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A GEOGRAFICIDADE DA AGROECOLOGIA EM COMUNIDADES TRADICIONAIS NA MATA SUL DE PERNAMBUCO: DO SABER CAMPONÊS À CONSTRUÇÃO DE TERRITÓRIOS-REDE Robson Soares Brasileiro – Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Pernambuco e Integrante do Laboratório de Estudos Sobre Espaço, Cultura e Política – LECgeo do Departamento de Geografia da UFPE – [email protected] Nívia Lopes Delmiro de Souza – Graduanda do Departamento de Ciências Geográficas da UFPE; Integrante do LECgeo e Bolsista Pibic – [email protected] David Tavares Barbosa – Graduando em Geografia Pelo Departamento de Ciências Geográficas da UFPE; Integrante do Laboratório de Estudos Sobre Espaço, Cultura e Política – LECgeo e Bolsista Pibic [email protected] RESUMO: A presente pesquisa tem como objetivo compreender a geograficidade de algumas comunidades tradicionais (camponesas) na Mata Sul do Estado de Pernambuco. Através da contribuição da Geografia Cultural, busca-se demonstrar que a representação das identidades culturais e territoriais na região pode ser fortalecida pela inserção de novos elementos que não descaracterize as tradições populares dos agricultores camponeses, mas contribuam de modo significativo para a emergência do saber camponês. Os aportes teóricos para o desenvolvimento desta pesquisa fundamentam-se na Geografia Cultural e sua interface com os conceitos de território e territórios-rede, bem como entre outras áreas do conhecimento cientifico. A partir daí, compreender as diversas territorialidades desses sujeitos sociais a partir de uma identidade local fortalecida por uma agricultura camponesa de base agroecológica pode nos trazer uma dimensão geográfica dos “territórios de referência identitária” em áreas de predominância do monocultivo da cana-de-açúcar. Palavras-chave: Territórios-rede, agroecologia, camponês, geografia cultural. Introdução A emergência da identidade territorial Este trabalho de pesquisa analisa a organização territorial e cultural de algumas comunidades tradicionais da Mata Sul do Estado de Pernambuco (mapa: 01). Foram selecionadas quatro (04) áreas de agricultura familiar camponesa adeptas do cultivo de produtos agroecológicos em suas propriedades, sítios ou assentamento de reforma agrária. A discussão procura privilegiar a análise da organização territorial desses sujeitos sociais, a emergência da identidade territorial e cultural, além do processo de resistência através da articulação desses sujeitos

A GEOGRAFICIDADE DA AGROECOLOGIA EM COMUNIDADES TRADICIONAIS NA MATA SUL DE PERNAMBUCO

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Anais NEER 2011

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  • A GEOGRAFICIDADE DA AGROECOLOGIA EM COMUNIDADES TRADICIONAIS NA MATA SUL DE PERNAMBUCO: DO SABER CAMPONS CONSTRUO DE TERRITRIOS-REDE

    Robson Soares Brasileiro Doutorando do Programa de Ps-Graduao em

    Geografia da Universidade Federal de Pernambuco e Integrante do Laboratrio de Estudos Sobre Espao, Cultura e Poltica LECgeo do Departamento de Geografia

    da UFPE [email protected]

    Nvia Lopes Delmiro de Souza Graduanda do Departamento de Cincias Geogrficas da UFPE; Integrante do LECgeo e Bolsista Pibic

    [email protected]

    David Tavares Barbosa Graduando em Geografia Pelo Departamento de Cincias Geogrficas da UFPE; Integrante do Laboratrio de Estudos Sobre Espao, Cultura

    e Poltica LECgeo e Bolsista Pibic [email protected]

    RESUMO: A presente pesquisa tem como objetivo compreender a geograficidade de algumas comunidades tradicionais (camponesas) na Mata Sul do Estado de Pernambuco. Atravs da contribuio da Geografia Cultural, busca-se demonstrar que a representao das identidades culturais e territoriais na regio pode ser fortalecida pela insero de novos elementos que no descaracterize as tradies populares dos agricultores camponeses, mas contribuam de modo significativo para a emergncia do saber campons. Os aportes tericos para o desenvolvimento desta pesquisa fundamentam-se na Geografia Cultural e sua interface com os conceitos de territrio e territrios-rede, bem como entre outras reas do conhecimento cientifico. A partir da, compreender as diversas territorialidades desses sujeitos sociais a partir de uma identidade local fortalecida por uma agricultura camponesa de base agroecolgica pode nos trazer uma dimenso geogrfica dos territrios de referncia identitria em reas de predominncia do monocultivo da cana-de-acar. Palavras-chave: Territrios-rede, agroecologia, campons, geografia cultural. Introduo

    A emergncia da identidade territorial

    Este trabalho de pesquisa analisa a organizao territorial e cultural de

    algumas comunidades tradicionais da Mata Sul do Estado de Pernambuco (mapa: 01). Foram selecionadas quatro (04) reas de agricultura familiar camponesa adeptas do cultivo de produtos agroecolgicos em suas propriedades, stios ou

    assentamento de reforma agrria. A discusso procura privilegiar a anlise da

    organizao territorial desses sujeitos sociais, a emergncia da identidade territorial

    e cultural, alm do processo de resistncia atravs da articulao desses sujeitos

  • sociais a outros atores institucionais e sociais. Nesse vis a anlise da Geografia

    Humana a partir da perspectiva da Geografia Cultural fornece elementos essenciais

    para melhor compreenso das novas territorialidades camponesas no contexto da

    agricultura de base agroecolgica.

