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Curso de Direito Artigo de Revisão A CONCILIAÇÃO E SUA IMPORTÂNCIA NO ORDENAMENTO JURÍDICO CONCILIATION AND ITS IMPORTANCE IN THE LEGAL SYSTEM Armando Ferreira Abiorana 1 , Maria Dionne de Araújo Felipe 2 1 Aluno do Curso de Direito 2 Professora Especialista do Curso de Direito Resumo O presente artigo aborda a importância de formalizar um acordo entre as partes, trazendo a resolução desse conflito, fazendo com que o fato ocorrido seja resolvido entre elas. No entanto a pessoa do conciliador é vista apenas como um apoio entre as partes na posição de manter a pacificação social entre as partes, visto que se trata de soluções na efetivação de políticas públicas, no alcance da paz social entre as pessoas em suas relações. A metodologia utilizada consiste em pesquisas bibliográficas, utilizando-se as obras relevantes sobre o tema. Como resultado espera-se demonstrar atualmente quais as condições no uso dessas ferramentas de controle social do Judiciário. O método solucionador desta pesquisa será o dedutivo, com foco em estudos em determinados indivíduos. Esse meio de análise teve início no exame de aspectos particulares em determinados assuntos do cotidiano da sociedade que buscam por novas formas de conciliar seus conflitos. Palavras-chave: direito civil; direito penal; conciliação e o judiciário. Abstract This article discusses the importance of formalizing an agreement between the parties, bringing them to the resolution of the conflict between them, causing this conflict is resolved between them the same. However the person of the conciliator is seen only as a support between the parties in a position to maintain peace between people vist that effective public policy solutions, the scope of social peace among the beings in relationships. The methodology used consists of bibliographic research, using the relevant works on the topic. As a result it is expected to demonstrate currently what conditions on the use of this tool of social control of the judiciary. The method of this research is the deductive Solver, focused on studies in certain individuals. This analysis began the examination of particular aspects in certain matters of everyday life of society looking for new ways to reconcile their conflicts. Keywords: criminal law; justice and the judiciary. Contato: [email protected] Introdução A audiência de conciliação é disciplinada na Lei nº 9.099/95, no Rito Sumaríssimo, tendo como objetivo ajudar as partes a conciliar conflitos pacificamente, com procedimentos que visam restaurar as relações sociais destruídas no conflito. É uma forma de justiça voltada para as situações prejudicadas pela existência dos atos praticados pelas pessoas, valorizando a autonomia e o diálogo, criando oportunidades para que as pessoas envolvidas nesse conflito possam conversar e entender a causa real do conflito, a fim de restaurar a harmonia e o equilíbrio entre todos. Busca-se nesse artigo, sanar dúvidas e verificar quais são os benefícios para a sociedade no que diz respeito ao tema da conciliação e, suas peculiaridades em uma abordagem comunicativa. A pesquisa sobre o tema busca ter uma visão da audiência de conciliação, como ajuda nos conflitos existentes entre as pessoas, tendo a resolução desse conflito como um remédio a ser mantido entre as partes no mérito da manutenção do equilíbrio entre as partes, dentre outras considerações, deverão ser por elas observadas

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Curso de Direito Artigo de Revisão

A CONCILIAÇÃO E SUA IMPORTÂNCIA NO ORDENAMENTO JURÍDICO

CONCILIATION AND ITS IMPORTANCE IN THE LEGAL SYSTEM

Armando Ferreira Abiorana 1, Maria Dionne de Araújo Felipe 2 1 Aluno do Curso de Direito 2 Professora Especialista do Curso de Direito

Resumo

O presente artigo aborda a importância de formalizar um acordo entre as partes, trazendo a resolução desse conflito, fazendo com que

o fato ocorrido seja resolvido entre elas. No entanto a pessoa do conciliador é vista apenas como um apoio entre as partes na posição

de manter a pacificação social entre as partes, visto que se trata de soluções na efetivação de políticas públicas, no alcance da paz

social entre as pessoas em suas relações. A metodologia utilizada consiste em pesquisas bibliográficas, utilizando-se as obras

relevantes sobre o tema. Como resultado espera-se demonstrar atualmente quais as condições no uso dessas ferramentas de controle

social do Judiciário. O método solucionador desta pesquisa será o dedutivo, com foco em estudos em determinados indivíduos. Esse

meio de análise teve início no exame de aspectos particulares em determinados assuntos do cotidiano da sociedade que buscam por

novas formas de conciliar seus conflitos.

Palavras-chave: direito civil; direito penal; conciliação e o judiciário.

Abstract

This article discusses the importance of formalizing an agreement between the parties, bringing them to the resolution of the conflict

between them, causing this conflict is resolved between them the same. However the person of the conciliator is seen only as a support

between the parties in a position to maintain peace between people vist that effective public policy solutions, the scope of social peace

among the beings in relationships. The methodology used consists of bibliographic research, using the relevant works on the topic. As a

result it is expected to demonstrate currently what conditions on the use of this tool of social control of the judiciary. The method of this

research is the deductive Solver, focused on studies in certain individuals. This analysis began the examination of particular aspects in

certain matters of everyday life of society looking for new ways to reconcile their conflicts.

Keywords: criminal law; justice and the judiciary.

Contato: [email protected]

Introdução

A audiência de conciliação é disciplinada

na Lei nº 9.099/95, no Rito Sumaríssimo, tendo como objetivo ajudar as partes a conciliar conflitos pacificamente, com procedimentos que visam restaurar as relações sociais destruídas no conflito. É uma forma de justiça voltada para as situações prejudicadas pela existência dos atos praticados pelas pessoas, valorizando a autonomia e o diálogo, criando oportunidades para que as pessoas envolvidas nesse conflito possam conversar e entender a causa real do

conflito, a fim de restaurar a harmonia e o equilíbrio entre todos. Busca-se nesse artigo, sanar dúvidas e verificar quais são os benefícios para a sociedade no que diz respeito ao tema da conciliação e, suas peculiaridades em uma abordagem comunicativa. A pesquisa sobre o tema busca ter uma visão da audiência de conciliação, como ajuda nos conflitos existentes entre as pessoas, tendo a resolução desse conflito como um remédio a ser mantido entre as partes no mérito da manutenção do equilíbrio entre as partes, dentre outras considerações, deverão ser por elas observadas

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e delas cobradas, posto que feito o acordo entre as partes, o papel da conciliação foi cumprido diante do ato presidido pela pessoa do conciliador. ORIGEM DA CONCILIAÇÃO

Conciliação, palavra derivada do latim “conciliatione”, cujo significado é ato ou efeito de conciliar; ajuste, acordo ou harmonização de pessoas; união; combinação de diferenças. Entende-se o ato pelo qual duas ou mais pessoas desavindas de certo negócio, conseguem por fim a divergência amigavelmente.

Tanto pode indicar tecnicamente o acordo amigável, como o que se faça, judicialmente, por meio de transação, que termina o litígio. É um instrumento de eliminação de conflitos, pois elimina a causa do problema, dando chance às partes de serem seus próprios julgadores e solucionadores.

Historicamente existe uma grande dificuldade de se indicar com exatidão sobre a verdadeira origem da audiência de conciliação, pois esta ideia é tão antiga quanto o próprio mundo. Ela mostra-se confusa e imprecisa. Mas, pode-se afirmar que todos os povos antigos conheceram a conciliação e a praticaram de uma forma ou outra.

A história nos revela que a audiência de conciliação é uma instituição, conforme a própria natureza humana; sendo esta forma de composição de litígio a mais vizinha ao tipo primitivo do ideal de justiça. Como se trata de um instituto que tem a sua razão de existir na natureza humana, nos seus vícios e nas suas virtudes, realmente não se pode assinalar a sua origem exata, por tratar-se da própria humanidade.

O uso da conciliação, como forma de composição amigável, precede as leis escritas e deve ter sido a única forma adequada de acabar com os conflitos nas sociedades primitivas, quando os chefes de família eram, ao mesmo tempo, pontífices e jurisconsultos, o que resulta do fato de o direito e a religião se confundir, formando um todo, sendo que a lei surgiu desse modo, apresentando-se por si própria e sem que o homem necessitasse de ir ao seu encontro. (Revista Eletrônica Direito, Justiça e Cidadania – Volume 1 – nº 1 – 2010).

