICAÇÃO DOS JOGOS (REDIRECIONADOS)

FASE 7 - ANALISE DA EVOLUÇÃO DA PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA

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Considerando que a criança, no brincar, constrói um espaço de experimentação, de

transição entre o mundo interno e externo, os brinquedos são ferramentas que contribuem

para essa construção.

É com os brinquedos que elas começam a desenvolver sua criatividade e sua

habilidade para mudar o futuro. Quando na escola as crianças têm oportunidades de brincar,

individualmente ou em grupo e dispõem de brinquedos não apenas com fins pedagógicos,

vivem uma experiência que enriquecem sua sociabilidade e sua capacidade de se tornarem

seres humanos criativos.

Os brinquedos fazem com que as crianças compreendam que o mundo está cheio de

possibilidades e que eles- os brinquedos- simbolizam as oportunidades de expansão da

criatividade do homem.

Segundo o Dr. Brian Sutton-Smith, autoridade em desenvolvimento infantil do

Departamento de Educação da Universidade da Pensilvânia, os brinquedos são tão

importantes no brincar como os livros no estudar, dão oportunidades á criança de dominar

e, em seguida, controlar alguns aspectos de seu meio ambiente e mesmo criar outros

mundos imaginários . Os brinquedos e os jogos trazem experiência inovadoras á vida da

criança e ensinam que aprender e resolver problemas pode ser divertido.

A escola ao valorizar o ato de brincar sem restringir-se exclusivamente ao ato

pedagógico que intrinsecamente pode estar a ele ligado, ajuda as crianças a formarem um

bom conceito de mundo, um mundo onde a afetividade é acolhida, a sociabilidade

vivenciada , a criatividade estimulada e os direitos das crianças respeitados.

A partir da reflexão sobre o brincar, sua implicação no ato de aprender, os recortes

que se estabelecem na função social da escola e no papel do educador, estabelece um novo

paradigma , uma nova cosmovisão que , por ser nova, é captada por poucos, que por serem

criativos, são também mais corajosos e capazes de incentivar a busca por novos caminhos

que possam levar á transformação.

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Os jogos de ficção consistem em atividades cuja interpretação é mais ampla, mas

também mais próxima a certas definições mais diferenciadas: o jogo de bonecas, cavalo de

pau, etc.

Os jogos de aquisição se relacionam com a capacidade de olhar, escutar e realizar

esforços para perceber e compreender relatos, canções, seres, coisas, imagens, etc. Os jogos

de fabricação se resumem em agrupar objetos, construí-los, modificá-los, transformá-los e

criar outros novos’’.

No jogo da criança existe uma inquietude de culpabilidade que se combina com a

agressividade. A fonte comum dessas duas variáveis é o desejo da criança em se colocar

no lugar do adulto.

O jogo, frente ás tendências e os hábitos utilitários, supõe um poder de adormecer ,

de colocar em estado de resolução funcional que não é igual para todos ou em todos os

instantes. Se o processo sociointeracinista permeia o processo de desenvolvimento infantil,

não há como desconsiderar a função social da escola e suas relações com os aspectos

afetivos, cognitivos e sociais da crianças.

Nessa perspectiva , o papel preponderante da escola não pode restringir-se tão

somente ao de propulsor da cognição. É preciso ampliar a visão do educador , situando-se

em relação á sociabilização da criança frente ao grupo de colegas, frente aos adultos que

compõem o suposto cenário para a aprendizagem .

Mas que papel desempenha, então o educador? Quais as funções que devem

desencadear sua ação educativa? Como favorecer o desenvolvimento infantil, respeitando

suas diferenças históricas, sociais, culturais e políticas? Em que medida o brincar favorece

o equilíbrio dessas questões?

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Para Wallon, o jogo se confunde com toda atividade global da criança, ainda que o

jogo seja espontâneo e não receba seus objetivos das disciplinas educativas. Este autor se

aproxima de Vygotski quando analisa o psiquismo infantil como resultado de processos

sociais. Na origem da conduta infantil o social está presente no processo interativo da

criança com o adulto que desencadeia a emoção responsável pelo aparecimento do ato de

exploração do mundo.

2.2.5 - Henri Wallon ( 1879-1962)

Médico francês, desenvolveu vários estudos na área da neurologia, enfatizando a

plasticidade do cérebro. Wallon propôs o estudo integrado do desenvolvimento infantil,

contemplando os aspectos da afetividade, motricidade e da inteligência. Para ele, o

desenvolvimento da inteligência depende das experiências oferecidas pelo meio e do grau

de apropriação que o sujeito faz delas.

Wallon assinala que o desenvolvimento se dá de forma descontínua, sendo

marcadas por rupturas e retrocessos . A cada estágio de desenvolvimento infantil há uma

reformulação e não simplesmente uma adição ou reorganização dos estágios anteriores,

ocorrendo também um tipo particular de interação entre o sujeito e o ambiente .

Para Wallon, o jogo é expansão e, nesse sentido, se opõe á atividade séria que é o

trabalho. É de opinião que a ludicidade traz uma contribuição importante para o

desenvolvimento da criança. Para ele, a compreensão infantil é tão somente uma simulação

que vai do outro a si mesmo, e de si mesmo ao outro.

Segundo este autor, os jogos das crianças estão divididos em: puramente funcionais;

de ficção; de aquisição; de fabricação. Os jogos ‘’puramente funcionais relacionam-se a

uma atividade que busca efeitos: mover os dedos, tocar objetos, produzir sons, dobrar os

braços ou as pernas .Constituem-se em jogos elementares.

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Segundo Oliveira (1997,p.67), ‘’ ...a promoção de atividades que favoreçam o

desenvolvimento da criança em brincadeiras, principalmente aquelas que promovam a

criação de situações imaginárias, tem nítida funções pedagógicas. A escola e,

particularmente , a pré-escola poderiam se utilizar deliberadamente desse tipo de situação

para atuar no processo de desenvolvimento das crianças’’.

Dessa forma, o brinquedo desempenha um importante papel. Ao prover uma

situação imaginária por meio da atividade livre, a criança desenvolve a iniciativa, expressa

seus desejos e internaliza regras sociais.

Vygotsky, pontua, que no ‘’ brinquedo’’, a criança opera com significados

desligados dos objetos e ações aos quais estão habituadas vinculados; entretanto, uma

contradição muito interessante, uma vez que, no brinquedo, ela inclui, também, ações reais

e objetos reais. Isto caracteriza a natureza de transição da atividade do brinquedo : é um

estágio entre a restrição puramente situacionais da primeira infância e o pensamento adulto,

que pode ser totalmente desvinculado de situações reais.

Destaca-se nas postulações de Vygotsky, a importância da atuação dos outros

membros do grupo social na mediação entre cultura e o indivíduo e na promoção dos

processos interpsicológicos que serão posteriormente internalizados.

Os estudiosos de Vygotsky focalizam a questão da atividade social, especialmente

na interação entre crianças e profissionais de creches. As brincadeiras são aprendidas pelas

crianças no contexto social, tendo como suporte orientador profissionais ou crianças mais

velhas.

Os jogos colaboram para a emergência do papel comunicativo da linguagem, a

aprendizagem das convenções sociais e a aquisição de habilidades sociais.

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proximal. A zona do desenvolvimento proximal refere-se ao caminho que o indivíduo vai

percorrer para desenvolver funções que estão em processo de amadurecimento e que se

tornarão funções a ser consideradas, estabelecidas no seu nível de desenvolvimento real. A

zona de desenvolvimento proximal é, pois, um domínio psicológico em constante

transformação: aquilo que uma criança é capaz de fazer com ajuda de alguém hoje, ela

conseguirá fazer sozinha amanhã.

