A Busca Pessoal e ABUSO DE AUTORIDADE

8/15/2019 A Busca Pessoal e ABUSO DE AUTORIDADE

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A busca pessoal, conhecida também como revista pessoal, “Dura”, “Abordagem”, “Geral”, é o ato de procurar, no corpo ou “a borda” do INDIVÍDU !"A#I$AD! D" %NDU&A '((IV"#)"N&"%!I)IN(A, elementos *ue comprovem esse comportamento+

A busca pessoal pode necessitar de )ANDAD UDI%IA# , caso contr-rio DEVE BASEAR-SE EM

FUNDADA SUSPEITA DE ESTAR A PESSOA EM POSSE DE ARMA OU OBJETO APTO A

COMPROVAR A MATERIALIDADE DE UM DELITO+

'ara *ue ha.a amparo legal na a/0o policial, dever- haver 1undada suspeita, con1orme determina o artigo 233do %''4

Artigo 233 5 “A busca pessoal independer- de mandado, no caso de pris0o ou *uando houver 1undada suspeita de *ue a pessoa este.a na posse de arma proibida ou de ob.etos ou papéis *ue constituamcorpo de delito, ou *uando a medida 1or determinada no curso de busca domiciliar+”

(omente é permitida a busca pessoal diante de uma suspeita 1undamentada, palp-vel, baseada em algoconcreto+



!essalta6se *ue “suspeita” di1ere de “1undada suspeita”+ (egundo a doutrina, a suspeita é uma “descon1ian/aou suposi/0o”, é algo intuitivo e 1r-gil por nature7a, pois, en*uanto “suspeita” remete ao “descon1iar”, a suareali7a/0o 1undamentada sustenta uma materialidade, uma concreti7a/0o da suspeita de uma determinadaconduta para a sua 1orma/0o, n0o sendo admitida a busca *ue n0o atenda este re*uisito, pois, “se a busca

pessoal 1or 1eita sem *ue ha.a 1undada suspeita, a conduta do agente policial poder- se caracteri7ar comocrime de abuso de autoridade+

(obre o abuso de autoridade, em 1ace a busca pessoal, a #ei 3+898:;< versa através do artigo => e 3>4

Art+ => 5 “%onstitui abuso de autoridade *ual*uer atentado4

a? @ liberdade de locomo/0o

b? @ inviolabilidade do domicBlio

c? ao sigilo da correspondCncia

d? @ liberdade de consciCncia e de cren/a

e? ao livre eercBcio do culto religioso

1? @ liberdade de associa/0o

g? aos direitos e garantias legais assegurados ao eercBcio do voto

h? ao direito de reuni0o

i? @ incolumidade 1Bsica do indivBduo

.? aos direitos e garantias legais assegurados ao eercBcio pro1issional+ EIncluBdo pela #ei n> ;+;<F,de<:;:F9?”

Art+ 3> 5 “%onstitui também abuso de autoridade4

a? ordenar ou eecutar medida privativa da liberdade individual, sem as 1ormalidades legais ou com abusode poder

b? submeter pessoa sob sua guarda ou custHdia a veame ou a constrangimento n0o autori7ado em lei

c? deiar de comunicar, imediatamente, ao .ui7 competente a pris0o ou deten/0o de *ual*uer pessoa

d? deiar o ui7 de ordenar o relaamento de pris0o ou deten/0o ilegal *ue lhe se.a comunicada

e? levar @ pris0o e nela deter *uem *uer *ue se proponha a prestar 1ian/a, permitida em lei

1? cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas, emolumentos ou *ual*uer outradespesa, desde *ue a cobran/a n0o tenha apoio em lei, *uer *uanto @ espécie *uer *uanto ao seu valor



g? recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de importncia recebida a tBtulo decarceragem, custas,emolumentos ou de *ual*uer outra despesa

h? o ato lesivo da honra ou do patrimJnio de pessoa natural ou .urBdica, *uando praticado com abuso oudesvio de poder ou sem competCncia legal

i? prolongar a eecu/0o de pris0o tempor-ria, de pena ou de medida de seguran/a, deiando de epedir emtempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade+ EIncluBdo pela #ei n>+ F+9;, de2K:K2:89?+”

