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CURSO DE DIREITO Carlos Alberto dos Santos Ribeiro Barros da Cruz ANÁLISE JURÍDICA SOBRE A EVOLUÇAO DA ECONOMIA GLOBAL "DO ESCAMBO À CRIPTOMOEDA E A ECONOMIA COLABORATIVA" GUARULHOS 2015 1

A EVOLUCAO DA ECONOMIA GLOBAL

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Page 1: A EVOLUCAO DA ECONOMIA GLOBAL

CURSO DE DIREITO

Carlos Alberto dos Santos Ribeiro Barros da Cruz

ANÁLISE JURÍDICA SOBRE

A EVOLUÇAO DA ECONOMIA GLOBAL

"DO ESCAMBO À CRIPTOMOEDA E

A ECONOMIA COLABORATIVA"

GUARULHOS

2015

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CURSO DE DIREITO

Carlos Alberto dos Santos Ribeiro Barros da Cruz RA 2014002465

A EVOLUÇAO DA ECONOMIA GLOBAL

"DO ESCAMBO À CRIPTOMOEDA E

A ECONOMIA COLABORATIVA"

Trabalho de Projeto Integrado de IV­Quarto Semestre apresentado ao Curso de Direito da Universidade Guarulhos.

Professor Orientador: Professor Ageu

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GUARULHOS

2015

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TERMO DE AUTORIA E RESPONSABILIDADE Declaro para os devidos fins que eu, Carlos Alberto dos Santos Ribeiro Barros da Cruz, aluno devidamente matriculada no Curso de Direito da Universidade Guarulhos sob o Registro Acadêmico – RA nº 28225833 portador da Cédula de Identidade ­ R.G. nº. 17.071.594, CPF nº. 153.330.508­05, sou a autor do Trabalho de Projeto Integrado que ora se apresenta com o Título “ANÁLISE JURÍDICA SOBRE A EVOLUÇAO DA ECONOMIA GLOBAL ­ "DO ESCAMBO À CRIPTOMOEDA E A ECONOMIA COLABORATIVA". Declaro ainda, que o trabalho é inédito em sua composição, não contendo cópias de outras produções sem que as mesmas no sejam referenciadas, bibliográficas ou da rede mundial de computadores (Internet), nos padrões definidos pelas normas da ABNT, estando ciente também que a infração ao acima disposto, poderá me levar à reprovação, bem como, à responsabilização civil e criminal pelos atos praticados. Guarulhos, ___ de _____________ de 2015.

CARLOS ALBERTO DOS SANTOS RIBEIRO BARROS DA CRUZ

A Comissão Julgadora dos trabalhos de Projeto Integrado, intitulado “ANÁLISE

JURÍDICA SOBRE A EVOLUÇAO DA ECONOMIA GLOBAL ­ "DO ESCAMBO

À CRIPTOMOEDA E A ECONOMIA COLABORATIVA", em sessão pública

realizada em ___ de __________ de 2015, considerou o aluno CARLOS

ALBERTO DOS SANTOS RIBEIRO BARROS DA CRUZ.

COMISSÃO EXAMINADORA:

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Guarulhos, SP, ___, __________, 2015.

Creative Commons

Este trabalho está licenciado conforme descrições regulamentadas através da Creative Commons, onde através desta se faz permitido copiar e redistribuir este conteúdo mantendo a autoria e referência dos seus respectivos autores originais, através de qualquer tipo de mídia ou formato. Para detalhes sobre este licenciamento http://creativecommons.org/licenses/by­sa/3.0/br/

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Dedico o presente Trabalho de Projeto

Integrado aos meus pais, irmãos e minha

amada esposa que além de me incentivarem

me apoiaram em todos os momentos de

dificuldade. Bem como agradeço também à

todos que acreditam na evolução do Direito.

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Agradeço a todos aqueles que de forma direta

ou indireta contribuíram para que o presente

trabalho fosse desenvolvido.

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“This city never sleeps at night.

It's time to begin, isn't it?”

Imagine Dragons

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RESUMO

O Presente Trabalho de Projeto Integrado resulta de estudos, pesquisas e

vivência profissional do Direito aplicado a Sociedade Digital, onde apresenta

alguns aspectos jurídicos fruto de análise frente a evolução da economia global.

Este trabalho também tem como objetivo apontar um direcionamento claro e

objetivo sobre os impactos da nova ordem da economia global quando estas

aplicadas nas praticas cotidianas que encontramos nesta sociedade digital.

Privacidade Digital, Anonimato, economia descentralizada, pagamento digital,

cryptomoeda, economia colaborativa, tributação, relação de consumo, são

apenas alguns dos conflitos e interesses que os Estados precisam se preocupar

ao criar instrumentos para que então possam assim trazer a segurança

necessária para que o Estado possa se beneficiar, progredir e porque não

sobreviver frente a tal sociedade digital.

Palavras­chave: Direito Digital, Sociedade Digital, Pagamentos Eletronicos,

Economia Global, Cryptomoedas.

