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2018 Semana 25 30____ 0 3 jul/ago Este conteúdo pertence ao Descomplica. Está vedada a cópia ou a reprodução não autorizada previamente e por escrito. Todos os direitos reservados. Bixo SP

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2018 Semana 2530____ 0 3jul/ago

Este conteúdo pertence ao Descomplica. Está vedada a cópia ou a reprodução não autorizada previamente e por escrito. Todos os direitos reservados.

Bixo SP

B

io.

Bio.

Professor: Brenda Braga

Monitor: Carolina Matucci

B

io.

Desenvolvimento do sistema nervoso

e organogênese

02

ago

RESUMO

Tecido Nervoso e Propagação

O tecido nervoso tem origem ectodérmica e sua função é a comunicação do organismo com o meio

interno e externo.

Esse tecido é formado por neurônios e células da glia (que se diferenciam e adquirem diversas funções).

Neurônios

Responsáveis pela propagação, transmissão e condução de impulsos nervosos.

É formado pelos:

• Dendritos: recepção de estímulos

• Corpo celular: região metabolicamente ativa da célula

• Axônio: transmite os impulsos para as outras células

O axônio é revestido pela BAINHA DE MIELINA, formada pelo conjunto de

células da glia. A bainha é responsável por aumentar a velocidade do impulso

nervoso e atua como isolante elétrico, uma vez que é formada por lipídios (70%)

e proteínas (30%). Sua forma não contínua permite que o impulso gerado seja

propagado de forma saltatória, o que aumenta a velocidade de propagação.

Classificação dos neurônios: • SENSITIVOS OU AFERENTES: recebem estímulos sensoriais (dor, pressão) do MEIO e conduzem o

impulso até o SNC (ex: pele, tendões, músculos) RAIZ DORSAL.

• INTERNEURÔNIOS OU NEURÔNIOS ASSOCIATIVOS: estabelecem conexões entre os neurônios

sensitivos e motores.

• MOTORES OU EFERENTES: conduzem o impulso nervoso do SNC até o órgão efetuador (ex: glândulas

exócrinas, endócrinas e fibras musculares) RAIZ VENTRAL.

Células da Glia

São células neurais, mais numerosas que os neurônios, responsáveis pelo suporte, nutrição, oxigenação e

formação da bainha de mielina no neurônio.

Podem ser chamadas de OLIGODENDRÓCITOS (formam a bainha de mielina no SNC), células de

Schwann (formam a bainha de mielina no SNP), astrócitos (sustentação e nutrição de neurônios), entre

outros.

B

io.

Impulso Nervoso

Compreende-se por impulso nervoso, a corrente elétrica que faz a comunicação a longas distâncias do

organismo.

• REPOUSO: carga negativa (-) DENTRO do neurônio

carga positiva (+) FORA do neurônio

-gasta ATP

- bomba de Sódio e Potássio (T. ativo)

- neurônio POLARIZADO

• ESTIMULADO: carga positiva (+) DENTRO do neurônio

carga negativa (-) FORA do neurônio

-canal de Na é aberto

- neurônio DESPOLARIZADO

LEI DO TUDO OU NADA: para o impulso ocorrer, ou o estímulo é muito forte e o neurônio funciona

normalmente, ou o estímulo é fraco e o neurônio não é despolarizado.

Independente da ação, o neurônio sempre vai gerar resposta igual (nunca é mais forte ou fraca- sempre é

a mesma carga e impulso). O que diferencia é a quantidade de neurônios que serão estimulados, como por

exemplo: um tapa dói mais do que um carinho no rosto, pois o tapa estimula mais neurônios do que o

carinho.

Cada neurônio tem seu próprio limiar e velocidade de condução do potencial de ação.

Sinapse

Região de comunicação de um axônio de um neurônio com um dendrito de outro neurônio.

Como não há contato físico entre os neurônios, a FENDA SINÁPTICA, é o espaço entre os neurônios,

usada para fazer a comunicação entre eles. Desse modo, um neurônio pode se comunicar com vários

outros neurônios.

NEUROTRANSMISSORES= sinal químico quando o impulso é gerado e passado entre os neurônios na

região de sinapse.

OBS: Algumas drogas atuam nos receptores dos neurotransmissores (que estão nos dendritos que irão

receber o impulso).

MENINGES: nome dado às membranas que revestem o encéfalo e a medula, que junto com a estrutura

óssea (crânio), são responsáveis pela proteção.

Podem ser: DURA-MÁTER- próxima ao crânio

ARACNÓIDE

PIA-MÁTER - próxima ao cérebro.

*Entre a aracnóide e a pia-máter, existe um líquido, chamado de Líquor, que protege contra choques

mecânicos e microorganismos, irriga e nutri as células do SNC e se renova várias vezes ao dia.

Essa mudança de cargas

produz o IMPULSO NERVOSO,

que é UNIDIRECIONAL (do

dendrito para o axônio).

Resumindo: Estímulo

Despolarização

Repolarização

Migração do impulso nervoso até o axônio

B

io.

Doenças Relacionadas

ESCLEROSE MÚLTIPLA: doença conhecida por destruir a bainha de mielina das células do cérebro e da

medula. Desse modo, desencadeiam problemas na coordenação motora, visão e fala.

ADENOLEUCODISTROFIA: doença muito rara, que faz com que as gorduras saturadas não sejam

metabolizadas e se acumulem no cérebro.

ORGANOGÊNESE

Com o início da organização do sistema nervoso fica caracterizado o quarto estágio embrionário,

denominado nêurula.

Na fase de nêurula é que tem início a organogênese, isto é, a formação dos órgãos e sistemas. Os três

folhetos embrionários começam a se organizar em tecidos e órgãos dos animais adultos. Folhetos embrionários ou germinativos são as camadas das células que darão origem aos órgãos e tecidos

dos seres vivos e surgem na fase de embrião.

IMPORTANTE SABER: o movimento involuntário, como por exemplo, quando colocamos a mão

no fogo e a tiramos imediatamente, usa menor número de componentes do que o movimento

B

io.

ECTODERMA: camada de células mais exteriores, responsável pela formação da epiderme e seus anexos,

como unhas, pêlos glândulas, das cavidades, como boca, nariz e ânus e estruturas do sistema nervoso, como

encéfalo, nervos e medula espinal.

*dependendo do que se origina primeiro, os animais são classificados como PROTOSTOMADOS ou

DEUTEROSTOMADOS. Os protostomados originam primeiro a cavidade bucal, como vermes, moluscos e

artrópodes. Já os deuterostomados originam primeiro a cavidade anal, como é o caso dos equinodermos e

cordados.

MESODERMA: camada intermediária que origina os músculos, sistema circulatório, esquelético excretor e

reprodutor.

ENDODERMA: camada localizada no interior das células, responsável por formar o sistema respiratório e

alguns órgãos do sistema digestório, como o fígado e pâncreas, e é o epitélio de revestimento de glândulas

do trato digestivo, exceto da cavidade oral e anal.

De acordo com a quantidade de folhetos presentes em seu desenvolvimento, os animais são classificados

como:

DIBLÁSTICOS: possuem dois folhetos ectoderma e endoderma.

TRIBLÁSTICOS: possuem três folhetos ectoderma, mesoderma e endoderma.

B

io.

EXERCÍCIOS

1. A notocorda é uma estrutura embrionária que:

a) dá origem aos somitos.

b) persiste no adulto de todos os vertebrados.

c) desaparece no anfioxo adulto.

d) é substituída pela coluna vertebral nos vertebrados.

e) dá origem à coluna vertebral dos mamíferos.

2. As estruturas apontadas pelos números 1, 2, 3 e 4, no esquema de um corte transversal de embrião de

rã, apresentado a seguir, são:

a) 1: notocorda; 2: tubo neural; 3: intestino primitivo e 4: epiderme.

b) 1: tubo neural; 2: notocorda; 3: arquêntero e 4: ectoderme.

c) 1: tubo neural; 2: celoma; 3: notocorda e 4: ectoderme.

d) 1: notocorda; 2: celoma; 3: arquêntero e 4: ectoderme.

e) 1: intestino primitivo; 2: tubo neural; 3: celoma e 4: notocorda.

3. O tecido nervoso é fundamental para o funcionamento do nosso corpo. Sem ele, não seríamos capazes

de responder aos estímulos do meio, raciocinar e nem mesmo nos locomover. A respeito desse tecido,

marque a alternativa incorreta:

a) O tecido nervoso é formado por pouca substância intercelular.

b) O tecido nervoso é formado exclusivamente por neurônios, células responsáveis por transmitir os

impulsos nervosos.

c) Dendrito é uma das partes do neurônio.

d) O tecido nervoso recebe informações do meio e também as processa e gera respostas.

e) Os neurônios são células grandes que podem atingir diâmetros de até 150µm.

4. O esquema representa dois neurônios contíguos (I e II), no corpo de um animal, e sua posição em

relação a duas estruturas corporais identificadas por X e Y.

a) Tomando-se as estruturas X e Y como referência, em que sentido se propagam os impulsos

nervosos através dos neurônios I e II?

b) Considerando-se que, na sinapse mostrada, não há contato físico entre os dois neurônios, o que

permite a transmissão do impulso nervoso entre eles?

c) Explique o mecanismo que garante a transmissão unidirecional do impulso nervoso na sinapse.

B

io.

5. O desenvolvimento embrionário é diversificado entre os diferentes grupos animais, e ocorre, de

maneira geral, em três fases consecutivas. Assinale a alternativa correta quanto ao desenvolvimento

embrionário dos anfioxos.

a) A organogênese é a fase em que o arquêntero, ou intestino primitivo, é formado a partir da

blastocele.

b) A gastrulação é o processo de formação dos órgãos, sendo possível visualizar o tubo neural e o

intestino, ao final dessa fase.

c) A organogênese é o processo de transformação da blástula em gástrula.

d) A segmentação é um processo em que o zigoto sofre clivagens (divisões), originando os

blastômeros.

e) A neurulação é o início da formação dos folhetos embrionários denominados ectoderme e

endoderme, a partir da gástrula.

6. Todas as alternativas a seguir apresentam relações certas entre folhetos embrionários e tecidos animais

deles originados, EXCETO

a) Ectoderma Tecido epitelial de revestimento.

b) Endoderma Tecido muscular cardíaco.

c) Mesoderma Tecido muscular esquelético.

d) Endoderma Tecido epitelial glandular.

e) Mesoderma Tecido conjuntivo.

7. O esquema a seguir representa um corte transversal de um animal, mostrando os três folhetos

embrionários básicos:

I. O animal é um celomado.

II. Os rins originam-se do mesoderma; folheto embrionário indicado pelo nº 3.

III. O tubo neural, que formará o sistema nervoso, origina-se do ectoderma; folheto embrionário

indicado pelo nº 1.

Quais estão corretas?

a) Apenas I

b) Apenas II

c) Apenas III

d) Apenas II e III

e) I, II e III

8. O esquema abaixo representa o processo de neurulação em anfioxo. Identifique as estruturas indicadas

por setas e assinale a alternativa cujas informações estão corretas.

B

io.

a) 1 - tubo digestório; 2 - canal neural; 3 - notocorda; 4 - somitos; 5 - hipômero.

b) 1 - tubo digestório; 2- tubo neural; 3 - canal neural; 4 - notocorda; 5 - celoma.

c) 1 - celoma; 2 - notocorda; 3 - tubo neural; 4 - hipômero; 5 - somito.

d) 1 - tubo digestório; 2 - notocorda; 3 - canal neural; 4 somitos; 5 celoma.

e) 1 - endoderma; 2 - tubo neural; 3 - notocorda; 4 - celoma; 5 - somito.

9. No zigoto de um anfioxo, após a primeira divisão mitótica, tem início o desenvolvimento embrionário,

que pode ser dividido em três etapas principais: segmentação, gastrulação e organogênese. Acerca

dessas etapas do desenvolvimento, identifique as afirmativas corretas:

(01) A segmentação é o estádio de desenvolvimento no qual ocorre a diferenciação dos tecidos e dos

órgãos a partir dos três folhetos germinativos.

(02) A gastrulação é o estádio de desenvolvimento no qual ocorre o surgimento dos três folhetos

germinativos.

(04) A segmentação é o estádio de desenvolvimento no qual ocorre o surgimento da blástula.

(08) A organogênese é o estádio de desenvolvimento no qual ocorre a formação dos tecidos e órgãos.

(16) A organogênese é o estádio de desenvolvimento no qual ocorre a formação do ectoderma, do

mesoderma e do endoderma.

SOMA: ( )

10. Sabe-se que a deficiência na produção de serotonina pode ser uma das causas do estado depressivo

dos adolescentes, conforme indicam pesquisas no campo da psiquiatria. Esta substância é um

neurotransmissor, sendo liberada na seguinte região do neurônio, para que o impulso nervoso se

propague:

a) corpo celular.

b) terminal sináptico do dendrito.

c) bainha de mielina do axônio.

d) terminal sináptico do axônio.

QUESTÃO CONTEXTO

A esclerose múltipla é uma doença do sistema nervoso causada pela perda da bainha de mielina

(desmielinização) dos neurônios.

Qual é a consequência causada por essa alteração dos neurônios?

B

io.

GABARITO

Exercícios

1. d

Nos vertebrados a notocorda é substituída pela coluna vertebral.

2. b

As estruturas que correspondem aos números são:

1 = tubo neural.

2 = notocorda.

3 = arquêntero.

4 = ectoderme.

3. b

O tecido nervoso é formado por uma variedade de células. Além dos neurônios, são encontradas as

famosas células da glia.

4. a) Os impulsos nervosos propagam-se no sentido de II para I.

b) A transmissão do impulso na sinapse é feita por neurotransmissores.

c) Os neurotransmissores são secretados pelas terminações do axônio.

5. d

É na gastrulação que o arquêntero aparece; a organogênese é o processo de formação dos órgãos; o

processo de transformação da blástula em gástrula ocorre na gastrulação; a segmentação ou clivagem

é o processo em que o zigoto sofre uma série de divisões mitóticas, onde o grande volume de

citoplasma do embrião é dividido em numerosas pequenas células nucleadas chamadas de

blastômeros; a neurulação é a formação do tubo neural.

6. b

Os músculos são originados pelo mesoderma.

7. e

Todas as afirmações estão corretas.

8. d

As estruturas correspondem:

1 - tubo digestório;

2 - notocorda;

3 - canal neural;

4 somitos;

5 celoma.

9. Soma: 14 (02+04+08)

É a partir da organogênese que acontece a diferenciação dos tecidos e dos órgãos; na gastrulação

ocorre o surgimento dos três folhetos embrionários: ectoderma, endoderma e mesoderma;

é na gastrulação que ocorre a formação desses folhetos.

10. d

O neurotransmissor é liberado no terminal sináptico do axônio, que é o lugar onde o neurônio entra em

contato com outros neurônios para transmitir o impulso nervoso.

Questão contexto A função da bainha de mielina é acelerar a velocidade do impulso nervoso. Com a sua perda, os neurônios

afetados sofrerão uma diminuição na velocidade de propagação dos impulsos nervosos.

S

oc

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Soc.

Professor: Gui de Franco

Monitor: Debora Andrade

S

oc

.

Os autores clássicos da sociologia

brasileira

03

ago

RESUMO

O que significa ser brasileiro? Será isto apenas um fato jurídico, condição daqueles que nasceram em

determinado território, sob a autoridade de certo Estado? Ou haverá talvez algo mais profundo que nos

define e nos constitui como povo? Qual é o cerne da identidade nacional? Qual é a nossa essência como

pátria, aquilo que nos singulariza e nos diferencia de todos os outros povos do mundo?

De maneira geral, as questões acima foram aquelas que mobilizaram o surgimento da sociologia no

Brasil, na década de 30 do século passado. De fato, impressionados com os sucessos da recém-criada ciência

sociológica, fundada na Europa cerca de cem anos antes pelo francês Augusto Comte, muitos intelectuais

brasileiros convenceram-se da necessidade de se criar um pensamento sociológico autenticamente nacional,

cujo principal objetivo seria precisamente revelar a verdadeira identidade pátria.

Naturalmente, os membros da chamada geração de 30 não consideravam a essência do ser brasileiro

como uma realidade abstrata, absoluta e permanente, estabelecida por Deus ou pela natureza. Ao contrário,

sendo autênticos sociólogos, acreditavam eles que o modo de ser brasileiro foi histórico-socialmente

construído e que, portanto, só o conhecimento e a compreensão adequada da história do Brasil pode nos

permitir entender porque somos tal como somos. Em suma, só a formação social do Brasil poderia explicar

nossa identidade.

Essa busca pelas raízes históricas do nosso país como um meio de se esclarecer seu passado e

também seu futuro é o que une os chamados pensadores da geração de 30, fundadores da sociologia

nacional. Há, porém, também entre eles notáveis diferenças, que iremos explorar a partir de agora.

Gilberto Freyre

Maior e mais importante sociólogo da geração de 30, Gilberto Freyre deixou não apenas um legado

teórico importantíssimo, como também uma influência muito grande no imaginário social brasileiro. Com

efeito, como veremos a seguir, todo nós somos um tanto intuitivamente freyreanos. Mas vamos com calma

e analisemos com calma o pensamento do autor de Casa Grande e Senzala.

Segundo Freyre, a característica central da formação social do Brasil, verdadeira raiz de sua

identidade, é a miscigenação, isto é, a mistura de diferentes grupos étnicos e sociais. Mais: o grande fato

definidor do modo de ser brasileiro foi o modo como essa miscigenação aconteceu. De fato, iniciada com a

colonização portuguesa sobre os indígenas, aprofundada com a vinda dos escravos africanos e depois com

os sucessivos processos de imigração, a miscigenação brasileira não teve, de acordo com Freyre, o caráter

essencialmente conflitivo e violento que teve em outros países.

Diferente, por exemplo, da África do Sul e seu apartheid, dos Estados Unidos e seu conhecido

histórico de segregação explícita, presente em boa parte do país até os anos de 60 do século passado, no

Brasil, segundo Freyre, a miscigenação jamais envolveu um confronto racial explícito ou radical. Pelo

contrário. Sem negar que obviamente houve inúmeras opressões, explorações e injustiças na história do

Brasil para com grupos como negros e indígenas, Freyre acreditava que a essência da pátria brasileira é a sua

capacidade integradora, o seu poder de conciliar as diferenças, de unir os diferentes. Não à toa, os traços

distintivos do brasileiro típico são a criatividade, a inventividade, o jeitinho.

Sérgio Buarque de Holanda

Pai do famoso cantor Chico Buarque, Sérgio Buarque de Holanda é uma figura central na história do

pensamento brasileiro. Historiador e sociólogo exemplar, ele é o autor de Raízes do Brasil, obra na qual

procurou explicar nossa identidade nacional.

Para começo de conversa, Sérgio Buarque concorda com o diagnóstico de Freyre a respeito do

temperamento tipicamente brasileiro. Com efeito, segundo ele, o brasileiro médio é, acima de tudo, um

homem cordial. Cordialidade aqui, porém, não significa exatamente simpatia ou hospitalidade. Trata-se antes

do significado original na língua latina, onde cordial é aquele que se guia pelo coração (cor). Dito de modo

direto, a tese de Buarque é de que o comportamento tipicamente nacional é aquele que coloca o sentimento

acima da razão, o desejo pessoal acima da norma comum, a intimidade acima das regras impessoais.

S

oc

.

O ponto central é que, ao contrário da análise freyreana, Buarque tinha uma visão severamente

pessimista desse jeitinho brasileiro. Para Sérgio, é justamente a cordialidade que impede a modernização e

democratização do Brasil - e isto por dois motivos essenciais. Em primeiro lugar, porque a cordialidade

incentiva o autoritarismo (em sociedades muito emocionais, de tendências irracionalistas, comanda o mais

forte). Não à toa, Dom Pedro I e Vargas, reconhecidos usualmente como os maiores líderes políticos

brasileiros, são ambos de perfil autoritário. Em segundo lugar, porque a cordialidade gera o patrimonialismo,

isto é, a confusão entre a esfera pública e a privada, entre os interesses do Estado e os desejos pessoais dos

indivíduos; confusão esta da qual a corrupção é um grande exemplo.

Caio Prado Júnior

Intelectual marxista, vinculado ao PCB (Partido Comunista Brasileiro), Caio Prado Júnior seguiu

verdadeiramente as lições de Marx aos conflitos de classe. Segundo ele, o que explica a identidade brasileira

é estrutura econômica historicamente construída no país pelos portugueses. Comparando o Brasil aos EUA,

Caio Prado dizia que, enquanto a América foi uma colônia de povoamento, dividida em minifúndios e voltada

para a policultura - o que explicaria seu alto grau de desenvolvimento -, o Brasil, tal como a América

Espanhola, foi uma colônia de exploração, dotada de enormes latifúndios monocultores - o que explicaria

nossas misérias.

