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1 A confiança em Deus – (II Crônicas 20, 13-15) Saudação – agradecimento pela oportunidade – o pedido para contar uma benção e o “convite” do pastor. Dificuldade para escolher o texto bíblico – a “sugestão do meu pai” (explicarei depois ao contar a benção). O tema de hoje envolve a vitória do rei Jeosafá (ou Josafá) diante de seus inimigos a partir de suas atitudes diante de Deus. Segue o contexto. O rei recebe a notícia de que invasores terríveis se deslocam no intuito de destruir o seu reino (v.1). Eles vinham pela região dos edomitas, terra esta que havia negado passagem aos filhos de Israel na peregrinação pelo deserto (Nm. 20: 14-21). Agora, por esta terra vinham os destruidores do povo de Deus. Os adversários eram muitos e o rei nada podia fazer com suas próprias forças. Era uma “multidão” e já estavam daquém do mar morto em, En-Gedi (v.2). Josafá teve medo (v3). Era poderoso, tinha exército. Mas ali estava algo com o que ele não podia lidar, que ultrapassava suas forças: uma “multidão” de inimigos. A “multidão” diante de nós é tudo aquilo que não podemos vencer por nossas forças. Na Bíblia, ela aparece de muitas formas: faraó para os judeus reclamando contra Moisés (Ex. 14: 10-14), os midianitas para Gideão (Jz. 6: 15- 16), Golias para Davi (I Sm. 17: 23-26; 32-36), ou mesmo a comida que falta como o da viúva de Sarepta (I Rs. 17: 12-16). O obstáculo é grande, mas “para Deus nada é impossível” (Lc.1: 37). As notícias não são boas: problemas com o teu emprego, com a tua família, com uma causa na justiça, com alguém que te persegue ou te oprime etc. Está na hora de deixarmos de confiarmos em nós mesmo. Tua capacidade, teus contatos, teus cartões de crédito etc., se tornam ineficazes. O que fazer? 1) Buscar ao Senhor, humilhar-se, e pedir socorro àquele que é o único que pode fazer alguma coisa (v. 4,5) . Deixe de lado todo o orgulho. Bata no peito em sinal de humilhação (Lc.18: 9-14), reconheça que a única saída encontra-se no Eterno. 2) Reconheça o poder de Deus e lembre-se de tudo que ele fez no passado para os outros e para você (v.6-7). Josafá não apenas se recordava dos grandes feitos realizados por Deus aos seus pais da antiguidade (Abraão, Isaque,

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A confiança em Deus – (II Crônicas 20, 13-15)

Saudação – agradecimento pela oportunidade – o pedido para contar uma benção e o “convite” do pastor.

Dificuldade para escolher o texto bíblico – a “sugestão do meu pai” (explicarei depois ao contar a benção).

O tema de hoje envolve a vitória do rei Jeosafá (ou Josafá) diante de seus inimigos a partir de suas atitudes diante de

Deus. Segue o contexto.

O rei recebe a notícia de que invasores terríveis se deslocam no intuito de destruir o seu reino (v.1). Eles vinham pela

região dos edomitas, terra esta que havia negado passagem aos filhos de Israel na peregrinação pelo deserto (Nm.

20: 14-21). Agora, por esta terra vinham os destruidores do povo de Deus.

Os adversários eram muitos e o rei nada podia fazer com suas próprias forças. Era uma “multidão” e já estavam

daquém do mar morto em, En-Gedi (v.2).

Josafá teve medo (v3). Era poderoso, tinha exército. Mas ali estava algo com o que ele não podia lidar, que

ultrapassava suas forças: uma “multidão” de inimigos.

A “multidão” diante de nós é tudo aquilo que não podemos vencer por nossas forças. Na Bíblia, ela aparece de

muitas formas: faraó para os judeus reclamando contra Moisés (Ex. 14: 10-14), os midianitas para Gideão (Jz. 6: 15-

16), Golias para Davi (I Sm. 17: 23-26; 32-36), ou mesmo a comida que falta como o da viúva de Sarepta (I Rs. 17: 12-

16). O obstáculo é grande, mas “para Deus nada é impossível” (Lc.1: 37).

