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PROJETO DE PAVIMENTOS FLEXÍVEIS E RÍGIDOS Prof. Dario Cardoso de Lima - UFV CIV 411 - AEROPORTOS 1

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PROJETO DE

PAVIMENTOS FLEXÍVEIS E

RÍGIDOS

Prof. Dario Cardoso de

Lima - UFV

CIV 411 - AEROPORTOS

1

CONSIDERAÇÕES GERAIS

SOBRE O DIMENSIONAMENTO

DE PAVIMENTOS DE

AEROPORTOS

2

• Objetivo

– Dimensionar pavimentos para uma vida útil de

20 anos, com manutenção normal, ou seja,

não se considerando a manutenção pesada.

• Dados necessários

– Peso máximo de decolagem:

• o uso do peso máximo estrutural, por

exemplo, representa um fator conservativo,

uma vez que os aviões nem sempre

decolam com este peso; e

• considera-se que 95% do peso máximo de

decolagem esteja concentrado no trem de

pouso principal (apenas 5% na bequilha ou

trem de pouso de nariz ou secundário).

3

–Geometria dos trens de pouso de

todos os aviões que deverão operar

naquela pista:

• eixos simples, duplo, duplo tandem,

duplo-duplo tandem), por exemplo;

• considera-se que a pressão dos

pneus varia entre 75 e 200 psi.

– Previsão de volume de tráfego anual,

por tipo de avião;

4

– Parâmetros estruturais do subleito e

camadas do pavimento:

• Pavimentos flexíveis:

• CBR.

• Pavimentos rígidos:

• Ksubleito, Ksubleito-subbase (função

do material e da espessura da sub-

base); e

• tf (resistência do concreto à tração

na flexão).

5

• Metodologia Geral

– Dados das aeronaves:

• identificar, para cada uma, seu peso máximo

de decolagem e seu tipo de trem de pouso;

• relacionar as decolagens anuais previstas de

cada aeronave;

• obter, para cada tipo, a carga por roda,

resultado da divisão de 95% do peso máximo

de decolagem pelo número de rodas nos

trens de pouso principais;

6

• identificar a aeronave de projeto como sendo

aquela que leva à maior espessura de

pavimento, por exemplo, como segue:

7

• converter o número de decolagens

dos trens de pouso de todas as

aeronaves em termos de decolagens

do trem de pouso da aeronave de

projeto, através de uma tabela com

fatores de conversão:

–por exemplo, para converter

decolagens de aeronaves com trem

de pouso simples para decolagens

de aeronaves com trem de pouso

duplo, usa-se um fator de

multiplicação de 0,8.

8

• Com base no número de decolagens de

cada tipo de aeronave convertido para a

aeronave de projeto e a relação entre as

cargas por roda de cada aeronave e da

aeronave de projeto, determinar o número

equivalente anual de decolagens da

aeronave de projeto:

– O somatório das decolagens equivalentes de

cada aeronave em termos da aeronave de

projeto fornece um número total equivalente

de decolagens da aeronave de projeto.

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10

• O uso de ábaco

relacionando, para cada tipo

de trem de pouso e de

pavimento (rígido ou

flexível), a resistência do

solo (através do índice CBR -

California Bearing Ratio ou

do coeficiente de reação do

subleito), o peso (máximo de

decolagem) da aeronave de

projeto e o número total de

decolagens possibilita obter

a espessura total do

pavimento.

CBR

DIMENSIONAMENTO

11

Fontes:

1 Goldner, L.G. Apostila de Aeroportos. Florianópolis, Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal de Santa Catarina, 218 p, 2010.

2 Material da FAA, 2010/2011. Site da FAA. Consulta em: 08/2010

• Pavimentos flexíveis

• Pavimentos rígidos

Figura 1. Seção típica de um pavimento flexível.

Figura 2. Seção típica de um pavimento rígido.