Depois do fim da geração de 30, muitos intelectuais marxistas deram continuidade ao legado de Caio

Prado Júnior e à sua ênfase nas questões econômicas. O mais famosos desses foi Florestan Fernandes, um

radical crítico de Gilberto Freyre. De fato, segundo Florestan, Freyre criou um mito - o mito da democracia

racial -, o qual busca mascarar, por mais que o negue, todo o histórico de explorações e opressões da história

brasileira. Buscando legitimar sua visão de Freyre, Florestan realizou extensos estudos sobre a população

negra brasileira, mostrando como ela, longe de viver integrada à sociedade, esteve sempre numa posição

subalternada e de exclusão. Isso, inclusive, mesmo depois da escravidão, uma vez que, apesar de libertar os

escravos, o Estado brasileiro nada fez para compensar todos os prejuízos e todas as desvantagens adquiridas

pelos negros ao longo de séculos de sujeição.

EXERCÍCIOS

1. Analise a tabela a seguir:

Número e Percentual de Pobres - Indigentes por cor, 1992 e 1999

Número Percentual

1992 1999 Variação % 1992 1999

Total 84.459.000 75.195.000 -11,00 100,0 100,0

Brancos 31.075.000 25.869.000 -16,75 37,0 34,4

Afrodescendentes 53.191.000 49.012.000 -7,85 63,0 65,6

(IPEA, 2001. OLIVEIRA, L. F.; COSTA, R.R. Sociologia para jovens do século XXI. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio,

2007. p. 144.

Os dados sobre a pobreza e a indigência segundo a cor ilustram os argumentos dos estudos

a) de Gilberto Freyre sobre a natural integração dos negros na sociedade brasileira, que desenvolveu

a democracia racial.

b) de Caio Prado Junior sobre a formação igualitária da sociedade brasileira, que desenvolveu o

liberalismo racial.

c) de Sérgio Buarque de Holanda sobre a cordialidade entre as raças que formam a nação brasileira:

os negros, os índios e os brancos.

d) de Euclides da Cunha sobre a passividade do povo brasileiro, ordeiro e disciplinado, que

desenvolveu a igualdade de oportunidades para todas as raças.

e) de Florestan Fernandes sobre a não integração dos negros no mercado de trabalho cem anos após

a abolição da escravidão.

S

oc

.

2. Para Gilberto Freire, a família, não o indivíduo, nem tampouco o Estado nem nenhuma companhia de

comércio, é, desde o século XVI, o grande fator colonizador no Brasil, a unidade produtiva, o capital

que desbrava o solo, instala as fazendas, compra escravos, bois, ferramentas, a força social que se

desdobra em política, constituindo-se na aristocracia colonial mais poderosa da América. Sobre ela, o

rei de Portugal quase reina sem governar. Os senados de Câmara, expressões desse familismo político,

cedo limitam o poder dos reis e mais tarde o próprio imperialismo ou, antes, parasitismo econômico,

que procura estender do reino às colônias os seus tentáculos absorventes (Gilberto Freire. Casa Grande & Senzala. Rio de Janeiro: José Olympio. 1994, p. 19).

Assinale a afirmativa CORRETA.

a) Para Freire, o Estado Brasileiro foi o grande impulsionador do desenvolvimento brasileiro.

b) Para Freire, o rei de Portugal mantinha o total controle sobre o processo de colonização no Brasil.

c) Para Freire, a família não pode ser considerada o agente colonizador do Brasil.

d) Para Freire, a família foi predominante no desenvolvimento da sociedade brasileira, sua existência

relacionou-se, desde o início, ao domínio das grandes propriedades, tanto na zona rural como

posteriormente no meio urbano.

e) Para Freire, a família manteve-se longe da aristocracia colonial brasileira.

3. A incivilidade gourmet

(...) Em entrevista à Folha de S. Paulo, o sociólogo espanhol Manuel Castells chegou a tempo de

simpático só existe no samba. Na relação entre pessoas, sempre foi violento. A sociedade brasileira

Continu

redescobre as raízes da sociedade brasileira plantadas nos terraços da escravidão, entre a casa-

grande e suas senzalas. (...) Sob a capa do afeto, o cordialismo esconde as crueldades da

BELLUZZO, Luiz Gonzaga. A incivilidade gourmet. Carta Capital, Ano XXI, Nº 854.

A matéria retratada aponta como ilusória a ideia de que o brasileiro teria como característica a

cordialidade, sendo, ao contrário, preconceituoso e agressivo. As frases expressivas da arrogância

discriminativa presente no cotidiano da sociedade brasileira estão indicadas em

a)

b)

c)

d)

e) -

4. Leia o fragmento abaixo.

escravidão mercantil, ela alterou a situação econômica do senhor que deixou de sofrer o peso da

São Paulo: Globo, 2010.

Baseando-se no fragmento de Florestan Fernandes, pode-se afirmar que a independência do Brasil

a) dificultou o fortalecimento da economia nacional.

b) fortaleceu o setor econômico escravista nacional.

c) extinguiu o tráfico de pessoas escravizadas ao país.

d) rompeu com a estrutura econômica baseada na escravidão.

e) aumentou a dependência brasileira aos interesses portugueses.

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5. A diversidade cultural que esteve na origem e na formação do Brasil ainda caracteriza nossa sociedade.

Cite três elementos que atestam essa diversidade e comente cada um deles.

6. Assinale a alternativa que contém a figura que representa o ideal de branqueamento no Brasil do final

do século XIX.

a)

Augustus Earle. Negros lutando. C 1824, aquarela sb/papel 16,5 × 25 cm.

b)

José Maria de Medeiros. Iracema, 1884, óleo sb/tela 168 × 255 cm.

c)

Modesto Brocos. A redenção de Can, 1895, óleo sb/tela 199 × 166 cm.

d)

Jean Baptiste Debret. O jantar, 1835, litografia.

e)

Senhora na liteira com dois escravos. Fotógrafo não identificado / Acervo Instituto Moreira Salles.

(Imagens extraídas de: ALMEIDA, H. B.; SZWAKO, J. E. Diferenças, Igualdade. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2009, pp.

73, 76, 78, 86, 95.)

S

oc

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7. Quero crer que nenhum brasileiro aspire a que, dentro de meio milênio, nossa civilização seja amarela

ou negra. [...] Julgo, pelo contrário, que todos nós desejamos ser um país de civilização branca, dentro

de nossa tradição histórica. NEIVA, Artur Hehl. O Problema Imigratório Brasileiro. Revista de Imigração e Colonização, Rio de Janeiro, ano V, n. 3, p.

510, 1944.

De acordo com a citação anterior, é possível afirmar que, ainda na década de 1940, a questão racial era

um desafio para os estudiosos do tema no Brasil, persistindo a aspiração pelo embranquecimento

populacional.

Compare as ideias sobre a questão racial prevalecentes na década de 1940 com as prevalecentes na

atualidade.

8. Leia o texto a seguir.

Recapitulemos analiticamente os elementos apontados como integrantes do conceito de bairro,

começando pela base territorial, essencial à sua configuração. Mas, além de determinado território, o

bairro se caracteriza por um segundo elemento, o sentimento de localidade existente nos seus

moradores, e cuja formação depende não apenas da posição geográfica, mas também do intercâmbio

entre as famílias e as pessoas, vestindo por assim dizer o esqueleto topográfico "O que é bairro?"

perguntei certa vez a um velho caipira, cuja resposta pronta exprime numa frase o que se vem expondo

aqui: "Bairro é uma naçãozinha." Entenda-se: a porção de terra a que os moradores têm consciência

de pertencer, formando uma certa unidade diferente das outras. A convivência entre eles decorre da

proximidade física e da necessidade de cooperação. Sabemos que, no regime de economia de

subsistência, é possível exercer as atividades da lavoura em base exclusivamente familiar cada família

bastando-se a si mesma e podendo, em consequência, viver relativamente isolada, sem integrar-se

noutra estrutura mais ampla. CANDIDO, A. Os parceiros do rio Bonito: estudo sobre o caipira paulista e a transformação dos seus meios de vida. 9.

ed. São Paulo: Duas Cidades, 2001. p. 84-85. Adaptado.

Nesse texto, o sociólogo brasileiro Antonio Candido, referindo-se à vida "rural" brasileira, conceitua o

"bairro" do campo e o diferencia da sociedade mais ampla e urbana.Cite três características integrantes

desse conceito sociológico de "bairro rural" presentes no texto.

QUESTÃO CONTEXTO

finir de maneira inconfundível um estilo brasileiro de foot-ball; e esse estilo é mais uma

expressão do nosso mulatismo ágil em assimilar, dominar, amolecer em dança, em curvas ou em músicas

técnicas européias ou norte-americanas mais angulosas para o nosso gosto: sejam alas de jogo ou de

arquitetura. (...) No foot-ball, como na política, o mulatismo brasileiro se faz marcar por um gosto de flexão,

de surpresa, de floreio que lembra passos de dança e de capoeiragem. Mas sobretudo de dança. Dança

dionisíaca. (FREYRE, Gilberto. Foot-ball mulato)

É lugar-comum considerar o Brasil a pátria do futebol. Pois bem, o texto acima pertence a uma

crônica de jornal escrita pelo sociólogo brasileiro Gilberto Freyre, no qual ele busca interpretar o sucesso da

seleção brasileira na Copa do Mundo de 1938 à luz da formação social brasileira.

Baseado no texto acima e em seus conhecimentos, responda: por que, segundo Gilberto Freyre, o estilo de

jogo do futebol brasileiro é um perfeito símbolo de nossa identidade nacional?

S

oc

.

GABARITO

Exercícios 1. e

2. d

3. e

4. b

5. Os elementos que atestam essa diversidade são os sotaques, as religiões, os costumes e a gastronomia,

os quais refletem a história e a influência da miscigenação.

6. c

No fim do século XIX a escravidão foi abolida e o país começou a receber imigrantes europeus, tanto

para assegurar a mão de obra necessária à lavoura, como para realizar o branqueamento da raça. A

afirmativa correta é a C, porque sua temática é de uma família branca, com um bebê também branco,

representando um futuro de brasileiros dessa cor, ao passo que todas as outras telas apresentam temas

recorrentes ou ao universo da escravidão negra, ou ao índio, que representavam o passado mestiço do

país.

7. O candidato deverá comparar as ideias sobre a questão racial prevalecentes na década de 1940 com as

prevalecentes na atualidade, enfatizando o ideário presente ainda na década de 1940, que caracterizava

proporção de afrodescendentes e de indígenas na população nacional.

O fundamento de tal ideário está calcado em um parâmetro racista da superioridade branca, o qual servia

de base para dois processos concomitantes: o preconceito social em relação aos afrodescendentes e

indígenas, de um lado; o incentivo à imigração de europeus para o Brasil, promovendo o

embranquecimento populacional, de outro.

É relevante que, na comparação, o candidato enfatize, no momento atual, duas questões fundamentais:

em primeiro lugar, o processo de gradativa ascensão e prestígio social de afrodescendentes e indígenas

no país; em segundo lugar, o processo de valorização da diversidade através da inclusão e aceitação das

diferenças étnicas/raciais no Brasil. Ambos processos acontecem paralelamente à aprovação de leis que

criminalizam o racismo, ao mesmo tempo que promovem a instauração de cotas para as universidades

públicas, em um visível interesse governamental em promover políticas públicas para diminuir o

preconceito social e valorizar a diversidade no Brasil.

8. Entre as características integrantes do conceito de "bairro rural" estão: base territorial/território;

sentimento de localidade; sentimento de pertença/pertencimento/consciência de pertencer;

intercâmbio/cooperação/solidariedade entre famílias; economia de subsistência; unidade familiar de

produção; isolamento relativo; distância relativa da sociedade mais ampla; vizinhança/grupo de

vizinhança; proximidade física e necessidade de cooperação; naçãozinha/representação.

Questão Contexto

Para Freyre, o estilo de jogo do futebol brasileiro, assumido definitivamente na Copa de 1938, é um perfeito

símbolo de nossa identidade, pois possui e manifesta justamente aquelas características que tornam nosso

povo único: a inventividade, a criatividade, a diversidade, a falta de pragmatismo, o jeitinho, a malandragem,

a plasticidade, o primado da emoção sobre a razão, etc. Tais características, de acordo com Freyre, tem a

ver com a formação social brasileira, marcada, segundo ele, por uma miscigenação integradora

F

ís.

Fís.

Professor: Silvio Sartorelli

Monitor: Guilherme Brigagão

F

ís.

Exercícios de Força elétrica e Campo

elétrico

02

ago

EXERCÍCIOS

1. Muitos experimentos importantes para o desenvolvimento científico ocorreram durante o século XIX.

Entre eles, destaca-se a experiência de Millikan, que determinou a relação entre a carga q e a massa m

de uma partícula eletrizada e que, posteriormente, levaria à determinação da carga e da massa das

partículas elementares. No interior de um recipiente cilíndrico, em que será produzido alto vácuo, duas

placas planas e paralelas, ocupando a maior área possível, são mantidas a uma curta distância d, e entre

elas é estabelecida uma diferença de potencial elétrico constante U. Variando-se d e U, é possível fazer

com que uma partícula de massa m eletrizada com carga q fique equilibrada, mantida em repouso

entre as placas. No local da experiência, a aceleração da gravidade é constante de intensidade g

Nessas condições, a relação q/m será dada por

a) d.U²/g

b) g.U²/d

c) d.g/U²

d) d.U/g

e) d.g/U

2. Dois corpos eletrizados com cargas elétricas puntiformes +Q e Q são colocados sobre o eixo x nas

posições +x e x, respectivamente. Uma carga elétrica de prova q é colocada sobre o eixo y na

posição +y, como mostra a figura abaixo.

A força eletrostática resultante sobre a carga elétrica de prova

a) tem direção horizontal e sentido da esquerda para a direita.

b) tem direção horizontal e sentido da direita para a esquerda.

c) tem direção vertical e sentido ascendente.

d) tem direção vertical e sentido descendente.

e) é um vetor nulo.

F

ís.

3. C e massa 10 g, é perpassada por um

aro semicircular isolante, de extremidades A e B, situado num plano vertical. Uma partícula carregada

eletricamente com carga igual a C é fixada por meio de um suporte isolante, no centro C do aro,

que tem raio R igual a 60 cm, conforme ilustra a figura abaixo.

Despreze quaisquer forças dissipativas e considere a aceleração da gravidade constante. Ao abandonar

a esfera, a partir do repouso, na extremidade A, pode-se afirmar que a intensidade da reação normal,

em newtons, exercida pelo aro sobre ela no ponto mais baixo (ponto D) de sua trajetória é igual a

a) 0,20

b) 0,40

c) 0,50

d) 0,60

4. Em um experimento de eletrostática, um estudante dispunha de três esferas metálicas idênticas, A, B

e C, eletrizadas, no ar, com cargas elétricas 5Q, 3Q e 2Q, respectivamente.

Utilizando luvas de borracha, o estudante coloca as três esferas simultaneamente em contato e, depois

de separá-las, suspende A e C por fios de seda, mantendo-as próximas. Verifica, então, que elas

interagem eletricamente, permanecendo em equilíbrio estático a uma distância d uma da outra. Sendo k

a constante eletrostática do ar, assinale a alternativa que contém a correta representação da configuração

de equilíbrio envolvendo as esferas A e C e a intensidade da força de interação elétrica entre elas.

a)

b)

c)

d)

e)

F

ís.

5. Duas pequenas esferas eletrizadas, com cargas Q1 e Q2, separadas pela distância d, se repelem com

uma força de intensidade 4x10-3 N. Substituindo-se a carga Q1 por outra carga igual a 3Q1 e

aumentando-se a distância entre elas para 2d, o valor da força de repulsão será

a) 3x10-3 N

b) 2x10-3 N

c) 1x10-3 N

d) 5x10-4 N

e) 8x10-4 N

6. Três pequenas esferas idênticas A, B e C estão eletrizadas com cargas elétricas QA, QB e QC,

respectivamente, encontram-se em equilíbrio eletrostático sobre um plano horizontal liso, como

mostra a figura abaixo.

Quanto aos sinais das cargas elétricas de cada esfera eletrizada, podemos afirmar que

a) todas as esferas estão eletrizadas com cargas elétricas de mesmo sinal.

b) as esferas A e B estão eletrizadas com cargas elétricas positivas e a esfera C está eletrizada com

cargas elétricas negativas.

c) as esferas A e B estão eletrizadas com cargas elétricas negativas e a esfera C está eletrizada com

cargas elétricas positivas.

d) as esferas B e C estão eletrizadas com cargas elétricas negativas e a esfera A está eletrizada com

cargas elétricas positivas.

e) as esferas A e C estão eletrizadas com cargas elétricas positivas e a esfera B está eletrizada com

cargas elétricas negativas.

7. A atração e a repulsão entre partículas carregadas têm inúmeras aplicações industriais, tal como a

pintura eletrostática. As figuras abaixo mostram um mesmo conjunto de partículas carregadas, nos

vértices de um quadrado de lado a, que exercem forças eletrostáticas sobre a carga A no centro desse

quadrado. Na situação apresentada, o vetor que melhor representa a força resultante agindo sobre a

carga A se encontra na figura

a) c)

b) d)

8. Posicionadas rigidamente sobre os vértices de um cubo de aresta 1 m, encontram-se oito cargas

elétricas positivas de mesmo módulo. Sendo k o valor da constante eletrostática do meio que envolve

as cargas, a força resultante sobre uma nona carga elétrica também positiva e de módulo igual ao das

oito primeiras, abandonada em repouso no centro do cubo, terá intensidade:

a) zero.

b) k × Q2.

c) 2k × Q2.

d) 4k × Q4.

e) 8k × Q2.

F

ís.

9. O gráfico mostra como varia a força de repulsão entre duas cargas elétricas, idênticas e puntiformes,

em função da distância entre elas.

Considerando a constante eletrostática do meio como k=9x109 N.m2/C2, determine:

a) o valor da força F.

b) a intensidade das cargas elétricas.

10. Considerando que as três cargas da figura estão em equilíbrio, determine qual o valor da carga Q 1 em

unidades de 10-9 C. Considere Q3=-3x10-9 C.

11. O que acontece com a força entre duas cargas elétricas (+Q) e ( q) colocadas a uma distância (d) se

mudarmos a carga (+ Q) por (+ 4Q), a carga ( q) por (+3q) e a distância (d) por (2d)?

a) Mantém seu módulo e passa a ser atrativa.

b) Mantém seu módulo e passa a ser repulsiva.

c) Tem seu módulo dobrado e passa a ser repulsiva.

d) Tem seu módulo triplicado e passa a ser repulsiva.

e) Tem seu módulo triplicado e passa a ser atrativa.

12. Dois objetos metálicos esféricos idênticos, contendo cargas elétricas de 1 C e de 5 C, são colocados

em contato e depois afastados a uma distância de 3 m. Considerando a Constante de Coulomb k =

9x109 N.m2/C2, podemos dizer que a força que atua entre as cargas após o contato é:

a) atrativa e tem módulo 3x109 N.

b) atrativa e tem módulo 9x109 N.

c) repulsiva e tem módulo 3x109 N.

d) repulsiva e tem módulo 9x109 N.

e) zero.

13. Duas esferas idênticas, carregadas com cargas Q = 30 µ C, estão suspensas a partir de um mesmo ponto

por dois fios isolantes de mesmo comprimento como mostra a figura.

Em equilíbrio, o ângulo α, formado pelos dois fios isolantes com a vertical, é 45°. Sabendo que a massa

de cada esfera é de 1 kg, que a Constante de Coulomb é k = 9x109 N.m2/C2 e que a aceleração da

gravidade é g = 10 m/s2, determine a distância entre as duas esferas quando em equilíbrio. Lembre-se

de que µ = 10-6.

a) 1,0 m

b) 0,9 m

c) 0,8 m

d) 0,7 m

e) 0,6 m

F

ís.

14. Os centros de quatro esferas idênticas, I, II, III e IV, com distribuições uniformes de carga, formam um

quadrado. Um feixe de elétrons penetra na região delimitada por esse quadrado, pelo ponto

equidistante dos centros das esferas III e IV, com velocidade inicial v na direção perpendicular à reta

que une os centros de III e IV, conforme representado na figura.

