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IV SIMPOSIUM INTERNACIONAL DE ARTE RUPESTRE DE HAVANA - 2014 Página 1 A ARTE MÓVEL MEGALÍTICA NO NORTE DO ALENTEJO PORTUGAL Jorge de Oliveira [email protected] CHAIA – Universidade de Évora - Portugal PALAVRAS-CHAVE: Arte móvel, Megalitismo, Norte Alentejo, Portugal RESUMO Nesta comunicação serão apresentadas as principais variantes da arte móvel megalítica identificada em contextos funerários na zona denominada por Alto Alentejo – Portugal. Maioritariamente composta por ídolos-placa e estatuetas zoomórficas entendemos também incluir aqui os elementos de adorno porque de arte se trata. Tentaremos compreender estes objectos nos seus contextos culturais e cronológicos e reconhecer a carga simbólica que encerram. I Por norma, quando se fala em arte pré-história pensamos, imediatamente, em arte parietal do período glaciar. Com menor frequência incluímos ainda neste conceito a arte móvel do Paleolítico Superior, maioritariamente representada pelas diversas “vénus”, geralmente associadas a uma provável “deusa mãe”. Gradualmente e, apenas nos últimos anos, começou a fazer parte deste conceito a arte pós-paleolítica, vulgarmente designada por “esquemática” mas, mais uma vez, restringindo-se maioritariamente à arte parietal. A arte móvel das primeiras comunidades agro-pastoris ainda que continuamente referida pelos investigadores que sobre o Megalitismo desenvolvem estudos é, estranhamente, esquecida pelos que estudam a arte pré- histórica. Nesta comunicação queremos dar a conhecer e compreender alguns dos principais exemplos de artefactos líticos da arte móvel das comunidades neolíticas do Norte do Alentejo, por nós identificados ao longo de três décadas de escavações em espaços funerários megalíticos nesta região.

A arte móvel megalítica no norte Alentejo - Portugal

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Apresenta as principais variantes da arte móvel megalítica em contextos funerários na região do Alto Alentejo, Portugal.

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    A ARTE MVEL MEGALTICA NO NORTE DO ALENTEJO PORTUGAL

    Jorge de Oliveira

    [email protected]

    CHAIA Universidade de vora - Portugal

    PALAVRAS-CHAVE: Arte mvel, Megalitismo, Norte Alentejo, Portugal RESUMO Nesta comunicao sero apresentadas as principais variantes da arte mvel megaltica identificada em contextos funerrios na zona denominada por Alto Alentejo Portugal. Maioritariamente composta por dolos-placa e estatuetas zoomrficas entendemos tambm incluir aqui os elementos de adorno porque de arte se trata. Tentaremos compreender estes objectos nos seus contextos culturais e cronolgicos e reconhecer a carga simblica que encerram.

    I

    Por norma, quando se fala em arte pr-histria pensamos, imediatamente, em arte parietal do perodo glaciar. Com menor frequncia inclumos ainda neste conceito a arte mvel do Paleoltico Superior, maioritariamente representada pelas diversas vnus, geralmente associadas a uma provvel deusa me. Gradualmente e, apenas nos ltimos anos, comeou a fazer parte deste conceito a arte ps-paleoltica, vulgarmente designada por esquemtica mas, mais uma vez, restringindo-se maioritariamente arte parietal. A arte mvel das primeiras comunidades agro-pastoris ainda que continuamente referida pelos investigadores que sobre o Megalitismo desenvolvem estudos , estranhamente, esquecida pelos que estudam a arte pr-histrica.

    Nesta comunicao queremos dar a conhecer e compreender alguns dos principais exemplos de artefactos lticos da arte mvel das comunidades neolticas do Norte do Alentejo, por ns identificados ao longo de trs dcadas de escavaes em espaos funerrios megalticos nesta regio.

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    II

    Os principais exemplos de arte mvel neolticos, em pedra, conhecidos nesta regio foram identificados em espaos funerrios, no interior dos bem conhecidos dlmenes. Ocupam especial importncia nesta comunicao as vulgarmente denominadas placas de xisto, os raros bculos tambm de xisto e a nica estatueta zoomrfica at agora conhecida. Debruamo-nos, especificamente, sobre os artefactos recolhidos nos monumentos da bacia do Rio Sever tanto na margem portuguesa como na margem espanhola deste rio.

