4
Arq Neuropsiquiatr 2006;64(2-A):338-341 1 N e u ro c i ru rgião do Hospital Santa Paula, João Pessoa PB, Brasil; 2 I n t e rno de Medicina da Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa PB, Brasil; 3 Neurocirurgião do Hospital Santa Isabel, João Pessoa PB, Brasil. Recebido 15 Setembro 2005, recebido na forma final 30 Novembro 2005. Aceito 25 Janeiro 2006. Dr. Maurus M.A. Holanda - Rua Santos Coelho Neto 200/ 802 - 58038-450 João Pessoa PB - Brasil. E-mail: [email protected] METÁSTASE INTRAMEDULAR DE CARCINOMA DA TIREÓIDE Relato de caso Maurus Marques de Almeida Holanda 1 , Emerson Magno Fernandes de Andrade 2 , José Alberto Gonçalves da Silva 3 RESUMO - Relata-se um caso de metástase intramedular de neoplasia da glândula tireóide em uma mulher de 70 anos queixando-se há três meses de dor cervical intensa, sem déficit motor focal nem alterações de sensibilidade. Seis meses antes do início dos sintomas, a paciente foi submetida a tireoidectomia total para ressecção de adenocarcinoma tireoideano. Ressonância magnética com contraste gadolíneo mostrou lesão intramedular. Foi realizada ressecção parcial do tumor medular que revelou ao exame anatomopatológico adenocarcinoma metastático. No pós-operatório a paciente desenvolveu monoplegia crural à esquerda. PALAVRAS-CHAVE: tumor intramedular, medula espinhal, metástase, câncer da tireóide. Intramedullary spinal cord metastasis from thyorid carcioma: case report ABSTRACT - We re p o rt a case of intramedullary spinal cord metastasis from thyroid cancer in a 70-year-old woman complaining for three months an intense cervical pain, without motor or sensitive deficits. Six months before the onset of symptoms, the patient underwent total thyroidectomy for a thyroid cancer. Magnetic resonance imaging with gadolinium enhancement showed an intramedullary spinal cord lesion. A partial resection of the medullar tumor was perf o rmed and the pathological findings showed an metastatic adenocarcinoma. Post operatively the patient develloped a left crural monoplegia. KEY WORDS: intramedullary tumor, spinal cord, metastasis, thyroid cancer. maligna conhecida. No passado, uma parte significa- tiva dessas lesões só era identificada em autópsias, mas com o advento da ressonância magnética (RM) passou a ser mais diagnosticada 4 . Apresentamos um caso de MIM originária de ade- n o c a rcinoma da tireóide em uma mulher de 70 anos, com queixa de dor cervical intensa. CASO Mulher de 70 anos de idade, parda, com queixa de dor c e rvical intensa há três meses. Ao exame, a paciente não a p resentava déficit motor focal nem alterações de sensibi- lidade superficial e profunda. A força, tônus muscular e reflexos estavam preservados, e os sinais de Babinski e Hoffman estavam ausentes. Há seis meses do início dos sintomas, durante consulta de rotina, foi identificado um nódulo tireoidiano solitário. A paciente negou exposição prévia à irradiação em cabeça e pescoço e história de câncer de tireóide na família. Os ní- Os carcinomas freqüentemente originam metásta- ses para o sistema nervoso central (SNC), porém as metástases intramedulares (MIM) são raras, repre- sentando 3-6% das lesões metastáticas 1 . Em aproxi- madamente metade dos casos relatados de MIM, o tumor primário estava localizado no pulmão. O se- gundo sítio mais freqüente de origem das MIM foi a mama. Vários outros tumores sólidos, como o carci- noma de cólon e o melanoma, podem ocasionalmen- te gerar uma MIM 2 . Em levantamento bibliográfico realizado nos indexadores Medline, Lilacs e Scielo, encontramos somente um relato de MIM originária de tumor de glândula tireóide, o que nos incentivou a publicação do presente relato 3 . Os pacientes com MIM habitualmente procuram auxílio médico devido à presença de sintomas neurológicos que pro g r i d e m rapidamente, sendo muitas vezes difícil seu diagnós- tico clínico inicial, mesmo na presença de neoplasia