As notícias não são boas: problemas com o teu emprego, com a tua família, com uma causa na justiça, com alguém

que te persegue ou te oprime etc. Está na hora de deixarmos de confiarmos em nós mesmo. Tua capacidade, teus

contatos, teus cartões de crédito etc., se tornam ineficazes. O que fazer?

1) Buscar ao Senhor, humilhar-se, e pedir socorro àquele que é o único que pode fazer alguma coisa (v. 4,5) .

Deixe de lado todo o orgulho. Bata no peito em sinal de humilhação (Lc.18: 9-14), reconheça que a única

saída encontra-se no Eterno.

2) Reconheça o poder de Deus e lembre-se de tudo que ele fez no passado para os outros e para você (v.6-7).

Josafá não apenas se recordava dos grandes feitos realizados por Deus aos seus pais da antiguidade (Abraão,

Isaque, Jacó, Moisés) mas também se recordava do livramento que o Senhor havia operado nos tempos de

Abias, seu avô (400 mil contra 800 mil de Jeroboão – II Cr. 13: 3, 18) bem como no tempo de Asa, seu pai

(580 mil contra 01 milhão e trezentos carros – II Cr. 14: 8-15). Lembre-se de todos os benefícios do Senhor

em suas orações sempre e não se ocupe em apenas pedir, pedir, pedir (Sl. 103:2).

3) Lembre-se da importância do templo do Senhor (v.9). Embora saibamos que o Senhor não habita em

templos feitos por mãos humanas (At. 7:48 - Estevão; 17:24 - Paulo), e que a verdadeira adoração é aquela

feita em espírito e verdade (Jesus e a samaritana – Jo. 4: 20-24), somos brasas que separadas se apagam

(exemplo de John Wesley). Aqui compartilhamos nossos problemas, aqui compartilhamos nossas vitórias.

Aqui choramos quando estamos nos vales e nos abismos, aqui nos alegramos mutuamente quando Deus nos

ergue para as montanhas e os céus.

4) Conte a Deus onde é a sua dor (velho hino: “conta para Jesus onde é a sua dor, ele é o remédio confia no

Senhor. Não te desanimes com a tua cruz, o que tu precisas conta para Jesus”). Creia que Deus existe e que

pé galardoador daqueles que o buscam. Tenha fé, creia somente (Hb. 11:6).

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5) Ponha os olhos em Deus (v.12). Ver Salmo 121. Comparar Sl. 123:2 e 141:8.

A resposta do Senhor:

1) O senhor falará contigo (v.14). Cremos em um Deus que nos ouve (Is. 59:1).

2) Devemos afastar todo o temor (v.15): “lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado

de vós” - I Pe. 5: 7.

3) Não devemos nos assustar (v. 15): “Sede corajosos, e tende bom ânimo; não temais, nem vos espanteis, por

causa do rei da Assíria, nem por causa de toda a multidão que está com ele, pois há conosco um maior do

que o que está com ele” - II Cr. 32: 7.

4) Esta luta não é mais sua, e sim de Deus (v.15). Ver a resposta de Davi ao desafio do filisteu em I Samuel, 17:

42-47 – Do senhor é a peleja. Deixe que ele combata.

5) Aquietai-vos. Deixai o Senhor agir e verás o seu livramento (v.17). Comparar com Moisés e o povo diante de

faraó e do mar em Êxodo 14: 13-14.

6) Cantai ao Senhor ao Senhor antes, durante e após a luta, pois isto é agradável a Deus (hino 276, Canta

aleluia, do hinário Louvores do Coração, de autoria de Emílio Conde).

7) Foi durante o louvor que Deus desmantelou os adversários (v. 22).

Josafá venceu a batalha, o que para ele era impossível. E ele teve repouso sobre seus inimigos. Confiemos em Deus

sempre. Nele esteja a nossa confiança.

Também participei de uma luta nestes últimos dias. Como Josafá, não tinha condições de vencer por minhas próprias

custas, mas o Senhor lutou por mim. O que alcancei nesta semana que passou, é o resultado de um longo plano que

o Senhor estabeleceu para a minha vida a partir de orações de meus pais, de minha esposa, e de minha vida

caminhando na casa do Senhor.

Fui criado na casa do Senhor literalmente (por isto não entendo até hoje a forma descompromissada que as pessoas

têm com o templo de meu Deus). Minha mãe sempre me orientou a confiar no Senhor em tudo que eu fizesse. Ela

recordava-me sempre do conteúdo do Salmo 20: 7-8.

