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1 INSTITUTO DE EDUCAÇÃO TEOLÓGICA POR MARCOS ALEXANDRE DORNELLES DA SILVA TEMA: A CULTURA COMO BASE DE COMUNICAÇÃO DO EVANGELHO TERESÓPOLIS 2015

A Cultura Como Base de Comunicação Do Evangelho - Marcos Alexandre - Monografia IET

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Monografia apresentada ao curso de Teologia. Graduação pela Instituição de Educação Teológica como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Teologia.

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    INSTITUTO DE EDUCAO TEOLGICA

    POR

    MARCOS ALEXANDRE DORNELLES DA SILVA

    TEMA:

    A CULTURA COMO BASE DE COMUNICAO DO EVANGELHO

    TERESPOLIS

    2015

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    INSTITUTO DE EDUCAO TEOLGICA

    POR

    MARCOS ALEXANDRE DORNELLES DA SILVA

    TEMA: A CULTURA COMO BASE DE COMUNICAO DO EVANGELHO

    .

    TERESPOLIS 2015

    Monografia apresentada ao curso de Teologia. Graduao pela Instituio de Educao Teolgica como requisito parcial para obteno do ttulo de bacharel em Teologia.

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    INSTITUTO DE EDUCAO TEOLGICA

    POR

    MARCOS ALEXANDRE DORNELLES DA SILVA

    Monografia apresentada ao Curso de Teologia. Graduao pela Instituio de Educao Crist, como requisito parcial para obteno do ttulo de Bacharel em Teologia, submetida aprovao da seguinte Banca Examinadora:

    __________________________________ Membro da Banca

    __________________________________

    Membro da Banca

    __________________________________ Prof. Orientador

    Data da defesa: ___/___/_____

    Nota da defesa: ____________

    TERESPOLIS

    2015

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    Dedico este Trabalho de Concluso de Curso minha me, pelo apoio e amor incondicional.

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    AGRADECIMENTOS

    A DEUS, meu Senhor. MINHA FAMLIA. Aos PROFESSORES, pelos conhecimentos transmitidos. Aos COLEGAS (na verdade amigos), pela troca de experincias e solidariedade nos momentos em que mais precisei.

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    EPGRAFE

    Viver conviver e conviver significa tambm interferir.

    (Paulo Suess).

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    RESUMO

    A pregao do evangelho no escapar da Cultura. Ela a base para que o ser humano sobreviva Natureza. A Arte apenas um subconjunto do grande conjunto chamado Cultura. Mas no somente a Arte que o compe. Outros subconjuntos o definem: os hbitos alimentares, as crenas, os modos de se vestir, a lngua etc. H autores que dizem que a Cultura est eivada de secularismo e de aspectos perniciosos. Remeto-me ento etimologia primeva da palavra cultura: cultivo. Logo, cultura assumir a caracterstica boa ou ruim dependendo do que se cultiva. O Evangelho no pode ter seus valores distorcidos por causa da Cultura, mas a sua pregao nunca conseguir se esquivar dela, a comear da lngua local com a qual o evangelho pregado. O presente trabalho um manual de ao para que se atente para o bom uso da Cultura em prol do Reino de Deus. Requer cuidado, mas evitar o contato com a Cultura uma atitude, alm de alienante, impossvel. No somos do mundo, mas estamos nele. H algo disponvel nele que podemos utilizar como base de comunicao do evangelho, para que ele se torne claro, eficaz e acessvel: e esse algo se chama Cultura. Palavras-chave: cultura, evangelizao, comunicao, arte, Jesus Cristo

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    ABSTRACT

    The preach off the gospel cant escape of Culture. Its the base for the human being suvirves nature. Art is only a subset of the great set called Culture. But not only the art that makes up the culture. Other subsets define: eating habits, beliefs, modes of dress, language etc. Some authors say that culture is contaminated by secularism and pernicious aspects. I refer me then the primeval etymology of the word culture: farming. Therefore, culture will take the good or bad depending on the feature that is grown. The Gospel can not have their values distorted because of Culture, but his preaching can never evade it, the start of the local language with which the gospel is preached. The present work is an action manual for that watch out for the good use of Culture for the kingdom of God. Requires care, but avoid contact with the culture is an attitude, and alienating, impossible. We are not the world, but we are in it. There is something available that we can use it as gospel communication base, so that it becomes clear, effective and affordable: and that something is called Culture. Keywords: culture, evangelization, communication, art, Jesus Christ

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    SUMRIO

    1. INTRODUO 10

    2. FUNDAMENTAO TERICA 11

    2.1 Consideraes sobre a Cultura 11

    2.2 Trs tipos de Cultura que servem como base nesse processo de comunicao 16

    3. A PRODUO CULTURAL NO PROCESSO DE EVANGELIZAO 29

    3.1 Socializando o Evangelho por meio dos elementos do conjunto Cultura 29

    4. A COMUNICAO CULTURAL 31

    4.1 Uma Estratgia de Ao no uso da Cultura como base de pregao do Evangelho 31

    4.2 Resultados esperados a partir dessa estratgia 37

    5. CONSIDERAES FINAIS 38

    6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 39

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    1. INTRODUO

    O presente trabalho traz como proposta e ttulo A CULTURA COMO BASE

    DE COMUNICAO DO EVANGELHO. No se pretende reinventar a roda,

    nem trazer o mundo para dentro da igreja com suas influncias artsticas

    arrojadas, modernas e sofisticadas, muito menos apenas em conceber que a

    arte e a esttica precisam estar obrigatoriamente presentes na pregao do

    evangelho. Este trabalho monogrfico se restringe em apenas um tpico, que

    ser ramificado em tantos outros, mas tem como cerne o seguinte: utilizao

    daquilo que h de disponvel em termos de cultura local como suporte de

    transmisso do evangelho para que haja uma comunicao clara e inteligvel de

    modo que os ouvintes o recebam, o compreendam e o assimilem, bem como a

    utilizao dos diversos mecanismos que a Cultura nos proporciona para

    veiculao do mesmo. H muitas linguagens hermticas, ou seja, difceis de se

    entender. E esse grau de dificuldade no est restrito a erudio. H vrios

    outros fatores que dificultam a comunicao de modo a tornarem a pregao no

    to clara, e um dos fatores o uso precrio da cultura local para que se

    estabelea tal comunicao. certo que no somos do mundo, mas por outro

    lado estamos no mundo (Jo 17:15). A alienao, no sentido de estar alheio s

    coisas desse sculo, nos torna ignorantes inclusive acerca dos desgnios de

    satans, pois em tempo de guerra, se faz mister o conhecimento sobre os

    estratagemas do inimigo. Entretanto, se observarmos as prprias Escrituras

    Sagradas, em Salmos 24:1 lemos que do Senhor a Terra e tudo o que nele se

    contm. Entendemos que Deus no condena as coisas, e sim o mau uso das

    coisas. Contudo, necessrio esclarecer que os elementos da terra tambm

    receberam sua dose de maldio por causa da queda do homem, contraindo

    os tais cardos e abrolhos referidos em Gnesis 3:17-18. Mas h de se diferenciar

    o que natural do que cultural. O natural j est contaminado. O cultural pode

    vir a estar contaminado. O Natural o que h. O Cultural o que vem a ser por

    meio da transformao promovida pelo homem ao meio que est inserido ou

    sofrida pelo homem atravs deste mesmo meio levando-o a um determinado

    comportamento (cultural). O tema dessa monografia Cultura, sobre a qual

    veremos mais detalhadamente as suas respectivas definies nos tpicos

  • 11

    subsequentes. Mas antecipamos uma das definies para ratificar aquilo que foi

    mencionado com o fim de demonstrar a necessidade de o evangelho precisar de

    uma boa comunicao para poder ser entendido. A definio a seguinte:

    cultura tudo o que provm da criatividade humana fomentada por aquilo que

    est disponvel. Aquilo que nos est disponvel em termos culturais uma das

    coisas que podemos utilizar para pregar o evangelho, obviamente nos moldes

    cristos de conduta, com o fim de transmitir os valores cristos. Um exemplo

    desse usufruto basilar da cultura para esse fim, de modo positivo, foi o que Jesus

    Cristo fez com o vinho. Em primeiro lugar, necessrio afirmar que Jesus no

    mandou importar as melhores bebidas de outras regies para realizar a ceia. Ele

    utilizou os vinhos daquela regio. Alm disso, realizou um milagre utilizando o

    vinho nas bodas de Can da Galilia (Jo 2:1-12), ou seja, usou a Cultura

    daquele povo, e foi numa festa, outro tipo de expresso cultural local, expresses

    estas que Jesus Cristo nunca ignorou ou desprezou. Muito pelo contrrio: Jesus

    andou pela Cultura para que esta servisse de base de comunicao do

    evangelho.

    2. FUNDAMENTAO TERICA

    No podemos continuar a confundir cultura com a indstria do

    entretenimento to em voga. A cultura uma capacidade individual e coletiva

    numa dinmica de desenvolvimento e integrada num projeto coletivo para um

    determinado territrio. A cultura pensamento e imaginao, racionalidade e

    emoo, construir e partilhar sentidos de vida. Enquanto que o entretenimento

    tende a ser uma consolao anestesiante e cmoda perante as perplexidades

    complexas do mundo atual, e cuja perspectiva implica exclusivamente a viso

    do cidado como mero consumidor (o idiota feliz). (MATOSO, 2010).

