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INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER
A Contribuição do Técnico em Farmácia na Prevenção dos Erros de Medicação
Deise Mara Saraiva
Josiana Deyse Calazani da Silva
FARMÁCIA HOSPITALAR
Técnico em Farmácia: Formação e Regulamentação da Profissão
Século XIX – Práticos de botica diagnosticando, prescrevendo o tratamento e vendendo seus próprios produtos. Formação: Aulas práticas e exames perante os comissionários da Fisicatura-mor.
Pereira Sandra. Revista POLI. Ano I – Nº 5 – mai/jun 2009
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Técnico em Farmácia: Formação e Regulamentação da Profissão
Entre os séculos XIX e XX – Posto ocupado pelo boticário foi perdendo espaço. Nasce curso de farmacêutico de nível superior vinculado às faculdades de Medicina.
“Por essa reforma, ninguém poderia curar, ter botica ou partejar, sem título conferido ou aprovado por essas faculdades”.
Lei 3820/60 – Criação dos Conselhos de Farmácia: Fiscalização do exercício da profissão Farmacêutica.
Prevê a inscrição nos Conselhos de Farmácia, em quadros separados, de técnicos de laboratórios de análises clínicas / patologia clínica e técnicos de laboratórios industriais farmacêuticos.
2010 – Criação do Catálogo Nacional de Cursos Técnicos (MEC) – Unificação da nomenclatura dos cursos de nível médio: “Técnico em Farmácia”, não contemplada na lei 3820/60.
Conselho Federal de Farmácia não registra técnicos de nível médio com essa titulação.
Segundo o Catálogo de Cursos Técnicos, o técnico em farmácia
“Realiza operações farmacotécnicas identificando e classificando os diferentes tipos de produtos e de formas farmacêuticas, sua composição e técnica de preparação. Atua no controle de qualidade e na produção e manipulação de formas farmacêuticas e de cosméticos. Pode trabalhar em drogarias, postos de saúde e de medicamentos e farmácias de manipulação”.
O Serviço de Farmácia do INCA consegue reunir em
um único profissional a habilidade de poder desempenhar diversas funções.
As multifunções do Técnico em Farmácia no INCA
Dispensação Hospitalar
Nutrição Parenteral
Estoque e Guarda de
Medicamentos
Dispensação Ambulatorial
Quimioterapia
Farmacotécnica
SEGURANÇA DO
PACIENTE
Segurança do Paciente
Qualquer sistema de intervenção que apresente ou demonstre habilidade para prevenir danos ao paciente no processo do cuidado.
OMS 2006
A segurança depende da criação de sistemas que antecipem os erros e também os previnam ou interceptem antes que causem dano.
Watcher, R.M. Compreendendo a segurança do paciente
Evento Adverso relacionado a Medicamentos
Qualquer dano ou injúria, advindo de medicamentos, provocados pelo uso ou falta do uso, quando necessário. A presença do dano é, portanto, condição necessária para a caracterização do evento adverso. “Estão incluídos neste conceito os erros de medicação e as reações adversas”.
American Society of Health System Pharmacists, 1998
Prescrição
Mistura / Preparo Administração
Distribuição
Erro de Medicação
Dispensação
Qualquer evento evitável que pode causar dano ao paciente ou levar ao uso inadequado do medicamento.
Segurança em Sistemas de Saúde Nos Estados Unidos:
A cada ano 770.000 pessoas sofrem eventos adversos graves e 98.000 pessoas morrem por causas evitáveis
Aproximadamente 28% dos efeitos adversos são produzidos por medicamentos e são evitáveis
Em 1993 7.000 americanos morreram por erro de medicação, contra 6.000 por acidentes de trabalho
Aproximadamente 56% dos erros acontecem durante a prescrição
Fonte: Improving the ICU*part.1.Chest.2005:127:2151-2164. Medical erros:IOM report na underrestimate. Reactions Weekly.
(803):3,May 27,2000.