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SUMÁRIO

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1. INTRODUÇÃO 11

2. PROBLEMA 13

3. JUSTIFICATIVA 14

4. CRONOGRAMA 15

5. ESCAMBO 15

6. REVOLUÇÕES 16

6.1 Revolução Digital 21

7. SOCIEDADE DIGITAL 22

8. GLOBALIZAÇÃO 23

Paypal 29

PagSeguro 29

UOL 29

PagBrasil 29

... 29

10. CRIPTOMOEDAS 29

11. TERRITORIALIDADE 30

13. PROBLEMÁTICAS JURÍDICAS 30

14. ACORDOS, TRATADOS, NORMAS E REGULAMENTAÇÕES 30

15. FUTURO: ECONOMIA COLABORATIVA 32

ECONOMIA BASEADA EM RECURSOS: PROJETO VENUS 33

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16. PESQUISA DE CAMPO 33

17. CONCLUSÃO 34

13. BIBLIOGRAFIA35

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1. INTRODUÇÃO

Tal qual tivemos revoluções sociais, e consequentemente revoluções

econômicas, a sociedade não sendo estática, hoje passa par mais uma

revolução, a revolução da sociedade digital, trazendo a tona do direito uma

realidade totalmente diferente de tudo que já vimos ou vivenciamos, sendo por

vezes denominada de sociedade digital.

Sem adentramos tecnicamente e de forma isolada em pontos específicos, será

apresentado de forma geral, os impactos desta nova sociedade nos rumos da

economia global.

Como primeiro passo para identificar e determinar as implicações jurídicas desta

nova sociedade e economia global, se faz necessário conhecer ou lembrar de

todo o processo de evolucionário frente as relações comerciais e econômicas do

Estado, suas respectivas necessidades e diretrizes ao longo de cada fase desta

evolução, desde o consagrado escampo, onde a economia e moeda tinham

como base a troca de mercadorias e insumos, até as criptomoedas e a

economia descentralizada e colaborativa encontrada de forma distribuida em

nossas vidas através de serviços ofertados via sociedade digital, como uber,

whatsapp, ubnb, banco de tempo e outros.

Fato consumado é que a sociedade digital, hoje pela sua própria natureza

colaborativa e descentralizada, onde sua essência e raízes são encontradas e

guiadas pelo próprio desenvolvimento da Internet, encontramos sérios impactos

nas mais diversas relações de ordem jurídica, como por exemplos, o direito

comercial, direito do consumidor, privacidade e proteção de dados pessoais,

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tributações, tratados internacionais, territorialidade, competência e claro o tema

deste trabalho a economia global, seja na forma de relação cidadão x cidadão,

cidadão x Estado, Estado x Estado.

Dentre tantas as funcionalidades e recursos oriundos da Internet, podemos

encontrar paralelos como a comunicação de e­mail, comércio eletrônico,

relações de trabalho e outros, que não diferente e como já podemos prever,

impactam diretamente no desenvolvimento da economia global para qualquer

que seja o Estado interessado em sobreviver frente esta nova realidade.

Sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo maior, demonstrar os

principais pontos evolucionários da economia global, bem como suas possíveis

problemáticas e situações que claramente ilustram a necessidade de um maior

entendimento, suporte e segurança jurídica, seja através da figura de

legisladores, tratados internacionais ou ainda através de uma maior participação

pública e de operadores do Direito em geral junto ao desenvolvimento de novos

instrumentos que direcionem de forma segura o próximo passo da economia

global.

O trabalho foi dividido em capítulos e estruturado de forma que o conteúdo se

apresente pelo método dedutivo. Ele foi fracionado da seguinte forma:

ESCAMBO

REVOLUÇÕES

GLOBALIZAÇÃO

PAGAMENTOS ELETRONICOS

CRIPTOMOEDAS

TERRITORIALIDADE

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PROBLEMÁTICAS JURÍDICAS

ACORDOS, TRATADOS, NORMAS E REGULAMENTAÇÕES

FUTURO: ECONOMIA COLABORATIVA

PESQUISA DE CAMPO

CONCLUSÃO

BIBLIOGRAFIA

2. PROBLEMA

A globalização digital veio para facilitar a vida da sociedade, romper fronteiras e

resolver problemas com somente um clique numa grande velocidade, porém

toda esta evolução tecnológica e celeridade, acabaram por transformar também

toda a economia universal através de fusões, aquisições, pagamentos

eletrônicos, criptomoedas, comercio eletrônico, banco de horas, são alguns dos

elementos que necessariamente precisam de atenção redobrada por parte dos

Estados regulatórios de Direito.

Denúncias de violação de tratados, fraudes bancárias, conflitos concorrenciais,

competencias e territorialidade, descentralização de poder economico,

vazamento fiscal, passaram a ser mais frequentes e a incomodar não só o

cidadão comum como também as autoridades e Estado.

O presente trabalho objetiva, assim, colaborar com o entendimento de como se

porta e para onde aponta o norte quando o assunto e questões em pauta dizem

respeito a economia global, trazendo algumas contribuições de cunho histórico,

bem como destacando alguns aspectos conceituais de legislações comparadas,

frente a comunidade Europeia e americana.