Vygotsky (1997, p.60), define a zona do desenvolvimento proximal como ’’a

distancia entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da

solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado

através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com

companheiros mais capazes’’.

Dessa forma, o brinquedo desempenha um importante papel. Ao prover uma

situação imaginária por meio da atividade livre, a criança desenvolve a iniciativa livre,

expressa seus desejos e internaliza regras sociais.

De acordo com Oliveira (1997,p.66), ‘’Numa situação imaginária como a

brincadeira de ‘’faz-de-conta’’, ao contrário, a criança é levada a agir num mundo

imaginário (‘’o ônibus’’ que ela está dirigindo na brincadeira, por exemplo), onde a

situação definida é pelo significado estabelecido pela brincadeira (o ônibus, o motorista,

os passageiros, etc.) e não pelos elementos reais concretamente presentes( as cadeiras da

sala onde ela está brincando de ônibus, as bonecas, etc. )’’.

Além de situação imaginária o brinquedo é também uma atividade regida por

regras, mesmo no universo do faz-de-conta ,há regras que devem ser seguidas, ao brincar a

criança opera com significados desligados dos objetos e ações aos quais estão

habitualmente vinculadas; uma vez, no brinquedo, ela inclui, também ações reais e objetos

reais. Isto caracteriza a natureza de transição da atividade do brinquedo: é um estágio entre

as restrições puramente situacionais da primeira infância e o pensamento adulto, que pode

ser totalmente desvinculado de situações reais.

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Segundo Palangana (1988, p.140),’’ Em Piaget, a ação é principalmente da criança

e tem por objetivo promover seu próprio desenvolvimento. Já para Vygotsky, a atividade

deve ser entendida como trabalho organizado e desenvolvido coletivamente em um

momento histórico e socialmente determinado. É por meio da atividade prática, do

trabalho, que os homens interagem uns com os outros, criando e transformando a natureza e

a si próprios’’.

Piaget assegura que o desenvolvimento do jogo progride de processos puramente

individuais e simbólicos idiossincrático privados que derivam da estrutura mental da

criança e que só por ele pode ser explicado. Quando essas estruturas se desenvolvem pelo

brincar/jogar, são consideradas como esboço de ordem, semelhantes aos ritmos orgânicos.

Outra grande influência nas pesquisas psicológica sobre criança vem do psicólogo russo

Lev Semynovytch Vygotsky , ao qual citaremos a seguir.

2.2.4 - Lev S. Vygotsky ( 1896-1934)

Estudioso, na área de história, literatura, filosofia e psicologia, teve intensa

produção teórica, apesar de ter morrido ainda muito jovem. Para esse autor , o

funcionamento psicológico estrutura-se á partir das relações sociais estabelecidas entre o

indivíduo e o mundo exterior. Tais relações ocorrem dentro de um contexto histórico e

social, no qual a cultura desempenha um papel fundamental, fornecendo ao indivíduo os

sistemas simbólicos de representação da realidade.

A teoria de Vygotsky é mais complexa que a teoria piagetiana. Isso se deve á

natureza dos escritos de Vygotsky e ao tipo de influência que exerceu. Seus escritos não

são todos traduzidos e sistematizados como Piaget. Vygotsky morreu muito cedo e deixou

muitos estudos incompletos. Para Vygotsky, há dois elementos importantes na brincadeira

infantil: a situação imaginária e as regras. Em uma ponta encontra-se o jogo de papeis com

regras implícitas e, em, o jogo de regras com regras explícitas.

Vygotsky deixa claro que, nos primeiros anos de vida, a brincadeira é a atividade

predominante e constitui fonte de desenvolvimento ao criar zonas de desenvolvimento

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41

constrói, progredindo no conhecimento físico do objeto. De outro lado constrói-se a si

mesmo, aperfeiçoando suas estruturas mentais. A inteligência vai-se aprimorando a partir

do momento que a criança estabelece contato com o mundo, experimentando ativamente.

Por exemplo: ao pegar um objeto, o bebê tem oportunidade de explorar e observar

suas propriedades ( textura, cor, tamanho, espessura, etc.) e aos poucos vai estabelecendo

relações entre o objeto, tal experiência e de fundamental importância para o

desenvolvimento infantil.

Piaget observa ao longo do período infantil três sucessivos sistemas de jogo: O de

exercício (que aparece durante os primeiros 18 meses de vida); o simbólico (que surge

durante o segundo ano de vida, com o aparecimento da representação e da linguagem) e o

de regras (que marca a transição da atividade individual para a socializada).

Para Piaget, a regra pressupõe a interação de dois indivíduos e suas funções é

regular e integrar o grupo social. Ele distingue dois tipos de regras: as que vêm de fora e as

que são construídas espontaneamente . O contraste entre os tipos de ações governadas por

regras é explorado na obra O Julgamento Moral na Criança (1932).

No livro A formação do símbolo da criança (1964), Piaget focaliza os jogos

espontâneos com regras baseadas em concordância temporárias.Ele vê tais jogos

espontâneos como representando os resultados da socialização proveniente de jogos de

exercícios e simbólicos.

Ao analisar o desenvolvimento do raciocínio na criança, Piaget destaca a

importância da vida social para a conquista de coerência interna e objetividade. É no

decorrer das trocas sociais, com a prática da narração e discussão, que tal conquista se

efetiva, ou seja, ‘’ o principal fator que impulsiona a criança a tomar consciência de si

mesma e dos motivos que a guiaram é o contato e, sobretudo, a oposição do pensamento

dos outros ‘’. A necessidade de controle e de demonstração não nasce espontaneamente, no

seio da vida individual, é , pelo contrário, um produto da vida social.

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40

Sabemos que as teorias científicas são produzidas á partir de certas condições

(políticas, sociais, econômicas e culturais) que vão favorecer sua difusão. O importante é

não vê-las como verdades definitivas pois teorias que se pretendem ser cientificas devem

ser passíveis de questionamentos e sujeitas a transformações.

2.2.2 - A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA INFÂNCIA

Muitos autores tem-se pronunciado sobre a importância do brincar, o porquê qual a

relação direta com a ludicidade e a aprendizagem, afetividade e socialização. O enfoque

que faremos aqui será sobre o pensamento de autores que durante suas pesquisas e estudos

comprovaram a importância do brincar na infância. Esses autores contribuíram para que a

pedagogia alcançassem uma base realmente científica.

Dentre os estudiosos que mais têm influenciado a educação podemos destacar Jean

Piaget, Lev. S. Vygotsky e Henri Wallon bem como seus seguidores.

Daí a escolha pela linha sociointeracionista que vem responder a muitas das questões que

na prática e teoricamente muitos educadores ,pesquisadores e interessados pela educação

vêm formulado durante esses anos. Abordaremos na seqüência um breve apanhado do

pensamento dos autores acima citados .

2.2.3 Jean Piaget (1896-1980)

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39

Além disso, é necessário enfatizar que o professor não é o único informante dentro

da sala de aula : se é dada ás crianças a oportunidade de trocarem e confrontarem suas

hipóteses, esse pode ser um espaço coletivo rico em contribuições para a construção do

processo individual do aluno. Nesse sentido, a heterogeneidade da turma é fundamental.

Mesmo por que, dentro de perspectiva construtivista, por mais que tentemos

homogeneizar as turmas, as crianças, nesse processo individual de evolução rapidamente

desestabilizam essa pretensa homogeneidade.

2.2 - COMPORTAMENTO LÚDICO DA CRIANCA NA PERSPECTIVA SOCIOINTERACIONISTA

2.2.1 O DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Piaget,Vygotsky e Wallon tentaram mostrar através de suas pesquisas que a

capacidade de conhecer e aprender se constrói através da interação do sujeito com o meio.