    2.1 Consideraes sobre a Cultura

    A Igreja foi chamada para uma misso: ide por todo mundo e pregai o

    evangelho a toda e qualquer criatura (Jo 16:15). A pregao do evangelho a

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    mensagem por meio de significantes e significados, e por se tratar de uma

    comunicao, envolve nesse processo a mensagem, o emissor da mensagem e

    o receptor. Assim sendo, se for uma comunicao clara, acarretar efeitos de

    resultados positivos, isto , a palavra no volta vazia (Is 55:11), que o mesmo

    quer dizer a palavra (mensagem) eficaz (Hb 4:12a). Por isso, h inmeras

    passagens que tambm nos alertam de que no se pode haver rudos na

    transmisso do evangelho, tais como distores, relaxamento, estrpitos etc.

    Jesus Cristo sempre teve esse cuidado. E quando dissemos que Ele teve esse

    desvelo, pensamos logo na essncia do contedo do Evangelho. Mas estamos

    falando no critrio de Jesus ao escolher lugares apropriados para que sua

    mensagem fosse bem audvel e inteligvel, como as reas gramneas e os

    montes da Palestina, por exemplo, cujos posicionamentos dos ouvintes e

    acsticas para receber a mensagem eram ideais. A lngua (local) tambm foi um

    fator preponderante. No to bvio dizer que se escolhe sempre a lngua local

    para se fazer entender. Hodiernamente, h os que nem mesmo se preocupam

    em aprender a lngua local para pregar o evangelho em outros pases, contando

    com tradutores autctones do pas numa arrogncia cultural tal que at parece

    que os ditos pregadores pretendem se fazer valer de sua cultura dita

    hegemnica, (a maioria deles so lderes de ondas e modismos pseudo-

    evanglicos) que adentram em pases alheios e pregam estritamente em sua

    prpria lngua materna por minimizar a necessidade de o aprendizado da lngua

    nativa que estabelece uma comunicao ideal. Jesus utilizou sua lngua local, e

    em sua vertente mais popular (a saber, o aramaico). Jesus utilizou a Cultura

    local! Se fez de fracos para com os fracos ao utilizar o disponvel. Cristo fruiu

    aquilo que h de peculiaridade de cada povo para difundir a sua mensagem, e

    isso o mesmo que se diminuir. O uso da Cultura corrobora ainda mais o

    fenmeno da kenose de Deus (esvaziamento descrito em Fp 2). Despojar da sua

    glria (ptria) celestial e viver como um de ns em toda a essncia da expresso

    o esvaziamento por excelncia. Com isso, Jesus de fato Deus e de fato

    homem uma vez que se esvaziou, e automaticamente se inculturou

    (inculturao a inteno de assumir as expresses culturais de outro grupo

    social, que no caso de Jesus teve como finalidade o ato de comunicar o

    Evangelho).

  • 13

    Afinal, o que Cultura? Encontramos essa palavra na prpria Bblia

    Sagrada (o livro de Daniel no captulo primeiro traz esse vocbulo, mostrando-

    nos como exemplo os jovens Daniel, Ananias, Mizael e Hazarias, que eram

    versados nas culturas dos povos), e no h o mnimo sentido pejorativo quando

    encontramos tal vocbulo nas Escrituras Sagradas. Apenas quando se fala dos

    costumes pagos (da mesma forma que arte, costume apenas um

    subconjunto contido no grande conjunto chamado Cultura. E s o fato de ser

    costume no o problema. O problema est no fato de ser costume pago). Por

    extenso, portanto, entendemos que o problema no a Cultura em si, mas a

    cultura que no sadia, que no edifica. Mahatma Gandhi, grande pacifista

    indiano, dizia que considerava positivas todas as culturas, menos as que

    subjugavam outras. Conclui-se ento que o mau uso da cultura que o

    problema.

    Em primeiro lugar, vejamos os significados de cultura.

    Etimologicamente, podemos afirmar que cultura o mesmo que cultivar, e vem

    do latim colere, que significa 'lavoura, cultivo dos campos' e, ao mesmo tempo,

    'instruo, conhecimentos adquiridos' vocbulo este surgido nos primeiros

    sculos do milnio em Roma. Portanto, nos primrdios, e em estrito senso,

    tratava-se de um ato. E um ato neutro, pois se pode cultivar sementes boas ou

    ms. Dependendo do gnero, o que se est cultivando o que determinar se o

    ato foi benfico ou malfico. E ao longo do tempo, a partir de anlises mais

    reflexivas, foi-se ampliando cada vez mais o que se entendia por cultura. Vrias

    reas do saber, como a Filosofia, a Antropologia, a Sociologia e a prpria

    Teologia j apresentaram vrios significados sobre o vocbulo. Como no

    pretendemos compor um tratado filolgico sobre o termo para esgot-lo,

    abordaremos apenas alguns conceitos pertinentes ao tema do presente trabalho

    monogrfico.

    Mesmo com base neste conceito primrio, j podemos chegar a alguma

    elucubrao. A partir dele, duas definies de cultura passam a assumir dois

    conceitos distintos que so os seguintes: um em que o objeto de cultivo

    externo ao cultivador; e outro em que o objeto de cultivo o prprio cultivador

    (BAITELLO JR., 1997.). Ento, vemos a cultura sendo parte do ser humano, e

    no apenas o que este ser produz. Podemos fazer um paralelo com a pregao

    do evangelho (o homem no s edifica como tambm edificado") e com a

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    promoo da paz (o homem passa a ter nele a paz ao promover fora dele essa

    paz). Logo, esta paz internada e externada, bem como a Cultura. Ao cultivar,

    ele tambm cultivado. E ao cultivar, ela (trans)forma o ambiente em que est

    inserido ao mesmo tempo que se (trans)forma, pois passa do estado no

    produtivo para o produtivo. Assim tambm o homem quando nasce de novo

    (do esprito) em termos da f crist, pois deixa o antigo estado e assume o novo.

    Passar de meramente Natural a ser Cultural exclusividade do homem, no

    momento em que d seu primeiro choro. Seres exclusivamente naturais so

    somente os animais irracionais, no ns. Portanto, o fato de sermos culturais, de

    acordo com o antroplogo americano Alfred Kroeber, nos difere dos demais

    animais (LARAIA, 1989).

    Ento, ao mesclar os aspectos extrnsecos e intrnsecos que conceituam

    o termo cultura, nasce a mais conhecida definio do vocbulo, muito corriqueira

    em lxicos: a cultura todo aquele complexo que inclui a arte, as crenas, o

    conhecimento, os costumes, a moral, a lei e todos os outros hbitos adquiridos

    pelo homem. Tal definio uma impecvel mostra de que se trata de um

    conjunto que aambarca vrios subconjuntos, como j foi dito. O interessante

    que nela encontramos as crenas, os costumes, a lei etc., termos estes que so

    muito familiares no que concerne terminologia crist. H a moral crist, h a lei

    crist (decerto que no somos adeptos do legalismo no sentido judaizante ou

    fundamentalista, mas Paulo se refere lei como espiritual em sua epstola aos

    Romanos (Rm 8:2), logo, h a lei crist), h os costumes cristos (embora no

    se deva apegar demasiadamente a eles para no beirarmos o ritualismo, o

    cristo cultiva os costumes de ir Igreja, de cear, de estudar a Bblia etc.).

    Conclui-se que todos estes termos esto includos (ou como diria um

    matemtico, esto contidos) no conceito (ou conjunto) Cultura, compondo-o por

    justaposio uma vez que se complementam entre si. Portanto, por sermos um

    tipo de crena, de uma moral etc, inevitavelmente fazemos parte desse imenso

    mosaico chamado Cultura.

    J em termos antropolgicos, a Cultura compreendida como a

    totalidade dos padres aprendidos e desenvolvidos pelo ser humano. A cultura

    a partir do conhecimento da cincia chamada Antropologia tem como objetivo

    representar o saber proveniente da experincia vivenciada por uma comunidade.

    Portanto, conclumos que no seio da igreja instituio (visvel), e at mesmo na

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    igreja espiritual (invisvel), h o aprendizado, o discipulado, a leitura das

    escrituras, o ouvir da pregao etc. Logo, h a disseminao da Cultura nesse

    sentido antropolgico no meio cristo. E no somente estritamente a mensagem

    do evangelho. A Igreja hoje recebe inmeras orientaes acerca de diversos

    assuntos, tais como sexualidade, poltica internacional, violncia contra as

    mulheres etc., tudo luz das escrituras. Por meio de seminrios, palestras e

    prelees sobre esses assuntos, a igreja recebe essa transmisso cultural.

    Agora observe esse texto:

    A primeira vez que o termo 'cultura' aparece

    como um conceito de cunho antropolgico

    na Alemanha, em 1793, no verbete Kultur do

    Dicionrio Adelung: "A cultura o

    aperfeioamento do esprito humano de um

    povo. Assim, haveria diferentes nveis de

    'aperfeioamento espiritual' entre as etnias e

    subentende-se que cada povo teria um

    determinado grau de desenvolvimento nesta

    escala. Desde o incio a noo de cultura foi

    etnocntrica porque desqualificava as

    sociedades 'primitivas' e tradicionais frente a

    sua prpria e suposta superioridade cultural.