3. JUSTIFICATIVA

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Tal qual descrito por Patricia Peck , a proposta deste trabalho é provocar 1

discussão, pois a discussão leva ao descobrimento da verdade, ao

entendimento, sendo este um princípio de inteligência. Vamos estudar o que

está além da tecnologia, do mundo digital e da informação, visto que o direito é a

soma de tudo isto, é a magnífica harmonia entre linguagem e comportamento. A

idéia é mostrar nova visão sobre o papel do profissional do Direito na sociedade

digital, principalmente no que diz respeito ao tratamento a evolução da economia

global, elaborando e trazendo também segurança jurídica necessária para as

relações jurídicas em transações econômicas com impacto global

Pretendemos mostrar que o direito já não é resultado do pensamento solitário de

um jurista, mas sim uma solução prática de planejamento e estratégia que só

pode ser feita em equipe, num contato direto com as próprias demandas e a

própria evolução da sociedade. Essa solução deve ser capaz de adaptar­se a

transformações cada vez mais rápidas e mudar quanto necessário.

Toda mudança tecnológica é uma mudança social, com reflexos na economia

global, portanto também uma mudança nos rumos do Direito. O Direito não é e

nem deve ser complexo. Deve ser simples e com alto grau de compreensão das

relações sociais, este sim complexa. Quando a sociedade e a economia muda,

o direito deve mudar.

4. CRONOGRAMA

DATA EVENTO FORMA

04/07/2015 Pesquisa Internet

1 .Peck, Patricia ­ Direito Digital

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05/07/2015 Pesquisa Internet

12/07/2015 Debate Presencial

14/07/2015 Pesquisa de Campo Presencial

01/08/2015 Desenvolvimento de Tema Presencial

5. ESCAMBO

Escambo(PB), permuta (PE, PB), troca direta ou, simplesmente, troca é a

transação ou contrato em que cada uma das partes entrega um bem ou presta

um serviço para receber da outra parte um bem ou serviço em retorno em forma

de Crédito, sem que um dos bens seja moeda. Isto é, sem envolver dinheiro ou

qualquer aplicação monetária aceita ou em circulação. Por exemplo, um

agricultor com um marceneiro pratica escambo trocando dois cestos de frutas

por uma cadeira, ou pela instalação de uma cerca em seu terreno.[1] [2] [3]

Explicar mais sobre o escambo

6. REVOLUÇÕES

Foto da Bolsa de Valores de São Paulo. Atualmente, as economias de diversos países já alcançam níveis globais. (Créditos: Rafael Matsunaga)

O homem, em sua essência, como definido por Thomas Hobbes, foi caracterizado por viver independente de outros. Como qualquer ser vivo, ele era amaldiçoado pela competição, problemática que o fez buscar reunir­se em sociedade para ter a sua vida assegurada. Esses acontecimentos foram propostos e estudados por inúmeros filósofos, dentre os quais Hobbes, denominados contratualistas. Para eles, a elaboração de um contrato social – possuidor de limitações à liberdade humana – permitiria que todos obtivessem

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vantagens. Entretanto, esse quadro de prosperidade mútua não é visto atualmente. A economia global, ainda que interligada e evoluída, é palco de intensas disputas, principalmente em tempos de crise. O desenvolvimento das diversas revoluções industriais é crucial para compreender as razões para isso. Ao fim da Idade Média, o ambiente de crise devido às transformações na Europa propiciou a ascensão dos Estados Modernos – absolutistas e mercantilistas. O monopólio acadêmico exercido pela Igreja Católica foi encerrado, e a pesquisa científica e tecnológica tornou­se possível. As consequências mais importantes, do ponto de vista industrial, tiveram seu ápice entre 1765 e 1777, com a criação da máquina a vapor, por James Watt. A invenção engenheiro escocês foi largamente utilizada, o que transformou o carvão mineral em composto primordial para o desenvolvimento de qualquer nação. Com isso, deu­se o pontapé inicial para uma série de elevações nos níveis de emissão de poluentes que viriam, alguns séculos depois, a ser culpados pela intensificação anômala do efeito estufa. O desenvolvimento mundial parecia, ainda que com custos ambientais, ser inevitável. Todavia, o progresso possibilitado pela tecnologia de Watt não repercutiu igualmente em todos os países. O Reino Unido, por exemplo, teve o domínio dos benefícios da 1ª Revolução Industrial. A abundância de recursos naturais no território, as vantagens obtidas por meio de acordos desiguais com outros Estados (como o Tratado de Methuen¹) e a consolidação da burguesia no poder foram fatores essenciais para o pioneirismo inglês. Sem dúvida, outros povos também puderam desfrutar, em casos isolados, das maravilhas industriais. Os maiores centros possuidores de carvão, na Europa, prosperaram, assim como cidades hoje caracterizadas pela excelência urbana (Paris e Berlim, notoriamente). A revolução do século XVIII não teve grandes impactos na América, na África e no Sul asiático.

Foto do motor a vapor de James Watt. Essa invenção possibilitou o progresso da Primeira Revolução Industrial. (Créditos: Nicolás Pérez)

Mesmo assim, as mudanças das décadas posteriores ainda mantiveram a esperança de um verdadeiro avanço supranacional no quesito desenvolvimento. Houve a propagação das ideias revolucionárias de Karl Marx, justificadas pelas péssimas condições de vida dos trabalhadores fabris, os quais estavam sujeitos a uma rotina abusiva e depreciadora da dignidade humana².