    As placas de xisto, ou dolos-placa, como tambm so conhecidos sero aqui dissecados tendo em ateno a especificidade dos monumentos funerrios onde foram recolhidos. Dois grupos de monumentos devem ser considerados. Os monumentos de maior dimenso, obtidos em granito, e que se localizam em solos com melhor aptido agrcola, forneceram artefactos mais cuidados e em maior nmero. As sepulturas em xisto, de pequena dimenso e distribudos pelos solos com fraca aptido agrcola, destinados especialmente pastorcia, forneceram raros dolos-placa e todos de acabamento pouco cuidado.

    As placas de xisto, ou dolos-placa, nas suas mais diversas formas, tm vindo a ser consideradas, provavelmente de forma simplista e errnea, como representaes duma entidade tutelar divina, do gnero feminino, que constantemente est presente nos espaos funerrios. Considerada como uma representao da deusa-me destas primeiras comunidades sedentrias parece emergir duma qualquer crena que obrigava sua colocao junto dos defuntos.

    Embora e cada vez mais suspeitemos que estamos, erradamente, a incluir no mesmo saco artefactos diferentes, no aqui o momento para sobre essas dvidas nos debruarmos. Pretendemos apenas dar a conhecer e discutir aspectos formais destes interessantssimos elementos da arte mvel das comunidades neolticas do norte do Alentejo. Se dvidas subsistem quanto ao real significado das denominadas placas de xisto, maiores dvidas existem ainda no que aos denominados bculos diz respeito. A sua forma e maior raridade parecem interliga-los a eventuais bastes de poder, eventualmente associados carga simblica que o basto do pastor teria no rebanho e por extenso comunidade humana onde se inseria.

    Ao analisarmos estes artefactos tivemos em considerao tambm as principais caractersticas dos monumentos funerrios onde foram recolhidos. Sabendo-se que os monumentos de corredor mais alongado so genericamente mais recentes do que os de corredor curto, a par da zona geogrfica e qualidade dos solos onde se implantam estes formam os principais critrios de anlise e seriao.

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    III

    Dividimos as placas em dois grandes grupos baseados na matria-prima em que foram

    obtidas. As placas de xisto ardosiano negro, ou azul escuro, destacam-se claramente de placas

    mais claras obtidas a partir de blocos de micaxisto, ou arenito. Dentro de cada um destes grupos

    considermos o seu recorte, dividido em geomtrico ou antropomrfico. No que decorao

    diz respeito isolmos decoraes geomtricas, antropomrficas, geomtricas e antropomrficas

    e sem decorao. Considermos ainda um grupo para as placas com formas indeterminadas e

    outro para os bculos.

    TIPOLOGIA GENRICA

    1. - PLACAS DE XISTO ARDOSIANO

    1.1.- Com recorte geomtrico

    1.1.1.- Com decorao geomtrica

    1.1.2.- Com decorao antropomrfica

    1.1.3.- Com decorao geomtrica e antropomrfica

    1.1.4.- Sem decorao

    1.2.- Com recorte antropomrfico

    1.2.1.- Com decorao geomtrica

    1.2.2.- Com decorao antropomrfica

    1.2.3.- Com decorao geomtrica e antropomrfica

    1.2.4.- Sem decorao

    1.3.- Indeterminadas

    2. - PLACAS DE ARENITO OU MICAXISTO

    2.1.- Com recorte geomtrico

    2.1.1.- Com decorao geomtrica

    2.1.2.- Com decorao antropomrfica

    2.1.3.- Com decorao geomtrica e antropomrfica

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    2.1.4.- Sem decorao

    2.2.- Com recorte antropomrfico

    2.2.1.- Com decorao geomtrica

    2.2.2.- Com decorao antropomrfica

    2.2.3.- Com decorao geomtrica e antropomrfica

    2.2.4.- Sem decorao

    2.3.- Indeterminadas

    3. - BCULOS

    Baseados nesta tipologia, verificamos que as placas de arenito ou micaxisto se

    distribuem com valores muito prximos pelos dois grupos de monumentos 11,9 e 10,7 por

    cento, respectivamente nos monumentos de corredor curto e nos de corredor longo. Pelo

    contrrio verificamos que 48,8 % das placas de xisto so provenientes dos monumentos de

    corredor longo, contrastando com os 28,5 % recolhidas nas antas de corredor curto.