Antes de trilhar a origem do instituto da conciliação no Brasil, é importante mencionar que ela remonta aos registros históricos contidos na Bíblia Sagrada. No livro de Mateus capítulo 5 e verso 25, encontra-se o seguinte aconselhamento: “Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás com ele a

caminho, para que o adversário não te entregue ao juiz, o juiz, ao oficial de justiça, e sejas recolhido à prisão”. (Online).

Registra-se ainda que, a conciliação é muito bem difundida e praticada em países como a França, Estados Unidos, Portugal e Japão, cujos resultados tem se mostrado bastante eficazes na resolução de conflitos (VIEIRA, s/d, p. 2).

No Brasil a conciliação remonta a época imperial (século XVI e XVII), precisamente nas Ordenações Manuelinas (1514) e Filipinas (1603) que trazia em seu livro III, título XX, § 1º, o seguinte preceito: “E no começo da demanda dirá o Juiz a ambas as partes, que antes que façam despesas, e sigam entre eles os ódios e dissensões, se devem concordar, e não gastar suas fazendas por seguirem suas vontades, porque o vencimento da causa sempre é duvidoso. [...].” (ALVES, 2008, p. 3).

O certo é que a conciliação foi marcada ao longo da história por idas e vindas. No entanto, foi no século XIX, através da primeira Constituição Imperial Brasileira (1824), que a conciliação ganhou status constitucional, trazendo em seu artigo 161, o seguinte texto: “Sem se fazer constar que se tem intentado o meio da reconciliação não se começará processo algum”. (VIEIRA, s/d, p. 2).

A conciliação é a modalidade pacífica de resolução de conflitos. A sua utilização propicia uma série de vantagens, tais como: otimizar o tempo de solução de um conflito, evitar o desgaste emocional e material despendido com o processo litigioso, e diminuir o número de processos judiciais, desafogando o Poder Judiciário.

Diante desse quadro, a Constituição Federal de 1988 autorizou, em seu artigo 98, inciso I, a criação de sistema jurisdicional diferencial, baseado em princípios próprios, que reduzisse a demanda da Justiça comum e facilitasse o acesso à justiça mediante um processo mais célere (rápido) e com menos custos. Os Juizados Especiais Cíveis, criados pela Lei nº 9.099/95, representaram uma grande evolução do sistema jurídico do atual.

Sobre o assunto, assevera o festejado doutrinador MARINONI (2006, p. 29):

“A doutrina atual tem se debruçado sobre a questão do acesso à justiça, mostrando que o processo tradicional é INCOMPATÍVEL com grande parte dos direitos da sociedade atual, em especial com as situações típicas da

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sociedade moderna. Na verdade, conclui-se que, praticamente, o processo tradicional apenas se mostra adequado para atender algumas pretensões patrimoniais, capazes de ser convertidas em perdas e danos, sendo completamente INADEQUADO para atender aos chamados 'direitos novos’”.

PRINCÍPIOS DA CONCILIAÇÃO.

O princípio do Sistema Conciliatório encontra-se no art. 2º da Lei 9.099/95, em que é definida como: O processo orientar-se-á pelos critérios da: Oralidade, Simplicidade, Informalidade, Economia Processual e Celeridade, buscando, sempre que possível à conciliação ou a transação.

A oralidade, objetiva à simplificação e a celeridade dos processos que tramitam nos Juizados Especiais. Exemplos de aplicabilidade:

a1) Obrigatoriedade de comparecimento pessoal das partes em que visa estimular a conciliação e prestigia o princípio da oralidade (art. 9º e 21, da Lei 9.099/95). a2) Outorga a informalidade de mandato ao advogado que por seu exemplo pode indicar verbalmente e constar do termo em que estará habilitado para todos os atos do processo, ressalvados os poderes especiais previstos no art. 38, do CPC (art. 9º, § 3º, LJE), pois confere mandato verbal a parte que comparece acompanhada do advogado em audiência. Tendo seguinte o enunciado 77 do FONAJE (Fórum Nacional do Juizado Especial):“O advogado cujo nome constar do termo de audiência estará habilitado para todos os atos do processo, inclusive para o recurso”. Tendo também no enunciado 36 do FONAJE o seguinte: “A assistência obrigatória prevista no art. 9º da Lei 9.099/95, tem lugar a partir da fase instrutora, não

se aplicando para a formulação do pedido e a sessão de conciliação”. a3) Apenas os atos essenciais são registrados por escrito (art. 13, § 3º). a4) Pedidos reduzidos a termo (pedido inicial, contestação, pedido contraposto, embargos de declaração, etc.). A simplicidade é definida como uma maior preocupação em que é considerada uma matéria de fundo de realização da justiça, independentemente da forma adotada. Os atos são válidos sempre que atingirem sua finalidade (art. 13, caput). ‘Exemplos de aplicação do princípio da simplicidade: b1) citação postal pela simples entrega da correspondência X CPC entrega a pessoa com poderes de gerência Lou administração. b2) Presunção de intimação por ausência de comunicação da mudança do endereço (art. 19, § 2º).

A informalidade é considerada um termo que não pode violar o devido processo legal, que impõe seja parte cientificada de todos os atos do processo.

c1) Possibilidade de intimação por qualquer meio idôneo de comunicação (art. 19, caput). c2) dispensa do despacho inicial e outorga à Secretaria do juizado da atribuição de designar a sessão de conciliação e expedir a carta de citação (art. 16), diversamente do CPC 263 e 285. A economia processual possui máximo de rendimento da lei, com o mínimo de atos processuais. d1) Havendo pedido contraposto poderá ser dispensada a contestação formal, utilizando-se os próprios argumentos do pedido inicial como resposta (art. 17, parágrafo único).

A celeridade constitui na busca pela rapidez na solução do caso, com concentração

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dos atos em audiência, possui maior expectativa do sistema, em que essa promessa de rapidez não possui violação do princípio da segurança das relações jurídicas – princípio constitucional da razoável duração do processo e meios que garantam a celeridade de sua tramitação (CF, art. 5º, LXXVIII). Carta precatória – caso de necessidade prioridade citação via ECT (art. 222, do CPC).

EXEMPLOS DE APLICABILIDADE:

e1) Instauração imediata de sessão de conciliação caso ambas as partes compareçam perante o Juízo, dispensados o registro prévio do pedido e a citação (art. 17).

e2) a apresentação da defesa, a produção das provas, a manifestação sobre documentos apresentados, a resolução dos incidentes e a prolação de sentença, sempre que possível, devem ser feitas em uma única audiência. É o princípio da concentração dos atos em audiência (arts. 28 e 29).

e3) Possibilidade do julgamento antecipado da lide.

e4) Não aplicação do art. 277 do CPC que exige antecedência mínima de 10 dias entre a citação e a data de realização da audiência de conciliação – regramento específico da Lei 9.099/95, art. 18, § 1º, da LJE e 20 da Lei 9.099/95.

e5) A vedação de intervenção de terceiros e assistência, a fim de que as relações jurídicas que não estejam imediatamente vinculadas à concorrência sejam afastadas do processo.

O terceiro não será admitido e, portanto, não será atingido pela coisa julgada, podendo discutir seus direitos em ação autônoma.

Art. 10, da LJE: “Não se admitirá, no processo, qualquer forma de intervenção de terceiro nem de assistência”. Admitir-se-á litisconsórcio”.

DA CONCILIAÇÃO

Pode-se definir a Conciliação, como um momento destinado aos envolvidos num conflito, em que um terceiro imparcial, ajuda, orienta e facilita a composição entre eles, buscando um acordo de vontades, resultante de concessões mútuas. Pode o conciliador ao presidir a audiência de conciliação, inclusive orientar e sugerir soluções, participando do conteúdo final da decisão sem, contudo, avaliar o mérito da questão.

A busca da pacificação social, no procedimento ditado pela Lei nº 9.099/95, na

esfera criminal, assume assim, importância e momentos próprios, com previsão de audiência prévia, de conciliação para tal fim.

Audiência de Conciliação (desenvolvimento).

Realização do Pregão – ato de chamar as partes para a sessão de conciliação.

Identificação – deverá o conciliador identificar as partes, já no interior da sala de audiência, e identificar-se também. Identificar advogados e ressaltar a importância dos mesmos na audiência.