METÁSTASE INTRAMEDULAR DE CARCINOMA DA … · membrana aracnóide até atingir o parênquima medular12,13. Os estudos de revisão de literatura publicados ... epidurais com compressão

Embed Size (px)

Citation preview

Arq Neuropsiquiatr 2006;64(2-A):338-341

1N e u ro c i ru rgião do Hospital Santa Paula, João Pessoa PB, Brasil; 2I n t e rno de Medicina da Universidade Federal da Paraíba, JoãoPessoa PB, Brasil; 3Neurocirurgião do Hospital Santa Isabel, João Pessoa PB, Brasil.

Recebido 15 Setembro 2005, recebido na forma final 30 Novembro 2005. Aceito 25 Janeiro 2006.

Dr. Maurus M.A. Holanda - Rua Santos Coelho Neto 200/ 802 - 58038-450 João Pessoa PB - Brasil. E-mail: [email protected]

METÁSTASE INTRAMEDULARDE CARCINOMA DA TIREÓIDE

Relato de caso

Maurus Marques de Almeida Holanda1, Emerson Magno Fernandes de Andrade2,José Alberto Gonçalves da Silva3

RESUMO - Relata-se um caso de metástase intramedular de neoplasia da glândula tireóide em uma mulherde 70 anos queixando-se há três meses de dor cervical intensa, sem déficit motor focal nem alterações desensibilidade. Seis meses antes do início dos sintomas, a paciente foi submetida a tireoidectomia total pararessecção de adenocarcinoma tireoideano. Ressonância magnética com contraste gadolíneo mostrou lesãoi n t r a m e d u l a r. Foi realizada ressecção parcial do tumor medular que revelou ao exame anatomopatológicoadenocarcinoma metastático. No pós-operatório a paciente desenvolveu monoplegia crural à esquerda.

PALAVRAS-CHAVE: tumor intramedular, medula espinhal, metástase, câncer da tireóide.

Intramedullary spinal cord metastasis from thyorid carcioma: case report

ABSTRACT - We re p o rt a case of intramedullary spinal cord metastasis from thyroid cancer in a 70-year- o l dwoman complaining for three months an intense cervical pain, without motor or sensitive deficits. Sixmonths before the onset of symptoms, the patient underwent total thyroidectomy for a thyroid cancer.Magnetic resonance imaging with gadolinium enhancement showed an intramedullary spinal cord lesion.A partial resection of the medullar tumor was perf o rmed and the pathological findings showed an metastaticadenocarcinoma. Post operatively the patient develloped a left crural monoplegia.

KEY WORDS: intramedullary tumor, spinal cord, metastasis, thyroid cancer.

maligna conhecida. No passado, uma parte significa-tiva dessas lesões só era identificada em autópsias,mas com o advento da ressonância magnética (RM)passou a ser mais diagnosticada4.

A p resentamos um caso de MIM originária de ade-n o c a rcinoma da tireóide em uma mulher de 70 anos,com queixa de dor cervical intensa.

CASOMulher de 70 anos de idade, parda, com queixa de dor

c e rvical intensa há três meses. Ao exame, a paciente nãoa p resentava déficit motor focal nem alterações de sensibi-lidade superficial e profunda. A força, tônus muscular ereflexos estavam pre s e rvados, e os sinais de Babinski eHoffman estavam ausentes.