Tipos de pavimentos

12

Características das aeronaves

• Tipos de trens de pouso

Figura 3. Tipos de trens de pouso. 13

Mecânica dos pavimentos

Figura 4. Carregamentos e tensões em pavimentos flexíveis e

rígidos e distribuição de carga em aviões. 14

Método da Federal Aviation Administration

(FAA) – AC/150/5320-6D – 7/7/1995

15

EXERCÍCIO

DETERMINAÇÃO DO NÚMERO

EQUIVALENTE ANUAL DE

DECOLAGENS DA AERONAVE DE

PROJETO

16

1. Fatores de conversão para configuração de

trem de pouso da aeronave de projeto

Tabela 1. Fatores de conversão entre trens de pouso de aeronaves.

17

18

Fonte:

https://www.google.com.br/search?q=trem+de+pouso+do+airbus+a330&biw=1366&bih=667&tbm=isch&imgil=RVBI2SBrhRap9M%253

A%253Bo_NPMs0y9-_XHM%253Bhttp%25253A%25252F%25252Fwww.avioesemusicas.com%25252Fporque-os-trens-de-pouso-

com-mais-de-2-rodas-sao-inclinados.html&source=iu&pf=m&fir=RVBI2SBrhRap9M%253A%252Co_NPMs0y9-

_XHM%252C_&usg=__87EGYur3uTEJn489RS1vkYEmXNc%3D&ved=0CCYQyjc&ei=AVtaVOvMJZanyATtoYKoCQ#facrc=_&imgdii=R

VBI2SBrhRap9M%3A%3B0Gy2NBmxZyQZzM%3BRVBI2SBrhRap9M%3A&imgrc=RVBI2SBrhRap9M%253A%3Bo_NPMs0y9-

_XHM%3Bhttp%253A%252F%252Fwww.avioesemusicas.com%252Fwp-

content%252Fuploads%252F2010%252F02%252Fboeing787.jpg%3Bhttp%253A%252F%252Fwww.avioesemusicas.com%252Fporqu

e-os-trens-de-pouso-com-mais-de-2-rodas-sao-inclinados.html%3B399%3B319

Fonte: http://de.wikipedia.org/wiki/Fahrwerk_(Flugzeug)

2. Determinação do número anual de decolagens

em termos da aeronave de projeto.

Tabela 2. Dados de tráfego para o projeto do pavimento

19

Sequência

1) Determina-se a espessura do pavimento para cada aeronave da

previsão através das curvas de projeto e chega-se à conclusão

de que o 727 – 200 requer a maior espessura de pavimento,

transformando-se na aeronave de projeto.

• Procedimento: Entrar com o peso de decolagem de cada

aeronave e o CBR (valor K) do subleito em ábaco específico

que leva em conta o tipo de trem de pouso e determinar a

espessura do pavimento para a mesma. A aeronave que levar

à maior espessura de pavimento será a de projeto.

2) 727 – 200 → Trem de pouso de roda dupla → Converter todas as

previsões de decolagens das outras aeronaves para a aeronave

de projeto em termos de configuração de roda dupla, com os

fatores de conversão da Tabela 1.

• Assim as freqüências são transformadas, aplicando-se os

coeficientes para um só tipo de trem de pouso.

3) Chega-se aos valores da Tabela 3.

4) Conclusão: o pavimento deve ser projetado para 16.241 partidas

anuais de uma aeronave de roda dupla com 190.500 lb de peso.

20

Tabela 3. Determinação do número de decolagens anuais em termos da

aeronave de projeto ( )

21

22

23

DIMENSIONAMENTO DE

PAVIMENTOS FLEXÍVEIS:

AERONAVES COM MAIS DE

13.608 KG (P > 30,000 lbs)

24

• Estrutura do pavimento flexível, como se ilustra

na Figura 7, considerando as recomendações da

NSMA 85-2 (Norma de Sistema do Ministério de

Aeronáutica), como segue:

• Revestimento;

• Base;

• sub-base; e

• Subleito.

Figura 7. Seção típica de

projeto. 25

• Dados a serem considerados no projeto

• Valor do CBR do subleito.

• Valor do CBR da sub-base.

• Peso bruto da aeronave de projeto.

• Freqüência anual de decolagens da aeronave de projeto.

• A Tabela 4 apresenta a espessura mínima da camada de base para

o tipo de aeronave e intervalo de carga de projeto.

• Nas Figuras 8 a 12 têm-se gráficos que indicam espessura total

necessária do pavimento e espessura mínima do revestimento

(asphalt surfaces) para áreas críticas e não críticas, em função do

tipo de eixo ou do tipo de aeronave.

