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A CONSTRUÇÃO DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA DA AGENDA ESTRATÉGICA DA ASSISTENCIA SOCIAL: DIAGNÓSTICO E PLANO

A CONSTRUÇÃO DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA DA … · No que tange à participação no processo de diagnóstico e elaboração dos planos de assistência social, assim como no acompanhamento

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A CONSTRUÇÃO DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA

DA AGENDA ESTRATÉGICA DA ASSISTENCIA SOCIAL:

DIAGNÓSTICO E PLANO

Participação Social

Controle social

O que é participação social?

“Fazer parte, tomar parte, ter parte”

Diz respeito à influência dos indivíduos na organização de uma sociedade.

Através de práticas participativas, a sociedade, incluindo os segmentos menos favorecidas, possuem os meios para opinar e

participar de decisões sociais importantes.

A participação social é o instrumento primordial para o funcionamento de um Estado democrático.

Decisão

Consulta

Observação

PIRÂMIDE DA PARTICIPAÇÃO SOCIAL

“...participação não pode ser entendida como dádiva, pois nãoresultaria da conquista, mas da tutela, em que o dirigentedelimita o espaço concedido e permitido. Não pode serentendida como concessão... Também não pode ser entendidacomo coisa preexistente, pois a construção de um ambienteparticipativo não é uma concessão divina, coisa predestinada,mas decorre de um processo histórico que se delineia emlugares e tempos diferentes”.

(Participação é Conquista. Pedro Demo, 2001)

A participação é fundamental não só para a qualidade dasações, mas também para a construção de autonomia eemancipação social, especialmente dos usuários,beneficiários dessas ações.

Participar significa acompanhar, propor, debater, decidir,articular: exercer o controle social

EMPODERAMENTO

Conhecimento

Planejamento, monitoramento e

avaliação

Aprendizagem

PARTICIPAÇÃO

É uma forma de controle público que a sociedade exerce sobre osgovernantes, podendo ser por meio de:

- opinião pública manifestada em ações de mobilização

- nos fóruns ou espaços institucionalizados nos quais se avalia aatuação governamental numa dada área de política pública, porexemplo, como é o caso dos conselhos.

O controle social não gera punições administrativas ou judiciais, mas,ao identificar inconsistências ou irregularidades, pode produzirpunições simbólicas, que constrangem aqueles que as produziram.

Pode acionar instituições que têm atribuições investigativas epunitivas: Tribunais de Contas e o Ministério Público.

E o que é controle social?

Controle Social

Definição da Agenda Politica

Formulação das Alternativas

Tomada de Decisão

Implementação

Avaliação dos Resultados

CICLO DE GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS

Conferências

Conselhos

Constituição 1988

LOAS

1993

PNAS / SUAS 2005

Participação da sociedade nos processos de construção e de deliberação da política de

assistência social

Democracia participativa!A participação da população é uma garantia constitucional!

A Constituição Federal de 1988 marca um importante processo dedemocratização da sociedade brasileira e também da gestão das políticassociais, pois ao definir as suas diretrizes, aponta para a necessidade de que agestão das políticas públicas seja participativa. No caso específico da Assistênciasocial as diretrizes constam do art. 204:

As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas comrecursos do orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além deoutras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes:

I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normasgerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programasàs esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e deassistência social;

II - PARTICIPAÇÃO DA POPULAÇÃO, POR MEIO DE ORGANIZAÇÕESREPRESENTATIVAS, NA FORMULAÇÃO DAS POLÍTICAS E NO CONTROLE DASAÇÕES EM TODOS OS NÍVEIS. (BRASIL/Constituição Federal de 1988)

Esse processo participativo exige tanto a adoção de um modelo de gestão quepermita aos diferentes sujeitos (conselho, usuários, trabalhadores, gestores eentidades) dialogarem continuamente nos processos decisórios, quanto o respeitoe fortalecimento de instâncias participativas.

Dentre essas instâncias reconhece-se que os conselhos de assistência social têmatribuição pública para a função do controle social, pois estes devem terrepresentação de todos os segmentos presentes da política de assistência social.

No que tange à participação no processo de diagnóstico e elaboração dos planosde assistência social, assim como no acompanhamento e monitoramento, é defundamental importância que o gestor e o conselho definam metodologias ecaminhos para que se ampliem o diálogo e a capacidade de reconhecer e articulardiferentes posicionamentos, pois esse processo permitirá o avanço na política deassistência social.

!!! Destaca-se a importância de se ter um cronograma de atividades e que sejam

privilegiados espaços de diálogos com os usuários e a rede de serviços em seusterritórios.