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Na segunda metade do século XIX, o petróleo surgiu como alternativa para diversificar as matérias­primas requeridas às empresas. Tal combustível seria o responsável pela posterior aparição das automobilísticas. Além disso, esse período foi marcado pelas disputas imperialistas, que contribuíram fortemente para o estabelecimento da velha Divisão Internacional do Trabalho. Todos os cenários apontavam para uma transição nos rumos da humanidade: os planos social, econômico e político eram constantemente alterados. O turbilhão de contestações ao modelo industrial vigente culminou na 2ª Revolução. Na verdade, há discórdias quanto a essa nomenclatura, pois muitos alegam que apenas ocorreu um aprimoramento das técnicas da primeira revolução. A exploração do petróleo tornou­se economicamente viável, e acarretou o estímulo à produção do motor de combustão interna. A partir dessa novidade, e do ideário desenvolvido por Frederick Taylor,Henry Ford conseguiu consolidar sua corporação como uma das maiores de todo o mundo. O Taylorismo, que pregava a hierarquização da produção, foi aplicado pelo executivo americano, o qual padronizou seus produtos e implementou práticas para assegurar o consumo em massa. Um dos símbolos mais importantes desta postura do empresário é a afirmação de que seu carro era “disponível em qualquer cor, contanto que seja preto”. A produção desenfreada, o consumismo exacerbado, os lucros exorbitantes: a lógica fordista parecia infindável.

Cena do filme Tempos Modernos, de Charlie Chaplin. Nele, Chaplin aborda a questão da alienação do trabalhador no contexto da 2ª Revolução Industrial. (Créditos: United Artists / Janus Films / Criterion)

No entanto, os estadunidenses adeptos da doutrina de Ford não contavam com a adoção dela pelos países europeus, após o Velho Continente conseguir recuperar­se dos estragos provocados pela 1ª Guerra Mundial. Em meados dos anos 1920, o ritmo da produção industrial global já havia crescido tanto que pôde ultrapassar os índices de consumo. Esse quadro de superprodução e falta de mercados consumidores insaturados ocasionou a quebra da Bolsa de Nova Iorque, e a Grande Depressão nos EUA. Uma vez que os americanos já ostentavam o título de potência, os problemas repercutiram mundialmente, e formaram a Crise de 1929. As principais consequências do caos foram as seguintes:

O Estado de Bem­Estar Social foi exaltado, em detrimento do liberalismo econômico.

A padronização e a durabilidade dos produtos tornaram­se empecilhos para as grandes empresas.

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As medidas assistencialistas estabelecidas para recuperar a economia encareceram o custo de mão­de­obra, o que dificultou a empregabilidade nas fábricas.

O Fordismo, portanto, entrou em colapso. Enquanto isso, outro modelo industrializante começava a prosperar na Ásia. A companhia que teve mais êxito na instituição de um novo modo de produzir – a japonesa Toyota – é a responsável pelo nome dele, o Toyotismo. Aproveitando­se da avançada tecnologia nipônica, a fabricante de carros introduziu robôs na linha de montagem. Essa política representou a completa mudança em relação aos preceitos de Ford: o trabalhador não deve ser especializado e alienado, porém qualificado para operar maquinário tão complexo; os produtos podem ser customizados, o que corresponde às expectativas da população; a produção precisa ser controlada, a fim de não se formarem excedentes. A inovação proposta pela montadora ocorreu em momento oportuno. O incremento dos meios de comunicação e transporte provocou maior integração entre as diferentes partes do globo. Desse modo, a industrialização, antes concentrada, agora pode ser dispersa em diferentes regiões. A única condição é a existência de infraestrutura adequada à recepção da atividade fabril. Devido a sua grande eficácia, a realidade implementada no Japão foi amplamente adotada. Ela compõe a 3ª Revolução Industrial, ou a Revolução do meio técnico­científico­informacional, que ainda não foi encerrada. Esse processo permite, ainda que de forma abusiva, a expansão da indústria pelos países periféricos, responsáveis por partes menos complexas da cadeia produtiva. A economia global evoluiu ao longo de séculos, a partir de descobertas que possibilitaram o caminho para o sucesso. O mundo contemporâneo, caracterizado pelo processo de globalização, incentiva a máxima conexão possível entre os diversos centros financeiros. Em um período de crescimento, essa ligação econômica se torna pilar básico que deve ser protegido sob a cartilha neoliberal. Durante um cenário de crise, como o observado desde 2008, a interdependência transforma­se em vilã do desenvolvimento. Resta saber se a recente crise será capaz de provocar duradouras alterações no nosso modo de produzir ³.

Ilustração de robôs em uma montadora de carros. Com o advento do Toyotismo, a robótica tornou­se peça primordial para a efetividade das mais diversas indústrias.