    Ao distribuirmos percentualmente as placas de xisto, quanto ao recorte pelos dois tipos

    de monumentos, verificamos que as placas de recorte geomtrico so maioritrias, quer nos

    monumentos de corredor longo (33,8 %), quer nos de corredor curto (22,5%), afastando-se

    significativamente das de recorte antropomrfico presentes com 2,8 e 7 %, respectivamente

    nos mesmos tipos de antas.

    Na distribuio das placas de arenito ou micaxisto, quanto ao recorte pelos dois tipos

    de monumentos, verifica-se que, quer as placas com recorte geomtrico nos monumentos de

    corredor curto, quer as placas de recorte antropomrfico nos monumentos de corredor longo

    esto presentes na mesma percentagem (33,3%). Regista-se, ainda, que a diferena percentual

    entre as placas de recorte antropomrfico em monumentos de corredor curto (20%) tambm

    relativamente prxima em relao presena de placas de recorte geomtrico em monumentos

    de corredor longo (13,3%).

    Tendo em considerao estes valores verificamos que as placas de arenito ou

    micaxisto de recorte antropomrfico ocorrem principalmente nos monumentos de corredor

    longo e que as placas obtidas na mesma matria-prima, mas de recorte geomtrico foram

    depositadas preferencialmente nas antas de corredor curto.

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    Em qualquer tipo de monumento as placas de xisto de recorte geomtrico com

    decorao composta por elementos geomtricos e antropomrficos (Tipo 1.1.3.) so as que

    ocorrem em maior nmero, correspondendo a 11,9% do total, nos monumentos de corredor

    curto e 19 % nos monumentos de corredor longo. As placas de arenito ou micaxisto que em

    maior nmero esto presentes, quer nos monumentos de corredor curto, quer nos

    monumentos de corredor longo, so as com recorte geomtrico sem decorao (Tipo 2.1.4),

    respectivamente 3,5 % e 2,3%.

    Importa realar que nos monumentos da rea em estudo no foram recolhidas placas

    de xisto, micaxisto ou arenito dos tipos 1.2.1, 1.2.4., 2.1.1., 2.1.3., 2.2.1.e 2.2.3..

    Do conjunto de placas destacam-se ainda as do tipo 1.2.3. exclusivas das antas de

    corredor curto, com 5,9%, estando totalmente ausentes nos monumentos de corredor longo.

    Igualmente as placas do tipo 2.1.2 apenas foram recolhidas nos monumentos de corredor curto.

    Os tipos 1.3 e 2.3, que correspondem a fragmentos de placas de xisto e arenito de

    forma ou decorao indeterminadas, resultam das pequenas dimenses dos fragmentos

    recolhidos. Atendendo ao nmero destes exemplares verificamos que a maior parte, quinze

    fragmentos de placas de xisto, foram recolhidos em monumentos de corredor longo, seguindo-

    se-lhes, em ordem decrescente, os fragmentos de placas de arenito ou micaxisto de antas

    igualmente de corredor longo com quatro fragmentos, trs pores de placas de xisto de antas

    de corredor curto e finalmente dois fragmentos de placas de arenito ou micaxisto tambm

    recolhidas em sepulturas de corredor curto. So, assim, as antas com corredor longo as que

    apresentam maior nmero de placas fracturadas, correspondendo a 83,3 % dos exemplares dos

    tipos 1.3 e 2.3.

    Os bculos provenientes de antas da regio em estudo esto reduzidos a trs

    exemplares: um recolhido na anta da Marquesa, outro na anta dos Olheiros e outro proveniente

    da anta III do Alcogulo. As antas da Marquesa e Olheiros incluem-se nos monumentos por ns

    classificados de corredor curto. Devido ao estado de destruio em que se encontra a anta III do

    Alcogulo no nos possvel determinar a sua planta.

    Os bculos da anta da Marquesa e Alcogulo III, ambos de xisto ardosiano e fracturados,

    apresentam uma decorao muito idntica formada por bandas paralelas de tringulos

    preenchidos com retculas cruzadas. O bculo recolhido no monumento dos Olheiros foi talhado

    de um bloco de micaxisto e parece no ter sido concludo. Os leves vestgios de polimento que

    ainda recebeu no foram suficientes para regularizar as arestas resultantes do talhe inicial que

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    se mostram bastante vivas em todo o permetro. No apresenta qualquer sinal de decorao.