De acordo com o artigo <> da lei 3+898:;= “Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce

cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem

remuneração“+

'ara *ue eista legitimidade na busca pessoal, é de etrema importncia @ observncia da 1undada suspeita,epress0o permeada de sub.etividade e sem de1ini/0o legal, possibilitando interpreta/Les *uestion-veis e

reali7a/Les de condutas ilBcitas+

MU(%A '"((A# " AM!DAG") '#I%IA# &") '!"VI( #"GA#O8:8:2K= Vanessa &+PacebooQ&RitterShatsAppGoogleT#inQedIn%ompartilhar

A busca pessoal, conhecida também como revista pessoal, “dura”, “abordagem”, “geral”, é o ato de procurar,

no corpo ou “a borda” do indivBduo reali7ador de conduta possivelmente criminosa, elementos *uecomprovem esse comportamento+

MU(%A '"((A# AM!DAG") '#I%IA#A busca pessoal pode necessitar de mandado .udicial , caso contr-rio deve basear6se em 1undada suspeita deestar a pessoa em posse de arma ou ob.eto apto a comprovar a materialidade de um delito+

ato reali7ado pela 'olicia )ilitar *ue utili7a este procedimento como instrumento de promo/0o daseguran/a pblica+ %ontudo, a utili7a/0o deste meio de prote/0o atinge determinados direitos individuais,instituindo assim, con1litos entre o direito da coletividade e a observncia do princBpio da dignidade da

pessoa humana+

'ara *ue ha.a amparo legal na a/0o policial, dever- haver 1undada suspeita, con1orme determina o artigo 233do %''4

Artigo 233 5 “A busca pessoal independer- de mandado, no caso de pris0o ou *uando houver 1undadasuspeita de *ue a pessoa este.a na posse de arma proibida ou de ob.etos ou papéis *ue constituam corpo dedelito, ou *uando a medida 1or determinada no curso de busca domiciliar+”"ste artigo est- inserido no capBtulo das provas no processo penal, e a ausCncia de .usti1icativa, poderiatornar a prova ad*uirida desta maneira, como ilBcita+ Alguns doutrinadores tem a revista pessoal como meiode provas+

!ogério (anches aponta *ue, “a busca pessoal, ou revista pessoal, reali7ada no corpo da pessoa, tem porob.etivo encontrar alguma arma ou ob.eto relacionado com a in1ra/0o penal+”KW

(egundo Guilherme Nucci, a suspeita para a revista pessoal sem mandado .udicial h- de ser “1undada”, ouse.a, baseada em elementos visBveis e concretos, passBveis de con1irma/0o por testemunhas+2W



"emplo4 revista6se, sem mandado, o suspeito de portar arma de 1ogo ou carregar consigo *ual*uer tipo dedroga+

No conteto da busca pessoal insere6se a revista a veBculos em geral, pastas, mochilas, malas, lanchas etc+"st0o 1ora da busca pessoal, tratando6se como busca domiciliar, os veBculos *ue proporcionam abrigo para omotorista Etrailer, boleia de caminh0o, barco com cabine etc?+

'ortanto, a 1undada suspeita n0o pode orientar6se por elementos sub.etivos, .- *ue, em virtude do car-terlesivo a direitos individuais, é importante a eistCncia da reverCncia ao princBpio da legalidade, como vistoem decis0o do (upremo &ribunal Pederal4

A “1undada suspeita”, prevista no art+ 233 do %'', n0o pode 1undar6se em parmetros unicamente sub.etivos,eigindo elementos concretos *ue indi*uem a necessidade da revista, em 1ace do constrangimento *uecausa+ AusCncia, no caso, de elementos dessa nature7a, *ue n0o se pode ter por con1igurados na alega/0o de*ue tra.ava, o paciente, um “blus0o” suscetBvel de esconder uma arma, sob risco de re1erendo a condutasarbitr-rias o1ensivas a direitos e garantias individuais e caracteri7adoras de abuso de poder+ Xabeas corpusde1erido para determinar6se o ar*uivamento do &ermo+ EXabeas %orpus n> 8K+=<63+ !elatorEa?4 )in+I#)A! GA#V, 'rimeira &urma, .ulgado em K=:KK:2K, D 2262622?

