A Dúvida Que Corrói

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Madre Thereza de Calcutá.

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  • 7/18/2019 A Dvida Que Corri

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    A dvida que corriCartas de Madre Teresa mostram que, assim como os santos, ela viveu otormento de questionar a existncia de Deus

    Vanessa Vieira

    A missionria Madre Teresa de Calcut cruzou o sculo XX como a

    representao perfeita da boa crist. A f inabalvel que demonstrava e sessenta

    anos de trabalho ininterrupto com os miserveis doentes e abandonados

    renderam!lhe a alcunha de "santa das sar#etas" e tambm um $r%mio &obel da $az

    em '()(. *ua determinao em a#udar o pr+,imo dizia ela vinha da convico de

    que Cristo estava presente em todos os lu-ares "em nosso corao no sorriso que

    damos e no sorriso que recebemos". A-ora dez anos ap+s a morte de Madre

    Teresa acaba de vir tona um outro lado de sua vida interior. &ele em lu-ar da f

    incondicional movia!se um turbilho de d/vidas quanto presena de Cristo em

    sua vida quanto ao poder das ora0es e at mesmo quanto e,ist%ncia de 1eus.

    &o 2ntimo a reli-iosa que dizia en,er-ar a iluminao divina em todos os lu-ares

    lutava para acreditar no que pre-ava. A outra faceta de Madre Teresa emer-e de

    sua lon-a correspond%ncia com seus confessores s+ a-ora revelada e reunida no

    livro Mother Teresa: Come Be My Light3Madre Teresa4 5enha *er Minha 6uz7 que

    ser lanado nos 8stados 9nidos nesta semana. ": uma escurido terr2vel dentro

    de mim. Tem sido assim desde que comecei meu trabalho" desabafa ela a certa

    altura.

    "Disseram-me que Deus me ama, eainda assim a escurido, o frio e ovazio so to grandes que nada tocaminha alma. Terei eu errado ao meentregar cegamente ao chamado doSagrado Corao?"Carta a um padre confessor

    A iniciativa de compilar as cartas confessionais de Madre Teresa e public!

    las foi do padre ;rian -re#a considera que as crises

    de f so ritos de passa-em muitas vezes necessrios para alcanar a verdadeira

    iluminao. *o in/meros os santos que em vida admitiram ter lutado contra a

    aus%ncia de f. "?uando escrita por terceiros a vida dos santos costuma ser

    narrada como um caminho reto em direo a 1eus mas quando o santo dei,a

    seus pr+prios depoimentos ficam evidentes os altos e bai,os da sua f" aponta

    6indomar @ocha da $9C de Minas erais. B pr+prio Cristo se-undo os relatos

  • 7/18/2019 A Dvida Que Corri

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    b2blicos teve um momento de d/vida na cruz ao questionar4 "1eus 1eus por que

    me abandonaste"

    So Joo da Cruz:

    a "noite escura" da

    alma

    *anto A-ostinho 3DEF!FDG7 o pensador que deu suporte racional ao cristianismo

    deparou com muitas d/vidas em sua f. Como pensador ele partia do princ2pio de

    que para acreditar nos do-mas reli-iosos era necessrio compreend%!los. Mas

    medida que os investi-ava mais lhe sur-iam questionamentos. *anto A-ostinho s+consolidou sua f ao che-ar concluso de que seu enunciado se encontrava

    incompleto4 para compreender os mistrios da f necessrio acreditar neles

    primeiramente. &o sculo X5> o espanhol *o Hoo da Cruz criou a e,presso

    "noite escura" para descrever a etapa intermediria de d/vida e descrena entre a

    certeza simples na e,ist%ncia de 1eus e o /ltimo n2vel de consci%ncia em que o

    homem se encontra com o Criador. &o caso de Madre Teresa chama ateno o

    lon-o per2odo que durou sua "noite escura". As cartas em que ela manifesta

    d/vidas com relao pr+pria f abran-em um per2odo de cinqIenta anos. $ara opadre