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A administração, também chamada gerenciamento (português brasileiro ) ou gestão (português europeu ) de empresas, supõe a existência de uma instituição a ser administrada ou gerida, ou seja, uma Entidade Social de pessoas e recursos que se relacionem num determinado ambiente, físico ou não, orientadas para um objetivo comum, estabelecido pela a empresa. Empresa, aqui significa o empreendimento, os esforços humanos organizados, feitos em comum, com um fim específico, um objetivo. As instituições (empresas) podem ser públicas, sociedades de economia mista ou privadas, com ou sem fins lucrativos. Atualmente se utiliza esta palavra para designar os estabelecimentos comerciais, industriais, de serviços, etc., grandes ou pequenos, o que não revela seu sentido no título da profissão.(?) A necessidade de organizar os estabelecimentos nascidos com a revolução industrial levou os profissionais de outras áreas mais antigas e maduras a buscar soluções específicas para problemas que não existiam antes. Assim a aplicação de métodos de ciências diversas para administrar estes empreendimentos deu origem aos rudimentos da ciência da administração. Não se deve confundir a gerência de uma casa ou de nossa vida pessoal, que tem sua arte própria, porém empírica, com a gerência de uma instituição. A gerência de instituições requer conhecimento e aplicação de diversos modelos e técnicas administrativas, ao passo que a gerencia pessoal pode ser feita por pessoas sem qualificações adicionais. Desenvolvimento do conceito

A Administração (1)

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A administrao, tambm chamada gerenciamento (portugus brasileiro) ou gesto (portugus europeu) de empresas, supe a existncia de uma instituio a ser administrada ou gerida, ou seja, uma Entidade Social de pessoas e recursos que se relacionem num d

A administrao, tambm chamada gerenciamento (portugus brasileiro) ou gesto (portugus europeu) de empresas, supe a existncia de uma instituio a ser administrada ou gerida, ou seja, uma Entidade Social de pessoas e recursos que se relacionem num determinado ambiente, fsico ou no, orientadas para um objetivo comum, estabelecido pela a empresa. Empresa, aqui significa o empreendimento, os esforos humanos organizados, feitos em comum, com um fim especfico, um objetivo. As instituies (empresas) podem ser pblicas, sociedades de economia mista ou privadas, com ou sem fins lucrativos.

Atualmente se utiliza esta palavra para designar os estabelecimentos comerciais, industriais, de servios, etc., grandes ou pequenos, o que no revela seu sentido no ttulo da profisso.(?)

A necessidade de organizar os estabelecimentos nascidos com a revoluo industrial levou os profissionais de outras reas mais antigas e maduras a buscar solues especficas para problemas que no existiam antes. Assim a aplicao de mtodos de cincias diversas para administrar estes empreendimentos deu origem aos rudimentos da cincia da administrao.

No se deve confundir a gerncia de uma casa ou de nossa vida pessoal, que tem sua arte prpria, porm emprica, com a gerncia de uma instituio. A gerncia de instituies requer conhecimento e aplicao de diversos modelos e tcnicas administrativas, ao passo que a gerencia pessoal pode ser feita por pessoas sem qualificaes adicionais.

Desenvolvimento do conceito

Retrato de uma fbrica de tabaco no ano de 1900.

Como cincia um ramo das cincias humanas, ditas sociais, pois trata dos agrupamentos humanos, mas com uma peculiaridade que o olhar holstico, buscando a perfeita sinergia entre pessoas, estrutura e recursos.

Alm dos princpios especficos da cincia Administrativa, a tcnica de administrar utiliza-se de diversos outros ramos do pensamento humano, tais como: Direito, Contabilidade, Economia, Matemtica e Estatstica, a Psicologia, a Sociologia, a Informtica, dentre outros diversos.

Instituies de Direito Pblico ou Instituies de Direito Privado criadas com fins lucrativos ou para finalidades sociais, dependem da cincia da administrao para funcionarem.