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6.1 Revolução Digital

Criada pela ARPANET , no final da década de 60, a Internet tinha em sua 2

concepção o intuito de interligar dados entre computadores, sendo consolidada

apenas no inicio dos anos 90, com a criação da Word Wide Web (Rede de

Alcance Mundial) – sendo estes os mesmos protocolos utilizados ainda hoje,

sempre que digitamos WWW para acessar os sites, blogs, facebook e os mais

diversos sites que compõe a Internet – foi desenvolvido no CERN (Organização

Européia para a Investigação Nuclear) e era apenas de uso exclusivo da

indústria bélica, utilizada com finalidade de espionagem militar. Desde então tal

tecnologia cresceu e passou a ser de alcance global. Assim, a Internet, antes

associada a desenvolvedores, universitários e centros de pesquisa e militares,

ficou popularizada invadindo nossas casas, empresas e instituições por todo o

globo.

Transformando então as relações pessoais, comerciais, de consumo e de

trabalho, entre outras, provocando uma revolução jamais vivida pelo mundo até

2 A ARPANET. Surgiu da idéia da construção de uma rede de computadores que pudessem trocar informações entre si. Surgiu no “Advanced Research Projects Agency”, ARPA, do Departamento de Defesa dos EUA quando, em 1962, a Agência contratou J.C.R. Licklider para liderar as suas novas iniciativas através do “Information Processing Techniques Office”, IPTO, da Agência. Um dos sonhos de Licklider era uma rede de computadores que permitisse o trabalho cooperativo em grupos, mesmo que fossem integrados por pessoas geograficamente distantes, além de permitir o compartilhamento de recursos escassos, como, por exemplo o super­computador ILLIAC IV, em construção na Universidade de Illinois, com o patrocínio da própria ARPA. O projeto foi amadurecendo e adquiriu momento quando a ARPA contratou Lawrence Roberts, do Lincoln Lab do MIT, em 1967, para tornar a idéia uma realidade. Nesta mesma época Licklider, tendo saído da ARPA em 1964, assumiu a direção do Projeto MAC no MIT ­ http://www.ime.usp.br/~is/abc/abc/node20.html

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hoje, a revolução digital, principalmente no que concerne a coleta, manuseio e

compartilhamento de dados pessoais.

7. SOCIEDADE DIGITAL

Para entendermos a origem e processo evolutivo da sociedade ate o presente

momento, a sociedade digital, faz­se necessário uma rápida e sucinta

explanação no que diz respeito às duas primeiras revoluções, revoluções estas

responsáveis por delinear os rumos da sociedade, sendo elas:

­ Revolução Agrária , consequências jurídicas, desenvolvimento de contratos de 3

escravos, terras e início de registros conhecidos atualmente como dados

pessoais

­ Revolução Industrial , consequências jurídicas, contratos de trabalho, acordos 4

internacionais, tributário, bens de consumo e origem do desenvolvimento do

direito personalíssimo como por exemplo o compartilhamento indevido de dados

pessoais

A Terceira grande revolução, como vimos acima, deu­se através da revolução

digital, responsável esta pela criação da sociedade digital, onde como fruto de

suas respectivas inovações oriundas da tecnologia, por exemplo, redes sociais,

contratos digitais, blogs, sites, transações bancarias, e­mails, mensageiros

eletrônicos e etc, novos costumes foram criados, novas necessidades jurídicas

defloradas, onde cada uma destas novas ferramentas e recursos, se vale do

3 Lincoln sanciona Homestead Act, lei da "reforma agrária" dos EUA 4 Revolução Industrial foi a transição para novos processos de manufatura no período entre 1760 a algum momento entre 1820 e 1840. Esta transformação incluiu a transição de métodos de produção artesanais para a produção por máquinas, a fabricação de novos produtos químicos, novos processos de produção de ferro, maior eficiência da energia da água, o uso crescente da energia a vapor e o desenvolvimento das máquinas­ferramentas, além da substituição da madeira e de outros biocombustíveis pelo carvão. A revolução teve início na Inglaterra e em poucas décadas se espalhou para a Europa Ocidental e os Estados Unidos.

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Page 24: A EVOLUCAO DA ECONOMIA GLOBAL

uso cada vez mais indiscriminado e sem precedentes de dados pessoais de

seus respectivos atores.

8. GLOBALIZAÇÃO

É intrigante quando uma temática nova surge no Direito, mas que ainda assim

seja antiga na sociedade, ou seja, mesmo que o tema seja um novo para juristas

e profissionais do universo jurídico em determinados Estados, o mesmo tema

encontra­se em estado consolidado e apaziguado em outros. Exatamente sob

este prisma é que o cuidado e atenção oriunda da economia global deve ser

analisada.

A globalização é um dos processos de aprofundamento internacional da

integração econômica, social, cultural, política,[1] [2] que teria sido impulsionado

pelo barateamento dos meios de transporte e comunicação dos países no final

do século XX e início do século XXI.[3]

Embora vários estudiosos situem a origem da globalização em tempos

modernos, outros traçam a sua história muito antes da era das descobertas e

viagens ao Novo Mundo pelos europeus. Alguns até mesmo traçam as origens

ao terceiro milênio A.C.[4] [5] No final do século XIX e início do século XX, a

conexão das economias e culturas do mundo cresceu muito rapidamente.

