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PESQUISAR · SAVE · PRINT · SAIR WORD CLOUD CONTACTE-NOS »» 21.JULHO.2011 N.561 AGENDA A economia da ética e felicidade “Acção pró-família: da sociedade aos políticos” Cuba e EUA: 50 anos de bloqueio sem resultados Decenários para dezenas Uma constituição inovadora para a Hungria www.aese.pt PASSAPORTE OPINIÃO Itália: reconhecida objecção à pílula do dia seguinte Repensar as Operações Lisboa,19 de Setembro Rigor vs Relevância O défice público, a contabilidade e a informática Conseguirá Portugal Ser competitivo? Sessão de encerramento do PDE Gestão de talento Lisboa, 29 de Setembro NOTÍCIAS · AGENDA · OPINIÃO · PANORAMA · DOCUMENTAÇÃO Finanças para não- financeiros AGENDA NOTÍCIAS PANORAMA DOCUMENTAÇÃO Lisboa, 11 de Outubro

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21.JULHO.2011N.561

AGENDA

A economia da éticae felicidade

“Acção pró-família:da sociedade aos políticos”

Cuba e EUA: 50 anos de bloqueiosem resultados

Decenários paradezenas

Uma constituição inovadora para a Hungria

www.aese.pt

PASSAPORTE

OPINIÃOItália: reconhecidaobjecção à pílula do dia seguinte

Repensar as Operações

Lisboa,19 de Setembro

Rigor vs Relevância

O défice público, a contabilidade e a informática

Conseguirá PortugalSer competitivo?

Sessão de encerramento do PDE

Gestão de talento

Lisboa, 29 de Setembro

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Finanças para não-financeiros

AGENDANOTÍCIAS PANORAMA DOCUMENTAÇÃO

Lisboa, 11 de Outubro

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DEBATE SOBRE PORTUGAL NOS PRÓXIMOS 3 ANOS

O mais recente painel do Expresso“Portugal nos próximos 3 anos”, doqual a AESE é expert sponsor,dedicou-se no passado dia 13 deJulho a debater o tema “ AEconomia da Ética e Felicidade”. Opainel foi composto por Luís Bentodos Santos, Santander, João Césardas Neves, UCP, Luís Todo Bom,Instituto Português de CorporateGovernance, Fátima Carioca, AESEe Alexandra Teté, Mulheres emAcção. Os moderadores foramNicolau Santos e António JoséTeixeira.

Nicolau Santos abriu o debate: Osvalores do país estão hojecentrados na economia da ética eda felicidade? Não terão asempresas de dar o exemplo dosbons comportamentos e não doscomportamentos amorais de formaa atingirmos esse objectivo? LuísTodo Bom é da opinião que a

economia do ter é a realidade,realidade que pela crise económicaque vivemos foi posta em causa.Para nos centrarmos no que temosde comum – a busca da felicidade– será necessário que todas asdecisões tomadas em nome dopaís tenham em consideração ovalor máximo que a sociedadepede - a qualidade de vida – razãopela qual, aliás, foi criada a uniãoeuropeia no sentido de desenvolveruma coesão económica e social.

Porém, neste momento, e segundoJoão César das Neves, vivemoscentrados na gestão das espe-ranças, e será necessário mudar ofoco da abordagem materialista quehoje temos. É necessário sobre-viver à realidade económica actual,deixar de encarar a política comofundamental e a felicidade comoalgo a atingir num futuro longínquo,2 CAESE JULHO 2011

13 DE JULHO, EM LISBOA

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A economia da ética e felicidade

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Assista ao vídeo do teaser

Assista ao vídeo do encontro

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para tornarmos a economia ocomplemento directo e a felicidadeo sujeito das nossas escolhas,pois só pode haver economiaquando há escolha.

Mas será que a economia podeser um critério para a felicidade?Foi uma questão então colocadapor António José Teixeira. Per-gunta à qual João César das Ne-ves respondeu que quem mandana sociedade é a economia, e ascrises são movimentos normais domercado - um mercado perfeitonão existe, assim como não existeum avião que não possa cair, é arealidade, por mais que a quei-ramos evitar.

Luís Todo Bom concorda que éimpossível regulamentar total-mente o mercado, mas sendo asociedade feita de pessoas, osesforços na construção de umanova realidade social devem estarcentrados no sistema educativo.As famílias e escolas são cruciaispara dotar todos do conhecimentopara uma escolha do caminho

ético a seguir, dos valores a defen-der em termos pessoais e daque-les que devemos lutar para seremdefendidos no colectivo.

É verdade que a crise actual foitambém uma crise de valores, masa existência e defesa destesvalores não é por si só garantia deresolução dos problemas actuais,defendeu Fátima Carioca. A éticaincorpora-nos, faz parte de tudo oque somos e fazemos, as nossascompetências, as nossas capaci-dades, as nossas decisões. Foi afalha dessa capacidade e arealidade económica que causou acrise que actualmente vivemos.Para a solucionar é necessárioque a sociedade defenda os valo-res pelos quais se deve reger, e oque está em falta é o compro-misso da sociedade em os defen-der, em os fazer acontecer. Poroutro lado, os modelos de negóciopelos quais nos regemos têm demudar, se queremos construir anossa vida no sentido de atingir-mos a felicidade em todas asfacetas do nosso dia-a-dia.

A felicidade é uma porta que seabre para fora, defendeu Alexan-dra Teté. A economia não pode darfelicidade, mas fornece as condi-ções e requisitos para que cadaum, com as suas capacidades eobjectivos, possa atingir a felici-dade – o que fazemos com asopções que tomamos é que nospode tornar felizes. Todos deve-mos procurar o bem, mas as em-presas não foram feitas pararesponder à felicidade das pes-soas – a felicidade parte de cadaum. O bem tem de ser feito pelasempresas, mas a felicidade depen-de depois de cada um.