As instâncias de deliberação do SUAS estão regulamentadas no artigo 113 da NOB/SUAS 2012:

I. o Conselho Nacional de Assistência Social;

II. os Conselhos Estaduais de Assistência Social;

III. o Conselho de Assistência Social do Distrito Federal;

IV. os Conselhos Municipais de Assistência Social.

Parágrafo único. As Conferências de Assistência Social deliberam as diretrizes para o aperfeiçoamento da Política de Assistência Social.

A Resolução CNAS 237, de 2006, determina que os Conselhos de Assistência Social deverão ser compostos por 50% de representantes do governo e 50% de representantes da sociedade civil.

Art. 11. A eleição da sociedade civil ocorrerá em foro próprio, coordenado pela sociedade civil e sob a supervisão do Ministério Público, tendo como candidatos e/ou eleitores:

I. representantes dos usuários ou de organização de usuários da assistência social;

II. entidades e organizações de assistência social;

III. entidades de trabalhadores do setor.

As Conferências são espaços voltados para a avaliação da política deassistência social e definição de diretrizes para o aprimoramento do SUAS.Elas ocorrem nos três níveis de governo a cada dois anos e são convocadaspelos Conselhos. No que concerne à relação das conferências com aelaboração dos Planos é necessário que suas deliberações sirvam de basepara a elaboração dos objetivos e metas de aperfeiçoamento

O processo participativo dos usuários pode ser ampliado!

Além do reforço na articulação com movimentos sociais e populares, pormeio de diversos espaços a serem organizados, a NOB/SUAS 2012 indicaoutras instâncias no artigo 126.

I. o coletivo de usuários junto aos serviços, programas e projetossocioassistenciais;

II. comissão de bairro;

III. fórum;

IV. entre outros.

Plano Municipal de Assistência Social e revisões

Diagnóstico Socioterritorial e atualizações

PPA e suas revisões anuais, LOA e LDO

Reuniões do Conselho

Processos de monitoramento e Avaliação –Relatório de Gestão

MOMENTOS QUE REQUEREM PARTICIPAÇÃO

• PREFEITURA (ÓRGÃO GESTOR MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL)

• CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

• REDE SOCIOASSISTENCIAL

• TRABALHADORES DO SUAS

• USUÁRIOS DO SUAS

• OUTROS ATORES SOCIAIS E POLÍTICOS

ATORESENVOLVIDOS

Várias possibilidades existem para se criar as condições para a participação dos atores sociais na produção coletiva dosdiagnósticos e planos. Alguns passos são importantes e que podem servir de um guia:

1. A gestão e o conselho municipal marcam esta tarefa na agenda técnico-política da assistência social municipal

2. A gestão convida todos os atores sociais relacionados ao tema e com responsabilidades públicas

3. Realização de um planejamento coletivo sobre como será o desenvolvimento das atividades necessárias, estabelecendo um cronograma para o trabalho

4. Definição dos responsáveis pela coordenação das atividades, importante para dar direção na condução da tarefa

5. Este coletivo tem uma tarefa a realizar, e ao final dos trabalhos precisam ter um produto, que são os diagnósticos e planos

COMO PROMOVER A PARTICIPAÇÃO?

6. Dependendo do porte do município, haverá necessidade de maior volume de trabalho e este pode ser distribuído em grupos de trabalho (GTs), para otimização da tarefa

7. Os trabalhos devem considerar a seguinte dinâmica: que haja momentos de concentração e momentos de dispersão dos participantes na elaboração. Ou seja, momentos em que todos precisam estar juntos para alinhamento de concepções, informações e formas de elaboração, e momentos dedicados para a operação de coleta de dados para o diagnóstico; por exemplo, quando os responsáveis precisam de tempo para dedicação à tarefa.

8. Os momentos de tomada de decisão vão requerer da gestão e dos participantes do processo posicionamentos calcados nos seus compromissos com a cidadania e com a política pública. É importante que haja espaço para o diálogo por meio da argumentação fundamentada em evidências, do respeito à pluralidade das posições, para que a tomada de decisão seja democrática e construída coletivamente.

Vídeo Ocupa Escola RJ: Os Minos

Perguntas Orientadoras:1. Qual as possibilidades do seu município de elaborar o

diagnóstico assegurando o modelo democrático e participativo, envolvendo o conjunto de atores indicados pela Política?

2. Quais estratégias /medidas seriam necessárias para realizá-lo dentro deste modelo?

3. Quais as dificuldades / obstáculos para realizá-lo? 4. Quais seriam as propostas de superação destas

dificuldades / obstáculos?

Exercício 1

Exercício 2

Supondo que vocês foram designados como equipes responsáveis pela elaboração do diagnostico, planejem o

processo de sua elaboração