    Assim, procura-se no decorrer do trabalho discutir as principais repercusses

    das novas territorialidades camponesas no processo de resistncia da identidade

    cultural e territorial dessas comunidades tradicionais. Essa identidade est

    intimamente ligada ao vnculo que estes agricultores camponeses tem com o

    territrio, a manuteno de suas tradies culturais, ao saber fazer e saber ser, aos

    processos de solidariedade e, sobretudo a enorme capacidade de se reinventar e se

    adaptar a novas situaes. Nesse caso, esses sujeitos sociais tm no territrio no

    apenas o cho (o espao fsico delimitado), mas assimilam os aspectos da

    dimenso poltica desses espaos. As novas territorialidades camponesas discutida

    nesta pesquisa procura analisar a agricultura de base agroecolgica no apenas

    como um processo de resistncia dentro dessas comunidades tradicionais, mas

    como um processo simblico-cultural, muito embora a dimenso territorial esteja

    mais prxima do debate geogrfico. Entretanto esta anlise a partir da Geografia

    Cultural enriquece os aspectos materiais e subjetivos do territrio, possibilitando

    outras vises sobre as diversas territorialidades tecidas por estes sujeitos sociais.

    Objetivo

    Um dos objetivos deste trabalho compreender a dinmica scio territorial de

    algumas comunidades camponesas na Mata Sul de Pernambuco. Procura-se

    analisar como a geograficidade dos atores e sujeitos sociais que atuam nos

    territrios que sofreram transformaes na paisagem mediante as diversas

    territorialidades vm contribuindo para o fortalecimento da agricultura camponesa de

    base agroecolgica, bem como, para a emergncia do saber cultural dessas

    comunidades tradicionais. Esse cenrio de novas territorialidades representa para os

    agricultores camponeses um espao de possibilidade para a construo e

    desenvolvimento de alternativas econmicas, culturais, polticas, ambientais e

    sociais que se contrapem aos padres do setor sucroenergtico predominante na

    regio.

  • Referencial terico e conceitual

    Entre a geograficidade e a identidade territorial

    Para melhor compreenso da dinmica territorial dessas comunidades

    tradicionais relevante compreender o processo de resistncia desses sujeitos

    sociais. Quais as estratgias de superao dos entraves impostos pelo monocultivo

    da cana-de-acar? Quais as causas e consequncias da desvalorizao do

    comportamento cultural do outro? Essas so questes primordiais para melhor

    entendimento das novas territorialidades camponesas na regio. Pois a emergncia

    dessas territorialidades a partir da agricultura de base ecolgica permeia atravs da

    articulao do saber cientfico com o saber cultural desses agricultores. Sendo

    assim, a anlise geogrfica nesta pesquisa procura compreender esses territrios de

    agricultura campesina atravs da dimenso cultural da geografia, onde as

    experincias e as relaes entre as pessoas com os lugares so tambm

    valorizadas a partir da relao simblico-cultural com o territrio. importante

    entender que os estudos sobre identidade na Geografia Cultural bastante recente,

    tendo na territorialidade um elemento essencial. Claval (2001) chama a ateno para

    o desenvolvimento da identidade no territrio, pois segundo o autor, a manifestao

    das identidades nem sempre so idnticas, pois elas podem ser mais expressivas

    em alguns grupos e menos em outros.

    A territorialidade fascina os gegrafos h uma gerao. O espao uma categoria vazia, que no contm qualquer referncia sensibilidade, recepo, ao sentimento. Na vida real atribuem-se muito sentidos aos lugares onde se vive e s pequenas e grandes ptrias. A construo das identidades est intimamente ligada organizao territorial e maneira como percebida por quem responsvel por essa organizao ou a experimenta (CLAVAL, 2001, p. 66).

    Na busca por compreender as diversas territorialidades camponesas na

    regio em apreo, procura-se entender que a convivncia social no territrio leva a

    percepo de que as identidades territoriais e culturais dos grupos de agricultores

    que trabalham com prticas agroecolgicas extrapolam os limites dos territrios-

    rede. Nesse caso, tem-se que observar estes territrios atravs da sua totalidade,

    isto , pelos objetos e aes contidos no mesmo.

    A geograficidade das comunidades tradicionais (camponesas) na Mata Sul de

    Pernambuco apresenta dois aspectos importantes para esta pesquisa. Primeiro diz

    respeito aos vnculos com a terra e a sua articulao com outros atores sociais.