Apresentação – deverá o conciliador se preocupar com a adequação da linguagem, preocupar-se em estabelecer os limites da sessão conciliatória, explicando como acontecerá o ato esclarecendo no que consiste a audiência; ter cuidado com a ambientação.

Declaração do rito – cabe ao conciliador esclarecer o procedimento cabível e esclarecer, ainda, que não possui autoridade para julgar o caso e sim, apenas para presidir o ato na busca da pacificação, mantendo o tratamento respeitoso entre as partes durante a audiência.

A oitiva dos envolvidos – Evitando a Polarização; olhar com atenção para as partes enquanto ela relata o ocorrido; ouvir atentamente; se necessário, oitiva em separado, não se esquecendo do acordo de confidencialidade, neste caso, e formulação da troca de papeis, esclarecendo que fará a mesma pergunta ao outro e ponderando para que se ponham hipoteticamente um lugar do outro quando possível.

Resumo da oitiva – o conciliador devolve a fala da parte em resumo do que foi dito por ela, sem ressaltar falas ofensivas e sem adentrar no mérito, atuando como filtro, um pacificador. O conciliador pode demonstrar que ouviu ambas as partes fazendo um resumo dos fatos para elas, filtrando as colocações feitas, onde devem ser evitadas palavras hostis, ofensivas e agressivas.

Considerações – o conciliador fará Ponderações sobre o que foi dito, efetuando perguntas objetivas para o esclarecimento do caso, verificando se possíveis, qual a real intenção dos envolvidos. Demonstrará compreensão sobre o caso, esclarecerá os benefícios de um acordo e eventuais riscos.

Colheita de propostas – o conciliador verificará a posposta de cada um. Auxiliando-os em suas formulações, se necessário, mantendo-se sempre imparcial.

Esclarecimento sobre o acordo – Verificando eventuais pontos obscuros; verificação quanto à litigiosidade remanescente

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(ver se é possível englobar todas as pretensões das partes envolvidas).

Lavratura da ata – reduzir a termo o Acordo, fazendo nele constar os itens essenciais: objeto, forma de cumprimento, tempo, local, hipótese de descumprimento - lembrando que o mesmo será um título executivo judicial. A CONCILIAÇÃO COMO RESOLUÇÃO CONFLITOS.

A conciliação se baseia principalmente na ajuda de resolução de conflitos em que a causa dessa ação jurídica de conciliar, vem tentar amenizar uma problemática entre as partes que é o Conflito.

No entanto essa problemática é considerada um fator sem sentido na convivência das pessoas trazendo para si a conciliação que é o acordo entre as partes, favorecendo o trabalho judiciário que é a conciliação, um remédio para esse conflito obstante.

Encontramos vários fatores, que demonstram a conciliação como um meio de resolução da problemática, como relata as palavras da Ministra Fátima Nancy do STJ no Seminário Reflexões Sobre Conciliação e Mediação em 2014, que aborda a pessoa do conciliador como fonte de controle e resolução de conflitos:

"Os conciliadores são trabalhadores da primeira hora, aqueles que recebem o primeiro impacto. São, sem dúvida, instrumentos da resolução de conflitos e pedagogos sociais, cujo trabalho tem ganhado espaço desde 1980".

Também fez referências o desembargador Otávio Augusto Barbosa Presidente do TJDFT, em que relata no Seminário sobre a conciliação em que exaltou que a conciliação como fator de resolução de conflitos entre as partes, buscando a paz social, vejamos:

"Fizemos do DF um protótipo para o resto do país acerca deste tema. Neste Seminário, o TJDFT, reafirma seu compromisso, com a sociedade do DF e do entorno, de trabalhar pela paz social".

Em outro momento o Dr. Desembargador Otávio Augusto Barbosa destaca o acordo na conciliação como um resultado positivo nos

processos existente nos Tribunais do Distrito Federal, declarando que nas palavras do Desembargador Otávio Augustos Barbosa, presidente do TJDFT, em que relata no seminário sobre a conciliação em que exaltou que a conciliação como fator de resolução de conflitos entre as partes, buscando a paz social, vejamos:

“Destacou que para a resolução de conflito "é necessário que o consenso seja aceito por ambas as partes" e que a Resolução 125 do CNJ foi uma grande oportunidade para ampliar a área de conciliação e mediação no Tribunal. Encerrou a cerimônia ressaltando a importância desta data para o Tribunal, uma vez que se concretiza o projeto que buscou estruturar o TJDFT na área de mediação e conciliação para que se torne excelência para os demais estados do Brasil, "de Brasília, capital do País, para o resto da Nação", afirmou. ”

O Desembargador Roberval Casemiro Belinati Coordenador-Geral do Sistema Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos do TJDFT, relatou também em suas palavras sobre a conciliação dizendo que:

“A Múltipla Porta de Resolução de Conflitos entre as partes se dá através da conciliação trazendo o acordo entre elas na resolução dessa problemática”.

Baseado nessa problemática, as empresas e seus prepostos, não se interessam em resolução através da autocomposição, desprestigiando assim, banalizando a audiência de conciliação.

Pesquisando nesse prisma, encontrei uma ação relevante do Ministério da Justiça, que teve a iniciativa de lançar a Escola Nacional de Mediação e Conciliação – ENAM.

Foi criada no âmbito da Secretaria de Reforma do Judiciário, ao final de 2012, por ato do Ministro da Justiça, com a finalidade de oferecer capacitação, cursos presenciais e à distância em técnicas de mediação, conciliação, negociação e outras formas consensuais de solução de conflitos.

Por meio dos cursos, a ENAM espera difundir a cultura do diálogo e incentivar os

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cidadãos a participarem ativamente, quando possível, do debate e da construção de soluções para os problemas cotidianos que enfrentam.

Para tanto, a ENAM trabalha em parceria com os principais atores do sistema de justiça: Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública, Advocacia Pública, Advocacia Privada, Faculdades de Direito etc. participam da formulação dos cursos e dos materiais pedagógicos da escola, de tal forma que o processo judicial seja preterido em favor de uma boa conversa e de um bom acordo.

A ENAM é uma iniciativa do Ministério da Justiça para incentivar a adoção do diálogo como a forma primordial de se resolver um conflito, especialmente aqueles conflitos que envolvem relações sociais permanentes que merecem ser reestabelecidas e preservadas, como é o caso de conflitos familiares, de vizinhança ou mesmo na relação entre empresas e clientes.

Dessa forma, a Secretaria de Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça almeja colaborar com o aprofundamento da cidadania, qualificar o acesso à justiça e, em última instância, favorecer o desenvolvimento de uma sociedade harmônica e pacífica.

Principalmente nas causas cíveis relativas ao Direito Consumerista, que em sua grande maioria não se esforçam e nem trazem propostas para promover acordos.

Simplesmente chegam e, logo após iniciado o Pregão e a abertura da Audiência de Conciliação, revelam o seu único interesse, a Judicialização.

Essa problemática poderia ser minimizada com a criação de um incentivo valoroso, oferecido principalmente aos empresários que mais promovessem acordos, evitando a Judicialização. Esse incentivo poderia ser em forma de premiação, com entrega de um certificado com referência elogiosa, idoneidade e qualidade total, aumentando a satisfação dos seus próprios clientes, oferecidos pelo TJDFT.

Eu considero como o grande desafio, dessa problemática central, é o descaso, principalmente das empresas e seus prepostos voluntário.

Eu como sou conciliador desde junho de 2013, atualmente nomeado pelo TJDFT. Portaria GSPU nº 10 do dia 09/05/2015. Página 21 da seção do DJDF, de 04/05/2015.

Tenho visto com frequência que eles não se interessam em solucionar as lides, através do acordo oferecido na conciliação, principalmente nas causas cíveis relativas ao Direito Consumeirista, que, em sua maioria não se esforçam em trazer propostas de acordos.

CLÁUSULAS OBRIGATÓRIAS EM UM TERMO DE ACORDO

O acordo é um documento formal e deve ser claro, objetivo e qualquer pessoa, inclusive leiga, deve compreender todo conteúdo do documento.

Devem ser incluídas as seguintes cláusulas:

a) Cláusula referente à obrigação assumida; b) Cláusula referente ao tempo, lugar, modo para cumprimento da obrigação; c) Cláusula penal; d) Cláusula de quitação, renúncia ou outro ato que importe acertamento da situação conflituosa.