    H de se ter cuidado com essa afirmao, claro. No podemos seguir

    os tpicos apregoados pelo pr-gnosticismo, movimento do primeiro sculo, que

    ensinava que a salvao s poderia ser obtida atravs de conhecimento

    especial (NEVES, 2012), nem que h em ns um aperfeioamento de esprito

    no sentido evolutivo, como assim pregam os budistas, muito menos que, quanto

    maior cabedal de conhecimento de um determinado povo que apresente um

    indicativo considervel de saber, de tecnologia e de intelectualidade, maior o

    grau de desenvolvimento daquele povo, uma vez que existem diferentes padres

    civilizatrios. No entanto, podemos extrair algo de positivo nesse texto

    (sobretudo, o seguinte trecho: A cultura o aperfeioamento do esprito humano

    de um povo) no sentido de conceber que ignorncia e alienao nunca ajudou

    ningum a chegar a lugar algum. E quanto mais se exercita o aprendizado a

    partir de noes culturais, mais se controla a natureza e a si mesmo. Podemos

  • 16

    fazer um paralelo com nossa conduta crist, expressa na nossa luta diria contra

    o pecado que de fato tenta exercer um controle sobre ns, mas quando

    entregamos esse controle nas mos de Deus e nos enchemos do Esprito

    Santo, conseguimos obter o domnio sobre o pecado, aperfeioando-nos no bem

    (Hb 13:21) e no amor (1Jo 2:5)).

    E como encerramento da abordagem sobre o conceito Cultura, eis uma

    citao de Roman Jakobson que concebeu que a cultura conjunto de

    referncias comuns a emissor e receptor (JAKOBSON, 1971). Precisamos

    explicar mais uma vez que a pregao do evangelho uma comunicao. E

    para que esta seja estabelecida almejando resultados eficazes segundo o

    propsito da grande comisso, preciso que o evangelho seja comunicado com

    o mximo de clareza de modo que se torne inteligvel e receptvel. Essa

    transmisso prxima ao ideal requer a utilizao do suporte cultural. Segundo

    Paulo Suess, O Evangelho a graa de Deus em expresses humanas. No

    foi toa que Jesus Cristo fez uso de parbolas para passar a sua mensagem,

    uma vez que elas eram simplesmente o que havia de conhecimento local em

    termos de cultura popular do povo judeu daquele contexto histrico cultural. Ao

    se familiarizarem com a parbola (expresso humana), os ouvintes entendiam e

    assimilavam os princpios do evangelho (expresso divina).

    2.2 Trs tipos de Cultura que podem servir como base nesse processo de

    comunicao

    H uma mirade de expresses humanas, bem como h uma infinidade

    de culturas locais, alm do fato de que a Cultura no algo esttico, e sim

    dinmico, progredindo a cada vicissitude uma vez que se a natureza altera, o

    conhecimento se recicla e o evangelho se apodera de vrias outras metodologias

    para que adapte a propagao dele (e que fique bem claro que o evangelho so

    princpios, no tendo, portanto, que se adaptar. O que muda so os mtodos,

    no os princpios). Consecutivamente h a renovao cultural tambm. Isso

    bom, pois no somente vemos diversidade em se tratando da localidade, mas

    atravs dos tempos.

  • 17

    H a cultura que se perpetua atravs dos tempos, como o patrimnio

    histrico, mas h tambm a transitria de um determinado contexto histrico

    cultural. Por isso que temos que ter cuidado acerca do que descritivo e

    prescritivo na Palavra de Deus. Dois exemplos clssicos so os momentos em

    que Paulo fala s mulheres que no mantenham o cabelo cortado em um

    determinado contexto(I Co 11:3-16) e que se mantenham caladas em outro (I Co

    14:34). Tratava-se de uma explanao direcionada ao pblico feminino daquele

    contexto histrico cultural especfico para que atentasse para o fato de que as

    outras mulheres que faziam parte do culto Deusa Afrodite ou do templo de

    Apolo se comportavam da seguinte maneira: respectivamente, cortavam cabelo

    e falavam durante os cultos, e a preocupao de Paulo era que, naquele

    determinado tempo ou cultura, no se reproduzisse o comportamento do povo

    pago, uma vez que o contraste entre a luz e as trevas precisa ser bvio. Mas

    era especfico daquele momento, ou seja, algo descritivo, e no prescritivo. A m

    interpretao e uma exegese equivocada causam confuso. Eis a um exemplo

    que demonstra o porqu da necessidade de se utilizar tpicos de Cultura. para

    que haja um eficaz entendimento das Escrituras Sagradas com o fim de

    promover um ensino claro das mesmas s Igrejas analisando a contextualizao

    cultural das situaes.

    Como j foi dito, o presente trabalho monogrfico no tem a pretenso de

    esgotar o assunto, enumerando as culturas de todos os povos para que se

    transmita uma minuciosa frmula de como se evangelizar em cada tipo de

    cultura. Isso funo da missiologia e da antropologia cultural, que por meio de

    pesquisas de campo, mapeiam os povos, tribos e raas ao detectar os fatores

    identitrios culturais de cada povo e etnia, a partir de ferramentas dessas reas

    do saber, tais como relativizao (compreender o outro a partir dos seus prprios

    valores, e no nos nossos (ROCHA, 1994)), trabalho de campo etc.

    No nosso caso, nos apoderaremos de classificaes a partir de trs

    noes fenomenolgicas acerca do conceito Cultura. Trata-se de uma trade

    que parece conflitiva entre si, mas no : cultura de massa, cultura popular e

    cultura de elite.

    Antes de nos aprofundarmos sobre cada uma das trs, podemos fazer um

    paralelo com tais noes citando algumas prticas de cada uma delas descritas

  • 18

    na prpria Bblia: vemos a cultura de massa nos gritos de hosana proferidos

    pelo povo no momento da entrada triunfal em Jerusalm (um aspecto positivo da

    cultura de massa) e os gritos de crucifica-o (um aspecto negativo dela),

    mostrando de fato que nem sempre verdadeiro o adgio em latim vox populi,

    vox dei (j que nem sempre a voz do povo a voz de Deus). Um exemplo de

    cultura popular, como j foi mencionado, so as parbolas proferidas de Jesus.

    E exemplo de cultura de elite, podemos encontrar na poesia hebraica, com todo

    o seu estilo, repleto de antteses, paralelismos etc.

    Como no poderia ser diferente, em nossa localidade, da mesma forma

    como em outra localidade qualquer, encontramos esses trs tipos de cultura, que

    parecem rivalizar entre si, mas na verdade no rivalizam. Nstor Grcia Canclini,

    pensador cultural, diz que essas barreiras na verdade no existem, pois h uma

    espcie de hibridizao das trs noes (CANCLINI, 1998). De fato,

    constatamos isso tomando como exemplo o povo brasileiro, seja ele cristo ou

    no, que v um futebol ou uma novela (cultura de massa), brinca quando

    criana em meio ludicidade cultural repleta de msicas e brincadeiras

    folclricas (cultura popular) e provavelmente em algum dia de sua vida visitar

    um museu ou apreciar uma exposio de arte ou um recital de msica clssica

    (cultura de elite). Os exemplos ilustram que o ser humano no precisa se

    radicalizar em apenas um tipo de noo fenomenolgica sobre cultura. Apenas

    precisa reter o que bom de cada uma delas. No caso dessa trade, que foi

    definida a partir dos pensamentos acerca da indstria cultural postulada pela

    Escola de Frankfurt (cujas figuras proeminentes so os pensadores Theodor

    Adorno e Max Hokheimer), encontramo-la tambm no seio da igreja instituio,

    com as pregaes do tipo arrasa quarteiro e os famigerados shows gospel

    (cultura de massa), as dinmicas ldicas, festas tpicas e momentos de

    comunho com diversificados hbitos alimentares (cultura popular) e as

    apresentaes de orquestras e corais cristos (cultura de elite). Mas para que

    no haja nenhuma espcie de preconceito acerca das noes, se faz mister um

    acurado estudo das mesmas.

    A Cultura de Massa causa um certo desconforto nas alas mais

    conservadoras, claro, por beirar o entretenimento, mas algo que no

    podemos ignorar. H inclusive os que nem ao menos considere essa vertente

  • 19

    como cultura. Deixando o mrito de lado, abordaremos aquilo que move

    multides uma vez que Jesus Cristo nunca as evitou, como por exemplo o

    milagre da multiplicao de pes e peixes. Contudo, seu po e peixe nunca foi

    po e circo. O problema est no fato de as massas se deixarem levar com

    facilidade. A massa no reflete. Ela no conduzida conscientemente, mas

    induzida ou manobrada. Ela passiva, no ativa. Por isso que determinados

    lderes carismticos mal-intencionados, sejam religiosos ou no, que tm o

    poder da palavra, induzem facilmente tais multides incautas. Elas so como

    gros de areia, unidas, mas sem nenhum poder de autonomia, facilmente

    impelidas pelo vento. O pregador do evangelho e o produtor cultural sensatos

    no se faro valer desse atributo indefeso das massas para manobra-las. Muito

    pelo contrrio. Trata-las-o com benevolncia, alimentando-as com a Palavra de

    Deus, com pes e peixes e tambm com Cultura.

