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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE PSICOLOGIA ISABEL CRISTINA NUNES A EDUCAÇÃO INCLUSIVA E O BRINCAR: O QUE PENSAM OS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO INFANTIL DA REDE MUNICIPAL DE ITAJAÍ. Itajaí, (SC) 2007.

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE PSICOLOGIA

ISABEL CRISTINA NUNES

A EDUCAÇÃO INCLUSIVA E O BRINCAR: O QUE PENSAM OS

PROFESSORES DE EDUCAÇÃO INFANTIL

DA REDE MUNICIPAL DE ITAJAÍ.

Itajaí, (SC) 2007.

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ISABEL CRISTINA NUNES

A EDUCAÇÃO INCLUSIVA E O BRINCAR: O QUE PENSAM OS

PROFESSORES DE EDUCAÇÃO INFANTIL

DA REDE MUNICIPAL DE ITAJAÍ.

Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel – Curso de Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí. Orientadora: Maria Isabel do Nascimento André.

Itajaí, (SC) 2007.

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Dedicatória

Dedico este trabalho aos meus Pais, Ivo

Carlos Nunes e Márcia Mª Augusto

Nunes (in memória), por terem me dado

a vida e ensinado a ser forte corajosa e

perseverante.

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AGRADECIMENTO

Agradeço a Deus por ter me iluminado nos momentos mais difíceis da minha vida

e ter me dado inteligência e capacidade para poder desenvolver meu Trabalho de

Conclusão de Curso.

Agradeço ao meu Pai, pelo investimento, pelo amor, compreensão e por estar

sempre ao meu lado.

Agradeço a minha mãe que por onde quer que ela esteja, estará sempre comigo

me guiando dando muita força, luz.

Agradeço as minhas irmãs pelo carinho, incentivo e paciência.

Agradeço a minha Orientadora Maria Isabel do Nascimento-Andre por ter me

recebido sempre de braços abertos, ter compartilhado comigo todo o seu

conhecimento, depositando em mim sua confiança.

Agradeço a Aline, Tuane, Juliana, Marisa, Jane, Silvia, Jana, Amélia e outros por

terem me dado força para a conclusão do mesmo e pelos momentos de

descontração.

Ao pessoal da Secretaria Municipal de Educação, meu muito obrigado.

Professor Renato, obrigada pelo direcionamento estatístico.

Aos professores Pedro Geraldi e Rosária da Silva por fazerem parte integrante da

minha banca.

Agradeço a todos que, de maneira direta ou indiretamente, me ajudaram na

realização desta pesquisa.

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SUMÁRIO

RESUMO ............................................................................................................ 06

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 07

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................... 10

2.1Educação Infantil ......................................................................................... 10

2.2.1 Educação infantil no município de Itajaí ............................................... 12

2.2 Educação Inclusiva .................................................................................... 14

2.2.1 Educação de Crianças com Deficiência ................................................ 17

2.3 Brincar ......................................................................................................... 18

2.3.1 Uso do Brincar como Processo Educativo............................................ 21

3. ASPECTOS METODOLÓGICOS ................................................................... 23

4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .............................. 27

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 45

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 47

7. APÊNDICE ..................................................................................................... 49

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A EDUCAÇÃO INCLUSIVA E O BRINCAR: O QUE PENSAM OS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO INFANTIL DA REDE MUNICIPAL DE ITAJAÍ.

Acadêmica: Isabel Cristina Nunes Orientadora: Maria Isabel do Nascimento André, MSc Defesa: 22 de junho de 2007. Resumo: O presente trabalho relata os resultados de uma pesquisa cientifica com professores de Educação Infantil da Rede Municipal de ensino de Itajaí. Tal pesquisa objetivou o conhecimento acerca da concepção de professores de educação infantil sobre a brincadeira, a criatividade, inclusão e a educação infantil. Utilizou-se como instrumento investigativo um questionário elaborado por Maria Isabel do Nascimento-André juntamente com a acadêmica Isabel Cristina Nunes. Participaram desse trabalho 87 professoras da rede Municipal de Ensino, que representam 30,6% da população total (284 professoras), sendo essa uma amostra de conveniência, tendo em vista que trabalhamos com o total de questionários devolvidos. Constatou-se que a maioria da população investigada possui formação em educação infantil e cursos de pós-graduação buscando aprimorar seus conhecimentos, pode-se constatar neste trabalho que os professores investigados quando solicitados para o preenchimento do questionário ficaram em dúvidas quanto suas concepções e suas práticas de ensino, e que os mesmos não possuem uma única perspectiva, ou seja, oscilam entre a perspectiva tradicional e a perspectiva integradora. Palavras-chaves: educação infantil, educação inclusiva, brincar. Área de conhecimento: 7.07.08.05-3 – Ensino e Aprendizagem em Sala de Aula.

Composição da Banca de Avaliação:

Prof. Dr. Pedro Antônio Geraldi

Profª. Rosária Mª Fernandes da Silva, MSc

Profª Maria Isabel do Nascimento André,MSc

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1. INTRODUÇÃO

A sociedade brasileira, bem como as demais sociedades, é constituída de

adultos, jovens, crianças, idosos, homens e mulheres, que vivem conforme suas

crenças, valores e ideologia social. Existe dentro dessa sociedade um pequeno

grupo de pessoas que por razão de alguma deficiência, inata ou adquirida, passa

a ser excluído, vivendo à margem da sociedade.

Estudar esse grupo de pessoas, ou seja, a pessoa com deficiência, saber

como está sendo a sua participação na sociedade tem sido objetivo de muitos

pesquisadores.

Pode-se afirmar que a inclusão é uma das formas de podermos humanizar

a sociedade. Neste sentido, esclarece a visão estereotipada de que a pessoa

somente será capaz se possuir característica mental e física adequada a um

padrão estabelecido pela sociedade, sendo assim consideradas pessoas

“normais”. Perante tanta violência, corrupção e demais absurdos o que pode ser

considerado uma pessoa “normal” para a sociedade? Cabe dizer que é possível à

pessoa com deficiência estar inserida na sociedade como um membro ativo deste

grupo.

Atualmente os movimentos que lutam por uma sociedade mais justa

mostram como poderia ser uma sociedade inclusiva, ressaltando que todas as

pessoas podem e devem estar incluídas neste padrão social. Esses movimentos

buscam exemplos dentro e fora do país, pois a inclusão já ocorre em diversos

países e inclusive no Brasil. Esses exemplos afirmam que é possível estabelecer

a inclusão de pessoa com deficiência em qualquer espaço social.

A educação é considerada como o ponto de partida ao desenvolvimento

das pessoas, tanto às consideradas “normais”, como às com necessidade

educacional especial. A caminhada para a construção da identidade pessoal

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inicia com a educação, respeitando as diversidades culturais, éticas, hábitos,

costumes, suas competências e particularidades.

A educação especial proporciona ao educador formas mais aprofundadas

e didáticas de trabalhar, levando em consideração a necessidade educacional de

cada pessoa. Esses trabalhos podem ser desenvolvidos com brinquedos, jogos e

materiais pedagógicos.

A proposta da utilização do brinquedo está sendo cada vez mais focada

na educação, principalmente quando nos referimos à Educação Infantil. Muitos

professores já estão utilizando o brincar em seus planejamentos, como técnicas

de ensino.

Apesar disso, infelizmente o valor da brincadeira tornou-se um pouco

esquecido no cotidiano das crianças. Com o avanço da tecnologia e o corre-corre

do dia a dia, cada vez mais as crianças encontram refúgios na televisão,

videogame, computador, sem falar nas várias atividades extracurriculares que os

pais procuram ocupar a criança durante o período em que a mesma não está na

escola.

Atualmente podemos perceber que há uma grande perspectiva de

mudança no âmbito educativo, principalmente quando nos referimos à Educação

Infantil. Antigamente os centros educativos focavam suas propostas

principalmente no adulto – professor, onde a formação das crianças acontecia a

partir do direcionamento dado por ele no decorrer das atividades. Hoje em dia

podemos perceber que muitos profissionais se apropriam de outros recursos

proporcionando uma nova proposta pedagógica, possibilitando que as crianças

possam trazer suas práticas cotidianas, culturas, para dentro das salas de aula.

O trabalhar diretamente com crianças pequenas exige que o professor lide

com conteúdos de naturezas diversas, que possam abranger desde os cuidados

básicos até os caminhos específicos provenientes das diversas áreas do

conhecimento. Para isto o professor deve ter uma formação ampla, sendo

essencial e constante o aperfeiçoamento e reflexão sobre sua prática. Hoje em

dia é possível observar, através da mídia, que os professores que lidam com

crianças estão buscando obter novos conhecimentos e estratégias. O brincar já

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está sendo utilizado nesses novos conhecimentos, “novos fazeres”, isto é,

através do brincar as crianças conseguem adquirir limites, construir normas,

valores individuais, favorecendo assim a construção dos processos que engloba

todo aspecto biopsicossocial do ser humano.

Esse trabalho, portanto, visa traçar o perfil do professor da Rede Municipal

de Educação Infantil do município de Itajaí (SC) considerando suas idéias quanto

aos conceitos atuais sobre inclusão, brincar, criatividade e educação infantil

através da percepção desses professores sobre o possível uso do brincar como

procedimento educativo bem como da possibilidade de utilização desse brincar

como forma de propiciar a interação entre crianças, promovendo assim o

processo inclusivo de crianças com deficiências no ensino regular. Outro ponto

que buscamos identificar foi o conhecimento dos professores sobre a adaptação

curricular para promoção do processo de inclusão.