Segundo Juclio Paiva (2011, pg. 12), "Administrar o processo de dirigir aes que utilizam recursos para atingir objetivos. Embora seja importante em qualquer escala de aplicao de recursos, a principal razo para o estudo da administrao seu impacto sobre o desempenho das organizaes. a forma como so administradas que torna as organizaes mais ou menos capazes de utilizar corretamente seus recursos para atingir os objetivos corretos".[1]A administrao uma cincia social aplicada, fundamentada em um conjunto de normas e funes elaboradas para disciplinar elementos de produo. A administrao estuda os empreendimentos humanos com o objetivo de alcanar um resultado eficaz e retorno financeiro de forma sustentvel e com responsabilidade social, ou seja, impossvel falar em Administrao sem falar em objetivos. Em sntese, o administrador a ponte entre os meios (recursos financeiros, tecnolgicos e humanos) e os fins (objetivos). Como elo entre os recursos e os objetivos de uma organizao, cabe ao administrador combinar os recursos na proporo adequada e para isso necessrio tomar decises constantemente num contexto de restries, pois, nenhuma organizao por melhor que seja dispe de todos os recursos e tambm a capacidade de processamento de informaes do ser humano limitado. Administrar envolve a elaborao de planos, pareceres, relatrios, projetos, arbitragens e laudos, em que exigida a aplicao de conhecimentos inerentes s tcnicas de Administrao. A Administrao se divide, modernamente, em cinco reas: finanas, administrativo, marketing, vendas ou produo e recursos humanos [2]. Alguns doutrinadores modernos inserem nessa diviso a TI (Tecnologia da Informao) e a P&D, ou seja, a Pesquisa, Desenvolvimento e Inovao. Pelo fato de a Administrao ter diversas cincias como base, o administrador disputa seu espao com profissional de diferente reas. Em finanas, disputa espao com economistas e contadores. Em marketing, disputa espao com publicitrios. Em produo, disputa espao com engenheiros. Em recursos humanos, disputa espao com psiclogos.

A profisso de administrador historicamente recente e foi regulamentada no Brasil em 9 de setembro de 1965, data em que se comemora o Dia do Administrador. A semana do Administrador instituda pelo Administrador Gaston Schwabacher, comemorada do dia 02 a 09 de setembro, onde so homenageando feitos administrativos com tica. Dando nfase a um dos princpios filosfico da Administrao que : A Verdadeira Administrao no visa lucro, visa bem estar social o lucro mera conseqncia .

Os primeiros administradores profissionais (administrador contratado, que no o dono do negcio) foram os que geriram as companhias de navegao inglesas a partir do sculo XVII.

Segundo Jonh W. Riegel, "o xito do desenvolvimento de executivos em uma empresa resultado, em grande parte, da atuao e da capacidade dos seus gerentes no seu papel de educadores.Cada superior assume este papel quando ele procura orientar e facilitar os esforos dos seus subordinados para se desenvolverem".

[editar] Funes administrativas

Administrador em atividade em uma empresa metalrgica no Rio de Janeiro, BrasilFayol foi o primeiro a definir as funes bsicas do Administrador: planejar, organizar, controlar, coordenar e comandar - POCCC. Atualmente, sobretudo com as contribuies da Abordagem Neoclssica da Administrao, em que um dos maiores nomes Peter Drucker, os princpios foram retrabalhados e so conhecidos como Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar (PODC). Ressalte-se, ento, que destas funes as que sofreram transformaes na forma de abordar foram "comandar e coordenar" que atualmente chama-se apenas Dirigir (Liderana).

Atualmente, as principais funes administrativas so:

Fixar objetivos (planejar);

Analisar: conhecer os problemas;

Solucionar problemas;

Organizar e alocar recursos (recursos financeiros e tecnolgicos e as pessoas);

Comunicar, dirigir e motivar as pessoas (liderar);

Negociar;

Tomar as decises (rpidas e precisas);

Mensurar e avaliar (controlar).

O papel do administradorAs funes do gestor foram, num primeiro momento, delimitadas como: planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar. No entanto, por ser essa classificao bastante difundida, comum encontr-la em diversos livros e at mesmo em jornais de forma condensada em quatro categorias. So elas: planejar, organizar, liderar e controlar.

Planejar: "definir o futuro da empresa, principalmente, suas metas, como sero alcanadas e quais so seus propsitos e seus objetivos" , ou como "ferramenta que as pessoas e as organizaes usam para administrar suas relaes com o futuro. uma aplicao especfica do processo decisrio."

O planejamento envolve a determinao no presente do que se espera para o futuro da organizao, envolvendo quais as decises devero ser tomadas, para que as metas e propsitos sejam alcanados.

Organizar: pode-se constatar que [...] se fosse possvel seqenciar, diramos que depois de traada(s) a(s) meta(s) organizacional (ais), necessrio que as atividades sejam adequadas s pessoas e aos recursos da organizao, ou seja, chega a hora de definir o que deve ser feito, por quem deve ser feito, como deve ser feito, a quem a pessoa deve reportar-se, o que preciso para a realizao da tarefa.

