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1 Professor: Rachel Leão AS RELAÇÕES ENTRE ENSINO E APRENDIZAGEM NA SALA DE AULA. O PLANEJAMENTO DAS AULAS PROFª RACHEL LEÃO 23/10/2018 A APRENDIZAGEM ESCOLAR A sala de aula é um universo constituído por “sujeitos”, cada qual com sua história. A criança, diante das primeiras experiências de aprendizagem escolar, revive, repete e expressa sua maneira pessoal, particular de lidar com a realidade . Esta maneira representa uma reedição da história de suas relações passadas.

A APRENDIZAGEM ESCOLAR · 2020. 2. 28. · 1 . Professor: Rachel Leão . AS RELAÇÕES ENTRE ENSINO E APRENDIZAGEM NA SALA DE AULA. O PLANEJAMENTO DAS AULAS PROFª RACHEL LEÃO

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Professor: Rachel Leão

AS RELAÇÕES ENTRE ENSINO E APRENDIZAGEM NA SALA DE AULA. O PLANEJAMENTO DAS AULAS

PROFª RACHEL LEÃO

23/10/2018

A APRENDIZAGEM ESCOLAR

A sala de aula é um universo constituído por “sujeitos”, cada qual com sua história.

A criança, diante das primeiras experiências de aprendizagem escolar, revive, repete e expressa sua maneira pessoal, particular de lidar com a realidade . Esta maneira representa uma reedição da história de suas relações passadas.

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Professor: Rachel Leão

No processo de aprendizagem precisamos garantir que:

“Nossa estrutura cognitiva está configurada por uma rede de esquemas de conhecimento. Estes esquemas se definem como as representações que uma pessoa possui, num momento dado de sua existência, sobre algum objeto de conhecimento. Ao longo da vida, estes esquemas são revisados, modificados, tornam-se mais complexos e adaptados à realidade,

mais ricos em relações. A natureza dos esquemas de conhecimento de um aluno depende de seu nível de desenvolvimento e dos conhecimentos prévios que pôde construir; a situação de

NO PROCESSO DE ENSINO

PRECISAMOS CONSIDERAR:

Os objetivos – concretizam as intenções educativas; “antecipam” resultados.

Os conteúdos – meio para que os alunos desenvolvam capacidades.

As estratégias – meio para atingir os objetivos; dinamizam as condições e modos de realização do ensino.

A zona de desenvolvimento proximal – a distância entre o que sabemos fazer sozinhos e o que somos capazes de realizar com a ajuda de alguém experiente.

Atitude favorável – motivação para a aprendizagem.

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aprendizagem pode ser concebida como um processo de comparação, de revisão e de construção de conhecimento sobre os conteúdos”.

Antoni Zabala

Como ensinar?

Método – de acordo com a etimologia, caminho a seguir para alcançar um fim.

Técnica – é a operacionalização do método (veículo de chegada).

Procedimento – maneira de efetuar alguma coisa. Encaminhamento da atividade do aluno e da atividade do professor.

Recursos – são os componentes do ambiente da aprendizagem que dão origem à estimulação para o aluno.

Planejamento

“É um processo que leva ao conhecimento de um conjunto coordenado de ações visando à consecução de determinados objetivos. Ao planejar, o indivíduo determina os objetivos de seu empreendimento e coordena meios e recursos para atingi-los”.

Marcos Tuler

“O planejamento é um instrumento indispensável para a ação pedagógica, já que, de outro modo, seria impossível orientar o processo até os propósitos perseguidos – e uma proposta educativa deixa de sê-lo se não tratar de tornar realidade certas finalidades previamente planejadas”.

Delia Lerner e Alicia Palacios

Objetivos do planejamento

Tornar o ensino mais eficiente.

Ter controle sobre o ensino.

Evitar improvisos.

Proporcionar sequência e progressividade nos trabalhos.

Dispensar mais atenção aos aspectos essenciais das atividades.

Evitar perda de tempo com aspectos secundários das atividades.

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Professor: Rachel Leão

Facilitar a distribuição dos conteúdos dentro do tempo disponível.

Propor trabalhos adequados ao tempo disponível e às possibilidades dos alunos.

Criar oportunidades para que a ação didática se realize dentro das melhores condições possíveis.

Possibilitar a reunião de recursos didáticos em tempo hábil e que sejam úteis ao ensino.

Ao planejar devemos procurar responder:

O que pretendo alcançar?

Em quanto tempo pretendo alcançar?

Como posso alcançar o que pretendo?

O que fazer e como fazer?

Quais os recursos necessários?

O que e como analisar se o que pretendo foi alcançado?

Ao elaborar o planejamento é preciso levar em conta:

O tipo de aluno que se pretende formar.