• O fator 0,9T para o pavimento não crítico, se aplica à base e à sub-

base; a espessura da camada de revestimento deve ser aquela que

é apresentada nas curvas de projeto.

26

Tabela 4. Espessura mínima da camada de base

27

Figura 8. Curvas de projeto de pavimentos flexíveis para áreas críticas: Trem de

pouso de rodas simples. 28

• Espessura total necessária

do pavimento e espessura

mínima do revestimento

Figura 9. Curvas de projeto de pavimentos flexíveis para áreas críticas: Trem de

pouso de rodas duplas. 29

• Espessura total necessária

do pavimento e espessura

mínima do revestimento

Figura 10. Curvas de projeto de pavimentos flexíveis para áreas críticas: Trem

de pouso Duplo Tandem. 30

• Espessura total necessária

do pavimento e espessura

mínima do revestimento

EXEMPLO DE DETERMINAÇÃO DA

ESPESSURA TOTAL: FIGURA 10

CBR subleito = 6%

Peso decolagem = 300.000 lb

Número anual de decolagens = 3.000

H total = 37,5”

R mínimo = 4”

Figura 11. Curvas de projeto de pavimentos flexíveis para áreas críticas: B747-

100, SR, 200 B, C, F. 31

• Espessura total necessária

do pavimento e espessura

mínima do revestimento

Figura 12. Curvas de projeto de pavimentos flexíveis para áreas críticas: L-

1011-100, 200. 32

• Espessura total necessária

do pavimento e espessura

mínima do revestimento

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EXERCÍCIO DE DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOS FLEXÍVEIS

Figura 13. Estrutura do pavimento flexível projetado.

Dados:

CBR subleito = 5%

Peso decolagem = 150.000 lb

Número decolagens = 15.000

Da Figura 10:

H5% (total) = 32”

H20% = 11”

R mínimo = 4”

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EXERCÍCIO DE DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOS FLEXÍVEIS

Figura 10. Estrutura do pavimento flexível projetado.

Dados:

CBR subleito = 5%

Peso decolagem = 150.000 lb

Número decolagens = 15.000

Da Figura 10:

H5% (total) = 32”

R mínimo = 4”

H20% = 11” (Figura 10)

H20% = R + B → B = 11” – 4” = 7”

Hsubbase = 32” – 11” = 21”

→ B = 7” > 6” (mínimo exigido)

35 Figura 14. Detalhamento da estrutura do pavimento flexível projetado.

Dados:

CBR subleito = 5%

Peso decolagem = 150.000 lb

Número decolagens = 15.000

Da Figura 10:

H total = 32” B = 7” (> 6”)

R mínimo = 4” Hsb = 21”

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DIMENSIONAMENTO DE

PAVIMENTOS FLEXÍVEIS:

AERONAVES COM MENOS DE

13.608 KG (P < 30,000 lbs)

• Os pavimentos para aeronaves leves podem ser definidos

como instalações de pouso que visam acomodar aeronaves

particulares ou outras menores que estejam engajadas em

atividade não programadas como, por exemplo, na

agricultura ou em vôos de instrução. Esses pavimentos

não serão utilizados por aeronaves que excedam o peso

bruto de 30.000 libras (13.000 Kg) e, em muitos casos,

essas aeronaves não excederão sequer as 12.500 libras

(5.700Kg).

• Alguns aeroportos podem não precisar de áreas

operacionais pavimentadas. As condições do terreno

podem ser aceitáveis para o desenvolvimento de uma

superfície gramada adequada para as operações das

aeronaves leves. É possível construir uma pista de solo

estabilizado gramado, melhorando a estabilidade do solo

com a adição de agregado antes do desenvolvimento do

gramado.

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• Na maioria das áreas, entretanto, não é possível obter e

manter uma superfície gramada estável, devido às

condições adversas do tempo ou alta densidade do

tráfego.

• Os pavimentos projetados para servir aeronaves de menos

de 30.000 libras (13.000Kg) de peso bruto, podem ser do

tipo flexível ou rígido.