Fonte: James Reason. Human error: models and management. BMJ 2000;320;768-770
Cadeia de Falhas envolvendo processos e pessoas: O queijo suíço pode ser penetrado por uma trajetória acidental
Dano
Risco
Tipos de erro de medicação
Erros de Prescrição
Erros de Dispensação
Erros de Administração
Erros de Prescrição
Erro de prescrição com significado clínico é definido como erro de decisão ou redação, não intencional, que pode reduzir a probabilidade do tratamento ser efetivo ou aumentar o risco de lesão no paciente, quando comparado com as práticas clínicas estabelecidas e aceitas.
ISPM - Brasil
Exemplos: Ilegibilidade, Falta de concentração/via de administração e Uso de
abreviaturas
Erros de Dispensação
Erros que ocorrem durante a dispensação de medicamentos; discrepância entre a ordem escrita na prescrição médica e o atendimento dessa ordem.
Cohen, 1999
Como o Técnico em Farmácia do INCA
Contribui para a prevenção de Erros de Medicação?
Dispensação Hospitalar
•Política Nacional de Medicamentos
•O papel do técnico
em farmácia é fundamental para
assegurar a qualidade do processo.
Dispensação Hospitalar
Dispensação Hospitalar
Fluxo do Processo
Médico prescreve Enfermagem
apraza
Farmacêutico avalia a prescrição
e tria
Técnico separa os medicamentos
conferindo a triagem
Farmacêutico confere os
medicamentos
Técnico embala os medicamentos
Dispensação Hospitalar
Técnico em farmácia: Atividades Diárias
• Checagem e controle de medicamentos de alto custo • Checagem e controle de validade de medicamentos • Fracionamento de medicamentos sólidos orais ● Separação de medicamentos para uso coletivo e SOS nas enfermarias e ambulatórios = on-line ● Separação de medicamentos para pacientes internados – DOSE INDIVIDUALIZADA ● Atendimento esporádico a pacientes ambulatoriais ● Embalagem de medicamentos
Tipos de erros de medicação na dispensação
1. Triagem da prescrição pelo farmacêutico
2. Omissão de dose ou do medicamento
3. Medicamento dispensado com concentração errada
4. Medicamento dispensado errado
5. Não prescrito e dispensado
6. Forma farmacêutica errada
7. Desvio de qualidade
8. Medicamento vencido
9. Atraso na dispensação dos medicamentos
Desorganização do processo
Processos de trabalho fragmentados (distrações e interrupções) e falta de padronização dos procedimentos (POPs)
Desabastecimento
RH; carga de trabalho excessiva
Ambiente inadequado
Causas de erro de dispensação
Implantação de normas
Conferência do rótulo
Não interpretar ou deduzir prescrições médicas
Não atender prescrições verbais
BPA e BPM/F
Monitoramento
Dupla checagem do processo de prescrição médica, preparo e dispensação de medicamentos, com registro dos erros preveníveis
Sistema de dispensação eficiente e seguro: DOSE UNITÁRIA
Código de barras
Informatização da prescrição com Alertas (doses, duplicação do medicamento)
Estratégias para reduzir erros de dispensação
1 Armazenamento
Ordem alfabética por denominação genérica
Formas farmacêuticas
Identificação de prateleiras nome/concentração
Identificação da validade
Identificação de lote
Embalagens e rótulos semelhantes (alerta visual)
Cuidado ao guardar devoluções
Dentro das condições de conservação exigidas
Cuidados que são tomados para prevenir erros de dispensação
Organização dos Medicamentos no Setor: Etiquetas coloridas
Soluções Parenterais
Cremes e Pomadas
Comprimidos, Cápsulas e Drágeas
Quimioterápicos Antineoplásicos Orais
Colírios, Pomadas oftálmicas e Soluções p/Inalação
Medicamentos Controlados Portaria 344/98
Soluções Orais