Exigências colocadas pela realidade social.

Resultados de pesquisas sobre a aprendizagem.

Contribuições das áreas de conhecimento e da didática.

O que precisa constar no plano de aula?

O assunto a ser tratado.

Os objetivos a serem alcançados.

Os conteúdos que possibilitarão o alcance dos objetivos.

O encaminhamento das atividades (procedimento dos alunos, do professor).

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As intervenções do professor (perguntas a fazer).

O material a ser utilizado.

O tempo previsto para cada etapa.

A eficiência da atividade (avaliação).

Planejar requer:

Pesquisar sempre.

Ser criativo na elaboração da aula.

Estabelecer prioridades e limites.

Estar aberto para acolher o aluno e sua realidade.

Ser flexível para replanejar sempre que necessário.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

XIMENES, Sérgio. Minidicionário da Língua Portuguesa. São Paulo: Ediouro, 2000.

ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Trad. Ernani F. da F. Rosa. Porto Alegre: Artmed, 1998.

QUESTÕES PARA ESTUDO TURMA: MAGISTÉRIO

BLOCO 1

23/10/2018

1. Em sua obra Pedagogia da Autonomia (1996), Paulo Freire nos alerta para o fato de “que ensinar

não é transferir conhecimentos, conteúdos, e nem formar é a ação pela qual um sujeito criado dá

forma, estilo ou alma a um corpo indeciso, acomodado.” Esta afirmação procura destacar que:

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Professor: Rachel Leão

A) o professor em sua condição de educador, está, hierarquicamente acima de seus alunos que lhe

devem obediência total.

B) não há docência sem discencia, as duas se explicam e seus sujeitos apesar das diferenças que

os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e

quem aprende ensina ao aprender.

C) a docência deve ser marcada por uma espontaneidade e liberdade onde os alunos possam

escolher e decidir o que devem aprender e o professor seguir esta dinâmica.

D) ensinar é tarefa simples em que o professor é o protagonista da ação e que os alunos são meros

coadjuvantes desse processo.

E) os alunos são como tábulas rasas e que cabe ao educador formá-los.

2. De acordo com o Parâmetro Curricular de Língua Portuguesa (1998:43), “A linguagem verbal,

atividade discursiva que é, tem como resultado textos orais e escritos. Textos para serem

compreendidos.” Diante desta afirmação, é importante considerar que:

A) os processos de compreensão se desdobram em atividades de fala e escrita, leitura e escuta.

Assume-se assim, que as capacidades a serem desenvolvidas estão relacionadas a quatro

habilidades linguísticas básicas: falar, escutar, ler e escrever.

B) a linguagem oral tem como conteúdos a leitura de textos escolares e a linguagem escrita, a sua

interpretação.

C) a finalidade do ensino de Língua Portuguesa é o domínio das regras gramaticais e sua aplicação

em provas e testes.

D) a linguagem verbal compreende apenas o trabalho com atividades de leitura e escrita.

E) os textos selecionados para esta finalidade devem estar relacionados apenas ao desenvolvimento

da linguagem oral e escrita a fim de que os alunos possam se tornar bons escritores.

3. Segundo a LDB - Lei nº 9.394/96, a educação básica tem por finalidades:

A) desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da

cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores;

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B) envolver a família do educando no processo educativo, além de assegurar a transmissão de

conhecimentos técnicos;

C) estabelecer currículos escolares que possibilitem a formação técnica do educando e assegurar-

lhe ingresso no mercado de trabalho;

D) desenvolver as potencialidades do educando por meio de um currículo rígido e organizado; e

proporcionar, por meio de leis, seu ingresso em programas de graduação;

E) inserir o educando no mercado de trabalho por meio de conteúdos técnicos e priorizar o conteúdo

escolar em detrimento da formação da cidadania.

4. São propostos nos PCNs temas transversais a serem explorados na prática pedagógica. Assinale

o item que apresenta apenas temas que foram contemplados como temas transversais nos PCNs.

A) Orientação sexual, saúde, justiça social, preconceito e pluralidade cultural;

B) Saúde, meio ambiente, pluralidade cultural, discriminação e justiça social;

C) Ética, cidadania, meio ambiente, orientação sexual e preconceito;

D) Meio ambiente, saúde, justiça social, cidadania e discriminação;

E) Pluralidade cultural, saúde, meio ambiente, orientação sexual e ética.

5. O texto exemplifica um conteúdo da língua portuguesa que aparece no tópico dos PCNs intitulado

“Aprender e ensinar língua portuguesa na escola”. Está de acordo com esse conteúdo:

A) É necessário organizar situações de aprendizagem que possibilitem a discussão e reflexão da

escrita alfabética, voltada apenas para a norma culta da língua, tanto na modalidade oral, quanto na

modalidade escrita.