As teorias sociointeracionistas comprovaram, portanto, o desenvolvimento infantil como

um processo dinâmico, pois as crianças não são passivas ou meras receptoras das

informações que estão á sua volta.

É através do contato com outras crianças e adultos, no contato com seu próprio

corpo e na relação dos objetos do seu ambiente que elas desenvolvem sua capacidade

afetiva, raciocínio, sensibilidade, pensamento, linguagem e a auto-estima. A articulação

entre os diferentes níveis de desenvolvimento(afetivo,cognitivo e motor) não se dá de

forma isolada, mas sim de forma simultânea e integrada.

De acordo com Vygotsky (1989, p.72), ‘’O desenvolvimento dos conceitos, ou dos

muitos significados das palavras, pressupõe o desenvolvimento de muitas funções

intelectuais: atenção, memória lógica, abstração, capacidade para comparar e diferenciar’’.

No entanto é bastante Ter claro que a compreensão de infância, criança e

desenvolvimento já passaram por bastante transformação. O avanço de determinadas áreas

do conhecimento como na medicina , biologia e psicologia etc, produziram importantes

modificações na forma de pensar e agir em relação á criança pequena.

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38

A partir daí, refletindo e reformulando, constantemente sua prática, o professor

poderá planejar intervenções que favoreçam a ação do aluno sobre a escrita.

Segundo Azenha (1994, p.90),

‘’É necessário, portanto, saber que existir um espaço de

elaboração do sujeito , mediando ensino e aprendizagem e

nem sempre há correspondência dos percursos de

ambos (ensino e aprendizagem).

Conhecer quais são esses processos de compreensão Infantil

dota o alfabetizador de um valioso instrumento para

identificar momentos propícios de intervenções

Nesses processos e da previsão de quais são os conteúdos

necessários para promover avanços no conhecimento’’.

O papel do professor é de fundamental importância , já que ele conhece a escrita

convencional, e, ao mesmo tempo conhece as etapas evolutivas do processo de construção

da escrita. Assim, identificando as possibilidades da criança, ele pode criar situações que

vão confrontar ou colocar em cheque as hipóteses de seus alunos. É interessante que

nesse processo a criança possa Ter contato com palavras e textos estáveis e significativos

para ela ( seu próprio nome e de pessoas ou objetos com os quais ela tenha ligação afetiva,

músicas que ela gosta, etc). Estes textos e palavras oferecem um campo de resistência ás

hipóteses criadas pelas crianças, uma vez que elas já os conhecem e sabem que não podem

ser escritos de outra forma.

Na opinião de Azenha ( 1994 p. ) ‘’....criar bons contextos de uso da escrita e da

leitura, geradoras de espaço para a descoberta dos usos sociais da língua que se escreve.

Dessa forma, seria possível colocar a criança em situações de aprendizagem onde ela possa

utilizar suas elaborações sobre a escrita, escrevendo e lendo, mesmo antes de dominar

todas as convenções e normas da língua escrita’’.

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Conforme Ferreiro (1991, pag.277),

“nenhum sujeito parte do zero ao ingressar na escola ...aos 6 anos , as

crianças “sabem” muitas coisas sobre a escrita e resolvem sozinhas

numerosos problemas para compreender as regras da representação da

escrita. Talvez não estejam resolvidos todos os problemas, como a escola o

espera, porém o caminho se iniciou. Claro que é um caminho que difere

fundamentalmente do processo suposto pela escola. E difere porque os

problemas e as formas de resolução são os frutos de um grande esforço

cognitivo”.

Além disso, a concepção construtivista de aprendizagem , que é o pressuposto

básico da teoria de Emília Ferreiro, tem implicações que levam sem dúvidas a profundas

modificações na prática pedagógica do professor.

É preciso Ter a clareza de que ‘’ o que o professor ensina é diferente daquilo que o

aluno aprende’’; cada criança vai assimilar as informações que circulam no seu meio e

aquelas trazidas pelos colegas e pelo professor de acordo com as concepções que ela tem

sobre a escrita naquele momento.

Baseando-se em seus próprios conceitos , a criança vai, inevitavelmente, apresentar

‘’erros’’ no processo de construção da língua escrita . É necessário que o professor

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36

Dessa forma o trabalho pré-escolar muitas vezes fica centrados nos exercícios de

“prontidão” para a alfabetização (ênfase nos aspectos psicomotores, acreditando-se que se

é treinando as mãos , os olhos e os ouvidos que a criança aprende a ler e escrever) é

preciso necessariamente ser repensada ; desde a sua concepção.

Segundo Ferreiro (1991, p. 276),

“Entre as propostas metodológicas e as concepções infantis há uma

distância que pode medir-se em termos do que a escola ensina e a

criança aprende. O que a escola pretende ensinar nem sempre coincide

com o que a criança consegue aprender”.

Um outro aspecto estreitamente ligado á questão da “prontidão” é a crença de que é

na escola que as crianças terão o primeiro contato com a língua escrita ; se é assim

devemos “preparamos para esse grande encontro”. Entretanto os estudos sociolinguística,

reforçados pela pesquisadora Emília Ferreiro , e mesmo uma observação bem acurada

mostra-nos que as crianças que vivem em um ambiente letrados, tem contato com a língua

escrita uns mais cedo outros mais tarde, em maior ou menor grau independente da

instituição escolar (são os cartazes de rua, letreiros, listas de compras, cartas, bilhetes, etc).

É um mundo de escrita que nos rodeia e que precisamos para nos comunicarmos á

distancia, para nos informarmos , para nos orientarmos, como auxilio a memória etc.

É importante que a escola desfaça esse conceito de escrita enquanto objeto escolar

e, sem descomprometer do papel que lhe foi socialmente conferido de ser o agente formal

na tarefa de alfabetizar , reconheça as outras fontes sociais da alfabetização, e traga esse

mundo da escrita para a sala de aula, utilizando-se enquanto objeto sociocultural que é.

Nesse sentido, ela precisa saber o que a criança já conhece sobre a língua escrita, quais as

funções que são atribuídas a esse meio de comunicação na realidade onde vive e busca

ampliar as possibilidades de sua utilização em situações funcionais.

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É importante que o professor não esqueça que o caminho da alfabetização é feito de

complicadas relações entre sons e letras, entre palavras isoladas e a construção de textos, e

que há uma união imperfeita entre a língua falada e a língua escrita.

Conforme Ferreiro (1997, p.29),

“As seqüências pedagógicas a respeito da língua escrita

procedem de uma maneira completamente oposta ; as letras, as

sílabas, as palavras ou frases se apresentam em uma certa

ordem, em doses pré-fabricadas, iguais para todos, para evitar ;

nega-se acesso á informações lingüisticas até que se tenham

cumprido os rituais da iniciação; não se permite á criança

“escutar língua escrita” (em seus diferentes registros) até que a

mesma não possa ler; a língua escrita se apresenta fora de

contexto o professor não lê para informar-se nem para

informar a outros, mas para “ensinar a lê”; não escreve para

comunicar ou para guardar informações, mas para ‘’ensinar a

escrever”.

Diante das considerações apresentadas, esperamos que o professor que trabalhe

com criança em processo de alfabetização veja o “erro” na aquisição da escrita não

como um sintoma de déficit da criança , mas como uma prova de que ela está construindo

suas hipóteses sobre o objeto do conhecimento. Considerar a criança incapaz e deficiente

quando ela ‘’erra ‘’poderá torná-la confusa, desestimulada e com uma relação

problemática e superficial quanto á sua produção escrita.