Há seis meses do início dos sintomas, durante consultade rotina, foi identificado um nódulo tireoidiano solitário.A paciente negou exposição prévia à irradiação em cabeçae pescoço e história de câncer de tireóide na família. Os ní-

Os carcinomas freqüentemente originam metásta-ses para o sistema nervoso central (SNC), porém asmetástases intramedulares (MIM) são raras, re p re-sentando 3-6% das lesões metastáticas1. Em aproxi-madamente metade dos casos relatados de MIM, otumor primário estava localizado no pulmão. O se-gundo sítio mais freqüente de origem das MIM foi amama. Vários outros tumores sólidos, como o carci-noma de cólon e o melanoma, podem ocasionalmen-te gerar uma MIM2. Em levantamento bibliográficorealizado nos indexadores Medline, Lilacs e Scielo,encontramos somente um relato de MIM origináriade tumor de glândula tireóide, o que nos incentivoua publicação do presente re l a t o3. Os pacientes comMIM habitualmente procuram auxílio médico devidoà presença de sintomas neurológicos que pro g r i d e mrapidamente, sendo muitas vezes difícil seu diagnós-tico clínico inicial, mesmo na presença de neoplasia

Arq Neuropsiquiatr 2006;64(2-A) 339

veis de TSH, T4 livre e anticorpos anti-tire o p e roxidase (anti-TPO) estavam normais. A paciente foi submetida punçãoaspirativa por agulha fina (PAAF) guiada por ultra-sono-grafia, com diagnóstico citológico sugestivo de carc i n o m apapilífero. Foi realizada tireoidectomia total, com exameanatomopatológico confirmando o diagnóstico de carc i-noma papilífero localizado em lobo tireoidiano direito, jáa p resentando invasão de toda espessura da cápsula e lin-fonodos. A neoplasia media 4,5cm no seu maior eixo. Nopós-operatório imediato a paciente evoluiu bem, sem evi-dências de lesão do nervo laríngeo recorrente ou hipopa-ratireoidismo.

O exame de RM para investigação da dor cervical evi-denciou lesão intramedular com captação de contraste ga-dolínio (Fig 1). Foi realizada laminectomia cervical coma b e rtura da dura-máter e ressecção parcial do tumor me-d u l a r, por ser uma lesão sem limites precisos, muito san-grante. Ao exame anatom opatológico, material mostro user um adenocarcinoma metastático da tireóide (Fig 2). Nopós-operatório a paciente desenvolveu monoplegia cru r a là esquerda. Tratada posteriormente com radioterapia, masfaleceu 12 meses após o início do tratamento.

DISCUSSÃO

O carcinoma papilífero é a mais freqüente neo-plasia maligna da tire ó i d e5. Apresenta bom pro g n ó s-tico, já que o tumor habitualmente permanece re s-trito à glândula, possui crescimento lento, com ten-dência a se estender e infiltrar somente os linfonodosregionais do pescoço5. As metástases à distância sãoincomuns, ocorrem em 2-3% dos indivíduos acome-tidos e estão relacionadas a pior pro g n ó s t i c o6. O SNCé alvo de 10% das metástases à distância, sendo pul-mões (70%) e ossos (20%) os órgãos mais afetados3 , 5 , 6.

Os tumores intramedulares metastáticos são raro s ,afetando clinicamente somente 0,1-0,4% de todosos pacientes com câncer e correspondendo apenas a1-3% de todas as neoplasias da medula espinhal4.São encontrados em cerca de 2% das autópsias depacientes que falecem com câncer sistêmico, difere n-temente de outras regiões do SNC como o cére b roonde se observam metástases em até 20% dessas au-t ó p s i a s4 , 7. As metástases são freqüentemente encon-tradas no espaço epidural, sendo diagnosticadas em10% dos pacientes com câncer4.

Foram descritos três mecanismos para explicar apatogênese da MIM. A disseminação hematogênicaresponderia pela maior parte dos casos, ocorre n d opor via arterial, as células neoplásicas ganhando ac i rculação sistêmica até atingir as artérias penetran-tes que adentram a medula espinhal, ou por via ve-nosa através do plexo venoso vertebral (plexo deBatson), que drena o sangue da medula espinhal paraa circulação sistêmica, estendendo-se desde a pélvis

até os seios venosos intracranianos8 - 1 1. Estudos ana-tomopatológicos têm demonstrado que muitas dasMIM são encontradas profundamente ao corno pos-terior da medula, em território irrigado por ramosda artéria central da medula1 2. No segundo meca-nismo, células tumorais originadas de meningites car-cinomatosas podem infiltrar o espaço perivascularde Virchow-Robin, penetrando na pia-máter e inva-dindo o parênquima da medula espinhal8 , 9 , 1 1 , 1 3. Foisugerido que o terc e i ro mecanismo ocorreria porinvasão direta de metástases localizadas no espaçoepidural ou raízes dos nervos através da dura-máter,membrana aracnóide até atingir o parênquimamedular12,13.