Porém, será que atingir a felici-dade individual tem de negar afelicidade colectiva, pergunta LuísBento dos Santos? Os países quetêm o maior índice de bem estarsão também os que possuem ummaior número de suicídios - aconclusão e lição que se poderetirar desta realidade é que osextremos levam-nos a gravesproblemas. As decisões individuaistomadas com base na tolerância

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são a solução e o ideal, pois pro-movem a cooperação e o conhe-cimento.

Ao fazer o paralelismo com arealidade angolana, Luís TodoBom concluiu ainda que a felici-dade sem condições mínimas desubsistência não pode existir,porém a actual classe alta ango-lana já demonstra alguns movi-mentos de crispação, o que provaque o dinheiro também não égarantia de felicidade.

Para João César das Neves, Por-tugal debate-se hoje com doisdesafios: tem a oportunidade demostrar o disparate das promes-sas falsas e dar a volta por cima e,também, saber se é capaz de viverem democracia, e que tipo de de-mocracia e organizações quere-mos.

Mas faz sentido colocar o peso eexigência de contribuir para a so-ciedade nas organizações? Ques-tionou Fátima Carioca, afirmandodepois que o êxito de uma boa

estratégia, de uma boa ideia, de-pende de uma boa implemen-tação, e esta é feita pelaspessoas, ou seja, os resultadosinteressam tanto como o caminhopara lá chegarmos. Demonstrar eter lógica na equidade das deci-sões, ter inovação nas ideia eprocessos, criar diálogo q.b., e terprocessos transparentes, sãoalgumas das chaves para sair dacrise. Para ajustar e restabeleceras expectativas de todos é neces-sário, nos anos que se avizinham,ajustar estas variáveis que nãotêm a ver puramente com osnegócios.

Alexandra Teté ressaltou que operigo será cair na tentação de daro que é preciso, em vez de ensinara pescar. Uma crise pode ser umaoportunidade para alterar osvalores pelos quais nos temosregido, um momento em que noseducamos e reeducamos, paraganhar com esforço, ter espírito deentrega e dedicação, para voltar asaber trabalhar.4 CAESE JULHO 2011

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Fátima Carioca

Luis Bento dos Santos

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Mesmo porque, comprovado porestudos, o excesso de horas notrabalho é contraproducente, disseLuís Todo Bom. É necessário tertempo para dedicar a outrosvalores.

Mas será que o sucesso individualleva ao sucesso colectivo, per-guntou João César da Neves. Osucesso é um instrumento, não umfim em si, ou seja, o que conta é ocaminho trilhado e não o fim em si.É preciso construir a vida e depoisa carreia, travando as nossasbatalhas com honra e dignidade.

O estado do bem-estar é uma mi-ragem, comentou Fátima Carioca,é necessário conseguir criar oequilíbrio entre a vida familiar e otrabalho, pois apesar da vida nãoser só trabalho, é preciso saber

fazer do trabalho vida, e asorganizações também têm deresponder a esta necessidadetornando-se em cenários derealização. A sociedade tem demudar, mas a mudança tem decomeçar por nós próprios. Parasair desta crise é necessário tercoragem, solidariedade, optimismoe capacidade de partilha.

Para que a sociedade cresçasomos todos necessários, disseAlexandra Teté, e cada um devefazer e trazer para o dia-a-dia omelhor que tem para dar. A expe-riência deve ser usada na buscade uma melhor realidade, em quetodos, homens e mulheres, tra-balham com o que de melhor cadaum tem a oferecer, valorizando asdiferenças e o que nos comple-menta.

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João César das Neves

Alexandra Teté

Luís Todo Bom

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ECOS DA SESSÃO DE CONTINUIDADE

Conseguirá Portugal ser competitivo?

À pergunta do Prof. Manuel DiasFerreira, relançada ao auditóriodepois da sua exposição, respondiperemptório: sim.

Não justifiquei.

Apenas acrescentei uma condição,um ‘se...’: se o país definir ‘sercompetitivo’ como um verdadeiroobjectivo, um verdadeiro desígnio,noutras palavras, tiver atitude.Atitude quer dizer confiança, pre-serverança, foco no objectivo, sa-crifício, humildade. Humildade! Amudança de atitude começa porum exercício de humildade. Nãono sentido da subserviência a queassociamos recorrentemente ahumildade. Humildade porque re-conhecemos, como sociedade ecomo cidadãos, o ponto em queestamos e sempre estivemos,mesmo no período do ‘grande

equívoco nacional’ que agora so-mos forçados a terminar, ondegastámos de forma displicente oque tínhamos e o que não tínha-mos.

O debate aqueceu. Onde errámosno passado? O que devemos fazerjá, que nos traga melhor futuro?Reduzir custos? Crescer em va-lor? Mais investigação e desen-volvimento? Mais doutorados nasempresas? Ou mais empresa nasUniversidades?

Chega de nos vangloriarmos comconquistas d’aquém e d’além mar,essa atitude narcisista que tantonos caracteriza, usurpando o le-gado dos nossos antepassadoscomo se fosse só nosso. Esseslegado é de há 400 anos! E nós,que legado deixamos aos nossosfilhos? Que mares estamos dis-

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07 DE JULHO, EM LISBOA

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Manuel Dias Ferreira

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postos a navegar, que riscos te-mos coragem de enfrentar?

Adormecemos embalados por umestado paternalista há algumasgerações. Fomos liderados por eli-tes políticas, económicas e cultu-rais que não honraram o seu pa-pel e que se revelam incapazes dese renovar.

E nós? Como é que interagimosentre cidadãos? Somos coopera-tivos e gregários ou individualistase fragmentários? Como provo-camos a mudança? Como lhe rea-gimos quando outros a provo-cam? Como se organiza a nossasociedade e o que dela emana, oEstado? Em que medida partici-pamos nesse processo? Participa-mos sempre que a oportunidadesurge? Provocamos o aparecimen-to da oportunidade?

Há 50 anos Portugal era um paíspobre, um sítio onde a guerra tinhapassado ao lado, e continuou po-

bre quando deixou passar ao ladoo processo de reconstrução da Eu-ropa.