    Somente para efeito de exemplo, mencionarei trs tipos polmicos de

    Cultura de Massa, dos meios seculares, culturais e evanglicos,

    respectivamente: o funk, a dicotomia futebol/telenovela e a chamada cultura

    gospel. Todos vistos por muitos como instrumentos de alienao, entrave para

    a dedicao plena ao servio de Deus ou simplesmente uma praga dos dias

    atuais. Entretanto, inegvel dizer que tais culturas de massa tem influncia

    sobre o povo de Deus. Tambm bvio que certas catarses coletivas em

    manifestaes espirituais no seio eclesistico se assemelham em muito com o

    mover das citadas culturas acima, e podemos fazer um paralelo apenas para

    efeito de estudo.

    Todos os trs exemplos de cultura de massa tm uma caracterstica

    comum: no preciso muita complexidade para pensar ou praticar. Estaramos

    sendo insanos se dissermos que todas as trs devem ser urgentemente aceitas

    como benficas para a igreja, ou melhor, para que sejam base de comunicao

    do evangelho do jeito que so, nuas e cruas. Mas tambm imprudente, qui

    utpico, ignor-las

    O funk, por exemplo. Antes de fazer uma breve abordagem histrica

    desse movimento cultural de massa, menciono exemplos positivos de algumas

    situaes descritas na prpria Bblia de comportamentos da massa bem

    parecidos aos adeptos do funk carioca. Primeiro, um aspecto negativo. As tais

  • 20

    cantigas de beberres que ofendiam Davi, mencionadas nos Salmos. Mas esse

    mesmo Davi foi enaltecido e reconhecido por uma cano desse formato, de

    fcil entendimento e do coro da massa, que foi o momento em que a multido o

    equiparou a um guerreiro que fere dez milhares, enquanto Saul, apenas

    milhares. No estamos querendo dizer que basta fazer funk que veicule a

    verdade que j se est fazendo o uso da cultura de massa como base de

    comunicao do evangelho. O que se pretende demonstrar que a massa age

    assim. Produz de imediato, sem muito pensar (na maioria das vezes, sem pensar

    mesmo, mas inegvel que o agir sem refletir um problema (Pv19:2)). Todavia,

    por no encontrar censura ou barreiras para que se expresse, a massa comunica

    de modo clere e torna conhecido o bvio, coisa que o elitizado e o

    excessivamente reflexivo muitas das vezes, por meio de circunlquios, no o

    fazem. Jesus Cristo mostrou que seu discpulo Pedro, que apresentava um

    comportamento impulsivo e emotivo, bem como os dos adeptos da cultura de

    massa, agiu muitas vezes sem pensar, por impulso, irrefletidamente. Tal

    comportamento pode apresentar pontos negativos, como quando Pedro

    decepou sem pensar a orelha de Malco (Jo 18:10), mas, por mais paradoxal que

    possa parecer, h tambm os pontos positivos, uma vez que Pedro, mesmo que

    tenha andando poucos passos, foi o nico apstolo que andara sobre o mar (Mt

    14:29). Agir sem pensar sempre errado, mas o que age sem muito pensar

    sempre age e nunca deixa de agir. preciso ento corrigir com carinho e

    considerar sempre que a massa, por ser passiva, bem parecida com a ovelha,

    animal passivo sempre mencionado nas analogias que mencionam Cristo (o

    sumo pastor) e o seu rebanho.

    O breve histrico do funk (carioca) nesse trabalho monogrfico simples:

    uma batida musical percussiva repetitiva eletrnica picante com letras fceis

    que geralmente induzem o adepto sensualidade, adicionada a letras que no

    tenham bom tom ou que, para encerrar a questo, levam apenas a uma diverso

    libertina. De fato, a prpria etimologia do funk quer dizer apimentamento (tornar

    picante). Mas o que no se pode ignorar que o funk o que h de mais fcil

    para que algum possa produzir expresso musical. Uma batida musical e uma

    letra fcil de ser cantada at por quem desafinado. Como o cntaro da mulher

    samaritana. Um recipiente simples de um ser humano que naquela poca era

  • 21

    preterido, discriminado e menosprezado, mas que Jesus usou como base de

    comunicao do evangelho. Mais uma vez preciso ser dito que a soluo

    imediata no se apoderar do funk e acrescentar uma letra crist ao som desse

    ritmo e lana-lo de qualquer jeito dentro da liturgia da igreja. Mas alertar que, em

    algum momento, at mesmo esse que o mais controverso suporte pode ser um

    cntaro samaritano nas mos de Jesus para que ele ensine que ele a gua

    viva!

    H algo tambm a dizer sobre a dicotomia futebol/novela (a referncia a

    eles de modo simultneo apenas para que no haja machismo nem feminismo

    na explanao). H telogos liberais que j se referiam ao livro potico da Bblia

    sobre a histria de J como uma novela, fato este que o autor do presente

    trabalho no concorda por conceber que a histria de J real, e no fictcia.

    Todavia, essa classificao nos ajudar a mostrar que o termo novela vem de

    classificaes literrias, sendo a novela um intermedirio entre o conto e o

    romance. Quando os seres humanos, sobretudo os latinos, resolveram chamar

    programas televisivos com tramas produzidos em inmeros captulos de

    telenovelas, equivocaram-se, pois deveriam chamar de tele romance, uma

    vez que o romance que tem muitos captulos, e a novela, enquanto gnero

    literrio, poucos, assim como o livro de J. Enfim, a telenovela uma cultura de

    massa, que de fato torna o sujeito uma massa passiva, e no reflexiva. Ela

    aliena, (de)forma opinio (uma vez que geralmente transmite valores contrrios

    aos princpios cristos) e todo o resto de influncias negativas que todos ns j

    conhecemos. Da mesma forma, o futebol. Enquanto a telenovela penetra

    majoritariamente ao universo feminino, por causa dos elementos que a

    compem com a seguinte frmula: drama, romance e violncia; com o futebol

    mesma coisa, cuja a frmula virilidade, competitividade e violncia, para

    atingir o pblico masculino. E ambos, por serem exemplos de cultura de massa,

    alienam, tornam o sujeito passivo, irreflexivo etc. Mas ser que so somente

    estas as caractersticas da dicotomia futebol/novela?

    Seno vejamos: o futebol um esporte. O apstolo Paulo utilizou como

    base de comunicao do evangelho os esportes, como corridas (I Co 9:24), lutas

    (I Co 9:27) etc. Tal utilizao dos esportes no seria tambm uma forma de se

    fazer entender, i. e, uma base de comunicao? Em primeiro lugar, temos que

  • 22

    considerar que a maioria das pessoas no possuem um satisfatrio coeficiente

    de intelectualidade para assimilarem coisas muito complexas. Da que vem a

    explicao de o conceito elite muita das vezes ser empregado nesse caso (a

    nosso ver, equivocadamente), entendido por alguns como minoria superior. A

    massa ento supostamente entendida como maioria inferior. Entretanto,

    reflitamos: tanto o futebol como a novela, mesmo que sejam um instrumento de

    alienao, se apresentam como uma frmula simples. O futebol um jogo cujo

    objetivo to simples que passa a ser simplista: a bola tem que passar a linha

    de uma trave. A telenovela so captulos que se restringem em exibir em meio

    televisivo simplesmente uma ilustrao da vida real de maneira encenada (em

    ritmo lento, se comparado aos filmes e s minissries). A histrias das

    telenovelas so representaes da prpria vida, da prpria sociedade, com uma

    pitada de formao de opinio segundo o ponto de vista dos autores, mas o

    citado ritmo lento a estratgia de os produtores de telenovelas para que tal

    cultura de massa se ajuste ao crebro da massa que as assiste, resultando em

    adeso em massa. Nada de linguagem excessivamente hermtica! to

    simples que os cristos muitas vezes no percebem que as ciladas do inimigo

    (propagadas na novela) so na verdade sutilezas, e o que a sutileza seno

    algo simples e fcil de se assimilar.

    H ento as vrias propostas evangelicalistas de se ter ento jogadores

    de futebol, autores e atores de telenovela cristos para que se reverta o quadro

    de tais culturas de massas, de modo que as telenovelas e o esporte breto no

    influenciem negativamente. Contudo, na prtica, o que vemos so pessoas se

    corrompendo ou se comportando como os mpios ao ingressarem nesses meios,

    sendo poucos os bons testemunhos.