O termo globalização tem estado em uso crescente desde meados da década

de 1980 e, especialmente, a partir de meados da década de 1990.[6] Em 2000, o

Fundo Monetário Internacional (FMI) identificou quatro aspectos básicos da

globalização: comércio e transações financeiras, movimentos de capital e de

investimento, migração e movimento de pessoas e a disseminação de

conhecimento.[7] Além disso, os desafios ambientais, como a mudança

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Page 25: A EVOLUCAO DA ECONOMIA GLOBAL

climática, poluição do ar e excesso de pesca do oceano estão ligadas à

globalização.[8]

http://www.suapesquisa.com/globalizacao/

http://slideplayer.com.br/slide/353896/

https://prezi.com/ouapw_wj7lt1/a­formacao­da­economia­global­geografia/

9. PAGAMENTOS ELETRONICOS Meios eletrônicos de pagamentos são os instrumentos utilizados para liquidação

financeira de uma operação, realizada entre as partes de um negócio, que

requeiram a existência de canais de distribuição e infraestrutura para a captura e

o processamento das transações.

Esses canais de distribuição compreendem as agências bancárias, os terminais

de autoatendimento (ATM), as redes de terminais de captura para cartões

depagamento (POS) e os canais de acesso remoto (computadores pessoais,

telefone celular etc.).

Opções bancárias

Transferência de crédito

Ordem de pagamento com a finalidade de creditar recursos para o beneficiário,

transitando de um banco pagador (remetente) para o banco beneficiário

(destinatário) por intermédio de um sistema de liquidação. Em termos de volume

de recursos financeiros, é o sistema de pagamento mais utilizado no país,

compreendendo as liquidações efetuadas por meio de Transferência Eletrônica

Disponível (TED), Documento de Crédito (DOC) e Bloqueto de Cobrança.

Débito Direto

Instrumento de pagamento em que o pagador autoriza previamente ao banco ou

ao beneficiário do pagamento um débito em sua conta corrente, em geral para

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Page 26: A EVOLUCAO DA ECONOMIA GLOBAL

liquidação de obrigações recorrentes ou periódicas, como aluguéis, seguros,

contas de telefone etc.

Cartões de pagamento

Popularmente conhecido como “dinheiro de plástico”, os cartões de pagamento

têm apresentado crescimento significativo como instrumento de liquidação

financeira, especialmente nas transações comerciais. Estão subdivididos nas

seguintes categorias:

Cartão de débito

Realiza o pagamento de bens e serviços por meio do débito, no ato da compra,

em conta bancária do seu portador que esteja vinculada ao cartão, exigindo

assim a existência de recursos financeiros no ato da transação;

Cartão de crédito

Permite ao seu portador adquirir bens e serviços nos estabelecimentos

credenciados, bem como possibilita a realização de saques nos caixas

eletrônicos da rede conveniada. O portador dispõe de um limite de crédito para

cobrir despesas de compras e saques em espécie, não exigindo que o seu titular

disponha de recursos financeiros no ato da transação;

Cartão private label

É um cartão de crédito vinculado a um estabelecimento comercial, podendo ser

utilizado somente nas lojas da rede. Em geral, esses cartões são emitidos pelas

grandes lojas de departamento e redes de supermercados;

Cartão híbrido

Agrega as funcionalidades do cartão de crédito e do private label. Permite ao

emissor a redução de custos quando o cartão é utilizado em sua rede de

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Page 27: A EVOLUCAO DA ECONOMIA GLOBAL

atendimento e ao usuário a vantagem de ser aceito em mais estabelecimentos,

como um cartão de crédito comum.

Co­branded

Cartão voltado ao atendimento de nichos de mercado. Agrega valor para o

usuário por meio de esforços conjuntos do emissor e da organização parceira,

que tem sua marca no cartão junto à marca do emissor;

E­money

É um cartão com valor armazenado eletronicamente, que é debitado à medida

que o seu portador o utiliza para pagamentos de compras ou serviços. A

diferença em relação aos demais cartões de pagamento é que não requerer

autorização online ou débito na conta bancária do consumidor no momento da

transação, além de não ter utilização específica, como no caso dos cartões

pré­pagos;

Cartão pré­pago

É destinado à compra de produtos e de serviços específicos, com uma carga de

crédito pré­definida. Os cartões telefônicos, de refeição, de alimentação, de

combustível, de transporte e de pedágio estão nessa categoria.

Histórico

Os cartões de crédito emitidos por bancos e lojas são adotados em todo o

mundo desde os anos 1950. O primeiro cartão foi emitido nos EUA e

denominado Diners Club Card.

Em 1952, surge o primeiro cartão internacional, que no início da década de 1960

já era aceito em mais de 50 países.

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Page 28: A EVOLUCAO DA ECONOMIA GLOBAL

Em 1956, foi lançado no Brasil o cartão Diners Club, que era, inicialmente, um

cartão de compra e não de crédito. No final dos anos 1960, surgiu o primeiro

cartão associado a banco.

O primeiro cartão de débito surgiu em 1983 e o mercado só foi aberto para o

cartão de crédito internacional em 1990.