Logo, "organizar o processo de dispor qualquer conjunto de recursos em uma estrutura que facilite a realizao de objetivos. O processo organizacional tem como resultado o ordenamento das partes de um todo, ou a diviso de um todo em partes ordenadas."

Liderar: envolve influenciar as pessoas para que trabalhem num objetivo comum. "Meta(s) traada(s), responsabilidades definidas, ser preciso neste momento uma competncia essencial, qual seja, a de influenciar pessoas de forma que os objetivos planejados sejam alcanados."

A chave para tal, est na utilizao da sua afetividade, na sua interao com o meio ambiente que atua.

Na gesto no basta apenas ser uma pessoa boa, necessrio que tenha nascido para vencer, vitria essa que est relacionada com a busca constante de desafios, com a coragem de mobilizar-se, de assumir seu papel diante de seus pares, de seus colaboradores e de seus supervisores.

A chave para tal, est na utilizao da sua afetividade, na sua interao com o meio ambiente que atua. (muito bem mencionado)

Falar de afetividade pode significar aderir a um sistema de gesto de pessoas de forma parcial.

Quando se fala de gerir pessoas importante ter em ateno ser competente, reconhecer competncia e competncias.

Trabalhar ou liderar pessoas uma tarefa rdua, em que mais depressa se detectam os fracassos do que os sucesso, j que no primeiro caso toda a empresa se poder ressentir, no segundo, o mrito geralmente assumido de forma solitria.

Trabalhar com seres humanos exige conhecer, compreender para posteriormente se desenvolver.

Para identificar competncias h que conhecer muito bem a empresa e todos os seus colaboradores. Desta forma partimos para a implementao de todo um sistema organizado, planejado e formalizado com o objectivo de reter talentos, desenvolver as capacidades individuais, prever constrangimentos, e acima de tudo criar e gerir as oportunidades. Desta forma motivamos todos os intervenientes, gerimos as suas expectativas e potenciamos a produtividade.

Liderar significa anlise, responsabilidade e justia.

Maximiano ao invs de liderar, define o terceiro passo como executar, "o processo de execuo consiste em realizar as atividades planejadas que envolvem dispndio de energia fsica e intelectual"

E por ltimo controlar, que "estando a organizao devidamente planejada, organizada e liderada, preciso que haja um acompanhamento das atividades, a fim de se garantir a execuo do planejado e a correo de possveis desvios"(ARAJO, 170, 2004).

Cada uma das caractersticas podem ser definidas separadamente, porm dentro da organizao, so executadas em conjunto, ou seja, no podem ser trabalhados disjuntas.

[editar] Princpios para um bom administrador Saber utilizar princpios, tcnicas e ferramentas administrativas;

Saber decidir e solucionar problemas;

Saber lidar com pessoas: comunicar eficientemente, negociar, conduzir mudanas, obter cooperao e solucionar conflitos.

Ter uma viso sistmica e global da estrutura da organizao;

Ser proativo, ousado e criativo;

Ser um bom lder;

Gerir com responsabilidade e profissionalismo.

Democracia ("demo+kratos") um regime de governo em que o poder de tomar importantes decises polticas est com os cidados (povo), direta ou indiretamente, por meio de representantes eleitos forma mais usual. Uma democracia pode existir num sistema presidencialista ou parlamentarista, republicano ou monrquico.

As Democracias podem ser divididas em diferentes tipos, baseado em um nmero de distines. A distino mais importante acontece entre democracia direta (algumas vezes chamada "democracia pura"), onde o povo expressa a sua vontade por voto direto em cada assunto particular, e a democracia representativa (algumas vezes chamada "democracia indireta"), onde o povo expressa sua vontade atravs da eleio de representantes que tomam decises em nome daqueles que os elegeram.

Outros itens importantes na democracia incluem exatamente quem "o Povo", isto , quem ter direito ao voto; como proteger os direitos de minorias contra a "tirania da maioria" e qual sistema deve ser usado para a eleio de representantes ou outros executivos.

A Gesto Democrtica uma forma de gerir uma instituio de maneira que possibilite a participao, transparncia e democracia

PrincpiosOs princpios que norteiam a Gesto Democrtica so:

Descentralizao: A administrao, as decises, as aes devem ser elaboradas e executadas de forma no hierarquizada.

Participao: Todos os envolvidos no cotidiano escolar devem participar da gesto: professores, estudantes, funcionrios, pais ou responsveis, pessoas que participam de projetos na escola, e toda a comunidade ao redor da escola.

Transparncia: Qualquer deciso e ao tomada ou implantada na escola tem que ser de conhecimento de todos.