2.1.5 - ALGUMAS IMPLICACÕES PEDAGÓGICAS

Um dos aspectos dessa teoria, que principalmente afetar o trabalho pré-escolar, é a

visão da construção da escrita como um processo no qual estão envolvidos basicamente

aspectos cognitivos ; é pensando sobre o que a escrita representa e como ela se estrutura

que a criança constrói esse sistema.

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34

nas outras, ora separando uma única palavra em duas ou mais partes, como nos exemplos

(gente- a gente; pramim-para mim; de pois- depois)

Segundo Ferreiro (1997, pag.95),

“Aceitar as segmentações é aceitar algo difícil porque, como

sugere a pouca evidência disponível, a noção de palavra que as

crianças elaboram em nível oral não serve tal qual para a escrita.

As crianças têm que reelaborar sua noção de palavras em

virtude das restrições que a escrita impõe’’.

A escrita e a leitura devem ser compreendidas não como algo distanciado do

exercício da linguagem, mas sim como uma prática integrada ás experiências de vida das

crianças . Os erros apresentados pelas crianças correspondem ás hipóteses que elas fazem

do desafio que têm á frente delas quando escrevem seus textos. São erros construtivos

porque pressupõem que há uma criança pensando, formulando hipóteses acerca da escrita,

tentando encontrar soluções para suas dificuldades. Através do erro a criança sabe o que fez

e o que é preciso corrigir. Tudo isso é necessário porque o aluno precisa ser agente do

processo de aprendizagem, um sujeito ativo e não um constatador daquilo que o processo

educacional faz e manda fazer.

Embora todos os alfabetizados e pós-alfabetizados sejam capazes de entender e

falar a língua materna ,alguns alunos sofrem uma espécie de ‘’perseguição lingüistica’’ na

escola quando escrevem textos repletos de erros de concordância, de pontuação, de

ortografia e outros. Muitas vezes, o professor não ver nesta situação possíveis pistas para

transformar a sua prática pedagógica, porém assume a condição de dono da verdade,

corrigindo os cadernos com riscos vermelhos, atribuídos notas baixas e fazendo várias

observações nos textos dos alunos, chegando a reprovar aqueles que não conseguiram

superar todas as dificuldades.

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porque há crianças que trocam certas letras (v por f, t por d; p por b; m por n) na escrita mas

não têm dificuldades de discriminá-las na fala. O que ocorre na realidade, é uma semelhança

na produção dessas letras, o que possibilita encontramos exemplos como (voi-foi; tivã-

divã;anigo-amigo).

Há palavras cuja grafia apresenta dificuldades, já que a escolha da consoante para

representar determinado som reflete a origem da palavra. O uso de (g) ou (j) diante de (e)

ou (i); o uso de (s) com som de (z); o uso de (h) mudo; o uso de (x) com som de (z) ou de

(ch) ; o uso de (ç), do (ss) são alguns dos casos em que o som ou contexto não permitem

qual a consoante escrever. Erros desse tipo são mais difíceis de eliminar, dependem da

memorização e são classificados como erros ligados á origem da palavra. É relevante o

papel da leitura nesta situação.

A leitura e a prática da escrita da escrita ajudam a criança a memorizar a grafia das

palavras, mesmo que desconheça sua origem. Algumas explicações podem facilitar a

escrita de certas palavras. Por exemplo, quando a criança compreende que o sufixo (esa) é

formador de feminino (baronesa, leveza; pureza) ; que isso é uma terminação verbal do

substantivo (visse, risse) e que ice é formador de substantivos abstratos (meninice, velhice),

então ela utiliza essa compreensão para escrever corretamente.

Outro tipo de erro que Carraher (1986) apresenta é o erro da sílaba complexa. Como

no processo de alfabetização a ênfase é dada nas sílabas de estruturas simples consoante

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elaborado processo de reflexão e construção de hipóteses sobre a escrita por parte das

crianças.

Na opinião de Carraher (1986) a criança desenvolver um conceito de escrita

alfabética quando descobre se prestar atenção aos sons da palavra , poderá escrever essa

palavra através da representação de seus sons .Esta descoberta levará a criança cometer

certos ‘’erros’’, que serão mais freqüentes ou não ,dependendo da língua falada da criança

e da língua escrita..

Nesta perspectiva, Lemle (1994), Cagliari (1989) e Carraher (1986) têm dado

enormes contribuições para a elucidação dos mecanismos envolvidos no processo de

aprendizagem da escrita, analisando a posição do falante aprendiz na construção do

conhecimento sobre a escrita, discutindo alguns tipos de “erros” apresentados pelas

crianças , mostrando por que eles ocorrem e oferecendo aos professores das séries iniciais

uma tipologia dos erros ortográficos mais comuns da escrita infantil, com o objetivo de

lhes fornecer uma orientação segura para lidar com um assunto tão polêmico no ensino

da língua materna.

Para Lemle (1994), é de fundamental importância o diagnóstico dado pelo

professor diante das falhas de escrita cometidas por seus alunos, e também o

aproveitamento dessas falhas como evidência do patamar do saber já atingidos e do ainda

por atingir.

Segundo Carraher (1986) , no processo de aquisição da escrita a criança apresenta

os erros acima citados – erros por transição da fala; supercorreção; por ausência de

nasalização; por não considerar as regras contextuais; erros ligados á origem das palavras;

erros nas sílabas de estruturas complexas e erros de segmentação.

Nos ‘’erros’’ por transição de fala, encontramos aqueles que consistem em escrever

uma palavra de acordo com sua pronúncia. A língua falada e a língua escrita, conforme já

foi dito, não são idênticas. A escrita de uma palavra não sofre variações em qualquer

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Segundo Ferreiro e Teberosky (1991, p.278),

“É óbvio que, tratando de evitar tais erros, o professor evita que

a criança pense. No outro extremo, temos erros produtos do

método, resultado da aplicação cega de uma mecânica”.

A concepção de aprendizagem baseada na perspectiva piagetiana , que tem como

ponto de partida um sujeito sempre em interação com o objeto do conhecimento . Na

teoria de Piaget, o caminho em direção a esse conhecimento não é linear ; a criança não se

aproxima dele passo a passo, mas sim através de reestruturações , algumas das quais são

‘’errôneas’’, porém ‘’construtivas’’. Na psicologia piagetiana os erros são pré-requisitos

necessários para a obtenção da resposta correta.

Quanto a aceitação do “erro” nas escolas, compartilho a opinião expressa pelo

ilustre mestre Paulo Freire. Na época em que foi secretário de educação do Município de

São Paulo, ao ser criticado por Ter proibido que os professores corrigissem os ‘’erros’’

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29

escrita em termos de fonemas (escrita alfabética).A criança pode atingir essa

compreensão antes mesmo de conhecer todas as letras pode até formular pequenas

frases. Mesmo usando letras ‘’erradas’’ na escrita não viola o sentido da palavra.

Nível alfabético – a criança compreende que cada um dos caracteres da escrita

corresponde a valores sonoros menores que a sílaba e realiza sistematicamente

uma análise sonora dos fonemas nas palavras que vai escrever .

Só serão capazes de entender uma escrita alfabética, aquelas crianças que tiveram

adquiridos uma consciência de palavras enquanto seqüência de sons.

Uma forma simples de verificar as diferenças de pensamento entre crianças,

consiste em solicitar que elas escrevam, do jeito que elas pensam, uma série de

palavras, números e de sílabas distintas que ainda não tenham sido trabalhadas em

sala de aula.

Esta forma de avaliar, vai permitir que o professor aprenda ‘’a ler nos erros’’ da

criança e a evolução do seu processo de escrita.