As partes devem ser informadas de que o

acordo tem força executiva e, em caso de descumprimento, o acordo pode ser executado perante o Juizado Cível.

Encerramento – assinatura da ata e, agradecimentos.

Cabe ressaltar que não havendo o acordo, na hipótese de ação penal privada, deverá o conciliador esclarecer a vítima quanto ao procedimento seguinte (queixa-crime) e encaminhar as partes ao juiz.

Tratando-se de ação penal pública condicionada à representação, não havendo acordo, colhe-se a manifestação de vontade da vítima quanto ao interesse na continuidade do procedimento - representação – e encaminha as partes ao Juiz do mesmo modo.

Ausente a vítima que já tenha firmado sua representação ou querelante (na hipótese de ação penal privada), deverá o conciliador encaminhar o caso ao Juiz, o qual poderá realizar audiência para proposta de transação penal, s e cabível.

Ausente o ator do fato ou querelado, na hipótese de ação penal privada, deverão os autos serem encaminhados ao Juiz para as providências cabíveis. BASE CONSTITUCIONAL, LEGAL JURÍDICA DA CONCILIAÇÃO.

A utilização da mediação e da conciliação como meios alternativos de solução de conflitos no Brasil, encontra-se prevista no inciso LXXVIII do artigo 5º da Constituição Federal (Emenda Constitucional n° 45, de 2004), que determina que “a todos, no âmbito judicial e administrativo,

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são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação” – grifos nossos.

Com esse embasamento constitucional, o CNJ – Conselho Nacional de Justiça, em excelente iniciativa, lançou em 2006, por meio de sua então Presidente, a Ministra Ellen Gracie, o projeto “Conciliar é Legal”, cujo objetivo era promover, através da cultura da conciliação, a mudança de comportamento dos agentes da Justiça. O CNJ continua a incentivar a política de conciliação no âmbito do Judiciário e por meio da Resolução CNJ n. 125, de 29/11/10, que instituiu a Política Judiciária Nacional de Tratamento Adequado dos Conflitos de Interesses, vem buscando concretizar o princípio constitucional do acesso à Justiça, segundo o qual “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciária lesão ou ameaça a direito (art. 5º, inciso XXXV da Constituição da República) ”.

Um aspecto relevantíssimo nesse tema é a capacitação dos conciliadores e mediadores e, neste particular, é louvável a importância dada pelo CNJ à formação desses essenciais atores do processo, tanto que o Conselho exige uma formação mínima para a atuação destes nos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania, prevendo tal formação, inclusive a realização de estágio supervisionado.

A tendência da Justiça em incentivar essas formas de solução de conflitos se nota, inclusive, no Projeto do Novo Código de Processo Civil, resultado do trabalho da Comissão de Juristas presidida pelo Ministro Luiz Fux, que além de fazer diversas referências ao longo do texto ao mediador e ao conciliador, prevê especificamente essas figuras na condição de auxiliares da Justiça, vejamos:

Art. “119: São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições são determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o intérprete, o mediador e o conciliador judicial”. - Grifos nossos

MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO – REFLEXÕES PARA EVITAR A JUDICIALIZAÇÃO.

Os conflitos fazem parte do cotidiano da humanidade desde o início dos tempos como fenômeno sociológico, tanto nas relações familiares quanto nas relações sociais. Dessa forma, a origem da mediação em sentido informal,

confunde-se com a origem da própria Humanidade.

Partindo do ponto de vista filológico, podemos dizer que os verbos mediar e conciliar traduzem a intenção de estabelecer uma harmonia, um equilíbrio entre dois pontos ou seres. Vejamos: Mediar... Do latim mediare, significa: “2 Ficar no meio de dois pontos, no espaço, ou de duas épocas, no tempo; 4 Pertencer à média”.

Conciliar. Do latim conciliare, significa: Pôr (-se) de acordo, pôr (-se) em harmonia; congraçar (-se); 2 Combinar (-se), harmonizar (-se); 3 Aliar (-se), unir (-se); atrair, captar, conseguir, granjear”. É essa ideia de equilíbrio e harmonia que se transporta para o ambiente das relações sociais, com efeitos jurídicos quando se fala em mediação e conciliação nos conflitos consumeristas entre particulares e empresas.

A mediação e a conciliação se constituem

em duas das diversas formas alternativas de solução de controvérsias capazes de evitar a judicialização desses conflitos, sendo métodos não adversarias e formas de disseminar a cultura do diálogo e da pacificação social, por embutirem a filosofia de inexistência de vencidos ou vencedores. Similitudes e Distinções básicas entre Mediação e Conciliação Tanto na mediação quanto na conciliação as partes submetem voluntariamente um conflito à solução por meio da intervenção de um terceiro, facilitador do entendimento, que lança mão de técnicas adequadas para tanto.

Ambas se caracterizam pela simplicidade de seu processo e pressupõem uma informalidade e agilidade extremamente acentuadas, principalmente pelo uso Moderno Dicionário da Língua Portuguesa, Michaelis, Ed. Melhoramentos, 2ª. Edição, 2010. Idemintenso da oralidade, além da flexibilidade decorrente da composição amigável dos interesses, com o objetivo de transformar uma situação inicialmente conflituosa em uma situação final satisfatória para os envolvidos.

Com efeito, na mediação e na conciliação as partes são figuras ativas, que precisam estar dispostas a transigir quanto aos pretensos direitos que entendem deter e também em relação aos objetivos colimados, sendo tu coparticipes das soluções resultantes do uso desse mecanismo. Vale lembrar, que a mediação e a conciliação estão alicerçadas no princípio da autonomia da

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vontade, segundo o qual as partes são livres para pactuar como quiserem e o que quiserem e, portanto, é prerrogativa das partes decidir pela conveniência, ou não, da instauração da negociação, não havendo obrigatoriedade de submissão do conflito aos mediadores e conciliadores.

Tecnicamente, uma grande diferença entre a mediação e a conciliação reside exatamente no papel destinado ao terceiro interveniente. Enquanto mediador, esse terceiro apoia as partes para que delas mesmas surja a solução, enquanto que, na conciliação, o terceiro tem a iniciativa de propor às partes a solução para o conflito.

Entretanto, seja qual for o papel desse terceiro na composição do conflito, não há dúvidas de que a mediação e a conciliação são extremamente importantes na função de apaziguar ânimos e permitir uma solução amigável de conflitos, contribuindo sobremaneira na redução das demandas judicializadas. Responsabilidade Social Corporativa e Mediação e Conciliação.

A prática das grandes corporações nos dias de hoje vem se modernizando e se adaptando aos modernos princípios de responsabilidade social corporativa, introduzidos no Brasil em meados da década de 90, a reboque da globalização e do surgimento das primeiras organizações civis não governamentais no país.

O Livro Verde da Comissão Europeia conceitua a responsabilidade social corporativa como sendo aquela em que as empresas voluntariamente “decidem contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais limpo”. Nesse sentido, em linhas gerais, é possível afirmar que a responsabilidade social surge como uma contribuição voluntária e complementar do particular ao Estado e à sociedade, em relação a uma obrigação principal estatal, em razão da evidente dificuldade do Estado em cumprir seu papel de provedor e atender integralmente às demandas da sociedade.

No caso da Justiça, a obrigação estatal de prover jurisdição é inafastável, tendo previsão constitucional com base no que dispõe a Constituição Federal em seu artigo 5º, inciso XXXV: 3 LIVRO VERDE - Promover um quadro europeu para a responsabilidade social das empresas, COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPÉIAS, Bruxelas, 18.7.2001, COM (2001) 366 finais. “A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário: lesão ou ameaça a direito”.

Dessa maneira, surgindo algum conflito na relação consumidor / usuário versus empresa, é certo que deve haver por parte da pessoa jurídica

envolvida, uma postura contributiva para solucionar a demanda, evitando que a mesmo alcance a esfera judicial, auxiliando a árdua tarefa jurisdicional estatal, notadamente em razão do proveito econômico obtido pelo provedor na prestação de bens ou serviços, fato gerador da pendenga.