[editar] Gesto Democrtica na EscolaA Gesto Democrtica na escola formada por alguns componentes bsicos: Constituio do Conselho escolar; Elaborao do Projeto Poltico Pedaggico de maneira coletiva e participativa; definio e fiscalizao da verba da escola pela comunidade escolar; divulgao e transparncia na prestao de contas; avaliao institucional da escola, professores, dirigentes, estudantes, equipe tcnica; eleio direta para diretor(a);

[editar] Conselhos escolaresO Conselho Escolar (CE) um colegiado com membros de todos os segmentos da comunidade escolar com a funo de gerir coletivamente a escola. Com suporte na LDB, lei n 9394/96 no Artigo 14, que trata dos princpios da Gesto Democrtica no inciso II "participao das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes", esses conselhos devem ser implementados para se ter uma gesto democrtica. Porm, como diz Carlos Drummond Andrade: "as leis no bastam. Os lrios no nascem das leis" (SEED 1998, p. 44).

Dessa forma, os Conselhos Escolares podem servir somente para discutir problemas burocrticos, ser compostos apenas por professores e diretor(a), como um Conselho de Classe, mas se estiver dentro dos princpios da Gesto Democrtica esse Conselho ter que discutir politicamente os problemas reais da escola e do lugar que ela est inserida com a participao de todos os sujeitos do processo. Para que se garanta a constituio de um Conselho Escolar com essas caractersticas, Antunes (SEED, 1998) aponta alguns parmetros importantes a serem considerados:

Natureza do Conselho Escolar: Deve ser deliberativa, consultiva, normativa e fiscalizadora.

Atribuies fundamentais: Elaborar seu regimento interno; elaborar, aprovar, acompanhar e avaliar o projeto poltico-pedaggico; criar e garantir mecanismos de participao efetiva e democrtica da comunidade escolar; definir e aprovar o plano de aplicao financeiros da escola; participar de outras instncias democrticas, como conselhos regional, municipal, e estadual da estrutura educacional, para definir, acompanhar e fiscalizar polticas educacionais.

Normas de funcionamento: O Conselho Escolar dever se reunir periodicamente, conforme a necessidade da escola, para encaminhar e dar continuidade aos trabalhos aos quais se props; a funo do membro do CE no ser remunerada; sero vlidas as deliberaes tomadas por metade mais um dos votos dos presentes da reunio.

Composio: Todos os segmentos existentes na comunidade escolar devero estar representados no CE, assegurada a paridade (nmero igual de representantes por segmento); o diretor membro nato do conselho.

Processo de escolha dos membros: A eleio dos membros e suplentes dever ser feita na unidade escolar, por votao direta, secreta e facultativa.

Presidncia do Conselho Escolar: Qualquer membro efetivo do conselho poder ser eleito seu presidente, desde que esteja em pleno gozo de sua capacidade civil.

Critrios de participao: Participam do Conselho com direito a voz e voto todos os membros eleitos por seus pares; os representantes dos estudantes a partir da 4 srie ou com mais de 10 anos tero sempre direito a voz e voto, salvo nos assuntos que, por fora legal, sejam restritivos aos que estiverem no gozo de sua capacidade civil; podero participar das reunies do Conselho, com direito a voz e no voto, os profissionais de outras secretarias que atendam s escolas, representantes de entidades conveniadas, Grmio Estudantil, membros da comunidade, movimentos populares organizados e entidades sindicais.

Mandato: Um ano, com direito reconduo.

[editar] Projeto poltico pedaggicoAssim como o Conselho Escolar, o PPP tambm tem leis para assegur-lo. Na LDB, o Artigo 12 dispe: "Os estabelecimentos de ensino (..) tero incumbncia de: (Inciso I:) elaborar e executar sua proposta pedaggica". Tambm no Artigo 13 das incumbncias dos docentes, o Inciso I l: "participar da elaborao da proposta pedaggica do estabelecimento de ensino"; e o Inciso II l: "elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedaggica do estabelecimento de ensino".

Percebe-se, porm, que a palavra poltico descartada, como se qualquer PPP no tivesse uma ideologia e concepes que o cerceiem. Dessa forma, a lei assegura que se faa um Projeto Pedaggico da escola, mas deixa aberto para que se faa um documento somente tcnico, sem a devida discusso, que muitas vezes feito s para cumprir a lei, tornando-se assim um instrumento meramente burocrtico e bem longe da realidade esperada.

Para que se tenha xito em fazer um Projeto Poltico-Pedaggico, com a participao da comunidade, e para que sua implementao esteja presente na realidade escolar, algumas caractersticas so fundamentais:

Comunicao eficiente: Um projeto deve ser factvel e seu enunciado facilmente compreendido.