    O propsito desse trabalho diferente dessas estratgias ditas culturais

    existentes por a. A pergunta que surge : ento a metodologia do inimigo

    acertada e temos que copi-la? Em nossas instituies eclesisticas deve haver

    campos de futebol e telenovelas crists? No seria essa a soluo mais

    apropriada para estar em consonncia com o uso da cultura de massa como

    base de comunicao do evangelho. No precisamos aderir metodologia po

    e circo com uma roupagem evanglica. Mas o que temos que nos atentar

    que, no contexto cultural dos nossos tempos, h uma sociedade que possui toda

  • 23

    a caracterstica de cultura de massa. preciso apenas que tenhamos

    conscincia disso: nossa gerao adepta Cultura de Massa. Tendo essa

    informao, que nos apoderemos de ferramentas para saber como agir. A revolta

    vociferante contra a adeso da membresia da igreja a esse tipo de cultura algo

    sem nenhuma valia. A proposta desse trabalho agir da seguinte maneira: j

    que recebemos diariamente em nossas casas tais telenovelas (mesmo quando

    nossas televises esto desligadas, a sociedade tambm eivada por esses

    esportes e produes televisivas alienantes), lembremos como Jesus reagiu ao

    receber uma moeda com a efgie e inscrio de Czar (e a inscrio era a

    seguinte: Cezar Deus) dos fariseus (Mt 22:15-22). Faamos como ele!

    Transformemos tais temas abordados nas mpias telenovelas em pregao do

    Evangelho, da mesma forma que Jesus fez quando recebeu uma mensagem

    totalmente contrria dos princpios do evangelho da inscrio da moeda. De

    Cezar Deus, ele tornou em Dai a Cezar o que de Czar, e a Deus o que

    de Deus. Jesus no diz Ei, essa frase dessa moeda est errada. Vamos ento

    gastar um enorme tempo de nossas vidas corrigindo-a para ento responder

    pergunta de vocs, colocando cristos na Casa de fundio de moedas de

    Czar para cunhar frases de culto ao bom Deus. No se gasta muito tempo em

    corrigir o que se est torto, mas se apodera de algo torto com sabedoria e

    praticidade para us-lo como uma base de comunicao do evangelho. Sem

    perda de tempo!

    Agora, tratemos da cultura de massa dita cultura gospel. Antes da

    explanao, necessrio afirmar que, da mesma forma que o funk que est em

    nosso meio no o funk genuno vindo dos EUA, a cultura gospel do nosso pas

    no o mesmo que o gospel dos EUA. O gospel norte americano se originou

    como um estilo musical proveniente das igrejas pentecostais afro-americanas

    com influncias do rythm and blues. O termo gospel tambm traduzido como

    evangelho, mas por aqui perdeu todo o sentido cientfico. Em nosso pas,

    msicas com letras crists tem como classificao gospel, independente de

    estilo musical. Tais msicas so propagadas pela mdia mercadolgica,

    contando com grandes gravadoras, rdios, videoclipes, tietagem e

    megaeventos. Mas uma vez preciso considerar: no adianta fechar os olhos

    para o que est instaurado. E bvio que a dita cultura gospel tem penetrao

  • 24

    considervel nas igrejas, j que a igreja instituio o seu nicho mercadolgico.

    As ondas e os modismos so caractersticas precpuas da cultura de massa.

    realmente necessrio afirmar que ondas e modismos em nada tm a ver com o

    evangelho. Contudo, o que ningum pra para reparar que dentro desse

    circuito, h os que abdicam dos ditames do mesmo, inclusive de forma

    declarada, mas que ainda so classificados como adeptos da cultura gospel.

    um efeito que pode ser percebido quando se pressupe que um pastor um

    aproveitador, o inserindo no mesmo balaio dos falsos pastores. H no meio da

    cultura gospel, por incrvel que parea, os artistas (praticantes de uma arte)

    srios, que no deixaram se corromper. No porque poltico que

    necessariamente precisa ser corrupto. Um sistema, seja ele qual for, pode conter

    pessoas srias, pode conter cristos! Paulo saudou os da casa de Czar (Fp

    4:22)! E tambm h os que j se apartaram dessa classificao cultura gospel,

    como o Rodolfo Abrantes, ex-vocalista do grupo de rock secular Raimundos, que

    atualmente tem uma pregao combativa em relao a essa cultura, mas que

    ainda mantm uma agenda de apresentaes (o termo show, ele no usa mais),

    fs, cach etc. No o que acontece com alguns pregadores, que possui

    agenda, admiradores etc.? E estes que os tem? So todos pilantras, estrelas ou

    no condizem com o evangelho? H sim, nesse tipo de cultura os aspectos

    negativos, mas se o artista, mesmo pertencendo cultura gospel, rejeita

    adorao, privilgios etc., no pode ser respeitado e convidado para

    programaes nas igrejas? No posso deixar de mencionar a cantora Cassiane,

    que todos associam cultura gospel. Ela sria, e de fato uma verdadeira

    adoradora!

    Conclumos ento que, mesmo sendo a cultura de massa um produto da

    industrializao cultural, que geralmente massifica, aliena e torna o sujeito

    passivo, com sabedoria, discernimento e cuidado, podemos utiliz-la como base

    de comunicao do Evangelho.

    No caso da cultura popular, lidamos ainda com um grupo de pessoas,

    sendo este no um grupo induzido, passivo, como um gro de areia, mas uma

    coletividade organizada em torno de um s objetivo, e essa coletividade ativa,

    reflexiva e tem inclusive conscincia revolucionria e identitria. Apesar de sua

    expressividade ser oriunda do povo, resistente massificao cultural.

  • 25

    Segundo Antnio Augusto Arantes, a cultura popular est a servio do povo, isto

    , dos interesses efetivos do pas, mostrando que o que a define a

    conscincia de que a cultura tanto pode ser instrumento de conservao como

    de transformao social (ARANTES, 1996).

    Apresento como texto base desse pensamento o seguinte trecho:

    Sabemos que as manifestaes de nosso

    folclore no so consideradas pela cultura

    protestante, exceto com simples curiosidade,

    quando, na realidade, poderiam ser uma

    forma de relao e de comunicao

    extraordinariamente rica e natural. Se

    verdade que o grupo oculta sua cultura

    diante do colonizador, necessrio que

    saibamos descobrir as variedades dessa

    cultura sua origem, seus sincretismos, a

    diversidade regional, as interpretaes que

    do artistas, poetas e novelistas. O impacto

    da tcnica moderna, em que pese a

    tendncia de uniformizar usos e costumes,

    no conseguiu deter, nem tampouco limitar

    os aspectos particulares de cada cultura. A

    antropologia cultural ensina que cada grupo

    adota seu prprio modo seu estilo. Enquanto

    isso, o programa de nossas Escolas

    Dominicais, por exemplo, a repetio do

    que se fez em outras partes do mundo, o que

    comprova sua imposio forada. Isto

    significa que devemos aprender muito dos

    antroplogos e dos socilogos, procurando

    uma base cientfica para o estudo sobre as

    formas autctones que a Igreja e suas

    instituies devem adotar na Amrica Latina.

    No se trata, simplesmente de variar a ordem

    do culto, introduzindo msica popular ou

    fragmentos de autores nacionais. Isto pode

    ser feito, mas no significa,

    necessariamente, identificar-se com as

  • 26

    expresses da cultura nacional e regional.

    Trata-se, no fundo de uma descoberta

    revolucionria: encarnar-se na cultura

    autctone. Sem isto, provavelmente, nunca

    chegaremos a saber o que significa uma

    nova estrutura da congregao local, fato

    que de algum modo deve expressar esse

    encontro e manifest-lo (CESAR, 1968).

    Somente esse trecho esgota o que se quer demonstrar com a cultura

    popular em prol do evangelho. Todavia, um comentrio a mais sobre ele

    completa o que o autor deste trabalho quer propor. Hoje, e sempre que nos

    entendemos por frequentadores de igrejas evanglicas, no encontramos uma

    enculturao (ou socializao cultural, que o aprendizado da nossa prpria

    cultura) plena da igreja, apesar de que na ala pentecostal e em alguns

    segmentos tradicionais da cristandade brasileira encontrarmos suportes culturais

    autctones, como base de comunicao do evangelho tais como msicas,

    danas e at mesmos citaes de autores de nossa literatura popular do

    repertrio literrio mas, como o texto acima nos mostrou, isso no o suficiente

    nem demonstra de fato uma forma de relao e de comunicao

    extraordinariamente rica e natural do evangelho por meio de nossa cultura.

    Esse processo seria extremamente saudvel para que, como tambm o

    trecho mostra, nos desarraiguemos de amarras coloniais que, apesar de no

    temos nenhuma relao com a interveno jesutica que se caracterizou como a

    vinda do Europeu para c no af de explorar a colnia sul americana e deter o

    avano do protestantismo, tambm criamos e mantemos a caracterstica colonial

    quando ignoramos a cultura popular local. E o que de fato ignorar?