2.1.4 - O ‘’ERRO’’ NA AQUISIÇÃO DA ESCRITA

Piaget mostrou a necessária passagem por “erros construtivos” em outros

domínios de conhecimento. A leitura e a escrita não pode ser exceção , os ‘’erros’’ mais

comum encontrados em crianças em processos de alfabetização nas produções textuais são;

erros por transição de fala, erros por ausência de nasalização, erros por trocas de letras, erro

na sílaba de estrutura complexa , erros de segmentação e por não considerar as regras

contextuais.

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A proposta que Ferreiro & Teberosky apresentam é aquela referente ao que a

criança quis representar e as estratégias utilizadas para fazer diferenciações e

representações . Estas constituem os aspectos construtivos da escrita , onde Ferreiro

constata a existência de cinco níveis sucessivos de escrita que serão apresentados na

seqüência.

Pré-silábico 1 – Reproduz os traços da escrita que identifica como forma básica da

escrita. Elabora critérios para diferenciar desenhos (icônico) e escrita (não-icônico);

faz correspondência global entre forma escrita e a expressão oral atribuída,

percebe que não é o tipo de linha que deferência desenho e escrita mais sua

organização.

Nível pré- silábico 2 – escrever e reproduz os traços típicos da escrita. A escrita é

alheia a qualquer tipo de correspondência entre grafia e som . A escrita não se

confunde com o desenho , a criança poderá utilizá-lo para garantir a sua

significação. Procura variar os caracteres empregados e conserva uma constância

em relação ao número de letras que utiliza presença do realismo nominal.

Geralmente, a criança usa as letras do seu nome ou de palavras conhecidas.

Nível silábico- Dar valor sonoro a cada uma das letras que compõem uma escrita,

cada letra vale uma sílaba da palavra. Os conflitos que costumam surgir com a

hipótese silábica, acabam por fazer com que a criança abandone esse nível.

Conflito entre a hipótese silábica e exigência de quantidade de letras, entre as

formas gráficas que o meio lhe propõe (palavras como pé, lá ,pá etc.) e a leitura

dessas formas da hipóteses silábica.

Nível silábico-alfabética – abandona a hipótese silábica e descobre a necessidade

de fazer uma análise que vá ‘’além’’ da sílaba pelo conflito entre a hipótese

silábica e a quantidade mínima de grafia. É um momento de transição , em que a

criança abandona a hipótese anterior ,ensaia em alguns segmentos a análise da

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2.1.3. NIVEIS DE ESCRITA

Emília Ferreiro & Ana Teberosky exploraram através de pesquisas e testes as

diferentes formas de produções de escrita das crianças .as explorações incluíam : a escrita

do próprio nome da criança, escrita de nomes de amigos ou membro da família , situações

de desenhar com situações de escrever, escritas de palavras ainda desconhecidas para a

criança incluindo ainda uma frase.

Ferreiro legitima a proposta pela razão de que a escrita espontânea , produzida

antes do ensino sistemático, traz os mais claros indicadores das explorações infantis para

compreender a natureza do processo.

Segundo Ferreiro (1991, p.22),

‘’Nossa atual visão do processo é radicalmente diferente: no lugar

de uma criança que espera passivamente o reforço externo de uma

resposta produzida pouco menos que o acaso, aparece uma criança que

procura ativamente compreender a natureza da linguagem que se fala á sua

volta, e que, tratando de compreendê-la , formula hipóteses, busca

regularidade , coloca a prova suas antecipações e cria sua própria

gramática (que não é simples cópia deformada do modelo adulto mas sim

cópia original). No lugar de uma criança que recebe pouco a pouco uma

linguagem inteiramente fabricada por outros, aparece uma criança que

reconstrói por si mesma a linguagem ,tomando seletivamente a

informação que lhe provê o meio’’.

Sabe-se que uma criança antes de entrar na escola rabisca utilizando papel e lápis.

Essas formas de escritas sempre foram vistas como garatujas sem importância. Mas se

partimos da teoria piagetiana , sabemos que as crianças fazem explorações ativas sobre os

objetos de conhecimento. Quando escrevem uma palavra ainda estão colocando em jogo

as concepções que fazem sobre a escrita, em busca de uma resposta.

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Segundo Ferreiro (2000, p.16),

“...aprender a lê-las –isto é, interpretá-las- é um longo aprendizado

que requer uma atitude teórica definida. Se pensarmos que a criança

aprende só quando é submetida a um ensino sistemático, e que a sua

ignorância está garantida até que receba tal tipo de ensino, nada

poderemos enxergar”.

As pesquisas mostram que a escrita infantil segue uma linha de evolução com

ritmos diferenciados. Através de diversos meios culturais, educacionais e de diversas

línguas. De acordo com Ferreiro (2000, p.19),’’ a apropriação do objeto conceitual, leitura e

escrita se processa em torno de três grandes períodos.

“- distinção entre o modo de representação icônico e o não-icônico;

- a construção de formas de diferenciação (controle progressivo das

variações sobre os eixos qualitativos e quantitativos);

- a fonetização da escrita (que se inicia com o período silábico e

culmina no período alfabético)”

O conteúdo que Ferreiro e Teberosky procuram demonstrar é aquele que a

criança utiliza estratégias para fazer diferenciação e representações . Estes constituem os

aspectos construtivos da escrita, que sofre uma evolução regular , já constatado como

semelhantes em crianças de diferentes ambientes culturais e situações de produção.

Do ponto de vista dos aspectos construtivista desta evolução, Ferreiro constata a

existência de cinco níveis de escrita , que serão apresentados na seqüência .

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25

Os estudos tiveram grande repercussão, rompendo o imobilismo lamuriento e

acusatório e deflagraram um esforço coletivo em busca de novos caminhos.

Desarticulando a investigação do ‘’ como ensinar’’ para ‘’como se aprende’’, Emília

Ferreiro e Ana Teberosky descobriram e descreveram a psicogênese da língua escrita e

abriram espaço para um novo tipo de pesquisa em pedagogia . Uma pedagogia onde o

compromisso e a compreensão do papel de cada um dos envolvidos no processo

educativo.

Atualmente Emilia Ferreiro é professora titular do Centro de Investigação e

Estudos Avançados do Instituto Politécnico Nacional da cidade do México e Ana

Teberosky mudou-se para Espanha onde dá aulas na Universidade de Barcelona .

2.1.2 CONCEPCÃO CONSTRUTIVISTA DA ALFABETIZACÃO

A alfabetização é a apropriação de um objeto conceitual . A criança aprende

basicamente através de suas próprias ações sobre os objetos do mundo e que constrói

suas próprias categorias de pensamento ao mesmo tempo que organiza seu mundo.

Sua construção é longa envolvendo um processo de aquisição que o sujeito vivência em

direção a silabação e a escrita.

Para Ferreiro (2000, p. 16),

“....quando uma criança escreve tal como acredita que poderia

escrever certo conjunto de palavras,está nos oferecendo um

valorosíssimo documento que necessita ser interpretado para poder

ser avaliado”.

A escrita não é um produto mas um objeto cultural resultante do esforço coletivo

da humanidade. A criança convive desde muito cedo com as numerosas formas de escritas

produzidas e interpretadas pelos adultos = vê letreiros, cartazes, revistas, jornais, gibis,

televisão, etc. Na presença desses sistemas simbólicos socialmente construído a criança

busca compreender sua natureza.