    Desta pea sabemos, unicamente, ser proveniente da cmara do monumento. As condies de

    recolha dos outros bculos tambm so desconhecidas.

    Na diversidade de decoraes existentes nas placas de xisto deste conjunto no

    existem exemplares que se afastem significativamente dos j conhecidos provenientes de

    monumentos localizados no Alentejo central, contudo, algumas peas merecem particular

    referncia. Neste grupo teremos que destacar duas placas recolhidas no monumento II dos

    Coureleiros que parecem ter sido obtidas a partir de um ou dois bculos. Esta possibilidade

    transparece da curvatura demasiadamente acentuada dos bordos destas peas, mas sobretudo

    pelo denteado que uma das placas apresenta em dois dos vrtices, muito semelhante ao que

    decora o muito divulgado bculo recolhido na anta Grande da Herdade das Antas, situada no

    concelho de Montemor-o-Novo.

    Como anteriormente vimos, o recorte e decoraes das placas de xisto so

    predominantemente geomtricos, contudo, verifica-se que nalguns casos (peas provenientes

    de Lanchas I, Marquesa, Bola da Cera e Tapada do Castelo) foi isolada, por recorte, uma cabea,

    na qual se abrem, por norma, dois orifcios, provvel representao de olhos ou meras

    perfuraes para suspenso, ou com as duas funes. Representaes de outros elementos

    anatmicos, obtidos por gravao, em placas de xisto, esto tambm claramente

    representados. Neste grupo incluem-se as sobrancelhas e braos com mos e dedos de uma

    pea de Lanchas I, as sobrancelhas e nariz de BC 179, os ombros de TC 6 e o esboo de provveis

    braos de BC 79.

    Nas placas com recorte geomtrico os elementos anatmicos so pouco

    representativos. A provvel cabea representada por um tringulo, isolado por gravao na

    parte superior destas placas, parece ser o nico esboo antropomrfico existente nas mesmas.

    Nestas peas predomina um nico furo central, em ntido contraste com as duas perfuraes

    que genericamente caracterizam as placas de recorte antropomrfico. A identificao de braos

    foi produzida tambm pela abertura de dois orifcios simtricos no corpo da placa de xisto. Estas

    placas fenestradas, mais comuns quando talhadas em arenito ou micaxisto, esto representadas

    por uma pea de xisto ardosiano recolhida no monumento de Lanchas I, localizada em Valencia

    de Alcntara.

    Quer em placas de recorte antropomrfico, quer em placas de recorte geomtrico,

    para alm de gravaes de caractersticas antropomrficas, esto sobretudo presentes bandas

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    de tringulos preenchidos com retculas cruzadas ou paralelas. Esta decorao ocorre

    unicamente na parte inferior das placas, separada geralmente da parte superior por uma ou

    vrias linhas horizontais. Em 34,5 % das placas em estudo esto presentes bandas de tringulos

    preenchidos. Menos frequentes so as bandas paralelas de ziguezagues (5 peas) e as

    decoraes em xadrez (3 peas). Mais raras ainda so as decoraes em espiga vertical

    representada neste conjunto por uma nica pea proveniente da anta da Tapada de Matos e as

    placas com cercadura em tringulos tambm representada por uma pea proveniente de Vidais.

    A decorao em X da pea recolhida em Alcogulo I esgota as variantes decorativas mais

    significantes das placas de xisto deste conjunto.

    Se so variados os elementos e composies decorativas das placas de xisto, a

    diversidade nas placas de arenito ou micaxisto muito menor. Ou se apresentam sem qualquer

    gravao, ou relevo, ou quando ocorre predominantemente antropomrfico. Os raros

    elementos geomtricos presentes nestas placas parecem querer representar adornos ou vestes.