Adeso voluntria e consciente ao projeto: Todos precisam estar envolvidos. A co-responsabilidade um fator decisivo no xito de um projeto.

Suporte institucional e financeiro: Tem que ter vontade poltica, pleno conhecimento de todos e recursos financeiros claramente definidos.

Controle, acompanhamento e avaliao do projeto: Um projeto que no pressupe constante avaliao no consegue saber se seus objetivos esto sendo atingidos.

Credibilidade: As idias podem ser boas, mas, se os que as defendem no tm prestgio, comprovada competncia e legitimidade, o projeto pode ficar bem limitado.

[editar] Eleio para diretorA histria do processo de escolha democrtica de dirigentes escolares comea no Brasil na dcada de 60, quando, nos colgios estaduais do Rio Grande do Sul, foram realizadas votaes para diretor a partir das listas trplices. Foi ento que, no movimento da democratizao, principalmente com o Frum Nacional em Defesa da Escola Pblica, a eleio direta tornou-se uma das importantes bandeiras da educao, e pela qual no foi incorporada, como outras (pelo menos em parte), nas legislaes principais (Constituio e LDB). por essa razo tambm que a histria da eleio direta para diretores marcada por constantes avanos e retrocessos, dependendo da vontade poltica de dirigentes, para se aparar em leis estaduais e municipais.

Na Gesto Democrtica o dirigente da escola s pode ser escolhido depois da elaborao de seu Projeto Poltico-Pedaggico. A comunidade que o eleger votar naquele que, na sua avaliao, melhor pode contribuir para implementao do PPP. Porm, existem outras formas de escolha de diretor, que so a realidade da maioria das escolas pblicas do Brasil. Para entender melhor o que significa eleies diretas para a direo da escola, importante conhecer essas outras formas de escolhas, que so: nomeao, concurso, carreira, eleio e esquema misto. (SEED,1998 p. 69)

Nomeao: O diretor escolhido pelo chefe do Poder Executivo, estando a direo no mesmo esquema dos denominados cargos de confiana. Nessa condio, o diretor pode ser substitudo a qualquer momento, de acordo com o momento poltico e as convenincias, por isso comum a prtica clientelista.

Concurso: O diretor escolhido por meio de uma prova, geralmente escrita e de carter conteudista, e tambm prova de ttulos. Dessa forma se impede o apadrinhamento/clientelismo, mas isso no confere a liderana do diretor diante da comunidade que o integra. Assim, o diretor pode no corresponder aos objetivos educacionais e polticos da escola, no tendo grande compromisso com as formas da gesto democrtica, mesmo que isso no seja regra.

Carreira: O diretor surge da prpria instituio que o integra, por meio de seu plano de carreira, fazendo especializaes na rea de administrao e gesto, entrando naturalmente no cargo. Essa forma caracteriza o diretor apenas por suas habilidades tcnicas, esquecendo-se a parte poltica fundamental para um dirigente-educador.

Eleio: O diretor escolhido pela eleio, que se baseia na vontade da comunidade escolar, por voto direto, representativo, por escolha uninominal ou, ainda por listas trplices ou plurinominais. Essa a maneira que mais favorece o debate democrtico na escola, o compromisso e a sensibilidade poltica por parte do diretor, alm de permitir a cobrana e a co-responsabilidade de toda a comunidade escolar que participou do processo de escolha.

Esquema misto: O diretor escolhido por diferentes combinaes. Por exemplo, mesclando provas de conhecimento com a capacidade de liderana e administrao, ou ento decido em conselhos menores da escola. Nesses esquemas mistos comum a comunidade participar em alguma parte do processo, o que possibilita um maior vnculo do diretor com a escola.

A escolha para diretor nas escolas sempre foi um assunto muito polmico e discutido tanto nas escolas quanto entre especialistas da educao. O assunto encontra-se em grande evidncia tambm devido ao fato de ser, entre as outras prticas de administrao da escola, aquela que envolve um maior interesse dos governantes, pois uma importante ferramenta de cooptao pelo poder "te dou o cargo e voc me d o apoio". A grande ateno voltada a este tema faz alguns at pensarem que a Gesto Democrtica se restringe eleio direta para diretor.