  • Em um primeiro momento as identidades e territorialidades podem ser

    expressas para alm dos limites dos territrios-rede. Em segundo plano os atores

    institucionais procuram legitimar as aes (experincias com agricultura

    agroecolgica) nos territrios-rede. Esta legitimao se processa atravs da

    assistncia tcnica e de uma certificao tica e participativa (comprometimento do

    agricultor campons em no usar nenhum tipo de agroqumico em seus produtos),

    esta ao fundamental para a construo de uma identidade geogrfica da

    produo agroecolgica desses sujeitos sociais

    Sendo assim, a geograficidade dos agricultores camponeses adeptos de

    prticas agroecolgicas nos territrios-rede permitem articulaes horizontais a partir

    do momento em que este sujeito social tem plena autonomia da sua fora de

    trabalho e de seus meios de produo. As territorialidades construdas por esses

    agricultores possibilitam a apropriao de micro pores do territrio na regio da

    Mata Sul. Essa dimenso da territorialidade parece ser um elemento til coeso

    dos grupos sociais, que tm a identidade reafirmada num territrio. Porm, tambm

    pode ser uma fonte de reaes contrrias como, por exemplo, o preconceito.

    (MARTINS, NOGUEIRA, 2010, p. 342)

    No debate entre identidade e territrio na busca por sua dimenso conceitual

    emergem as definies do conceito de cultura. Sabe-se que existem vrias

    definies nas diversas reas do conhecimento cientfico, seja na Filosofia,

    Sociologia, Antropologia e Geografia. Enfim todos procuram uma compreenso da

    dimenso maior do que vem a ser cultura. Entretanto, neste trabalho prioriza-se o

    conceito de cultura abordado atravs dos estudos da Geografia Cultural. Esta ltima

    procura analisar os estudos culturais atravs de duas dimenses: a material e a

    imaterial. A material por meio de aspectos visveis como objetos e gestos. E sob a

    perspectiva imaterial, apresentada por Villa (2000) como uma cultura encoberta,

    formatada nas crenas, valores e at mesmo nos medos (MOTA, 2010, p. 193).

    Apesar do conceito de cultura ser abordado por muitas reas do

    conhecimento cientfico, porm com perspectivas e anlises diferenciadas. No dizer

    de Claval (2008) a dimenso cultural da geografia procura trabalhar as

    representaes espaciais atravs de diferentes formas, seja pelas anlises dos

    processos culturais e a descoberta da corporeidade e de seus ritmos ou por meio da

    experincia vivida

  • Outra abordagem cultural apresentada por Claval (2008) constitui-se no estudo dos processos culturais e scioculturais. Esta abordagem nasceu da anlise da circulao na dcada de 1950, e versa diretamente as relaes sociais na compreenso da estrutura funcional da sociedade. Esses processos provocam, ainda, uma quebra na forma como as realidades tanto sociais quanto polticas so estudadas. Isso coloca aspectos scio/poltico-culturais em evidncia como uma complementaridade de estudos da geografia humana, outrora iniciados. (MOTA, 2010, p. 193-194).

    Segundo Castells (2002) a identidade um processo de construo de vrios

    significados que fazem parte da vida dos indivduos. Esse atributo cultural

    concretiza-se a partir dos significados e experincias vivenciadas nos territrios por

    meio das trocas de sabes e intercmbios culturais. Ainda segundo este autor as

    identidades podem ser legitimadora quando introduzida por instituies dominantes

    presentes na sociedade, ela pode ser de resistncia construda por sujeitos sociais

    ou atores institucionais em posies desfavorecidas na sociedade. E por ltimo a

    identidade de projeto, capaz de redefinir a posio dos indivduos dentro da

    sociedade. Neste trabalho o recorte para a identidade de resistncia, a partir do

    momento em que a anlise concentra-se nas diversas territorialidades de

    comunidades camponesas presentes em territrios de predominncia do

    monocultivo da cana-de-acar. Neste sentido, as contribuies aos debates sobre

    identidade apresentado por Castells diferenciam bastante daqueles abordado por

    Hall (1997) no qual seu esforo dirigiu-se ao entendimento de uma identidade

    nacional. O autor explica que identidade no nasce com o indivduo, mas sim, elas

    vo sendo moldadas e transformadas a partir do espao vivenciado. No caso em

    estudo a partir das representaes territoriais dos sujeitos sociais.