É certo que deve o empresariado responsável se posicionar frente ao mercado, de forma preventiva – e não apenas corretiva – para evitar ao máximo demandas judiciais de seus consumidores / usuários, afinal, o Poder Judiciário não é, nem pode servir de extensão e instância final da empresa. Esse, definitivamente, não é um papel que caiba ao Judiciário. Não obstante, eventualmente erros podem ocorrer no exercício de qualquer atividade empresarial e é importante transformá-los em grandes oportunidades de melhoria.

É digno de nota, entretanto, que mesmo sendo alvo de reclamações de clientes, grandes grupos econômicos, em regra, possuem certificações de qualidade e a existência de eventuais reclamações contra a empresa, desde que, dentro das metas estabelecidas e validadas pelas entidades certificadoras, é algo perfeitamente aceitável, porquanto inerente a uma intensa atividade empresarial operada por seres humanos, sendo erros passíveis de ocorrer como em qualquer outra atividade, não traduzindo, necessariamente, um serviço de má qualidade ou inadequado de forma generalizada. Entretanto, práticas equivocadas repetitivas deve ser alvo de rápida atuação.

O primeiro passo é a identificação das causas desses problemas e o segundo, a atuação direta sobre os mesmos. Por outro lado, não se pode olvidar que há por parte de alguns usuários / consumidores o que se pode chamar de abuso do direito de postular, o que, em certa medida, também contribui com o acúmulo de demandas no Judiciário e deve ser considerado.

De qualquer sorte, é fato que inúmeras demandas consumeristas vêm batendo às portas do Poder Judiciário e os grandes grupos empresariais vêm aderindo com sucesso à conciliação no âmbito dos Juizados Especiais Cíveis, como uma ferramenta para encerrar os litígios, estabelecendo tais práticas como consolidação de suas responsabilidades sociais corporativas e, em última análise, contribuindo com o Estado para mitigar os impactos desse tipo de demandas sobre a Justiça. A CONCILIAÇÃO NO NOVO CPC

Reflexão interessante que o Novo Código de Processo Civil (Novo CPC) normatiza quanto

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ao interstício mínimo estabelecido para realização da audiência de conciliação ou de mediação, previsto no artigo 334 do Novo CPC.

No novo CPC, em seu artigo 3º caput, e parágrafos 1º, 2º e 3º, recomendam que a conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos, deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.

Em tempo, no novo procedimento comum, estruturado a partir do artigo 318 do Novo CPC, a regra é a realização da audiência de conciliação ou mediação no início do processo, logo após a apresentação da inicial e a decisão sobre sua admissibilidade (artigo 334).

No particular, o Novo Código, em alteração ao modelo processual vigente (CPC de 1973), conduz inicialmente as partes à solução consensual da controvérsia, para depois, frustrada a possibilidade de autocomposição, passar-se propriamente à fase da resposta. Essa alteração na indução operada pelo Código, conciliação defesa, importa em ruptura ao sistema em vigor, defesa-conciliação.

Contudo, neste momento, o que nos toma tempo, é a existência de prazo, interstício mínimo, entre a realização da citação para comparecimento à audiência e a própria realização desta, ou seja, o intervalo de vinte (20) dias estabelecidos no artigo 334.

Em análise irrefletida, talvez por apego à tradição burocrática, tendemos a ver no aludido prazo exigência de ordem prática, administrativa, destinada a permitir a organização da audiência e a realização das comunicações respectivas (citações e intimações).

Então, os períodos de tempo estabelecidos no caput do artigo 334 serviriam ao cumprimento das atividades orgânicas do Poder Judiciário, principalmente possibilitar a realização dos atos de comunicação imprescindíveis à consecução do ato.

Tal perspectiva reducionista das finalidades do dispositivo traz como consequência o comprometimento da sua eficácia, pela ausência de maiores discussões sobre o seu descumprimento, quando efetivadas as comunicações das partes antes da audiência, ainda que observado o prazo intervalar.

Porém, pretendemos ter nesse intervalo mínimo — interstício reflexivo que deve mediar antes da realização da audiência —, necessário momento destinado à reflexão para tomada de posição. Em vias de regras, o tempo ingressa no processo como limite ao exercício dos atos processuais, pelo que, para o responsável respectivo, opera negativamente,

restringindo sua liberdade na realização dos seus atos.

Agora, o tempo pode também assumir no processo outras potencialidades, como interstício que consente a parte a possibilidade de maturar as questões nas quais envolvidas.

Nessa compreensão, podemos extrair que o devido processo legal, em determinadas situações, impõe que a realização de determinado ato processual seja precedida de intersecto reflexivo, logo não imediatamente, possibilitando o amadurecimento das posições respectivas.

Isso se dá no campo constitucional, quando envolvida questão de inegável envergadura (v.g. artigos 29 e 32 da Carta Magna, que tratam da edição das Leis Orgânicas), certamente visando que o tempo possibilite a melhor tomada de decisão, a destilação do suprassumo decisório.

Parece-nos que a mesma lógica preside o art. 334 do Novo CPC.

O prazo aqui tem como objetivo não limitar o tempo em que o ato pode ser realizado, mas sim um ínterim em que, de forma alguma, o ato pode ser efetivado.

O bem da verdade, de nada adiantaria o Código estabelecer como diretriz determinante a solução consensual das controvérsias, estimulando a abertura ao diálogo e a superação do dissenso, acaso não estruturasse a fase de conciliação e mediação rente a tais objetivos.

O Código apreendeu bem tal necessidade, na exata medida em que, para além de mero capítulo das sessões da audiência (artigos 331 e 447 do CPC/1973), a conciliação e a mediação passam a ser momento processual próprio, com regramento destinado a valorizar e incentivar a autocomposição, sem prejuízo de comporem a estrutura processual no início, meio e fim.

O interstício de reflexão compõe tal regramento, verdadeira mola mestra para o exercício da autonomia da vontade, da decisão informada e da independência das partes (artigo 166 do Novo CPC), permitindo a parte a análise de sua posição jurídica e, consequentemente, a reflexão sobre os benefícios da solução consensual da controvérsia.

Assim, o tempo que tudo cura e normalmente depura, pode servir ao processo, distendendo a apresentação da resposta para depois de um momento em que a parte refletiu sobre os benefícios da autocomposição sem estar premida pela necessidade imediata da apresentação da resposta.

Portanto, devemos ter no artigo 334 do Novo CPC, no prazo mínimo estatuído para a realização da conciliação ou reflexão, neste

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interstício de reflexão, regra de ouro para estimular a conciliação e a mediação, pois esse tempo de avaliação pode ser decisivo no êxito da auto composição.

Obviamente, o descompasso na observância do prazo do artigo 334 do Novo CPC será superado na perspectiva da instrumentalidade do processo, sendo que o eventual não comparecimento da parte ao ato — aplicação da multa (artigo 334, § 8o, do Novo CPC) —, restará absolvido pelo artigo 218, § 2o, do Novo CPC.

Todavia, o Novo Código impõe alteração na postura dos atores processuais.

Não existe mais espaço para o atendimento das regras processuais ser pautada na lógica das nulidades, isto é, que os atos processuais só sejam respeitados quando envolvidas nulidades ditas absolutas. Essa é uma perspectiva distorcida, a qual dá mais valor ao ato pela ótica de sua nulidade do que pelos objetivos que visa atingir ou proteger. O raciocínio formalista não se coaduna com os novos tempos. A obediência ao ato não pode estar atrelada à questão de a irregularidade ser (in) superável (pois todas são), mas no valor intrínseco ao mesmo.

A regra do artigo 334 do Novo CPC merece ser prestigiada pelos atores processuais, respeitando o interstício de reflexão ali estabelecido, como expressivo de uma nova visão de processo, em que a autonomia da vontade das partes passe a ser valorizada e estimulada nos espaços processuais, bem como a regra seja a solução consensual dos conflitos.

O tempo de reflexão conferido à parte antes da audiência, não premida pela necessidade de apresentação imediata da resposta, resultará na maior eficácia da fase de conciliação ou mediação, o que, só por si, incita para sua observância.

NUPEMEC

O Núcleo Permanente de Mediação e Conciliação - NUPEMEC, unidade da Segunda Vice-Presidência, é responsável por implantar e desenvolver a Política Judiciária Nacional de Tratamento Adequado dos Conflitos de Interesse no âmbito do TJDFT.