Os estudos de revisão de literatura publicadosmostram pouca variância na origem primária da MIM.Em uma revisão de 138 casos de MIM, o câncer depulmão (54%), seguido pelo de mama (11%), carc i-noma de célula renal (9%) e melanoma (8%) foramos principais tumores primários, não havendo re f e-rência para as metástases originárias da tire ó i d e2. Emoutra revisão com 174 casos, o câncer de tireóide re-

Fig 1. RM da coluna cervical com realce homogêneo da lesãomedular pelo gadolíneo.

340 Arq Neuropsiquiatr 2006;64(2-A)

p resentou 2% dos tumores primários, enquanto queo câncer de pulmão, de mama, o melanoma, e o lin-foma com 54%, 13%, 9%, e 5% re s p e c t i v a m e n t e ,foram os principais focos primários de origem dasmetástases4.

Há relatos de MIM em todos os níveis da medulaespinhal, com sua freqüência distribuída de acord ocom a região em: cervical (42%), torácica (26%) elombar (32%)4 , 7 . Metástases múltiplas no interior damedula podem ser encontradas em 33% dos casos1 4.A elevada ocorrência das metástases na medula cer-vical pode ser explicada pelo seu maior volume e su-p o rte vascular quando comparado com as outras re-giões da medula espinhal15.

Os pacientes com MIM se apresentam com umamielopatia rapidamente pro g re s s i v a4 , 1 6 , 1 7. O quadroclínico é dependente do nível da lesão na medula es-pinhal, podendo ocorrer dor localizada ou de dis-tribuição radicular, déficit motor e sensitivo, disfunçãovesical e esfincteriana e síndrome de Bro w n - S é q u a rd ,sendo a fraqueza muscular o sintoma mais fre-q ü e n t e4 , 1 6 , 1 7. Em 75% dos pacientes investigados o in-t e rvalo entre o aparecimento dos sintomas neuro l ó-gicos e o desenvolvimento do déficit neuro l ó g i c ocompleto é inferior a 1 mês18,19.

Os achados clínicos não contribuem para o diag-nóstico diferencial da MIM, que pode ser feito comas neoplasias primárias da medula, como os astroci-tomas e ependimomas, mielopatia necrotizante pa-

raneoplásica, mielopatia por radiação e metástasesepidurais com compressão medular. Déficit neuro l ó-gico assimétrico em paciente com história de malig-nidade é sugestivo de MIM, já que pode ser encon-trado em 32-45% dos casos, porém não pode serconsiderado patognomônico desse tipo de lesão.Como comparação, nas compressões epidurais da me-dula espinhal essa freqüência é 1-8% apenas18,20,22.

A RM permite na maioria dos casos fazer o diag-nóstico e diferenciar a MIM de outras lesões medu-l a res. As MIM são observadas em T1 de forma isolada,como lesões pequenas, ovais, isointensas com re a l c ehomogêneo pelo gadolíneo, causando pouca ounenhuma deformidade no contorno da medula espin-hal. Em T2 as metástases são hiperintensas, mostran-do bem o edema associado a esse tipo de lesão. Oachado de metástases múltiplas em 33% dos casosrequer que o estudo com RM seja feito em todos ní-veis da medula espinhal1 4. A biópsia cirúrgica rara-mente é indicada. Outros métodos diagnósticos comoa mielografia, mielotomografia computadorizada eexame do líquor têm pouco valor diagnóstico na atu-alidade, não sendo usados de forma rotineira2.