AMU( D" AU&!IDAD"4"ntretanto, h- um liame *ue di1erencia a abordagem legal, da abordagem ilegal, *uando ocorre utili7a/0oindevida, por despreparo de alguns policiais, ou *uando, dolosamente, marginais transvestidos de "stado seutili7am desse recurso legitimado pela sociedade para eercer condutas criminosas, depreciando a dignidadee os direitos individuais do homem e marginali7ando um instrumento de dissemina/0o da seguran/a, com ointuito de satis1a7er seus sadismos, ou propagar a violCncia gratuita, através de agressLes, abusos ehumilha/Les 1Bsicas e morais, além de outras condutas inaceit-veis+

(egundo XelY #opes )eireles, esse abuso de autoridade é gCnero, do *ual s0o espécies o desvio de1inalidade e o ecesso+ ecesso de poder torna o ato arbitr-rio, ilBcito e nulo+ =W

(omente é permitida a busca pessoal diante de uma suspeita 1undamentada, palp-vel, baseada em algoconcreto+

!essalta6se *ue “suspeita” di1ere de “1undada suspeita”+ (egundo a doutrina, a suspeita é uma “descon1ian/aou suposi/0o”, é algo intuitivo e 1r-gil por nature7a, pois, en*uanto “suspeita” remete ao “descon1iar”, a suareali7a/0o 1undamentada sustenta uma materialidade, uma concreti7a/0o da suspeita de uma determinadaconduta para a sua 1orma/0o, n0o sendo admitida a busca *ue n0o atenda este re*uisito, pois, “se a busca

pessoal 1or 1eita sem *ue ha.a 1undada suspeita, a conduta do agente policial poder- se caracteri7ar comocrime de abuso de autoridade+

(M!" AMU( D" AU&!IDAD", ") PA%" A MU(%A '"((A#, A #"I 3+898:;< V"!(AA&!AVZ( D A!&IG => " 3>4

Art+ => 5 “%onstitui abuso de autoridade *ual*uer atentado4a? @ liberdade de locomo/0o

b? @ inviolabilidade do domicBlioc? ao sigilo da correspondCnciad? @ liberdade de consciCncia e de cren/ae? ao livre eercBcio do culto religioso1? @ liberdade de associa/0og? aos direitos e garantias legais assegurados ao eercBcio do votoh? ao direito de reuni0oi? @ incolumidade 1Bsica do indivBduo

.? aos direitos e garantias legais assegurados ao eercBcio pro1issional+ EIncluBdo pela #ei n> ;+;<F,de<:;:F9?”



Art+ 3> 5 “%onstitui também abuso de autoridade4a? ordenar ou eecutar medida privativa da liberdade individual, sem as 1ormalidades legais ou com abusode poder

b? submeter pessoa sob sua guarda ou custHdia a veame ou a constrangimento n0o autori7ado em leic? deiar de comunicar, imediatamente, ao .ui7 competente a pris0o ou deten/0o de *ual*uer pessoad? deiar o ui7 de ordenar o relaamento de pris0o ou deten/0o ilegal *ue lhe se.a comunicadae? levar @ pris0o e nela deter *uem *uer *ue se proponha a prestar 1ian/a, permitida em lei1? cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas, emolumentos ou *ual*uer outradespesa, desde *ue a cobran/a n0o tenha apoio em lei, *uer *uanto @ espécie *uer *uanto ao seu valorg? recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de importncia recebida a tBtulo decarceragem, custas, emolumentos ou de *ual*uer outra despesah? o ato lesivo da honra ou do patrimJnio de pessoa natural ou .urBdica, *uando praticado com abuso oudesvio de poder ou sem competCncia legali? prolongar a eecu/0o de pris0o tempor-ria, de pena ou de medida de seguran/a, deiando de epedir emtempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade+ EIncluBdo pela #ei n>+ F+9;, de2K:K2:89?+”De acordo com o artigo <> da lei 3+898:;= “%onsidera6se autoridade, para os e1eitos desta lei, *uem eerce

cargo, emprego ou 1un/0o pblica, de nature7a civil, ou militar, ainda *ue transitoriamente e semremunera/0o“+