Gesto Democrtica: experincia bem sucedida

Juliane Rocha de Moraes1, Maria Anglica Maia2

1UNIVAP, Universidade do Vale do Paraba, Ps-graduao, [email protected]

2UNIVAP, Universidade do Vale do Paraba, Ps-graduao, [email protected]

Resumo- O presente estudo procura descrever e analisar o cotidiano de um gestor de uma escola pblica de So Jos dos Campos, a partir da experincia bem sucedida de gesto democrtica e como esse processo foi desenvolvido no contexto da unidade escolar.

Palavras-chave: Gesto, educao, democracia, sucesso e participao.

rea do Conhecimento: Humanas (educao)

Introduo

Introduo

O cenrio da educao especificamente na escola pblica tem trazido luz das discusses muitas dvidas e relatos de experincias fracassadas no que se refere prtica da gesto democrtica participativa.

pretendido com esse estudo relatar e analisar a figura de um gestor em uma escola pblica de So Jos dos Campos, a qual reconhecida e acolhida pela comunidade local por ser uma escola de qualidade.

fundamental encontrarmos na bibliografia autores que descrevem o processo de gesto democrtica, a fora da democracia e a participao da comunidade.

Entendemos que, a questo da gesto democrtica de sucesso depende de uma srie de fatores advindas do processo poltico, da disponibilidade de envolver a comunidade, da caracterizao do espao social ao qual est inserida a unidade escolar e o comprometimento de todos os envolvidos.

O processo histrico da gesto democrtica no Brasil extremamente atrasado, pois de acordo com alguns socilogos, a democracia ainda distante, visto que o povo brasileiro ainda no exerce o poder democrtico em sua vivncia cotidiana. Necessrio e fundamental salientar, que os dados histricos nos mostram que a democracia uma inveno antiga que no surge em um momento determinado da histria, mas reelaborada no cotidiano da vida social. Para alguns historiadores e segundo Maria Lcia Abranches Fortuna:

A revoluo democrtica, por muito tempo subterrnea, explode quando o corpo do rei se encontra destrudo, quando cai a cabea do corpo poltico, quando simultaneamente, a corporeidade do social se dissolve.( ABRANCHES, Maria Lucia Fortuna, p.115)

Somos ainda iniciantes no que se refere democracia, visto que ainda temos na figura do lder a iluso de rei, heri. preciso que o gestor saiba exercer a sua funo sem estereotipar seu perfil como aquele que resolve tudo.

Portanto, o que se pretende compreender e analisar como e por que a escola observada um modelo de fora na constituio da gesto escolar democrtica, buscando identificar os fatores que determinam essa prtica bem sucedida na cidade e So Jos dos Campos.

Materiais e Mtodos

Partindo da problemtica: como so as atuaes da equipe gestora em uma escola pblica, que desenvolve um trabalho exemplo para as demais na cidade de So Jos dos Campos? Optamos neste estudo utilizar a pesquisa qualitativa etnogrfica, com observao direta no contexto escolar, pois entendemos que para analisar uma experincia bem sucedida necessrio estar em contato direto com o objeto de estudo:

A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte direta de dados e o pesquisados como seu principal instrumento. (BODGAN e BIKLEN apud ANDR; LUDKE, 1996, p.11)

A forma para a coleta de dados primeiramente se deu a partir da escolha da escola observada, aps em um segundo momento foi realizada uma visita at o ambiente de estudo para apresentao do observador e semi-entrevista com a equipe gestora.

A seguir a descrio da entrevista dirigida ao diretor da escola para analisar o quanto o mesmo compreendia a gesto democrtica:

Tabela 1- Perguntas para o diretor

Perguntas

1

Qual a sua formao?

2

Por que buscou esta funo?

XI Encontro Latino Americano de Iniciao Cientfica e

VII Encontro Latino Americano de Ps-Graduao Universidade do Vale do Paraba

3164

3

Defina seu perfil como diretor da escola.

4

De uma maneira geral, quais as atribuies de um diretor?

5

Voc concorda com os mecanismos de provimento do cargo de diretor escolar? Por que?

6

Quais os conhecimentos bsicos que uma pessoa precisa ter para exercer a funo de diretor escolar?

7

Voc acredita na descentralizao para a autonomia da escola, ou no? Por que?

8

Como materializar a gesto democrtica?

9

Como so as participaes na elaborao do planejamento escolar?

10

Como a motivao da participao da comunidade?

11

Com tantos conhecimentos adquiridos, o que falta para que acontea a gesto democrtica em todas as escolas?

12

Quais as maiores dificuldades encontradas no percurso da gesto participativa?

13

Como o seu relacionamento com o corpo docente e funcionrios?

14

Como a real e efetiva participao do corpo docente na elaborao do Projeto Poltico Pedaggico?