A trajetória dos elétrons será retilínea, na direção de v, e eles serão acelerados com velocidade

crescente dentro da região plana delimitada pelo quadrado, se as esferas I, II, III e IV estiverem,

respectivamente, eletrizadas com cargas

a) +Q, -Q, -Q, +Q

b) +2Q, -Q, +Q, -2Q

c) +Q, +Q, -Q, -Q

d) -Q, -Q, +Q, +Q

e) +Q, +2Q, -2Q, -Q

15. Duas cargas pontuais q1 = 3,0 C e q2 = 6,0 C são colocadas a uma distância de 1,0 m entre si. Calcule

a distância, em metros, entre a carga q1 e a posição, situada entre as cargas, onde o campo elétrico é

nulo. (Considere kC = 9x109 N.m2/C2).

a) 0,3

b) 0,4

c) 0,5

d) 0,6

e) 2,4

QUESTÃO CONTEXTO

Em um experimento de Millikan (determinação da carga do elétron com gotas de óleo), sabe-se que cada

gota tem uma massa de 1,60 pg e possui uma carga excedente de quatro elétrons. Suponha que as gotas são

mantidas em repouso entre as duas placas horizontais separadas de 1,8 cm. A diferença de potencial entre as

placas deve ser, em volts, igual a

Dados: caga elementar e = 1,60x10-19 C; 1 pg = 10-12 g; g = 10 m/s2

a) 45,0

b) 90,0

c) 250

d) 450

e) 600

F

ís.

GABARITO

Exercícios

1. e

2. a

F

ís.

3. b

4. b

F

ís.

5. a

6. e

F

ís.

7. d

8. a

9. a) F = 1x103 N; b) |Q| = 1x10-4 C

10. 12

F

ís.

11. d

12. d

13. b

14. c

F

ís.

15. b

Questão Contexto d

G

eo

.

Geo.

Professor: Ricardo Marcílio

Monitor: Rhanna Leoncio

G

eo

.

Brasil no contexto sulamericano

(Mercosul, Unasul...)

30

jul

RESUMO

Em um contexto de globalização fala-se em integração política, econômica, social, política e cultural.

Contudo é importante atendar de que forma e em que contexto estão inseridos os países, em especial o

Brasil no contexto Sulamericano. Daí surge a necessidade em analisar a formação de alguns blocos

econômicos e os processos de integração regional que visam o uso compartilhado dos recursos naturais, em

especial, os recursos energéticos do subcontinente, tais como o Mercosul, a Unasul e o Pacto Amazônico,

entendendo qual o papel do Brasil nesse processo.

Mercosul

A formação de blocos econômicos tem como principais objetivos a facilitação das trocas comerciais e

obtenção de vantagens econômicas. Com isso as principais economias sul-americanas - Argentina, Brasil,

Uruguai e Paraguai (e Venezuela, que está suspensa do bloco a partir de dezembro de 2016) ser reuniram e

articulações para a formação datar de meados dos anos 1980. Pouco a pouco outros países da América Latina

firmaram acordos tarifários com o bloco, tais como, o Chile, a Bolívia, o Equador e outros.

Atualmente representa um grande mercado consumidor (uma população de aproximadamente 311 milhões

de habitantes) e um PIB de 2 trilhões de dólares. Cabe destacar que inicialmente tratava-se de uma integração

comercial, mas se expandiu envolvendo uma integração política, social, ambiental e outras áreas. Além disso,

o principal desafio a ser superado é a barreira da infraestrutura que ainda carece de investimentos.

Unasul

A Unasul (União das Nações Sul-Americanas) é uma comunidade formada por doze países sul-americanos.

Fazem parte da Unasul os seguintes países: Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Colômbia, Equador,

Peru, Chile, Guiana, Suriname e Venezuela. Em 8 de dezembro de 2004, na cidade de Cusco (Peru) foi

realizada a 3ª Reunião de Presidentes da América do Sul. Nesta ocasião, foi redigido um documento

(Declaração de Cuzco) que criou as bases para a Unasul. O projeto criado nesta oportunidade ganhou o

nome de Casa (Comunidade Sul-Americana de Nações). Em 2007, durante a 1ª Reunião Energética da América

do Sul (realizada na Venezuela), o nome foi modificado para Unasul. O objetivo principal da Unasul é propiciar

a integração entre os países da América do Sul. Esta integração ocorrerá nas áreas econômica, social e

política. Dentro deste objetivo, espera-se uma coordenação e cooperação maior nos segmentos de

educação, cultura, infraestrutura, energia, ciências e finanças.

A metade dos países pertencentes à Unasul, o bloco sul-americano criado em 2008 pelo presidente

venezuelano Hugo Chávez para contrapor o domínio dos Estados Unidos na região, decidiu em 2018

suspender sua participação. Os governos de Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Peru e Paraguai acreditam

que o bloco estava à deriva sob a atual presidência rotativa da Bolívia.

A Unasul foi criada há 10 anos quando o populismo esquerdista defendido pelo falecido líder venezuelano

era mais forte na América do Sul. Chávez e outros líderes naquele momento se opuseram à proposta

respaldada pelos Estados Unidos de uma Zona de Livre Comércio no continente americano e em seu lugar

estabeleceram a Unasul, uma união econômica e política que finalmente serviu para dar a essas nações

presença internacional.

A iniciativa também foi uma tentativa de fugir da Organização de Estados Americanos (OEA), com sede em

Washington, que os esquerdistas consideravam uma ferramenta para promover a política dos Estados Unidos

na América Latina.

Um motivo de fundo para a suspensão se remete ao fato de que a Unasul é, pela sua origem, associada a

líderes de esquerda, predominantes na América do Sul sobretudo nos anos 2000. Mas, na década seguinte,

com a mudança de espectro ideológico nas presidências do Brasil, Argentina, Chile, Paraguai e Peru, foram

aumentando divergências internas. Governantes da centro-direita e defensores de medidas liberais na

G

eo

.

economia dão preferência ao Mercosul (Mercado Comum do Sul), bloco mais antigo e focado na área

econômica.

Pacto amazônico

O Tratado de Cooperação Amazônica (TCA), também conhecido por Pacto Amazônico, foi assinado no dia

3 de julho de 1978, em Brasília, por representantes dos governos de Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador,

Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. O objetivo do tratado era criar um mecanismo de desenvolvimento da

região amazônica sem que nenhum dos países abrisse mão das respectivas soberanias territoriais.

Existiram tentativas anteriores ao TCA de lidar com a questão da ocupação e do desenvolvimento da região,

mas a maior parte tratava-se de medidas domésticas ou bilaterais. O tratado de 1978 serviria como

instrumento multilateral de cooperação em vários pontos, entre os quais a navegação na bacia amazônica,

estudos hidrográficos e climatológicos, infra-estrutura de transportes e telecomunicações, saúde,

intercâmbio de experiências em matéria de desenvolvimento regional e pesquisa tecnológica e ecológica,

podendo ainda incluir novos temas no futuro.

O TCA destacou-se por seu caráter inovador no que dizia respeito à preocupação com o meio ambiente. Ao

relacionar desenvolvimento socioeconômico à questão da preservação ambiental, o documento inovou com

de que tanto o desenvolvimento socioeconômico como a preservação do meio ambiente são

responsabilidades inerentes à soberania de cada Estado e que a cooperação entre as Partes Contratantes

servirá para facilitar o cumprimento destas responsabilidades, continuando e ampliando os esforços

A questão da soberania também foi especialmente contemplada, uma vez que a manutenção e a proteção

das fronteiras aéreas e terrestres na Amazônia constituíam-se em preocupações centrais do governo do

general Ernesto Geisel (1974-1979). Naquele momento, por falta de tecnologia de controle adequada, esta

preocupação estratégica requeria uma atitude positiva da diplomacia brasileira o que aconteceu através

da iniciativa do tratado e de sua redação. O governo brasileiro via ainda a Amazônia como uma espécie de

-de- nacional e da geopolítica continental. Para se ter uma idéia do que a

Amazônia representa em termos de território, a definição oficial de Amazônia Legal Brasileira, de 1946,

envolve os estados do Pará, Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, partes do estado do Mato Grosso, do

estado de Tocantins (a partir de 1988) e do estado do Maranhão ou seja, mais da metade do território

brasileiro. Os países signatários também têm seus territórios muito ligados à floresta 40% a 60% dos

territórios de Bolívia, Peru, Equador e Colômbia ficam em áreas amazônicas.

O TCA previu também um sistema de consultas periódicas com várias atribuições: velar pelo cumprimento

dos termos do próprio TCA, velar pelo cumprimento das decisões tomadas nestas reuniões, recomendar a

preparação de estudos sobre questões levantadas nas reuniões, avaliar o cumprimento dos projetos de

interesse bilateral ou multilateral e adotar as normas para o seu funcionamento.

Apesar do discurso desenvolvimentista, não era uma das preocupações principais do TCA incrementar o

desenvolvimento econômico. Desde o princípio, fora concebido com finalidades essencialmente políticas e

estratégicas. A idéia de um tratado de cooperação econômica foi apresentada através da criação do

Merconorte (uma zona de livre comércio entre os oito países signatários do TCA). Entretanto, esta idéia não

chegou a ser implementada. Anos mais tarde, o governo brasileiro preferiu dar ênfase ao desenvolvimento

do Mercosul, tratado de livre comércio entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, assinado em Assunção

em março de 1991.

G

eo

.

EXERCÍCIOS

1. Mercosul debaterá espionagem e segurança da internet

No momento em que novas denúncias de espionagem foram trazidas a público (...), dessa vez

envolvendo quebra de sigilo das comunicações de e-mail, SMS, chamadas telefones e até mesmo

navegação na Internet da presidente Dilma Rousseff e seus assessores diretos, os ministros do Interior

o equivalente à Casa Civil no Brasil e da Justiça dos países que compõem o Mercosul e outros

associados ao bloco se preparam para discutir as denúncias de espionagem e a segurança da Internet.

Os ministros dos países membros e associados se reunirão no dia 8 de novembro, nas Ilhas Margarita,

na Venezuela, e debaterão também outras questões, como fluxos migratórios, jogos de futebol, delitos

cibernéticos e integração de dados entre os países do bloco. Disponível em http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/mercosuldebatera-espionagem-e-seguranca-da-internet

(adaptado). Acesso em: 09 de setembro de 2013.

Com base no texto e nos seus conhecimentos sobre o Mercosul, analise as sentenças abaixo:

I. Atualmente, o Mercosul é formado por quatro países membros: Argentina, Brasil, Uruguai e

Venezuela. Em 2012, o Paraguai foi expulso devido ao processo de impeachment do presidente

Fernando Lugo.

II. As reuniões do Mercosul, além de tratarem de questões comerciais, também são voltadas para

temas das esferas política, cultural e esportiva, o que demonstra o objetivo de integração entre os

países membros.

III. Atualmente, o bloco se classifica como um mercado comum, depois te ter passado pelos estágios

de união aduaneira e de área de livre comércio. Esse atual estágio é caracterizado pela livre

circulação de pessoas, bens, serviços e capitais.

IV. Esse bloco econômico foi criado com a assinatura do Tratado de Assunção, em 1991, por Argentina,

Brasil, Paraguai e Uruguai. Com isto, objetivavam a integração dos quatro Estados membros por

meio do estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC).

Estão corretas apenas as alternativas

a) I e II.

b) I e IV.

c) II e IV.

d) I, II e IV.

e) II, III e IV.

2. No decorrer do século XX, para a organização de projetos de criação de blocos econômicos, foi

necessário superar rivalidades históricas. Isto ocorreu na Europa e também na América do Sul, quando

o Brasil e a Argentina deixaram de lado as disputas por hegemonia e engendraram um acordo, na

década de 1980, que posteriormente originou o Mercosul.

Estes exemplos permitem afirmar que:

a) a herança colonial europeia dá maior flexibilidade aos países sul-americanos no âmbito das relações

políticas e econômicas.

b) quando o objetivo é reduzir ou eliminar os desníveis econômicos, as diferenças históricas são

abandonadas.

c) as questões de natureza étnico-culturais podem ser relevantes para o estabelecimento de relações

comerciais.

d) no contexto da globalização, as relações entre os Estados e as economias nacionais são

modificadas.

e) as questões geopolíticas se tornam entraves quando os países procuram estabelecer relações

multilaterais.

G

eo

.

3. -feira a suspensão do Paraguai do bloco de

comércio até que se celebrem as eleições de abril de 2013, mas sem a imposição de sanções

econômicas. Anfitriã do evento, a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, anunciou que a

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2012-06-29/mercosul-suspende-paraguai-mas-sem-impor-sancoes-

economicas.html - acesso em 13 de outubro de 2012

s Nações Sul-Americanas (Unasul) também decidiu suspender o Paraguai do bloco até a

realização de novas eleições no país. A decisão foi tomada em reunião extraordinária após a cúpula do

Mercosul, nesta sexta- Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2012-06-29/mercosul-suspende-paraguai-mas-sem-impor- sancoes-

economicas.html - acesso em 13 de outubro de 2012

As notícias acima se referem ao episódio de suspensão do Paraguai do bloco econômico do Mercosul.

A medida faz parte de uma retaliação à destituição do então presidente, Fernando Lugo. Ao mesmo

tempo em que suspendia o Paraguai, os integrantes do Mercosul tomavam uma outra medida de

extrema relevância para o futuro do bloco comercial. A segunda medida tomada pela Cúpula do

Mercosul foi:

a) Suspender as reuniões do Bloco até que sejam realizadas eleições democráticas no Paraguai.

b) Transformar o Bloco em União Monetária, deixando para 2013 a escolha da nova moeda.

c) Aceitar Cuba como membro integrante permanente do Mercosul.

d) Aceitar a integração da República Bolivariana da Venezuela como membro pleno do Mercosul.

4. Considere os textos.

I. [maio de 2011] O governo da presidente Cristina Kirchner aplica uma saraivada de medidas que

restringem ou atrasam a entrada de produtos brasileiros no mercado argentino. Segundo a

consultoria portenha Abeceb, do total de exportações realizadas pelo Brasil para a Argen tina,

23,9% são alvo de barreiras quase um quarto das vendas. (http://veja.abril.com.br/noticia/economia/argentina-aumenta-barreiras-comerciais-contra-o-brasil)

II. [outubro de 2011] A decisão do Brasil de elevar o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para

veículos importados foi questionada durante reunião do comitê de acesso a mercados da

Organização Mundial do Comércio (OMC). Durante o encontro, representantes de Japão,

Austrália, Coreia do Sul, Estados Unidos e União Euro- peia que abrigam algumas das maiores

montadoras do mundo pediram à delegação brasileira explicações sobre a medida. (http://oglobo.globo.com/economia/mat/2011/10/14/paises-exportadores-de-vei- culos-reclamam-na-omc-do-aumento-

do-ipi-925586226.asp#ixzz1cQB0V2Hq)

Sobre os textos, é correto afirmar que

a) ambos expressam medidas protecionistas que visam salvaguardar as indústrias nacionais.

b) ambos têm como objetivo criar superávits nas balanças comerciais argentina e brasileira.

c) I mostra uma medida protecionista e II é uma retaliação brasileira aos subsídios agrícolas dos países

ricos.

d) I representa o rompimento dos acordos firmados pelo Mercosul e II é uma medida protecionista do

Brasil.

e) I é medida fortemente condenada pela OMC e II tem caráter paliativo para balanças comerciais

deficitárias.

G

eo

.

5. O mapa abaixo expressa o desempenho comercial dos países latino-americanos.

De sua leitura, podemos concluir que:

a) Os Estados Unidos orientam a pauta comercial da América Latina

b) As relações Brasil-África tiveram forte incremento.

c) A América Latina apresenta largo superávit comercial em relação à Europa.

d) As trocas comerciais entre os países latino-americanos ocorrem no âmbito exclusivo das

commodities.

e) Nos últimos anos, diminuíram substancialmente as exportações para os países asiáticos.

6. Nos últimos anos o Brasil tem enfrentado alguns conflitos diplomáticos e comerciais com vizinhos da

América do Sul tendo em vista questões ligadas a energia e combustível. Sobre esses conflitos leia as

afirmativas a seguir:

I. O presidente do Paraguai Fernando Lugo assumiu o cargo em 2008 com a promessa de rever o

Tratado de Itaipu, que reajustaria os valores da energia elétrica vendida ao Brasil.

II. Com a nacionalização dos hidrocarbonetos, a Bolívia reajustou as tarifas do gás natural vendido

ao Brasil, além de desapropriar refinarias da Petrobras no país.

III. O Equador seguiu o mesmo caminho da Bolívia, nacionalizando várias empresas petrolíferas

internacionais e desapropriando bens da Petrobras que investia nessa área.

IV. Na Bolívia, conflitos entre o governo de Evo Morales e algumas províncias que reivindicam

autonomia, resultaram em interrupção parcial do fornecimento de gás para o Brasil.

a) As afirmativas I, II e III estão corretas.

b) As afirmativas I, II e IV estão corretas.

c) As afirmativas II, III e IV estão corretas.

d) Todas as afirmativas estão corretas.

e) Nenhuma das afirmativas está correta.

7. Tratando-se da América Latina, a geografia brasileira tem se correlacionado, nos últimos anos, muito

de perto com um dos países vizinhos, através dos seguintes fatos:

I. Assentamento de brasileiros em seu território.

II. Tratado de Itaipu.

III. Fluxo migratório de pequenos comerciantes.

G

eo

.

Esses fatos dizem respeito às relações do Brasil com o(a):

a) Argentina

b) Equador

c) Uruguai

d) Paraguai

QUESTÃO CONTEXTO

Indique diferenças em relação à forma de inserção da Europa Ocidental e da América do Sul/Caribe no

comércio mundial.

Quanto às diferenças em relação à forma de inserção no comércio mundial, numa comparação entre os

montantes dos mercados da Europa Ocidental e da América do Sul/Caribe, além da enorme diferença da

totalidade (US$4.963 bilhões para a Europa Ocidental contra US$430 bilhões da América do Sul/Caribe),

nota-se que enquanto a Europa Ocidental privilegia seu imenso mercado interno (com elevado poder de

compra), apresentando uma enorme diversidade de produtos (muitos deles industrializados), a América do

sul/Caribe volta-se para o mercado externo, mostrando que a estrutura econômica dessa região nunca teve

o foco em seu fraco mercado interno, mas se preparou historicamente para atender o mercado externo,

como fornecedora de matérias-primas e produtos agropastoris, exibindo o viés da dependência advinda do

processo de colonização.

G

eo

.

GABARITO

Exercícios

1. c

As afirmativas I e IV estão incorretas pois, respectivamente, o Paraguai não foi expulso mas suspenso e

foi por conta do impeachment do presidente Fernando Lugo pois o Paraguai não respeitou o chamado

protocolo de Ushuaia, assinado na década de 1990, pelos quatro países do bloco, incluindo o Paraguai,

além de Chile e da Bolívia, o qual preconiza a plena vigência democrática como condição para a

integração, e a criação do grupo se deu a partir da assinatura do Tratado de Assunção.

2. d.

As questões econômicas e geopolíticas em um contexto de globalização fazem com que novos rearranjos

ocorram e antigos antagonismo deem lugar à formação de blocos e alianças visando uma maior

integração ao cenário internacional.

3. d.

Em 2006, a Venezuela entrou com um pedido de ingresso como membro permanente do Mercosul

(Mercado Comum do Sul). Em 2012, o ingresso dos venezuelanos foi efetivado, o que gerou profundas

discussões. Um lado desse debate é sobre à forma como ocorreu a integração da Venezuela ao Mercosul.

O governo paraguaio sempre se opôs à entrada dos venezuelanos no bloco, principalmente em função

das divergências políticas para com o governo do então presidente Hugo Chávez, que foi sucedido pelo

seu seguidor Nicolás Maduro. Na mesma época, o então presidente do Paraguai, Fernando Lugo, foi alvo

de uma espécie de golpe de Estado e foi destituído de seu cargo através de um processo de

impeachment. Tal episódio gerou uma repercussão negativa por parte dos governos sul-americanos, que

excluíram temporariamente o Paraguai do Mercosul até que um processo eleitoral verdadeiramente

democrático ocorresse no país. Durante esse meio tempo, sem a oposição paraguaia podendo atuar, a

Venezuela teve aprovado o seu ingresso como membro efetivo do Mercosul.

4. a.

Tanto a Argentina como o Brasil, como mostrado nos texto, adotaram medidas que visavam a proteção

do seus mercados internos contra a concorrência externa através da adoção de medidas protecionistas.

Para conseguir este objetivo, os governos aumentam as taxas tributárias de importação, criam barreiras

alfandegárias de ordem sanitária, econômica e política e subsidiam a indústria ou a agricultura nacionais.

Ainda que tenha perdido sua eficácia com a globalização, diversos países ainda utilizam das medidas

protecionistas em prol do aumento dos lucros e do mercado interno.

5. a.

Atualmente os maiores parceiros comerciais da América Latina são os Estados Unidos e a China (no

período em que a questão foi feita eram apenas os Estados Unidos).

6. b.

A afirmativa III está incorreta pois o Equador não nacionalizou empresas petrolíferas internacionais como

a Petrobras, o país na verdade anulou as concessões à empresa e pagou uma indenização por isso após

o fracasso das negociações para estabelecer novas regras para a exploração de petróleo.