Esperamos que os resultados desta pesquisa, que apontam a fragilidade

de algumas práticas nos centros de educação infantil do município, contribuam

para proporcionar aos gestores e aos professores um ponto de reflexão sobre a

necessidade de se implantar propostas que facilitem o processo de inclusão de

crianças com deficiência nesta etapa educativa. Promover a inclusão a partir do

brincar é propiciar à sociedade o respeito à individualidade e à diversidade.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Educação Infantil

A educação infantil, é a primeira etapa da educação básica, sendo

oferecida em creches ou entidades equivalentes para crianças de até 3 anos de

idade, e pré-escolas para crianças de 4 a 6 anos, tendo como finalidade a

garantia do desenvolvimento integral das crianças em seus aspectos físicos,

psicológicos, intelectual e social (SILVA e SOUZA, 1997).

No Brasil a educação infantil é baseada no Referencial Curricular Nacional

para a Educação Infantil (BRASIL, 1998), o qual pretende apontar metas de

qualidades que contribuam para o desenvolvimento integral da criança. É

considerado como um guia de reflexão de cunho educacional objetivando

conteúdos e orientações didáticas para os profissionais que atuam diretamente

com crianças de zero a seis anos.

A trajetória da Educação Infantil no Brasil e no Mundo tem ocorrido de

forma crescente nas últimas décadas, acompanhando a intensidade da

urbanização, a participação da mulher do mercado de trabalho, e as mudanças

nas organizações e nas estruturas familiares. Por outro lado a sociedade está

mais consciente da importância das experiências na primeira infância (BRASIL,

1998).

Segundo Figueiredo (s/d) a Educação Infantil no Brasil é dividida em duas

classes: “A Educação Infantil dos Ricos” e a “Educação Infantil dos Pobres”.

A classe mais favorecida, considerada como a dos ricos, utiliza a

Educação Infantil para garantir a melhor educação possível a seus filhos

preparando-os para o futuro, desenvolvendo as habilidades motoras, as

habilidades cognitivas, treinando a coordenação motora, ensinando hábitos e

boas maneiras. Os pais pagam caro para que seus filhos possam freqüentar as

instituições, que por sua vez se esforçam o máximo para atender as vontades e

expectativas da família. Por outro lado vemos uma Educação Infantil com classes

superlotadas, poucos adultos para atender a um grande número de crianças,

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espaço físico inadequado e improvisado, impossibilitando muitas vezes a

movimentação livre das crianças. Essa é considerada a “Educação Infantil dos

Pobres”.

À função da escola maternal não é ser um substituto para uma mãe ausente, mas suplementar e ampliar o papel que, nos primeiros anos da criança, só a mãe desempenha. Uma escola maternal, ou jardim de infância será possivelmente considera, de modo mais correto, uma ampliação da família para cima, em vez de uma extensão para baixo da escola primária (WINNICOTT, 1982 apud FIGUEIREDO, s/d).

Winnicott (1982, apud FIGUEIREDO, s/d), coloca que a Educação Infantil

seria melhor compreendida como uma “ampliação para cima da família”,

pretendendo apontar para o fato de que, ao entrar na escola, a criança amplie

sua vida afetiva, relacionando-se com os educadores e com outras crianças, de

diversas idades, com valores culturais e familiares diferentes dos seus. A

Educação Infantil não se restringe ao aspecto social e afetivo, embora eles sejam

de fundamental importância para a garantia as demais aprendizagens.

A educação é uma temática que tem sido tratada pelos mais diferentes

objetivos e sob vários ângulos e critérios. Os profissionais da Educação Infantil

são considerados um elo da corrente educativa, um facilitador e mediador da

aprendizagem principalmente na educação infantil.

O profissional de Educação Infantil - o professor, passa por uma grande

desvalorização profissional, considerando-se que, durante muito tempo estes

educadores não precisavam de uma sólida formação teórico-prática, bastava que

soubessem cuidar adequadamente do bem estar físico das crianças, evitando

sujeiras, doenças ou bagunças (FIGUEIREDO, s/d).

Como forma de buscar a valorização do professor de educação infantil se

busca promover cursos de formação quer sejam os de formação inicial quer

sejam os de formação continuada. De acordo com o Referencial para Formação

de Professores (BRASIL, 1999 p, 7), o objetivo principal desses cursos é a sua

profissionalização por meio do desenvolvimento de suas competências, de modo

a permitir que no cumprimento de suas funções estejam computados as

dimensões técnicas, sociais, políticas, que são igualmente importantes e

imprescindíveis ao desenvolvimento do nosso país.

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Com a reformulação da Lei de Diretrizes e Bases Nacionais para a

Educação – Lei nº. 9,394/96 coloca-se que o aprendizado infantil passou a ser

considerado como a primeira etapa da educação básica, tendo como finalidade o

desenvolvimento integral da criança em seus aspectos físicos, psicológicos,

intelectual e social completando a ação da família e da comunidade (artigo 29).

No artigo 30 a lei enfatiza que a educação infantil será oferecida em creches ou

entidades equivalentes para crianças até três anos de idade e em pré-escolas

para crianças de quatro a seis anos de idade (SILVA e SOUZA, 1997).

Portanto, faz-se necessária uma prática educativa que propicie à criança o

desenvolvimento de capacidades sendo elas física, afetiva, cognitiva, ética, de

relacionamento interpessoal e inserção social, considerando diferentes

habilidades, interesses e maneiras de aprender. Assim, os objetivos deverão

explicitar as intenções educativas, bem como as capacidades que as crianças

poderão desenvolver.

De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil

(BRASIL, 1998) esta etapa educativa tem como principais objetivos, desenvolver

uma imagem positiva da criança, fazendo com que a criança atue de forma cada

vez mais independente, descobrindo e conhecendo progressivamente seu próprio

corpo; desenvolver suas potencialidades bem como os seus limites, valorizar

hábitos de cuidado com a própria saúde e seu bem-estar, estabelecer vínculos

afetivos, favorecendo a auto-estima da criança e ampliando gradativamente suas

possibilidades de comunicação e interação social, brincar, expressando emoções,

sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades.

2.1.1 Educação Infantil no Município de Itajaí.

De acordo com as Diretrizes Curriculares para a Rede Municipal de

Educação Infantil de Itajaí (ITAJAÍ, 1994), a educação infantil adota uma

concepção integrada na criança, preocupando-se com seu desenvolvimento

social, psicológico e histórico, defendendo a formação de cidadãos críticos,

através de uma educação democrática e transformadora.

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A educação infantil do município de Itajaí está baseada no construtivismo,

preocupando-se com a construção do conhecimento das crianças, com sua

interação com as pessoas e com o meio.

Segundo o Referencial Curricular “educar” significa, propiciar situações de

cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada para que

possam contribuir para o desenvolvimento e capacidade das crianças.

A educação infantil tem como objetivo desenvolver uma imagem positiva

da criança, fazendo com que a criança atue de forma cada vez mais

independente, descobrindo e conhecendo progressivamente seu próprio corpo;

desenvolver suas potencialidades bem como os seus limites, valorizar hábitos de

cuidado com a própria saúde e seu bem-estar, estabelecer vínculos afetivos,

favorecendo a auto-estima da criança e ampliando gradativamente suas

possibilidades de comunicação e interação social, brincar, expressando emoções,

sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades.

Ao educador que trabalha com crianças nessa faixa etária cabe então se

perceber como um “facilitador” do desenvolvimento dessas capacidades e

habilidades, de tal modo que estes objetivos orientem não somente o seu

planejamento, mas, sobretudo a postura cotidiana na interação com as crianças.

De acordo com o MEC, o trabalho educativo com crianças deve ser

organizado de forma a englobar sistematicamente os cuidados, as brincadeiras e

as situações de aprendizagem orientada:

ORGANIZAÇÃO DO TEMPO DE TRABALHO EDUCATIVO COM CRIANÇA

CUIDAR

BRINCAR SITUAÇÕES ORIENTADAS

Cuidar – O cuidar e ensinar forma um conjunto inseparável na prática da

educação infantil, pois nas creches e pré-escolas cuidar da preservação da vida e

propiciar o desenvolvimento da capacidade humana são objetivos que não se

separam, sendo ambos necessários para o pleno desenvolvimento biológico,

emocional e intelectual da criança.

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O tempo dedicado ao cuidar é distribuído em atividades como: educação

do corpo (hora do banho, higiene oral, repouso, brincadeiras ao ar livre), troca de

fraldas e cuidados com as eliminações, construção de hábitos de alimentação

saudável.

Brincar – O brincar é a principal atividade da criança pequena, a

educação infantil reconhece e valoriza importância do tempo em as crianças

brincam, através do brincar a criança interage com outras pessoas, expressa e

comunica-se com seu mundo interno, elabora e realiza construções mentais.

Por meio da brincadeira que a criança amadurece a vida coletiva,

desenvolvendo competências para a interação, utilizando e experimentando as

regras e papeis sociais. Segundo o Referencial Curricular (BRASIL, 1998),

durante o tempo dedicado à brincadeira é importante que as crianças tenham

uma certa independência, competindo ao educador principalmente observar,

reservando suas intervenções apenas quando solicitado ou em situações onde se

faz necessário.

Situações Orientadas e Aprendizagem – O trabalho do professor da

educação infantil leva-o a organizar situações orientadas de aprendizagem que

dependem diretamente de sua intervenção, de forma a possibilitar às crianças

novas experiências e contatos com conhecimentos diversos.

2.2. Educação Inclusiva

A inclusão no sistema educacional exige uma transformação na escola,

pois defende a inserção no ensino de alunos com qualquer déficit e necessidade.

A nova proposta de educação, que passa a ser inclusiva, surgiu com a

Conferência Mundial sobre Educação para Todos (em 1990), realizada em

Jomtiem, na Tailândia. Sua meta é de garantir a democratização da educação

independente das particularidades dos alunos. Isso foi reforçado, posteriormente,

pela Declaração de Salamanca (em 1994), que ressaltou a necessidade de se

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dar às crianças e aos adolescentes, sobretudo aos que têm necessidades

educativas especiais, as condições para que sejam matriculadas na escola

comum, rompendo a prática da segregação social e da distinção entre os

desiguais. É um novo movimento pedagógico, com característica democrática e

pluralista, que pretende garantir não somente o acesso, mas também a

permanência de cada aluno nos níveis estruturais dos sistemas educacionais e o

respeito por sua identidade social (OSÓRIO, 1999).