A partir da entrevista e conversas informais, foi possvel estabelecer estreita ligao com a bibliografia estudada.

Segundo a LDB:

Os sistemas de ensino definiro as normas da gesto democrtica do ensino pblico na educao bsica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princpios: I.Participao dos profissionais da educao na elaborao do projeto pedaggico da escola; II.Participao das comunidades escolar e local em conselhos de escolares ou equivalentes. (LBD, Brasil, 1996)

De acordo com a lei vigente a direo da escola estudada iniciou o processo de gesto democrtica, como relatou o diretor:

Quando a lei apareceu s adaptamos, pois a escola sempre foi de todos e para todos e eu sempre chamei a ateno da comunidade e do corpo docente para a efetiva participao em todas as decises tomadas.( Jos, diretor da escola1)

Nessa perspectiva, fato que a gesto democrtica na referida escola se deu de maneira processual como Paro salientou em 2005: O primeiro ponto a ser ressaltado to bvio quanto lembrar que a democratizao se faz na prtica.(PARO, Vitor Henrique, p.18).

1 Jos nome fictcio utilizado somente para este estudo

Outro ponto determinante a participao da comunidade escolar e da comunidade local que deve ser visualizada como premissa para o sucesso, porm esta deve ser organizada de maneira que os sujeitos possam tomar as decises coletivamente e no para somente ajudarem nos eventos da escola. O diretor Jos muito coerente ao descrever a importncia de chamar a ateno da comunidade para a participao:

Os pais so motivados a participarem da gesto da escola todos os dias do ano, pois de suma importncia que se sintam tambm donos do espao escolar. (Jos)

No contato direto com os sujeitos, especificamente com os estudantes da 4 srie foi surpreendente quando perguntei sobre a participao dos alunos nas decises da escola: Aqui na escola todos ouvem e do opinies, o diretor sempre fala que todos precisam falar e todos precisam escutar.( Bruna). Ou seja, a disponibilidade para escutar e emitir opinies permite em grande parte que os sujeitos se sintam importantes e atuem no interior da escola, ademais, para escutar, no basta somente ter ouvidos. Escutar envolve receber e acolher a opinio do outro, e, no que se refere instituio escolar essa premissa se torna ainda mais fundamental, pois do conhecimento de todos que para ter com a comunidade parcerias, necessrio mostrar e permitir que todos faam parte das decises.

A mentalidade brasileira ainda monrquica, onde o rei decide tudo e o povo obedece, por isso em muitas escolas a gesto democrtica ainda uma utopia irrealizvel, pois ainda se enxerga os acontecimentos de modo individualista e paternalista, por isso que chamamos a ateno para a extrema importncia do gestor ter bem aliceradas as teorias e prticas em relao sua postura, visto que funo do mesmo, orientar os sujeitos envolvidos para que no se estabeleam relaes de dependncia para com a figura do diretor.

No objeto de estudo, a figura do diretor essencialmente organizador administrativo e fundamentalmente incentivador das participaes, ou seja, intencionalmente ele vai reunindo os sujeitos em torno das decises da escola e evidencia sua postura de lder democrtico2.

Acreditamos que no desenvolvimento da gesto democrtica sine qua non que efetivamente todos estejam envolvidos em torno da melhora da escola, especialmente os

2 Lder democrtico aquele que tende a envolver todos nas tomadas de decises, delega autoridade, incentiva a participao e usa o feedback como uma oportunidade de desenvolvimento para os envolvidos.(CHIAVENATO, Idalberto, p.)

XI Encontro Latino Americano de Iniciao Cientfica e

VII Encontro Latino Americano de Ps-Graduao Universidade do Vale do Paraba

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professores como relata a professora Carmem3:As decises da escola so decididas em comum acordo e todos se sentem responsveis pelo desenvolvimento da escola.(Carmem)

Importante tambm para este estudo foi compreender como o gestor entendia a descentralizao. Na realidade as escolas do municpio de So Jos dos Campos ainda esto em processo de entendimento, portanto foi relatado que ainda que a escola seja um modelo de gesto democrtica, esta autonomia relativa e no est implantada totalmente, porm uma das especificidades do gestor desenvolver vrias aes para que a escola funcione normalmente, mesmo que o Estado no cumpra com suas funes.

Em vrios momentos nos foi relatado o quanto o diretor promove aes que possibilitam a descentralizao e autonomia escolar, mas ainda um ponto que precisa de muitos avanos e discusses no que se refere realidade da cidade de So Jos dos Campos.

