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A cana e a questão ambiental Aspectos sócio- ambientais da nova modalidade de energia Suani Teixeira Coelho Rio de Janeiro, 25 de Novembro de 2005

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A cana e a questão ambientalAspectos sócio-ambientais da nova modalidade de energia

Suani Teixeira Coelho

Rio de Janeiro, 25 de Novembro de 2005

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Sumário

Situação atual Situação de cogeração Licenciamento ambiental Perspectivas de expansão da cultura Impactos da cultura de cana Impactos da produção industrial de álcool Impactos da produção industrial - cogeração

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Situação Atual

Safra 04/05: Cana moída:

Brasil: 383 milhões de tc São Paulo: 230 milhões de tc

Produção de álcool total: Brasil: 15 bilhões de litros São Paulo: 9 bilhões de litros

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Geração de Eletricidade a partir do Bagaço de Cana 1975 - início do Proálcool

Utilização de sistemas de geração ineficientes

2000 - fim da vida útil destes equipamentos Momento de troca de equipamentos - utilização de tecnologias

mais eficientes para geração de energia Tecnologias eficientes - investimento maior Necessidade de incentivo aos empreendedores

2002 Capacidade instalada: 1.700 MW Excedente comercializado: 291 MW

2004 Capacidade instalada: 2.170 MW Excedente comercializado: 350 MW

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Cogeração

Oportunidade de troca de equipamentos antigos por tecnologias mais eficientes: caldeiras de 21 bar 60 – 80 bar.

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Cogeração (SP) – Ampliação da Produção de Vapor

0

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15002000

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2003 2004 2005

Ano

Capacidade de Geração de Vapor das Ampliações Licenciadas

Existente Futura

Fonte: DAIA, 2005

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Cogeração (SP) – Ampliação da Capacidade Instalada

0

100

200

300

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500

600

700

Po

tên

cia

(M

W)

2003 2004 2005

Ano

Capacidade de Geração de Energia das Ampliações Licenciadas

Existente Futura

Fonte: DAIA, 2005

Obs: unidades de pequeno porte (<10 MW), que já tenham sido licenciadas, a repotenciação é licenciada pela CETESB.

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Fonte: Xavier Filho, B. J., CPFL, comunicação pessoal apud Brighenti, 2003

Cogeração no Setor Sucroalcooleiro Evolução do excedente comercializado com CPFL (MW)

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PROINFALei 10.438 – 26 de Abril de 2002 Os contratos serão celebrados pela Eletrobrás em até 24 meses

da publicação da Lei para a implantação de 3.300 MW de capacidade, em instalações de produção com início de funcionamento previsto para até 30/12/2006, assegurando a compra da energia a ser produzida no prazo de 20 anos.

A contratação deverá ser distribuída igualmente, em termos de capacidade instalada, por cada uma das fontes participantes do programa e a aquisição da energia será feita pelo Valor Econômico correspondente à tecnologia específica de cada fonte.

Exigência de licenças ambientais (Licença de Instalação).

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Fontes Combustível Área 01 Área 02

Biogás 166,31 170,12

Setor Arrozeiro 108,17 112,67

Setor Madeireiro 116,05 121,85

Setor Sucroalcooleiro 119,61 93,77

Biomassa

Fonte: MME, 2004 (Portaria 45 de 30/03/2004)Notas: I - Área 1 - Áreas abrangidas pelas extintas SUDAM e SUDENE

II - Área 2 - Demais áreas do País (Sem distinção de tipo de tecnologia !)

PROINFA - Valores Econômicos (R$/MWh)

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Resultados do PROINFA

Total 3300 MW

Eólica 1423 MW

PCHs 1190 MW

Biomassa 685 MW

Fonte: Eletrobras, Agosto de 2005

Empreendimentos contratados

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Licenciamento de Usinas de Açúcar e Destilarias de Álcool Legislação ambiental existente:

Produção agrícola Adequação do uso do solo Autorização para queima da cana (via eletrônica) Eliminação Gradativa da queima de cana (Lei 11.241/02)Mais informações: http://sigam.cetesb.sp.gov.br/sma/Default.aspx?

idPagina=123)

Produção industrial – Cogeração Renovação de licenças Compensação de emissões

PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL DE CANA E AÇÚCAR E ÁLCOOL – exigência do mercado nacional e dos internacionais.

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3 fases de Licenciamento Ambiental

Fases do Licenciamento Ambiental(Resolução CONAMA 237/1997) Licença Prévia (LP) - Validade de até 5 anos

Aprova a localização e concepção, e estabelece requisitos

básicos e condicionantes a serem atendidos nas fases seguintes.

Licença de Instalação (LI) - Validade de até 6 anos Autoriza a instalação e inclui medidas de controle

ambiental.

Licença de Operação (LO) - Validade de 2 a 10 anos

Autoriza a operação após o cumprimento das exigências estabelecidas nas licenças anteriores.