Gostava de ler sem que ninguém de minha família tivesse este hábito (fiquei conhecido por esta “mania”). Resolvi

cursar filosofia sem que tivesse nenhuma influência sobre isto e até na hora de fazer a inscrição para o vestibular

Deus agiu em meus caminhos (a advertência de juninho de Azinete para que eu escolhesse filosofia e não história).

Minha mãe até que tentou me colocar na faculdade, mas isto me foi negado. Ela proferiu uma profecia de “olhos

abertos”.

Trabalhava em uma fábrica e cursava o curso durante à noite. Após o curso, casei-me e continuei como trabalhador

na fábrica. Confesso que achei que meu curso não tinha serventia de nada e que me aposentaria, como meu pai, em

uma fábrica. Não sabia que Deus guiava todos os meus passos. (“Porque os meus pensamentos não são os vossos

pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor” Is. 55:8).

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Desliguei-me de tudo quanto dizia respeito à academia. Nem livro novo podia comprar. A vida era meio apertada.

Um dia, no entanto, resolvi ir pegar o meu diploma, quase dois anos depois (a máquina gráfica quebrada, a

necessidade de telefonar para a fábrica, os orelhões quebrados, o encontro com um professor que desafiou, a

inscrição para o concurso).

Meus pais (Arão e Hur em Êxodo 17: 8-16). O tema da prova e a oração estranha para Deus. Os inimigos lutaram

contra a minha contratação. Não deixei que ninguém me ajudasse. A vitória foi toda do Senhor.

A inscrição no mestrado de forma descompromissada. Os avanços nas etapas do concurso. Meu “projeto” ruim e a

aprovação estranha (Deus nunca se esqueceu de mim). Passados alguns anos, a inscrição para o doutorado. O gringo

e o fato de que nenhum aluno dele havia passado. As provas e mais uma vez a estranha aprovação no projeto.

Finalmente chegara o período da defesa.

A insistência na entrega do texto para os membros da banca, gerou um texto cheio de defeitos. Não havia tempo

para a correção. Quando vi como o texto havia sido mandado com as falhas, e a qualidade dos membros da banca,

confesso que desanimei e fiquei muito triste.

Fui para a igreja do Pitimbu na quinta-feira anterior ao dia da apresentação (muito mais para encontrar com um

amigo do que para prestar a Deus um culto). No caminho uma onda de tristeza invadiu-me e senti-me triste e sem

forças. Seria envergonhado e envergonharia meu orientador. Triste entrei na igreja. Cantava-se um hino destes hinos

mais modernos (gosto de hinos velhos, todos sabem disto). Não prestei atenção ao hino, pois estava com o coração

pesado.

Ao ajoelhar-me para orar a voz da cantora invadiu a minha mente e senti que era a resposta de Deus às minhas

angústias (“Deus é fiel, Deus não conhece problema difícil, ele vai mudar a sua história, as aflições que você passa

agora, ele pode transformar em vitória. Teu sofrimento está chegando ao fim, a tormenta hoje vai se acabar, as

algemas vão caindo por terra, Deus é fiel e já venceu esta guerra”).

Naquela hora eu sabia que aquela era uma resposta de Deus a uma oração angustiada. Liguei para a minha mãe,

com quem compartilho o amor pelo hinos antigos, e quando comecei a contar ela interrompeu e disse: “já sei: a

burra de Balaão falou”. Ela sabia que Deus havia me respondido de alguma forma.

Na defesa, Deus esteve presente. Minha esposa orava por mim. Meus pais dobraram os seus joelhos nesta hora.

Meu pai havia lido o texto em que preguei antes de orar. Por isto li e preguei sobre esta narrativa do rei Josafá. O

resultado de tudo isto? Fui aprovado com conceito “A” embora tenha tirado 9,5 e não 10,0 devido a implicância de

um professor. Mas o que me interessa isto agora? Deus me deu a vitória e é isto que interessa. Que o nome do

Senhor seja louvado eternamente por isto. Sou o primeiro doutor em filosofia crente do RN; talvez o único crente

pentecostal do norte/nordeste ou mesmo do Brasil em universidade pública com este título (ou um dos poucos

crentes pentecostais a chegar tão longe). A Deus toda a glória (hino 561).