Não existe um protocolo estabelecido para o tra-tamento da MIM, e faltam estudos comparando osresultados das abordagens terapêuticas disponíveis.Uma abordagem terapêutica conservadora envolveo uso de radioterapia, quimioterapia e esteróides17.A radioterapia pode aliviar os sintomas neuro l ó g i c o s

Fig 2. Exame anatomopatológico do adenocarcinoma metastático da tireóide.

Arq Neuropsiquiatr 2006;64(2-A) 341

e prolongar a sobrevida dos pacientes, em casos detumores sensíveis à radiação, como o carcinoma pa-p i l í f e ro tireoidiano e os linfomas, e em pacientesdiagnosticados precocemente. Todavia, não seconhece a tolerância da medula espinhal à radiação,havendo o risco de complicação com mielite após lon-gos períodos de exposição. Em cerca de 80% dos ca-sos de MIM tratados com radioterapia, os pacientesfalecem ou experimentam piora nos sintomas após6 meses do início do tratatamento13,21,23.

Os esteróides não devem ser usados como terapiaúnica, e sim associados a outras formas de tratamen-to. Em casos de progressão muito rápida dos sinto-mas neurológicos, o uso de altas doses de esteróidespode aliviar a dor e impedir de forma transitória aevolução dos déficits2 1. A quimioterapia tem sidousada em tumores sensíveis, em associação com a ra-dioterapia ou tratamento cirúrgico21.

A ressecção cirúrgica parcial ou total pode ser re a-lizada em casos selecionados. Os principais fatore sque influenciam a indicação do tratamento cirúrg i c osão: o estado geral do paciente, o estágio do tumorprimário e a presença de metástases múltiplas ou en-volvendo as leptomeninges. A sobrevida dos pacien-tes tratados ciru rgicamente é quase duas vezes maiordo que a dos pacientes tratados de forma conserva-dora, razão pela qual é considerada por alguns comoo tratamento de escolha7 , 1 8 , 2 4 , 2 5. No caso em estudo,o paciente desenvolveu uma monoplegia crural à es-q u e rda após ressecção parcial da lesão, porém a abor-dagem cirúrgica parece não estar relacionada ao sur-gimento de novos déficits neurológicos.

A literatura prevê um prognóstico grave para ospacientes com MIM. A sobrevida média após o diag-nóstico de MIM é 3 meses1 8 , 1 9 , 2 5, no entanto todos osesforços devem ser feitos para promover o alívio dad o r, aumentar a sobrevida do paciente, prevenir oa p a recimento de novos déficits neurológicos e a pro-gressão dos déficits já existentes.

REFERÊNCIAS1. Chason JL,Walker FB, Landers JW. Metastatic carcinoma in the central

nervous system and dorsal root ganglia. Cancer 1963;16:781–787. 2. Kalayci M, Cagavi F, Gul S, Yenidunya S, Acikgoz B. Intramedullary

spinal cord metastases: diagnosis and treatment - an illustrated re v i e w.Acta Neurochir (Wien) 2004;146:1347-1354.

3. Honma Y, Kawakita K, Nagao S. Intramedullary spinal cord and brainmetastases from thyroid carcinoma detected 11 years after initialdiagnosis: case report. Neurol Med Chir (Tokyo) 1996;36:593-597.

4. Connolly ES, Wi n f ree CJ, McCormick PC, Cruz M, Stein BM.Intramedullary spinal cord metastasis: report of three cases and re v i e wof the literature. Surg Neurol 1996;46: 329–338.

5. P a reschi R, Mincione A, Destito D, et al. Surgery of thyroid cancer:twelve years’ personal experience. Acta Otorhinolaryngol Ital2004;24:348-353.

6 . Hay ID, Bergstralh EJ, Goellner JR, Ebersold JR, Grant CS. Pre d i c t i n goutcome in papillary thyroid carcinoma: development of a re l i a b l ep rognostic scoring system in a cohort of 1779 patients surgically tre a t e dat one institution during 1940 through 1989. Surgery 1993;11 4 : 1 0 5 0 - 1 0 5 8 .