Se o problema de hoje é o mesmode há 50 anos, as soluções dehoje não são as que há 50 anoseram válidas, apesar de não teremsido implementadas. O mundo e asociedade mudaram. O sentido deproduzir já não é o sentido derepetir sobre um processo que nosé prescrito, mas de acrescentarvalor por incorporação do nossoconhecimento. Temos que ser cria-tivos no caminho da diferenciaçãoe do encontro do desejo do clientefinal. Temos que desenvolver re-des de contacto e soluções logísti-cas que nos permitam chegar aosmercados flanqueando oswholesalers que controlam o aces-so ao cliente final.

Temos que surpreender para alémde sermos credíveis, porque fiá-veis e confiáveis. Numa palavratemos que INOVAR.

7 CAESE JULHO 2011

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Inovar, não apenas sobre os pro-dutos, os serviços, os processos,mas particularmente sobre a for-ma como nos relacionamos e nosorganizamos. Temos que inovar doponto de vista social, criando umasociedade que valorize o mérito,que promova e dê oportunidadesaos seus concidadãos e assim se-ja verdadeiramente solidária, pro-tegendo também os mais frágeisnas intempéries.

Tudo isto, ou melhor, á volta disto,foi a sessão de Continuidade de 7de Julho. A discussão que o Prof.Manuel Dias Ferreira provocoupermitiu ao auditório um confrontode ideias sereno, e até de senti-mentos numa altura em que o paísse encontra ferido no seu or-gulho.

Houve consenso. Não porque esti-véssemos todos de acordo, masporque partilhámos o mesmoobjectivo: vamos conseguir, vamosdar a volta ao nosso País e somostodos voluntários nessa grandetarefa. Perserverantes e sem per-der o foco.

Vale apena voltar à AESE. Este éo meu testemunho.

Ângelo Ramalho28º PADE

8 CAESE JULHO 2011

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PDE – PROGRAMA DE DIRECÇÃO DE EMPRESAS

Nos passados dias 5 e 6 de Julho, osparticipantes no 46º PDE, no Porto, edo 47º PDE, em Lisboa, concluíram oPrograma de Direcção de Empresas.

Após a entrega dos diplomas e dasfotografias de grupo, seguiu-se o jantarde encerramento. No Porto, o encontrorealizou-se no hotel Yeatman, um espa-ço com uma vista panorâmica sobre orio Douro e a zona ribeirinha. O ambien-te vivido ao longo de toda a noite foi degrande confraternização e cumpli-cidade. Sinal disso, foi a elaboração,por parte dos 29 participantes do PDE,de um vídeo, visionado durante asessão de encerramento, com base noestudo do caso “O 46º PDE do Porto” –Um caso de sucesso. Os testemunhosapresentados retrataram o companhei-rismo e a promessa de manter os laços

que se criaram ao longo dos últimosseis meses.

Em Lisboa, o jantar de encerramentodecorreu no Edifício Sede, em Lisboa,onde Ramalho Fontes, Director-Geralda AESE, salientou a necessidade dese ter um sentido de urgência queimpulsione os cidadãos a colocarem emacção todas as suas energias e recur-sos combatendo, desta forma, o entor-pecimento do espírito crítico obrigandoos mesmos a, permanentemente,saírem das zonas de conforto. SegundoRamalho Fontes, “o PDE contribuiupara que cada um saiba procurar asoportunidades que se escondem portrás da crise, dos grandes problemas,sem nos deixarmos paralisar pelomedo, pelos receios”.

9 CAESE JULHO 2011

05 e 06 DE JULHO,

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Sessão de encerramento do PDE no Porto e em Lisboa

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Assista ao vídeo com os testemunhos do PDE

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10 CAESE JULHO 2011

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AGENDA

Seminários

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Finanças e ControloFinanças para não-financeirosLisboa, 19-20 e 26-27 de Setembro

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Factor HumanoGestão de talentoLisboa, 29 de Setembro

Saiba mais >

Operações, Tecnologia e InovaçãoRepensar as operaçõesLisboa, 11 de Outubro

Saiba mais >

Factor HumanoComo desenvolver a minha capacidade relacional?Lisboa, 24 de Outubro

Saiba mais >

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BLOG AESEARTIGOS DE OPINIÃO

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O défice público, a contabilidade e a informática

“Em Portugal, o défice público é apurado na óptica de caixa. Significa que se considera adiferença entre as entradas e as saídas de dinheiro dos cofres do Estado. Se, por umlado, esta é uma medida simples e objectiva,…”

Ler mais e comentePublicado no Blog AESE a 08 de Julho de 2011

Rigor vs. Relevância

“Num artigo recentemente publicado no Financial Times debateu-se, mais uma vez, o paradoxo Rigor vs. Relevância, salientando a sobreposição da primeira, o rigor científico, face à desvalorização da relevância do conhecimento para a prática da gestão…”

Ler mais e comentePublicado no Blog AESE a 07 de Julho de 2011

Diogo Ribeiro dos Santos

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André Morgado

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Carlos Alvares (23º PADE) é oactual Director Geral de Négóciodo Banco Popular Portugal.

Pedro Mega(36º PADE) foi nomeadocoordenador Geral da EnviáliaPortugal - uma empresa deencomendas urgentes. PedroMega será responsável peloarranque das actividades daempresa no nosso país.

12 CAESE JULHO.2011 Nesta secção pretendemos dar notícias sobre algumas trajectórias profissionais e iniciativas empresariais dos nossos Alumni.Dê-nos a conhecer ([email protected]) o seu último carimbo no passaporte.

Pedro Sarmento Gouveia (31ºPDE)assumiu a função de CFOna Quebramar/Terra Mítica , S.A

PASSAPORTE

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13 CAESE JULHO.2011

COMUNICADO

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Durante o próximo mês de Agosto a AESE fará uma pausa no envio da publicação Correio da AESE, retomando a sua actividade no dia 6 de Setembro – terça-feira, com o envio da Edição 562 onde continuarão a seguir a Documentação, o Panorama, bem como a Agenda e as Notícias que marcam a actividade da Escola.

A todos os Alumni desejamos boas férias e um regresso retemperado.