7. d.

As relações do Brasil com o Paraguai são diversas, entre elas, a ida de brasileiros para o Paraguai em busca

de terras, os chamados brasiguaios, a geração de energia compartilhada através da usina hidrelétrica de

Itaipu e o fluxo de pequenos comerciantes brasileiros que buscam produtos para revenderem no Brasil.

G

eo

.

Questão contexto

Quanto às diferenças em relação à forma de inserção no comércio mundial, numa comparação entre os

montantes dos mercados da Europa Ocidental e da América do Sul/Caribe, além da enorme diferença da

totalidade (US$4.963 bilhões para a Europa Ocidental contra US$430 bilhões da América do Sul/Caribe),

nota-se que enquanto a Europa Ocidental privilegia seu imenso mercado interno (com elevado poder de

compra), apresentando uma enorme diversidade de produtos (muitos deles industrializados), a América do

sul/Caribe volta-se para o mercado externo, mostrando que a estrutura econômica dessa região nunca teve

o foco em seu fraco mercado interno, mas se preparou historicamente para atender o mercado externo,

como fornecedora de matérias-primas e produtos agropastoris, exibindo o viés da dependência advinda do

processo de colonização.

H

is.

His.

Professor: João Daniel

Monitor: Octavio Correa

H

is.

Décadas de 1920 e 1930 nos Estados

Unidos e Europa 30

jul

RESUMO

capitalistas do hemisfério norte, as crescentes disputas entre as forças de poder internas dos países se

refletiriam no desequilíbrio externo entre os países em um contexto de continuidade das rivalidades da

Primeira Guerra e de uma crise mundial que montaria a Segunda Guerra Mundial.

1920 á 1930 na Europa: A ascensão dos Fascismos.

Os movimentos fascistas se espalharam pela Europa e pelo mundo, eram em geral pautados em ideologias

nacionalistas e de fundo racista e xenofóbico. Em cada lugar que passou as ideologias fascistas espalharam

ódio entre a população, fazendo promessas de um futuro próspero em tempos difíceis, explorando a

esperança de um povo, prometendo tempos mais prósperos baseados em ódio de raça e de origem.

A República de Weimar que surgiu após a Revolução Alemã de 1918 seguida da abdicação de Guilherme II em

1919 não inspirava confiança na população, e as crises econômicas dadas pela destruição que o país sofrera

abalavam ainda mais a frágil estabilidade política da Alemanha, esse cenário favorecia o crescimento e a

radicalização de movimentos tanto da direita como os Freikorps que era um grupo paramilitar de ex-

combatentes que não deixaram a atmosfera de guerra, como a radicalização dos comunistas, socialistas e o

movimento operário em geral na Alemanha durante a declaração da República Socialista da Baviera pela Liga

Espartaquista e o Partido Comunista da Alemanha, a República teve vida curta e foi duramente reprimida pelo

exército alemão e pelo Freikorps, dentre os mortos estava a famosa filosofa e economista marxista Rosa

Luxemburgo.

Depois de servir na Primeira Guerra e se desiludir com a derrota alemã (como grande parte dos alemães),

Adolf Hitler se envolveu com o Partido dos Trabalhadores Alemães, nesse partido suas ideias antissemitas,

nacionalistas e forte influência dos grupos paramilitares como o Freikorps ganharam popularidade e em 1920

foi transformado no Partido Nacional Socialista Alemão (Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei,

NSDAP), a expressão nazismo vem da ideologia do partido Nacional Socialismo sendo Nazi uma abreviação

em alemão.

ta e ao capitalismo liberal de Weimar

mesmo sendo um movimento de extrema direita, seus principais ideais eram pautados no nacionalismo

alemão, pangermanismo, antissemitismo, racismo científico, negação da luta de classes, defesa da

propriedade privada, conservadorismo e tradicionalismo. É importante citar que Hitler não inventou essas

teorias, a hierarquização racial era a justificativa para o imperialismo, o antissemitismo existia há vários

séculos, o pangermanismo e o nacionalismo alemão vinham crescentes desde a unificação e eram apoiados

por livros como o Germânia do historiador romano Cornélio Tácito.

O partido contava com duas milícias criadas em 1921, primeiramente foram criada as Tropas de Assalto que

incorporaram as milícias anticomunistas e de extrema direita da Alemanha como o Freikorps, estes

perseguiam os opositores do partido além de agredir judeus e destruir suas casas e comércios. Depois de um

tempo com o início do culto a imagem de Hitler foi criada uma guarda de proteção pessoal, que também

perseguia judeus e opositores, a SS.

Hitler planejava tomar o poder de assalto e aproveitando a fragilidade econômica da Alemanha após a França

ter tomado a região de Rhur como garantia das indenizações alemãs os nazistas com as suas milícias tentaram

dar um golpe e derrubar o governo em 1923, a ação não deu certo, e ficou como Putsch de Munique. Adolf

foi condenado a nove anos de prisão, no entanto passou somente nove meses na prisão, nesse período Hitler

escreveu o Mein Kampf (Minha Luta em alemão) que sintetizou a ideologia nazista em um livro.

H

is.

O livro foi bem aceito na Alemanha, e com isso a popularidade de Hitler subiu, na sua saída do cárcere a

Alemanha havia se recuperado um pouco e experimentara uma certa estabilidade política, o Marechal

Hindemburg havia sido eleito pra presidente de 1924, mostrando a maior confiança do povo nas instituições.

Porém com a chegada da crise de 1929 a fome, inflação e o desemprego assolaram o país, o que seria uma

nova oportunidade para um avanço nazista.

Hitler percebendo a situação social da Alemanha durante a crise mudou o tom de seu discurso, antes dela

este criticava os capitalistas e o mal do sistema, mas depois da crise para ganhar apoio da alta burguesia com

medo de mais revoltas comunistas, assim este mudava o alvo de seus discursos e começava a destilar seu

ódio aos judeus, minorias e opositores da esquerda, enaltecer o povo alemão e a cativar o revanchismo contra

as potências vencedores da Primeira Guerra, tudo isso pautado em muita propaganda nazista e culto a

imagem de Hitler.

O Fascismo Italiano.

O fascismo italiano começa do mesmo ponto que o nazismo, depois da primeira guerra a Itália saia

descontente das compensações territoriais que recebera nos tratados de paz, para piorar a situação o país

era assolado por um desemprego já aumentado pela volta dos soldados agora sem soldo que acabavam

consumindo menos e jogando a Itália em uma dura recessão.

Em resposta a crise os movimentos políticos ligados aos trabalhadores realizaram uma grande greve em 1919

seguida de uma expressiva contagem de votos no Partido Socialista nas eleições do mesmo ano, porém não

somente os movimentos ligados à esquerda se radicalizaram, dois anos mais tarde em 1921, Benito Mussolini

fundou o Fascio di Combattimento, uma milícia fascista que seria a resposta aos movimentos proletários, é

importante citar que até 1915 Mussolini militava no Partido Comunista, porém na época da guerra Benito saiu

do partido por diferenças ideológicas e se alistou no exército italiano.

O Fascio di Combattimento era formado por jovens burgueses anticomunistas e veteranos de guerra que

como no Freikorps não se adaptaram a vida cívica e buscavam uma militarização da sua realidade, os

de na Itália e em 1921 e entraram para a

política como Partido Fascista. Que logo de cara recebeu apoio a burguesia italiana com medo do avanço

socialista, que não acreditavam que os partidos liberais fossem conter o avanço dos socialistas.

líderes dos trabalhadores e espalhando

sua ideologia de estado forte e presente na vida de todos os cidadãos. Frente a tamanha pressão o primeiro

ministro Luigi Facta renunciou no mesmo ano de 1922 e o rei Vitor Emanuel III permitiu a organização de um

novo governo sobre o comando do Il Duce (ou O General, em italiano). A sombra do fascismo rondava a

Itália e em 1924, com a maioria das cadeiras no parlamento, Mussolini instalou uma ditadura expulsou os

deputados opositores e fechou os jornais que o criticavam, como Hitler (mas uma década antes), Mussolini

O novo regime fez a Carta del Lavoro (Carta do Trabalho), a legislação trabalhista organizava os trabalhadores

em corporações controladas pelo governo como um substituto para o movimento sindical, a carta dava

direitos aos trabalhadores, porém punia as manifestações contestatórias. Ele também instituiu em 1927 a

OVRA (Organização para Vigilância e Repressão do Antifascismo) uma polícia secreta para caçar os

opositores, instituiu também um programa de propaganda do partido e adoração a sua imagem e ao estado.

foi resolvida, a

Igreja nunca reconheceu os reis italianos nem a jurisdição do Estado dentro de suas antigas terras, porém em

1929, Mussolini assinou o Tratado de Latrão criando o atual Vaticano (o menor pais do mundo atualmente)

ele também instituiu a religião católica como oficial do Estado e colocou a religião na base educacional.

No mesmo ano, para tirar o país da crise, Mussolini investiu em obras públicas e na indústria bélica, para gerar

mais empregos e preparar a Itália para a guerra que estava por vir. O modelo de Mussolini de governo fascista

se espalhou, o ódio anticomunista e o fortalecimento do estado foi adotado com suas variantes pela

Alemanha de Hitler, pelo Brasil de Getúlio Vargas, Espanha de Francisco Franco e Portugal de António Salazar.

Década de 1920: a montagem e as consequências da crise econômica.

H

is.

Após o fim da Primeira Guerra os Estados Unidos se consolidavam seu poderio de superpotência no mundo,

sendo um dos maiores produtores de commodities no mundo (produtos que o mundo inteiro consome como

petróleo, arroz, milho etc.) e um tendo uma das maiores produções industriais também.

Os anos de 1920 foram os de maior crescimento para a economia ianque, o povo vivenciava uma grande

prosperidade advinda do pós-guerra sendo que o vácuo de produção industrial provocado pela recuperação

dos europeus havia sido suplantado pelos estadunidenses. Cenário bem diferente da Europa em recuperação

recheada de extremismos políticos e grupos paramilitares, a burguesia industrial dominava o cenário

econômico e político da época, assim esta podia vender o seu estilo de vida ao mundo.

intermédio do cinema, que também crescia

principalmente na costa oeste do país em Los Angeles, o consumo de cultura dos Estados Unidos crescia

tanto quanto o

consumo de bens e na cultura do enriquecimento material, as cidades fervilhavam de pessoas e as

megalópoles de hoje como Nova Iorque e Los Angeles tomavam seus contornos e formas atuais, crescia

também o crime ligado ao contrabando de bebidas devido a lei seca que durou de 1920 á 1933 fazendo surgir

figuras míticas e nocivas como Al Capone que aparecia como estrelas do submundo nos jornais.

Porém, essa época de prosperidade lançava uma especulação financeira exageradamente positiva que ao

final acabou se tornando um mal para o capitalismo da época, com o otimismo, as pessoas investiam nas

empresas e os bancos tinham facilidade de crédito já que o consumo estava em alta e o retorno do crédito

não tardava.

No entanto a especulação começou a não se confirmar, com o otimismo do mercado as empresas investiram

mais com a facilidade de crédito produzindo mais bens que não foram absorvidos pelo mercado. Acontecia

uma crise de superprodução, que não se limitou a cidade e começava a falir pequenos agricultores e grandes

empresas do campo que acompanhava a produção industrial, assim os produtos não saiam dos estoque e

deixavam de gerar lucro fazendo as ações das empresas em geral começarem a diminuir de valor e assim os

investidores colocavam á venda as ações que não eram compradas por outros investidores. Basicamente as

empresas não valiam mais nada, e logo, não poderiam pagar os empréstimos feitos pelos bancos levando a

uma falência generalizada das instituições financeiras, seguida das empresas que ficaram sem crédito e das

pessoas que ficaram sem dinheiro.

Em 24 de outubro de 1929 os preços das ações despencaram na bolsa de valores de Nova Iorque, tendo a

- de grandes

empresas cometeram suicídio, porém os trabalhadores que sofreram mais com a recessão econômica sendo

demitidos em massa. Filas de desempregados nos centros das cidades e do campo se formavam para receber

doações de comida nas igrejas e centros de caridade.

Como os Estados Unidos comprava muita matéria prima para sua indústria e consumia uma boa parte da

produção mundial, todas as nações foram afetadas pela crise, com a exceção da União Soviética onde os

planos quinquenais de planejamento econômico até então postos em prática guardaram a economia do país

socialista que tinha a produção voltada para o mercado interno e não era tão dependente economicamente

dos Estados Unidos.

Assim ficava montada a década de 1920 no mundo, com as democracias liberais europeias ou substituídas por

formas ditatórias como na Alemanha e na Itália ou ameaçadas pelo crescimento dos nacionalismos e ódio às

minorias. Não somente nesses países cresciam as doutrinas fascistas mas na Espanha começava a se formar o

que viria a ser a Guerra Civil Espanhola de 1936 e o domínio do governo por Francisco Franco (apoiado

militarmente pelos nazistas) e suas ideologias até 1975, o mesmo acontecera com Portugal três anos antes

com a instalação do Estado Novo Português.

EXERCÍCIOS

1. Considere os textos a seguir, que se referem a dois momentos distintos da história alemã:

respectivamente, à unificação do Estado nacional, no século XIX, e ao período nazista, no século XX.

H

is.

O próprio Bismarck parece não ter-se preocupado muito com o simbolismo, a não ser pela criação

de uma bandeira tricolor, que unia a branca e preta prussiana com a nacionalista liberal preta, vermelha

e dourada (...). (Eric Hobsbawn.;A invenção das tradições;. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984, p. 281)

Hitler escreve a propósito da bandeira nacional-socialistas, vemos na nossa bandeira o nosso

programa. Vemos no vermelho a ideia social do movimento, no branco a ideia nacionalista, na suástica

a nossa missão de luta pela vitória do homem ariano e, pela mesma luta, a vitória da ideia do trabalho

criador que como sempre tem sido, sempre haverá de ser antissemita (Wilhelm Reich. Psicologia de massas do fascismo . São Paulo: Martins Fontes, 1988, p. 94-5)

A composição das duas bandeiras a que os textos se referem presta-se, nos dois casos, a:

a) representar o caráter socialista do Estado alemão moderno, daí a presença do vermelho nas duas

bandeiras.

b) identificar o projeto político vitorioso e dominante com o conjunto da sociedade e com o Estado

alemão.

c) defender a paz conquistada após os períodos de guerra, daí a presença do branco nas duas

bandeiras.

d) valorizar a diversidade de propostas políticas existentes, caracterizando a Alemanha como país

democrático e plural.

e) demonstrar o caráter religioso e cristão do Estado alemão, daí a presença do preto nas duas

bandeiras.

2.

avacalhando...// [...] O Brasil se politicando, / Nossa! A poesia m

O poema, publicado em 1936, no livro Estrela da Manhã, refere-se:

a) ao início da 2ª Guerra Mundial e à democratização da República brasileira, acontecimentos

marcados pela difusão do ideário fascista.

b) à consolidação do fascismo na Europa e à radicalização política no Brasil, caracterizada essa última

pelo confronto entre Aliança Nacional Libertadora e Ação Integralista Brasileira.

c) à crise dos Estados europeus decorrente da expansão do capitalismo liberal e ao esgotamento do

modelo agroexportador no Brasil.

d) ao fracasso do ideário socialista tanto na Itália quanto no Brasil, no que se refere a arregimentar os

trabalhadores para enfrentar o Estado fascista.

e) à grandeza do ideário e do movimento fascistas, graças aos quais a Itália e o Brasil se ergueram e

tornaram-se Estados fortes e economias exitosas no conjunto dos Estados-nações do mundo.

3. Foi

Seg

banco de provas da Luftwaffe. [...] Sim, foi lamentável. Mas não podíamos fazer outra coisa. Naquela

(Hermann W. Goering, interrogado em Nüremberg.)

Os relatos anteriores referem-se à questão da internacionalização da Guerra Civil Espanhola.

Paradoxalmente, um dos elementos mais importantes para se entender o desfecho do conflito foi

a) o apoio soviético aos comunistas do POUM, o que provocou profundas divisões entre os setores

republicanos.

b) a total ausência de solidariedade internacional com a República espanhola, contrastando com o

apoio explícito de Hitler e Mussolini à sublevação da direita antidemocrática.

H

is.

c) - -francesa, justificada pelo que aquelas potências

consideravam ser um conflito interno dos espanhóis.

d) a incorporação militar da Espanha ao Eixo, no início da Segunda Guerra Mundial.

e) a falta de espírito de luta dos setores republicanos que, mesmo tendo armamento soviético,

claudicaram rapidamente.

4. Os regimes totalitários da primeira metade do século XX apoiaram-se fortemente na mobilização da

juventude em torno da defesa de ideias grandiosas para o futuro da nação. Nesses projetos, os jovens

deveriam entender que só havia uma pessoa digna de ser amada e obedecida, que era o líder. Tais

movimentos sociais juvenis contribuíram para a implantação e a sustentação do nazismo na Alemanha,

e do fascismo, na Itália, Espanha e Portugal.

A atuação desses movimentos juvenis caracterizava-se:

a) pelo sectarismo e pela forma violenta e radical com que enfrentavam os opositores ao regime.

b) pelas propostas de conscientização da população acerca dos seus direitos como cidadãos.

c) pela promoção de um modo de vida saudável, que mostrava os jovens como exemplos a seguir.

d) pelo diálogo, ao organizar debates que opunham jovens idealistas e velhas lideranças

conservadoras.

e) pelos métodos políticos populistas e pela organização de comícios multitudinários.

5. pelos comunistas, à direita, pelos nacionalistas e por toda a sua volta não existe um só traço de

honestidade, de racionalidade, e todos os seus bons instintos estão sendo distorcidos pelo ódio." Apud GAY, P., A cultura de Weimar, trad., Rio, Paz e Terra, 1978, p. 160.

A análise acima foi feita pelo novelista alemão Jakob Wassermann e diz respeito à situação social

durante a República de Weimar, quando a Alemanha:

a) Presenciou a derrocada do nazismo e o estabelecimento da democracia tutelada pelas principais

potências ocidentais e pela União Soviética.

b) Vivenciou uma experiência democrática marcada pelos sucessivos governos de centro-esquerda,

encabeçados pelo Partido Democrata Alemão.

c) Passou por uma experiência democrática abalada por graves crises econômicas e pelas investidas

de partidos e grupos extremistas de esquerda e de direita.

d) Assistiu à consolidação no poder do grupo espartaquista liderado por Rosa de Luxemburgo, que

questionava duramente as concessões ideológicas feitas pelos socialdemocratas.

e) Enfrentou a guerra contra a Tríplice Aliança, mantendo o regime democrático a partir de uma

coalizão de centro-esquerda liderada pelos socialdemocratas.

6. Em 1929, a Bolsa de Valores de Nova Iorque quebrou. As ações se desvalorizaram drasticamente; os

estoques de cereais se acumularam; os preços dos produtos baixaram. Fazendeiros faliram. As grandes

indústrias diminuíram fortemente a produção; as médias e pequenas fecharam. Grandes massas de

trabalhadores ficaram desempregadas. O Estado, essencialmente liberal, não intervinha na produção

e o mercado sozinho não controlava a crise. Para controlar a crise, Franklin Delano Roosevelt,

democrata eleito presidente em 1932, lançou um programa de reconstrução nacional, o New Deal, cuja

meta era promover reformas profundas na sociedade norte-americana. Baseando-se no texto,

responda.

a) Qual a diferença entre o liberalismo econômico clássico e o liberalismo praticado pelo New Deal?

b) Quais os reflexos da crise de 1929 no Brasil?

7. s Estados Unidos cerca de 14 milhões de desempregados e, como muitos deles

têm família, 20 a 30 milhões de homens e mulheres vivem de esmolas, públicas ou privadas. O

espetáculo de uma grande nação de que um quarto se acha reduzido à impotência, produz emoções

mais fortes do que uma estatística em preto e branco. Desde que se põe o pé neste país, o estrangeiro

compreende de repente que em nenhum momento a Europa imaginou a dolorosa intensidade da

(André Mourois. In: Gustavo de Freitas. 900 textos e documentos de história. Lisboa: Plátano, s/d p. 153)

H

is.

