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9Controle de Qualidade
Metrologia e Controle Dimensional - MCD
Motivação
• Resultado de medições sempre apresentam dúvidas.
• Decisões sobre a qualidade de produtos ou processos devem ser tomadas com base em medições.
• Como tomar decisões seguras quando há dúvidas presentes?
9.1
Tolerâncias
Tolerâncias
• São limites aceitáveis para uma característica de um componente, produto ou processo que, se obedecidos, não comprometem a sua qualidade.
• Tolerâncias devem sempre ser informadaspelo projetista e passam a fazer parte das especificações de um produto ou processo.
Exemplos de tolerâncias
– O diâmetro de uma cabo de vassoura cumprirá bem sua função se seu diâmetro estiver dentro da tolerância (25 ± 1) mm.
– O valor de um resistor elétrico de 150 com tolerância de 10% deve estar dentro da faixa (150 ± 15) .
– Nem o comprador nem o fabricante serão lesados se a quantidade de café dentro de uma embalagem de 500 g estiver dentro da faixa (500 ± 10) g.
Tolerâncias
• São estabelecidas com base nas características desejadas para o produto.
• Tolerâncias mais apertadas que o necessário encarecem o produto.
• Tolerâncias muito relaxadas comprometem a qualidade do produto.
• Necessário equilibrar custo/benefício.
9.2
Aspectos Econômicos do Controle de Qualidade
Qualidade e competitividade
• O sucesso de uma empresa depende da sua capacidade em oferecer produtos cuja qualidade atenda ou supere as expectativas dos clientes a preços competitivos.
• Atingir e manter a qualidade tem um custo.
• A não-qualidade também custa caro.
Custos da não-qualidade
• Custos de falhas nos produtos e processos ocorridas interna ou externamente à empresa:– Desperdício de energia, matéria-prima e mão-de-obra.
– Atrasos na produção.
– Custos com retrabalho de produtos defeituosos.
– Indenizações por perdas e danos a pessoas e ao meio ambiente.
– Recall de produtos para troca ou conserto.
– Perda de clientes para a concorrência.
– Prejuízo na imagem da empresa.
Custos da qualidade
• Assegurar a qualidade envolve gastos com:
– Investimentos com a aquisição de novos sistemas de medição para o controle de qualidade.
– Inspeções mais freqüentes e demoradas.
– Mais pessoas envolvidas na área de qualidade.
– Imobilização de capital com os equipamentos e salas de medição.
– Elevação de custos com a manutenção e calibração de instrumentos.
Custos da qualidade
qualidade
$
perfeccionistarelaxada
$Q
$ñQ
$TQ
9.3
Aspectos Técnicos do Controle de Qualidade
Tipos de Controle de Qualidade
• Por atributo:
– Verifica se uma característica está ou não presente.
– Exemplos:
• Existência de arranhões em uma pintura.
• Presença de um furo passante em uma peça.
• Presença de manchas em frutas.
– São normalmente associadas a valores lógicos (verdadeiro/falso ou sim/não)
Tipos de Controle de Qualidade
• Por variáveis:– É quantitativamente avaliado por medições.
– O valor medido é comparado com os limites estabelecidos por tolerâncias.
– O produto é ou não aprovado.
– Exemplos:• O diâmetro de pinos.
• A quantidade de café em embalagens de 500 g.
• A pressão de pneus de avião.