B) É preciso que os alunos leiam diferentes textos que circulam socialmente para que aprendam que

há somente uma maneira certa de falar e escrever que serve para todas as situações comunicativas.

C) O primeiro ciclo do ensino fundamental deve favorecer o aprofundamento e a ampliação dos

conhecimentos que os alunos possuem sobre linguagem e língua, selecionando apenas a variação

de prestígio social.

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D) A escola precisa livrar-se de alguns mitos: o de que existe uma única forma “certa” de falar – a

que se parece com a escrita – e o de que a escrita é o espelho da fala; ou seja, cabe à escola

ensinar o aluno a utilizar a linguagem oral nas diversas situações comunicativas.

E) Deve-se apresentar somente a variedade linguística de prestígio social ao aluno, logo no primeiro

ciclo do ensino fundamental, pois as demais variações devem ser consideradas erros grosseiros.

6. “O objetivo mais geral do ensino do português para todas as séries da escola é mostrar como

funciona a linguagem humana e, de modo particular, o português; quais os usos que tem, e como os

alunos devem fazer para estenderem ao máximo, ou abrangendo metas específicas, estes usos nas

suas modalidades escrita e oral, em diferentes situações de vida.” (CAGLIARI, Luiz Carlos.

Alfabetização e Linguística. São Paulo: Scipione, 2003, p.28)

Sobre a construção da leitura e da escrita, são feitas as seguintes afirmações:

I. Antes de ensinar a escrever, é preciso saber o que os alunos esperam da escrita, qual julgam ser

sua utilidade e, a partir daí, programar as atividades adequadamente.

II. Ler é uma atividade extremamente complexa e envolve problemas não só semânticos, culturais,

ideológicos, filosóficos, mas inclusive fonéticos.

III. Para falantes de uma mesma língua, ler um mesmo texto não deve gerar interpretações

diferentes, pois se a língua é a mesma, a interpretação deve ser única.

IV. A leitura é uma atividade ligada essencialmente à escrita e, como há vários tipos de escrita,

assim também haverá os correspondentes tipos de leitura.

São corretas:

A) somente I, II e IV;

B) somente II, III e IV;

C) somente I, II e III;

D) somente I e II;

E) I, II, III e IV.

7. Analise as seguintes afirmativas concernentes às concepções de gênero textual, suporte textual e

tipologia textual.

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I. Gêneros textuais são textos orais ou escritos materializados em situações comunicativas

recorrentes. São textos que encontramos em nossa vida diária com padrões sociocomunicativos

característicos definidos por sua composição, objetivos enunciativos e estilo concretamente

realizados por forças históricas, sociais, institucionais e tecnológicas. São exemplos de gêneros

textuais: jornais, revistas e livros.

II. Tipologia textual designa muito mais modalidades discursivas do que um texto em sua

materialidade. O tipo textual define-se pela natureza linguística de sua composição. Em geral, os

tipos textuais abrangem um número limitado de categorias conhecidas como: narração,

argumentação, exposição, descrição, injunção.

III. Suporte de um gênero é um locus físico ou virtual com formato específico que serve de base ou

ambiente de fixação do gênero materializado como texto. Numa definição sumária, pode-se dizer

que suporte de um gênero é uma superfície física em formato específico que suporta, fixa e mostra

um texto.

A partir da análise, conclui-se que estão CORRETAS.

A) I e II apenas.

B) I e III apenas.

C) II e III apenas.

D) I, II e III.

8. Em relação à leitura, é INCORRETO afirmar que

A) a compreensão linear do texto diz respeito à capacidade de reconhecer informações visíveis no

corpo do texto e construir, com elas, o fio da meada que unifica e inter-relaciona os conteúdos lidos.

B) a leitura é uma prática social que envolve atitudes, gestos e habilidades que são mobilizados pelo

leitor, tanto no ato de leitura propriamente dito, quanto no que antecede a leitura e no que decorre

dela.

C) o trabalho com a compreensão de textos não pode e não deve ser começado antes que as

crianças tenham aprendido a decodificar e a reconhecer globalmente as palavras. Essas duas

capacidades fazem parte da capacidade mais importante, que é ler com compreensão, e são pré-

requisitos para se chegar a ela.

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D) produzir inferências implica ler nas entrelinhas, compreender os subentendidos, os não-ditos,

realizando operações como associar elementos diversos, presentes no texto ou que fazem parte das

vivências do leitor, para compreender informações ou inter-relações entre informações que não

estejam explicitadas no texto.