No texto, ao tratar da história dos Estados Unidos da América, o autor faz referência às consequências:

a) da guerra civil entre os estados do Norte e do Sul que destruiu grande parte dos setores produtivos

da economia.

b)

estados do Norte.

c) da grande depressão, em diferentes setores da economia, provocada por uma crise de

superprodução.

d) dos ataques realizados pelos japoneses nas indústrias bélicas na revanche do episódio de Pearl

Harbor.

e) do processo de avanço tecnológico e da automação industrial adotado no país depois da queda

do Muro de Berlim

8. subsistência, e um número igualmente grande recebe salários reduzidos pelo seu trabalho. Somente

um otimista tolo pode negar a realidade sombria do momento. (...) Este país necessita de ação e ação

imediata. Nossa principal e mais importante tarefa consiste em dar trabalho para todos. Esta não é uma

questão insolúvel se a considerarmos com prudência e coragem. (...) Essa tarefa pode ser coadjuvada

por esforços definidos para elevar os preços dos produtos agrícolas e, com isso, elevar o poder

documentos de história da América para o segundo grau, primeira série. São Paulo: Secretaria de

Estado da Educação, Coordenadoria de estudos e normas pedagógicas, 1983. p. 114.

De acordo com o texto:

a) a economia de subsistência provoca o desemprego.

b) a garantia de preços na agricultura favorece o meio urbano.

c) todos estavam desempregados nas cidades.

d) a economia urbana garante os preços agrícolas.

e) a elevação de juros impede a alta da inflação.

9. Os Estados ocidentais inquietam-se sob os efeitos da metamorfose incipiente. A necessidade é um

estimulante do ideal; o ideal, um estimulante da ação. Meio milhão de homens caminham pelas

estradas; um milhão mais prepara-se para a caminhada; dez milhões mais sentem as primeiras

inquietudes. E tratores abrem sulcos múltiplos nas terras abandonadas. (John Steinbeck. As vinhas da ira, 1939.)

Tendo como referência o texto acima, assinale a afirmativa correta quanto aos significados e efeitos da

crise de 1929.

a) Assistiu-se, nos Estados Unidos, e em diversas sociedades europeias, à elevação das taxas de

desemprego a níveis que beiravam o colapso social.

b) O impacto da depressão econômica restringiu-se às atividades industriais, pouco atingindo o setor

agrícola e terciário.

c) A crise, de natureza financeira, desorganizou países industrialmente mais desenvolvidos, não

afetando os que dependiam da agro exportação.

d) Os efeitos desastrosos da crise foram rapidamente contornados, a partir de 1931, pelas políticas de

bem-estar social implantadas nos Estados Unidos e na Europa.

e) A crise foi consequência, no caso dos Estados Unidos, do desequilíbrio entre o aumento do

consumo e a desaceleração da produção industrial e agrícola.

10. Leia o texto e responda ao que se pede:

existem homens. Centenas de homens. Eu estou imprensado no meio da fila. Eu já estou aqui há duas

horas. Já é noite e faltam dois minutos para que eles comecem a servir. O vento sopra nas esquinas e

me corta como uma faca. Eu estou aqui há duas horas apenas. Alguns desses caras estão aqui há quatro.

Do outro lado da rua as pessoas ficam olhando pra nós. Nós somos um bom show para elas. Uma fila

H

is.

(Kromer, Tom. Waiting for Nothing. In Salzman, Jack. Years of Protest: A Collection of American Writings of

0, p. 45.)

a)

no texto acima, com a crise de 29.

b) A partir de 1933, implantou-

importante na relação entre o Estado e a Sociedade. Identifique a mudança que coloca em questão

um princípio básico do liberalismo clássico.

QUESTÃO CONTEXTO

Observe a foto e responda ao que se pede.

A crise de 1929 foi uma das mais duras do capitalismo industrial, o sistema financeiro e industrial foi abaixo

necessitando de uma enorme intervenção na economia para a sua recuperação. A foto acima é de um

campeonato de dança em Chicago nos Estados Unidos em 1930, os participantes tinham que dançar por dias

e o último casal que ficasse dançando recebia uma premiação em dinheiro, assim, muitos casais desmaiavam

de cansaço chegando a acontecer casos extremos de mortes por fadiga.

a) Relacione o exemplo da foto com a situação social das classes mais baixas no mundo.

b) Associe os impactos da crise e a ascensão dos fascismos.

H

is.

GABARITO

Exercícios

1. b

o projeto vencedor nas guerras civis sempre modificam os símbolos nacionais a fim de estabelecer sua

ideologia como legitima.

2. b

o Brasil acaba sendo palco das dicotomias dominantes no mundo e tendo uma organização fascista como

a AIB e uma socialista como a ANL.

3. c

França e Inglaterra se afastaram do conflito devido ao maior controle sobre os movimentos operários

defendido por Franco e a indisposição que a intervenção iria causar tanto com os alemães quanto com

os russos.

4. a

dentro das instituições que promoviam esses movimentos, os mais jovens acabavam sofrendo uma

espécie de lavagem cerebral em que eram educados a reagir violentamente ou delatar pessoas que eram

contra as convicções do partido.

5. c

a instabilidade da República de Weimar ajudava no clima de polarização política que pairava sobre as

populações mais pobres afetadas pela guerra e sua árdua recuperação.

6. a) No liberalismo clássico não havia a interferência do Estado na economia, o que acontece após o New

Deal. Ressalva-se que, nos EUA, essa interferência foi democrática, não acontecendo em outros países

como Itália, Alemanha, Brasil e outros.

b) No Brasil, a crise de 29 acelerou a crise do café que, por sua vez, levou ao rompimento da política

café- com leite, provocando a Revolução de 30 e a consequente era de Vargas

O liberalismo clássico já não era mais a resposta para os problemas apresentados depois da crise de 1929,

assim foram necessárias intervenções estatais para resgatar o mercado que não se reergueria sozinho, no

caso do Brasil, Itália e Alemanha por estarem vivendo regimes que não democráticos acabaram por fazer

suas reformas de maneira autoritária.

7. c

a dolorosa situação dos Estados Unidos é em boa parte ocasionada pelo otimismo descabido do mercado

antes de 1929, o que gerou uma enorme crise de superprodução.

8. b

o aumento do poder de compra no campo favorece a econômica urbana, adquirindo serviços e produtos

do meio urbano o trabalhador desse meio começa a recuperar o poder de compra.

9. a

a economia entrou em uma recessão enorme com a superprodução industrial e do campo que as

empresas faliam aos montes, deixando milhares de desempregados pelo caminho.

10. a) O texto da questão se relaciona com o desemprego em massa (causado pela falência de empresas

decorrente da crise).

H

is.

b) A mudança fundamental introduzida pelo New Deal na relação entre o Estado e a Sociedade diz

respeito à intervenção do Estado na economia.

As múltiplas falências e as demissões que estas causaram mostrou a necessidade do zelo e da regulação

da economia pelo estado naquele momento onde a recessão era tamanha que não havia possibilidade

de auto recuperação do mercado.

Questão Contexto

a) A crise começa nos Estados Unidos e depois se espalha pelo mundo, com exceção da União

Soviética, diversas empresas em países dependentes economicamente dos estadunidenses tiveram

diversas empresas falidas, assim o desemprego e a miséria se espalhavam pelo mundo e sujeitava os

mais pobres a situações desumanas como o exemplo da foto passada no país mais afetado pela

Grande Depressão.

b) Com a miséria espalhada pela crise a moral das populações estava em baixa e o sentimento de falta

de futuro era geral, assim, os líderes fascistas que apontavam as minorias étnicas como culpadas pela

situação do país em conjunto com o apoio da burguesia á esses partidos contribuíram para a tomada

de poder pelos nazistas.

L

it.

Lit.

Professor: Diego Mendes

Monitor: Maria Paula Queiroga

L

it.

Modernismo (Portugal): Fernando

Pessoa

03

ago

RESUMO

Como vimos na última aula, o Modernismo português apresenta quatro vertentes sendo contemplados de

muitos autores importantes para a época. Nesta aula, veremos Fernando pessoa, sua poesia única e seus

heterônimos característicos.

Importante: Heterônimo significa a escrita em nome de outra pessoa ou com outra assinatura. Neste caso, o

autor criava diversos heterônimos para recitar suas reflexões diversas sobre o mundo.

Características gerais Em 1888 nasce o poeta, dramaturgo, crítico literário e empresário, Fernando Pessoa. Com poemas também

em inglês, por ter ingressado seus estudos na África do Sul, o autor se tornou uma das imagens mais

importantes para o modernismo português com seus heterônimos mais conhecidos: Álvaro de Campos,

Alberto Caeiro e Ricardo Reis. Apesar de apresentar reflexões sobre a sociedade e uma identidade

existencialista, é importante ressaltar que, por conta de seus diversos eu-líricos, não há um estilo definido

que englobe as características do poeta. Assim, veremos as principais peculiaridades de suas personalidades.

Álvaro de Campos

As semelhanças entre o próprio autor e esse heterônimo é evidente, sendo esse nomeado pelos

monóculo definem a aparência desse engenheiro formado na Escócia. Sua presença na literatura pode ser

dividida em três fases:

1ª Fase/Decadentista: Tem como principal característica uma visão pessimista do mundo. Para Álvaro, essa

fase ressalta o tédio e a necessidade de novos sentimentos.

2ª Fase/Futurista: Nessa fase, o futurismo influencia o pensamento do autor, assim como os autores Walt

Whitman e Marinetti. É perceptível a contemplação pelo progresso e todos os movimentos industriais.

3ª Fase/Intimista: Nessa última fase, pode ser vista certa angústia e incompreensão de mundo. Solidão,

pensamentos nostálgicos e a incapacidade de amar se tornam características principais de suas obras. O

intimismo abrange um dos poemas mais famosos deste autor, Tabacaria:

Não sou nada.

Nunca serei nada.

Não posso querer ser nada.

À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Janelas do meu quarto,

Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é

(E se soubessem quem é, o que saberiam?),

Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,

Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,

Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,

Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,

Com a morte a pôr humidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,

Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de (Excerto do poema

Alberto Caeiro

O mestre de outros heterônimos, Alberto Caeiro exala originalidade e experiência na arte da escrita. Apesar

de ser um camponês com apenas a educação primária, garante uma reflexão direta e simples sobre a sua

escrita que regressa à realidade. Para o poeta é estar doente dos

L

it.

Creio no mundo como num malmequer,

Porque o vejo. Mas não penso nele

Porque pensar é não compreender ...

O Mundo não se fez para pensarmos nele

(Pensar é estar doente dos olhos)

Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Ricardo Reis

Médico com ideias tradicionalistas e com a crença na Monarquia, Ricardo Reis possui uma linguagem mais

clássica, se aproximando deste mundo culto. Resolveu viver no Brasil quando foi proclamada a República

em Portugal, o autor tem uma linguagem epicurista (doutrina que acreditava em evitar a dor, aproveitar a

vida e não temer a morte), além de tornar mais importante a razão em detrimento da emoção. Assim se fez

um dos mais importantes heterônimos de Pessoa, distanciando a imagem dos outros dois já vistos acima e

aprofundando a racionalidade.

Sê Rei de Ti Próprio

Não tenhas nada nas mãos

Nem uma memória na alma,

Que quando te puserem

Nas mãos o óbolo último,

Ao abrirem-te as mãos

Nada te cairá.

Que trono te querem dar

Que Átropos to não tire?

Que louros que não fanem

Nos arbítrios de Minos?

Que horas que te não tornem

Da estatura da sombra

Que serás quando fores

Na noite e ao fim da estrada.

Colhe as flores mas larga-as,

Das mãos mal as olhaste.

Senta-te ao sol. Abdica

E sê rei de ti próprio. (Ricardo Reis, in "Odes")

EXERCÍCIOS

1. Indique a alternativa que preenche corretamente as afirmações abaixo.

Ao se destacar como um poeta múltiplo, Fernando Pessoa apresenta ____ com diferentes____ entre

os quais Ricardo Reis e Álvaro de Campos, com obras de tendência, respectivamente, ____ e ____.

a) pseudônimos imagens clássica simbolista

b) heterônimos linguagens neoclássica modernista

c) pseudônimos estilos simbolista modernista

d) heterônimos temáticas romântica futurista

e) heterônimos visões de mundo surrealista vanguardista

L

it.

2.

A tirinha acima estabelece uma interessante relação dialógica com o poema de Fernando Pessoa, Eu

sou do tamanho do que vejo

Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...

Por isso minha aldeia é grande como outra qualquer

Porque sou do tamanho do que vejo

E não do tamanho da minha altura...

(Alberto Caeiro)

A tira Hagar e o poema de Alberto Caeiro (um dos heterônimos de Fernando Pessoa) expressam, com

linguagens diferentes, uma mesma ideia: a de que a compreensão que temos do mundo é

condicionada, essencialmente,

a) pelo alcance de cada cultura.

b) pela capacidade visual do observador.

c) pelo senso de humor de cada um.

d) pela idade do observador.

e) pela altura do ponto de observação.

3. Leia o poema abaixo do heterônimo Ricardo Reis.

Morre tão jovem ante os deuses quanto

Morre! Tudo é tão pouco!

Nada se sabe, tudo se imagina.

Circunda-te de rosas, ama, bebe

Em relação ao poema, considere as afirmações abaixo.

I. Trata-se de uma ode do heterônimo clássico de Fernando Pessoa; daí a linguagem e o estilo

elevados.

II. Expressa, em seus quatro primeiros versos, um tema recorrente da sua criação: a consciência da

brevidade de tudo.

III. Expressa, em seus dois últimos versos, a ideia de que é preciso viver como se cada instante fosse

Quais estão corretas?

a) Apenas I.

b) Apenas II.

c) Apenas III.

d) Apenas II e III.

e) I, II e III.

L

it.

4. Leia o texto abaixo.

Passa uma borboleta por diante de mim

E pela primeira vez no Universo eu reparo

Que as borboletas não têm perfume nem cor.

A cor é que tem cor nas asas da borboleta,

No movimento da borboleta o movimento é que se move.

O perfume é que tem perfume no perfume da flor.

A borboleta é apenas borboleta

E a flor é apenas flor.

A leitura do texto nos permite concluir que Fernando Pessoa fala pela voz de:

a) Ricardo Reis, por remeter a temas e formas da poética clássica.

b) Alberto Caeiro, pelo tratamento simples da natureza com a qual se sente intimamente ligado.

c) Álvaro de Campos, que representa o mundo moderno e a vanguarda futurista.

d) Pessoa, ele mesmo, por expressar traços marcantes da poesia do século XX.

e) Bernardo Soares, por adotar uma atitude intimista.

5. São características da obra de Fernando Pessoa:

I. Estabelece um corte profundo entre a poesia romântica e a poesia moderna. O poeta criou um

predominam os versos de sentimentos ou de abordagem introspectiva. Sua poesia é antilírica,

presa ao real e direcionada ao intelecto, não às emoções.

II. O fenômeno da heteronímia é uma das principais características de sua obra. Fernando Pessoa

criou personalidades literárias distintas, entre elas Alberto Caeiro, Bernardo Soares, Ricardo Reis e

Álvaro de Campos, esse último considerado o alter-ego do escritor.

III. Sua extensa produção poética costuma ser dividida em quatro fases: a fase religiosa; a fase

existencial; a fase social e a fase da memória.

IV. Ao lado dos escritores Mário de Sá-Carneiro, Luís de Montalvor e Ronald de Carvalho, Fernando

Pessoa deu início ao Modernismo português. Foi um dos idealizadores e também diretor da revista

Orpheu, considerada a mais influente e importante publicação modernista.

V.

uma onda de pessimismo doentio que se traduzia no apego a certos valores decadentes, como a

bebida e o vício, na atração pela noite e pela morte.

a) II e IV

b) I, III e V

c) I e IV

d) IV e V

e) III e V

6. A respeito de Fernando Pessoa, é incorreto afirmar que:

a) não só assimilou o passado lírico de seu povo, como refletiu em si as grandes inquietações

humanas do começo do século.

b) os heterônimos são meios de conhecer a complexidade cósmica impossível para uma só pessoa.

c) Ricardo Reis simboliza uma forma humanística de ver o mundo do espírito da Antiguidade Clássica.

d) junto com Mário de Sá-Carneiro, dirige a publicação do segundo número de Orpheu, em 1926.e)

a Tabacaria, de Alberto Caeiro, mostra seu desejo de deixar o grande centro em busca da

simplicidade do campo.

L

it.

7. Este poema integra a obra poética de Fernando Pessoa. Seu autor é um homem simples, que viveu em

contato direto com a natureza; é o poeta do real sensível. Pode-se dizer que, assim, manifesta uma

forma de pensar apenas diferente e não ausência de reflexão. É autor dos versos:

[...]

Que pensará isto de aquilo?

Nada pensa nada.

Terá a terra consciência das pedras e plantas que tem?

Se ela a tiver, que a tenha...

Que me importa isso a mim?

Se eu pensasse nessas coisas,

Deixaria de ver as árvores e as plantas

E deixaria de ver a Terra,

Para ver só os pensamentos...

Entristecia e ficava às escuras.

E assim, sem pensar tenho a Terra e o Céu.

Trata-se de:

a) Alberto Caeiro.

b) Ricardo Reis.

c) Bernardo Soares.

d) Fernando Pessoa, ele mesmo.

e) Álvaro de Campos.

8.

A Criança que Pensa em Fadas

A criança que pensa em fadas e acredita nas fadas

Age como um deus doente, mas como um deus.

Porque embora afirme que existe o que não existe

Sabe como é que as cousas existem, que é existindo,

Sabe que existir existe e não se explica,

Sabe que não há razão nenhuma para nada existir,

Sabe que ser é estar em algum ponto

Só não sabe que o pensamento não é um ponto qualquer.

(Alberto Caeiro)

Nos versos, fica evidente o perfil do heterônimo de Fernando Pessoa, Alberto Caeiro, pois ele

a) entende que o homem está atrelado a uma visão subjetiva da existência.

b) volta-se para o mundo sensível que o rodeia como forma de conceber a existência.

c) concebe a existência como apreensão dos elementos místicos e indefinidos.

d) não acredita que a existência possa ser definida em termos de objetividade.

e) busca na metafísica a base de uma concepção da existência subjetiva.

9.

Graças a Deus que estou doido!

Que tudo quanto dei me voltou em lixo,

E, como cuspo atirado ao vento,

Me dispersou pela cara livre!

Que tudo quanto fui me atou aos pés,

Com a sarapilheira para embrulhar coisa nenhuma!

Que tudo quanto pensei me faz cócegas na garganta

E me faz vomitar sem eu ter comido nada!

O trecho anterior faz parte da obra de um dos heterônimos de Fernando Pessoa. Assinale a alternativa

em que aparece outro trecho do mesmo heterônimo.

L

it.

a) Vi sempre o mundo independentemente de mim.

Por trás disso estavam as minhas sensações vivíssimas,

Mas isso era outro mundo.

Contudo a minha mágoa nunca me fez ver negro o que

era cor de laranja.

Acima de tudo o mundo externo!

Eu que me aguente comigo e com os comigos de mim.

b) Tudo o que é sério pouco nos importe,

O grave pouco pese,

O natural impulso dos instintos

Que ceda ao inútil gozo

(sob a sombra tranquila do arvoredo)

De jogar um bom jogo.

c) O deus Pã não morreu,

Cada campo que mostra

Aos sorrisos de Apolo

Os peitos nus de Ceres -

Cedo ou tarde vereis

Por lá aparecer

O deus Pã, o imortal.

d) Da mais alta janela da minha casa

Com um lenço branco digo adeus

Aos meus versos que partem para a humanidade

E não estou alegre nem triste.

Este é o destino dos versos.

Escrevi-os e devo mostrá-los a todos

Porque não posso fazer o contrário

Como a flor não pode esconder a cor,

Nem o rio esconder que corre,

Nem a árvore esconder que dá fruto.

e) Não me importo com as rimas. Raras vezes

Há duas árvores iguais, uma ao lado da outra.

Penso e escrevo como as flores têm cor

Mas com menos perfeição no meu modo de

exprimir-me

Porque me falta a simplicidade divina

De ser todo só o meu exterior.

10.

Poema em linha reta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.

Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,

Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,

Indesculpavelmente sujo,

Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,

Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,

Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,

Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,

Que tenho sofrido enxovalhos e calado,

Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;

Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,

L

it.

Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,

Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,

Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado

Para fora da possibilidade do soco;

Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,

Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo

Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,

Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana

Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;

Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!

Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.

Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?

Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!

Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,

Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!

E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,

Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?

Eu, que venho sido vil, literalmente vil,

Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Álvaro de Campos (heterônimo de Fernando Pessoa)

Poema em linha reta é um dos mais importantes poemas de Fernando Pessoa (assinado por Álvaro de

Campos, seu heterônimo). Sobre o poema, estão corretas as alternativas, exceto:

a) Trata-se de uma crítica social construída por meio de uma linguagem irônica, atingindo seu ápice

nos versos "Poderão as mulheres não os terem amado, / Podem ter sido traídos - mas ridículos

nunca! / E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído, / Como posso eu falar com os meus

superiores sem titubear? / Eu, que tenho sido vil, literalmente vil, / Vil no sentido mesquinho e

infame da vileza".

b) Por meio de uma autocaracterização pejorativa, o eu lírico expressa uma ideia de contraste entre

Arre, estou farto

de semideuses! / Onde é que há gente no

c) Ao afirmar, no primeiro verso do poema, que nunca conheceu quem tivesse levado porrada, o

poeta declara-se vítima desse ato violento cometido pela própria existência. Seus pares, homens

humano e imperfeito, sofre com as intempéries da vida.

d) O poema em prosa tem como objetivo romper a barreira do real, atingindo assim bases surrealistas.