    Precisamos deixar bem claro que a soluo no rechaarmos por

    completo os nossos modelos de culto que so de fato idnticos aos dos pases

    beros do protestantismo da Europa e das igrejas dos Estados Unidos da

    Amrica. inevitvel que culturas hegemnicas sempre tero enorme influncia.

    realmente uma utopia criar uma igreja genuinamente brasileira. Nada

    nacionalmente puro em termos culturais. O prprio evangelho no o (h nele

  • 27

    a cultura grega, hebraica, latina etc). Segundo o dizer de Paulo Suess, os

    mistrios de Deus no cabem numa [s] cultura (grifo meu). Contudo, no

    nada inteligente deixar de transitar ou comunicar plenamente o evangelho com

    base no que h de bom em nossa cultura popular, tais como a nossa culinria,

    o nosso jeito cordial (termos este no segundo Sergio Buarque de Holanda que

    alude ser o brasileiro o povo que aceita tudo de bom grado, mas a partir do

    conceito original do termo, criado por Ribeiro Couto, mostrando que ser cordial

    o povo que age com o corao), a ludicidade, a criatividade e a riqueza do

    repertrio cultural folclrico que no tem somente teores pagos e msticos, mas

    riquezas morais como as prprias parbolas proferidas por Jesus (este jamais

    descartou essa expresso cultural popular) que podemos encontrar em

    literaturas de cordis, melodias do cancioneiro popular etc.

    Ademais, no se tem um interesse em enaltecer tanto as figuras crists

    histricas e folclricas, como as do Padre Jos Manuel da Conceio, como se

    tem feito com figuras de suma importncia como Joo Calvino, Martin Lutero,

    Charles Spurgeon, Charles Finey, D. L. Moody, John Wesley. De fato, so figuras

    que compe a nossa histria crist, mas tivemos em nosso pas simplesmente

    um padre que se tornou protestante e utilizou em muito a nossa cultura popular

    como base para comunicao do evangelho. Sem contar que, ao construirmos

    nossos templos, as estticas so bifurcadas a partir de duas referncias: esttica

    europia para construo de igrejas evanglicas tradicionais ou meros galpes,

    teatros ou cinemas que se tornaram igrejas pentecostais. Porque no reproduzir

    templos cristos evanglicos ou protestantes a partir da esttica do Barroco

    Mineiro do artista Aleijadinho (falo da esttica arquitetnica das igrejas

    projetadas por esse arquiteto mineiro, e no da confeco de imagens de

    santos)?

    A resposta est descrita no texto inserido acima: O programa de nossas

    Escolas Dominicais, por exemplo, a repetio do que se fez em outras partes

    do mundo, o que comprova sua imposio forada. De fato, a igreja no se

    encarnou na cultura autctone. Stuart Mill, filsofo e economista britnico, alegou

    que cada instituio deve ser adequada realidade de sua localidade. Jesus

    Cristo no teve esse receio de se encarnar a meio caminho. Sua encarnao foi

    total, completa. No dizer de Paulo Suess, Deus desceu e se encarnou na

  • 28

    condio mais vil da humanidade, no prespio e na cruz, um sem-casa e um

    sem-terra. Tal ato foi manifestado mormente em termos culturais. Jesus foi um

    participante de festas, um utilizador por excelncia da cultura popular sendo

    considerado por isso, enquanto esteve aqui na terra em sua forma encarnada,

    como UM DO POVO!

    Agora falemos da cultura de elite. H um grupo de pensadores que afirma

    que cultura de elite o culto sofisticao formal e hipersensibilidade, que

    cr na tcnica apenas como habilidade e virtuose. No me atrevo a dizer que

    tal definio no est correta. S queria inserir o seguinte adendo: elite no

    uma minoria esnobe ou um grupo melhor de pessoas por ter o padro civilizatrio

    melhor ou um cabedal de saber intelectual mais vasto e, por isso, um grupo de

    seres humanos superiores. O conceito elite pode ser mais apropriado no

    presente trabalho e melhor entendido como aqueles que se destacam. Na

    Bblia Sagrada encontramos vrios exemplos de grupos seletos de homens que

    se destacavam, seja pela valentia (valentes de Davi II Sm 23:20-23), seja pelas

    habilidades tcnicas (Aoliabe e Bezalel Ex 36:1), artsticas (Davi),

    administrativas (Jos - Gn) e intelectuais (Paulo). Decerto que os critrios de

    Deus so diferentes dos do mundo para se compor a Sua elite. Por exemplo, um

    dos cones da tecnologia Steve Jobs quando compunha sua equipe de trabalho,

    s tolerava os funcionrios de primeira linha. No caso de Deus no assim.

    Como diz o velho chavo, Deus capacita os escolhidos. Contudo, h os que se

    destacam. Portanto, precisamos entender o termo elite, no como um grupo de

    seres humanos superiores, mas como pessoas que se destacam numa misso,

    numa obra etc.

    Em se tratando de cultura de elite, para ficar bem claro que, por incrvel

    que parea, compositores da msica erudita tais como Chopin e Villa Lobos

    sempre se inspiraram na cultura popular para comporem o seu repertrio. Ento,

    no h um abismo to imenso assim entre cultura popular e cultura de elite.

    No meio cristo a gente tambm v esses exemplos. Paulo de Tarso, sim,

    comps a espinha dorsal do Novo Testamento, com toda sua erudio e

    intelecto, mas encontramos tambm cartas no estilo coloquial escritas por Pedro

    e Joo. Lemos na Bblia Sagrada que todos instrumentos, tudo que tiver flego,

    todo o ser que respira deve louvar ao senhor, seja o instrumento de corda, seja

  • 29

    o instrumento de percusso, seja o erudito, seja o popular, seja de massa, todos

    devem estar unidos nessa hibridizao. Que haja cultura de elite na igreja, mas

    que ela se envolva tambm com a cultura popular para que ela prpria possa ser

    mais rica, uma vez que tudo um corpo cristo e cultural, no sendo o dedo

    mais importante que a cabea ou vice-versa.

    Portanto, eis uma recomendao vlida para que faamos um bom uso

    dos tipos de cultura em prol do reino de Deus: considerar essa classificao tripla

    (cultura de massa, cultura popular e cultura de elite), nos apoderando de

    seus respectivos tpicos com o fim de comunicar com clareza, acessibilidade e

    eficcia o evangelho de Jesus Cristo, mas sempre nos mantendo atentos,

    avaliando criticamente esta interao de tais noes culturais para que faamos

    tudo com excelncia, decncia e ordem.

    3. A PRODUO CULTURAL NO PROCESSO DE EVANGELIZAO

    O fomento cultural de modo intensivo por meio de mecanismos e aes

    para que haja uma dinmica cultural mais ampla na sociedade o que

    chamamos de Produo Cultural.

    3.1 Socializando o Evangelho por meio dos elementos do conjunto Cultura

    Em nossas igrejas, notria a produo cultural. Entretanto, se faz

    mister algumas observaes para analisar essa produo de modo a verificar se

    de fato cultura o que se est produzindo e separar aquilo que animao

    cultural da verdadeira produo cultural (como o joio e o trigo).

    Analisemos, pois, o verbete cultura-anlise: processo de determinao

    do diagnstico sobre a situao cultural de uma comunidade determinada ou da

    dinmica cultural mais ampla (COELHO, 1997). Com base nesse verbete,

    passamos ento analisar a situao cultural da localidade em que uma

    determinada igreja est inserida para que possamos diagnosticar sua situao

    cultural.

    A igreja em questo a Igreja Batista em Barra do Imbu, localizada no

    municpio de Terespolis, Rio de Janeiro. Trata-se de um municpio da Regio

    Serrana do Estado do Rio de Janeiro, municpio este conhecido como ponto

    turstico por ter em seu territrio a vista exuberante da cadeia montanhosa Serra

    dos rgos com a deslumbrante vista do Dedo de Deus, um clima hibernal, a

  • 30

    sede da CBF, o fato de ter sido conhecida como uma das cidades que sofreu na

    catstrofe da chuva de 2011 e de possuir uma feira artesanal muito visitada

    chamada Feirinha do Alto (FEIRARTE).

    A Igreja Batista em Barra do Imbu (IBBI) compe o carto postal da

    cidade, podendo inclusive ter sua fachada tombada como patrimnio histrico e

    cultural, com um estilo clssico do seu frontispcio, mas conta com outros lugares

    de cultos nos bairros da Vrzea, Motas e Alto, tambm em Terespolis. H uma

    considervel produo cultural na IBBI. A saber, existncia de corais, orquestra,

    grupos musicais, peas de teatro, grupos de dana, recitaes de poesias,

    realizaes de festas internas (com temas diversos apresentando tanto a nossa

    Cultura como cultura de outros pases, como a hebraica) e externas (como a

    Festa do Amor, que interage com a comunidade num verdadeiro processo de

    mediao cultural) etc.

    A IBBI valoriza esse fomento cultural, ciente de que alm da pregao

    do evangelho, h tambm o atendimento da comunidade a partir de diversos

    tipos de aes sociais e culturais. O presente trabalho uma proposta para que

    apenas seja aprimorado esse fomento j existente. Sero ento enumerados

    elementos que compem o conjunto Cultura de modo a fazer uma demonstrao

    sobre como real-los como vetores impulsionadores de uma produo cultural

    crist significativa e efetiva, que sero utilizados como ferramentas a servio do

    Reino de Deus.

    Sendo a arte um dos elementos desse conjunto chamado cultura,

    enumeramos as artes existentes na Igreja: teatro, dana, msica etc. Falemos

    primeiramente sobre o elemento cultural artstico teatro: originando-se na Grcia

    (pelo menos o que alegam os historiadores), significando local onde se v,

    foi tambm base de comunicao do evangelho j nos tempos Bblicos, como

    por exemplo a encenao de Isaas (Is 20:2) que profetizara despido (um

    verdadeiro ato teatral) e a encenao providencial de Davi quando diante do Rei

    Aquis esgravatava no postigo (I Sm 21:13) etc.