Controle de qualidade por variáveis
Especificações
adfjkl adfjklaçf
adsfjklaç
dfjçlasdfjlakçd
fjklça dfjakld
adsfjklad fjklf
adfjklçdfaç
produto
medição
comparação
aprovado
refugado
Limites de especificação
produto
Tolerância:
(20,00 ± 0,25) mm
20,00 20,20 20,4019,60 19,80
zona de
conformidade limite superior
da tolerância
limite inferior
da tolerância
Um exemplo
produto
Tolerância:
(20,00 ± 0,25) mmRM = (20,20 ± 0,10) mm
20,00 20,20 20,4019,60 19,80
Zonas de aceitação, rejeição e dúvida
20,00 20,20 20,4019,60 19,80
zona de
rejeição
zona de
rejeição
zona de
aceitação
Zona de aceitação na
ausência de Es
mensurando
SM
LIA LSA LSRLIR
tolerânciaLIT LST
zona de
aceitação
faixa reduzida IMIM
Posição dos limites
Zona de aceitação:
Zona de rejeição:
LSR = LST + IM
LSR
LSA = LST - IM
LSA
LSTLIT
LIA = LIT + IMLIA
LIR = LIT - IM
LIR
Zona de aceitação na presença de Es
mensurando
SM
LIA LSA LSRLIR
tolerânciaLIT LST
zona de
aceitação
Posição dos limites
Zona de aceitação:
Zona de rejeição:
LSR = LST - C + IM
LSR
LSA = LST - C - IM
LSA
LSTLIT
LIA = LIT - C + IMLIA
LIR = LIT - C - IM
LIR
Qual o tamanho ideal da zona de dúvidas?
muito pequeno
muito grande
balanceado
excelente
péssimo
muito caro
muito barato
Tamanho da zona
de dúvidas
Efeito no controle
de qualidade
Custo do sistema
de medição
aceitável aceitável
Qual o tamanho ideal da zona de dúvidas?
Um bom equilíbrio custo/benefício é
atingido quando:
10
ITIM
sendo:
IT = intervalo de tolerância
IT = LST - LIT
IM = incerteza do resultado
da medição
Dois exemplos
Caso 1 - Sacos de café
• Dimensione um processo de medição adequado para efetuar o controle de qualidade de sacos de café, cuja massa total, incluindo a embalagem (“peso” bruto), esteja dentro da tolerância (505 ± 10) g.
Caso 1 - Sacos de café
Tolerância a ser obedecida:
T = (505 ± 10) g
O intervalo de tolerância é:
IT = 20 g
O processo de medição bem equilibrado deve ter incerteza de:
IM = 20/10 = 2 g
Caso 1 - Sacos de café
Uma balança com erro máximo de 2 g pode ser usada para este fim.
Neste caso, uma única medição pode ser efetuada, sem necessidade de compensar erros sistemáticos.
0 g
Caso 1 - Sacos de café
Limites de aceitação:
LIT = 495 g
LST = 515 g
LIA = 495 + 2 = 497 g
LSA = 515 - 2 = 513 g
0 g
500 g 510 g 520 g480 g 490 g 530 g
LSA LSRLIR LIA
500 g 510 g 520 g480 g 490 g 530 g
OK
0 g508 g
Caso 1 - Sacos de café
492 g
ñ OK
497 g514 g
?
Caso 2 - Balcão refrigerado
Para conservar alimentos, balcões refrigerados devem ser mantidos dentro do intervalo de temperatura entre 3 e 7 °C.
Um termômetro deve ser selecionado para fazer esta verificação regularmente. Dispõe-se das duas opções especificadas a seguir.
Verifique se um dos termômetros disponíveis pode ser usado e, caso positivo, que estratégia ele deve usar para o teste?