Entre as suas atribuições estão: a) Instalar Centros Judiciários de

Solução de Conflitos e Cidadania - CEJUSCs; b) Atuar na interlocução com outros

tribunais, entidades públicas e privadas, universidades e instituições de ensino;

c) Incentivar ou promover capacitação, treinamento e atualização

permanente de magistrados, servidores, conciliadores e mediadores nos métodos consensuais de solução de conflitos.

Hoje o Núcleo Permanente de Mediação e Conciliação – NUPEMEC, é composto pelo Juiz Coordenador Dr. Atalá Correia e pela Coordenadora Administrativa Leila Duarte Lima, com Endereço e Contatos: Núcleo Permanente de Mediação e Conciliação – NUPEMEC. Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, Praça Municipal, Lote 01 – Bloco A, 10º andar, CEP – 70094-900 – Brasília-DF, telefones: 61 3103.5527 e 61 3103.7743 das 12h às 19h e com e-mail: [email protected].

RELATÓRIO ESTATÍSTICO DE GESTÃO DE 2013 DO NUPEMEC

O ano de 2013 foi muito produtivo para o Núcleo Permanente de Conciliação e Mediação – NUPEMEC e os seus centros. Além das Semanas de Conciliação, do Curso de Prepostos e de algumas visitas, outras importantes atividades focadas na conciliação e na mediação se destacaram no TJDFT. Inauguração.

Do CEJUSC/BSB/Família Inaugurou-se um novo posto de atendimento do Centro Judiciário de Solução de Conflitos de Brasília, voltado para a realização de mediações de família (CEJUSC-BSB/ Família), no dia 7 de fevereiro.

O espaço fica no Bloco 5 do Fórum José Júlio Leal Fagundes. Na ocasião, esteve presente a professora espanhola Dra. Letícia Garcia Villaluenga, uma das maiores autoridades europeias no ensino e na aplicação da mediação familiar. Figura 1 – Inauguração do CEJUSC-BSB/Família instalação do totem da SKY. Nos Juizados especiais para a realização.

De acordos ONLINE Destaque importante foi a instalação, no dia 7 de março, de um totem junto à Redução a Termo dos Juizados Especiais Cíveis de Brasília, para a realização de acordos em tempo real. O equipamento, localizado no térreo do Bloco 4 do Fórum Desembargador José Júlio Leal Fagundes, foi disponibilizado pela empresa de TV a cabo SKY, para a realização de acordos por videoconferência.

O TJDFT é o segundo tribunal do país a utilizar essa tecnologia. O primeiro foi o Tribunal

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de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). Figura 2 – Totem SKY no Fórum Des. José Júlio Leal Fagundes Dados estatísticos do totem: Acordos Não Acordos Total Taxa de Acordo 167 36 203 82,3% Tabela 1 – Estatística de acordo do Totem SKY assinatura Do Termo.

De Cooperação Técnica entre TJDFT e TRF 1ª região Com foco na conciliação No primeiro semestre, o então Presidente do TJDFT, desembargador João de Assis Mariosi, e o Presidente do TRF-1ª Região, desembargador Mário César Ribeiro, assinaram, em 21 de março, convênio de cooperação técnica e administrativa com o objetivo de propiciar maior integração entre os dois órgãos sobre a Política Judiciária Nacional de Tratamento Adequado dos Conflitos de Interesses, de acordo com a Resolução Nº 125/2010 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O TJDFT sedia a 1ª Competição Nacional de Mediação Aberta a alunos de faculdades de Direito de todo o Brasil, a competição aconteceu nos dias 12 e 13 de agosto e teve por objetivo estimular a cultura da resolução consensual de conflitos nas universidades brasileiras. O evento é uma iniciativa da Escola Nacional de Mediação e Conciliação – ENAM, em parceria com o Conselho Nacional de Justiça – CNJ e com o Ministério da Justiça – MJ, e foi sediado pelo TJDFT. Durante a competição, os estudantes de 14 estados e 25 faculdades assistiram a vídeos com casos fictícios e tiveram que reagir como mediadores reais perante um corpo de jurados, composto por mediadores experientes e que são instrutores do CNJ e da ENAM.

A final foi disputada entre o Uniceub e a Universidade Federal de Pernambuco. A equipe da Universidade Federal de Pernambuco foi a vencedora. Os três primeiros colocados receberam troféus e todos os participantes receberam certificados, alunos e autoridades participantes da I Competição Nacional de Mediação – Des. Romeu Gonzaga Neiva na abertura da I Competição Nacional de Mediação, Autoridades na mesa de encerramento da I Competição Nacional de Mediação. A equipe vencedora da I Competição Nacional de Mediação Relatório 2013 NUPEMEC.

O NUPEMEC realiza pela primeira vez conciliações pré-processuais Fato marcante no segundo semestre de 2013 foi a experiência pioneira de conciliações pré-processuais realizadas pelo Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania de Brasília – CEJUSC/BSB e pelo Núcleo Permanente de Mediação e Conciliação – NUPEMEC com o SENAC. Com saldo bastante positivo, as conciliações pré-processuais com alunos e ex-alunos dessa instituição ocorreram de 18 a 22 de novembro e

atingiram percentual de 90% de acordos; o valor arrecadado foi superior a R$ 330 mil.

As demandas envolviam pendências relacionadas a mensalidades de cursos realizados pelo SENAC. Ao resolver os débitos por meio da conciliação, evitou-se a judicialização das relações de consumo e todas as consequências desse ato como, por exemplo, a negativação de nomes junto ao SPC e ao Serasa. Semana Nacional da Conciliação O evento de maior destaque do segundo semestre de 2013, sem dúvida, foi a VIII Semana Nacional de Conciliação, que aconteceu de 2 a 6 de dezembro, com o slogan "Quem concilia sempre sai ganhando".

O evento, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça – CNJ, integra o Movimento Nacional de Conciliação e acontece, simultaneamente, em todos os tribunais do país. Da esquerda para direita: Des. Romeu Neiva, Segundo Vice-presidente; Des. Dácio Vieira, Presidente do TJDFT; Conselheiro Emanuel Campelo de Souza Pereira e a Conselheira e Desembargadora do TJDFT Ana Maria Amarante Brito. Assinatura de termo de acordo pelo Conselheiro Emanuel Campelo de Souza Pereira, da VIII Semana Nacional de Conciliação Pela primeira vez, o Núcleo Permanente de Mediação e Conciliação – NUPEMEC e o Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania de Brasília – CEJUSC-BSB abriram inscrições, via internet, para que pessoas físicas ou jurídicas pudessem incluir processos das instituições participantes da Semana Nacional de Conciliação

Para esta edição da Semana, foram selecionados 912 processos de empresas de telefonia, instituições bancárias, cooperativas de crédito e empresas particulares. De maneira pioneira, o TJDFT divulgou online o resultado da pesquisa de satisfação dos participantes da Semana Nacional. Ao longo da Semana era possível acessar os resultados da qualidade das conciliações realizadas no dia anterior.

Os dados completos podem ser acessados na página http:// www.tjdft.jus.br/institucional/ vice-presidência /NUPEMEC, com dados da Semana Nacional de Conciliação Segunda Vice-Presidência lança sua nova página A Segunda Vice-Presidência lançou no dia 2 de novembro, como parte das atividades da Semana Nacional de Conciliação, a sua nova página na internet, com links para o Núcleo Permanente de Mediação e Conciliação – NUPEMEC e para o Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos – NUPECON. Figura 12 – Divulgação da nova página da Segunda Vice-Presidência.

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A reestruturação da página da Segunda Vice contemplou a criação da página do NUPEMEC, que foi desenvolvida levando-se em conta a disposição das informações de forma clara, visível e organizada. No espaço, é possível visualizar a Pesquisa de Satisfação do Usuário (PSU), bem como acessar o link “conciliação ou mediação”, por meio do qual pessoas físicas ou jurídicas podem se inscrever para as conciliações que acontecem durante todo o ano.

No banner da parte central da página, é possível acessar as matérias da série “Eu conciliei”, que traz histórias reais de conciliações bem- -sucedidas, realizadas no CEJUSC-BSB. O usuário também pode obter informações de como se tornar um conciliador voluntário e acessar os destaques sobre conciliação. Alteração da área de atuação do NUPEMEC e dos CEJUSCs O Presidente do TJDFT, Desembargador Dácio Vieira, por meio da Portaria GPR 1228 de 3 de setembro de 2013, alterou a área de atuação de algumas unidades, entre elas a do NUPEMEC, do CEJUSC-BSB, CEJUSC-TAG e CEJUSC-JEC/BSB.