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PANORAMA

“Acção pró-família: da sociedade aos políticos”

14 CAESE JULHO 2011

Arantza Quiroga, Presidente doParlamento Basco e membro doPartido Popular, em entrevista à“Aceprensa”, referiu-se a temasem que estão envolvidas política efamília.

— Ninguém se declara contra afamília. Mas, de facto, o debateestá polarizado em torno dostemas mais polémicos, como oaborto ou o casamento homos-sexual. Não se poderia subtraira política familiar do confrontoideológico?

— A verdade é que temos umasociedade na qual há muito derelativismo, e vende-se isso comoum direito. Como não votar a favor

de um direito? Mas, assim, está--se a pôr em causa uma estruturatão fundamental como a família.

— A conciliação de família etrabalho é um problema real demuitas pessoas, mas não sepropõem soluções: parece queandamos com falta de ideias.Que se poderia fazer paraavançar neste terreno?

— Não acho que haja falta deideias. Penso que há ideias, emuito boas; o problema é nãohaver vontade de as querer pôrem prática. É preciso vontade eacreditar que é necessário, ecomo não existe essa vontade, oassunto está parado.

Há algo que não consegui en-tender ao longo dos anos: que asmedidas de conciliação não esti-vessem na agenda das primeirascoisas a tratar na negociaçãocolectiva entre sindicatos e em-presários. Fui lendo esses acor-dos e não encontrei medidas deconciliação da vida familiar elaboral. Havia melhorias salariais,mais férias... mas medidas con-cretas de conciliação da vidafamiliar e laboral não existem, eas que o governo aprovou sãopara os funcionários públicos. Sese for funcionário, como costumodizer, efectivamente existe a baixade maternidade, a baixa de pater-nidade, existem todas as possibili-dades. Se se trabalha na empresa

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15 CAESE JULHO 2011

privada, é muito difícil, sobretudoporque nesta situação em queestamos, atrás de nós estão àespera três ou quatro para ocuparo nosso lugar. Isto é uma questãode vontade e de mudar, comodizia, as mentalidades.

— Acha que em Espanha estágarantido o direito constitucio-nal dos pais escolherem para osseus filhos um tipo de educaçãoem consonância com as suasconvicções?

— Penso que depende das comu-nidades autónomas. Acho que estaé também uma questão de vontadee de se acreditar realmente que osdecisores são as famílias e não oEstado. O intervencionismo doEstado não pode chegar às famí-

lias. Se os pais dizem que queremesta ou aquela educação, o que oEstado tem de fazer é pôr àdisposição das famílias as diversaspossibilidades, para que possamescolher.

— Como política, deve estaracostumada a receber reivindi-cações de diversos interesses,por exemplo, de um sectoreconómico afectado por uma lei.E as famílias? São escutadas?Elas fazem-se ouvir?

— No País Basco temos umaassociação de famílias nume-rosas, a Hirukide, que é muitoactiva, que se faz ouvir muito nasociedade e que colocou sob osholofotes e deu visibilidade a umcolectivo muito importante, que é o

das famílias numerosas no PaísBasco. Eu, pela experiência quetenho, posso dizer que vieram aoParlamento variadíssimas vezes,falaram com os grupos parlamen-tares, estiveram há pouco tempono Parlamento para que os rece-besse, e explicaram-me o queestavam a fazer. Por isso, no PaísBasco temos uma associaçãomuito activa, e em termos deEspanha existe o Foro de laFamilia, que também me pareceser muito importante e vai conti-nuar a sê-lo. Temos de estar cons-cientes disto: a acção a favor dafamília processa-se de baixo paracima: se a sociedade começar amovimentar-se, nós, os políticos,também nos movimentaremos.

R. S..

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PANORAMA

Cuba e EUA: 50 anos de bloqueio sem resultados

16 CAESE JULHO 2011

Como todos os anos desde 1992,a 26 de Outubro de 2010, aAssembleia Geral da ONU apro-vou o relatório “Necessidade depôr fim ao bloqueio económico,comercial e financeiro impostopelos Estados Unidos da Américacontra Cuba”. Só dois países –Israel e, evidentemente, os EUA –votaram contra o projecto, querecebeu o apoio de 187 países.

Há algo de inexplicável obstinaçãono facto de Washington persistir,com cada vez menos apoio, emmanter aquela política. Os EUAnão conseguiram alcançar o seuobjectivo: derrubar o sistema departido único (do Partido Comu-nista de Cuba). A única coisa que

conseguiram foi, na realidade, au-mentar as escassezes e limita-ções que o povo cubano tem deenfrentar na sua vida quotidiana.Não é difícil entender, portanto,que essa política não goze demuita simpatia entre a grandemaioria dos cubanos, nem dedentro nem de fora do país.

Desde 1959, embora o novogoverno de Fidel Castro nãotivesse declarado ainda o seucarácter socialista, Washingtonsuprimiu a quota açucareira quecabia a Cuba no mercado norte--americano e cortou o necessáriofluxo de combustíveis. Posterior-mente, as refinarias existentes emCuba, pertencentes a empresas

norte-americanas, recusaram pro-cessar o crude proveniente daUnião Soviética, e o Estado cuba-no nacionalizou-as.

A cadeia de desencontros levou aque, a 7 de Feveiro de 1962, opresidente John F. Kennedy tenhadecretado o fim de qualquer liga-ção comercial com Cuba – umaanedota conta que, antes de ofazer, Kennedy pediu a um se-cretário que lhe assegurasse umaconsiderável reserva de charutoscubanos; e que só assinou umavez concluída esta compra. Erauma questão de esperar que aspressões surtissem efeito.

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17 CAESE JULHO 2011

No entanto, a existência da UniãoSoviética e do seu bloco de aliadosda Europa de Leste salvou Cubado colapso económico. A partirdesses países chegavam a Cuba,em troca do açúcar e do níquel quejá não eram comprados pelos EUA,matérias-primas, maquinaria, ali-mentos, veículos, electrodomés-ticos, em resumo, o necessário pa-ra a subsistência.