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24

CAPITULO 2 – REVISÃO BIBLIOGRAFICA

2.1 A PSICOGÊNESE DA LINGUA ESCRITA BREVE HISTÓRICO

A psicóloga argentina Ana Tebeberosky e a psicopedagoga Emilia Ferreiro,

estudaram o pensamento infantil na prática. Tentando captar como as crianças se viram

para vencer uma etapa fundamental da existência – aquela onde as crianças aprendem a ler

e escrever -, elas foram observá-los em sala de aula .Após centenas de pesquisas e testes,

em 1979 publicaram suas primeiras conclusões em um livro de título Psicogênese da

Língua escrita; este livro trata do processo e das formas pelas quais as crianças chegam a

ler e escrever, mostrando os caminhos que elas percorrem para compreender as

características e a função da escrita , desde que essa esta se constitui objeto de sua atenção.

As autoras pertencem á escola do grande epitemólogo e psicólogo Jean Piaget.

Num campo que o próprio Piaget não havia estudado, elas introduziram o essencial de sua

teoria e de seu método científico. A concepção piagetiana baseia-se na atividade do sujeito

em interação com o objeto do conhecimento, aparecendo também como o ponto de partida

necessária para qualquer estudo da criança confrontado com o objeto cultural que constitui

a escrita. As autoras comprovaram que as crianças têm idéias, teorias e levantam hipóteses

que continuamente colocam á prova frente á realidade, e que confrontam com as idéias do

outro.

Este método permitir destinguir as idéias básicas sustentadas por uma grande

quantidade de crianças , das reações imediatas da crianças interrogada que pensa ser

necessário dizer ao fazer algo, simplesmente para responder. Mais esse método ainda

permite ao educador que sabe usá-lo com tanta habilidade quanto as autores, ver a maneira

como se modificam as noções da criança até chegar a adquirir, reconstituído-se um conceito

que a humanidade custou tanto a elaborar.

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23

fato também relevante nas turmas pesquisadas é que a escola trabalha com processo de

inclusão e neste caso não é possível generalizar.

1.6 - ESTRUTURA DA PESQUISA

A pesquisa está dividida em 05 capítulos a saber:

Capítulo 1 – Introdução onde apresenta-se as considerações gerais, o objetivo geral e

específico, justificativa, caracterização da situação problema, metodologia da pesquisa

e limites.

Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica, contendo tópicos sobre a Psicogênese da língua

escrita das autoras: Emilia Ferreiro e Ana Teberosky e o Sociointeraciomismo, este

tópico está subdividido por autores, contemplando: Piaget, Vygotsky, Wallon;

Capítulo 3 – Procedimentos Propostos para Aplicação dos Jogos na Alfabetização;

Capítulo 4 – Aplicação dos Procedimentos Propostos (modelo);

Capítulo 5 – Conclusões e Recomendações

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22

1.4 - METODOLOGIA DA PESQUISA

Tal como acontece em qualquer outro campo científico, esta teoria terá de se

desenvolver pelo intercâmbio de procedimento empíricos, intuitivos e dedutivos.

Se a abordagem indutiva deixa muito a desejar quanto ao rigor lógico e a inteireza,

o enfoque dedutivo enfrenta a dificuldade de saber se os termos fundamentais foram

corretamente escolhidos. Isso não é um defeito particular da teoria ou dos cientistas que se

ocupam desta questão, mas um fenômeno bastante comum na história da ciência.

A questão do método é crucial para toda pesquisa, sem um método seguro,

verificável, repetitivo, não é possível ter-se um trabalho classificado como científico.

Dessa forma nessa pesquisa será adotado o método dedutivo pela vantagem de

permanecer em contato com a realidade.

A pesquisa foi desenvolvida através da revisão bibliográfica, que serviram de base

para a elaboração de um modelo proposto para a utilização dos jogos educativos com fins

pedagógicos na alfabetização.

Para validar sua aplicabilidade foi realizados jogos educativos e atividades lúdicas

junto as crianças de uma escola pública da cidade de Florianópolis. Tornou-se como

referência para a validação do modelo os resultados obtidos com as crianças, durante a

aplicação dos jogos, que favoreceram o processo de alfabetização e desenvolveram nas

crianças sua linguagem, capacitação,exploração,construção da personalidade,raciocínio,

auto-estima, pensamento lógico, etc.

1.5 - LIMITAÇÕES DA PESQUISA

A limitação da pesquisa está intimamente ligada ao número de aplicações dos jogos

para a alfabetização. A pesquisa está sendo aplicada em uma única escola e em duas

turmas, não sendo possível generalizar, muito embora ressalta-se que o comportamento a

ser identificado e os resultados obtidos podem ser comparados com outras instituições. Um

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É necessário que o professor esteja consciente do papel que está exercendo, e que

abra perspectivas que permita mudanças e inovações em sua sala de aula e trate todos os

alunos com igualdade de condições, respeitando-se sua singularidade.

1.3 - CARACTERIZACAO DA SITUACAO PROBLEMA

Os valores, as crenças, a interdiciplinariedade entre as ciências e a própria visão

sistêmica, revela que devemos estar preparados para todo momento assumir novos

posicionamentos, pois só assim garantiremos a continuidade da espécie e o seu poder a um

mundo cada vez mais exigente.

Quando se formula algumas questões referentes à educação, sabe-se que com base

na teoria e nos modelos que na prática se vêm aplicando, e que se encontram na literatura,

pode-se responder algumas indagações que em última instância revelam problemas na

questão do ensino – processo de alfabetização, entre elas, pode-se destacar:

1 - É possível alfabetizar através dos jogos pedagógicos?

2 - Os jogos podem ser recursos úteis para uma aprendizagem diferenciada e

significativa?

3 - A escola está disposta a se rever, a se atualizar e, assim , a cumprir o que se

espera dela?

4 - É possível imprimir um alto grau de liberdade na aprendizagem?

Vale salientar que outros questionamentos não menos importantes, serão levantados e

que o próprio desenvolvimento do trabalho deverá esclarecê-los, enquanto outros serão

auto-explicativos.

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1.1 - OBJETIVO GERAL

Evidenciar como os jogos educativos podem favorecer na leitura e escrita das

crianças em processo de alfabetização relatando suas causas e efeitos.

1.1.1 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Aplicar junto as crianças jogos educativos visando a alfabetização;

• Refletir junto aos educadores os aspectos que interferem no processo de leitura e

escrita das crianças;

• Desenvolver estratégias de atuação que favoreçam no processo de ensino-

aprendizagem dos alunos.

1.2 - JUSTIFICATIVA

A crescente necessidade da valorização e respeito ao processo de leitura e escrita

que esta sendo construído com as crianças com a mediação do educador, o professor

deve ter um papel ativo no processo de aquisição de conhecimento de seus alunos,

lembrando que a criança é um ser que interage e faz parte do contexto histórico e social,

e que precisa ser respeitada na sua integridade física, moral, intelectual e social, acredita-se

ser o professor o agente transformador que proporcionará a integridade destes indivíduos a

sociedade, isto por si só já justifica a necessidade de se pensar na utilização dos jogos na

alfabetização.

No momento que a escola abre as portas para receber seus alunos, é importante

que ofereça condições propícias para o desenvolvimento de um trabalho pedagógico.

Sabemos quão difícil e comprometida se apresenta a estrutura política e social das

escolas, o que consequentemente acarreta uma defasagem em todos os níveis do ensino.

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medida, uma situação de aprendizagem contém alguma coisa desconhecida, nova

problemática para a criança, que esta sente necessidade de compreender.

Sendo assim, a educação precisa enfatizar os processos superiores mentais de modo

a instrumentalizá-los para a solução de problemas valorizando o ‘’aprender a aprender’’ e

o que fazer com o que foi aprendido, em vez da preocupação pura e simples com a

informação. Vivemos numa sociedade em mudanças constantes em que o indivíduo deve

encontrar formas de comportamentos adaptativos.

Para permitir que a evolução da leitura e escrita se processe de forma coerente e

com o ponto de vista do sujeito que aprende, a escola deverá propiciar o convívio da

criança com um farto e variado material que envolva leitura e escrita.

