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A gloriosa bem aventurança proposta no evangelho • capítulo 14 - the total depravity of man - a. w. pink

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A. W. Pink

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Traduzido do original em InglêsThe Total Depravity of Man

By A. W. Pink

A presente tradução consiste somente no Capítulo 14, Summary, da obra supracitada

Via: EternalLifeMinistries.org

Tradução e Capa por William TeixeiraRevisão por Camila Almeida

1ª Edição: Março de 2015

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão AlmeidaCorrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, com a devida permissãodo ministério Eternal Life Ministries (EternalLifeMinistries.org), sob a licença Creative CommonsAttribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License.

Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato,desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que também não altere o seu conteúdonem o utilize para quaisquer fins comerciais.

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A Gloriosa Bem-Aventurança Proposta no EvangelhoPor Arthur Walkington Pink

[Capítulo 14 do livro The Total Depravity of Man • Editado]

A entrada do mal no domínio de Deus é, reconhecidamente, um profundo mistério, no en-tanto, o suficiente é revelado nas Escrituras para nos prevenir de formar pontos de vistaerrôneos em relação a isto. Por exemplo, é terminantemente contrário à Palavra da ver-dade apoiar a noção de que a Queda de Satanás e seus anjos ou dos nossos primeirospais pegaram Deus de surpresa e arruinaram Seus planos. Desde toda a eternidade Deusprojetou esta terra como devendo ser o palco sobre o qual ele mostraria as Suas perfeições:na criação, na providência e na redenção (1 Coríntios 4:9). Assim, Ele predestinou tudo oque viria a acontecer neste cenário (Atos 15:18; Romanos 11:36; Efésios 1:11). Deus nãoé um espectador ocioso, olhando à distância os acontecimentos deste mundo, mas é o pró-prio Ordenador e Modelador de tudo para a promoção final de Sua glória, não só, apesarda oposição dos homens e Satanás, mas por meio deles, tudo está sendo feito para servirao Seu propósito. Nem a introdução do mal no universo ocorre simplesmente pela simplespermissão do Altíssimo, pois nada pode acontecer em oposição à Sua vontade decretiva.Em vez disso, devemos acreditar que, por razões sábias e santas, Deus predestinou Suascriaturas mutáveis a cair, e, assim, gerar uma ocasião para Ele demonstrar mais e plena-mente os Seus atributos.

Partindo da perspectiva de Deus, o resultado da provação de Adão não deixa espaço paranenhuma incerteza. Antes de formá-lo do pó da terra e de haver soprado o fôlego da vidaem suas narinas, Ele sabia exatamente como a referida provação sucederia. Sim, e aindamais: Ele decretou que ele deveria comer do fruto proibido. Está claro em 1 Pedro 1:19-20que nos diz que o derramamento do sangue de Cristo foi, na verdade, “conhecido aindaantes da fundação do mundo” (cf. Apocalipse 13:8). Como Witsius corretamente afirmouemrelação ao pecado de Adão: “se ele foi conhecido foi tambémpredestinado, assimPedroune 'determinado conselho e presciência de Deus’ (Atos 2:23)”. Em plena harmonia comesta verdade, é preciso lembrar que foi o próprio Deus quem colocou no Éden a árvore doconhecimento do bem e do mal! Além disso, o célebre Moderador da Assembleia de West-minster perguntou: “O Diabo não incitou Adão e Eva contra Deusestando no Paraíso? Deusnão poderia ter mantido o Diabo fora do Paraíso? Por que Ele não fez isso? Porventura nãoé manifestamente aparente que era a vontade de Deus que eles fossem tentados, e incita-dos ao pecado? E por que não?” (W. Twisse, 1653). Deus negou-lhes uma maior manifesta-

ção da Sua glória. Assim como se não houvesse noite não poderíamos admirar a beleza

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do dia, este fundo era necessário escuro no qual a graça e misericórdia Divina pudessembrilhar mais resplandecentes (Romanos 5:20).

Tem-se afirmado, mais dogmaticamente, por papistas e Arminianos, que Deus não poderiater impedido a Queda de nossos primeiros pais, sem reduzi-los a meras máquinas. Argu-menta-se que uma vez que o Criador dotou o homem com uma vontade livre ele deve serdeixado inteiramente às suas próprias volições, que ele não pode ser coagido, muito menoscompelido, sem destruir sua agência moral. Isso pode parecer um raciocínio sólido, noentanto, é refutado pelas Sagradas Escrituras! Quando Deus declarou a Abimeleque sobrea mulher de Abraão: “também eu te tenho impedido de pecar contra mim; por isso não tepermiti tocá-la” (Gênesis 20:6). Assimfica muito claro que não é impossível para Deus exer-

cer Seu poder sobre o homem, sem destruir a sua responsabilidade, pois aqui está um casoonde Ele restringiu a liberdade do homem para fazer o mal e o impediu de cometer pecado.Da mesma forma, Ele impediu Balaão de realizar os maus desejos do seu coração (Núme-ros 22:38; 23:2, 20); sim, Ele impediu reinos de fazerem guerra contra Josafá (2 Crônicas17:10). Por que, então, Deus não exerceu Seu poder para impedir que Adão e Eva pecas-sem? Porque a Queda deles serviria melhor aos Seus próprios desígnios sábios e benditos.