    Na atualidade, o territrio tem sido um dos conceitos mais discutidos na

    Cincia Geogrfica, bem como nas Cincias Sociais. Sua importncia e destaque na

    Geografia tm angariado espaos atravs da sua praticidade e aplicabilidade em

    polticas pblicas, essencialmente as condizentes com o planejamento e

    ordenamento do territorial. No entanto, na perspectiva da Geografia Cultural a

    concepo do conceito de territrio ganha outras dimenses ampliando ainda mais o

    horizonte de anlise. Nesse sentido, valorizam-se as identidades territoriais e

    culturais as quais esto diretamente ligadas ao comportamento e ao modo de vida

    dos sujeitos sociais aqui estudados, se preferir as suas diversas territorialidades,

    verificamos sua interpretao, bem como sua representao, cada vez mais em

  • questes que abordam a cultura de vrios grupos humanos, resultando em estudos

    de territorialidades especficas (SILVA, 2010, p. 419-420)

    Para melhor compreenso do contexto acima, utiliza-se aqui o conceito de

    territrios-rede, no sentido de elucidar os movimentos concretos e simblicos que

    atuam na construo das experincias agroecolgicas. A construo de redes pelos

    movimentos sociais, pela sociedade civil organizada e organizaes no

    governamentais, representa um poderoso recurso para organizar, informar e

    fortalecer iniciativas, pois permite uma maior integrao entre espaos que esto

    aparentemente desconectados.

    Nesse caso, os fluxos entre os territrios nas ltimas dcadas tm sido mais

    dinmicos, o que amplia a necessidade de circulao tanto de pessoas, mercadorias

    como de informao. Assim, a possvel formao de territrios-rede da agroecologia

    na Mata Sul de Pernambuco tem priorizado um maior contato entre agricultores

    camponeses com o envolvimento de experincias agroecolgicas em suas

    propriedades.

    Esses territrios com base em redes da agroecologia podem estar

    provocando diversas transformaes entre os agricultores que fazem uso dessas

    prticas. Alm de uma maior articulao entre alguns movimentos sociais com vrios

    atores, traando estratgias no intuito de fortalecer os territrios-rede da

    agroecologia. Todavia, as redes atribuem um sentido diferenciado e estratgico aos

    territrios de agricultura camponesa.

    Os territrios-rede podem ser definidos tambm enquanto espaos horizontais

    de articulao nos quais os processos bsicos de participao tecem o

    reconhecimento das relaes estabelecidas entre os vrios atores e sujeitos sociais,

    isto , na identificao com o outro atravs do senso de pertencimento a um

    mesmo grupo de interesses e significaes pautado no respeito, nos interesses

    comuns e na confiana estabelecida entre seus integrantes mediante trocas de

    informaes, bens e contedos direcionados ao desenvolvimento de experincias

    agroecolgicas e comercializao de seus produtos. Deste modo, compreender a

    construo desses territrios enquanto espaos de vivncia e integrao pode

    permite a visualizao da agroecologia em diversas escalas, concebendo sua

    distribuio espacial em territrios prximos e distantes ao mesmo tempo em que se

    observa como esses territrios se articulam para fortalecer as prticas

  • agroecolgicas. Mais adiante o foco da discusso deste trabalho estar pautado na

    construo e dinmica dos territrios-redes, bem como nas comunidades

    tradicionais pesquisadas

    A realidade que se re-desenha na Mata Sul de Pernambuco

    As experincias com agricultura camponesa de base agroecolgica podem

    ser encontradas praticamente nas trs regies do Estado de Pernambuco (Mata

    Pernambucana; Agreste e Serto). No entanto, o recorte espacial nesta pesquisa

    delimita nossos estudos em quatro comunidades tradicionais na Mata Sul de

    Pernambuco (mapa: 02): Assentamento Engenho guas Claras e Assentamento Engenho Serrinha municpio de Ribeiro PE; Assentamento Engenho Conceio

    municpio de Sirinham PE e Assentamento Amaraji municpio de Rio Formoso

    PE). O procedimento para escolhas dessas reas levou em considerao o

    nmero e a expressividade das experincias agroecolgicas que esto sendo

    desenvolvidas na localidade. A escolha tambm considerou o fato de que parte da

    agricultura camponesa nessas comunidades esto inseridas em um processo

    diferenciado de resistncia e construo de outra racionalidade produtiva, a partir da

    proposta da agroecologia e sob a prtica de sistemas de produo orgnico e

    agroflorestal.

    As aes agroecolgicas desenvolvidas em algumas comunidades

    camponesas na regio tm como destaque os territrios-rede, sob o qual se

    desenvolvem dois processos bastante complexos: a interpretao das relaes

    multiterritoriais e a perverso dessas relaes nas comunidades camponesas

    (NETO, 2010). No municpio de Sirinham o Assentamento Engenho Conceio

    uma referncia em agroecologia na regio. Nesta localidade alguns agricultores

    trabalham com agricultura orgnica ou agrofloresta (fotos: 01 e 02). Este projeto de assentamento tem um diferencial em relao aos demais, isto , foi viabilizado pelo

    Instituto de Terras de Pernambuco (Iterpe) antigo Fundo de Terras de Pernambuco

    (Funtepe), diferentemente dos demais assentamentos na regio que geralmente so

    implantados pelo Instituto de Colonizao e Reforma Agrria INCRA, rgo ligado

    ao governo federal.