Só quando o socialismo europeuentrou em colapso é que come-çaram a sentir-se em Cuba osefeitos mais crus das medidasnorte-americanas. Por isso, em1992, Havana levou pela primeiravez à Assembleia Geral da ONUum projecto de resolução acondenar essa política. Se naque-la altura a votação foi de 59 votos afavor, 71 abstenções e 3 contra,

nos números actuais pode obser-var-se um sucesso da diplomaciacubana – e do efeito da cola-boração de milhares de médicos eprofessores cubanos em dezenasde países do Sul – ao longo destesanos. Paradoxalmente, neste tema,foram os EUA que ficaram isola-dos.

O Ministério dos Negócios Estran-geiros de Cuba assegura que obloqueio causou a esse país pre-juízos superiores a 751.000 mi-lhões de dólares, em áreas quevão desde o comércio externo atéà saúde pública, à educação, àagricultura, ao desporto…

O espectro de áreas e de proibi-ções é amplo: além da recusa decidadãos norte-americanos pode-rem viajar livremente a Cuba (po-

dem fazê-lo à Coreia do Norte, àChina e ao Vietname), o bloqueioimpede Cuba de utilizar o dólar nastransacções internacionais e o seuacesso a créditos do FMI, do Ban-co Mundial e do Banco Inter-americano de Desenvolvimento.

Por outro lado, proíbe-lhe comprar,entre outros bens de necessidade,artigos, equipamentos, serviços,como próteses para usos diversosem cirurgia cardio-vascular, placasde iodo radioactivo para o trata-mento de crianças e adultos quepadecem de tumores na retina, má-quinas Braille para estudantescegos, sistemas de tapetes paramanipular bagagem nos aeropor-tos, motores para embarcações,fertilizantes para a cultura do arroz,computadores da Intel, HewlettPackard, IBM ou MacIntosh, e um

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longo etc. Quando consegue obte-los, através de terceiros, Havanatem de pagar preços a dobrar ou atriplicar, o que provoca um maiordesgaste económico.

E mais um aspecto: o da extra-terri-torialidade, a extensão das sançõesa terceiros: se um navio holandêsou japonês levar mercadorias a Cu-ba, não pode, devido à denomi-nada Lei Torricelli, de 1992, tocarqualquer porto norte-americano até seis meses depois.

Já a Lei Helms-Burton, de 1996 –estipula que, se uma empresaestrangeira investe em Cuba noque um tribunal dos EUA consideraruma antiga propriedade norte-americana, arrisca-se a fortessanções. Receando uma possívelavalanche de queixas judiciais, os

governos de Clinton, Bush II eObama prorrogaram semestral-mente, desde a sua aprovação, aentrada em vigor do capítulo IIIdessa lei.

Um parêntesis na aplicação dobloqueio constituiu a Lei da Agri-cultura assinada por Clinton no ano2000 que, num dos seus pontos,autoriza a venda de alimentos emedicamentos a Cuba. Numprimeiro momento, as autoridadescubanas, desejosas de ir maislonge, recusaram a possibilidade deadquirir produtos ao abrigo dessalicença, tendo por alvo a remoçãodo bloqueio.

Mas, as devastadoras consequên-cias de um furacão no Outono de2001, determinaram que Havanatenha decidido aceitar a oferta de

vendas de alimentos feita pelaadministração Bush.Daí e até agora, os produtoresagrícolas norte-americanos con-verteram-se em importantes forne-cedores do mercado cubano (o picode vendas situou-se nos 711milhões de dólares em 2008), numarelação comercial de um só sentido,pois, a Cuba, não é permitidoexportar para os EUA nem umúnico maço de tabaco ou umagarrafa de rum Havana Club.

Além disso, Cuba questiona “asdifíceis condições de pagamentopara os importadores cubanos –emdinheiro e adiantado – e os custosadicionais de armazenamento, oudemora extraordinária do navio noporto, em que incorre a importadorade alimentos Alimport por entravesburocráticos”.

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Embargo ou bloqueio? Pareceriamsinónimos, mas mesmo as palavrassão armas lançadas neste cenário.Para o governo dos EUA, é umassunto “bilateral”, um simplesdesejo de não estabelecer relaçõescomerciais com o outro, pelo que oassunto acaba aí: é um simples“embargo”. Pelo contrário, paraCuba, a política do que denomina“bloqueio” – e é feita com essenome a votação da resolução anualna ONU – constitui “um acto degenocídio”.

Como se disse, não é apenas Cubaa empregar o termo. Em visita aHavana em Fevereiro de 2008, osecretário de Estado do Vaticano,cardeal Tarcisio Bertone, afirmou:“A Santa Sé confirma as palavrasde João Paulo II de que o bloqueioé injusto e eticamente inaceitável; é

uma opressão contra o povocubano (...). Essa é a verdade. OVaticano confirma-o e faz tentativaspara impulsionar os EUA a eliminareste bloqueio”.

Os motivos que levam os EUA amanter uma prática tão pouco de-fensável perante a opinião públicainternacional, são difíceis de enten-der. E ainda mais quando uminquérito realizado pela Univer-sidade Internacional da Florida,pouco depois das eleições presi-denciais de 2008, revelou que, pelaprimeira vez, a maioria dos cubano-americanos (55 por cento) se opõeao bloqueio, e 65 por cento advo-gam o restabelecimento dos laçosdiplomáticos entre ambos ospaíses.Cinquenta anos de restrições semresultados concretos – a não ser

prejuízos para a população cubana–, justificariam o abandono de umapolítica digna da Guerra Fria e aadopção de um mecanismo dediálogo. Talvez um obstáculo seja ofacto de alguns cubano-americanosque ocupam lugares no Capitólio ena política local da Florida,continuarem a apostar em manter ostatu quo, a dinâmica do confrontoinfrutífero.

Em Abril de 2009, Obama levan-touas restrições para os cubano-americanos viajarem livremente aCuba a ver os familiares, e enviar-lhes o dinheiro que quisessem.Para norte-americanos deorigemnão cubana, a proibiçãomantém- se, e é isso o que várioslegisla-dores tentam mudar com anova lei.