'ara *ue eista legitimidade na busca pessoal, é de etrema importncia @ observncia da 1undada suspeita,epress0o permeada de sub.etividade e sem de1ini/0o legal, possibilitando interpreta/Les *uestion-veis ereali7a/Les de condutas ilBcitas+

MU(%A '"((A# ") )U#X"!"(4 No caso de busca pessoal em mulheres, o artigo 239 do %Hdigo de 'rocesso 'enal dita *ue4

Artigo 239 5 “A busca em mulher ser- 1eita por outra mulher, se n0o importar retardamento ou pre.uB7o da

diligCncia+” busca[pessoal[em6mulheres (igni1ica *ue se houver 1undada suspeita, e n0o havendo policiais mulheres,uma mulher poder- ser revistada por policiais do seo masculino, desde *ue n0o ocorram abusos, tudo como devido respeito e discri/0o por parte do policial+ Na ocorrCncia de abusos por parte do policial, e se eleagir sem respaldo legal poder- seu ato ser considerado abusivo, sendo caracteri7ado crime de abuso deautoridade, previsto na #ei 3+898:;<+

M#I&$ D" &!\N(I&4 blit7[transito %abe salientar *ue a blit7 de trnsito, a*uela *ue 1iscali7a documentos e condi/Les do veBculotem previs0o legal no %Hdigo de &rnsito+ Ilegal é o blo*ueio policial *ue submete o cidad0o a uma revista

pessoal como a/0o preventiva de delito+

N0o é legal e legBtima a solicita/0o do agente policial para *ue o condutor de um veBculo saia do mesmo para se submeter @ revista pessoal, salvo *uando ocorrer a “1undada suspeita” de *ue este.a transportando produto de nature7a ou de origem criminosa+ N0o se admite critérios sub.etivos , assim é admissBvel a recusa do condutor em sair do veBculo, n0oconstituindo esta simples recusa em crime de desobediCncia previsto no artigo == do %Hdigo 'enal e pelomesmo motivo n0o h- *ue se 1alar em crime de desacato+

%) %IDAD D"V" AGI! ") %A( D" AM!DAG") '#I%IA#4'rimeiramente, o cidad0o deve permitir, sem resistir, *ue o policial o reviste, mesmo *ue considere a revistadesnecess-ria+ )esmo *uando impelido e coagido a ser submetido @ busca pessoal e ou a pris0o ilegal, sem*ue a autoridade policial apresente mandado .udicial ou um motivo legal e plausBvel, deve manter6se calmo,

para evitar incorrer no crime de desobediCncia previsto no artigo == do %Hdigo 'enal, ou incorrer no crimede resistCncia previsto no artigo =29 do mesmo cHdigo, se houver resistCncia somada com amea/a ouagress0o+



"ntretanto, o cidad0o o1endido deve eercer os seus direitos e sempre denunciar o 1ato @ uvidoria de'olBcia e também ao 'romotor de usti/a, no )inistério 'blico de sua cidade+correndo abuso de autoridade, é recomend-vel tomar nota dos nomes dos policiais envolvidos,testemunhas E*ue podem ser outras pessoas submetidas ao mesmo tipo de a/0o abusiva e ilegal?, se puder,anote o numero da placa da viatura e tudo mais *ue possa ser til para uma 1utura a/0o penal contra osautores do 1ato e ou contra o "stado *uando 1or o caso+)esmo sem ter todas in1orma/Les acima, comuni*ue o ocorrido ao )inistério 'blico ou @ %orregedoria de'olBcia+

%onselho Nacional do )inistério 'blico E%N)'?, lan/ou uma cartilha *ue ensina como o cidad0o deveagir em abordagens policiais+ A cartilha tem por ob.etivo in1ormar a popula/0o sobre seus direitos e deveresno relacionamento com as 'olBcias+%on1ira a cartilha no linQ abaio4https4::docs+google+com:1ile:d:MFhsarlv]nA[cgt$2D#UP]N&A:editOusp^sharingPN&"

(NBR 6023:2002 ABNT):

TELES, Vanea! B"#a $e%a& e a'%a*e+ $%&#a& e+ $e./% &e*a& Me*aJ"1#%! D$%n1.e&

e+ $:44555!+e*a"#%!#%+4'"#a-$e%a&-e-a'%a*e+-$%&#a&47! A#e% e+: 888!

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