  • No municpio de Ribeiro o Assentamento Engenho guas Claras e

    Assentamento Engenho Serrinha (fotos: 03 e 04) destacam-se em termos agroecolgicos pela implantao de sistemas agroflorestais em algumas parcelas

    dos assentados. Segundo Figueiredo (2010) o municpio responsvel por 16% da

    produo agroecolgica na Mata Sul. Nesta rea a forma de manejo diferenciada,

    bem como, a diversificao das espcies plantadas, alm da cobertura morta para

    proteo e, ao mesmo tempo reposio dos nutrientes ao solo.

    Em Rio Formoso as aes de carter agroecolgico tm uma expressividade

    produtiva em torno de 12%, das experincias agroecolgicas desenvolvidas na

    regio da Mata Sul segundo Figueiredo (2010). Destaque para o assentamento

    Amaraji (fotos: 05 e 06), referncia em agroecologia no municpio. A referida rea

    recebe apoio do Centro SABI Centro de Desenvolvimento Agroecolgico uma

    ONG que presta assessoria tcnica aos agricultores da localidade.

    Estes enfoques abrem espaos para novas formas de se pensar os territrios,

    as identidades e representaes simblicas e culturais em reas da plantation

    canavieira na Mata Sul. Nesse caso, considera-se aqui essas reas como uma

    importante via para o desenvolvimento de polticas agrcolas mais direcionada e

    eficazes ao pequeno produtor familiar.

    O movimento que define a construo do processo de formao de territrios-

    rede da agroecologia na regio pode permitir aos camponeses o fortalecimento do

    saber tradicional. As unidades de produo camponesa inseridas nos territrios-rede

    tm na conquista da terra uma temporalidade medida que esses territrios tornam-

    se os ncleos centrais dos novos arranjos e redes territoriais da agricultura

    camponesa na regio. importante destacar que as relaes de resistncia

    camponesa nesses territrios no se restringem organizao ou ao na

    participao das experincias com agricultura alternativa. A racionalidade produtiva

    desses camponeses tem carter bem mais amplo, isto , o conjunto de relaes

    desenvolvidas nos territrios-rede se ergue como resistncia ao modelo de produo

    dominante na regio. Sendo assim, as novas territorialidades expressas por esses

    agricultores podem referir-se otimizao do processo produtivo, ou porque no

    dizer, a uma nova racionalidade produtiva.

    Esse processo de re-existncia a partir das identidades com vnculos

    territoriais e culturais podem ser interpretadas como territorialidades ativas e

  • passivas. A identidade se constri, desconstri-se e se reconstri no tempo, ou

    melhor, atravs do tempo (RAFFESTIN, 2003, p. 5 apud SAQUET, 2007, p.149). Na

    regio um exemplo de territorialidade passiva pode expressar-se atravs da sujeio

    de muitos agricultores ao trabalho no monocultivo da cana-de-acar, ou seja, uma

    ao pr-definida pela estrutura dominante. J as territorialidades ativas

    corresponderiam ao agir social desses agricultores atravs da filiao aos sindicatos

    locais, da articulao com outros atores e sujeitos sociais, a ONGs e, a participao

    nas lutas sociais.

    Dessa forma, a emergncia de novas territorialidades sob a construo de

    territrios-rede pode fortalecer o desenvolvimento de uma nova geograficidade em

    determinados territrios. Esse processo pode ser conceituado a partir da formao

    de uma teia complexa de interesses que ocorre em distintas escalas de atuao e

    comporta um quadro diversificado de atores e sujeitos sociais, que integram os

    territrios-rede da agroecologia. Neste caso, a geograficidade dessas comunidades

    tradicionais em rea de plantation canavieira constituda a partir dos interesses

    dos camponeses e do papel de discernir suas escolhas. Assim, a emergncia

    dessas novas territorialidades pode ocasionar o processo de construo de redes

    sociais.

    Em algumas reas na regio esse quadro vem apresentando outras solues

    ao agricultor campons, isto , muitos fazem a opo pela re-existncia em seus

    territrios (stios, assentamentos, lotes) sem ter que se submeter aos ditos e mandos

    do sistema predominante. Essa escolha s vem sendo possvel por causa das lutas

    dos movimentos sociais, conquista de direitos e acesso a terra, alm da organizao

    e mobilizao desses camponeses. Portanto, os novos arranjos e redes territoriais

    so constitudos pela organizao social e pelos processos de formao de

    enfoques agroecolgicos em pequenas comunidades camponesas.

    A pequena produo campesina nos territrios com enfoques agroecolgicos

    tem no processo de incluso a principal caracterstica para o fortalecimento dos

    valores da agricultura camponesa, o que significa ir muito alm da tica do sistema

    mercadolgico capitalista, nesse sentido o agricultor campons tem como base de

    valores: o territrio, os recursos ecolgicos, a cultura e o vnculo a terra. Em seu

    sentido mais especifico, a pequena propriedade camponesa pode ser considerada

  • enquanto unidade de produo e reproduo familiar, sustentada nos valores

    culturais, bem como nas razes com a terra e tradio familiar.