• A Figura 15 apresenta seções típicas de pavimentos para

aeronaves leves e a Figura 16 ilustra um gráfico de

dimensionamento.

38

Figura 15. Seções típicas de pavimentos para aeronaves leves. 39

Figura 16. Gráfico de dimensionamento do pavimento flexível de aeronaves

leves. 40

41

DIMENSIONAMENTO DE

PAVIMENTOS RÍGIDOS:

MÉTODO DA FAA AC 150/5320-6C/1995

• Composição do pavimento

• Função da sub-base:

– fornecer suporte uniforme para a placa de concreto

e, secundariamente, aumentar o módulo de reação

do subleito; e

– deve ter espessura maior ou igual a 10 cm.

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Figura 17. Composição típica de um pavimento rígido.

• Determinação do módulo de reação da

fundação e do sistema subleito/sub-base

do pavimento (K):

– Ensaio de Placa; e

– Índice de Suporte Califórnia (CBR), como se ilustra nas

Figuras 18, 19 e 20.

43 Figura 18. Determinação de K a partir do valor CBR.

44 Figura 19. Determinação de K do subleito a partir do valor CBR.

45 Figura 20. Aumento de K devido à presença de sub-base.

Dimensionamento de um pavimento rígido

(áreas críticas e não críticas do pavimento)

• Etapas:

– definição da aeronave tipo ou de projeto;

– determinação do número de decolagens

equivalentes para a aeronave de projeto;

– dados necessários para o dimensionamento:

• resistência à tração na flexão do concreto;

• coeficiente de recalque do subleito/sub-base;

• peso total da aeronave; e

• decolagens anuais da aeronave tipo, adotando-se a

correção da espessura para o número de

decolagens anuais superiores a 25.000, segundo a

Tabela 5.

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Tabela 5. Percentuais para correção da espessura da placa de

concreto em função do número de decolagens superior a 25.000

EXEMPLOS DE APLICAÇÕES

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1. Dimensionar o pavimento rígido de um aeroporto, sabendo-

se que a resistência à tração na flexão do concreto a ser

utilizado é de 700 psi, o subleito apresenta coeficiente de

recalque (K) de 100 pci e vai-se utilizar sub-base

estabilizada granulometricamente com 8” (20 cm) de

espessura, bem como que a aeronave tipo tem peso total

de 180.000 lbs, previsão de 15.000 decolagens anuais e

trem de pouso de rodas duplas.

• Solução:

– cálculo do K do sistema sub-leito/sub-base,

a partir da Figura 22. Tem-se:

• K (sl-sb) = 250 pci

– entrando com os dados fornecidos na

Figura 23, tem-se:

• em áreas críticas: H = 16” ( 40 cm); e

• em áreas não críticas: 0,9 H 36 cm.

50 Figura 22. Coeficiente de reação do sistema subleito/sub-base,

para sub-bse estabilizada granulometricamente.

•K (sl) = 100 pci

•H sb = 8”

•K (sl-sb) = 250 pci

51 Figura 23. Curva de projeto para pavimentos rígidos: aeronave com trem de rodas

duplas.

FIM

Dados do exercício da página 49

•Trem de pouso de rodas duplas

•K (sl-sb) = 250 pci H placa = 16”

• tf = 700 psi

•P decolagem = 180.000 lb

•Número decolagens = 15.000

2. Dimensionar o pavimento rígido de um aeroporto,

sabendo-se que a resistência à tração na flexão do

concreto a ser utilizado é de 670 psi, o sistema subleito-

subbase apresenta coeficiente de recalque (K) de 300 pci,

bem como que a aeronave tipo tem peso total de 60.000

lbs, com previsão de 6.000 decolagens anuais e trem de

pouso de roda simples.

• Solução:

– entrando com os dados fornecidos na

Figura 21, tem-se:

• espessura da placa (H) ≈ 9,5” (24 cm).

– assim:

• em áreas críticas: H = 24 cm; e

• em áreas não críticas: 0,9 H = 22 cm.

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Dados do exercício da página 47

•Trem de pouso de rodas simples

•Ksb = 300 pci H placa = 9,5”

•tf = 670 psi

•P decolagem = 60.000 lb

•Número decolagens = 6.000

FIM