    Tal como nas placas de xisto tambm encontramos nestas contornos geomtricos e

    antropomrficos. A delimitao da cabea e dos braos so os recortes que mais claramente as

    aproximam da figura humana. Embora se conheam vrias placas de recorte antropomrfico

    elas ocorrem em maior nmero com recorte geomtrico. neste grupo que se inclui a grande

    placa de micaxisto recolhida na anta da Bola da Cera. Trata-se de uma placa de recorte

    rectangular com ngulos arredondados. Na parte superior abrem-se quatro furos bicnicos

    destinados, provavelmente, suspenso. Na face principal duas sobrancelhas e um nariz

    gravados envolvem dois olhos obtidos por perfurao cnica da placa. Sob cada um, quatro

    retculas gravadas acompanham o limite do nariz, delineando um rosto. Dos registos horizontais

    partem dois braos que se aproximam na base da placa. Estes terminam em duas mos com

    cinco dedos cada, onde se destacam os polegares. Pela posio destes dedos percebe-se que o

    gravador da placa quis mostrar a figura com as palmas das mos viradas para o corpo. No verso

    da pea so visveis, unicamente, quatro bandas horizontais de ziguezagues.

    Para alm desta placa onde a decorao antropomrfica muito realista, outras

    existem, embora fragmentadas, que provavelmente excederiam esta em pormenores

    anatmicos.

    Se o tratamento grfico da BC 1 se limitou gravao e perfurao, noutras placas,

    sobretudo de arenito, encontramos trabalhos em relevo. Neste grupo encontra-se a cabea de

    placa recolhida entrada do corredor da anta da Cabeuda, na qual se destacam, relevadas, as

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    sobrancelhas e o nariz. O fragmento inferior de uma placa de arenito recolhida no corredor da

    anta da Tapada de Matos, outro exemplo, onde tambm em relevo se vem duas mos

    lateralizando um tringulo de vrtice invertido.

    Ainda conhecido mais um exemplar com presena de um tringulo invertido na parte

    inferior. A placa de micaxisto da Anta da Tapada de Matos apresenta um tringulo nesta

    posio, embora j muito degradado, originalmente teria sido em relevo.

    As placas com recorte antropomrfico de arenito ou micaxisto, fenestradas, ou no,

    com excepo das provenientes de Lanchas I, chegaram at ns muito fracturadas, no sendo

    possvel reconhecer claramente todos os elementos decorativos. Contudo, pelos fragmentos

    existentes, podemos verificar que tambm estes artefactos foram objecto de um tratamento

    cuidado e muito realista, como nos prova a pea BC 86, onde se pode observar a marcao das

    sobrancelhas e nariz em relevo.

    A existncia de vrias placas ou fragmentos delas de arenito ou micaxisto sem qualquer

    decorao, e com vestgios de ocre vermelho ou tambm cinbrio, ainda que mais raras,

    podero indiciar que algumas delas seriam integral ou parcialmente pintadas.

    Como vimos, quer pela matria-prima, quer pelo recorte, mas sobretudo pela

    decorao so isolveis dois grandes grupos de dolos-placa provenientes de monumentos

    megalticos da regio dos granitos da rea em estudo. Verifica-se que as placas de arenito ou

    micaxisto ocorrem em igual percentagem tanto nos monumentos de corredor curto como nos

    monumentos de corredor longo. Pelo contrrio, as placas de xisto esto presentes em muito

    maior nmero nas antas de corredor longo, sendo mais raras nos outros monumentos.

    Tanto as placas de xisto como as de micaxisto ou arenito com recorte ou decorao

    antropomrficos ocorrem em maior nmero nas antas de corredor curto, sendo as com recorte

    e decorao geomtricos mais frequentes nas de corredor longo. O realismo e o acabamento

    das placas parece ser mais cuidado nas provenientes de antas de corredor curto. nas antas de

    corredor longo que ocorre maior nmero de placas fracturadas, sobretudo entre as obtidas em

    arenito ou micaxisto. Da anta do Tapado da Relva, monumento de corredor longo,

    proveniente o fragmento de placa onde se observam dois orifcios, junto zona de fractura,

    destinados seguramente a auxiliarem a unio ao outro fragmento, que j no chegou at ns.

    Trata-se de um interessante caso de reutilizao de uma placa. Do mesmo monumento

    proveniente a placa TR 24 que constitui outro caso de reutilizao. Pela forma e decorao

    verifica-se que esta pea resultou do aproveitamento de um fragmento de outra placa de

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    maiores dimenses. A constante presena de fragmentos isolados de placas, tanto de xisto

    como de arenito, mostram-nos, tal como j havamos assinalado quando tratmos das

    cermicas, que a sua fractura no resultou tanto das violaes que os monumentos sofreram ao

    longo dos tempos, mas mais da deposio j de fragmentos de artefactos, provavelmente

    associados a depsitos funerrios secundrios.