Deve permitir que a criança produza escrita espontânea, do jeito que ela pensa que

deve ser escrito, com ausência de censura quanto ao ‘certo’ ou ‘errado’, ao invés de se

ater, apenas nas cópias daquilo que o professor escrever ou a repetição silábica e fonética

das palavras.

A escola precisa valorizar a formação de indivíduos criativos , que tenham

condições de encontrar meios de enfrentar e solucionar problemas. Para tanto se faz

necessário, antes de tudo, que se conheça a atual realidade das escolas e dos profissionais

que atuam na educação para podemos pensar em mudar.

Esta pesquisa defende a idéia e aplica de forma prática, de que os jogos educativos

deverá ser valorizado e utilizado na prática educativa como um recurso para impulsionar o

processo de leitura e escrita da criança em processo de alfabetização, sob uma concepção

sociointeraciomista.

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Mas, se a intenção é contribuir para a formação de seres reflexivos, criativos,

críticos e participativos, que busquem uma renovação constante de si mesmos e da

sociedade, tem-se os alunos como centro da ação educativa. A reflexão, a criatividade, a

critica e a troca de experiência comporá a ação educativa, a concepção pedagógica eleita

será a que favorece a troca ampla e aberta de experiências através das várias linguagens do

ser humano.

Grillo (1988), afirma “...a interação que ocorre em sala de aula é mais que um

simples encontro professor-aluno em torno de uma tarefa de aprendizagem. É uma relação

pedagógica que se baseia em propostas educacionais, modelos culturais e sociais visando a

promoção do aluno, desenvolvendo sua capacidade de reflexão, compreensão e critica.

Segundo Paulo Freire (1982, p59), a educação é um “que fazer” humano, deve ser

libertador, pois só o homem é capaz de estar no mundo e com ele, captando-o e

compreendendo-o. Assim, ele não é um ser que se limita a responder estímulos, mas é

capaz de enfrentar desafios e resolver problemas.

Conforme SKINNER apud Frank Milhollan (1972, p.111) ,‘’......o que está faltando

nas salas de aulas, é reforço positivo. Estudantes não aprendem simplesmente quando

alguma coisa lhe é mostrada ou contada. Em suas vidas cotidianas, eles se comportam e

aprendem por causa das conseqüências de seus atos. As crianças lembram, porque foram

reforçadas para lembrar o que viram o ouviram.’’

É fundamental que os valores e o tempo de cada criança sejam respeitados, bem

como a forma peculiar de se expressar e captar o que está sendo transmitido.

Segundo Piaget apud P. G. Richmmond (1987, p131), ‘’ ....O objetivo do professor

é encorajar a criança a ampliar seu conhecimento a situações até então desconhecidas e ao

mesmo tempo, encorajá-lo a usar ações conhecidas em contextos desconhecidos. Nessa

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CAPITULO 1 - INTRODUÇÃO

A utilização de jogos educativos com fins pedagógicos tem sido fonte de discussão

entre vários autores, uns defendem a linha de pensamento de que estes jogos devem ser

utilizados apenas de forma lúdica, enquanto que outros autores defendem que estes devem

ser utilizados como forma lúdica mas, ao mesmo tempo de forma pedagógica.

Segundo Piaget (1970, p152),

“ o jogo é um caso típico das condutas negligenciada pela escola

tradicional dado o fato de parecerem destituídas de significado funcional.

Para pedagogia corrente é apenas um descaso ou desgaste de um excedente

de energia, mas esta visão simplista não explica nem a importância de que

as crianças atribui aos seus jogos e muito menos a forma constante que se

revestem os jogos infantis, simbolismo ou ficção por exemplo.”

A educação é parte integrante da vida do homem e da sociedade. Sendo assim

relaciona-se estreitamente com concepções culturais e sociais. A educação é um processo

dinâmico que tem como proposta contribuir para o desenvolvimento biopsicossocial do

indivíduo, levando-o a interagir com o meio e transformá-lo.

É portanto de fundamental saber optar qual a melhor concepção pedagógica que se

deve adotar em sala de aula. Não é possível discutir qual a melhor concepção pedagógica

que o educador deve seguir sem antes questionarmos: Que se vai formar, pessoas

meramente adestradas ou seres capazes de encontrar soluções criativas para os problemas

apresentados?

Se a intenção é ajudar a formar seres simplesmente repetidores da realidade, a forma

de atuar será contrária a utilização de processos de reflexão, criatividade, criticidade e

troca de experiências. Neste tipo de concepção o conhecimento se apresenta como algo

acabado, que não precisa ser revisto.

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AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por toda força que sempre ele mim deu;

Ao Professor Francisco Antônio Pereira Fialho, pela orientação, apoio e ensinamento, sem

as quais não seria possível a realização deste trabalho.

Ao meu esposo Joséilton Silveira da Rocha, pela co-orientação, apoio, dedicação, paciência

e estímulo;

Ao professores do Departamento de Produção e Sistemas, pelos esforços na tarefa de

ensinar;

Aos meus pais Adauto Jorge da Silva e Josefa Marques da Silva, dedicados pais

compreensivos, pelo apoio em todos os momentos;

As minhas irmãs Maria Goretti Silva, Ana Maria Silva e Vera Lúcia Silva de Menezes,

pela fé e confiança;

Aos amigos Simone e Paulo, pela sua pronta colaboração;

A unidade de ensino onde foi realizada a pesquisa que abriu as portas para mim;

Aos os funcionários da unidade de ensino que de forma direta ou indireta colaboraram na

realização dessa pesquisa;

A Catarina Luisa Gonzaga Ferreira pelo apoio irrestrito durante a aplicação da pesquisa;

A Sóstenes Sales Diniz pelo apoio e incentivo.

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4.3 - Fase 3 - Analise da Evolução da Psicogênese da Língua Escrita..........................................73 4.4 - Fase 4 – Aplicação dos Jogos (redirecionados) ....................................................................76 4.5 - Fase 5 - Analise da Evolução da Psicogênese da Língua Escrita..........................................76 4.6 - Fase 6 – Aplicação dos Jogos................................................................................................79 4.7 - Fase 7 – Analise da Evolução da Psicogênese da Língua Escrita.........................................80 4.8 - Fase 8 - Conclusão ...............................................................................................................83 CAPÍTULO 5 – CONCLUSÃO ...........................................................................................84 5.1 – Considerações Gerais ...........................................................................................................84 5.2 – Sugestões / Recomendações .................................................................................................86 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................................87