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RAP EIA

Nº d

e D

ias 2002

2003

20042002 293 383

2003 210 285

2004 102 166

ANO DE ENTRADA

RAP EIA

Nº de dias

Tempo Médio de Análise segundo o ano de entrada do Estudo

Tempo de Análise dos Estudos Ambientais

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42

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1

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2000 2001 2002 2003 2004 2005

ano

de

Est

ud

os EIA-RIMA

RAP

Estudos Ambientais AprovadosEstudos Ambientais em Análise - Agosto/2005

13

5

3

RAP

Plano de trabalho

EIA

Licenciamento de Usinas de Açúcar e Destilarias de Álcool

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Impactos potenciais da cultura da cana(controle e licenciamento ambiental – SP) Desmatamento e Erosão (licenciamento pela

SMA – www.ambiente.sp.gov.br) remoção de matas em áreas sensíveis

de alta declividade matas ciliares – projeto GEF/SMA exposição do solo às intempéries reserva legal (PL - SP em elaboração/discussão)

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Impactos potenciais da cultura da cana(controle e licenciamento ambiental – SP)

Uso do solo Expansão da área plantada em SP (2002-2005) – pastagens

(maioria) pressão sobre outras culturas ? (ex. laranjais) remoção de árvores isoladas e outros corredores biológicos

Soluções Soluções atuais: zoneamento, licenciamento e fiscalização

(ZEE Litoral Norte – 2005 – CPLEA-SMA) Solução futura: cenários para expansão da cana no ESP

Previsões existentes (UNICA): safra 2010 - 560 milhões de tc Cenários para expansão ??

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Uso do Solo - Culturas AlimentíciasÁrea Colhida - Brasil (hectares)

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Anos

hect

ares

Arroz em casca Café Cana-de açúcar Feijão Laranja Mandioca Milho Soja Trigo

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Floresta Amazônica

Cana-de-açúcar

Mata AtlânticaPantanal

Cana-de-Açúcar no Brasil

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Impactos da cultura da cana

Emissões atmosféricas Queimada da palha de cana

Autorização pela SMA (via eletrônica) / controle Cetesb Altos níveis de MP, CO e NOx Emissões de SOx Emissões de CH4 (gás de efeito estufa) Chuva ácida Desperdício de créditos de CO2

Eliminação progressiva em SP

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Elimination of sugarcane harvest burning in Sao Paulo (Law 11241/2002)

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2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035

year

bu

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are

a

legal phase-out, mechanizable area legal phase-out, slope above 12% or areas below 150ha

mechanized area verified elimination in non-mechanizable areas

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Expansão da Área Plantada no Estado e Redução da Queima de Cana 2003 2004 2005

Área Total 2.452.082 2.749.672 2.936.713,40

Área Mecanizável 1.546.749 1.741.391 2.079.748,48

Área Não Mecanizável 803.068 905.531 768.584,20

Área Mecanizável Sem Fogo 303.347 385.844 481.997,13

Área Não Mecanizável Sem Fogo 24.176 8.710 14.176,28

Queima Mecanizável 1.216.402 1.355.547 1.597.751,35

Queima Não Mecanizável 778.892 896.821 754.407,92

Queima Total 1.995.294 2.252.368 2.352.159,27

Redução da Queima (%) 21,35% 22,15% 23,17%

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Impactos potenciais da cultura da cana Uso de produtos químicos

fertilizantes Uso reduzido pelo aproveitamento da vinhaça (ferti-

irrigação) – vantagens econômicas Lançamento na cultura de cana controlado no Estado de

SP (Norma Técnica CETESB P4.231/2005 – www.cetesb.sp.gov.br)

pesticidas Uso reduzido por melhoramentos genéticos Controle biológico

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Impactos da produção industrial de álcool Efluentes líquidos

Vinhaça e soda cáustica Altíssima carga orgânica (DQO/DBO): proibido jogar em

corpos d´água Controle de nitratos, que causam eutrofização Contaminação de águas subterrâneas Fermentação controlada pode recuperar CH4 energético e

propiciar créditos de carbono Resíduos sólidos

Torta de filtro e bagaço de cana Disposição controlada protege o solo / fertilização Reaproveitamento energético do bagaço

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Impactos na Produção Industrial - Cogeração Emissões atmosféricas em processos de

cogeração Emissões atmosféricas em caldeiras

Material particulado: Controle através de filtros

Óxidos de Nitrogênio (NOx): precursor de Ozônio troposférico. Regulação das caldeiras: suficiente em 80% - 90% dos

casos. Lavagem dos gases (casos mais críticos)

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Impactos na Produção Industrial - Cogeração Emissões atmosféricas em processos de

cogeração Padrões de emissão

Não há padrões de emissão definidos para NOx. Decreto ESP 8468/76: exige melhor tecnologia prática

disponível. CONAMA - GT Emissão de Poluentes por Fontes Fixas:

proposta em discussão (http://www.mma.gov.br/port/conama/ctgt/gt.cfm?cod_gt=99)

Qualidade do ar: Modelos de Dispersão de poluentes Controle de Bacias aéreas

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Impactos na Produção Industrial - Cogeração Emissões atmosféricas em processos de

cogeração Decreto Estadual 47.397/02: renovação do

licenciamento ambiental

Decreto Estadual 48.523/04 Antes: obstáculos à expansão da atividade econômica;

legislação ambiental anterior (Dec. 8468/1976) não permitia novos licenciamentos

Hoje: nova lei (Dec. 48.523/2004), já em vigor, permite tal expansão, desde que as emissões sejam compensadas.