9. As orientações didáticas apresentadas nos PCNs, sobre meio ambiente e saúde, afirmam que é

necessário proporcionar uma “[...] grande diversidade de experiências e ensinar aos alunos formas

de participação, para que possam ampliar a consciência sobre questões relativas ao meio ambiente

e assumir de forma independente e autônoma atitudes e valores voltados à sua proteção e

melhoria.” (PNC, vol. 9, adaptado.)

De acordo as orientações didáticas apresentadas nos PCNs para proporcionar as ações acima, é

preciso:

A) O exame das principais questões ambientais do local de moradia.

B) A consideração do meio ambiente nos aspectos natural e construído.

C) A aplicação do enfoque interdisciplinar para que se consiga identificar a questão ambiental.

D) A constituição de um processo permanente durante todas as fases do ensino infantil e básico.

10. A matemática permite um amplo campo de relações que contribui para o desenvolvimento da

capacidade de generalizar, projetar, prever e abstrair conforme afirmam os PCNs (1997, vol. 3).

Para que a matemática desempenhe o seu papel deve procurar, na formação do aluno, contemplar

os seguintes itens, EXCETO:

A) A formação de capacidades intelectuais.

B) A estruturação do pensamento.

C) A construção do conhecimento apenas em uma área específica.

D) A agilização do raciocínio dedutivo.

11. De acordo com o PCN, a importância dada aos conteúdos revela um compromisso da instituição escolar em garantir o acesso aos saberes elaborados socialmente, pois estes se constituem como instrumentos para os seguintes aspectos, EXCETO:

A) Atuação no sentido de refutar ou reformular as deformações dos conhecimentos.

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B) Inserção do aluno no dia a dia das questões sociais marcantes e em um universo cultural maior.

C) Desenvolvimento e socialização.

D) Exercício da cidadania opressiva.

12. “As diversas concepções de tempo são produtos culturais que só são compreendidas, ao longo de uma variedade de estudos e acesso a conhecimentos pelos alunos, durante sua escolaridade”. (PCN, 1997, p. 84). Nesse sentido, não deve existir uma preocupação especial do professor em ensinar formalmente uma conceituação ou outra, mas trabalhar atividades didáticas que envolvam essas diferentes perspectivas de tempo.

Assinale a alternativa que apresenta uma ação do professor que NÃO condiz com o trecho anteriormente apresentado.

A) Criar situações pedagógicas que permitam revelar as dimensões históricas dos acontecimentos passados e presentes, expondo suas complexidades e sua presença na realidade e na história.

B) Trabalhar a concepção de cotidiano que se apresente como motivação para estudo do passado focando as experiências de pessoas comuns ou famosas desligadas de seus contextos sociais.

C) Propor o estudo de medições de tempo e calendários de diferentes culturas.

D) Planejar atividade que envolva a habilidade de relacionar um acontecimento com outros acontecimentos de tempos distintos.

13. “O geógrafo Milton Santos (1985) afirma que o mais pequeno lugar, na mais distante fração do território tem, hoje, relações diretas ou indiretas com outros lugares de onde lhe vêm matérias-primas, capital, mão de obra, recursos diversos e ordens [...]. Em nossos dias, o espaço é apropriado, ou ao menos, comandado, segundo leis municipais.” (CASTRO GIOVANNI, 2008, p.17)

É INCORRETO afirmar que estudar e compreender o lugar em geografia significa que

A) a ideia de lugar está associada à imagem da significação, do sentimento, da representação para o aluno.

B) o estudo da apreensão do espaço pela criança deve apresentar as três etapas essenciais e respeitar a seguinte sequência: a etapa do espaço concebido, a do espaço percebido e a do espaço vivido.

C) cada lugar é sempre uma fração do espaço totalidade e dos diferentes tempos.

D) o lugar é formado por uma identidade, portanto, o estudo dos lugares deve contemplar a compreensão das estruturas, das ideias, dos sentimentos e das paisagens que ali existem.

14. A respeito dos Parâmetros Curriculares Nacionais, é correto afirmar que:

a) devem ser utilizados como um guia para o trabalho dos professores em sala de aula, substituindo os livros didáticos, que propõe um modelo curricular homogêneo e que garanta a qualidade do

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ensino, independente da diversidade e das particularidades apresentadas nos estados e municípios brasileiros;

b) indicam, como um dos objetivos do Ensino Fundamental, que os alunos sejam capazes de posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas;

c) propõem que a avaliação seja realizada, exclusivamente, pelo professor, em atividades pontuais, com o objetivo de verificar os conteúdos aprendidos ao final do processo de ensino e aprendizagem;

d) apresentam os conteúdos em três grandes categorias (conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais), considerando que estes conteúdos não podem ser centrais no processo de ensino e aprendizagem, visto que a formação para a cidadania deve ser o eixo norteador do trabalho pedagógico;

e) adotam a proposta de estruturação por ciclos, que favorecem uma apresentação mais parcelada do conhecimento pelo reconhecimento de que os alunos necessitam de mais tempo para a aprendizagem dos conteúdos básicos como leitura, escrita e cálculo.