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Se primasse em determinada alturaa lógica e fosse levantado o blo-queio, isso constituiria, além de umacto de justiça, uma oportunidade

para pôr a nu e corrigir as manifes-tações de ineficiência, falta deprodutividade e rigidez burocráticade que padece a sociedade cubana,

e que hoje, graças à teimosia deWashington, são, simplesmente,“culpa do bloqueio”.

A. R

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Decenários para dezenasCom o empenho que colocam al-guns políticos em fazer desapa-recer as cruzes dos lugares públi-cos, é paradoxal que tenha pas-sado a ser moda fazer brilhar nopulso uma “pulseira decenário”(também denominada rosário).

A intolerância religiosa ou arenúncia activa às próprias raízesculturais e espirituais que se veri-ficam habitualmente em democra-cias saturadas pelo politicamente

correcto, vêem-se desmontadasmuitas vezes pelos próprios canaisque elas mesmas utilizam para con-seguir os seus propósitos. É o casoda moda. Concretamente, atravésde novidades que procuram obterum nicho no mundo dos comple-mentos acessíveis ao grandepúblico.

Tudo começou quando Rocío eTamara, duas jovens estudantesmadrilenas de Administração de

Empresas no CUNEF (ColegioUniversitario de Estudios Finan-cieros) descobriram em Montser-rate, lugar de peregrinação religio-sa situado em Bogotá, nas pul-seiras mais simples que lá sevendiam, “rosários feitos à mão,símbolo religioso formado por 10nós e uma cruz, utilizados pararezar as contas de um mistério”.

Compraram todas as que puderame começaram a oferecê-las ao che-

PANORAMA

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gar a Espanha. Ambas ficaramsurpreendidas com o sucesso da-quela “pulseira”, ao ponto de teremdecidido regressar a Bogotá paracomprarem mais e inclusivamentecontactaram a pessoa que aselaborava à mão para lhe pedir queas fizesse com cores mais alegres:vermelhas, azuis, verdes, amarelas.

As duas jovens criadoras contam nasua página web (www.awaking.es) opapel decisivo que desempenhou asua amiga jornalista Sara Carboneroquando das suas contínuas apari-

ções na televisão, por altura darealização do Mundial de Futebol naÁfrica do Sul, onde brilhou comvárias das “pulseiras decenários” noseu pulso.

“O que começou por ser um hobby”,confessam, “converteu-se na opor-tunidade das nossas vidas”.Certamente também, mesmo sem osaberem, num exemplo gráfico deum dos maiores paradoxos dasociedade moderna. Aquilo que apolítica procura expulsar do âmbitopúblico, a moda recupera e recicla,

convertendo-o no “complementofetiche do ano” que é anunciado empágina dupla em periódicos degrande tiragem.

A.L

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Itália: reconhecida objecção à pílula do dia seguinte

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O Comité Nacional de Bioéticaitaliano pronunciou-se a favor doreconhecimento da objecção deconsciência dos farmacêuticosque não querem disponibilizar a“pílula do dia seguinte”. Ao mesmotempo, pede à autoridade compe-tente que preveja um sistema paraque a mulher solicitante possaobtê-la. Haverá assim respeitotanto pela decisão do farmacêu-tico, como pela da mulher.

O Comité reconheceu que aobjecção de consciência “tem umfundamento constitucional nodireito geral à liberdade religiosa eà liberdade de consciência”. Eacrescentou que a concretização

deste princípio deve ser feitarespeitando simultaneamente odireito do cidadão a “receber aassistência sanitária reconhecidapela lei”.

O parecer do Comité responde auma questão suscitada peladeputada Luisa Capitanio San-tolini, relativamente à objecção deconsciência a um produto como apílula do dia seguinte, para a qual“não se exclui a possibilidade deum mecanismo de acção que leveà eliminação do embrião humano”.

A maioria do Comité considerouque “se pode reconhecer aofarmacêutico um papel similar ao

dos agentes sanitários e, portanto,em analogia com o que sucedecom outras figuras profissionais,deve-lhes ser reconhecido odireito à objecção”.

(in “Avvenire”).

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DOCUMENTAÇÃO

Uma Constituição inovadora para a Hungria

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A Hungria aprovou, por umaampla maioria, uma nova Cons-tituição que reconhece o respeitopela vida humana desde a com-cepção, juntamente com o valorcentral da família, o casamentoentre homem e mulher e a liber-dade de ensino, além do “papel docristianismo na sobrevivência danação”. Não é de estranhar que aopinião dominante tenha vertido asua cólera acusando-a de violaros “padrões europeus”.

Apesar do que afirmam os críti-cos, nenhuma instituição da UniãoEuropeia subestimou a importân-cia da nova Constituição.

À partida, o facto de a Hungria

passar a ter uma nova Consti-tuição deveria ser motivo de satis-fação para a Europa, pois foi oúltimo país do antigo bloco sovié-tico a desembaraçar-se da Cons-tituição comunista. O impulsio-nador do texto foi o primeiro--ministro Viktor Orbán, líder dopartido conservador Fidesz, quetem dois terços no Parlamento. Anova Constituição húngara, apro-vada em 18 de Abril de 2011,substitui uma carta magna de1949, cheia de remendos, para aadaptar à democracia. O pre-sidente da Hungria, Pál Schmitt,ratificou-a a 25 de Abril, e entraráem vigor a 1 de Janeiro de 2012.

Mas quem quer que faça uma

ampla busca de notícias sobre oacontecimento, no Google News,encontrará uma chuva de títulosacusando a nova Constituição de“ultraconservadora”, “discrimina-tória”, “anti-democrática”, violado-ra dos “padrões europeus e inter-nacionais, das liberdades indivi-duais e dos direitos do homem”.Também se lê por todo o lado que“foi duramente criticada por algunsparceiros da União Europeia” epelas instituições europeias.Uma maioria parlamentar de doisterços e sondagens de opiniãodão um apoio popular à reforma.