A Declaração de Salamanca (1994, apud CARDOSO, 2003) dentre seus

vários princípios e artigos coloca que o princípio fundamental da escola inclusiva

é o de que todas as crianças devem aprender juntas, sempre que possível,

independentemente de quaisquer dificuldades por diferenças que elas possam

ter. Afirma ainda que a Escola inclusiva deva reconhecer e responder“ às

necessidades diversas de seus alunos, acomodando ambos os estilos e ritmos de

aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos através de um

currículo apropriado, arranjos organizacionais, estratégias de ensino e parceria

com as comunidades.

Conforme Barbosa (s/d), a partir deste princípio não podemos mais

conceber uma educação escolar que privilegie apenas as pessoas que seguem

os padrões de aprendizagem estipulados pela sociedade como “normais”.

A partir daí devem ocorrer algumas modificações ou adaptações,

mudanças nos níveis administrativos, incluindo a estrutura do setor central de

educação, a organização de cada escola e didática da sala de aula. O

reconhecimento da necessidade para efetuar tais mudanças é colocado pelo

trabalho do Council of Administratos of Special Education (CASE), (apud

RIBEIRO, 2001), segundo este trabalho é importante que haja uma preparação a

todos os educadores, uma estrutura de currículo unificada como meio de dirigir o

diálogo sobre o planejamento e a organização do ensino, que ocorra uma

mudança na visão e missão da instituição visando unificar e incluir todos, obter

uma tecnologia apropriada à pessoa bem como oferecer suporte aos mesmos em

fim realizar subsídios para que ocorra o aprendizado e desenvolvimento.

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Para que algumas dessas sugestões sejam implantadas em uma escola

um programa específico deve dar suporte possibilitando que elas ocorram. Pode-

se dizer que lentamente uma conscientização vem sendo criada gerando com

isso mudanças que visam maior qualidade dentro do ensino brasileiro. Paralelo a

essas mudanças no ensino, busca-se também incluir a pessoa com deficiência.

Com a qualidade no ensino e ao mesmo tempo a inclusão da pessoa com

deficiência, a escola torna-se um ambiente desafiador, pois o ensino não se

estende apenas aos alunos com deficiência, ele ocorre em um ambiente comum

para todos. A partir das relações que ocorrem no ambiente escolar, inicia-se o

processo de preparar alunos, professores e demais funcionários para tornarem-

se aptos a incluir. Portanto, a escola deve ensinar e dar exemplo de que, apesar

das diferenças, todos têm direitos iguais, principalmente o direito de ensino e

participação na escola.

A partir disto poder-se-ia dizer que o valor de uma escola para todos é sem

dúvida incalculável. A partir do momento que todos são aceitos como iguais

dentro de um mesmo contexto, cada um garante seu direito de cidadão e passa a

contribuir para uma consciência coletiva, que não somente privilegia o diferente,

mas o respeita como ser humano, valoriza suas idéias, torna-se o responsável

pelos seus atos e lhe possibilita condições de desenvolvimento. Um

desenvolvimento que lhe garante possibilidades de alcançar objetivos como uma

carreira profissional, um emprego condizente com sua capacidade e possível

independência financeira.

Segundo Werneck (2000) educar é um processo interativo e dinâmico

tanto a criança sem deficiência quanto a criança com deficiência participarão

deste processo segundo suas capacidades e potencialidades, as quais deverão

ser estimuladas na mesma medida, proporcionando à criança os

desenvolvimentos adequados em qualquer ambiente, o qual não será mais de

educação “especial” ou educação “regular”, será um ambiente que venha a

atender todas as necessidades da criança. Cabe à escola, portanto, o papel de

estimular, de possibilitar a apreensão dos conteúdos de uma forma criativa ao

mesmo tempo em que explora todos os aspectos do desenvolvimento infantil.

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Portanto, muitas propostas são lançadas, porém, o caminho para torná-las

reais é difícil. Tornar um ambiente inclusivo é um processo que deve ser

construído, avaliado e reavaliado a cada instante. Porque ele não acontece de

um dia para o outro, é fruto de uma grande reflexão, de questionamentos e do

compromisso individual de cada cidadão.

2.2.1 Educação de Crianças com deficiência

A educação de crianças com deficiência vem obtendo um grande

reconhecimento nos últimos anos. O número de pessoas com deficiência é

significativo na população brasileira e por isso requer atenção especial por parte

daqueles que estruturam os parâmetros para educação sendo ela infantil ou

adulta.

No campo da educação muito se comenta sobre a diversidade existente

no país. Esta diversidade refere-se às diversidades culturais, os hábitos, os

costumes e também abre espaço para referir-se sobre as competências e

particularidades de cada um, juntamente com os valores éticos, o respeito ao

outro, a igualdade e solidariedade. A educação para “todos” deve ser um ato

solidário, um caminho para a construção de uma nova cidadania, exercendo seus

direitos e deveres, deixando para trás a marginalização e a discriminação para

com as pessoas com diferenças individuais.

A Educação Infantil é considerada como ponto de partida da educação

formal, tendo início a inclusão de crianças com deficiência, que têm o seu direito

assegurado no Estatuto da Criança e do Adolescente, artigo 54, que afirma: “É

dever do estado assegurar à criança e ao adolescente (...) atendimento

educacional especializado aos portadores de deficiência” (BRASIL, 1990), tendo

como iniciativa incluir todos em um mesmo ambiente, favorecendo a formação de

vínculos, a possibilidade de tratar suas dificuldades em um novo ambiente, e por

outro lado proporcionando à criança sem deficiência uma formação de valores

mais esclarecidos quanto às diferenças existentes na sociedade.

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“A educação e os cuidados recebidos durante a infância possuem efeitos duradouros no desenvolvimento físico, motor, cognitivo, moral e social da criança, sendo natural, portanto que esta etapa afete a capacidade intelectual, personalidade e o comportamento social na vida adulta” (BHERING, OUDENHOVEN, WAZIR, 2000, p. 11).

Portanto nada melhor que no período de desenvolvimento da criança, ela

venha a ter contatos com os mais diferentes grupos sociais, incorporando à sua

personalidade valores e comportamentos sociais não havendo discriminação,

mas, respeito e valorização a todos.

Pode-se afirmar então que a inclusão humaniza a sociedade, a educação

especial, proporciona ao educador formas mais aprofundadas e didáticas de

trabalhar, levando em consideração a necessidade educacional de cada pessoa.

O profissional que lida diretamente com crianças vem obtendo novos

fazeres, sendo o brincar um deles, através do brincar as crianças conseguem

adquirir limites, construir normas, valores individuais, favorecendo assim a

construção dos processos que engloba todo o aspecto biopsicossocial do ser

humano.

2.3. Brincar

A relevância do brincar vem de longa data. Filósofos como Platão,

Aristóteles, Rosseau destacam o papel do brincar na educação. Frobel, o criador

do jardim de infância, adaptou o currículo da educação infantil; o brincar passou a

ser utilizado nas escolas manipulando conceitos e desenvolvendo habilidades.

Jogos, músicas, arte e atividades externas passaram a integrar os programas

diários das crianças.

Atualmente, têm-se dado grande atenção ao papel da brincadeira na

constituição das representações mentais e seus efeitos no desenvolvimento da

criança, especialmente na faixa etária de 0 a 6 anos de idade (WASJSKOP,

2001).

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Segundo Vigotsky (apud WAJSKOP, 2001), através do brincar a criança

começa a perceber o objeto não da maneira como ele é, mas como desejaria que

fosse. Na aprendizagem formal isso não é possível, mas a partir do brincar a

criança atribui novos significados aos objetos. Dessa forma, o brincar tem grande

importância no desenvolvimento, pois cria novas relações entre as situações do

pensamento e as situações reais.

O brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da

identidade e da autonomia da criança. Através das brincadeiras as crianças

podem desenvolver algumas capacidades importantes para o seu desenvolver,

como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação, assim como favorecer as

capacidades de socialização por meio da interação e da utilização e

experimentação de regras e papéis sociais.

De acordo com Brasil (2001), para que ocorra o brincar é preciso

apropriar-se de elementos da realidade imediata de tal forma a atribuir-lhes novos

significados. Essa peculariedade da brincadeira ocorre por meio da articulação

entre a imaginação e imitação da realidade. Toda brincadeira é uma imitação

transformada, no plano das emoções e das idéias, de uma realidade

anteriormente vivenciada.

A partir desta colocação pode-se afirmar que a brincadeira proporciona à

criança a possibilidade de criar e recriar situações por ela conhecida e de se

apropriar da realidade através da imaginação e da fantasia.

O brincar proporciona a observação das experiências prévias das crianças

e aquilo que os objetos manipulados sugerem ou provocam no momento

presente, pela repetição daquilo que já conhecem, utilizando a memória,

atualizando os conhecimentos prévios, ampliando-os e transformando-os por

meio da criação de uma situação imaginária nova, ou seja, a criança repete

situações já vivenciadas ou conhecidas.

De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil

(BRASIL, 2001), através das brincadeiras as crianças vivenciam concretamente a

elaboração e negociação de regras de convivência, assim como a elaboração de

um sistema de representação dos diversos sentimentos, das emoções e das

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construções humanas. Isso ocorre porque a motivação é sempre individual e

depende dos recursos emocionais de cada criança.

Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil

(BRASIL, 2001), no ato de brincar os objetos, sinais, gestos e espaços assumem

outros significados, até mesmo a criança assume o papel daquilo que deseja

fazer favorecendo assim sua auto-estima, estimulando a interiorização de

determinados modelos do adulto, incorporando-as à sua personalidade.

Nas brincadeiras as crianças transformam os conhecimentos que já

possuem anteriormente em conceitos gerais com os quais brincam. Para assumir

um determinado papel numa brincadeira, a criança deve conhecer algumas de

suas características. Seus conhecimentos provêm da imitação de alguém ou algo

conhecido, de uma experiência vivida na família ou em outros ambientes, etc.

(BRASIL, 2001).

Para a criança a brincadeira tem como função estimular seus

pensamentos para a resolução de problemas que lhe são importantes e

significativos, também lhe oferece condições de adquirir limites, de socializar-se,

de construir normas, regras e constituir valores individuais.

Para explorar ainda mais o potencial da criança e propiciar seu

desenvolvimento Abramowicz e Wajskop (1995) colocam que no espaço

institucional as crianças podem brincar por meio da modificação e entonação das

palavras, timbre de voz, proporcionando a mudança e uso convencional de

objetos, brinquedos, na modificação de personagens, alterações de identidade,

fazendo uso de fantasia, objetos simbólicos e do próprio espaço.

Para a criança a brincadeira ocorre de maneira natural, ela não tem

consciência de que naquele momento, seu desenvolvimento está sendo

desencadeado, “vivenciando concretamente a elaboração e negociação de

regras e convivências, assim como a elaboração de um sistema de

representação dos diversos sentimentos, das emoções e das construções

humanas” (BRASIL, 2001).

A brincadeira mesmo que natural, não deve acontecer somente para

preencher um espaço na rotina diária da criança, deve conter objetivos que levam

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a criança a elaborar de forma independente suas emoções, sentimentos,

conhecimentos, regras sociais.

2.3.1 Uso do Brincar como Processo Educativo

O ambiente na dimensão escolar é como um todo indissociável de objetos,

formas, cores, sons e pessoas, que habitam e se relacionam dentro de uma

estrutura física determinada que contém tudo e que ao mesmo tempo, é contido

por elementos que passam a ter “vidas”.

O ambiente no âmbito educacional é tido como algo que “fala”, transmite

sensações, evoca recordações, passa segurança e inquietação, deixando sempre

uma estrutura diferente (FORNEIRO, 1998 apud HORN, 2004).

Hoje em dia fala-se de uma prática pedagógica que aposta na capacidade

das crianças de realizarem atividades diversificadas dentro de uma perspectiva

que descentra da figura dos educadores. A maior parte das ações

desempenhadas pelas crianças redimensiona o papel dos professores.

À medida que os profissionais são subsidiados por uma coordenação pedagógica que propõe estudos diversificados em leitura de textos, assistência e discussão de vídeos, análise de situações cotidianamente vivenciadas por educadores(as) e seus alunos(as), diálogos e socialização de diferentes práticas, o olhar para seus alunos vai sendo “permeado” por um referencial teórico que lhe permite observarem, prestarem atenção nas brincadeiras das crianças e ao mesmo tempo, refletirem sobre suas práticas (HORN, 2004, p.29).

A partir das modificações que ocorrem no ambiente, dar-se-á uma maior

flexibilidade na rotina diária, na ampliação do uso do espaço que extrapolam os

limites da sala de aula. É importante ressaltar que não basta que os professores

modifiquem o ambiente, com cantos temáticos, jogos, brincadeiras, materiais a

disposição, mas, que o professor tenha consciência do desafio que é imposto às

crianças.

Muitos educadores da rede infantil passam a estruturar suas salas de

aulas a partir dos ambientes, atribuindo diferentes temáticas, porém permanecem

a desempenhar uma didática altamente centrada no educador.

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É preciso que o educador adote cuidados de optar por diferentes

estratégias de ensino, quando são propostas aos alunos atividades que utilizem

objetos. É importante que antes de direcionar a atividade, as crianças entrem em

contato com o material, pois podem ter sentido duplo à criança, um símbolo social

e um individual; as crianças atribuem aos símbolos origens da família, a partir do

momento de familiaridade com o objeto a criança passa por um processo de

construção dos símbolos por si própria, muitas vezes atribuindo os símbolos aos

conceitos familiares.

O brincar embasa o processo ensino/aprendizagem favorecendo a

construção da reflexão, da autonomia e da criatividade. Para a criança, a

brincadeira tem uma importância fundamental na construção da sua inteligência e

de seu equilíbrio emocional, contribuindo para a sua afirmação pessoal e

integração social (WASJSKOP, 2001).

O brincar proporciona desenvolver a capacidade lúdica, a interligação

entre o real e o imaginário, a construção e interligação dos conceitos na aquisição

do conhecimento, facilitando a ação e reflexão após o brincar. A criança, nas

brincadeiras, utiliza muitas vezes o seu corpo como recurso para aprender,

proporcionando assim, a vivência e elaboração de diferentes papéis.

A brincadeira é uma situação privilegiada na aprendizagem infantil onde o

desenvolvimento pode alcançar níveis mais complexos, exatamente pela

possibilidade de interação entre os pares em situação imaginária e pela

negociação de regras de convivência e de conteúdos temáticos (WASJSKOP,

2001).

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23

5. ASPECTOS METODOLÓGICOS

5.1 Participantes da Pesquisa

A pesquisa tem como finalidade traçar o perfil do professor de Educação

Infantil da Rede Municipal de Ensino de Itajaí (SC), considerando suas idéias

quanto aos conceitos atuais sobre inclusão, brincar, educação e criatividade.

A amostra desta pesquisa foi composta 87 professores de educação

infantil da Rede Municipal de Ensino de Itajaí, que corresponde a 30,6% da

população total, tendo em vista que a Rede Municipal de Ensino é composta por

284 professoras. Considerando-se que foram enviados questionários a todas as

professoras e que elas tiveram liberdade de devolução, nossa amostra tornou-se

uma “amostra de conveniência”. Com isso pretendeu-se coletar dados suficientes

para traçar o perfil dos professores sobre os temas acima citados.

Decidiu-se por trabalhar com os professores de educação infantil para

analisar como os mesmos concebem a inclusão, a brincadeira e a criatividade em

suas aulas e a forma como consideram suas concepções no momento em que as

planejam.

5.2 Instrumento

Os dados desta pesquisa foram levantados por meio de um questionário

específico (ANEXO 1), cujo objetivo foi conhecer, através de opiniões pessoais,

as idéias do professorado de educação infantil sobre essa etapa educativa,

envolvendo os temas: inclusão, brincar, criatividade e educação infantil. O

referido questionário foi elaborado pela acadêmica juntamente com sua

orientadora Maria Isabel do Nascimento-André.

O questionário (ANEXO 1) estruturou-se em duas perspectivas distintas,

um enfocando concepções tradicionais e a outra, concepções integradoras,

sendo que cada perspectiva abordava as categorias de inclusão, educação,

brincar e criatividade. O instrumento tem por finalidade explorar o que pensam os

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professores sobre distintos conteúdos, relacionados com educação infantil e

inclusão, envolvendo suas concepções acerca do processo educativo bem como

o brincar e a criatividade.

Inicialmente o questionário consta de dados pessoais, não sendo

obrigatório o seu preenchimento, cabe ao professor a decisão de informar nome,

data de nascimento, sexo, ano de conclusão da última titulação, experiência

como profissional na Educação Infantil, o nível que ministra as aulas e a

Instituição que trabalha, bem como a localidade da mesma. Este instrumento,

tendo como base em Nascimento-André (2001), conta com 33 perguntas,

enfocando as perspectivas tradicionais e a integradora, onde aborda as

categorias de educação, inclusão, brincar e desenvolvimento.

Perspectiva tradicional - Segundo Nascimento-André (2001) serão

considerados os conceitos sobre a ênfase que está relacionada à transmissão de

conhecimentos, ou seja: o fundamental é a aquisição de novos comportamentos

por parte dos alunos através do que transmite o professor e, também as

características inatas do indivíduo.

Categoria Inclusão - está representada por afirmações relacionadas à

transmissão de conteúdos, atividades determinadas, leis e concepções sobre a

deficiência.

Categoria Educação Infantil - está representada por afirmações

relacionadas à transmissão de conteúdos, utilização de tarefas programadas, o

controle absoluto por parte dos professores e a utilização de reforços ou

recompensas como forma de obter os comportamentos desejados. O professor é

considerado como único agente transmissor do conhecimento e o que detém o

saber.

Categoria Brincar - está representada por afirmações que consideram o

jogo como reforço – positivo ou negativo – e como instrumento dos professores

para a transmissão de novos conhecimentos, sempre e quando este tenha o

domínio total da situação.

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Categoria Criatividade - aparece através de afirmações que consideram a

criatividade como uma característica inata, apresentada somente por algumas

pessoas em situações especificas, independendo da interação com o ambiente.

Perspectiva integradora - Segundo Nascimento-André (2001) são

considerados os conceitos onde estão enfatizadas as interações do indivíduo

com o meio, o que propícia o desenvolvimento e a construção do conhecimento.

Categoria Inclusão - está representada por afirmações relacionadas à

princípios inclusivos, recursos que proporcionam a interação da criança com

deficiência ao ambiente, favorecendo dentro de suas potencialidades e limite o

seu desenvolvimento global.

Categoria Educação Infantil - está representada por afirmações

relacionadas com a interação indivíduo-ambiente bem como as que consideram a

importância do desenvolvimento global – cognitivo, afetivo, social – no processo

de educação infantil. A função dos professores é propiciar novas possibilidades e

desafios participando, junto com os alunos, na construção do conhecimento.

Categoria Brincar - está representada por afirmações que consideram o

jogo como uma das formas do indivíduo construir o conhecimento através da

interação com o ambiente considerando suas característica emocionais e

afetivas.