    Culturalmente falando, o grupo teatral da IBBI j contribuiu em muito com

    a comunidade teresopolitana, realizando apresentaes em praas, shoppings

    etc. Para aprimor-lo na igreja, no se faz necessrio mencionar no presente

    trabalho os aparatos tcnicos, mas importante realar que necessrio o

    ensino sobre metodologia de teatrlogos, como por exemplo a de Bertolt Brecht,

  • 31

    teatrlogo alemo, cognominada de distanciamento, uma vez que precisamos

    separar realidade daquilo que fico, j que existe uma metodologia

    antagnica que ensina que o praticante do teatro deve incorporar o personagem

    para poder interpret-lo da melhor maneira (ora, interpreta-se nessas peas

    tambm o diabo. Imaginem se tivermos que incorpor-lo a cada encenao? No

    toa que muitos se afastam da igreja aps terem participados dessas peas.

    E ningum atenta para isso).

    Sobre a dana, se faz mister o aprendizado de diversas modalidades,

    pegando atributos positivos de cada uma delas (por exemplo, do Ballet, apodera-

    se da leveza e da postura; da Dana Contempornea, do impacto), mas sempre

    rechaando a sensualidade, sem necessariamente retirar a graa e a

    feminilidade das danarinas.

    No que concerne msica, os grupos precisam de uma vida espiritual

    sria e tambm cuidados tcnicos para que no haja o sobressair da melodia em

    detrimento do contedo da msica, que o mais importante para que a

    mensagem seja transmitida por meio desse suporte artstico para o louvor. Alm

    disso, os msicos devem se legitimar como tais, registrando os respectivos

    nomes dos ministrios de louvor no rgo responsvel por esse ato (INPI

    Instituto Nacional de Propriedade Nacional). Tambm precisam ser registradas

    as msicas no Escritrio de Direito Autoral e/ou na Escola de Msica da UFRJ,

    sendo recomendado tambm que os msicos cristos tenham a carteira da

    Ordem dos Msicos do Brasil (OMB), para que estejam aptos para exercerem o

    ofcio de msico na esfera profissional, se apresentando aprovado tambm

    diante das leis dos homens.

    So alguns exemplos de como apresentar com excelncia a Cultura no

    seio da Igreja. Como j foi proposto, a IBBI tambm poder contar com um

    projeto de tombamento como Patrimnio Histrico Cultural junto ao IPHAN

    (Instituto de Patrimnio Histrico e Artstico-Cultural) a partir dos critrios do

    INEPAC (Instituto Estadual do Patrimnio Cultural). A igreja pode inclusive

    instaurar em seu recinto Pontos de Cultura, que um programa do Governo

    Federal que estimula s sociedades civis sem fins lucrativos a criarem esses

    pontos de fomento cultural com os recursos disponibilizados atravs de convnio

    firmado com o Ministrio da Cultura, apoiando assim o desenvolvimento das

    atividades culturais ali realizadas (sendo uma estratgia muito boa para utilizar

  • 32

    a Cultura como base de comunicao do evangelho). Toda essa estratgia de

    ao ser descrita com pormenores no tpico seguinte desse trabalho

    monogrfico.

    4. A COMUNICAO CULTURAL

    Numa comunicao (do Evangelho), h o emissor (pregador), o receptor

    (povo) e o contedo (Evangelho) e o meio atravs do qual ser transmitido esse

    contedo (Cultura).

    4.1 Uma Estratgia de Ao no uso da Cultura como base de pregao do

    Evangelho

    Sendo autor do presente trabalho graduado pela Universidade Federal

    Fluminense em Bacharel em Produo Cultural, quando se formar tambm em

    Teologia estar apto para exercer o ministrio cristo da pregao do evangelho

    e ter como especialidade a rea da Cultura, ou para ser mais exato, da

    Produo Cultural. Por providncia divina o autor desta monografia est

    posicionado em pontos estratgicos do Municpio de Terespolis para que, por

    meio dele e de tantos outros agentes cristos do processo cultural de

    evangelizao, Deus possa realizar o seu propsito da comunicao do

    evangelho tendo como base a Cultura.

    A estratgia de ao estar descrita no projeto a seguir, com tpicos de

    acordo com o modelo contido no Guia de Incentivo Cultura (CESNIK, 2002) e

    do modelo de Elaborao de Projetos do SEBRAE:

    APRESENTAO

    No ano de 1998, Marcos Alexandre Dornelles da Silva, o autor deste

    presente trabalho, ingressa na faculdade de Produo Cultural. Recebe ento as

    seguintes aulas: Fundamentos e Tcnicas de Artes Cnicas; Fundamentos e

    Tcnicas da Msica; Preservao do Patrimnio Histrico Cultural; tica e

    Esttica; Teoria da Percepo; Rdio, Televiso e Cinema; Elaborao de

    Projetos para Empresas Patrocinadoras; Fundamentos e Tcnicas da Msica;

    Polticas Culturais; Imaginrio Coletivo; Filosofia da Arte; Sociologia da Arte; etc.

    e obtm a graduao em Bacharel em Produo Cultural em 2002.

    Seus trabalhos na rea da Produo foram:

  • 33

    - Exposio de Arte Pluralidades realizada na galeria da UFF;

    -Exposio de Artes de obras de drogadictos do NEPAD e detentos do

    DESIPE;

    -Estgio no Departamento Cultural da Escola de Magistratura do Rio de

    Janeiro, na assistncia de Produo em eventos tais como Teatro na Justia,

    recitais de msica, projeo de filmes relacionados Justia seguidos de

    debates acerca do tema, etc.

    -Festival de Dana contempornea Migraes, realizada no Teatro da

    UFF;

    -Produo de Peas Teatrais no Teatro da UFF cujos ttulos so

    Quisera eu... e A Trilha, peas estas de sua autoria e direo.

    -Produo de Peas Crists na IBBI de sua autoria e direo (seus

    textos esto publicados em http://teatrocristao.net/texto/marcos_alexandre_dornelles_da_silva);

    -Premiado no Concurso de Dramaturgia do Estado do Rio de Janeiro

    com o texto Laboratrio de Estrelas;

    -Integrao no Grupo de Samba Cristo Em Esprito e Em Verdade;

    -Produo com o Maestro Sergio Rojas;

    -Autor da Monografia cujo ttulo Guia sobre os rgos Responsveis

    pelo Direito Autoral da rea Musical;

    -Atual Produtor Cultural na Secretaria de Cultura do Municpio de

    Terespolis e atual Professor de Produo Cultural nos colgios Ginda Bloch e

    Beatriz Silva da rede municipal da Educao de Terespolis na EJA (Educao

    de Jovens e Adultos) e realizador do Projeto Educao Infantil e Produo

    Cultural na Creche Professora Oneide Maria dos Santos;

    Ao se formar em Produo Cultural pela UFF, depois de ter pregado o

    Evangelho na formatura, uma vez que foi escolhido para fazer a apresentao

    final na solenidade, vem para o Municpio de Terespolis para exercer seu

    ministrio, sendo desencorajado por muitos colegas de turma que alegavam ser

    Terespolis um deserto cultural. Mas crendo que Deus transforma o deserto em

    manancial, vem assim mesmo, optando por uma vida de f.

    Portanto, desde 2002 vem se preparando espiritualmente e

    culturalmente para o exerccio do Ministrio que Deus colocou em sua vida.

    OBJETIVOS

    http://teatrocristao.net/texto/marcos_alexandre_dornelles_da_silva
  • 34

    -Pregao do evangelho no municpio de Terespolis como Pastor de

    uma igreja, mas tambm em aes itinerantes (em ruas, nos eventos seculares

    como Ter Fantasy e Carnaval; em instituies de outras localidades etc.)

    usando como base de comunicao do evangelho a Cultura;

    -Participar do fomento cultural tanto na esfera pblica quanto na privada,

    elaborando projetos culturais tais como criao de um Departamento Cultural na

    Empresa de Softwares Alterdata, produo de um curta-metragem com alunos

    da EJA etc. para difundir por meio da Cultura o evangelho;

    -Orientar os adoradores criativos que utilizam a arte para adorao ao

    Senhor Jesus a estarem em um lugar, que o universo da Cultura, tomando os

    devidos cuidados, tais como no se deixar envaidecer ou ser adorado. Tambm

    ensin-los a utilizarem os mecanismos da Cultura respeitando seus trmites

    burocrticos segundo a legislao, para que tais projetos possam usufruir de

    subsdios a partir de mecanismos tais como enquadramento de Projetos na Lei

    de Incentivo Cultura (Lei Rouanet), participao dos fomentos descritos no

    Plano Municipal de Cultura de Terespolis e preservao e tombamento do

    patrimnio histrico e artstico cultural da Igreja etc. As apresentaes em culto

    ao Senhor com uso da arte assumindo contornos de fomento cultural ganham

    proeminncia que as tornam excelentes.