“Terror” nas chancelarias

Mas se se procurar no Google, em

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várias línguas, essas declara-ções escandalizadas e de horrordos líderes europeus, será tudoem vão. O mais que se podeencontrar, por parte de algumainstituição da União, é uma res-posta de um porta-voz da Comis-são Europeia onde se espera que“a nova Constituição seja com-forme com os valores europeus”.De acordo com a minha longaexperiência no sector da comu-nicação social em Bruxelas, osporta-vozes são mestres em falardo que há (ou do que não há)evitando enfrentar a opinião domi-nante.

Por parte de “alguns parceiros daUnião Europeia”, só chegou aosmeus ouvidos uma frase insi-nuante inserta no diário espanholEl País: “A novíssima Lei Funda-

mental da Hungria – país quepresidiu à UE no primeiro semes-tre de 2011 – desencadeouborburinho em Bruxelas e Berlim,onde um alto funcionário dosNegócios Estrangeiros disse on-tem que «consolida um conceitode direito dificilmente compatívelcom os princípios da UE» (note-sea precisão na altura de citar afonte onde se fundamenta aorigem desse “borburinho”).

Segundo li mais tarde numa outrafonte, o alto funcionário alemãoera Werner Hoyer, um secretáriode Estado dependente do Minis-tério dos Negócios Estrangeiros. A5 de Maio, o primeiro-ministrohúngaro, Viktor Orbán, teve umencontro em Berlim com a chan-celer alemã, Angela Merkel. E, nacimeira, não foi abordada a nova

Constituição húngara.

Nem sequer no Parlamento Euro-peu, que abarca políticos de todasas tendências, foi bem sucedida atentativa de debate dirigido paraafrontar a carta magna húngara eo seu governo (só juntou para issoum quarto do hemiciclo). Outrofórum de opinião ainda mais am-plo e multicor, a Assembleia Parla-mentar do Conselho da Europa(que, como se sabe, não é umainstituição da União Europeia)contratou um grupo de especia-listas para fazerem uma auditoriaà Constituição húngara. O encar-go recaiu, “por mero acaso”, nogrupo chamado “Comissão Vene-za”, que já se encarregou de imim-por aos legisladores do Kosovoque retirassem do seu rascunhoconstitucional a protecção à crian-

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-ça não nascida e a distinção entrehomens e mulheres no casa-mento. As suas conclusões são, àpartida, conhecidas.

Vozes críticas

De onde, então, tantos jornalistasretiraram essas frases tão aterra-doras? Ao ler os artigos comple-tos, observa-se que os seusautores, após darem a notícia doque foi aprovado na Hungria,preenchem as linhas do queescrevem citando o líder do partidosocialista húngaro da opo-sição,MSZP, e grupos feministas, gays edefensores dos direitos humanos (amaior parte das vezes nem osmencionam pelo seu nome, comexcepção da omnipre-senteAmnistia Internacional).

Os socialistas – que nas eleiçõesde 2010 ficaram reduzidos a umaexpressão mínima – denunciamuma viragem autoritária pelo factode a Constituição não ter sidoaprovada com o consenso detodos. Com efeito, dos 384deputados do Parlamento hún-garo, “só” a aprovaram 262, con-tra44 que se opuseram, um que seabsteve e 77 que protestaramsaindo sem votar. As sondagens deopinião davam também um apoiomaioritário do país à reforma.

Isto é, a deriva autocrática doprimeiro-ministro Viktor Orbán temorigem no facto de ter obtido para oseu partido uma ampla maioriaabsoluta nas eleições: o mau dafita, o culpado, é o votante hún-garo. Que diga isso o político queacaba de perder é, se não o nor-

mal, pelo menos “o habitual”; masque o repitam indiscriminadamentetantos jornalistas, dá que pensar.

Por parte da Amnistia Internacional(não é claro se se trata de umaopinião oficial ou de algum dosseus membros) e da corte deassociações feministas e gaysevocados, o argumento é que anova Constituição implanta valo-resque podem ir contra os seuspróprios interesses e objectivos,pois ameaça restringir o “direito” aoaborto e aos casamentos eadopções homossexuais. Ou seja,atenta contra as liberdades indivi-duais e os “padrões europeus einternacionais de direitos huma-nos”.

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Esses padrões internacionais

Está na hora, portanto, de verificareste último aspecto: a supostaameaça desta carta magna contraos princípios das democracias e daEuropa.

O preâmbulo reconhece “o papel docristianismo na sobrevivência danação”. Os críticos devem encararisto como uma falta de liberdadefundamental: a sua de não ouviruma opinião que os contraria. Dequalquer forma, é verdade que setrata, pela primeira vez na nossaEuropa do século XXI, da adopçãode uma posição decidida de nãorenunciar à própria história nem àorigem dos valores que forjaram osactuais.

O texto considera “que a base daexistência humana é a dignidade

humana”, que “a família e o paísconstituem o quadro principal danossa convivência e que os nossosvalores fundamentais são afidelidade, a fé e o amor”.Perigosos princípios, inclusiva-mente revolucionários.

“A vida do feto deverá ser protegidaa partir do momento da concep-ção”, lê-se na ConstituiçãoSerá queesta frase se opõe à Carta deDireitos Fundamentais da UE(2000) onde se diz que “a dignidadehumana é inviolável” e “serárespeitada e protegida” (artigo 1º)ou que “toda a pessoa tem direito àvida”? Ou opor-se-á à ConvençãoEuropeia para a Protecção dosDireitos Humanos e das LiberdadesFundamentais de 1953 (“o direitode toda a pessoa à vida estáprotegido pela lei”)? Ou àDeclaração Universal de Direitos

Humanos (1948), onde se afirmaque “todo o indivíduo tem direito àvida, à liberdade e à segurança dasua pessoa”?

É verdade que a carta magnahúngara “inova” ao precisar queessa vida humana é protegida apartir da concepção, pois aquelesque redigiram os tratados interna-cionais que fundamentam os nosnossos valores essenciais nãotinham nenhuma razão para oexplicitar. Mas esta precisão jáfigurava na não tão antigaConvenção sobre os Direitos daCriança (1989), ao ter presente que“a criança, pela sua falta deamadurecimento físico e mental,necessita de protecção e cuidadosespeciais, inclusivamente a devida »»protecção jurídica, tanto antescomo depois do nascimento".