15. De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, é incorreto afirmar que:

I. as instituições de educação infantil devem incorporar, de maneira integrada, as funções de educar e cuidar, conduzindo, dentre outros fatores, à valorização dos profissionais que atuam com crianças pequenas;

II. o ato de brincar deve ser valorizado, uma vez que contribui com o desenvolvimento da criança, possibilitando uma articulação entre a imaginação e a imitação da realidade, a expressão de emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades;

III. a prática da educação infantil, dentre outros objetivos, deve possibilitar que as crianças desenvolvam a capacidade de estabelecer e ampliar as relações sociais, para que aprendam a articular seus interesses e pontos de vista com os demais, respeitando a diversidade e desenvolvendo atitudes de ajuda e colaboração;

IV. os profissionais que atuam nas instituições de educação infantil das diferentes regiões brasileiras possuem formação adequada, embora recebam baixa remuneração.

De acordo com as afirmativas acima, está incorreta a alternativa:

a) somente as alternativas I e II estão incorretas;

b) somente as alternativas I e III estão incorretas;

c) somente as alternativas I, II e III estão incorretas;

d) somente as alternativas II e IV estão incorretas;

e) somente a alternativa IV está incorreta.

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16. A aprendizagem não está, apenas, em chegar a uma resposta correta para cada problema, mas que as ações que encaminham sua resolução – como questionar, interpretar, pesquisar, obter e selecionar informações, esquematizar soluções, saber lidar com as diferentes opiniões – são tão importantes no processo de ensino e de aprendizagem quanto obter uma resposta adequada para o problema proposto. A problematização...

(A) possibilita a aprendizagem de conteúdos motivacionais por memorização, levando os alunos a uma verdadeira apreensão do conhecimento.

(B) apresenta temas geradores por meio de um problema existente na realidade concreta do aluno para que este, em conjunto com seus colegas, tome a iniciativa de resolvê-lo.

(C) permite a construção da autonomia do educando, na medida em que ele próprio procure os caminhos de estudo para adquirir o aprendizado necessário à sua vida.

(D) estimula os alunos a pensarem por hipóteses, a apresentarem razões ou dúvidas; faz com que se adquira o hábito de propor problemas e de investigá-los como forma de aprender.

(E) promove o conflito cognitivo diante do conhecimento do senso comum que os alunos trazem para a escola, auxiliando na aceitação dos conhecimentos verdadeiros a serem assimilados.

17. Em ciências humanas ou naturais, que constituem a área de ensino sobre a Natureza e Sociedade, as respostas não são sempre exatas, principalmente para problemas mais abrangentes e complexos (...) O conhecimento é construído historicamente e de forma não-linear, com conceitos que são discutíveis, se superam, podendo em outra época serem recuperados e reelaborados. Portanto,

(A) sistematizar os conhecimentos ensinados favorece a organização do pensamento do aluno e ajuda a estruturar o caminho de como se deve aprender de forma correta.

(B) o ensino de conceitos prepara o aluno a discernir o certo do errado, preparando-o para não ter dúvidas ou cometer equívocos.

(C) relativizar o que se conseguiu como a melhor resposta ou a mais completa é importante para não se educarem os alunos na falsa ideia de que verdades científicas são absolutas e imutáveis.

(D) ensinar um caminho seguro para se construir o conhecimento possibilita que o aluno se torne sujeito no seu processo de ensino/ aprendizagem.

(E) a compreensão de conceitos e conhecimentos abstratos exige etapas anteriores de aprendizagem; é preciso partir do simples para poder se chegar ao saber mais complexo.

18. Priscila Monteiro afirma que, atualmente, pesquisas preocupadas com a aprendizagem de matemática pelas crianças pré-escolares têm revelado as seguintes questões sobre o processo de aprendizagem de meninos e meninas:

I. Crianças prescindem dos conhecimentos de classificação e seriação como condições obrigatórias para o trabalho posterior com números.

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II. Crianças aprendem sozinhas, não havendo interferências do meio social e cultural em que vivem.

III. É absolutamente necessário que a criança domine a escrita dos primeiros números para realizar um trabalho que amplie seus conhecimentos.

IV. As crianças da educação infantil não têm condições de resolver problemas simples de adição, subtração, multiplicação e divisão, sem que antes dominem as formas convencionais dessas operações.