Categoria Criatividade - está relacionada por afirmações que consideram

a criatividade como uma atitude que pode e deve ser desenvolvida através da

interação com o meio.

Importante ressaltar que para todas as afirmações apresentadas no

questionário o professor deveria pontuar inicialmente seu grau de concordância

com a mesma para, em seguida, pontuar o quanto a considera no momento em

que está planejando suas aulas. Ou seja, buscou-se assim além de conhecer o

pensamento do professor, também saber como utiliza esse conhecimento no

momento de planejar.

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5.3 Procedimento para Coleta de Dados

A distribuição dos questionários foi através da Secretaria Municipal de

Educação sendo estipulado um tempo limite para a devolução dos mesmos. Os

questionários foram enviados dentro de envelopes já postados com o prazo para

a devolutiva dos mesmos.

Esta forma de distribuição (via Secretaria Municipal de Educação) foi a

mais conveniente para que se preservasse a identidade das escolas bem como

dos professores pesquisados. Os questionários foram avaliados conforme o perfil

e modo de pensar dos professores.

5.4 Procedimento para Análise dos dados

Os dados foram analisados quantitativamente através do programa Excel

do Windows. Este programa executa funções especificas para a análise

sistemática dos dados.

Trabalhou-se com essa metodologia, pois responde positivamente aos

objetivos desta pesquisa, que é de traçar o perfil do professor e a forma como

utilizam suas concepções no instante da elaboração do planejamento de aula. A

pesquisa quantitativa possibilita à oportunidade de se pensar a problemática

pesquisada de forma abrangente e quantificada.

Além da utilização do programa Excel, analisou-se os dados em

agrupamento, ou seja, foram selecionadas questões referentes a cada tema em

quatro categorias distintas (inclusão, educação, brincar e criatividade) dentro de

duas perspectivas diferentes: tradicional e integradora.

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4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Buscando compreender o perfil do pensar do professor frente à sua prática

educativa considera-se importante iniciar a análise através dos dados dos

profissionais de acordo com a idade, titulação, a situação profissional, seu tempo

de experiência como docente na educação infantil e o nível em que ministra suas

aulas.

Os resultados descritos abaixo foram gerados a partir das informações

prestadas pela população alvo quando solicitados seus dados pessoais. Abaixo,

pode-se analisar a descrição do intervalo de idade da população pesquisada.

Tabela 01 –Idade

Intervalo de Idade Freqüência %

De 21 a 25 anos 3 3%

De 26 a 30 anos 21 24%

De 31 a 35 anos 5 6%

De 36 a 40 anos 18 21%

De 41 a 45 anos 6 7%

Mais de 46 anos 6 7%

Não Informado 28 32%

Total 87 100%

Quanto aos dados referentes à idade (tabela 1) podemos afirmar que

quadro de professores pesquisados encontra-se com um intervalo de idade

bastante variado, obtendo maior ênfase entre 26 a 30 anos, 24%. É importante

salientar que 32% não informaram a idade.

Tabela 02 – Titulação

Titulação Freqüência %

Ensino Superior 70 81%

Ensino Médio 15 17%

Não informado 2 2%

Total 87 100%

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Quanto à titulação (tabela 2), os dados demonstram que o grande número

dos professores pesquisado possui curso superior completo. É importante

ressaltar que 81% dos professores pesquisados fazem ou já fizeram algum tipo

de especialização, apenas 17% professores não possuem ensino superior. Este é

um fator relevante, pois apresentam dados que remetem a pensar que os

professores buscam formas para estarem renovando seus conhecimentos.

Tabela 03 – Situação Profissional

Situação Profissional Freqüência %

Efetivo 56 65%

Contratado 30 34%

Não informado 1 1%

Total 87 100%

No que se refere à situação profissional dos sujeitos pesquisados, pode-se

perceber que a maioria dos professores 65% é efetiva, ou seja, trabalham

regularmente em Centros de Educação Infantil do Município de Itajaí.

Tabela 04 – Tempo de Atuação na Educação Infantil

Tempo de Atuação Freqüência %

Menos de 1 anos 2 2%

De 1 a 5 anos 21 24%

De 6 a 10 anos 34 39%

De 11 a 15 anos 13 15%

De 16 a 20 anos 11 13%

Mais de 20 anos 5 6%

Não Informado 1 1%

Total 87 100%

A tabela 4 demonstra que 73% dos professores pesquisados possuem

entre 6 a 20 anos de atuação na educação infantil, podendo ser relevante o uso

de práticas mais tradicionais.

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Tabela 05 – Nível em que ministra suas aulas

Nível em que ministra as

aulas

Freqüência %

Berçário I 21 25%

Maternal I 6 7%

Maternal II 14 16%

Jardim I 15 17%

Jardim II 15 17%

Pré-escola 13 15%

Não informado 3 3%

Total 87 100%

Nesta tabela percebe-se que 49% dos professores pesquisados

ministrando suas aulas no nível de jardim e pré-escolas, ou seja, trabalhando

com crianças de 3 a 6 anos e 48% trabalham em nível de Berçário e Maternal

com crianças de 0 a 3 anos.

Estas tabelas foram utilizadas para traçar um perfil dos professores

pesquisados quanto aos seus dados profissionais. Então, obtivemos um quadro

de professores que em sua maioria possui idades entre 26 a 30 anos, com curso

superior e possuem especialização na área, são professores efetivos na

secretaria Municipal de Educação, possui considerável experiência profissional e

ministram suas aulas no nível de jardim e pré-escola.

A partir disto passa-se a discorrer sobre os resultados obtidos através

levantamento das idéias dos professores sobre educação infantil, brincar,

criatividade e inclusão de pessoas com deficiência, bem como a forma como

consideram suas crenças no momento em que planejam suas aulas.

Esta etapa da pesquisa envolve diferentes concepções sobre a

perspectiva tradicional e perspectiva integradora de educação, como foi colocado

anteriormente.

Brincar Tradicional

Na perspectiva tradicional a categoria brincar está delimitada a um padrão

de pensamento onde a brincadeira é utilizada como uma hora de relaxamento de

e satisfação para a criança, é tida como recompensa pelo trabalho desenvolvido.

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Para Kishimoto (1998) esta perspectiva engloba os jogos infantis e as

brincadeiras de forma a considerá-los como um simples ato que a criança faz e

que não é sério.

Este é um fator importante para esta análise, pois demonstra que o

professor utiliza as brincadeiras em suas aulas com uma visão tradicional de

educação, e não como uma visão integradora.

Segundo o padrão de análise adotado para essa pesquisa, descrito nos

procedimentos metodológicos, foram consideradas na categoria Brincar na

perspectiva tradicional as afirmativas 2, 7, 13, 16 e 26, que correspondem a

considerações quanto à brincadeira como um fato que deve ser determinado

pelo professor em momentos específicos; de recompensa a ser usado pelo

professor; podendo ser usado como reforço positivo ou negativo; como fator de

desenvolvimento psicomotor ou como um momento de descarga de energia.

Quando solicitadas a marcarem o grau de acordo com tais afirmativas, a

somatória das respostas dadas é apresentada no gráfico abaixo:

Gráfico 1. Perspectiva Tradicional Brincar – Idéias

Perspectiva Tradicional Brincar - Idéias

3%

45%

20%

32% Sem Resposta

Pouco

Regular

Frequentemente

De acordo com as respostas encontradas, quando as afirmativas sobre o

brincar são apresentadas em uma perspectiva tradicional 32% das respostas

apontam escolhas vinculadas a essa perspectiva e 45% apontam discordar

dessas afirmativas.

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Quanto ao grau de consideração das mesmas afirmativas na hora de fazer

seus planejamentos, a somatória das respostas das professoras nos apresenta o

seguinte gráfico:

Gráfico 2. Perspectiva Tradicional Brincar – Planejamento

Perspectiva Tradicional Brincar - Planejamento

11%

29%

14%

46%Sem Resposta

Pouco

Regular

Frequentemente

Estes percentuais nos apontam que 46% das respostas encontram-se em

considerarem freqüentemente esses fatores quando planejam suas aulas e

apenas 29% apontam não considerá-los em seus planejamentos.

É importante observarmos a diferença entre o momento de planejar suas

aulas e suas concepções sobre as afirmativas, quando questionados sobre

suas idéias 45% das respostas não concordam com as afirmativas e quando

questionadas sobre o seu planejamento obtivemos como repostas apenas 29%

que não utilizam essas concepções.

Brincar Integradora

Na perspectiva integradora o brincar é caracterizado pelo fato de

possibilitar à criança oportunidades de viver novas situações de aprendizagem e

mais importante, de reestruturar o conhecimento existente para novas situações e

problemas, a fim de encontrar soluções.

Segundo Moyles (2002) o brincar é necessário e vital para o

desenvolvimento do organismo em si e para o amadurecimento como um ser

social. Cabe ao professor o papel de garantir que, no contexto escolar, a

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aprendizagem seja contínua, e que inclua fatores além dos puramente

intelectuais incluindo os fatores como o emocional, o social, o físico, o estético, o

ético e o moral da criança.

A contribuição do jogo à educação infantil permite ao aluno estar relaxado

e ser mais eficiente em seus exercícios e em sua atenção. Coloca ainda que é

possível dar o aspecto de jogo a exercícios escolares, é o jogo como artifício

pedagógico (BROUGÉRE,1998).

Quando questionados os professores sobre a perspectiva integradora,

onde consideramos o brincar como uma forma lúdica de ensino, ou seja, utilizado

como fonte de aprendizado e como um instrumento educativo, obtivemos como

resposta os seguintes dados:

Gráfico 3. Perspectiva Integradora Brincar – Idéias

Perspectiva Integradora Brincar- Idéias

5% 11%

17%

67%

Sem Resposta

Pouco

Regular

Frequentemente

A partir deste gráfico pode-se perceber que 67% das respostas obtidas

consideram o brincar como uma forma de expressar os sentimentos reprimidos

pelo sujeito conforme questionados na questão 29.