A mudança significou um importante passo institucional, uma vez que as unidades passaram de área de apoio para área fim. Figura 13 – Portaria GPR 1228 Início das obras de expansão do CEJUSC-TAG Em dezembro de 2013 foi autorizado o início das obras de ampliação e adequação do espaço físico do CEJUSC- -TAG. Com o acréscimo de sete novas salas, o espaço foi projetado especialmente para o atendimento de media- ções e de conciliações. Relatório 2013.

O Núcleo Permanente de Mediação e Conciliação – NUPEMEC, em consonância com as determinações da Resolução 125 do CNJ, é a unidade responsável por planejar, implementar e aperfeiçoar as ações voltadas à conciliação e à mediação, descritas na Política Nacional de Tratamento Adequado dos Conflitos de Interesse no âmbito do TJDFT.

Para tanto, a unidade coordena as atividades dos centros judiciários de soluções de conflitos, incentiva e promove ações de capacitação de servidores, magistrados, mediadores e conciliadores nos métodos consensuais de solução de conflitos. Realiza ainda pesquisa de satisfação dos usuários sobre os serviços prestados e atua como interlocutor entre o TJDFT e outros tribunais, entidades, instituições de ensino e também com o CNJ, nos temas relacionados à Política Nacional.

Nas páginas seguintes, será possível conhecer a atuação do NUPEMEC e suas principais atividades, no decorrer de 2013, atividades de Formação “promover capacitação, treinamento e atualização permanente de

magistrados, servidores, conciliadores e mediadores nos métodos consensuais de solução de conflitos; ” Inciso V, Art. 7º da Resolução 125 do CNJ.

O Núcleo Permanente de Mediação e Conciliação, de acordo com que o estabelece a Resolução 125/2010 do Conselho Nacional de Justiça, é responsável pela formação dos conciliadores e mediadores que atuarão no TJDFT. Nesse sentido, de acordo com os padrões definidos pelo CNJ e pela Escola Nacional de Mediação e Conciliação – ENAM, os cursos realizados foram divididos em duas etapas: Módulo teórico-prático simulado, que consiste em aulas teóricas presenciais e casos simulados, e Estágio supervisionado, com carga horária distribuída conforme disposto na Tabela 2: Ação de Capacitação Módulo Teórico-Prático h/a Estágio Supervisionado h/a Curso de Conciliadores 42 12 Curso de Mediadores 40 24 Tabela 2 – Carga horária do Módulo teórico-prático e do Estágio supervisionado Dessa forma, todas as ações de capacitação do Módulo teórico-prático são realizadas em parceria com a Escola de Administração Judiciária do TJDFT – Instituto de Formação Ministro Luiz Vicente Cernicchiaro.

As aulas são ministradas nas salas de treinamento do NUPEMEC e nas dependências da Escola de Administração Judiciária. O Estágio supervisionado é coordenado pelo NUPEMEC e realizado nos centros judiciários de solução de conflitos e cidadania e nos juizados especiais do DF, de acordo com a disponibilidade de atuação dos candidatos. Para obtenção do certificado de conciliador e de mediador, com nomeação no Diário da Justiça Eletrônico do TJDFT, o candidato deve ser aprovado nas duas etapas do curso. Cursos de Capacitação de Conciliadores.

De janeiro a dezembro de 2013, foram realizados 17 cursos de capacitação de conciliadores de juizados especiais do DF e um curso complementar para conciliadores do Juizado do Aeroporto Internacional de Brasília, com foco na Copa das Confederações (foto). Dessas ações, resultaram 191 conciliadores certificados e 110 em processo de certificação. Atualmente, o TJDFT conta com a colaboração de 742 conciliadores atuantes. Figura 14 – Curso complementar para servidores do Juizado do Aeroporto Núcleo Permanente de Mediação e Conciliação Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios 20 Cursos de Capacitação de Supervisores No período em questão foram realizados dois cursos de formação de supervisores de conciliação, totalizando 36 servidores capacitados.

A atividade é parte constante do processo de certificação de conciliadores e atende à

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demanda de qualificação de servidores para receberem os alunos egressos dos cursos de capacitação de conciliadores para realização do estágio supervisionado, nos moldes da Resolução 125 do CNJ. Cursos de Capacitação de Mediadores.

Em 2013 foram realizados dois cursos básicos de mediação judicial, totalizando 48 participantes; um curso de mediação avançada, ministrado pela professora Letícia Garcia Villaluenga, PhD em Direito pela Universidade Complutense de Madri, para 35 participantes, e um curso de mediação de família, para 24 alunos, já capacitados anteriormente no curso de mediação básica. A tabela abaixo demonstra o número de mediadores certificados em 2013: Foram 30 os números de mediadores certificados em 2013. Os números de mediadores em processo de certificação no curso básico de mediação foram 40. Já os números de mediadores em processo de certificação no curso de mediação de família foram 24, existindo a Certificação de alunos em mediação durante o ano em questão. O TJDFT contou com a colaboração de 30 mediadores, entre voluntários e servidores, que atuaram nos centros judiciários de solução de conflitos e cidadania de Brasília e Taguatinga. Cursos para Representantes das Empresas.

No período de janeiro a dezembro de 2013, foram realizados oito cursos destinados à formação dos representantes das empresas parceiras (prepostos) que participaram das pautas concentradas, específicas e diárias. Com carga horária de 8 horas, as ações foram realizadas na sala de treinamento do CEJUSC-JEC/BSB e do CEJUSC-BSB e contaram com a participação das seguintes empresas: Banco do Brasil, BRB, B2W, Cartão BRB, Claro, COOPERCRED, CREDIDF, CREDIEMBRAPA, Embratel, Banco Itaú, NET, SENAC, TAM, TIM, Via Varejo e VIVO, totalizando 208 representantes treinados. Sem custo para as empresas, tais cursos prepararam os representantes para atuar nas sessões de conciliação. O curso de prepostos para o Banco do Brasil prefigurou uns grandes números de prepostos no CEJUSC-JEC, fazendo com que o Curso do Conselho Nacional de Justiça e do TJDFT sediassem também dois cursos de supervisores de mediação e dois cursos de formação de instrutores de mediação e conciliação, os quais foram realizados pelo Conselho Nacional de Justiça com o apoio do NUPEMEC. Participaram servidores de diversos tribunais, tais como TJMT, TJSC, TRF 1ª Região, TJDFT, TJCE, TJRS, TJBA, TJRN, TJGO, TJMG e TJSP.

O Curso de instrutores do CNJ obteve um bom desempenho no Relatório do ano de 2013, possuindo o NUPEMEC 21 Sistemas de Acompanhamento e Controle das Atividades Relacionadas à Mediação e à Conciliação.

O NUPEMEC, em sua constante busca pela excelência no atendimento aos jurisdicionados, tem-se dedicado a desenvolver e aperfeiçoar soluções que maximizem os resultados sem abrir mão da qualidade dos serviços prestados. Com base neste foco, as seguintes iniciativas surgiram: Sistema de Controle de Conciliações – SISCON O Sistema de Controle de Conciliações – SISCON foi desenvolvido para gerenciar a grande quantidade de informações geradas pela realização das conciliações e mediações que acontecem nos centros judiciários de solução de conflitos e cidadania do Distrito Federal (CEJUSCs) ao longo do ano.

O SISCON tem por objetivo automatizar as atividades de natureza administrativa e gerencial relacionadas às conciliações e mediações. Dessa forma, é um sistema que armazena dados, processa informações, gera relatórios e disponibiliza uma interface entre o gestor e o conciliador ou mediador. Por meio do SISCON é possível proporcionar um atendimento de qualidade aos jurisdicionados, pois o sistema mantém o controle e registro de todas as etapas da conciliação, o que permite aos CEJUSCs a análise do desempenho e a melhoria contínua dos seus processos de trabalho, tanto durante a realização dos atendimentos como nas ações pós-evento.