    Metodologia

    Para a realizao desta pesquisa, como mencionado anteriormente foram

    selecionadas quartro reas de comunidades tradicionais camponesas nos

    municpios de Rio Formoso; Sirinham e Ribeiro ambos localizados na regio da

    Mata Sul de Pernambuco. O critrio para escolha dessas reas foram a

    expressividades que as mesma possuem em termos de agricultura camponesa de

    base agroecolgica, as geograficidades dos atores e sujeitos sociais e o contexto

    histrico de vida dessas pessoas. Alm disso, a presena das Organizaes No-

    Governamentais ONGs e a forte atuao dos movimentos sociais nesta poro do

    territrio que tambm contribuiu bastante para a escolha da rea em estudo. Atravs

    da realizao de entrevistas informais e semi-estruturadas, procurou-se identificar os

    territorios-rede da agroecologia numa perspectiva geogrfica e cultural, nesse caso

    foi elaborado um material cartogrfico a partir dos dados coletados em campo e da

    utilizao de aparelhos GPS, para coleta de pontos georefernciados das reas com

    enfoques agroecolgicos. Aps a aquisio desses dados foram utilizados os

    programas Software ArcGIS 9.1 e o Mapsource para construo das bases

    cartogrficas georreferenciadas, alm da utilizao de Shapefiles do Instituto

    Brasileiro de Geografia e Estatstica IBGE.

    Resultados e discusses

    Territrios e Identidades: a emergncia do saber campons

    Os territrios sob os enfoques agroecolgicos podem ser compreendidos a

    partir das formas e das origens, como tambm pelas aes e iniciativas que

    transformam as pequenas unidades de produo camponesa, inserindo-as em um

    processo de fortalecimento da identidade territorial. Essa transformao

    determinada pelo desenvolvimento de uma agricultura de base agroecolgica, que

    ao congregar os interesses dos agricultores camponeses envolvidos/inseridos nos

    territrios-rede, d suporte emergncia de uma campesinidade mais empenhada

    na relao com outros sujeitos sociais e congregando novas responsabilidades que

    vo muito alm da segurana alimentar.

  • A identidade territorial pode ser aqui compreendida enquanto uma

    geograficidade em reas de predominncia canavieira na Mata Sul de Pernambuco,

    engendradas em torno da produo camponesa articulada com base em princpios

    agroecolgicos de modo a estabelecer uma ligao poltica/produtiva para resistir

    (re-existir) ao domnio da plantation canavieira. Seria produto espacial de uma

    inovao que corresponde a uma estratgia de produo autnoma em

    comunidades camponesas. O objetivo primordial dessas territorialidades romper

    com o sistema predominante local, quebrando a dependncia desses agricultores

    em relao ao sistema do monocultivo da cana-de-acar e a forma de

    comercializao de seu excedente.

    Ao romper com a dependncia do sistema agrrio dominante na regio essas

    comunidades camponesas reafirmam a autonomia da sua produo, e da fora de

    trabalho garantindo uma produo sustentvel. Assim, os territrios com enfoques

    agroecolgicos so reas diferenciadas. Entretanto, pode-se afirmar que os

    territrios da agroecologia nesta poro do Estado so caracterizados pelo despertar

    de novas identidades territoriais e culturais trabalhadas, que so constitudas por

    agricultores camponeses onde se tornam agroecologistas inovadores, inventores,

    sujeitos sociais e polticos, todas essas expresses constituem agentes de um

    processo de dilogo tcnico e saberes locais, configurando redes e relaes

    socioterritoriais.

    Assim, importante compreender a propriedade camponesa como um micro

    territrio no qual o cotidiano apresenta especificaes organizacionais, isto , esto

    relacionados s caractersticas especificas da propriedade e da famlia, como por

    exemplo: o trabalho familiar na terra, a moradia, os roados, enfim, a extenso da

    propriedade camponesa nas feiras agroecolgicas e suas relaes entre os

    agricultores camponeses/consumidores locais e mediadores tcnicos. Nesse

    processo de fortalecimento, construo e re-construo de identidades territoriais

    numa perspectiva geogrfica encontram-se as:

    Identidades Histricas: so identidades dinmicas e mltiplas que no se limitam a origem do sujeito social, mas procura acima de tudo analisar as possibilidades da

    insero de novos elementos na sua construo. Nesse caso, a identidade

    sempre uma construo histrica dos significados sociais e culturais que norteiam o

  • processo de distino e identificao de um indivduo ou de um grupo (CRUZ, 2007,

    p. 97).

    A identidade Relacional e Contrastiva: a identidade no um fixo ou conjunto de significados, mas sim uma interao entre sujeitos sociais. contrastiva porque

    pode ser construda tambm em meio aos processos de tenses e conflitos entre

    vrios grupos sociais, as identidades so sempre construdas na e pela diferena e

    no fora dela e nenhuma identidade auto-suficiente, auto referenciada em sua

    positividade, tendo seu significado definido no jogo da diffrance (CRUZ, 2007, p.