Em relação à utilização do brincar como procedimento educativo tivemos

como resultado os seguintes dados:

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Gráfico 4. Perspectiva Integradora Brincar – Planejamento

Perspectiva Integradora Brincar - Planejamento

16%

6%

18%60%

Sem Resposta

Pouco

Regular

Frequentemente

Dentre as respostas obtidas 60% das respostas utilizam no seu

planejamento o brincar como procedimento educativo, 6% das respostas não

utilizam o brincar nessa perspectiva.

Através desses gráficos podemos perceber que as respostas obtidas entre

o planejamento e as idéias do professores sobre o brincar na perspectiva

integradora são mais coerentes do que quando abordado o tema pela perspectiva

tradicional, ou seja: aproximadamente 60% das respostas concordam com essa

afirmativa e utilizam o brincar freqüentemente como processo educativo.

Educação Tradicional

De acordo com a perspectiva tradicional a educação infantil é considerada

como uma preparação à transmissão de conteúdos, controle absoluto por parte

do professor e utilização de tarefas programadas. Nesta perspectiva o professor é

considerado como único agente transmissor de conhecimento e que detém o

saber.

Segundo Mizukami (1986), a educação é considerada como um processo

amplo, mas caracterizado como transmissão de conhecimentos e restrito à

escola, o processo de educação segundo esta perspectiva se dá ao período em

que o aluno freqüenta a escola.

Foram consideradas para a educação infantil na perspectiva tradicional as

afirmativas: 03, 04, 11, 30 que correspondem a questões que consideram a

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repetição de conteúdos por parte do professor como um gerador de

aprendizagem; que os reforços e recompensas proporcionam melhor aquisição

de aprendizagens e que na educação infantil deve se evitar respostas errôneas

de alunos durante suas atividades.

A somatória das respostas solicitadas quanto ao grau de acordo dos

professores está no gráfico abaixo:

Gráfico 5. Perspectiva Tradicional Educação – Idéias

Perspectiva Tradicional Educação - Idéias

3%

54%17%

26%Sem Resposta

Pouco

Regular

Frequentemente

De acordo com as respostas encontradas, quando as afirmativas sobre a

educação infantil são apresentadas em uma perspectiva tradicional 54% das

respostas discordam das afirmativas e 26% das respostas concordam com a

afirmativa.

Em relação ao planejamento do professor frente a essas afirmativas dentro

da perspectiva tradicional obtivemos os seguintes dados:

Gráfico 6. Perspectiva Tradicional Educação - Planejamento

Perspectiva Tradicional Educação - Planejamento

11%

37%

16%

36% Sem Resposta

Pouco

Regular

Frequentemente

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A análise deste gráfico demonstra que 37% das respostas não adotam em

seu planejamento essa perspectiva de educação e que 36% adotam, ou seja,

essas professoras ao planejarem suas atividades consideram que é a repetição

de conteúdos que ocasiona aprendizagem, e que na educação infantil deve-se

evitar respostas errôneas de alunos durante suas atividades.

Educação Integradora

A educação infantil dentro da perspectiva integradora é considerada de

forma que o conhecimento é construído a partir da ação das crianças sobre os

objetos, portanto define que a educação infantil para ser efetiva tem que ser

intelectual e emocional.

Nesta perspectiva a educação infantil trata de forma integradora os

aspectos relacionados a esta etapa educativa. A criança é vista como um ser

biopsicossocial, que necessita de uma integração entre as fases de

desenvolvimento, relacionamento, escolaridade para construir passo a passo sua

subjetividade. Para que a criança aprenda, é necessário que haja um lugar

propício para o desenvolvimento das atividades, que haja uma relação

harmoniosa por parte do professor e que este desperte o interesse e estimule a

criança.

Para Mizukami (1986), a educação não se consiste na transmissão de

verdades, informações, demonstrações e modelos e sim em que o aluno

aprenda, por si só próprio, a conquistar essas verdades mesmo que tenha de

realizar todos os pressupostos por qualquer atividade real. Portanto a educação

pode ser considerada igualmente como um processo de socialização, ou seja, um

processo de democratização das relações.

Dentro dessa perspectiva foram consideradas as questões 18, 27, 31 o

gráfico abaixo corresponde ao grau de acordo referente às idéias dos professores

frente às afirmativas.

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Gráfico 7. Perspectiva Integradora Educação – Idéias

Perspectiva Integradora Educação - Idéias

3% 10%

21%

66%

Sem Resposta

Pouco

Regular

Frequentemente

Pode ser analisado no gráfico 7, que refere-se a idéias dos professores

sobre a educação na perspectiva integradora, que 66% das respostas concordam

com essas afirmativas e que 10% das respostas discordam das mesmas.

Em relação ao grau de concordância no momento do planejamento as

porcentagens estão no gráfico abaixo.

Gráfico 8. Perspectiva Integradora Educação – Planejamento

Perspectiva Integradora Educação - Planejamento

13%

9%

11%67%

Sem Resposta

Pouco

Regular

Frequentemente

Quando questionados sobre o grau de concordância no planejamento,

67% das respostas obtidas apontam para o fato de que utilizam freqüentemente

essas concepções em suas práticas educativas e apenas 9% utilizam pouco

essas concepções.

Quando comparado o grau de acordo com o grau de consideração no

momento de planejamento pode-se perceber que quando o tema educação é

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abordado pela perspectiva integradora as professoras apresentam maior

coerência entre o pensar e o agir, ou seja, 66% das respostas concordam com a

afirmativa e 67% das respostas consideram relevantes essas concepções no

momento de planejar suas aulas, portanto podemos analisar que nessa categoria

a um grau de concordância entre as respostas.

Criatividade Tradicional

A categoria criatividade dentro da perspectiva tradicional é entendida como

algo inato, presente em apelas algumas pessoas, em situações específicas e

independendo da interação com o ambiente. Cabe ressaltar o que coloca

Wechesler (1998), que quando se refere à falta de estímulo criativo por parte do

professor e da sociedade, onde acabamos por reprimir e bloquear a

potencialidade criativa pela forma como aprendemos.

O que demonstra nessa perspectiva é a repetição de valores educativos

aprendidos na educação tradicional e que são até hoje reproduzidos em nossas

escolas.

A categoria criatividade é entendida dentro da perspectiva tradicional como

algo inato, presente em apenas algumas pessoas ou em situações

independentes às interações com o ambiente. Para essa categoria foram

consideradas as afirmativas 06, 10, 19,24 e 25.

O gráfico abaixo representa o grau de concordância dos professores frente

às afirmativas.

Gráfico 9. Perspectiva Tradicional Criatividade – Idéias

Perspectiva Tradicional Criatividade - Idéias

2%

79%

11%8%

Sem Resposta

Pouco

Regular

Frequentemente

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38

Pode-se analisar através deste gráfico que 79% respostas obtidas

discordam das afirmativas e que apenas 8% das respostas concordam com esta

afirmativa.

No gráfico abaixo foram consideradas as concepções dos professores

frente ao seu planejamento.

Gráfico 10. Perspectiva Tradicional Criatividade – Planejamento

Perspectiva Tradicional Criatividade - Planejamento

13%

49%9%

29%Sem Resposta

Pouco

Regular

Frequentemente

Este gráfico representa as porcentagens de respostas onde os professores

se referem à criatividade dentro da perspectiva tradicional. Quanto à freqüência

da utilização dessas afirmativas obtivemos 29% das respostas indicando que as

utilizam frequentemente e 49% utilizam pouco, essas afirmativas sobre

criatividade.

Um fator importante que devemos observar é a oscilação que há entre as

idéias e as práticas ou planejamentos dos professores frente às afirmativas. É

visível que os professores possuem dúvidas quanto às questões mencionadas.

Quando questionados sobre suas idéias 79% das respostas não concordam com

as afirmativas e quanto solicitados sobre o grau em que utilizam as mesmas

afirmativas em seus planejamentos apenas 49% das respostas não utilizam

essas afirmativas em seu planejar, ou seja, há indicativos de uma discordância

em 30% das respostas que dizem não utilizar, porém concordam com as

afirmativas.

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Outro fator relevante dentro da perspectiva tradicional na categoria da

criatividade é o aumento da freqüência quanto à idéia e o planejamento, quando

questionados sobre a concordância com as afirmativas apenas 8% das respostas

concordaram e quando questionados sobre o planejamento ocorreu um

acréscimo de 21% ou seja, 29% das respostas determinaram que utilizam a

criatividade em seu planejar de acordo com essas afirmativas.

Inclusão Tradicional

Na perspectiva tradicional, a inclusão é entendida como transmissão de

conteúdos, atividades pré-determinas, leis e concepções sobre a deficiência.

De acordo com Mizukami (1986), a educação é caracterizada pela

concepção de educação como um produto, já que os modelos a serem

alcançados estão pré-estabelecidos, trata-se da transmissão de idéias

selecionadas e organizadas logicamente, e é considerando esta forma de

educação que se dá à inclusão.

Foram consideradas para esta categoria as afirmativas 01, 08, 09, 20, 23,

32, 33 que se referem aos tipos de deficiência, diz respeito à diferenciação das

atividades, a dependência das crianças que apresentam algum tipo de deficiência

e a afirmativa que considera que a escola inclusiva é apenas aquela que possue

criança com deficiência entre seus alunos.