Estão corretas APENAS as afirmativas

(A) I.

(B) I e IV.

(C) II e III.

(D) III e IV.

(E) I, II e III.

QUESTÕES PARA ESTUDO TURMA: MAGISTÉRIO

BLOCO 2

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1. Segundo Delia Lerner, a versão escolar da leitura e da escrita parece atentar contra o senso comum. Por que e para que ensinar algo tão diferente do que as crianças terão que usar depois, fora da escola?

Reverter esse quadro implica:

I. Analisar o abismo que separa a prática escolar da prática social de leitura e escrita.

II. Transformar as práticas sociais que se tenta comunicar na escola em objeto de ensino.

III. Considerar que a fragmentação dos objetos de ensino é necessária porque alimenta duas ilusões muito arraigadas na tradição escolar: contornar a complexidade dos objetos de conhecimento reduzindo-o a seus elementos mais simples e exercer um controle estrito sobre a aprendizagem.

IV. Levar em conta que o objetivo final do ensino é que o aluno possa fazer funcionar o aprendido fora da escola, em situações que já não serão didáticas e, para isso será necessário manter uma vigilância epistemológica que garanta uma semelhança fundamental entre o que se ensina e o objeto ou prática social que se pretende que os alunos aprendam.

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V. Fazer uso intensivo de modelos para que os alunos, através do treino numa variedade de exercícios, se apropriem daquelas habilidades que serão exigidas fora da escola.

Estão corretas APENAS as afirmativas

(A) I, III e IV.

(B) I, III e V.

(C) II, IV e V.

(D) I, II e IV.

(E) III, IV e V.

2. Construir o objeto de ensino à imagem e semelhança das práticas sociais de leitura e escrita implica, para Delia Lerner, em considerar que estas práticas

(A) sejam explicitadas como conteúdos obrigatórios nas propostas curriculares, porque o domínio da norma culta da nossa língua é o objetivo primeiro da escola.

(B) sejam definidas como conteúdos inseridos nas práticas de sala de aula quando lê e se escreve.

(C) ao serem clareadas, façam supor que os comportamentos do leitor e do escritor sejam concebidos como conteúdos fundamentais e não apenas tarefas escolares.

(D) devem ser selecionadas e organizadas de forma a garantir uma certa sistematização do conhecimento.

(E) sejam organizadas pelo valor sociocultural que tem na sociedade.

3. Tenho um grande respeito e, principalmente um grande carinho, pelo ofício de professor e por isso mesmo me reconforta saber que eles também são vítimas de um sistema de ensino que os induz a dizer besteiras. Uma das pessoas inesquecíveis em minha vida é a professora que me ensinou a ler, aos cinco anos. Era uma moça bonita e sábia, que não pretendia saber mais do que podia, e era tão jovem que com o tempo acabou sendo mais jovem que eu. Era ela que nos lia, em classe, os primeiros poemas. Lembro com a mesma gratidão o professor de literatura do colégio, um homem modesto e prudente que nos conduzia pelo labirinto dos bons livros sem interpretações rebuscadas. Esse método possibilitava a seus alunos uma participação mais pessoal e livre no milagre da poesia. Em síntese, um curso de literatura não deveria ser mais do que um bom guia de leituras. Qualquer outra pretensão só serve para assustar as crianças. Cá pra nós, é o que penso.

(Gabriel Garcia Márquez)

Este pequeno texto, dentro da temática “É possível ler na escola?”, discute a questão da interpretação de textos na prática das escolas. A esse respeito, de acordo com Delia Lerner, a interpretação deve ser vista como

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Professor: Rachel Leão

(A) um enfoque no reconhecimento e aceitação de uma única forma de interpretação para cada texto no trabalho com os alunos.

(B) uma exigência de oralizar com exatidão o que está escrito como forma de controle minucioso da aprendizagem.

(C) exercício rigoroso de análise e compreensão de um texto para identificar estilo, para levantamento de hipóteses sobre personagens, destaque de ideias principais, etc.

(D) divagação em torno das ideias do autor, pois a criança precisa aprender com competência.

(E) uma forma de utilizar a leitura para abrir todas as portas possíveis, inaugurando um caminho onde todos podem percorrer para chegar a ser cidadãos da cultura escrita.

4. A partir de apresentação dos conteúdos e a organização das atividades visando uma mudança qualitativa na utilização do tempo didático, pode-se desenvolver situações didáticas que favorecem a apresentação da leitura escolar como uma prática social complexa e a apropriação progressiva desta prática por parte dos alunos. Para isso, Delia Lerner sugere escolher:

I. Realização de projetos que, além de criar contextos nos quais a leitura ganha sentido, permitem uma organização muito flexível do tempo.