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SUMÁRIO

s CAPITULO 1 - INTRODUÇÃO..........................................................................................17 1.1 - Objetivo Geral .......................................................................................................................20 1.1.1 - Objetivos Específicos.........................................................................................................20 1.2 - Justificativa ...........................................................................................................................20 1.3 - Caracterização da Situação Problema ...................................................................................21 1.4 - Metodologia da Pesquisa.......................................................................................................22 1.5 - Limitações da Pesquisa .........................................................................................................22 1.6 - Estrutura da Pesquisa ............................................................................................................23 CAPÍTULO 2 – REVISÃO BIBLIOGRAFICA ............................................................24 2.1 A Psicogênese da Língua Escrita ............................................................................................24 2.1.2 Concepção Construtivista da Alfabetização ........................................................................25 2.1.3. Níveis de Escrita.................................................................................................................27 2.1.4 - O ‘’ERRO’’ na Aquisição da Escrita ................................................................................29 2.1.5 - Algumas Implicações Pedagógicas ....................................................................................35 2.2 - Comportamento Lúdico da Criança na Perspectiva Sociointeracionista ..............................39 2.2.1 O Desenvolvimento Infantil .................................................................................................39 2.2.2 - A Importância do Brincar na Infância..............................................................................40 2.2.3 Jean Piaget (1896-1980) .......................................................................................................40 2.2.4 - Lev s. Vygotsky ( 1896-1934)............................................................................................42 2.2.5 - Henri Wallon ( 1879-1962) ................................................................................................45 CAPÍTULO 3 – PROCEDIMENTOS PROPOSTOS (O MODELO) ........................48 3.1 - Fase 1 – Análise da Psicogênese da Língua Escrita..............................................................49 3.2 - Fase 2 - Aplicação dos Jogos ................................................................................................52 3.2.1 – A Escolha do Jogo .............................................................................................................52 3.2.2 - Tipos de Jogos....................................................................................................................53 3.2.2.1 – Descrição dos Jogos Utilizados ......................................................................................54 3.2.3 – Tempo de Utilização dos Jogos .........................................................................................65 3.3 Fase 3 - Análise da Evolução da Psicogênese da Língua Escrita............................................65 3.4 Fase 4 – Aplicação dos Jogos (redirecionados).......................................................................66 3.5 Fase 5 - Análise da Evolução da Psicogênese da Língua Escrita............................................66 3.6 Fase 6 – Aplicação dos Jogos ..................................................................................................66 3.7 Fase 7 – Análise da Evolução da Psicogênese da Língua Escrita ...........................................66 3.8 Fase 8 - Conclusão..................................................................................................................66 CAPÍTULO 4 – APLICAÇÃO .............................................................................................67 4.1 – Considerações Gerais ...........................................................................................................67 4.2 – Aplicação ..............................................................................................................................67 4.2.1 - Fase 1 - Análise da Psicogênese da Língua Escrita ...........................................................67 4.2.1.1 - Diagnóstico Prévio ..........................................................................................................68 4.2.2 - Fase 2 - Aplicação dos Jogos .............................................................................................71 4.2.2.1 – A Escolha do Jogo ..........................................................................................................71 4.2.2.3 – Tempo de Utilização dos Jogos ......................................................................................72

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LISTA DE QUADROS

Quadro Psicogenético da Língua escrita 40

Quadro Psicogenético da Língua escrita 63

Quadro Psicogenético da Língua escrita 001 64

Quadro Psicogenético da Língua escrita 002 69

Quadro Psicogenético da Língua escrita 003 72

Quadro Psicogenético da Língua escrita 004 75

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico Psicogenético 001 65

Gráfico Psicogenético 002 70

Gráfico Psicogenético 003 73

Gráfico Psicogenético 004 77

LISTA DE FIGURAS

Figura 001 – Procedimentos propostos 39

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ABSTRACT

This research has for objective, to evidence as the educative games can favor the education

process learning with children in literacy phase. Aiming at this objective some procedures

had been considered. These procedures contemplate 08 (eight) phases and stages that must

be fulfilled of hierarchic form. The research was carried through in a Public school in the

City of Florianópolis, with two groups of III the period, with a total of 33 (thirty and three)

children. The procedures had been applied of February the December of 2002, totalizing a

period of 09 (nine) months of application. For in such a way, it was used Psicogênese of the

written language to after measure the level of writing of the children before and the

application of the games. The theoretical support is based, mainly, in the conceptions of

Emília Blacksmith, Ana Teberosky, Vygotsky, Piaget and Wallon. On the other hand the

research also served for the reflection of the too much educators of the unit of education, as

for the aspects that intervene with the process of reading and writing of the children.

Words Key: Cognition, Psicogênese, literacy

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RESUMO ROCHA, Maria do Socorro Silva da. Utilização dos Jogos Educativos com Fins Pedagógicos na Alfabetização – Sob uma Abordagem Sociointeracionista.2003. 94 f. Dissertação de Mestrado. (Mestrado em Engenharia de Produção) UFSC Florianópolis – SC. Esta pesquisa tem por objetivo, evidenciar como os jogos educativos podem favorecer o

processo de ensino aprendizagem com crianças em fase de alfabetização. Visando este

objetivo alguns procedimentos foram propostos. Estes procedimentos contemplam 08 (oito)

fases e etapas que devem ser cumpridas de forma hierárquica. A pesquisa foi realizada

numa escola Pública no Município de Florianópolis, com duas turmas do III período, com

um total de 33 (trinta e três) crianças. Os procedimentos foram aplicados de fevereiro a

dezembro de 2002, totalizando um período de 09 (nove) meses de aplicação. Para tanto,

utilizou-se a Psicogênese da língua escrita para medir o nível de escrita das crianças antes e

após a aplicação dos jogos. O suporte teórico está baseado, principalmente, nas concepções

de Emília Ferreiro, Ana Teberosky, Vygotsky, Piaget e Wallon. Por outro lado a pesquisa

serviu também para a reflexão dos demais educadores da unidade de ensino, no que se

refere aos aspectos que interferem no processo de leitura e escrita das crianças.

palavras-chaves: Cognição, Psicogênese, Alfabetização.

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AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por toda força que sempre ele mim deu;

Ao Professor Francisco Antônio Pereira Fialho, pela orientação, apoio e ensinamento, sem

as quais não seria possível a realização deste trabalho.

Ao meu esposo Joséilton Silveira da Rocha, pela co-orientação, apoio, dedicação, paciência

e estímulo;

Ao professores do Departamento de Produção e Sistemas, pelos esforços na tarefa de

ensinar;

Aos meus pais Adauto Jorge da Silva e Josefa Marques da Silva, dedicados pais

compreensivos, pelo apoio em todos os momentos;

As minhas irmãs Maria Goretti Silva, Ana Maria Silva e Vera Lúcia Silva de Menezes,

pela fé e confiança;

Aos amigos Simone e Paulo, pela sua pronta colaboração;

A unidade de ensino onde foi realizada a pesquisa que abriu as portas para mim;

Aos os funcionários da unidade de ensino que de forma direta ou indireta colaboraram na

realização dessa pesquisa;

A Catarina Luisa Gonzaga Ferreira pelo apoio irrestrito durante a aplicação da pesquisa;

A Sóstenes Sales Diniz pelo apoio e incentivo.

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MARIA DO SOCORRO SILVA DA ROCHA

UTILIZAÇÃO DOS JOGOS EDUCATIVOS COM FINS PEDAGÓGICOS NA ALFABETIZAÇÃO – SOB UMA ABORDAGEM SOCIOINTERACIONISTA

Essa dissertação foi julgada e aprovada para a obtenção do título de mestre em engenharia de produção no programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção e Sistemas da

universidade Federal de Santa Catarina.

Florianópolis, Fevereiro de 2003

Prof. Edson Pacheco Paladini Coordenador do Curso

Banca Examinadora:

__________________________________ Prof. Francisco Antônio Pereira Fialho Dr.

Orientador

__________________________________ Prof. Elaine Ferreira Dr.

____________________________________________ Prof. Chistianne Coelho de Souza Reinisch Coelho Dr.

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UFSC - UNIVERSIDADADE FEDERAL DE SANTA CATARINA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUCAO E SISTEMAS

PPGEP-PROGRAMA DE PÓS-GRADUACAO EM ENGENHARIA DE PRODUCAO

TEMA

UTILIZAÇÃO DOS JOGOS EDUCATIVOS COM FINS PEDAGÓGICOS NA ALFABETIZAÇÃO – SOB UMA

ABORDAGEM SOCIOINTERACIONISTA

MARIA DO SOCORRO SILVA DA ROCHA orientanda

Dissertação apresentada ao programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito parcial a obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção.

FLORIANÓPOLIS-SC Fevereiro / 2003