Resultados

Por intermdio das observaes foi possvel perceber que a gesto democrtica ocorre nesta escola devido ao grande esforo do gestor em determinar a participao de todos na efetivao da democracia para a melhora do contexto educacional. Tambm ficou bem ntido que as aes do gestor so ancoradas no princpio da coletividade e na busca e escuta das opinies dos sujeitos.

O gestor nesta unidade escolar exerce a funo de lder democrtico e gerenciador na distribuio de tarefas, ou seja, o mesmo delega funes, descentraliza o poder, chama responsabilidade pais, mestres e alunos.

Ficou muito claro que esse gestor tem na comunidade uma parceira envolvendo-a em todas as decises formando uma teia de discusses, a qual todos os pontos so conduzidos para a prtica da cidadania e responsabilidade social de cada um no que se refere ao desenvolvimento da escola.

Finalmente, foi interessante a maneira como os alunos enxergam e classificam esse gestor, veja os dados no grfico4 abaixo:

3 Carmem - nome meramente ilustrativo

4 Pesquisa realizada a partir das entrevistas com uma 4 da escola observada, optamos por esta srie, pois tratam-se de alunos que em sua maioria esto na escola desde a 1 srie. 010203040timo diretorBom diretorPssimodiretorTotal dealunos

A partir dos dados coletados possvel resgatar a importncia dos alunos entenderem a figura do gestor, e, como fundamental que o mesmo tenha uma relao de dilogo, respeito e escuta, como descritos nos relatos abaixo5:

Quando os alunos tm problemas o seu Jos sempre chama pra conversar e no pra dar bronca, brigar, para conversar mesmo e tentar ajudar.(Juliana)

O diretor uma pessoa muito boa, inteligente e ele tem voz de autoridade na hora certa.( Bruna)

Atencioso, esperto e brincalho.(Yasmim)

Super organizado, atencioso, quando precisa sabe repreender, tem voz e nota dez.(Renata)

timo diretor, pois atende todos ns e procura resolver os problemas de maneira correta.(Henrique)

Concluso

O presente estudo possibilitou a construo da esperana em torno da gesto democrtica, pois anteriormente investigao tnhamos uma viso utpica irrealizvel de gesto democrtica, atualmente j reconhecemos vrios fatores que viabilizam a democracia dentro do contexto educacional.

Durante as observaes foi possvel relacionarmos a teoria pratica, uma vez que observar a atuao do gestor nos coloca em situao constante de reflexo e construo de nossa identidade enquanto futuros gestores.

Acreditamos que foi um ganho termos escolhido a abordagem qualitativa etnogrfica, pois tivemos contato com o dia-a-dia de um gestor e o funcionamento da escola.

Com o levantamento da pesquisa bibliogrfica estabelecemos interlocues e intertextualidades com os autores e potencializamos o que temos de mais essencial: o nosso pensar.

Quando se estabelece ligao da teoria com a prtica, estamos dialogicamente construindo nossos prprios conhecimentos em relao ao assunto tratado, e tambm servem-nos como

5 Depoimentos coletados por intermdio das entrevistas e conversas informais durante o processo de observao.

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reflexo: ser que temos condies e requisitos bsicos para ingressar na carreira?

O gestor observado nos serviu de disparador para pensar sobre a possibilidade de ousar e fazer a diferena, sabendo sempre que quando desenvolvemos um trabalho onde as pessoas so fatores determinantes, esse passa a ter um carter inacabado, sempre por fazer, ademais o ser humano est em constante desenvolvimento e transformao e comum no identificarmos a perfeio e enxergarmos este ponto como positivo, uma vez que estamos a todo o momento tentando fazer melhor e buscando alternativas.

Por fim, acreditamos que o estudo foi muito importante para ns que estamos em formao e estamos acostumados a ter contato com experincia de fracasso nas instituies escolares pblicas, pois muito se tem discutido sobre fatores negativos.

Acreditamos que chegado o momento de olharmos em nosso redor e enxergarmos que muitos esto fazendo a diferena. E ns ficaremos estagnados esperando uma escola pblica que no existe mais? hora de levantar o olhar e ver o quanto a educao pode ser melhor, basta somente que os sujeitos queiram cada um fazer a sua parte: participar!

Referncias

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FREIRE , Madalena. Observao Registro Reflexo : instrumentos metodolgicos I.2 Ed. So Paulo: Srie Seminrios, 1996.

FREIRE, Paulo . A pedagogia da autonomia . So Paulo , Paz e Terra: 1997.

MENEZES, Joo Gualberto de Carvalho. Educao Bsica: Polticas, Legislao e Gesto- Leituras. 1Ed. So Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.

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