II. Atividades habituais que se reiteram de forma sistemática e previsível uma vez por semana ou por quinzena, durante vários meses ou ao longo do ano escolar, oferecem a oportunidade de interagir intensamente com um gênero determinado.

III. Situações específicas para o desenvolvimento da habilidade de leitura oral.

IV. Sequências de atividades direcionadas para se ler com as crianças diferentes exemplares de um mesmo gênero ou subgênero, diferentes obras de um mesmo autor ou diferentes textos sobre um mesmo tema.

V. Situações de sistematização que irão possibilitar a sistematização dos conhecimentos linguísticos construídos através de outras modalidades organizativas.

Estão corretas as afirmativas

(A) I, II e IV, apenas.

(B) II, III e IV, apenas.

(C) II e V, apenas.

(D) I, II, IV e V, apenas.

(E) I, II, III, IV e V.

5. ...os dados disponíveis parecem apontar para a mesma direção: os professores leem pouco, escrevem menos e estão mal alfabetizados para abordar a diversidade de estilos da língua escrita. Na realidade, eles são o produto das más concepções de alfabetização ainda em uso. Parece

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indispensável que os programas de capacitação incluam, como um dos objetivos, o de “realfabetizar” os professores alfabetizadores. É muito difícil que alguém, que não lê mais do que o absolutamente indispensável, possa transmitir “prazer pela leitura"; que alguém que evite escrever, possa transmitir o interesse pela construção da língua

escrita; que alguém que nunca se perguntou sobre as condições específicas das diferentes situações de produção de textos possa informar seus alunos a respeito. Se eles têm medo de enfrentar os estilos da escrita que desconhecem, evitarão introduzi-los na sala de aula. Há que estimulá-los a descobrir, junto com os seus alunos, o que não tiveram ocasião de descobrir quando eles mesmos eram alunos.

(Emilia Ferreiro)

A análise da autora nos permite pressupor que:

I. Não se pode permitir à criança que entre em contato com um objeto antes de ter as condições de maturidade. Os exercícios de desenvolvimento da maturidade são ótimos para treinar as capacidades motoras das crianças.

II. A alfabetização não é um estado ao qual se chega, mas um processo cujo início é, na maioria dos casos, anterior à escola e que não termina ao finalizar o Ciclo do Ensino Fundamental.

III. A alfabetização passa a ser uma tarefa interessante que dá lugar a muita reflexão e a muita discussão em grupo. A língua escrita se converte num objeto de ação e não de contemplação, é possível aproximar-se dela sem medo, porque se pode agir sobre ela, transformá-la e recriá-la.

IV. O processo de capacitação deveria começar por algo que chamaria de “experiências críticas”, ou seja, experiências que ajudem a por em crise as concepções anteriores.

V. Há que se alfabetizar para ler o que outros produzem ou produziram, mas também para que a capacidade de “dizer por escrito” esteja mais democraticamente distribuída. Alguém que pode colocar no papel suas próprias palavras é alguém que não tem medo de falar em voz alta.

Estão corretas APENAS as afirmativas

(A) II, III e V.

(B) I, II, IV e V.

(C) II, III, IV e V.

(D) I, III e V.

(E) III e IV.

A análise da autora nos permite pressupor que:

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I. Não se pode permitir à criança que entre em contato com um objeto antes de ter as condições de maturidade. Os exercícios de desenvolvimento da maturidade são ótimos para treinar as capacidades motoras das crianças.

II. A alfabetização não é um estado ao qual se chega, mas um processo cujo início é, na maioria dos casos, anterior à escola e que não termina ao finalizar o Ciclo do Ensino Fundamental.

III. A alfabetização passa a ser uma tarefa interessante que dá lugar a muita reflexão e a muita discussão em grupo. A língua escrita se converte num objeto de ação e não de contemplação, é possível aproximar-se dela sem medo, porque se pode agir sobre ela, transformá-la e recriá-la.

IV. O processo de capacitação deveria começar por algo que chamaria de “experiências críticas”, ou seja, experiências que ajudem a por em crise as concepções anteriores.

V. Há que se alfabetizar para ler o que outros produzem ou produziram, mas também para que a capacidade de “dizer por escrito” esteja mais democraticamente distribuída. Alguém que pode colocar no papel suas próprias palavras é alguém que não tem medo de falar em voz alta.

Estão corretas APENAS as afirmativas

(A) II, III e V.

(B) I, II, IV e V.

(C) II, III, IV e V.

(D) I, III e V.

(E) III e IV.