As imagens são, predominantemente, de inspiração simbolista. O eu lírico afasta-se da realidade e

alcança o universo onírico utilizando recursos sinestésicos.

L

it.

GABARITO

Exercícios 1. b

Fernando Pessoa produziu por meio de vários heterônimos, uma vez que era uma pessoa de múltiplos

cada um, marca que dialoga, consequentemente, com a personalidade e história de cada heterônimo.

Ricardo Reis e Álvaro de Campos, por exemplo, têm influências distintas em suas obras. As características

neoclássicas ficam por conta de Ricardo e as características da modernidade são marcas de Álvaro.

2. a

Na tirinha, Hagar satiriza a crença do filho de que o mundo é redondo, já que, para Hagar, a realidade

imediata (representada pela imagem do segundo quadrinho) sugeriria justamente o contrário. No

fragmento de Caeiro, o eu lírico defende que ele é do tamanho do que vê, o que é uma maneira de

mostrar que a interpretação da realidade depende dos valores de cada um. Os textos expressam a ideia

de que a compreensão do mundo é condicionada, essencialmente, pelo alcance de cada cultura.

3. e

Todas as alternativas estão corretas sobre Fernando Pessoa.

4. b

Como escrito no material, Alberto Caeiro possui uma perspectiva tranquila e camponesa, devido aos

seus estudos e experiência de vida.

5. a

I: Fernando Pessoa, o autor de vários heterônimos, construiu diversos estilos, valorizando suas emoções,

também, em alguns aspectos.

6. e

O poema Tabacaria foi atribuído ao heterônimo Álvaro de Campos, cuja obra poética é dividida em

diferentes fases (único heterônimo do poeta que recebeu essa distinção). Suas principais características

são o niilismo, o sentimento de revolta, o inconformismo, a desumanização e a desilusão. Foi considerado

como a poesia mais significativa de Álvaro de Campos.

7. a

O poema se trata de , de modo que

procure a simplicidade das coisas e da vida.

8. b

Alberto Caeiro desvenda a existência através da simplicidade e da coerência entre os fatos e os

acontecimentos da vida, dessa forma, sua calmaria sobre às questões da vida torna evidente em seus

poemas.

9. a

O poema faz referência ao heterônimo Álvaro de Campos, o engenheiro estrangeiro que possui três

fases, sendo contemplado por grande capacidade na escrita.

10. d

O poema faz um retrato de uma crítica social, muito importante para o heterônimo de Álvaro de Campos.

Além disso, a utilização irônica distancia do simbolismo.

M

at.

Mat.

Professor: Gabriel Miranda

M

at.

Operações com Arcos 01

ago

RESUMO

FÓRMULAS DE ARCOS DUPLOS E ARCO METADE

Conhecendo-se as relações trigonométricas de um arco de medida a, podemos obter estas relações

trigonométricas para arcos de medidas 2a, 3a e a/2, que são consequências imediatas das fórmulas de soma

de arcos.

FÓRMULA DE ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO

𝑠𝑒𝑛(𝑎 + 𝑏) = 𝑠𝑒𝑛(𝑎)𝑐𝑜𝑠(𝑏) + 𝑠𝑒𝑛(𝑏)𝑐𝑜𝑠(𝑎) 𝑠𝑒𝑛(𝑎 − 𝑏) = 𝑠𝑒𝑛(𝑎)𝑐𝑜𝑠(𝑏) − 𝑠𝑒𝑛(𝑏)𝑐𝑜𝑠(𝑎) 𝑐𝑜𝑠(𝑎 + 𝑏) = 𝑐𝑜𝑠(𝑎)𝑐𝑜𝑠(𝑏) − 𝑠𝑒𝑛(𝑎)𝑠𝑒𝑛(𝑏) 𝑐𝑜𝑠(𝑎 − 𝑏) = 𝑐𝑜𝑠(𝑎)𝑐𝑜𝑠(𝑏) + 𝑠𝑒𝑛(𝑎)𝑠𝑒𝑛(𝑏)

𝑡𝑎𝑛 (𝑎 + 𝑏) =𝑡𝑎𝑛 𝑎 + 𝑡𝑎𝑛 𝑏

1 − 𝑡𝑎𝑛 𝑎 . 𝑡𝑎𝑛 𝑏

𝑡𝑎𝑛 (𝑎 − 𝑏) =𝑡𝑎𝑛 𝑎 − 𝑡𝑎𝑛 𝑏

1 + 𝑡𝑎𝑛 𝑎 . 𝑡𝑎𝑛 𝑏

ARCO DUPLO

𝑠𝑒𝑛(2𝑎) = 2𝑠𝑒𝑛(𝑎)𝑐𝑜𝑠(𝑎) 𝑐𝑜𝑠(2𝑎) = 1 − 2𝑠𝑒𝑛2(𝑎)

𝑡𝑎𝑛 (2𝑎) =2𝑡𝑎𝑛 𝑎

1 − 𝑡𝑎𝑛2𝑎

ARCO METADE

𝑐𝑜𝑠2𝑎

2=

1 + 𝑐𝑜𝑠 𝑎

2

𝑠𝑒𝑛2𝑎

2=

1 − 𝑐𝑜𝑠 𝑎

2

Exemplos:

1) Calcule o valor: a) cos 105º b) tg 75º

Resolução:

a)

b)

M

at.

EXERCÍCIOS

1. De uma praia, um topografo observa uma pequena escarpa sobre a qual foi colocada, na vertical, uma

régua de 2 m de comprimento. Usando seu teodolito, o topografo constatou que o angulo formado

entre a reta vertical que passa pelo teodolito e o segmento de reta que une o teodolito ao topo da

régua e de 60°, enquanto o ângulo formado entre a mesma reta vertical e o segmento que une o

teodolito a base da régua e de 75°. Sabendo que o teodolito está a uma altura de 1,6 m do nível da base

da escarpa, responda as questões a seguir.

a) Qual a distância horizontal entre a reta vertical que passa pelo teodolito e a régua sobre a escarpa?

b) Qual a altura da escarpa?

2. Um farol localizado a 36 m acima do nível do mar é avistado por um barco a uma distância x da base

do farol, a partir de um ângulo a, conforme a figura:

a) Admitindo-se que 𝑠𝑖𝑛 𝛼 =3

5, calcule a distância x.

b) Assumindo-se que o barco se aproximou do farol e que uma nova observação foi realizada, na qual

o angulo α passou exatamente para 2 α, calcule a nova distancia x' a que o barco se encontrara da base

do farol.

3. Sejam x e y dois números reais, com 0 < 𝑥 <𝜋

2 e

𝜋

2< 𝑦 < 𝜋, satisfazendo 𝑠𝑖𝑛 𝑦 =

4

5 e 11senx + 5cos(y

x) = 3. Nessas condições, determine:

a) cosy.

b) sen2x.

4. Sabendo-se que 𝑐𝑜𝑠 (2𝑥) = 𝑐𝑜𝑠2 𝑥 − 𝑠𝑒𝑛2 𝑥 , para quais valores de x a função 𝑓(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠 𝑥 +1

2𝑐𝑜𝑠 (2𝑥)

assume seu valor mínimo no intervalo 0 < 𝑥 < 2𝜋?

M

at.

5. Na figura a seguir, as circunferências têm centros A e B. O raio da maior é 5/4 do raio da menor; P e

um ponto de intersecção delas e a reta AQ e tangente a circunferência menor no ponto Q.

Calcule:

a) cos ABQ.

b) cos ABP.

c) cos QBP.

6. No quadrilátero ABCD onde os ângulos A e C são retos e os lados tem as medidas indicadas, o valor

de sem B é:

a)

b)

c)

d)

e)

7. No quadrilátero plano ABCD, os ângulos ABC e ADC são retos, AB = AD = 1, BC = CD = 2 e BD é uma

diagonal. O cosseno do angulo BCD vale:

a)

b)

c)

d)

e)

M

at.

8. Considere um hexágono, como o exibido na figura abaixo, com cinco lados com comprimento de 1cm

e um lado com comprimento de xcm.

a) Encontre o valor de x.

b) Mostre que a medida do ângulo α é inferior a 150°

9. Um topógrafo deseja calcular a distância entre pontos situados à margem de um riacho, como mostra

a figura a seguir. O topógrafo determinou as distâncias mostradas na figura, bem como os ângulos

especificados na tabela abaixo, obtidos com a ajuda de um teodolito.

a) Calcule a distância entre A e B.

b) Calcule a distância entre B e D.

10. Sabe se que um dos ângulos internos de um triângulo mede 120º. Se os outros dois ângulos x e y são

tais que

𝑐𝑜𝑠 𝑥

𝑐𝑜𝑠 𝑦 =

1 + √3

2

a diferença entre as medidas de x e y é:

a) 5º

b) 15º

c) 20º

d) 25º

e) 30º

M

at.

GABARITO

1. Representemos a situação-problema com a seguinte figura:

2.

M

at.

3. a) Resolvendo

b) Resolvendo

4.

M

at.

5. Sejam

6. c

Aplicando Pitágoras no teremos:

Substituindo teremos:

M

at.

7. c

8. Observe a figura

a) Aplicando o Teorema de Pitágoras nos triângulos ABC, ACD, ADE e AEF, vem

b) É imediato que BAC = 45º

Do triângulo ACD, temos

M

at.

Portanto, tem-se

9. No triângulo ABC assinalado, temos:

M

at.

10. e

P

or.

Por.

Professor: Fernanda Vicente

Monitor: Maria Paula Queiroga

P

or.

Orações subordinadas adverbiais 31

jul

RESUMO

Diferentemente das orações subordinadas que vimos anteriormente, uma oração subordinada adverbial é

aquela que exerce a função de adjunto adverbial do verbo da oração principal. Assim, pode transmitir a

mensagem de tempo, modo, fim, causa, condição, entre outros, como veremos abaixo.

Não se esqueça: O adjunto adverbial carrega um sentido de circunstância e está sempre associado ao verbo,

adjetivo ou outro adjunto adverbial.

Oração subordinada adverbial causal: Apresenta a causa do acontecimento da oração principal. Pode ser

iniciada por conjunções: porque, que, porquanto, visto que, uma vez que, já que, pois que, por isso que,

como, como que, visto como, etc.

Exemplo: A cidade foi alagada porque o rio transbordou.

Oração subordinada adverbial consecutiva: Apresenta a consequência do acontecimento da oração

principal. Inicia com as conjunções: que, tanto que, tão que, tal que, tamanho que, de forma que, de modo

que, de sorte que, etc.

Exemplo: A casa custava tão cara que ela desistiu da compra.

Oração subordinada adverbial final: Demonstra o fim ou finalidade do acontecimento da oração principal.

Pode ser iniciada pelas seguintes conjunções: a fim de que, para que, etc.

Exemplo: Sentei-me na primeira fila, a fim de que pudesse ouvir melhor.

Oração subordinada adverbial temporal: Transmite uma circunstância de tempo ao acontecimento da

oração principal. É classificada pelos termos: quando, enquanto, agora que, logo que, desde que, assim que,

tanto que, apenas, antes que, até que, sempre que, depois que, cada vez que, etc.

Oração subordinada adverbial condicional: Expressa uma condição para a realização ou não do

acontecimento da oração principal. Pode ser iniciada pelas conjunções: se, salvo se, desde que, exceto se,

caso, desde, contando que, sem que, a menos que, uma vez que, sempre que, etc.

Exemplo: Deixe um recado se você não me encontrar em casa.

Oração subordinada adverbial concessiva: Indica uma concessão ao acontecimento da oração principal, ou

seja, apresenta uma ideia de contraste e contradição. Inicia pelos termos: embora, conquanto, ainda que,

mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que, por mais que, por pouco que, etc.

Exemplo: Embora tudo tenha sido cuidadosamente planejado, ocorreram vários imprevistos.

Oração subordinada adverbial comparativa: Demarca uma comparação com o acontecimento da oração

principal. As conjunções que iniciam a oração são: como, mais do que, menos do que, assim como, bem

como, etc.

Exemplo: Ele corre como Usain Bolt. Oração subordinada adverbial conformativa: Exprime uma ideia de conformidade, de concordância e regra

em relação ao acontecimento da oração principal. Pode ser apresentada pelas conjunções: conforme, como,

etc.

P

or.

Exemplo: Tudo ocorreu como estava previsto.

Oração subordinada adverbial proporcional Aparece através de uma ideia de proporcionalidade com o

acontecimento da oração principal. As conjunções que iniciam a oração são: à proporção que, à medida que,

tc.

Exemplo: Quanto menos trabalho, menos vontade tenho de trabalhar.

Algumas orações subordinadas adverbiais podem apresentar-se na forma reduzida, com o verbo no infinitivo,

no gerúndio ou no particípio, são essas: causal, concessiva, condicionais, consecutivas, finais e temporais.

EXERCÍCIOS

1. "Um dia, como lhe dissesse que iam dar o passarinho, caso continuasse a comportar-se mal, correu

para a área e abriu a porta da gaiola." (Paulo Mendes Campos)

As orações destacadas são, respectivamente, subordinadas adverbiais:

a) causal e condicional;

b) comparativa e causal;

c) condicional e concessiva;

d) conformativa e consecutiva;

e) comparativa e conformativa;

2. No período: "Ainda que fosse bom jogador, não ganharia a partida", a oração destacada encerra ideia

de:

a) causa

b) condição

c) concessão

d) proporção

e) fim

3. Assinale a alternativa em que a subordinada não traduza ideia de consequência, comparação,

concessão e causa:

a) Porquanto, não fosse um ancião convencional, enterrou-se de sobrecasaca e polainas.

b) Desde que era um ancião convencional, enterrou-se de sobrecasaca e polainas.

c) Ele era um ancião tão convencional que se enterrou de sobrecasaca e polainas.

d) Ele era um ancião mais convencional do que o que se enterrou de sobrecasaca e polainas.

e) Ele era um ancião convencional, na medida em que se enterrou de sobrecasaca e polaina.

4. Caso haja justiça social, haverá paz.

Embora a televisão ofereça imagens concretas, ela não fornece uma reprodução fiel da realidade.

Como todas aquelas pessoas estavam concentradas, não se escutou um único ruído.

Apresente, respectivamente, as circunstâncias indicadas pelas orações sublinhadas.

5. Dê o valor (explicação, consequência ou causa) da sequência destacada em relação à sua antecedente:

6. As orações subordinadas adverbiais vêm introduzidas, geralmente, por uma conjunção típica. Há,

entretanto, conjunções que assumem valores diversos, dependendo do contexto em que ocorrem.

Uma delas é o como. Descubra o tipo de relação estabelecida pela conjunção como nas questões que

seguem:

(Carlos Drummond de Andrade)

(Álvares de Azevedo)

P

or.

7. I - Mário estudou muito e foi reprovado! II - Mário estudou muito e foi aprovado.

8. sucesso, mas nunca conseguiu uma reputação no campo à altura da sua reputação

de vestiário."

Começando a frase por "Nunca conseguiu uma reputação no campo à altura da sua reputação de

vestiário", para manter a mesma relação lógica expressa na frase dada inicialmente, deve-se continuar

com:

a) enquanto foi...

b) na medida em que foi...

c) ainda que tenha sido...

d) desde que fosse...

e) porquanto era...

9. Em qual dos períodos abaixo há uma oração adverbial que expressa ideia de concessão?

a) Diz-se que a obra de arte é aberta; possibilita, portanto, várias leituras.

b) Pode criticar, desde que fundamente sua crítica em argumentos.

c) Tamanhas são as exigências da pesquisa científica, que muitos desistem de realiza-la.

d) Os animais devem ser adestrados, ao passo que os seres humanos devem ser educados, visto que

possuem a faculdade da inteligência.

e) Não obstante haja concluído dois cursos superiores, é incapaz de redigir uma carta.

10. Nos períodos seguintes aparece, entre as orações, uma relação de concessão. Assinale a letra

correspondente ao período em que a relação é outra:

a) Embora estivesse doente, fiz tudo o que me era possível.

b) Fiz tudo o que me era possível, apesar de estar doente.

c) Mesmo estando doente, fiz tudo o que me era possível.

d) Fiz tudo o que me era possível, conquanto estivesse doente.

e) Fiz tudo o que me era possível, visto que estava doente.

P

or.

GABARITO

Exercícios 1. a

As orações são respectivamente causal e condicional, pelo fato do primeiro explicar como foi feita tal

situação e do segundo trazer uma hipótese que ainda não ocorreu.

2. b

A frase aborda uma suposição para o desempenho do jogo, alegando que, mesmo se ele fosse bom (no

caso, não é), seria um jogo perdido.

3. e

uma quantidade (ou proporção) para a relação abordada.

4. As classificações são, respectivamente: condição, concessão, causa.

5. O valor apresentado é de consequência.

6. a) causa b) conformidade c) comparação.

7. Os valores/sentidos são: adversativo e aditivo, respectivamente.

8. e

A

Concessiva.

9. e

concessivo. Dessa forma, a alternat

10. e

A ideia de concessão é trazida por ter realizado uma ação MESMO QUE outra tivesse

acontecido/impedido, etc. Neste caso, a alternativa correta que apresenta similaridade entre os termos

Q

uí.

Quí.

Professora: Abner Camargo

Monitores: Rodrigo Pova

Q

uí.

Equilíbrio químico - Kc e Kp e

Princípio de Le Châtelier

31

jul

RESUMO

EQUILÍBRIO QUÍMICO

Existem reações onde os reagentes e os produtos estão em constante reação em processos opostos, tais

reação chamamos de reações reversíveis, que quando com a mesma velocidade de reação em ambos os

sentidos atingem o equilíbrio químico.

Exemplo:

N2 (g) + 3 H2(g) ⇌ 2 NH3(g)

A reação representada acima de produção da amônia(NH3) é uma reação reversível, onde a todo

momento temos H2 e N2 reagindo para formar NH3, mas também temos a amônia(NH3) se decompondo e

voltando a se tornar H2 e N2. Quando estas velocidades de reação em ambos os sentidos se igualam,

dizemos que alcançamos o equilíbrio químico.

• Gráfico de equilíbrio químico:

PSIU!! No momento em que as velocidades ou concentração se tornam constantes atingimos o equilíbrio

químico da reação.

EXPRESSÃO PARA EQUILÍBRIO QUÍMICO E A CONSTANTE KC

Em 1886, químicos noruegueses descobriram existir uma relação entre a concentração dos reagentes e dos

produtos em equilíbrio químico, excluindo os reagentes e produtos no estado físico sólido. Essa relação foi

chamada de Lei de Ação das massas, onde para uma reação reversível genérica:

aA + bB ⇌ cC + dD

Temos que a relação entre as concentrações será:

Onde Kc é a nossa constante de equilíbrio.

Q

uí.

PSIU!! Quanto maior o valor de Kc, maior a tendência de ocorrer a reação no sentido de formação dos produtos. Quanto menor o valor de Kc, maior a tendência de ocorrer a reação no sentido de formação dos reagentes.

PSIU 2!! Em soluções aquosas, a concentração da água deve ser considerada constante, é não aparecerá na

expressão do Kc.

EXPRESSÃO PARA EQUILÍBRIO QUÍMICO E A CONSTANTE KP

Com relação aos gases participantes do equilíbrio, podemos gerar uma relação entre reagentes e

produtos através de suas pressões parciais, já que essas pressões são proporcionais as suas molaridades. Exemplo:

Para a reação: aA + bB ⇌ cC + dD Temos que a relação entre as pressões parciais será:

Onde Kp é a nossa constante de equilíbrio em relação a pressão parcial.

PSIU!! Para cálculo de Kp não apareceram na expressão substâncias no estados físicos sólidos e líquidos.

Relação entre Kp e Kc

É possível chegar a uma relação entre Kc e Kp através da equação:

Kc = Kp . (R . T) ou Kp = Kc . (R . T)

PRINCÍPIO DE LE CHATELIER

Sabemos que um sistema que se encontra em equilíbrio após ter alcançado a igualdade para as

velocidades do sentido direto e inverso tende a permanecer nessa situação. No entanto, quando algum

agente externo exerce sua interferência sobre o tal sistema, gerando uma perturbação que o tire da situação

de equilíbrio isto é, faz com que um sentido da reação adquira velocidade maior que a de outro sentido

, o próprio sistema se encarrega de minimizá-la, a fim de voltar ao equilíbrio. Como ele faz isso? Deslocando

a reação para um dos sentidos.

