TRABALHO DO PROFESSOR

CONDIÇÕES EPISTEMOLÓGICAS

CONDIÇÕES INTERNASDIDÁTICO-EPISTEMÓLOGICAS

Como o conhecimento é concebido, organizado e apropriado no interior da escola? O que pensam os professores?

Fernando Becker Lúcia Helena Alvarez Leite

AUTOMAPEAMENTO

1. Como se dá conhecimento? Penso que aprendemos quando...

2. Prioritariamente, a escola deveria priorizar a aprendizagem de

Conhecimentos científicos Conhecimentos e temas do interesse do aluno Competências e habilidades

AUTOMAPEAMENTO

1. Para mim, a condição prioritária para que o aluno possa aprender é

o próprio aluno o meio social a didática

6. Ao meu ver, alguns não aprendem porque...

EPISTEMOLOGIAS

EMPIRISMO

APRIORISMO

INTERACIONISMO

EMPIRISMO

A única fonte de conhecimento é a experiência adquirida em função do meio físico mediada pelos sentidos.

O sujeito encontra-se, por sua própria natureza, vazio, como uma "tábua rasa", uma folha de papel em branco.

"Não há nada no nosso intelecto que não tenha entrado lá através dos nossos sentidos" diz Popper

O QUE PENSAM OS PROFESSORES

“Se dá sempre via cinco sentidos, de uma ou outra maneira”.

“Se dá à medida que as coisas vão aparecendo e sendo introduzidas por nós nas crianças”.

Se dá pela reação da pessoa a partir de situações estimulantes”.

Perguntada, incitada, questionada, ela é até obrigada a dar uma resposta”.

“O aluno é como a anilina no papel em branco que a gente tinge: passa para o papel”.

APRIORISMO

Indivíduo, ao nascer, traz consigo, já certas predisposições para aprendizagem.

Ele traz, em seu sistema nervoso, o programa pronto. O meio, o mundo das coisas ou dos objetos tem função apenas subsidiária: abastece, com conteúdo, as formas existentes a priori (determinadas previamente).

Toda a atividade de conhecimento é exclusiva do sujeito, o meio não participa dela.

O QUE PENSAM OS PROFESSORES

"Ninguém pode transmitir. É o aluno que aprende”.

“Acho que ninguém pode ensinar ninguém; pode tentar transmitir, pode tentar mostrar”.

“Acho que a pessoa aprende praticamente por si” "O conhecimento para a criança é intuitivo, não

se ensina, não se transmite". "O conhecimento é alguma coisa que a gente

tenta despertar no aluno. Ele tem aquela ânsia de conhecer”.

INTERACIONISMO

O conhecimento, a rigor, não está terminado, acabado e pronto para ser transmitido (empirismo).

Ele não se constitui por qualquer dotação prévia que desenvolve espontaneamente. (apriorismo).

Ele fruto da interação do indivíduo com o meio físico e social, com o simbolismo humano, com o mundo das relações sociais; e se constitui por força de sua ação.

O QUE PENSAM OS PROFESSORES

“Sofrendo influência das coisas ao seu redor começa-se a estabelecer relações com este mundo”.

“A criança já traz parte do conhecimento. Adquire outra parte como meio e constrói a partir disto”.

"O bicho eu adestro, é estímulo-resposta. O aluno envolve inteligência, pensamento divergente, ele questiona, vai além”.

CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS

CIENTIFICISTA ESPONTANEÍSTA GLOBALIZANTE

CIENTIFICISTA

o conhecimento escolar é constituído estritamente pelos conteúdos acumulados e sistematizados pelas ciências.

cabe aos professores, guardiões desse conhecimento pronto e acabado, transmiti-lo aos desprovidos do saber científico, os alunos.

IMPLICAÇÕES DIDÁTICAS

Numa estrutura escolar fundamentada no processo de transmissão dos conteúdos, o tempo de aprendizagem é fragmentado e linear. Assim, um conteúdo A precede um conteúdo B, que por sua vez precede um C. O primeiro bimestre precede o segundo, a segunda série precede a terceira e assim por diante.

Assim, o tempo é dividido em dias letivos, bimestres, semestres, séries, etc, de acordo com as necessidades de estruturação dos conteúdos e não de acordo com as necessidades e ritmos de aprendizagem dos alunos.

Como conseqüência dessa temporalidade etapista, aqueles que não dominarem os conteúdos nos prazos estabelecidos deverão repetir o processo.

CONCEPÇÃO ESPONTANEÍSTA

• Os interesses, os temas e as problemáticas do cotidiano do aluno constituem os conteúdos do conhecimento escolar.

• A escola é vista como espaço de conhecimento da realidade dos alunos e de seus interesses imediatos.

IMPLICAÇÕES DIDÁTICAS

Como são os alunos os portadores do conhecimento, cabe a eles a definição das normas de organização da sala de aula, os princípios de convivência social, os temas que serão estudados, os métodos de avaliação.

Ao tentar romper com a concepção cientificista, muitos profissionais acabam negando e desvalorizando os conteúdos disciplinares.

CONCEPÇÃO GLOBALIZANTE

As tendências anteriores têm uma visão dicotômica. Não se pode separar o processo de aprendizagem dos conteúdos disciplinares do processo de participação dos alunos e nem desvincular as disciplinas da realidade atual.

Os conteúdos disciplinares não surgem do acaso. São fruto da interação dos grupos sociais com sua realidade cultural e as novas gerações não podem prescindir do conhecimento acumulado e organizado nas disciplinas.

Também não é possível descartar a presença dos alunos com seus interesses, concepções, sua cultura, principal motivo da existência da escola.

IMPLICAÇÕES DIDÁTICAS

Desenvolvimento de projetos de trabalho: - Projetos de pesquisa- Projetos de empreendimento

Os projetos permitem aos alunos analisar os problemas, as situações e os acontecimentos dentro de um contexto e em sua globalidade, utilizando, para isso, os conhecimentos presentes nas disciplinas e sua experiência sócio-cultural.

IMPLICAÇÕES DIDÁTICAS

Desenvolvimento de atividades e oficinas, nas quais, os conteúdos disciplinares são concebidos como meios e não fins. Eles são instrumentos que ajudam na

Consecução de objetivos interdisciplinares Formação de competências básicas