    98).

    A identidade Material e Simblica: material porque tambm construda pelas prticas e aes do cotidiano, onde existem interaes com vrios sujeitos sociais

    numa base territorial ou espao utilizado, ou seja, uma construo social.

    simblica e subjetiva porque pode ser construda atravs das representaes e nos

    discursos. Portanto, na construo da identidade no possvel pensar de forma

    dissociada da natureza simblica e subjetiva (representaes) e seus referentes

    mais objetivos e materiais (Ibid., p. 99).

    A Identidade Estratgica e Posicional: se processa na busca pela afirmao da sua diferena social, mediante a valorizao das tradies culturais como forma de

    emergncia e fortalecimento das caractersticas individuais e coletivas do grupo.

    Nesse sentido, a construo das identidades est em estreita conexo com as

    relaes de poder; contestados, negociados a partir das relaes assimtricas de

    poder na sociedade (Ibid., p. 100).

    Identidades Hegemnicas ou Subalternas: so aquelas identidades que atuam no sentido de legitimar as relaes de poder na sociedade quanto para subvert-las, o

    mesmo processo que serve reproduo do poder hegemnico, logo das

    identidades hegemnicas, pode ser interrompido e reorientado no sentido de

    produzir novas identidades (Ibid., p.101).

    As identidades territoriais observadas nas comunidades pesquisadas neste

    trabalho possuem um pouco de cada uma das identidades mencionadas acima. Isso

    porque os laos de identidade territorial e cultural numa perspectiva geogrfica

    podem ser percebidos atravs do vnculo e uso do territrio, como tambm, pelas

    territorialidades desenvolvidas pelos diversos sujeitos sociais. Nesse contexto, a

  • identidade territorial e cultural dessas comunidades tradicionais na parte sul da Mata

    Pernambucana perpassa as barreiras dos simples laos de afetividade e de vnculo,

    se estendendo a multi-relaes mais complexas dentro dos prprios territrios com

    enfoques agroecolgicos.

    Segundo Brasileiro e Maciel (2009) a identidade territorial das comunidades

    tradicionais (camponesas) que desenvolvem experincias agroecolgicas em seus

    micro-territrios concebida atravs das relaes e intercmbios que os sujeitos

    sociais mantm com atores institucionais e sociais, alm do prprio vnculo com o

    territrio, sendo este o espao delimitado da materializao e organizao de suas

    diversas territorialidades. O desenvolvimento de prticas e aes agroecolgicas em

    territrios de predominncia do monocultivo da cana-de-acar pode ser

    considerado como um processo de inovao alternativa, ao passo que procura

    integrar, fortalecer e valorizar uma identidade positiva.

    Embora sob o peso do apetite aambarcador da cana, os territrios da Mata esto passando por algumas transformaes, principalmente no que tange a questes de identidade e cultura, busca por alternativas econmicas, preocupao ambiental, novo enfoque poltico dos movimentos sociais, dentre muitas outras. De uma identidade negativa, forjada na opresso histrica, brota dialeticamente um processo de identificao positiva, baseado na luta, na resistncia e gerao de possibilidades mais democrticas e equilibradas de uso dos recursos (BRASILEIRO, MACIEL, 2009, p. 28).

    A complexidade dos novos arranjos e redes territoriais na regio pode

    fortalecer o desenvolvimento de uma territorialidade alternativa, sendo por meio da

    agroecologia uma maneira de se pensar em novas situaes que envolvam os

    diversos sujeitos sociais locais, o territrio e novas formas de participao no

    desenvolvimento local. Soma-se a esses benefcios a diversidade da produo e a

    segurana dos produtos, j que so artesanais e obtidos com baixa ou nula

    contaminao por agroqumicos, bem como a valorizao da identidade cultural do

    pequeno produtor e da sua responsabilidade scio-ambiental (Ibid., p. 30).

    Nesse contexto, as experincias agroecolgicas desenvolvidas nas

    comunidades pesquisadas podem ser exemplos de aes que esto sendo traadas

    no intuito de fortalecer a agricultura de base familiar e o processo de reforma agrria

    na regio. Porm, a observao mais significativa no decorre da pesquisa foi a

    constatao da diversidade e pluriatividade das relaes sociais que se constituem

    nos territrios-rede da agroecologia.

  • O territrio-rede, via mecanismos pluriativos oriundos da ao dos fluxos, constitui-se em uma sntese das transformaes operadas no lugar territorializado pelos fluxos territoriais, concluindo a transio de uma territorialidade a outra (ou seja, do lugar rede) (NETO, 2010, p. 106).

    Ao analisar as territorialidades e as identidades em vigor na regio, verifica-se

    que o atual padro de produo agrcola coloca em risco no s a segurana

    alimentar, mas tambm a cultura e o saber tradicional de algumas comunidades, no

    caso deste trabalho (comunidades de agricultores camponeses). Em contrapartida

    verifica-se pequenos ncleos de resistncia, verdadeiros pontos luminosos em

    territrios do monocultivo da cana. Esses pontos ainda so espaos com pouca

    visibilidade, mas vm ganhando expressividade atravs das aes agroecolgicas.