Quando solicitadas a marcarem o grau de acordo com as afirmativas

referentes à inclusão, obtivemos as somatórias representadas no gráfico abaixo:

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40

Gráfico 11. Perspectiva Tradicional Inclusão – Idéias

Perspectiva Tradicional Inclusão - Idéias

4%

67%

15%

14%

Sem Resposta

Pouco

Regular

Frequentemente

Neste gráfico é possível analisar que grande parte das respostas obtidas

não concorda com essas afirmativas ou seja: 67% das respostas discordam das

afirmativas e 14% das respostas concordam com a afirmativa.

Quando questionados sobre a forma com que os professores planejam

suas aulas sobre essa perspectiva e afirmativa, obtivemos o seguinte gráfico:

Gráfico 12. Perspectiva Tradicional Inclusão – Planejamento

Perspectiva Tradicional Inclusão - Planejamento

14%

43%12%

31% Sem Resposta

Pouco

Regular

Frequentemente

Este gráfico possibilita a compreensão sobre o planejamento dos

professores sobre inclusão dentro da perspectiva tradicional, ou seja: 43% das

respostas obtidas utilizam pouco em seu planejamento e 31% utilizam

freqüentemente essas afirmativas em seus planejamentos.

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41

As relações entre as idéias dos professores e suas práticas são pouco

compatíveis, ou seja: os professores não concordam com estas considerações,

mas as utilizam em maior freqüência no momento de planejar suas aulas.

Inclusão Integradora

Para a perspectiva integradora a inclusão é considerada de forma a

integrar as questões biopsicossociais da criança e seus princípios inclusivos,

recursos que proporcionam a interação da criança com deficiência ao ambiente,

favorecendo dentro de suas potencialidades e limites o seu desenvolvimento

global.

Segundo Werneck (2000) a inclusão consiste em transformar a educação

em um processo interativo e dinâmico tanto a criança sem deficiência quanto à

criança com deficiência participando deste processo segundo suas capacidades e

potencialidades, as quais deverão ser estimuladas na mesma medida,

proporcionando à criança um desenvolvimento adequado em qualquer ambiente.

Dentre essas considerações foram consideradas as questões 05, 12, 14,

15, 17, 21, 22, 28.

O percentual das afirmativas quanto às idéias dos professores sobre essas

afirmativas estão representados no gráfico abaixo:

Gráfico 13. Perspectiva Integradora Inclusão – Idéias

Perspectiva Integradora Inclusão - Idéias

3% 16%

8%

73%

Sem Resposta

Pouco

Regular

Frequentemente

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De acordo com o gráfico 13 sobre as idéias dos professores sobre inclusão

na perspectiva integradora é possível analisar que 73% das respostas obtidas

concordam com as afirmativas e 16% das respostas não concordam com as

mesmas.

Frente ao grau de concordância quanto ao momento de planejamento os

dados estão representados no seguinte gráfico:

Gráfico 14. Perspectiva Integradora Inclusão – Planejamento

Perspectiva Integradora Inclusão - Planejamento

14%

15%

8%63%

Sem Resposta

Pouco

Regular

Frequentemente

Portanto pode-se perceber neste gráfico que 63% das respostas

consideram pertinente às afirmativas no momento do planejamento de suas

aulas, 15% das respostas não consideram relevantes as afirmativas quando

planejam as aulas.

Podemos observar que quanto ao grau de acordo entre a idéia e o

planejamento houve uma pequena discordância, ou seja, 73% das respostas

consideram relevantes as afirmativas, porém quando planejam apenas 63% das

respostas consideram essa perspectiva.

Considerando o objetivo geral de nossa pesquisa, que é traçar o perfil dos

professores de educação infantil do município de Itajaí, quando analisados frente

aos temas inclusão, educação, brincar e criatividade, apresentamos abaixo

algumas considerações.

Pode-se perceber, através da pesquisa realizada, que o perfil dos

professores constitui um quadro que em sua maioria possui titulação

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relativamente recente, com cursos superiores completos; sendo que muitos

possuem cursos de pós-graduação. Grande parte dos professores é efetiva na

Secretaria Municipal de Educação e possuem considerável experiência

profissional, sendo que há maior concentração deles que ministram suas aulas no

nível de jardim e pré-escola.

Observou-se que quando os professores são questionados a partir de uma

perspectiva tradicional de educação, mesclam os conceitos de ambas as

abordagens. Isto pode ser interpretado de várias maneiras, o que exige

confirmação de estudos posteriores. Pode-se dizer que os professores

apresentam dúvidas, ou então, que possuem uma forma incoerente e

fragmentada de conceber os postulados sua prática pedagógica, ou ainda que

não saiba ao certo se devem ou não concordar com as afirmativas. Já quando os

mesmo são questionados a partir de uma perspectiva integradora de educação,

os conceitos são mais elaborados, isto é, sabem delinear um perfil que seja

coerente entre a teoria e a prática que utilizam em sala de aula. Isto pode ser

analisado possivelmente como a demonstração de uma maior segurança por

parte dos professores em relação aos conhecimentos desta perspectiva teórica

ou pelos professores possuírem formação acadêmica mais recente e cursos de

pós-graduação.

Para Alencar (1990), o que se percebe no Brasil é que muitos conhecem o

potencial presente no ser humano é imenso e que tenha sido utilizado de forma

muito limitada, permanecendo algumas capacidades inibidas ou bloqueadas por

falta de estímulo, de encorajamento e de um ambiente favorável ao seu

desenvolvimento.

É possível analisar que os professores não mantêm uma mesma linha de

raciocínio, desta forma é interessante que ocorram cursos de formação

continuada para esta parcela da população, esclarecendo quais são os novos

paradigmas educacionais na área da educação infantil, já que os professores

demonstram dificuldades em distinguir a perspectiva tradicional da perspectiva

integradora.

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Segundo Almeida (apud Feix 2003), é preciso que os professores

repensem suas aulas, que extraiam do aluno o que ele tem de melhor

proporcionem ao mesmo o interesse de buscar novos conhecimentos.

Principalmente na educação infantil os professores precisam demonstrar grande

potencial criativo para obterem a atenção de todos durante as aulas. Utilizando a

brincadeira como instrumento de ação pedagógica, irão conseguir atingir os

objetivos educacionais a que se propõe.

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45

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Essa pesquisa teve como objetivo principal traçar o perfil do professor da

Rede Municipal de Educação Infantil do município de Itajaí (SC), considerando

suas idéias quanto aos conceitos sobre inclusão, brincar, criatividade e educação

infantil através da identificação da percepção desses professores sobre o

possível uso do brincar como procedimento educativo, bem como da

possibilidade de utilização de propiciar a interação entre as crianças, promovendo

assim o processo inclusivo de crianças com deficiência no ensino regular.

Pode-se perceber que os professores pesquisados possuem dúvidas

quanto aos conceitos sobre inclusão, educação, brincar e criatividade, e não

demonstrando segurança ao considerá-los dentro deste contexto educativo.

Portanto pode-se considerar que os dados que obtivemos não

correspondem com o Referencial Curricular do Município de Itajaí, pois o mesmo

coloca que os professores da rede municipal devem trabalhar na perspectiva

integradora, propiciando à criança desenvolvimento social e psicológico,

defendendo a formação de cidadãos críticos, através de uma educação

democrática e transformadora, preocupando-se com a construção do

conhecimento da criança e sua interação com pessoas e com o meio.

As divergências encontradas nas análises de dados deste trabalho nos

reportam a pensar numa intervenção junto a Secretaria Municipal de Ensino, para

que pudesse ser propiciada – por meio de oficinas, formações continuadas e

palestras – uma nova consciência referente à educação infantil, bem como os

fazeres educacionais do professor, descritos acima, a fim de esclarecer as

diferenças entre as perspectivas, bem como demonstrar os conceitos atuais que

fazem parte do Referencial Curricular do Município de Itajaí.

Apesar dos contratempos foi de grande valia a realização desta pesquisa,

bem como o conhecimento adquirido para minha vida profissional. Ao entrar em

contato com a instituição pode-se perceber que para que ocorra uma mudança

significativa no processo educativo não se pode depender apenas de boa

vontade, mais sim de uma colaboração de todos os envolvidos neste processo.

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Ou seja, é preciso que haja disponibilidade e competência, bem como uma rede

de apoio onde o trabalho seja feito em parceria com os respectivos envolvidos e

interessados na melhoria da Educação Infantil de Itajaí.

Esta pesquisa, além de propiciar melhor conhecimento no âmbito profissional,

também foi relevante quanto aos processos educativos até então conhecidos

apenas teoricamente, que demonstrou a importância e ressaltou ainda mais a

vontade em atuar nesta área, de educação infantil, acreditando ser possível a

realização de uma educação de acordo com o esperado: que propicie à criança

um desenvolvimento social e psicológico, onde ela possa se tornar um cidadão

crítico, construindo suas capacidades e conhecimentos frente à interação com o

meio e com outras pessoas. Uma idealização teoricamente possível, e

possivelmente real.

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47

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ALENCAR, E.M.L.S. Como desenvolver o potencial criador: um guia para liberação da criatividade em sala de aula. Petrópolis (RJ) Vozes, 1990.

BARBOSA, H. Porque inclusão? (s/d) Disponível em http://www.defnet.org.br Acesso em 27 de Novembro de 2005.

BHERING, E.M.R.; OUDENHOVEN, N. V.; WAZIR, R. Acesso à educação infantil: uma estratégia para promover a integração social. Revista Alcance. Itajaí, nº2. jul.2000. p.11-17.

BRASIL, Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília,1990.

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CARDOSO, M. da S. Aspectos históricos da Educação Especial: da exclusão á inclusão – uma longa caminhada. In: MOSQUEIRA, J. J. M.; STOBÜS, C. D. Educação Especial: em direção á Educação Inclusiva. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2003. p.15-26.

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HORN, M.G.S. O papel do espaço na formação e na transformação do educador infantil. Revista Criança – do professor de educação infantil Brasília, nº38, MEC. 2004

ITAJAÍ. Diretrizes Curriculares para a Rede Municipal de Educação Infantil de Itajaí. SME. Itajaí, 1994.KISHIMOTO, T. M. O jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira. 1998.