Segundo informações da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de

Crédito e Serviços (ABECS), o mercado de cartões de pagamento movimentou

no Brasil algo em torno de R$ 52 bilhões em 2009. Foram realizadas 667

milhões de transações e emitidos 565 milhões de cartões.

Mobile banking e payment

Utilizando o celular, é possível fazer operações bancárias ou executar

pagamentos. Com um aplicativo de mobile banking é possível fazer transações

bancárias via aparelho móvel e com um de mobile payment o pagamento pode

ser feito como se estivesse sendo usado o cartão de plástico.

O mobile banking refere­se aos serviços bancários por meio de aparelhos

móveis, como verificar saldos e extratos, efetuar transferências, comprar planos

de seguro e capitalização, acompanhar rendimentos e outras transações que

normalmente estão disponíveis no home banking.

As maiores instituições financeiras do país já disponibilizam o recurso para seus

correntistas. O mobile payment é o termo utilizado para todo tipo de operação

financeira que envolva um dispositivo móvel para iniciar, ativar ou confirmar um

pagamento decorrente de compra e venda de mercadorias e serviços.

A forma de pagamento pode ser feita à vista (débito) ou a prazo (crédito). A sua

principal vantagem em relação aos cartões de pagamento tradicionais está na

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Page 29: A EVOLUCAO DA ECONOMIA GLOBAL

redução de custos para os credenciados (lojistas e prestadores de serviços).

Caracteriza­se como um meio eletrônico de pagamento que tem como público

alvo os pequenos negócios como taxistas, vendedores ambulantes e artesãos.

Os pagamentos com celular podem ser realizados de forma remota ou por

proximidade. No pagamento remoto, o usuário pode estar em qualquer local no

momento da compra e as transações são efetuadas a partir de aplicativos

instalados no aparelho, que permite o envio de mensagens de texto ou a

interação de voz com uma central telefônica.

Para o pagamento por proximidade, também conhecido como contactless

payment, é necessário que o usuário tenha um celular com um chip e antena

Near Field Communication (NFC), que armazena as informações da conta do

usuário e realiza a comunicação com um leitor Ponto de Venda (PDV), de

propriedade do estabelecimento, ou seja, não é necessária a presença de um

vendedor.

Paypal

PagSeguro

UOL

PagBrasil

...

10. CRIPTOMOEDAS Criptomoeda seria um termo usado para moedas digitais passíveis de

criptografia, atualmente existem algumas moedas do tipo circulando na internet.

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Page 30: A EVOLUCAO DA ECONOMIA GLOBAL

Cada moeda digital usa um algoritmo próprio e geralmente embute criptografia.

O termo cript vem de criptografia.[2] Para armazenar e realizar transações com

essas moedas, é necessario ter uma carteira eletronica. Cada criptomoeda

possui seu tipo de carteira, mas também existem sites como o Exmo e o

Coinbase que únem diversas criptomoedas em uma unica conta.

Toda Criptomoeda você tem que atribuir uma "chave" de encriptação. Nesse tipo

de mercado de moedas, esquecer uma senha/chave, não é uma boa ideia, pois

não há como recuperar a moeda encriptada. Assim como o Ouro, existe um

custo para a extração[3] e seu uso é muitas das vezes criticado por facilitar o

controle do governo na economia.[4] [5] [6] [7] [8] [9] Exemplos:

Bitcoin (BTC)[2]

Litecoin (LTC)

Worldcoin (WDC)

SolidCoin

Ixcoins

Coinbuck

Betacoin

Acrecoin

Tenebrix (TBX)

Dogecoin (DOGE)

Dilmacoin (HUE)

Dollycoin (DOL)

A maioria das moedas acima citadas, se não todas, usam algum tipo de

encriptação, fazendo delas criptmoedas.[2]

11. TERRITORIALIDADE

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Page 31: A EVOLUCAO DA ECONOMIA GLOBAL

13. PROBLEMÁTICAS JURÍDICAS

A pesquisa de campo desenvolvida de para ser respondida de forma direta e

14. ACORDOS, TRATADOS, NORMAS E REGULAMENTAÇÕES

Os acordos internacionais têm como objetivo criar organismos que dinamizem

as relações comerciais, sociais e políticas entre os países membros. Essas

organizações estão presentes em todas as partes do planeta, atuando em forma

de blocos econômicos, países que discutem a economia global, órgão que

estabelece regras e acordos para o comércio internacional, grupo de nações que

visa controlar a produção e venda de um determinado produto, etc.

Os blocos econômicos, por exemplo, são formados para reduzir e/ou eliminar as

tarifas alfandegárias, intensificando, assim, a importação e exportação de

produtos. Já a OEA (Organização dos Estados Americanos) visa garantir a paz e

a segurança continental; a OPEP (Organização dos Países Produtores de

Petróleo), por sua vez, controla a produção e a exportação de petróleo.

Nessa seção, que disponibiliza textos sobre diferentes blocos econômicos e as

mais variadas organizações internacionais, o leitor poderá se inteirar sobre a

formação, as características, atuação, entre outros elementos referentes ao

assunto.