Princípio de Le

Chatelier, haja vista que foi Henri Louis Le Chatelier, em 1884, quem cunhou o enunciado de tal princípio.

Mas quais são as ações ou perturbações externas que afetam o equilíbrio dos sistemas? A resposta é:

concentração, pressão e temperatura.

IMPORTANTE À BEÇA:

Dos fatores citados acima, o único que tem a capacidade de alterar o valor da constante de equilíbrio

(Kc) é a temperatura. Vou te lembrar isso algumas vezes ao longo deste resumo, fique de olho e grave bem.

I. Concentração

Influências básicas:

a. Ao aumentarmos a concentração de um composto, o equilíbrio se desloca no sentido de

consumir este composto. Ou seja, se aumentamos a quantidade de um reagente, o equilíbrio se

desloca no sentido direto, para diminuir a concentração desse reagente; já se aumentamos a

quantidade de um produto, o equilíbrio se desloca no sentido inverso, para diminuir a

Q

uí.

concentração desse produto. Ainda em outras palavras, ao se aumentar a concentração de um

composto da reação, o equilíbrio se desloca pro lado oposto da seta.

Exemplo:

CO2 (g) + H2O (l) ⇌ HCO3 (aq) + H+ (aq)

v1 = k1[CO2]

v2 = k2[HCO3 ][H+]

OBS: Sólidos e líquidos puros não entram na lei de velocidade, por isso a água não entrou em v1.

Este é o sistema encontrado dentro de uma garrafa de água gaseificada. Por ser uma situação de

equilíbrio, v1 é igual a v2 (v1 = v2). Quando bebemos a água, esse sistema cai pro nosso estômago,

que é ácido, o que significa dizer que lá a concentração de H+ é alta.

Isso se configura como uma perturbação ao sistema, pois veja: se v2 é proporcional à [H+] v2 =

k2[HCO3 ][H+] , então, quando se aumenta a quantidade de H+ no sistema, a v2 também aumenta.

Com isso, v2 fica maior que v1 (v2 > v1), o que nos diz que o sistema saiu do equilíbrio.

Neste caso, para qual lado o equilíbrio se deslocou? Para o lado esquerdo, sentido 2 (inverso). Isso é

simples de perceber, pois se v2 agora é o sentido de maior velocidade, a reação está andando mais

para a esquerda do que para a direita. Este deslocamento faz com que as concentrações dos

reagentes aumentem até alcançar um novo estágio de equilíbrio. Ou seja, forma-se mais água e CO2,

provocando-nos o arroto.

OLHA EU AQUI DE NOVO:

No novo estágio de equilíbrio alcançado, o Kc é o mesmo que o do estágio de equilíbrio preexistente.

Só que agora as concentrações dos compostos de ambos os lados da seta estão diferentes. Lembra que eu

disse que só a temperatura muda o valor de Kc? Então, se não alteramos a temperatura, não alteramos o Kc,

embora as concentrações estejam diferentes.

b. Ao diminuirmos a concentração de um composto, o equilíbrio se desloca no sentido de produzir

este composto. Ou seja, se reduzimos a quantidade de um reagente, o equilíbrio se desloca no

sentido inverso, para aumentar a concentração desse reagente; já se reduzimos a quantidade de um

produto, o equilíbrio se desloca no sentido direto, para aumentar a concentração desse produto.

Ainda em outras palavras, ao se diminuir a concentração de um composto da reação, o equilíbrio

se desloca pro mesmo lado da seta.

Exemplo:

CH3NH2 (g) + H2O (l) ⇌ CH3NH3+ (aq) + OH (aq)

v1 = k1[CH3NH2]

v2 = k2[CH3NH3+][OH ]

Os peixes possuem um odor característico devido à produção de metilamina (CH3NH2). Esse

composto tem caráter básico, pois reage com água formando OH . Para tirar o odor do peixe, as

pessoas costumam por limão ou vinagre nele, e de fato tira. Mas por quê?

Quando pingamos limão (solução de ácido cítrico) ou vinagre (solução de ácido acético),

acrescentamos H+ ao sistema, por serem ambos ácidos. Essa quantidade de H+ neutraliza íons OH ,

consumindo-os para formar água (H+ + OH → H2O), o que diminui a concentração de OH no sistema.

Isso se configura como uma perturbação ao sistema, pois veja: se v2 é proporcional à [OH ] v2 =

k2[CH3NH3+][OH ] , então, quando se diminui a quantidade de OH no sistema, a v2 também diminui.

Com isso, v1 fica maior que v2 (v1 > v2), o que nos diz que o sistema saiu do equilíbrio.

1

2

1

2

Q

uí.

Neste caso, para qual lado o equilíbrio se deslocou? Para o lado direito, sentido 1 (direto). Isso é

simples de perceber, pois se v1 agora é o sentido de maior velocidade, a reação está andando mais

para a direita do que para a esquerda. Este deslocamento faz com que as concentrações dos produtos

aumentem até alcançar um novo estágio de equilíbrio. Ou seja, consome-se mais metilamina e água,

reduzindo ou eliminando o odor de peixe.

OBS: OLHA EU AQUI DE NOVO

Se você se esqueceu, é só voltar lá e reler agora.

OLHANDO DE FORMA DIFERENTE:

Para entendermos o deslocamento de equilíbrio devido a alterações de concentração, podemos analisar

a fórmula do Kc. Certamente você está lembrada/o que a constante de equilíbrio só depende da

temperatura OLHA EU AQUI DE NOVO nça de concentração não muda o Kc.

Então, olha só o caso :

Kc = [HCO3 ][H+]/[CO2] → Se aumentamos a [H+], para o Kc se manter constante, temos que aumentar a

[CO2] também. E isso só ocorre se a reação se deslocar no sentido inverso.

Agora olha o caso :

Kc = [CH3NH3+][OH ]/[CH3NH2] → Se diminuímos [OH ], para o Kc se manter constante, temos que

diminuir a [CH3NH2] também. E isso só ocorre se a reação se deslocar no sentido direto.

II. Pressão

Em primeiro lugar, precisamos ter em mente que o fator pressão só influi sobre equilíbrios gasosos, e

nos lembrar que a relação entre pressão e volume é íntima e inversa (são inversamente proporcionais). Ou

seja, quando aumentamos a pressão sobre um sistema gasoso, seu volume diminui. Já se diminuímos a

pressão sobre ele, seu volume aumenta.

No sistema gasoso abaixo, por exemplo, ao pressionarmos o êmbolo (vermelho), o espaço onde o gás

está inserido diminui, ou seja, seu volume se reduz. O que fizemos foi uma compressão do gás.

Ao puxarmos o êmbolo para cima, em contrapartida, o espaço onde o gás está inserido fica maior, ou

seja, seu volume aumenta. O que fizemos foi uma descompressão/expansão do gás.

Q

uí.

Dito isso, já podemos prosseguir para as influências básicas:

a. Ao aumentarmos a pressão de um sistema em equilíbrio, o equilíbrio se desloca para o lado de

menor volume. Isto é simples de entender, acompanhe:

3 H2 (g) + N2 (g) ⇌ 2 NH3 (g)

No sistema gasoso em equilíbrio acima, a reação direta produz 2 mols de gás; já a reação inversa

produz 4 mols de gás, no total (3 mols de H2 + 1 mol de N2). Em determinado volume, este sistema

mantém cada um desses gases em concentração adequada ao espaço que ocupam (e isso

constantemente, por estar em situação de equilíbrio).

Assim, quando comprimimos este recipiente, seu volume diminui, e as concentrações preexistentes

precisam se alterar para que o conjunto dos gases caiba no novo e menor espaço. É óbvio que a

nova conformação exige um volume menor de gases. Para tanto, o equilíbrio terá de se deslocar para

formar uma quantidade de gases que ocupem menos espaço do que o que havia antes, e a saída terá

que ser o deslocamento no sentido direto, o que forma apenas 2 mols de gás.

b. Ao diminuirmos a pressão de um sistema em equilíbrio, o equilíbrio se desloca para o lado de

maior volume

amônia.

Quando descomprimimos aquele recipiente, seu volume aumenta, e as concentrações

preexistentes precisam se alterar para que o conjunto dos gases se adeque ao novo e maior espaço.

É óbvio, da mesma forma, que a nova conformação exige um volume maior de gases. Para tanto, o

equilíbrio terá de se deslocar para formar uma quantidade de gases que ocupem mais espaço do que

o que havia antes, e a saída terá que ser o deslocamento no sentido inverso, o que forma 4 mols de

gás.

OLHANDO DE FORMA DIFERENTE:

Para entendermos o deslocamento de equilíbrio devido a alterações de pressão, podemos analisar a

fórmula do Kp.

DESCULPA, MAS OLHA EU AQUI DE NOVO:

Não é possível que você não se lembre a constante de equilíbrio só depende da temperatura. Logo,

você sabe que a mudança de pressão não pode mudar o Kp.

Então, olha só o caso :

Kp = (PNH3)²/(PH2)³(PN2) → Se aumentamos a pressão total do sistema, as pressões parciais de cada gás

aumentam na mesma proporção.

Para relembrar:

Para encontrarmos a pressão parcial de um gás hipotético X, utilizamos a fórmula:

PX = nX . Ptotal/ntotal

OBS: nx/ntotal = fração molar

Nesta fórmula, a pressão parcial de um gás é proporcional à pressão total e à fração molar em que se

encontra. Assim, vemos que, na expressão do Kp, a pressão parcial de cada gás também está elevada ao seu

coeficiente estequiométrico.

1

2

Q

uí.

No caso analisado, portanto, olhando para a expressão do Kp, a compressão aumenta mais o valor do

denominador do que do numerador, o que reduziria o valor de Kp. Qual é a saída, então, para que o valor do

Kp não seja alterado? A resposta é: aumentar a fração molar de NH3 e diminuir as frações molares de H2 e N2.

Como fazemos isso? Deslocando a reação de modo a formar mais NH3 e consumir mais H2 e N2 (o sentido de

menor volume).

Agora olha o caso :

Kp = (PNH3)²/(PH2)³(PN2) → Se diminuímos a pressão total do sistema, as pressões parciais de cada gás

diminuem na mesma proporção.

Nesse momento, olhando para a expressão do Kp, a descompressão (redução da Ptotal) diminui mais

o valor do denominador do que do numerador, o que aumentaria o valor de Kp. Qual é a saída, então, para

que o valor do Kp não seja alterado? A resposta é: diminuir a fração molar de NH3 e aumentar as frações

molares de H2 e N2. Como fazemos isso? Deslocando a reação de modo a consumir mais NH3 e formar mais

H2 e N2 (o sentido de maior volume).

IMPORTANTE À BEÇA:

a. Para reações reversíveis em que os dois lados da seta possuem volumes iguais, a alteração de

pressão não desloca o equilíbrio para nenhum dos lados, como podemos ver através da equação de

Kp, em que as Ptotal do numerador se cancelam com as do denominador.

b. A adição de um gás inerte a um sistema (isto é, um gás que não reage naquele sistema) também

não provoca deslocamento de equilíbrio. Ocorre assim porque, embora aumente a pressão total do

sistema, a adição de gás inerte também altera as frações molares dos compostos (ao aumentar o

ntotal), o que compensa o aumento da Ptotal.

III. Temperatura

Influências básicas:

a. Ao aumentarmos a temperatura de um sistema, o equilíbrio se desloca no sentido da reação

endotérmica, ou seja, a que absorve calor mais do que libera, para formar produtos.

b. Ao diminuirmos a temperatura de um sistema, o equilíbrio se desloca no sentido da reação

exotérmica, ou seja, a que libera calor mais do que absorve, para formar produtos.

IMPORTANTE À BEÇA: Toda reação química absorve energia (calor) para quebrar as ligações interatômicas

dos reagentes e libera calor para formar as ligações interatômicas dos produtos, como vimos no estudo da

entalpia de ligações. O calor absorvido ou liberado, portanto, , se trata apenas de um saldo de calor.

Isso nos diz que o aumento de temperatura acelera qualquer reação química, mas acelera mais a que precisar

absorver mais calor para acontecer (a endotérmica).

Exemplo: 3 H2 (g) + N2 (g) ⇌ 2 NH3 (g) + saldo de calor

Neste caso, a reação direta é exotérmica, porque libera calor como saldo; a reação inversa é

endotérmica, porque absorve calor como saldo.

Para aumentarmos a temperatura do sistema, fornecemos calor a ele. E, mais uma vez, é tranquilo de

enxergar que o fornecimento de calor favorece mais o sentido da reação que absorve mais calor (o

endotérmico). Já a retirada de calor, isto é, a diminuição da temperatura do sistema, atrapalha menos

o sentido da reação que precisa de menos calor para acontecer.

OLHANDO DE FORMA DIFERENTE:

v1 = k1[H2]³[N2]

v2 = k2[NH3]²(saldo de calor) → Podemos imaginar que o saldo de calor entre na lei de velocidade.

Assim sendo, o acréscimo de calor aumenta o valor de v2, e o sistema deixa de estar em equilíbrio (em que

2

1

Q

uí.

v1=v2). Então, se v2 > v1, a reação anda mais para a direita do que para a esquerda. A diminuição de calor, em

contrapartida, diminui o valor de v2, e de novo o sistema fica desequilibrado. Se v2 < v1, a reação anda mais

para a esquerda do que para a direita.

OPA, fica ligada/o:

E os catalisadores? Como deslocam o equilíbrio de uma reação reversível? Simples: não deslocam. O

efeito dos catalisadores é acelerar uma reação através do abaixamento da energia de ativação dessa reação,

lembra? Esse abaixamento é igual para ambos sentidos de qualquer reação reversível. Portanto, o único

efeito do catalisador em um equilíbrio é reduzir o tempo necessário para que o mesmo seja alcançado.

Repare que, dos reagentes para os produtos (→), ou dos

produtos para os reagentes (), a energia abaixa na mesma

quantidade.

Repare, agora, que o catalisador diminui o tempo necessário

para que o equilíbrio seja alcançado (t1 < t2);

EXERCÍCIOS

1. Uma das formas de se medir temperaturas em fase gasosa é por meio de reações com constantes de

equilíbrio muito bem conhecidas, chamadas de reações-termômetro. Uma dessas reações, que ocorre

entre o ânion tiofenolato e o 2,2,2-trifluoroetanol, está representada pela equação química

Para essa reação, foram determinados os valores da constante de equilíbrio em duas temperaturas

distintas.

Temperatura (K) Constante de equilíbrio

300 95,6 10

500 37,4 10

a) Essa reação é exotérmica ou endotérmica? Explique, utilizando os dados de constante de equilíbrio

apresentados.

b) Explique por que, no produto dessa reação, há uma forte interação entre o átomo de hidrogênio do

álcool e o átomo de enxofre do ânion.

Q

uí.

2. Analise os gráficos dos sistemas 1 e 2.

Os gráficos mostram a variação da concentração de reagentes e de produtos em dois sistemas, em

que ocorrem, respectivamente, as reações genéricas A B e X Y, até que ambos entrem em

equilíbrio dinâmico.

a) Considerando que ambos os equilíbrios ocorrem na mesma temperatura, determine qual das

reações apresenta a maior constante de equilíbrio. Justifique sua resposta.

b) Considere que, em um recipiente de 5 litros, foi adicionado 0,3 mol da substância A. Calcule a

concentração da substância B no sistema em equilíbrio e a constante de equilíbrio para o sistema 1,

sabendo que apenas 20% de A se converteu em B.

3. Os corais fixam-se sobre uma base de carbonato de cálcio 3(CaCO ), produzido por eles mesmos. O

carbonato de cálcio em contato com a água do mar e com o gás carbônico dissolvido pode estabelecer

o seguinte equilíbrio químico para a formação do hidrogenocarbonato de cálcio:

3(s) 2(g) 2 ( ) 3 2(aq)CaCO CO H O Ca(HCO )+ +

Considerando um sistema fechado onde ocorre o equilíbrio químico da reação mostrada acima,

assinale a alternativa correta.

a) Um aumento na concentração de carbonato causará um deslocamento do equilíbrio no sentido

inverso da reação, no sentido dos reagentes.

b) A diminuição da concentração do gás carbônico não causará o deslocamento do equilíbrio

químico da reação.

c) Um aumento na concentração do gás carbônico causará um deslocamento do equilíbrio no sentido

direto da reação, o de formação do produto.

d) Um aumento na concentração de carbonato causará, simultaneamente, um deslocamento do

equilíbrio nos dois sentidos da reação.

e) Um aumento na concentração do gás carbônico causará um deslocamento do equilíbrio no sentido

inverso da reação, no sentido dos reagentes.

4. A hemoglobina (Hb) é a proteína responsável pelo transporte de oxigênio. Nesse processo, a

hemoglobina se transforma em oxi-hemoglobina 2 n(Hb(O ) ). Nos fetos, há um tipo de hemoglobina

diferente da do adulto, chamada de hemoglobina fetal. O transporte de oxigênio pode ser

representado pelo seguinte equilíbrio:

2 2 nHb nO Hb(O ) ,+

em que Hb representa tanto a hemoglobina do adulto quanto a hemoglobina fetal.

A figura mostra a porcentagem de saturação de Hb por 2O em função da pressão parcial de oxigênio

no sangue humano, em determinado pH e em determinada temperatura.

Q

uí.

A porcentagem de saturação pode ser entendida como:

% de saturação 2 n

2 n

[Hb(O ) ]100

[Hb(O ) ] [Hb]=

+

Com base nessas informações, um estudante fez as seguintes afirmações:

I. Para uma pressão parcial de 2O de 30 mmHg, a hemoglobina fetal transporta mais oxigênio do que

a hemoglobina do adulto.

II. Considerando o equilíbrio de transporte de oxigênio, no caso de um adulto viajar do litoral para um

local de grande altitude, a concentração de Hb em seu sangue deverá aumentar, após certo tempo,

para que a concentração de 2 nHb(O ) seja mantida.

III. Nos adultos, a concentração de hemoglobina associada a oxigênio é menor no pulmão do que nos

tecidos.

Note e adote:

- 2 2pO (pulmão) pO (tecidos).

É correto apenas o que o estudante afirmou e

a) I. b) II. c) I e II. d) I e III. e) II e III.

5. Durante uma transformação química as concentrações das substâncias participantes foram

determinadas ao longo do tempo. O gráfico a seguir resume os dados obtidos ao longo do

experimento.

A respeito do experimento, foram feitas algumas afirmações:

I. A e B são reagentes e C é o produto da reação estudada.

II. A reação química estudada é corretamente representada pela equação: B 2 C A+ →

III. Não houve consumo completo dos reagentes, sendo atingido o equilíbrio químico.

IV. A constante de equilíbrio dessa reação, no sentido da formação de A, nas condições do

experimento é menor do que 1.

Q

uí.

Estão corretas apenas as afirmações:

a) I e IV. b) II e III. c) II e IV. d) III e IV.

6. O trióxido de enxofre 3(SO ) é obtido a partir da reação do dióxido de enxofre 2(SO ) com o gás

oxigênio 2(O ), representada pelo equilíbrio a seguir.

2(g) 2(g) 3(g)2 SO O 2 SO H 198 kJθΔ+ = −

A constante de equilíbrio, CK , para esse processo a 1.000 C é igual a 280. A respeito dessa reação,

foram feitas as seguintes afirmações:

I. A constante de equilíbrio da síntese do 3SO a 200 C deve ser menor que 280.

II. Se na condição de equilíbrio a 1.000 C a concentração de 2O é de 10,1mol L− e a concentração

de 2SO é de 10,01mol L ,− então a concentração de 3SO é de

12,8 mol L .−

III. Se, atingida a condição de equilíbrio, o volume do recipiente for reduzido sem alteração na

temperatura, não haverá alteração no valor da constante de equilíbrio, mas haverá aumento no

rendimento de formação do 3SO .

IV. Essa é uma reação de oxirredução, em que o dióxido de enxofre é o agente redutor.

Estão corretas apenas as afirmações:

a) II e IV. b) I e III. c) I e IV. d) III e IV.

7. Considere os equilíbrios:

1. 2(g) 2(g) 3(g)2 SO O 2 SO+ 25Kc 9,9 10= a 25 C

2. 2(g) 2(g) (g)O N 2 NO+ 30Kc 4,0 10−= a 25 C

a) Com base nos valores de Kc, informe a direção preferencial de cada um desses sistemas.

b) A que fenômeno ambiental a equação 1 pode ser corretamente relacionada? Explique como ela

participa da formação desse fenômeno.

8. Uma das reações utilizadas para a demonstração de deslocamento de equilíbrio, devido à mudança de

cor, é a representada pela equação a seguir:

2 24(aq) (aq) 2 7(aq) 2 ( )2 CrO 2 H Cr O H O− + −+ +

sendo que, o cromato 24(CrO )− possui cor amarela e o dicromato

22 7(Cr O )− possui cor alaranjada.