7. Findlay JM, Bernstein M, Vanderlinden RG, Resch L. Micro s u rg i c a lresection of solitary intramedullary spinal cord metastases. Neuro-surgery 1987;21: 911–915.

8. Edelson RN, Deck MDF, Poster JB. Intramedullary spinal cord metas-tasis: clinical and radiographic findings in nine cases. Neuro l o g y1972;22:1222–1231.

9. Jellinger K, Kothbauer P, Sunder-Plassmann E, Weiss R. Intramedullaryspinal cord metastasis. J Neurol 1979;220: 31–41.

10. M o ffie D, Stefanko SZ. Intramedullary metastasis. Clin Neurol Neuro-surg 1980;82: 199–202.

11. Okamoto H, Shinkai T, Matsuno Y, Saijo N. Intradural pare n c h y m a linvolvement in the spinal subarachnoid space associated with primarylung cancer. Cancer 1993;72: 2583–2588.

12. Costigan DA, Winkelman MD. Intramedullary spinal cord metastasis:a clinicopathological study of 13 cases. J Neurosurg 1985;62: 227.

13. Sutter B, Arthur A, Laurent J, et al. Treatment options and time coursefor intramedullary spinal cord metastasis: report of three cases andreview of the literature. Neurosurg Focus 1998;4:1–8.

14. Crasto S, Duca S, Davini O, et al. MRI diagnosis of intramedullarymetastases from extra-CNS tumors. Eur Radiol 1997;7:732-736.

15. Potti A, Abdel-Raheem M, Levitt R, Schell DA, Mehdi SA. Intrame-dullary spinal cord metastasis (ISCM) and non-small cell lung carc i-noma (NSCLC): clinical patterns, diagnosis and therapeutic conside-rations. Lung Cancer 2001,3:319–323.

16. Taniura S, Tatebayashi K, Watanabe K, Watanabe T. Intramedullaryspinal cord metastasis from gastric cancer: case report. J Neuro s u rg2000;93:145–147.

17. Aryan HE, Farin A, Nakaji P, Imbesi SG, A b s h i re BB. Intramedullaryspinal cord metastasis of lung adenocarcinoma presenting as Bro w n -Sequard syndrome. Surg Neurol 2004;6:72-76.

18. G rem JL, Burgess J, Trump DL. Clinical features and natural history ofintramedullary spinal cord metastasis. Cancer 1985;56:2305–2314.

19. Kosmas C, Koumpou M, Nikolaou M, et al. Intramedullary spinal cordmetastasis in breast cancer: report of four cases and review of theliterature. J Neurooncol. 2005;71:67-72.

20. Ogino M, Ueda R, Nakatsukasa M, Murase I. Successful removal ofsolitary intramedullary spinal cord metastasis from colon cancer. ClinNeurol Neurosurg 2002;104:152-156.

21. Fakih M, Schiff D, Erlich R, Logan TF. Intramedullary spinal cordmetastasis (ISCM) in renal cell carcinoma: a series of six cases. A n nOncol 2001;12:1173-1177.

22. Kaya RA, Dalkilic T, Ozer F, Aydin Y. Intramedullary spinal cordmetastasis: a rare and devastating complication of cancer. Neurol MedChir (Tokyo) 2003;43:612–615.

23. Schijns OEMG, Kurt E, Wessels P, Luijckx GJ, Beuls EAM. Intra-medullary spinal cord metastasis as a first manifestation of a renal cellc a rcinoma: report of a case and review of the literature. Clin Neuro lNeurosurg 2000;120:249–254.

24. Isla A, Paz JM, Sansivirini F, Zamora P, Garcia Grande A, FernandezA. Intramedullary spinal cord metastasis: a case report. J Neuro s u rgSci 2000;44:99–101.

25. Villegas AE, Guthrie TH. Intramedullary spinal cord metastasis in bre a s tcancer: clinical features, diagnosis, and therapeutic consideration. Bre a s tJ 2004;10:532-535.