Prevenção de Erros com medicamentos Potencialmente Perigosos
2. Etiquetas auxiliares com cores ou sinais de alerta diferenciados na embalagem
Eletrólitos Concentrados
Prevenção de Erros com medicamentos Potencialmente Perigosos
Eletrólitos Concentrados e Glicose 50%
Insulina NPH Insulina Regular
Prevenção de Erros com medicamentos Potencialmente Perigosos
Cuidados que são tomados para prevenir erros de dispensação
Identificação de embalagens semelhantes Alerta prazo de validade curto
Fita de Dispensação Individualizada
Controle de Validade de Medicamentos
Segunda-feira Portaria 344/98
Terça-feira Quimioterápicos – Colírios- Pomadas - Termolábeis
Quarta-feira Líquidos – Medicamentos Não Padronizados
Quinta-feira Intravenosos
Sexta-feira Comprimidos – Cápsulas - Drágeas
Sábado e Domingo Revisão Geral
3 Identificação dos medicamentos: fracionamento/unitarização e selagem
Modelo de etiqueta
Cuidados que são tomados para prevenir erros de dispensação
NIFEDIPINA 10mg HCI/INCA
Lote: 123456 Val: 12/2013 Lote Interno: DH 001 OUT 12 Farm. RT: Aaaaaaaaa CRF xxxx
RDC 67/2007 AnexoVI – Boas práticas para preparação da dose unitária e unitarização de doses de medicamentos em serviços de saúde.
Monitoramento de erros de dispensação
28%
22%19%
10%
17%
2%
1%
1%Triagem
Falta do medicamento
Troca de medicamento
Forma farmacêutica trocada
Quantidade de medicamentos
Falta de etiqueta do paciente
Etiqueta do paciente trocada
Dose do medicamento trocada
Erros de medicação evitados na dispensação de medicamentos
Período de 01 de Março de 2010 a 31 de Agosto de 2010 no Setor de Dispensação Hospitalar da Farmácia do HCI e CEMO
Dispensação Ambulatorial
Dispensação Ambulatorial
Dispensação Ambulatorial
Fluxo do Processo
Médico prescreve Paciente vai até a Farmácia com a
receita
Técnico do atendimento
confere a receita e entrega senha
Técnico separa os medicamentos
Outro técnico confere os
medicamentos e os embala
Técnico entrega os medicamentos ao
paciente conforme a senha
Dispensação Ambulatorial
Técnico em farmácia: Atividades Diárias
• Controle de estoque medicamentos de alto custo
• Controle de validade de medicamentos
• Separação de medicamentos à pacientes ambulatoriais
• Dispensação Orientada ao paciente
• Fracionamento de medicamentos
• Controle de temperatura e umidade do ambiente e
refrigerador (3xdia)
Cuidados para prevenção de erros na Farmácia Ambulatorial
● Registro do nome comercial na receita do paciente
● Medicamento certo Paciente certo
Estoque e Guarda de Medicamentos
Estoque e Guarda de Medicamentos
Técnico em farmácia: Atividades Diárias
• Recebimento de solicitações de produtos
• Abastecimento dos diversos setores da farmácia
• Abastecimento de soluções eletrolíticas grandes
volumes para as enfermarias e postos de atendimento
• Conferência de produtos com as devidas Notas Fiscais
• Recebimento das devoluções de medicamentos
• Organização de prateleiras/controle de validade
• Boas práticas de armazenamento de medicamentos
Farmacotécnica de Não Estéreis
Farmacoténica de Não Estéreis
Técnico em farmácia: Atividades Diárias
• Paramentação e utilização de EPIs
• Solicitação de medicamentos ao estoque
• Higienização da embalagem primária
• Limpeza e higienização da cabine
• Manipulação: Fracionamento e Unitarização de
medicamentos sólidos orais e líquidos
Cuidados para prevenção de erros de
dispensação na Farmacotécnica de
Não Estéreis
• Unitarização da dose e manipulação de um
medicamento por vez
• Atenção e alertas as condições de armazenamento
específico