    Os bculos, embora em nmero muito reduzido, parecem ser exclusivos dos

    monumentos de corredor curto.

    Entre os dolos-placa evidencia-se o aumento significativo de placas de xisto nos

    monumentos de corredor longo, comparativamente aos recolhidos nos monumentos de

    corredor curto, onde as de arenito e de xisto ocorrem com frequncias muito idnticas. A maior

    percentagem de placas com decorao e recorte antropomrficos existentes nos monumentos

    de corredor curto destacam-se dos atributos eminentemente geomtricos que caracterizam as

    recolhidas em monumentos de corredor longo. O nmero muito elevado de placas fracturadas,

    tanto de xisto como de arenito, no interior de antas de corredor longo parece ser outro aspecto

    a evidenciar.

    IV

    Os elementos de adorno provenientes das sepulturas megalticas da regio dos

    granitos da rea em estudo podem ser divididos em trs tipos fundamentais: as contas discides

    (tipo A), as contas bicnicas (tipo B) e os pendentes (tipo C). Dentro de cada um destes tipos

    poder-se-iam criar quase tantas variantes quanto os elementos de adorno conhecidos,

    atendendo s particularidades de cada pea. Para evitar a disperso, provavelmente

    inconsequente, optmos, mais uma vez, por reunir em grandes grupos os artefactos

    conhecidos.

    Em maior nmero, com 91,84%, encontram-se os elementos de adorno do tipo A,

    seguem-se-lhes com 4,42% as contas bicnicas e em ltimo lugar, com apenas 3,74%, restam os

    pendentes.

    Ao procedermos distribuio dos elementos de colar pelos dois tipos de monumentos

    verificamos que a proporcionalidade da distribuio se mantm muito idntica. Assim, tanto nos

    monumentos de corredor longo, como nos monumentos de corredor curto, as contas discides

    so maioritrias, evidenciando-se, contudo, um acrscimo significativo deste tipo de contas nas

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    antas de corredor longo e uma pequena quebra no nmero de contas bicnicas e nos

    pendentes.

    As contas discides foram, na sua grande maioria, obtidas em xisto negro ou cinzento,

    contrastando com as bicnicas predominantemente de azeviche. Os pendentes foram obtidos

    ou em xisto negro ou em rocha verde. Materiais como o osso, cermica, rochas verdes e quartzo

    tambm foram utilizados para o fabrico de contas de colar. De entre os pendentes,

    normalmente de forma triangular, destaca-se o identificado na anta da Bola da Cera, em forma

    de crescente (BC 90), recolhido em associao ao depsito funerrio da Idade do Bronze.

    Entre a forma discide e a bicnica destaca-se um conjunto de contas, normalmente de

    xisto cinzento, que atingem quase a regularidade de uma esfera. Estas contas, conjuntamente

    com as discides de menor dimetro e espessura, ocorrem maioritariamente entre os

    monumentos de corredor longo. A semelhana e regularidade do dimetro de grande nmero

    de contas discides parece apontar para a possibilidade de terem sido obtidas com recurso a

    uma broca vazada. A perfurao varia entre cnica e bicnica relativamente espessura das

    peas. Nas contas mais finas a perfurao geralmente cnica, enquanto que nas contas

    bicnicas ou esfricas maioritariamente bicnica.

    Entre os elementos e adorno conhecidos nesta regio destaca-se a pequena estatueta

    zoomrfica, provavelmente representando um caprdeo, obtido em rocha calcria, recolhida no

    corredor da Anta da Tapada de Matos, em Castelo de Vide. Esta pea apresenta duas

    perfuraes nas extremidades das patas. Pela posio das perfuraes e se esta fizesse parte

    dum colar, ela seria exibida para os outros em posio invertida. Seria normal e aceitvel que

    esta pea fosse exibida desta forma se este tipo de estaturia fosse comum e abundante.

    Contudo, at ao presente, nesta zona do da Pennsula Ibria pea nica o que revelar tratar-

    se duma pea muito singular. Assim sendo, pela sua forma de suspenso, parece tratar-se dum

    elemento de adorno, ou votivo mais para ser visualizado pelo possuidor do que para exposio

    aos outros.