    -Transmitir ensinos sobre o discernimento a partir de um senso crtico

    que instrua os membros a julgarem os elementos culturais, retendo deles o que

    for bom e descartando o que for mal (por exemplo: rechaa-se o carnaval (festa

    da carne) e preserva-se o samba da nossa cultura)

    -Propor que esse projeto coopere com as aes evangelsticas, sociais

    e at mesmo as artsticas j existentes no seio da Igreja;

    -Ministrar cursos sobre o tema, uma vez que a igreja precisa ter esse

    aprendizado para que possa em conjunto contribuir executivamente com as

    aes culturais, bem como cooperar na captao de recursos, apoio cultural e

    patrocnio na realizao de eventos a partir dos mecanismos da Cultura, como

    j foi mencionado;

    -Interao da Igreja com a comunidade com o fim de evangeliza-la a

    partir de mais uma base, a saber, a Cultura;

    -Ter relevncia para o Reino com uma proposta criativa e santa, uma

    vez que pretendemos transitar pelo sistema cultural para exercer o ministrio

  • 35

    cristo, mas sempre prontos a desviar das estruturas do pecado (expresso

    usada por Paulo Suess, citando o termo mencionado na conferncia de Santo

    Domingo) existentes nesse sistema, uma vez que por ser composto por homens

    e estar no sculo presente, infelizmente apresentam tais estruturas;

    - Preparar produtores (e tambm atores) para filmes, minissries

    televisivas e peas teatrais a partir de roteiros de filmes e textos dramatrgicos

    cristos e seculares que tragam implcitos valores cristos.

    -No entreter, mas evangelizar fomentando Cultura. Assim como

    avivamento algo completamente diferente de animamento, Produo Cultural

    e Animao Cultural tambm so conceitos antagnicos.

    JUSTIFICATIVA

    No podemos enterrar nosso talento. Precisamos ser luz. E h uma

    passagem da Bblia que ilustra bem a justificativa dessa proposta que o

    discurso de Paulo em Atenas (At 17:16-34)

    O Apstolo Paulo se depara com vrias situaes nesse momento

    sublime de sua trajetria. Nessa passagem, Paulo cita Epimnides, Cleanto e

    Arato, poetas gregos. Ao mencionar seus escritos, diz que Nele nos movemos

    e existimos. Nele quem? Resposta: Deus. O interessante que na obra original

    no est escrito Deus, mas Zeus, o deus grego. Isso me lembrou o momento em

    que Jesus d uma lio aos fariseus usando como base aquele escrito na moeda

    de Czar. H tambm outro momento. Quando Paulo aponta para um altar

    dedicado ao Deus desconhecido, diz: este o Deus de quem eu vos falo. Todos

    esses exemplos mostram o uso daquilo que disponvel, ou seja, da Cultura

    como base de comunicao do Evangelho. Mas tudo no foi feito de qualquer

    jeito. A formao e o conhecimento de Paulo, somados claro com sua busca

    ferrenha por ser santo diante do Senhor, foram fatores importantes nessa ao.

    Alm disso, observe o dizer de Paulo Suess em seu artigo sobre Cultura muito

    citado nesse trabalho monogrfico:

    O culturalmente disponvel no "qualquer coisa". As

    diferentes experincias humanas vividas e

    culturalmente codificadas por grupos sociais no so

  • 36

    algo arbitrrio ou descartvel. So resultado de uma

    longa experincia histrica.

    H, portanto, muitos dessas experincias histricas que compem um

    acervo de herana patrimonial da humanidade que podem muito bem servir de

    base de comunicao do evangelho, como o apstolo Paulo assim o fez em

    Atenas e em tantos outros lugares. Apesar de ser disponvel, esse disponvel

    no qualquer coisa. O resultado dessas experincias humanas no pode ser

    entendido como qualquer coisa, para que seja aniquilado arbitrariamente, como

    fizeram insensata e imprudentemente os talibs, numa atitude iconoclasta e

    pueril, quando destruram as esttuas de Buda no Paquisto, no as

    preservando como patrimnio da humanidade. Paulo fez diferente: usou o

    culturalmente disponvel como base de comunicao das boas novas. Portanto,

    este ato que Paulo sempre cometia com as culturas locais quando evangelizava

    a justificativa do presente trabalho.

    MEMORIAL DESCRITIVO

    1. O que j est em execuo do projeto: Produo Cultural nos colgios;

    participao efetiva na Produo Cultural no Municpio por meio de aes da

    Secretaria de Cultura do Municpio de Terespolis; aes Evangelsticas

    Culturais tais como peas, apresentaes musicais e de dana em ruas, centros

    de referncia e reabilitao etc.; pregao do Evangelho em Igrejas do Municpio

    de Terespolis e tambm de outros municpios, em praas pblicas para

    homossexuais, drogadictos, artistas, adeptos de funk, de rock, de samba e todo

    os tipos de pessoas, em locais estratgicos para fixar pontos de base de

    comunicao do evangelho por meio da Cultura.

    2. O que ainda vai acontecer: ordenao do autor do presente trabalho ao

    episcopado para que ele exera o ministrio evangelstico a partir da Produo

    Cultural em prol do Reino de Deus; estabelecimento de Pontos de Cultura, com

    base no programa Mais Cultura, que foi institudo pelo Decreto 6.226, de 04

    (quatro) de outubro de 2007, em igrejas de modo a inseri-las numa participao

    relevante no que tange a fomento cultural, consecutivamente, com seu modus

    vivendis, evangelizando os membros da comunidade teresopolitana; preparao

    de atores, de elaboradores de projetos, de captadores de recursos, de

  • 37

    produtores culturais, de diretores, de cantores, dramaturgos, roteiristas etc. por

    meio de cursos tambm ministrados em Igrejas, para que a membresia da igreja

    saiba ser sal da terra e luz do mundo ao fomentar cultura, sem se corromper no

    meio cultural em que estiverem inseridos, seja ele qual for (secular ou

    eclesistico); constituir um colgio cristo cultural, j que o autor do trabalho

    da Educao do Municpio de Terespolis e tambm Ps-Graduado em Gesto

    Escolar e Prticas Pedaggicas Integradas e agregar este projeto no futuro

    proposta apresentada no presente trabalho.

    4.2 Resultados esperados a partir dessa estratgia

    Espera-se com essa proposta tanto ganhar o mximo de almas para

    Jesus Cristo como oferecer uma espcie de discipulado para que se administre,

    se opere e se frua a Cultura com propriedade, comunicando o evangelho tendo

    ela como base. Cultura algo fascinante, por se tratar de um processo contnuo

    para lidarmos com a Natureza. Sem a existncia da Cultura, a Natureza s

    serviria para ser contemplada, e nunca usufruda ou transformada. E a Cultura

    sendo base de comunicao do evangelho, tambm funciona como vetor de

    transformao dos homens, renovando suas mentes. Sendo ela este excelente

    vetor para a manuteno das relaes humanas por meio de seus ideais

    estticos e das diferentes formas de expresso, dinmica e em constante

    desenvolvimento, influencia as diversas formas de pensar. O povo cristo

    inserido nesse processo de Produo Cultural da humanidade, com sua moral,

    com seus hbitos, com sua arte, com sua criatividade e acima de tudo com sua

    santidade, pode contribuir em muito tanto para salvao de almas como para a

    circulao, a fruio e a produo da prpria Cultura, tornando-a sadia e

    formando a opinio dos homens para que estes passem agir segundo os

    preceitos do maior Produtor Cultural de todos os tempos: Jesus Cristo!

    5. CONSIDERAES FINAIS

    O autor do trabalho props a construo de um manual para instruir a

    Igreja acerca do uso da Produo Cultural no Processo de Evangelizao de

    modo que se socialize o Evangelho por meios dos elementos do conjunto

    Cultura, que no somente a Arte, mas tambm o patrimnio histrico, os

  • 38

    hbitos, os comportamentos idiossincrticos, as experincias e vivncias, a

    nossa lngua etc., no af de demonstrar a diferena entre Cultura e mero

    entretenimento.

    Nesta monografia foram apresentadas as vertentes culturais

    disponveis como base de comunicao do Evangelho a partir da pesquisa sobre

    a Cultura e seus diversos conceitos e definies, no de modo a esgotar o

    assunto que muito vasto, mas abordando apenas o que ser necessrio para

    a proposta. Para tal, o autor do trabalho procurou desmistificar algumas falcias

    sobre contextualizao cultural, demonstrar uma perspectiva crist da Cultura,

    abordar alguns elementos desse ramo do conhecimento e apresentar uma

    estratgia de ao a partir do uso da Cultura como base de comunicao do

    Evangelho.

    O presente trabalho tambm contm um projeto de vida Ministerial que

    servir de esteio no somente para a carreira pastoral do autor do projeto como

    tambm para todos os que desejem ter um referencial terico que contenha

    alguns ensinamentos basilares sobre como utilizar a Cultura para comunicar as

    boas novas de modo ordeiro e decente e com conhecimento de causa,

    contribuindo de modo profcuo para o Reino de Deus com criatividade.

    Toda honra e toda glria sejam dadas ao Senhor Jesus Cristo. Haver

    o dia em que todo joelho se dobrar, toda lngua confessar que Jesus Cristo

    o Senhor.

  • 39

    REFERNCIA BIBLIOGRFICA

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