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48

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OSORIO, A. C.N. Educação. Revista Integração. São Paulo, n21. p. 12-18, Jan.1999.

RIBEIRO, M.L.O. Um estudo exploratório sobre criança portadora de necessidades especiais na educação infantil. Trabalho de Conclusão de Curso. Psicologia. Itajaí. 2001.

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49

APÊNDICE 1

QUESTIONÁRIO: IDÉIAS DE PROFESSORES SOBRE EDUCAÇÃO INFANTIL, BRINCAR, CRIATIVIDADE E INCLUSÃO. AUTORAS: Professora Maria Isabel do Nascimento André Acadêmica Isabel Cristina Nunes. INSTITUIÇÃO: Curso de Psicologia – Centro de Ciências da Saúde Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI. ANO DE ELABORAÇÃO: 2007.

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QUESTIONÁRIO

– IDÉIAS DE PROFESSORES SOBRE EDUCAÇÃO INFA

NTIL, BRINCAR, CRIATIVIDADE E INCLU

SÃO.

Maria Isabel do Nascimen

to André e Isabel Cristina Nunes

50

50

QUESTIO

NÁRIO

– IDÉIAS DE PROFESSORES SOBRE EDUCAÇÃO INFANTIL, BRIN

CAR, CRIATIVID

ADE E INCLUSÃO.

Este

question

ário

pretende

coletar, de

form

a sistem

atizada

, as idéias de

professores de ed

ucação

infantil, na rede

pública de

educação, sob

re alguns aspectos desta etapa educativa.

Nas segu

intes pá

ginas en

contrará uma série de afirm

ativas sobre ed

ucação, brincar e criatividade e inclusão, tod

as relacion

adas com a

educação infantil. Pedim

os que após a leitura atribua valores a cada uma delas, considerando sempre suas idéias sobre cada um dos tem

as

apresentados.

Não existem aqui acertos ou erros, simplesmen

te se refletem

diversas concepções sobre aspectos educativos, destacando em

sua

opinião o valor relativo a cad

a afirm

ativa.

A finalidade deste question

ário é exclusivamen

te para a pesquisa científica, o que garante sua confiden

cialidade. Tem

os interesse de,

em futuro próximo, dar seq

üên

cia a este estudo, e para tan

to estamos elab

orando um roteiro de en

trevista para ser aplicado com alguns dos

professores participantes, portanto é de grande importância con

hecer seu

s dados p

essoais. Caso desde já você tenha interesse em

não

divulgar seu nom

e, você é livre para tal e de

verá preencher apenas os itens 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9. Mas caso concorde em

dar seqüên

cia ao

estudo, preen

cha tod

os os dado

s abaixo.

DADOS PESSOAIS:

(1) Nome:..................................................................................................................................................................

(2) Data de nascim

ento:.../.../... (3) SEXO: Masc.: ...... Fem.: .......

(4) TITULAÇÃO: Ensino Médio: (....) Ensino Superior: (....) Curso:................................ Especialização: .................

(5) Ano de conclusão da últim

a titulação:................

(6) SITUAÇÃO PROFISSIO

NAL: Contratado: (....) Efetivo: (....)

(7) EXPERIÊNCIA DOCENTE COMO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL: ..........anos.

(8) NÍVEL EM QUE MIN

ISTRA AULAS: Berçário (....) Maternal I (....) Maternal II (....) Jardim

I (....) Jardim

II (....)

Pré (....)

(9) Centro de Educação Infantil........................................................

Nas seguintes pág

inas, dep

ois de cada afirm

ativa, cuja ordem

, pa

ra ser m

ais flexível, foi estabelecida aleatoriamen

te, ap

arecem

colunas, para que an

ote o valor atribuído em

cada espaço correspondente.

Colunas:

1.

Grau de acordo com a afirm

ativa.

2.

Freqüên

cia com que considera tal afirm

ativa no mom

ento de planejar suas aulas.

Valor para as colunas: 5. muito / 4. bastante / 3. regular / 2. pou

co / 1. nada

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QUESTIONÁRIO

– IDÉIAS DE PROFESSORES SOBRE EDUCAÇÃO INFA

NTIL, BRINCAR, CRIATIVIDADE E INCLU

SÃO.

Maria Isabel do Nascimen

to André e Isabel Cristina Nunes

51

51

Grau de

acordo com

a afirm

ativa

Freq

üên

cia de

consideração

no m

omen

to

de planejar

1)

O professorado deveria dirigir as respostas corretas de alunos e alunas, evitando assim

buscas

improdutivas de novas soluções.

2)

O conhecimento infantil é construído a partir da ação exercida pelas crianças sobre os objetos.

3)

No processo de ensino o brincar pode ser utilizado sempre que o professorado tenha total controle sobre

as atividades de alunos e alunas.

4)

O brincar deve ser utilizado como reforço positivo ou negativo.

5)

A excessiva curiosidade e criatividade infantil costumam ser prejudicial para a assim

ilação de fatos já

conhecidos e conteúdos escolares.

6)

A importância fundamental do brincar é propiciar o exercício psicomotor e o m

ovim

ento do corpo.

7)

As várias repetições de uma inform

ação e a determ

inação de tarefas específicas por parte do

professorado são m

uito importantes para que alunos e alunas memorizem o conteúdo.

8)

A transm

issão do conhecimento é o m

ais fundamental para que alunos e alunas aprendam.

9)

Convém evitar, na m

edida do possível, respostas errôneas de alunos e alunas durante suas atividades

escolares.

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QUESTIONÁRIO

– IDÉIAS DE PROFESSORES SOBRE EDUCAÇÃO INFA

NTIL, BRINCAR, CRIATIVIDADE E INCLU

SÃO.

Maria Isabel do Nascimen

to André e Isabel Cristina Nunes

52

52

Grau de

acordo com

a afirm

ativa

Freq

üên

cia de

consideração

no momen

to de

planejar

10) O papel das relações interpessoais em sala de aula (professor(a)-aluno(a), aluno(a)-aluno(a)) é o m

ais

importante no processo de aprendizagem.

11) No âmbito educativo a criatividade ocorre exclusivamente em disciplinas relacionadas com artes e

música.

12) Os reforços e recompensas dados aos comportamentos apresentados proporcionam m

elhor aquisição de

novas aprendizagens.

13) O brincar para ser educativo tem que ser determ

inado pelo professorado e servir como instrumento para

uma aprendizagem determ

inada.

14) A educação, para ser efetiva, deve ser emocional e intelectual.

15) A criatividade depende de fatores intrapessoais, portanto não é relevante o papel da escola e da

sociedade para o estím

ulo da capacidade criativa.

16) O brincar cumpre um papel de expressar os sentimentos reprimidos pelo sujeito no processo educativo.

17) A criatividade é inata e, portanto não pode ser ensinada e nem aprendida.

18) Brincar é importante, principalm

ente para que as crianças possam descarregar sua energia e depois

continuar trabalhando.

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QUESTIONÁRIO

– IDÉIAS DE PROFESSORES SOBRE EDUCAÇÃO INFA

NTIL, BRINCAR, CRIATIVIDADE E INCLU

SÃO.

Maria Isabel do Nascimen

to André e Isabel Cristina Nunes

53

53

Grau de

acordo com

a afirm

ativa

Freq

üên

cia de

consideração

no momen

to de

planejar

19) As atividades desenvolvidas com crianças que apresentam algum tipo de deficiência têm que ser mais

fáceis do que as atividades desenvolvidas com as outras crianças.

20) O único m

eio de comunicação da criança surda é através da linguagem dos sinais.

21) Recusar a m

atrícula de crianças que apresentam algum tipo de deficiência é crime.

22) A escola é considerada inclusiva somente quando tem crianças com deficiência.

23) A deficiência m

últipla é considera quando a criança apresenta comprometimento nos movim

entos dos

braços e também das pernas.

24) As crianças que apresentam algum tipo de deficiência devem freqüentar a escola, porém sem opinar

sobre as medidas que a escola irá adotar para a sua inclusão.

25) A deficiência m

ental possibilita a criança a desenvolver habilidades como leitura, escrita, realizações de

contas e ser independente.

26) A pessoa que apresenta deficiência m

ental já tem seu potencial determ

inado pela própria deficiência.

27) A criança que apresenta deficiência auditiva tem condições de desenvolver a habilidade da escrita como

as demais crianças.

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QUESTIONÁRIO

– IDÉIAS DE PROFESSORES SOBRE EDUCAÇÃO INFA

NTIL, BRINCAR, CRIATIVIDADE E INCLU

SÃO.

Maria Isabel do Nascimen

to André e Isabel Cristina Nunes

54

54

Grau de

acordo com

a afirm

ativa

Freq

üên

cia de

consideração

no momen

to de

planejar

28) A criança que apresenta deficiência visual sempre dependerá de alguém para ajudá-la a realizar as

atividades, ir ao banheiro ou lanchar.

29) O brincar pode ser considerado como uma ferramenta para o professor no processo de inclusão.

30) Do profissional que desenvolve atividade com criança com deficiência exige –se um aperfeiçoamento

continuo, assim

como da família e da sociedade.

31) Através da brincadeira é possível realizar integração da criança que apresenta algum tipo de deficiência,

podendo assim

incluí-la no grande grupo.

32) A criança que apresenta alguma deficiência física poderá participar de todas as aulas com exceção a aula

de educação física.

33) A escola inclusiva tem como princípio fundamental que todas as crianças devem aprender juntas, sempre

que possível, independentemente de quaisquer dificuldades por diferenças que elas possam ter.

Caso queira fazer comen

tários, pod

e utilizar o verso desta página.

MUITO OBRIGADO POR SUA COLABORAÇÃO.