Sobre esse equilíbrio foram feitas as seguintes afirmações:

I. A adição de HC provoca o deslocamento do equilíbrio para a direita.

II. A adição de NaOH resulta na cor alaranjada da solução.

III. A adição de HC provoca o efeito do íon comum.

IV. A adição de dicromato de potássio não desloca o equilíbrio.

Q

uí.

As afirmações corretas são:

a) I e II. b) II e IV. c) I e III. d) III e IV.

9. O estireno, matéria-prima indispensável para a produção do poliestireno, é obtido industrialmente pela

desidrogenação catalítica do etilbenzeno, que se dá por meio do seguinte equilíbrio químico:

Analisando-se a equação de obtenção do estireno e considerando o princípio de Le Châtelier, é

correto afirmar que

a) a entalpia da reação aumenta com o emprego do catalisador. b) a entalpia da reação diminui com o emprego do catalisador. c) o aumento de temperatura favorece a formação de estireno. d) o aumento de pressão não interfere na formação de estireno. e) o aumento de temperatura não interfere na formação de estireno.

10. Considere o seguinte equilíbrio químico, a 25 C :

2 22 7 (aq) 2 ( ) 4 (aq) (aq)Cr O H O 2 CrO 2 H

laranja amarelo

− − ++ +

a) Nesse equilíbrio ocorre oxirredução? Justifique sua resposta.

b) Considere uma solução aquosa de 2 2 7K Cr O 0,1mol L. Ao ser adicionado (aq)HC a essa solução,

qual a cor predominante da solução? Justifique sua resposta com base no princípio de Le Chatelier.

Q

uí.

GABARITO

Exercícios

1. a) A partir dos dados fornecidos na tabela:

Temperatura (K) Constante de equilíbrio

300 95,6 10

500 37,4 10

equilíbrio[P]

K (reação direta)[R]

[P] [R] direita (maior valor da constante de equilíbrio)

[P] [R] esquerda (menor valor da constante de equilíbrio)

=

Verifica-se que a constante de equilíbrio diminui → 9 3(5,6 10 7,4 10 ) com a elevação da temperatura

(300 K 500 K). →

Conclusão: o rendimento da reação direta diminui com a elevação da temperatura, consequentemente,

trata-se de um processo exotérmico.

b) A forte interação entre o átomo de hidrogênio do álcool e o átomo de enxofre do ânion se deve ao

fato de ocorrer uma interação do tipo dipolo-ânion, ou seja, o átomo de hidrogênio ligado ao oxigênio

(O H))δ δ− +

− e atrai o par de elétrons presente no átomo

de enxofre presente no ânion.

2. a) Considerando ambos os equilíbrios:

Q

uí.

1

12 1

2

2

A B

[B]K

[A]

[A] [B]

K 1Conclusão : K K

X Y

[Y]K

[X]

[Y] [X]

K 1

A reação X Y apresenta a maior constante de equilíbrio.

=

=

b) Em um recipiente de 5 litros, foi adicionado 0,3 mol da substância A :

An 0,3 mol[A] 0,06 mol L

V 5 L= = =

0,012mol L

0,048

1

1

A B

0,06 mol L 0 mol L (início)

0,20 0,06 mol L 0,012 mol L (durante)

(0,06 0,012) mol L 0,012 mol L (equilíbrio)

[B] 0,012K

[A] 0,048

K 0,25

− +

= =

=

3. c

Um aumento na concentração do gás carbônico causará um deslocamento do equilíbrio no sentido

direto da reação, o de formação do produto.

Deslocamentopara a direita

3(s) 2(g) 2 ( ) 3 2(aq)

Aumento naconcentração

CaCO CO H O Ca(HCO )⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯→+ + ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯

4. c

[I] Correto:

[II] Correto: Num local de menor altitude a concentração de 2O diminui:

Q

uí.

2 2 n

Diminui

Hb + nO Hb(O )

O equilíbrio desloca para a esquerda.

Para que isto não ocorra, a concentração de Hb em seu sangue deverá aumentar.

[III] Incorreto: Dado: 2 2pO (pulmão) pO (tecidos).

Nos adultos, a concentração de hemoglobina associada a oxigênio é maior no pulmão do que nos

tecidos, pois quanto maior a concentração, maior a pressão parcial do gás oxigênio.

5. b

[I] Incorreta. B e C são reagentes e A é o produto da reação estudada.

[II] Correta. A reação química estudada é corretamente representada pela equação: B 2 C A+ →

B : C : A

0,4 : 0,8 : 0,4 (proporção)

1 : 2 : 1 (proporção)

Conclusão: 0,4B 0,8C 0,4 A ou 1B 2C 1 A.+ → + →

[III] Correta. Não houve consumo completo dos reagentes, sendo atingido o equilíbrio químico.

Q

uí.

[IV] Incorreta. A constante de equilíbrio dessa reação, no sentido da formação de A, nas condições do

experimento é maior do que 1.

⎯⎯→+ ⎯⎯

=

= =

equilíbrio 2

equilíbrio 2

equilíbrio

B 2 C A

[A]K

[B][C]

0,4K 16,66666 16,67

0,6 (0,2)

K 1.

6. d

[I] Incorreta. A constante de equilíbrio C(K ) da síntese do 3SO a 200 C deve ser maior que 280.

= xv k[R]

Neste caso, de acordo com a equação de Arrhenius, quanto menor a temperatura, menor o valor de

k e, consequentemente de CK :

ativação

ativação

E

R T

E

R T

Ak A e k

e

= =

[II] Incorreta. Se na condição de equilíbrio a 1000 C a concentração de 2O é de 10,1mol L− e a

concentração de 2SO é de 10,01mol L− , então a concentração de 3SO é de

25,3 10 mol L.−

A constante de equilíbrio, CK , para esse processo a 1000 C é igual a 280.

Q

uí.

2(g) 2(g) 3(g)

23

C 22 2

23

2

2 23

2 43

23

2 SO O 2 SO

[SO ]K

[SO ] [O ]

[SO ]280

(0,01) (0,1)

[SO ] 280 (0,01) (0,1)

[SO ] 280 (0,01) (0,1) 28 10

[SO ] 5,3 10 mol L

+

=

=

=

= =

[III] Correta. Se, atingida a condição de equilíbrio, o volume do recipiente for reduzido sem alteração na

temperatura, não haverá alteração no valor da constante de equilíbrio, mas haverá aumento no

rendimento de formação do 3SO .

2(g) 2(g) 3(g)

3 volumes 2 volumes

Deslocamentono sentido domenor volume(para a direita)

P V k (T constante)

P V k (T constante)

2 SO 1O 2 SO

3 volumes 2 volumes

=

=

+

⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯→⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯

[IV] Correta. Essa é uma reação de oxirredução, em que o dióxido de enxofre é o agente redutor.

Agente Agenteredutor oxidante

02 2

2(g) 2(g) 3(g)

4 6

Oxidação4 6

Redução0 2

2 S O O 2 S O

S S 2 e

O 2 e O

− −

+ +

+ + −

− −

+

⎯⎯⎯⎯⎯→ +

+ ⎯⎯⎯⎯⎯→

7. a) Kc alto indica deslocamento para o lado dos produtos, pois o Kc é diretamente proporcional a 3SO .

Kc baixo alto indica deslocamento para o lado dos reagentes, pois o Kc é inversamente proporcional a

2O e 2N .

b) A formação da chuva ácida. A reação que dá origem ao fenômeno será:

(s) 2(g) 2(g)

2(g) 2(g) 3(g)

3(g) 2 ( ) 2 4(aq)

(s) 2(g) 2 ( ) 2 4(aq)

2S 2O 2SO

2SO O 2 SO

2SO 2H O 2H SO

2S 3O 2H O 2H SO

+

+

+

+ +

8. c

[I] Correta. Com a adição de HC e, a consequente elevação da concentração de cátions H ,+ ocorre o

deslocamento do equilíbrio para a direita.

Deslocamentopara a direita2 2

4(aq) (aq) 2 7(aq) 2 ( )

Aumenta aconcentração

2 CrO 2 H Cr O H O− + −⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯→+ +⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯

Q

uí.

[II] Incorreta. A adição de NaOH provoca o consumo de cátions H+ e o equilíbrio desloca para a esquerda

(cor amarela).

AlaranjadoAmarela

2 24(aq) (aq) 2 7(aq) 2 ( )

Deslocamentopara a esquerdaDiminuição da

concentração

2 CrO 2 H Cr O H O− + −⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯→+ +⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯

[III] Correta. A adição de HC provoca o efeito do íon comum.

Íoncomum

Deslocamentopara a direita2 2

4(aq) (aq) 2 7(aq) 2 ( )

Íoncomum

HC H C

2 CrO 2 H Cr O H O

+ −

− + −

⎯⎯→ +

⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯→+ +⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯

[IV] Incorreta. A adição de dicromato de potássio desloca o equilíbrio para a esquerda, pois sua

concentração aumenta.

2inversa 2 7

2 24(aq) (aq) 2 7(aq) 2 ( )

Deslocamentopara a esquerda Aumento de

concentraçãov k [Cr O ]

2 CrO 2 H Cr O H O

− + −

=

⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯→+ +⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯

9. c

Processo endotérmico;favorecido pela

elevação da temperatura

8 10 8 8 2Processo exotérmico;

(etilbenzeno) (estireno)favorecido peladiminuição da temperatura

1C H 1C H 1H H 121kJ molΔ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯→ + = +⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯

10. a) Não ocorre oxirredução, pois não há variação de Nox.

2 22 7 (aq) 2 ( ) 4 (aq) (aq)Cr O H O 2 CrO 2 H− − ++ +

Reagentes (direta):

222 7

6 6 2 2 2 2 2 2 2

21 1 2

Cr O : Cr Cr O O O O O O O

H O : H H O

−−

+ + − − − − − − −

+ + −

Produtos (direta):

224

6 2 2 2 2

CrO : Cr O O O O

H : 1

−−

+ − − − −

+ +

b) A adição de (aq)HC a essa solução desloca o equilíbrio para a esquerda, consequentemente, a cor

predominante será o laranja.

2 22 7 (aq) 2 ( ) 4 (aq) (aq)

deslocamentopara a esquerda aumenta

aconcentração

laranja amarelo

Cr O H O 2 CrO 2H− − +⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯→+ +⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯

R

ed

.

Red.

Professor: Carolina Achutti

Monitor: Maria Paula

Queiroga

Caroline Tostes

R

ed

.

Qual a importância da literatura na

redação?

01

ago

RESUMO

A literatura apresenta, para quem escreve e a estuda, um leque de novas possibilidades de como usar a

linguagem, de como pensar a narrativa. Então, podemos dizê-la como um laboratório de experimentação

verbal, que nos permite testar os efeitos:

• Da perspectiva adotada, que altera completamente a maneira como será feita a narrativa,

• Da inversão na ordem esperada dos fatos (ou dos argumentos, trazer primeiro a conclusão e ir

brincando de explorar os caminhos que te levaram a ela),

• Do jogo de luz e sombra quando trazemos alguns elementos pra cena e deixamos outros de fora (o

que a gente quer que seja considerado por quem nos lê, o que não),

• dá ênfase que se dá a determinados aspectos em detrimento de outros (seja com recurso de

hipérboles, aprofundamentos, digressões, forçando o foco a se manter onde interessa para a sua

perspectiva),

• Da escolha vocabular, léxico.

Literatura é onde podemos observar e analisar todas essas experimentações com a linguagem. Ter intimidade

com essas experimentações, saber reconhecê-las, desmontar um texto, entender o papel que desempenha

cada um de seus elementos, é forma de ir cada vez descobrindo maneiras mais potentes de escrever, é

aprender a prever as leituras que seu texto vai suscitar e a inventar formas de mantê-las sob controle,

direcioná-las com mais segurança.

Aprender a escrever com todo esse requinte também significa desenvolver habilidades de leitura

sofisticadas, críticas, que vão ajudar o aluno a lidar com textos de forma geral e, nesse caso específico, com

os oferecidos na coletânea. Aprender a recortar ideias que outros textos trazem (porque, afinal, sempre

estamos citando outros textos, ainda que a gente não tenha consciência disso) e a costurá-las na elaboração

de um texto seu não é tarefa nada simples, então por isso a necessidade de conhecer os artifícios que

cientistas da linguagem inventaram para transmitir o que pensavam.

Texto burocrático, enfadonho, receita de bolo é garantia de uma avaliação mediana. O aluno tem que ir atrás

de descobrir a própria voz, a própria maneira de argumentar, de narrar, de dar o seu recado, e isso é coisa

que só se aprende com quem está percorrendo há tempos esses caminhos da linguagem.

Ou você domina a língua, ou ela domina você. (Professora Amara Moira)

EXERCÍCIOS

Abaixo, analisaremos alguns textos que contemplam de alusões literárias para garantir um maior

entendimento sobre a aula.

Texto 1

Tema: O papel da literatura na formação de valores da sociedade

A poesia de Castro Alves, durante a 3ª geração romântica, marcou o século XIX, uma vez que seus textos

tinham o intuito de denunciar a condição dos escravos negros daquele período e, por meio da reflexão lírica,

instaurar o pensamento abolicionista na população brasileira. Neste sentido, é possível perceber que a

literatura não dissemina só anseios artísticos, mas também, possui função ativa na formação de valores da

sociedade e torna-se imprescindível reconhecer o seu valor. (Maria Carolina Coelho)

R

ed

.

Análise: Observe que a autora dessa introdução utiliza seus conhecimentos literários sobre a obra de Castro

Alves, incluindo temática e época, para contextualizar o tema de sua redação.

Ao fazer isso, ela demonstra domínio de conhecimentos interdisciplinares e habilidade de articular diversas

áreas de conhecimento. Castro Alves foi conhecido como Poeta dos Escravos por manifestar em sua poesia

sua sensibilidade e protesto frente às atrocidades sofridas pelos negros escravizados no Brasil.

Texto 2

Tema: O preconceito linguístico e seus efeitos em discussão no Brasil

Durante a 1ª fase Modernista, autores como Oswald de Andrade e Manuel Bandeira utilizaram a poesia para

valorizar a linguagem coloquial na literatura. Tal aspecto promoveu não só uma maior acessibilidade do

público-leitor à compreensão textual, como também, reconheceu as diferentes variantes da língua.

Entretanto, essa influência prevaleceu apenas no âmbito literário, uma vez que o preconceito linguístico se

tornou um dos emblemas mais presentes da sociedade contemporânea. (Maria Carolina Coelho)

Análise: Nesse segundo parágrafo, note que a autora adota a estratégia de contextualizar o tema proposto

com a primeira fase do Modernismo no Brasil. Entenda que esse período foi de grande ruptura com os

paradigmas clássicos, buscando uma maior valorização do português falado no país, sem excluir a linguagem

popular; tal estratégia encaixa perfeitamente com a questão do preconceito linguístico.

Texto 3

Tema: O suicídio entre os jovens brasileiros Como enfrentar esse problema?

encontra no suicídio uma forma de livrar-se das dores de um amor não-correspondido. A temática da

infelicidade fez com que parte do jovem público-leitor, no século XVIII, se sentisse representado pelos

anseios do personagem e, inclusive, passassem a ver a morte como uma forma de libertação. Neste sentido,

percebe-se que esse problema de saúde pública já se alastra ao longo dos séculos e hoje, no Brasil, a taxa de

suicídio entre os jovens faz-se crescente, evidenciando a urgência de alteração deste cenário preocupante. (Maria Carolina Coelho)

Análise: No terceiro exemplo, podemos observar que a menção à obra

de Johann Goethe, não só configura conhecimento literário, mas também de mundo já que essa obra é tida

como um dos combustíveis para uma grande onda de suicídios na época de sua publicação. Novamente,

extremamente coerente com o tema proposto. Cumprimos aqui a função de contextualização, de

demonstrar conhecimento de mundo e, ainda, domínio de outras áreas do conhecimento.

Texto 4

Tema: A cultura de assédio no Brasil

No século XIX, o Romantismo transmitia, pela representação de personagens literárias, uma conduta de

submissão feminina que compactuava com os valores morais da época. Nos dias atuais, a escritora nigeriana

Chimamanda Adichie alega que o problema do gênero consiste em descrever como devemos ser, em vez de

reconhecer quem somos, o que comprova um modelo arcaico enraizado na sociedade. Nesse sentido, a

cultura de assédio no Brasil é fruto de reflexos históricos e, para garantir o respeito e liberdade à mulher,

intervenções são necessárias. (Maria Carolina Coelho)

Análise: Nesse fragmento, é possível perceber o paralelo feito entre a imagem da mulher no Romantismo do

século XIX, e a dos dias atuais. A referência a Chimamanda Adichie por si só já representa conhecimento

contemporâneo dos movimentos feministas e suas vozes, no que consiste no debate sobre gênero que está

intimamente ligado à cultura de assédio no Brasil.

R

ed

.

Texto 5

Tema: O Sistema Prisional Brasileiro e os Seus Efeitos no Século XXI

mos preso durante o regime do Estado Novo relata

os maus tratos, as péssimas condições de higiene e a falta de humanidade vivenciadas na rotina carcerária.

Hoje, ainda que não vivamos mais em um período opressor, o sistema prisional brasileiro continua sendo visto

como um símbolo de tortura. Desse modo, rever a situação social a qual o penitenciário está submetido é

indispensável para avaliar seus efeitos na contemporaneidade. (Maria Carolina Coelho)

Análise: Quando a autora faz referência a do autor Graciliano Ramos, podemos

inferir que há um paralelo entre as atrocidades descritas no livro e o cenário atual do sistema prisional

brasileiro.

Tal alusão representa uma contextualização literária que consegue relacionar uma obra com forte teor

biográfico aos problemas vividos pelos presos e pelo sistema carcerário anos depois.

EXERCÍCIOS DE CASA

Agora é a sua vez! Analise a forma que o autor utilizou a literatura para comprovação de seus argumentos na

O cortiço consumista

-se o grande poderio com que o espaço massifica as pessoas,

exercendo forte influência sobre seus comportamentos e relações. Analogamente, no anúncio publicitário

mostrado, nota-se a força que o espaço ganha na propaganda, o qual guia as pessoas por meio de seus

caminhos e escadas rolantes. Assim, verifica-se como o discurso contido no anúncio, por mais minucioso

que seja, estimula os indivíduos a uma determinada mentalidade, como se fossem meros frutos de espaços

ideológicos e físicos.

Percebe-se que a mensagem contida no anúncio, mesmo em suas minuciosidades, reitera o conteúdo

Foucault. No caso,

mostra- de crédito

reforçadas as visões de mundo às quais as pessoas são submetidas. Desse modo, nota-se a força do discurso

como guia ideológico.

Assim, já que, segundo Karl Marx, a ideologia é fortemente influenciada, pelo modo de produção de uma

sociedade, na Ordem capitalista, o discurso é favorável a uma intensa lógica consumista. É por isso que

grande parte das pessoas estão segurando sacolas, pois dessa forma se difunde o consumo. Além disso, a

na imagem e simboliza o que está fora dele tem menor importância. Assim, o consumo se impões como

grande força coercitiva.

Tal coerção é ainda mais reforçada ao se perceber que a maior parte de todos os indivíduos, assim como em

um célebre quadro de Magritte, não tem suas faces retratadas. Isso evidencia a liquefação da identidade de

cada indivíduo, como cita Zygmunt Bauman, frente ao intenso trânsito das relações entre consumo e

felicidade. Assim, fica claro que, mesmo estática, a imagem do anúncio passa uma ideia de movimento, em

que as pessoas circulam, sobrem e descem, seguindo o fluxo das felicidades consumistas.

Portanto, é evidente o quanto o discurso, como cita Foucault, é fundamental para direcionar, por meio de

ordens e minuciosidades, o comportamento de uma sociedade. No caso da publicidade, enforca-se a

pequenez das pessoas em relação ao consumo e

ssível

distinguir seus próprios rostos.

R

ed

.

GABARITO

A redação, apesar de não apresentar um aprofundamento na argumentação com a citação literária,

compreende uma noção de entendimento do texto, a partir do título. Sendo esse uma síntese de toda uma

erbado em um mesmo ambiente (o shopping).

A introdução, por sua vez, trabalha a massificação das pessoas a partir de suas condições de vida, ou melhor

dizendo, determinismo. Isso tem reflexo na argumentação do autor a partir da visão da liquidez das pessoas

no mundo atual.

Além disso, o autor consegue perceber a necessidade de uma finalização textual que aprofunde o que foi

dito durante todo desenvolvimento, sendo assim, ele conclui o texto fazendo uma comprovação de sua

utilização do livro, demonstrando que o espaço de shoppings e esse consumismo em excesso relaciona com

a forma de agir dos personagens do Cortiço.