    Consideraes Finais

    A importncia do trabalho dos mediadores tcnicos na promoo das

    identidades territoriais e culturais fundamental para o desenvolvimento de uma

    agricultura camponesa nos moldes de uma perspectiva agroecolgica, que por sua

    vez, recria ou reforar vrias identidades construdas a partir das prticas cotidianas.

    Estes elementos interagem com princpios tradicionais da agricultura campesina,

    isso no sentido de afirmao da cultura local e da conservao ambiental. A adoo

    de prticas agroecolgicas nesses territrios implica em mudanas de hbitos e

    posturas, nas quais as preocupaes ambientais esto sendo includas com mais

    evidncia na produo familiar, buscando alimentos saudveis produzidos atravs

    de mtodos ecologicamente corretos.

    A valorizao das tradies culturais camponesas inseridas nos arranjos e

    redes territoriais pode ser expressa atravs das prticas e do conhecimento

    vivenciado, e porque no dizer no prprio consumo de alimentos que so produzidos

    por estes sujeitos sociais. A roa, o stio, o assentamento, a comunidade, a casa de

    farinha e o galinheiro, so pequenos espaos demonstrativos de um sistema de

    produo com significativa autonomia e sustentabilidade familiar. Assim, a

    abordagem territorial sob o enfoque agroecolgico pode permitir aos atores e

    sujeitos sociais o aprofundamento das questes agrrias, voltadas para uma

    reflexo a partir da organizao produtiva em contraposio modernizao da

    agricultura ou/e agricultura capitalizada.

  • A organizao, articulao e mobilizao desses atores uma condio

    bsica para formao e fluxo nos territrios-rede. Em outras palavras essas reas

    surgem como espaos diferenciados de atuao de uma minoria que viabiliza

    estratgias de adaptao nas redes configurao dos territrios com enfoques

    agroecolgicos. O principal benefcio da formao desses territrios est na

    possibilidade de articulao dos agricultores camponeses com outros atores sociais.

    Nesse sentido, o desenvolvimento de redes de relaes de produo e trabalho que

    estejam sustentadas na tica e nos princpios de uma agricultura ecologicamente

    correta ou porque no dizer camponesa, onde os objetivos e a organizao da

    produo so definidos pelos sujeitos pode contribuir para o desenvolvimento e

    fortalecimento das comunidades camponesas aqui estuda.

    Referncias ARAPUJO, Frederico Guilherme Bandeira de.; HAESBAERT, Rogrio (Orgs.). Identidades e territrios: questes e olhares contemporneos. Rio de Janeiro: Access, 2007. BRASILEIRO, Robson Soares; MACIEL, Caio Augusto Amorim. Agricultura familiar agroecolgica na Mata Pernambucana: desenvolvimento territorial rural e identidade cultural. In.: MACIEL, Caio Augusto Amorim (Org.). Entre geografia e geosofia: abordagens culturais do espao. Recife: Ed. Universitria da UFPE, 2009.

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  • ANEXOS Mapa 01 Regio da Mata Pernambucana

    Fonte: Base Cartogrfica do IBGE, 2009. Designer Grfico: Girlan Cndido. Org.: Robson Brasileiro.

  • ANEXOS

    Mapa 02 Mata Sul de Pernambuco - Destaque para as reas de Assentamento com Experincias

    Agroecolgicas

    Fonte: Base Cartogrfica do IBGE, 2009; Trabalho de campo, 2011. Designer Grfico: Girlan Cndido. Org.: Robson Brasileiro.

    Foto 01: Produo Agroecolgica atravs do uso do Sistema de Mandalas Assentamento Engenho Conceio, Municpio de Sirinham PE. Data: 14/11/2009. Autor: Robson Brasileiro.

    Foto 02: Sistema de Agrofloresta Assentamento Engenho Conceio, Municpio de Sirinham PE. Data: 14/11/2009. Autor: Robson Brasileiro.

  • ANEXOS

    Foto 03: Produo Agroflorestal no Assentamento Engenho Serrinha, Municpio de Ribeiro PE. Data: 14/11/2009. Autor: Robson Brasileiro.

    Foto 04: Sementeira para Reflorestamento no Assentamento Engenho guas Claras, Municpio de Ribeiro PE. Data: 14/11/2009. Autor: Robson Brasileiro.

    Foto 05: Produo Agroflorestal e Sistema de Horticultura Orgnica no Assentamento Amaraji, Municpio de Rio Formoso PE. Data: 15/11/2009. Autor: Robson Brasileiro.

    Foto 06: Sistema Agroecolgico Atravs do uso da Mandala no Assentamento Amaraji, Municpio de Rio Formoso PE. Data: 15/11/2009. Autor: Robson Brasileiro.