    CONCLUINDO

    Apresentam-se nesta comunicao os elementos de arte mvel recolhidos em

    diferentes espaos funerrios da zona norte do Alentejo onde se podem isolar dois grupos de

    monumentos, os obtidos em xisto, localizados em ambiente propcio a uma economia virada

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    para a pastorcia e os obtidos em granito, nas variantes de corredor longo ou curto, localizados

    em solos mais ricos propcios a prticas agrcolas.

    Observou-se, assim, que os monumentos da regio dos xistos, situados junto nas

    margens do Rio Tejo, podem ser definidos pela pouca diversidade e reduzido nmero dos

    materiais votivos. Aqui predominam as placas de arenito de contorno antropomrfico sem

    decorao.

    Nos monumentos funerrios de granito podemos o sintetizar no quadro que se segue

    as principais diferenas de dolos placa, bculos e elementos de adorno.

    DLMENES DE

    CORREDOR CURTO

    DLMENES DE CORREDOR LONGO

    DOLOS-PLACA Curta diferena percentual entre placas de xisto e placas de arenito e micaxisto. Reduzido nmero de placas de xisto. Maior ocorrncia de placas com atributos antropomrficos. Presena de bculos

    DOLOS-PLACA Maior percentagem de placas de xisto. Reduzido nmero de placas de arenito e micaxisto. Maior ocorrncia de placas com decorao e recorte geomtricos. Maior nmero de placas fracturadas

    ELEMENTOS DE ADORNO Maior nmero de contas bicnicas de azeviche. Maior nmero de pendentes.

    ELEMENTOS DE ADORNO Maior nmero de contas discides, maioritariamente mais finas e de menor dimetro. Presena dum pendente com forma zoomrfica.

    Como vimos nem sempre os atributos de cada conjunto de artefactos so

    suficientemente distintos para, com clareza, podermos isolar as caractersticas dos esplios de

    cada tipo de monumento.

    Entre os dolos-placa evidencia-se o aumento significativo de placas de xisto nos

    monumentos de corredor longo, comparativamente aos recolhidos nos monumentos de

    corredor curto, onde as de arenito e de xisto ocorrem com frequncias muito idnticas. A maior

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    percentagem de placas com decorao e recorte antropomrficos existentes nos monumentos

    de corredor curto destacam-se dos atributos eminentemente geomtricos que caracterizam as

    recolhidas em monumentos de corredor longo. O nmero muito elevado de placas fracturadas,

    tanto de xisto como de arenito, no interior de antas de corredor longo parece ser outro aspecto

    a evidenciar.

    A nfima espessura e o reduzido dimetro do grande nmero de contas de colar

    discides provenientes das antas de corredor longo contrasta com a maior ocorrncia de contas

    bicnicas de azeviche recolhidas nos sepulcros de corredor curto. O maior nmero de

    pendentes, quer de xisto negro, quer de rocha verde, nas antas de corredor mais curto outra

    caracterstica a evidenciar.

    Embora nem sempre muito evidentes poderemos isolar, como temos vindo a assinalar,

    vrias particularidades que parecem caracterizar cada um dos tipos de monumentos

    identificados. Ainda que sem dados seguros, a inexistncia de claras fronteiras tecnolgicas

    entre os materiais de cada um dos tipos de monumentos, parece resultar da sua continuada e

    provavelmente contempornea utilizao. A diversidade artefactual registada prender-se- mais

    com o prestgio social dos tumulados do que da sua maior ou menor antiguidade, embora esta

    possa ser responsvel por algumas caractersticas registadas entre os esplios. As dataes

    obtidas por radiocarbono apontam para uma clara contemporaneidade entre os dlmenes de

    xisto e os dlmenes de granito de corredor longo, balizveis em meados dos III milnio antes de

    Cristo e uma maior antiguidade para os dlmenes de granito de corredor curto, apontando para

    datas de meados dos IV milnio. Estas datas referem-se a momentos de utilizao dos espaos

    funerrios, obtidos maioritariamente sobre restos sseos ou carves. So, assim, estes

    elementos artsticos mveis teoricamente contemporneos da arte rupestre esquemtica

    identificada nos abrigos quartzticos da rea onde se localizam estes espaos funerrios.

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