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Nem estes textos mencionadosnem nenhum dos outros nume-rosos tratados internacionais,mencionam a existência de um“direito a acabar com a vida dacriança não nascida”, que sejasuperior ao continuamente procla-mado direito à vida de todo o serhumano.

Após a aprovação da Constituição,o primeiro-ministro húngaro lançouuma campanha institucional parareduzir o número de abortos,mostrando o valor da vida pornascer. Apesar de o texto dosanúncios não ser ofensivo paraninguém – “Compreendo que nãoestejas preparado para me teres,mas poderias dar-me em adopção.Deixa-me viver!”–, ergueu-se umacampanha feminista para a travar.Estas associações argumentam

que se está a dizer à sociedadeque abortar é um assassínio.Convencer a sociedade é a formacomo o Governo pretende lutarpara reverter uma prática, fomen-tada pelos comunistas, em vez derevogar directamente a lei quelegaliza actualmente o aborto apedido até à décima segunda se-mana.

A protecção do casamento

A Constituição húngara estabelecetambém que o Estado irá proteger“a instituição do casamento comouma comunidade de vida entre umhomem e uma mulher e ainstituição da família”. Voltamos adeparar com uma batata quente.Na Europa, esta precisão dosignificado do casamento só apa-rece na Constituição da Polónia de

1997, embora se depreenda daforma como está redigida a maioriadas constituições e dos tratadosinternacionais. Neles, a família (en-tendida como “de pai e mãe”) exigeuma protecção particular devido àsua função essencial de salva-guarda e continuação da socie-dade.

Numa análise rápida por docu-mentos internacionais, constata-mos que a família é reconhecidacomo “o elemento natural efundamental da sociedade e temdireito à protecção da sociedade edo Estado” pela DeclaraçãoUniversal de Direitos Humanos e,em termos quase iguais, pelo PactoInternacional de Direitos Civis e »»Políticos das Nações Unidas e pelaConvenção sobre os Direitos dacriança. Esta última expressa a

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convicção de que “a família, comogrupo fundamental da sociedade emeio natural para o crescimento e obem-estar de todos os seus mem-bros, e nomeadamente das crian-ças, deve receber a protecção eassistência necessárias para poderassumir plenamente as suas res-ponsabilidades dentro da comu-nidade”.

Tabela de salvação

O que aqui está em confronto éuma batalha entre duas com-cepções opostas da sociedade: aque plasmaram as nossas consti-tuições e declarações universais dedireitos humanos e a que queremimpor, de facto, na ordem inter-nacional e nacional grupos deinteresse que, infelizmente, hojecontrolam a opinião pública.

Os húngaros não fizeram mais doque dotar-se de uma salvaguardapara o seu país e sociedade. AHungria, com um índice de fe-cundidade de 1,3 filhos por mulher(o nível necessário para substituirgerações é de 2,1), só quer sobre-viver. Está consciente de que evi-tar a destruição de crianças nãonascidas e proteger o ecossistemanatural onde se criam os cidadãos(a convivência estável entre homeme mulher) é a única saída para acrise demográfica que vai surgir. Eque a imigração não é uma soluçãoa médio prazo.

Aspectos políticos polémicos

Uma leitura completa da Cons-tituição húngara de 2011 oferece aimagem de um Estado ocidentalmoderno, com instituições demo-

cráticas, divisão de poderes, se-paração Igreja-Estado, respeita-dora das liberdades individuais, dosdireitos das minorias e do meioambiente, e aberta à integraçãoeuropeia e às instituições interna-cionais. Mas, o texto inclui algunsartigos atípicos, além dos mencio-nados neste texto, que inquietaramcertos meios:

• Uma das principais preocupaçõesdo legislador é acabar com o abusofinanceiro e a corrupção Nestesentido, limita o poder do TribunalConstitucional em assuntos orça-mentais e fiscais quando a dívidapública ultrapassar os 50%(actualmente está nos 80%). Alémdisso, o presidente poderá dissolvero Parlamento se não for aprovado »»um orçamento, e só as empresascom estruturas e actividades trans-

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parentes poderão receber contratospúblicos.

• Para reforçar as medidas adop-tadas pelo actual governo (que, deforma atípica, tem uma maioria dedois terços no Parlamento), aConstituição estabelece uma sériede leis orgânicas que exigem estamaioria para serem modificadas.Englobam, entre outras, as leis fis-cais e de pensões, a ratificação detratados internacionais e a protec-ção das famílias, assim como qual-quer reforma constitucional.

• Outra das suas preocupaçõestem a ver com as minorias de ori-gem húngara noutros países euro-peus. O artigo G estabelece que“qualquer criança nascida de umcidadão húngaro será cidadão

húngaro por nascimento”. Uma leiorgânica irá estabelecer outrosmeios para obter a nacionalidadehúngara. Este artigo gerou empaíses vizinhos o receio de umapossível ingerência estrangeira.

• Pela prioridade que quer dar àspolíticas natalistas, o artigo XXIpropõe uma medida curiosa: “Nãopoderá considerar-se uma infrac-ção aos direitos de igualdade devoto, se uma lei orgânica criar umvoto adicional para mães de famí-lia com filhos menores ou, quandoa lei o preveja, que outra pessoapossa disfrutar de um votoadicional”.

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Hungria em números

População: 10 milhões.Índice de fertilidade: 1,3 filhos por mulher.Crescimento vegetativo: –0,3.Esperança de vida: 74 anos.Maiores de 65 anos: 17%.Religiões: Católicos 52%, Calvinis-tas 16%, Luteranos 3%, Greco-Cató-licos 2,6%, outros cristãos 1%, ou-tros ou não filiados 25,5%.Partido governante: Fidesz (52,7% dos votos nas últimas eleições).Primeiro-ministro: Viktor Orbán (desde 29 de Maio de 2010).PIB per capita: 19.000 dólares (2010).Taxa de desemprego: 10,7%.Sector privado: 80% do PIB.

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