Entre os artigos disponibilizados estão:

UE – União Europeia.

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Page 32: A EVOLUCAO DA ECONOMIA GLOBAL

ALCA – Área de Livre Comércio das Américas.

MERCOSUL – Mercado Comum do Sul.

NAFTA – Acordo de Livre Comércio da América do Norte.

APEC – Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico.

CEI – Comunidade dos Estados Independentes.

OMC – Organização Mundial do Comércio.

OEA – Organização dos Estados Americanos.

OPEP – Organização dos Países Produtores de Petróleo.

15. FUTURO: ECONOMIA COLABORATIVA

Imagine a seguinte situação. Você precisa ir ao Rio de Janeiro. Em vez de ficar

num hotel, você decide alugar um quarto no apartamento do Paulo. Para se

deslocar, você pega o carro da Juliana. Em casa, o Rodrigo toma conta do seu

cachorro. Detalhe: você nunca os viu antes. Sim, isso já acontece. Tudo se

baseia na reputação e na rede de recomendações que surge na internet e se

fortalece fora dela. E essa relação entre desconhecidos, comercial e ao mesmo

tempo pessoal, em que consumidor e fornecedor se confundem, é a base da

chamada economia compartilhada.

Sim, a gentileza entre estranhos pode virar um negócio, e vice­versa. E isso

pode ser bom. Mas o grande atrativo, além da vantagem financeira, está em

viabilizar o acesso para o tamanho da sua necessidade. Porque a posse do

objeto ou do espaço não é mais um fim em si. Há uma materialização de uma

vida on demand, como já é na vida digital. A experiência é o foco do consumo. É

possível ter uma Ferrari por alguns dias (sem pagar IPVA), passar as férias num

barco (sem despesas do píer) e trocar de bicicleta a cada fim de semana (sem

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Page 33: A EVOLUCAO DA ECONOMIA GLOBAL

ter de guardá­la na sala de casa). Nesse tipo de negociação ­ que talvez você já

use, mesmo sem saber ­, o papel do fornecedor também é exercido pelo

indivíduo. Gente como você, que pode lucrar com aquele quarto vago via Airbnb,

com a câmera de vídeo que usa apenas no Natal ou com o carro que sai da

garagem poucos dias no mês.

Nesse cenário no qual a posse é obsoleta, a tendência é que serão vendidos

menos carros, bicicletas e apartamentos, por exemplo. "A economia

compartilhada está alinhada ao propósito de sustentabilidade", defende Lucas

Foster, especialista em economia criativa. Isso porque o modelo transforma os

excessos, algo historicamente considerado lixo, na base de um sistema de

transação de valores. "No modelo tradicional, nós produzimos, vendemos e

eventualmente nos desfazemos de algo. Nesse novo formato, aquela primeira e

única transação dá lugar a muitas outras", afirma a empreendedora

norte­americana Lisa Gansky, autora do livro "Mesh ­ Por que o Futuro dos

Negócios é Compartilhar".

Taxi

Almoço

Hospedagem

Co­working

Carro

Banco de Horas

ECONOMIA BASEADA EM RECURSOS: PROJETO VENUS

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Page 34: A EVOLUCAO DA ECONOMIA GLOBAL

16. PESQUISA DE CAMPO

A pesquisa de campo desenvolvida de para ser respondida de forma direta e

precisa, foi elaborada com o auxílio de três perguntas:

­

Onde apreciasse o resultado:

Vale ainda ressaltar que todos os entrevistados são alunos de Direito

Universo de pesquisa: Quantitativa

Número de participantes: 50 pessoas

17. CONCLUSÃO

Assim como o advento dos direitos da personalidade no ordenamento jurídico

brasileiro, a proteção de dados também é matéria recente no país, com

necessidade de normatização específica, levando em consideração os princípios

que regem nossa constituição.

Deve­se considerar como certo que, com o decorrer do tempo, a tecnologia

progredirá e o direito, como ciência social que é, não poderá deixar de

acompanhá­la, muito menos ser ela a responsável por trazer conflitos frente as

normas e leis já apaziguadas em nosso ordenamento.

Por fim, como forma de respeitar os direitos fundamentais e principalmente a

constituição nacional, faz­se necessário profunda leitura, entendimento e

compreensão dos impactos desta nova lei em nossa sociedade. Dado que a

proteção de dados pessoais é imprescindível, ainda mais quando falamos do

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Page 35: A EVOLUCAO DA ECONOMIA GLOBAL

meio virtual, onde todos os dados pessoais se propagam em velocidades jamais

imagináveis. 5

13. BIBLIOGRAFIA https://eficienciavital.wordpress.com/2013/07/21/as­revolucoes­industriais­e­a­economia­global/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Globaliza%C3%A7%C3%A3o

http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/O­que­s%C3%A3o­meios­el

etr%C3%B4nicos­de­pagamentos%3F

http://www.brasilescola.com/geografia/acordos­economicos.htm

5 http://www.tex.pro.br/home/artigos/258­artigos­dez­2013/6364­a­protecao­de­dados­pessoais­e­a­internet­the­personal­data­protection­and­the­internet

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