As mudanças realizadas no Sistema ao longo de 2013 tiveram como principal objetivo a melhoria na organização dos eventos de conciliação, permitindo que os conciliadores pudessem monitorar a chegada das partes. Para que isso fosse possível, o módulo da recepção foi reformulado e integrado ao sistema utilizado nas salas de conciliação. Dessa forma, pôde-se identificar o momento da chegada das partes com maior facilidade e prestar o pronto atendimento ao cidadão.

O NUPEMEC sabe que a retroalimentação do sistema é primordial para melhora da qualidade e aumento da produtividade do trabalho, ao longo das sessões de mediação e conciliação. Dessa forma, no corrente ano, concentraram-se esforços para que o feedback periódico fosse implementado efetivamente. No ano de 2013 foi possível ainda implementar o feedback às empresas parceiras e aos prepostos, participantes das pautas concentradas e das pautas específicas. No mês de agosto, por exemplo, aconteceu a primeira reunião de

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prestação de contas a essas empresas para apresentação da metodologia da pesquisa e instruções quanto à interpretação dos dados. Outra importante etapa dessa retroalimentação é a apresentação dos resultados para os mediadores e conciliadores. No mês de novembro de 2013, o NUPEMEC concluiu outra importante fase do feedback: a divulgação dos resultados da pesquisa de satisfação para a sociedade. Por meio da página do NUPEMEC, no site do TJDFT, são disponibilizados todos os relatórios produzidos acerca da pesquisa de satisfação.

Os resultados estão acessíveis a qualquer cidadão, a qualquer hora, proporcionando transparência nos resultados obtidos, sejam esses positivos ou não. Site: http://www.tjdft.jus.br/institucional/2ª vice-presidência NUNPEMEC Padrão de Excelência Com o objetivo de proporcionar ao feedback uma análise objetiva, o NUPEMEC construiu um Padrão de Excelência que lhe permite comparar os resultados obtidos por seus centros com o patamar desejado pela Casa.

No desenho deste padrão, levaram-se em consideração as escalas psicométricas utilizadas, os parâmetros de qualidade de outras pesquisas e o histórico de índices dos CEJUSCs. Na dimensão “atuação dos mediadores e/ou conciliadores”, “atuação dos prepostos” e em todas as variáveis que utilizam escala do tipo Likert de 5 pontos, o Padrão de Excelência deverá ser utilizado como parâmetro para as variáveis avaliativas, com o objetivo de estimular o aprimoramento contínuo dos processos e dos colaboradores, por estarem relacionados diretamente à atuação das equipes dos centros. Existem ainda variáveis de natureza investigativas não passíveis de comparação no padrão estabelecido. Tais dimensões funcionam como indicativos da mudança social pretendida com a disseminação dos métodos auto compositivos. RELATÓRIO ESTATÍSTICO DE GESTÃO DE 2014 DO NUPEMEC

Durante o ano de 2014, o Núcleo Permanente de Mediação e Conciliação – NUPEMEC desenvolveu importantes atividades com o objetivo de fomentar a conciliação e a mediação no TJDFT.

A definição de metas setoriais para orientar os trabalhos das unidades foi um dos marcos, com destaque para inclusão da expansão das unidades especializadas em formas alternativas

de resolução de conflitos no Plano de Gestão do Biênio do TJDFT.

Nesse trabalho, foram considerados aspectos como a Resolução 125, de 2010, do CNJ e demais legislações que permeiam o tema acerca da resolução adequada de conflitos, bem como as expectativas desta Corte em relação aos resultados sobre a matéria.

Quadro 1 | Metas setoriais Área Meta Unid. Responsável Sistemas de Acompanhamento e Controle Entregar versão final do SISCON-TAG, até maio de 2014. NUPEMEC entregar módulo 1 – Formação de Pauta – do SISCON-BSB, até julho de 2014. NUPEMEC entregar a primeira versão do sistema de cadastro e acompanhamento dos conciliadores/mediadores, até setembro de 2014. NUPEMEC entregar versão final do SISCON-JEC, até novembro de 2014. NUPEMEC ampliar o atendimento diário da pauta de conciliação e/ou mediação para cinco salas, no período matutino, até dezembro de 2014. CEJUSC-TAG.

Ampliar em 50% o número de salas em atendimento no turno matutino, até dezembro de 2015. CEJUSC-JEC/BSB Ampliar em 150% o quadro de voluntários bacharéis atuantes, até dezembro de 2015. CEJUSC-JEC/BSB Desempenho Realizar uma oficina de parentalidade por mês para processos referentes a divórcio, guarda e alimentos, distribuídos no Fórum de Taguatinga, até dezembro de 2015. CEJUSC-TAG realizar 50% das conciliações dos Juizados Especiais Cíveis de Taguatinga, até julho de 2015. CEJUSC-TAG aumentar em 40% o atendimento às demandas das Varas Cíveis distribuídas em Taguatinga, até dezembro de 2015. CEJUSC-TAG Quadro 1 | Metas setoriais Área Meta Unid. Responsável Divulgação Ampliar divulgação do canal “e-mail conciliar” para encaminhamento de conciliações e mediações para o CEJUSCBSB, até julho de 2014. CEJUSC-BSB reunir-se com as Serventias Cíveis do DF para alinhar os procedimentos do CEJUSC-BSB, até dezembro de 2014. CEJUSC-BSB realizar três encontros entre juízes para apresentar o trabalho dos Centros, até dezembro de 2014. NUPEMEC Formação Estruturar o curso de prepostos e representantes para as instituições parceiras das pautas concentradas, até dezembro de 2014. CEJUSC-BSB implantar o curso de conciliação para servidores das Varas Cíveis e de Família, até dezembro de 2014. NUPEMEC disponibilizar curso de conciliação e mediação na sala de treinamento do CEJUSC-TAG, até dezembro de 2014. CEJUSC-TAG capacitar todos os prepostos e advogados das empresas parceiras, até dois meses depois da parceria firmada, durante o biênio. CEJUSC-BSB

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Parcerias Estratégicas Estabelecer acordos de cooperação técnica com cinco faculdades de Direito, até dezembro de 2014. NUPEMEC A seguir, as metas setoriais estabelecidas para o NUPEMEC e seus respectivos andamentos.

Destaca-se que sete das doze metas foram alcançadas. As demais metas fazem parte dos planos de trabalho do Núcleo para o ano de 2015. Quadro 2 | Status das metas do NUPEMEC META ENTREGAS Realizar evento entre CEJUSCs e empresas parceiras e potenciais parcerias, até dezembro de 2015.

Em andamento realizar três encontros entre juízes para apresentar o trabalho dos Centros, até dezembro de 2014. ALCANÇADA | Encontros realizados. Estabelecer acordos de cooperação técnica com cinco faculdades de Direito, até dezembro de 2014. ALCANÇADA realizar pesquisa sócia demográfica nos CEJUSCs, até dezembro de 2014. EM ANDAMENTO Implantar nove CEJUSCs, até dezembro de 2015. EM ANDAMENTO Foram criados três CEJUSCs durante o ano de 2014, e a previsão é de que sejam criados mais três no primeiro trimestre de 2015. Implantar o curso de conciliação para servidores das Varas Cíveis e de Família, até julho de 2014.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se, portanto, que a conciliação é um acordo de auto composição entre pessoas, no qual necessitam de auxílio para intervir nas dificuldades de suas vidas.

No entanto, a conciliação é considerada uma ajuda na vida das pessoas, em formalizar um acordo entre as partes, trazendo a resolução desse conflito, fazendo com que o fato ocorrido seja resolvido através da auto composição e,

promovendo a pacificação social. Evitando assim a judicialização e o desgaste desnecessário.

Contudo, a pessoa do conciliador é vista apenas como um apoio entre as partes na posição de manter a pacificação social entre as mesmas, visto que se trata de soluções na efetivação de políticas públicas, no alcance da paz social entre as pessoas em suas relações.

Agradecimentos:

Agradeço primeiramente a Deus, pois sem

ele jamais seria possível a realização de desse sonho.

Agradeço a minha família, especialmente a minha mãe Maria Pereira Abiorana, que concebeu seus 16 filhos, criou-os com enorme sacrifício sem perder a postura e dignidade, tornou-se a estrela maior. Á minha orientadora Professora Maria Dionne e aos meus mestres que contribuíram decisivamente para a realização desse grande sonho.

Enfim, agradeço a todos que fizeram parte direta ou indiretamente desta honrosa conquista acadêmica.

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