7. Em geral, o trabalho rotineiro com a linguagem segue esta sequência: leitura em voz alta pelos alunos de um determinado texto

− cada um deles lê um fragmento, enquanto os outros “acompanham” em seu próprio livro; se o leitor cometer algum erro, este costuma ser corrigido diretamente pelo professor ou, a pedido deste, por outro aluno. Depois da leitura elaboram-se diversas perguntas relacionadas ao conteúdo do texto, formuladas pelo professor. A seguir, se preenche uma ficha de trabalho mais ou menos relacionada ao texto lido e que pode abranger aspectos de sintaxe morfológica, ortografia, vocabulário e, eventualmente, a compreensão da leitura.

Para ultrapassar esta forma usual de trabalhar com a linguagem na escola, Isabel Solé defende que

I. a leitura precisa estar orientada por objetivos, ou seja, o fato de sabermos porque fazemos alguma coisa é o que nos permite atribuir sentido ao que fazemos.

II. para que uma criança ou qualquer outro sujeito possa se envolver numa atividade de leitura é necessário que se sinta capaz de ler, de compreender o texto que tem em mãos.

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III. a maior parte dos alunos alfabetizados consegue posteriormente resolver, com significado, as tarefas de leitura mesmo quando não conseguem compreender o que estão lendo.

IV. as atividades de leitura para serem motivadoras em si mesmas é necessário que o conteúdo do texto esteja ligado aos interesses da pessoa que tem que ler.

V. a organização do trabalho não se apresente como uma rotina repetitiva mas, pelo contrário, vá incorporando outras dinâmicas e outras formas de participação dos alunos de forma a se adequar às alterações decorrentes do próprio movimento da aprendizagem dos alunos.

Estão corretas APENAS as afirmativas:

(A) I, II, IV e V.

(B) II e V.

(C) I, III e V.

(D) II, III, IV e V.

(E) I, III e IV.

8. Ler é um procedimento e se consegue ter acesso ao domínio dos procedimentos através da sua

exercitação compreensiva. Por este motivo, é interessante que os alunos, além de assistir ao

professor quando lhes mostra como constrói suas previsões, como as verifica, em que indicadores

do texto se baseia para fazer isso e aquilo, possam participar mais ativamente, selecionando marcas

e indicadores, formulando hipóteses para eles próprios verificarem e construÍrem interpretações.

Uma das formas de propiciar esta dinâmica, conforme Isabel Solé, pode ser a leitura compartilhada

por

(A) estar baseada em uma conceitualização das situações de ensino e aprendizagem como

situações conjuntas destinadas a compartilhar o conhecimento, em que se aprende a utilizar toda

uma série de estratégias que deverão fazer parte da bagagem dos alunos, para que possam utilizá-

la de maneira autônoma.

(B) pressupor que existe uma determinada sequência temporal e que até os alunos serem

totalmente competentes em cada uma das fases não se pode passar para a seguinte.

(C) constituir-se numa atividade interessante porque facilita o desenvolvimento da habilidade de

fazer previsões.

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(D) permitir que os alunos assumam a responsabilidade de organizar a tarefa de leitura e de

envolver todos na mesma.

(E) motivar toda classe se for desenvolvida de vez em quando para a aula não ficar monótona e

possibilitar a associação entre teorias e práticas, incentivando a imaginação e a curiosidade dos

alunos na leitura de textos cada vez mais longos, complexos e diferentes em sua complexidade.

9. Se quiser trabalhar com uma concepção construtivista da aprendizagem, segundo Telma Weisz, é

importante que o professor desenvolva uma sensibilidade e uma espécie de escuta para a reflexão

sobre o que as crianças fazem e falam, supondo que atrás daquilo que pensam há coisas que têm

sentido e que não são apenas ignorância. Por isso,

I. o fato de acreditar que os alunos pensam que são capazes é fundamental para que eles

progridam, pois nos leva a respeitá-los e apoiá-los.

II. o professor descobre que a prática pedagógica, qualquer que seja o conteúdo, em qualquer área,

pode ser analisada a

partir do trio conteúdo/aprendizagem/ensino.

III. diante da informação de que quem constrói o conhecimento é o sujeito, o professor entende que

sua intervenção no processo de aprender do aluno é desnecessária.

IV. quando se acredita que o motor da aprendizagem é o esforço do sujeito para dar sentido à

informação que está disponível, quando percebe a confiança do professor em sua capacidade de

pensar e se expressar, tem-se uma situação bastante diferente daquela em que o aprendiz teria de

permanecer tranquilo e com os sentidos abertos para introjetar a informação que lhe é oferecida.

Estão corretas APENAS as afirmativas:

(A) I, II e III.

(B) I, III e IV.

(C) I e IV.

(D) II e IV.

(E) II e III.