Caso 2 - Termômetros disponíveis
Faixa de medição:
-10 a + 15 °C
Correção (5 °C)
0,0 °C
Repetitividade (5 °C)
0,2 °C
Faixa de medição:
-50 a + 80 °C
Correção para 5 °C:
+ 1,0 °C
Repetitividade (5 °C)
0,5 °C
Caso 2 - Requisitos
• Limites de tolerância:
– LIT = 3,0 °C
– LST = 7,0 °C
• Intervalo de tolerância
– IT = LST - LIT = 7,0 - 3,0 = 4,0 °C
• Incerteza recomendada:
– IM = IT/10 = 4,0/10 = 0,4 °C
Caso 2 - Analisando termômetro digital
Faixa de medição:
-50 a + 80 °C
Correção para 5 °C:
+ 1,0 °C
Repetitividade (5 °C)
0,5 °C
Sem corrigir os erros
sistemáticos, a IM seria:
IM = |C| + Re = 1,5 °C
1,5 °C > 0,4 °C não atende
Corrigindo os erros
sistemáticos, a IM seria:
IM = Re = 0,5 °C
0,5 °C > 0,4 °C não atende
Caso 2 - Analisando termômetro analógico
Faixa de medição:
-10 a + 15 °C
Correção (5 °C)
0,0 °C
Repetitividade (5 °C)
0,2 °C
Neste caso, a IM seria:
IM = Re = 0,2 °C
0,2 °C < 0,4 °C atende
Caso 2 - Limites de controle
Limites de tolerância:
LIT = 3,0 °C
LST = 7,0 °C
LIA = 3,0 + 0,2 = 3,2 °C
LSA = 7,0 - 0,2 = 6,8 °C
5 ,0 °C 6 ,0 °C 7 ,0 °C3,0 °C 4 ,0 °C
LSA LSRLIR LIA
IM = Re = 0,2°C
9.4
Controle de qualidade 100% e controle de qualidade por
amostragem
Com que freqüência deve ser feito o controle de qualidade?
• 100% da produção?
– Todos os itens produzidos são individualmente avaliados e a sua conformidade verificada.
• Por amostragem?
– Apenas um subconjunto dos itens produzidos é selecionado, avaliado e sua conformidade verificada.
Processo capaz
LIT LST
O processo não produz itens fora
da tolerância
Não é necessário inspecionar 100%
Distribuição dos itens
produzidos
Processo incapaz
LIT LST
É necessário inspecionar 100%
Distribuição dos itens
produzidos
O processo produz muitos itens fora
da tolerância
Índice de capacidade de um processo
• Para processos centrados
P
Ps
LITLSTC
6
CP é o índice de capacidade do processo
LST é o limite superior da tolerância
LIT é o limite inferior da tolerância
sP é uma estimativa do desvio padrão do processo
LIT LST
PX
Índice de capacidade de um processo
• Para processos descentrados
CPK é o índice de capacidade do processo
LST é o limite superior da tolerância
LIT é o limite inferior da tolerância
sP é uma estimativa do desvio padrão do processo
XP é uma estimativa do valor médio do processo
LIT LST
PX
P
P
P
PPK
s
LITX
s
XLSTC
3,
3min
Controle de qualidade 100% ou por amostragem?
Valor de CP ou CPK Freqüência do controle de qualidade
≥ 1,33 por amostragem
< 1,33 100%
9.5
Posicionamento do controle de qualidade
CQ no final do processo
matériaprima
Processo produtivo
CQ
cliente
refugoretrabalho?
CQ no final do processo
• Aspectos positivos
– Menor investimento inicial
– Menor custo da qualidade
• Aspectos negativos
– Maior custo da não-qualidade
– Mais difícil realimentar o processo
CQ entre etapas do processo
matériaprima
Etapa1
CQ
cliente
processo produtivo
OK
Etapa2
CQOK
Etapa3
CQOK
Etapa4
CQOK
CQOK
CQ entre etapas do processo
• Aspectos positivos
– Menor custo da não-qualidade
– Melhor controle sobre todo o processo
• Aspectos negativos
– Maior investimento inicial
– Maior custo da qualidade
CQ dentro do processo
rebolo
sistema de avanço do
rebolo
controlador do sistema de avanço
do rebolo sinal de atuação
sensor inferior
sensor superior
eixo
sinal de medição
CQ dentro do processo
• Aspectos positivos
– Índice de refugo praticamente zero
– Mínimo custo da não-qualidade
• Aspectos negativos
– Maior investimento inicial
– Maior complexidade