• Preservar o frasco ou blister junto ao medicamento
manipulado até a conferência pelo farmacêutico
• Atenção a validade atribuída
• Rastreabilidade
Farmacotécnica
Farmacotécnica
Farmacotécnica
Farmacotécnica
Farmacotécnica
Farmacotécnica
Farmacotécnica de Estéreis
Preparo de pré-QT, BCG, NPT e Auxílio
no Preparo de Quimioterápicos
Fluxo do Processo:
Médico prescreve
Farmacêutico avalia a prescrição
e prepara os rótulos
Técnico solicita os medicamentos ao estoque interno
Técnico higieniza os frascos e as
cabines
Técnico manipula os medicamentos conforme rótulo
NPT, BCG e Pré QT
Preparo de pré-QT,BCG e Auxílio no preparo de QT
Técnico em farmácia: Atividades Diárias
• Paramentação e utilização de EPIs – Sala Limpa
• Solicitação de medicamentos ao estoque
• Higienização das bancadas, capelas, materiais e medicamentos
• Manipulação de Pré-Quimioterápicos,Solução Analgésica, Rasburicase,
Imunoglobulina e Interferon
• Auxílio na manipulação de quimioterápicos, fornecendo os medicamentos
e materiais (soro, equipo, seringa e agulha) ao farmacêutico que está
manipulando
• Rotulagem de todos os medicamentos manipulados
• Manipulação da BCG em salas para material biológico
•Acondicionamento da BCG em plástico foto e bolsas térmicas
Cuidados que são tomados para prevenir erros de dispensação na
Quimioterapia
• Atenção as técnicas de assepsia
• Medicamentos com embalagens e rótulos parecidos - distantes na bancada
• Conferência da anotação manual (paciente/medicamento/dose) feita pelo
farmacêutico (QT) e pelo técnico com o rótulo a ser fixado no quimioterápico
• Fixação dos rótulos de forma a deixar exposta a anotação manual feita pelo
farmacêutico, para conferência na dispensação
• Atenção na dose a ser manipulada na pré QT, Solução Analgésica,
Rasburicase, Interferon, Imunoglobulina e Heparina
• Rastreabilidade
44%
7%8%18%
23%
Erros evitados na Elaboração do rótulo
Erro de cálculo
Rasura
Volume de soroinadequado
Erro depreenchimento dorótulo
Período de 01 de Março de 2010 a 31 de Agosto de 2010 no Setor de Dispensação Hospitalar da Farmácia do HCI e CEMO
Preparo de Nutrição Parenteral (NPT)
Preparo de NPT
Técnico em farmácia: Atividades Diárias
• Paramentação e utilização de EPIs
• Limpeza da cabine, bancadas e materiais
• Solicitação de medicamentos ao estoque
• Identificação das bolsas com nome do paciente e horário início
manipulação
• Seringas identificadas e preenchidas com o volume solicitado na
ordem de adição
• Amostra de 5ml da solução (contraprova)
• Amostra 5ml da nutrição para o BacT/ALERT
• Checagem da amostra no BacT/ALERT – Gráfico Linear
Cuidados que são tomados para prevenir erros de dispensação na NPT
• Técnica de assepsia rigorosa
• Reconferência da seringa com o mapa antes de adiciona-la á bolsa
• Atenção na ordem de adição
• Separação do material na bancada para produção de uma única
bolsa
• Conferência das bolsas seladas e rotuladas com o mapa de
produção
• Rótulos Informatizados
• Liberação da bolsa após no mínimo 14h da amostra no BacT
/ALERT. Alteração do gráfico no BacT/ALERT comunicar ao
farmacêutico
Controle de Qualidade
BacT/ALERT
Erros de Medicação – Como evitar?
Reconhecer e analisar os erros como prevenção de sua repetição
Notificar
Cercar sistematicamente os erros e os fatores de não qualidade
Despersonalizar os erros, pois só a analise coletiva é produtiva
Identificar os erros para por em ação medidas preventivas e corretivas
“Nós somos o que fazemos repetidas vezes. Portanto, a excelência não é
um ato, mas um hábito” Aristóteles