Mas isso faz de Deus o autor do pecado? O Autor culpado, não, pois, como Piscator hámuito tempo apontou: “A culpabilidade é uma falha em fazer o que deve ser feito”. É eviden-

te que era a vontade Divina que o pecado entrasse neste mundo, ou ele não teria entrado,pois Deus não somente tinha o poder de evitar isto, mas também nada disso aconteceria,

exceto o que Ele decretou. “Ainda que o decreto de Deus fez a Queda de Adão infalivelmen-te necessária como um evento, contudo isso não se deu por meio de eficiência, ou pela for-ça e coerção sobre a vontade” (John Gill). Nem o decreto de Deus de forma alguma descul-

pou a maldade dos nossos primeiros pais nem os isentou do castigo. Eles foram deixadosinteiramente livres para o exercício da sua natureza, e, portanto, plenamente responsáveise culpados por suas ações. Enquanto a árvore do conhecimento do bem e do mal e as ten-tações da serpente para que comessem do fruto foram as ocasiões de seu pecado, contudoeles não foram a causa do mesmo, que estava em seu abandono voluntário da sujeição àvontade de seu Criador e verdadeiro Senhor. Deus não é o autor eficiente dos pecados doshomens, assim como Ele o é naqueles que Ele opera a santidade.

Que Deus decretou que o pecado deveria entrar neste mundo foi um segredo oculto em Simesmo. A respeito disso, os nossos pais nada sabiam, e isso fez toda a diferença no queconcerne à sua responsabilidade, pois tivessem sido informados sobre o propósito Divinoe a certeza de seu cumprimento por suas ações, o caso havia sido radicalmente alterado.Eles estavam bastante familiarizados com os conselhos secretos do Criador. O que lhesdizia respeito era a vontade revelada de Deus, e esta era totalmente clara. Ele os haviaproibido de comer de uma certa árvore, e isso era o suficiente. Porém Ele foi mais longe, o

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Senhor mesmo advertiu a Adão das consequências terríveis que sucederiam a sua deso-bediência, a morte seria a penalidade. Assim, a transgressão de sua parte era inteiramente

indesculpável. Deus o criou moralmente “vertical”, sem qualquer inclinação para o mal. Eletambém não injetou qualquer mau pensamento ou desejo em Eva. Não, “Deus não podeser tentado pelo mal, e a ninguém tenta” (Tiago 1:13). Em vez disso, quando a serpente ve-io e tentou a Eva, Deus fez com que ela se lembrasse de Sua proibição! Admire, então, amaravilhosa sabedoria de Deus, pois tendo Ele predestinado a Queda de nossos primeirospais, ainda assim, em nenhum sentido, era Ele o instigador ou aprovador de seus pecadose sua prestação de contas não sofreu nenhum dano.

Nós devemos acreditar nestas duas coisas se não quisermos repudiar a verdade: que Deuspredestinou tudo o que venha a acontecer e que de forma alguma Ele é responsável porqualquer maldade um homem, a criminalidade deste sendo de sua total responsabilidade.O decreto de Deus não infringe de modo algum a agência moral do homem, pois nem forçanem impede a vontade do homem, embora as ordene e limite suas ações. Tanto a exis-tência e as operações do pecado são subservientes aos conselhos da vontade de Deus,mas isso não diminui o mal da sua natureza ou a culpa do transgressor. “Ainda que Ele nãoestime o mal como bem, contudo Ele considera bom que o mal exista” (William Perkins,1587); no entanto, o pecado é “essa coisa abominável” (Jeremias 44:4), que o Santo sem-

pre odiou. Em relação à crucificação de Cristo houve a agência de Deus (João 19:11, Atos4:27-28), a agência de Satanás (Gênesis 3:13; Lucas 22:53), e a agênciados homens; con-tudo, Deus não concordou nem cooperou com as ações internas de suas vontades, e Deuscobrou depois a maldade de seus atos (Atos 2:23). Deus governa mal o para o bem (Gêne-sis 44:8, Salmo 76:10), e, portanto, Ele é tão verdadeiramente soberano sobre o pecado eo Inferno como Ele é sobre a santidade e o Céu.

Deus não deseja nada que seja errado: “Justo é o Senhor em todos os seus caminhos, esanto em todas as suas obras” (Salmo 145:17). Ele, desta forma, não permanece em qual-

quer necessidade de vindicação por nenhuma de Suas insignificantescriaturas. No entanto,mesmo a mente finita, quando iluminada pelo Espírito da verdade, pode-se perceber comoessa admissão de Deus do mal neste mundo provoca ocasião, para Ele demonstrar Suasperfeições inefáveis de uma maneira e em um grau que de outra forma Ele não poderiamagnificar a Si mesmo por trazer uma coisa pura de uma impura, e por assegurar a Si mes-mo o louvor dos pecadores redimidos, como Ele não recebe dos anjos não caídos. Horrívele terrível além do que se pode descrever foi a revolta do homem contra o seu Criador, tãoterrível e total foi a ruína que ele trouxe consigo toda a sua posteridade. No entanto, asabedoria de Deus planejou uma maneira de salvar uma parte da raça humana, de talmaneira que Ele é mais glorificado neles do que por todas as suas obras da criação e daprovidência, e é assim que a miséria dos pecadores torna-se a ocasião à sua maior felicida-de; tal é uma maravilha sem fim.

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Esse caminho de salvação foi determinado e definido nos termos do eterno Pacto da Graça.Era aquele pelo qual cada uma das pessoas Divinas é extremamente honrada. Como ofamoso Jonathan Edwards há muito tempo apontou: “Aqui a obra da redenção se distingue

de todas as outras obras de Deus. Os atributos de Deus são gloriosos em suas outras o-bras; mas as três Pessoas da Santíssima Trindade claramente não são glorificadas em ne-nhuma outra obra como nesta da redenção. Nesta obra cada Pessoa distinta tem Suas par-tes e ofícios distintos atribuídos a Si. Cada umtemsua importância especial nela agradável-mente às Suas próprias distinções pessoais, relações e organização. O redimido tem umigual interesse e dependência em relação a cada Pessoa nesta questão, e deve igual honrae louvor a cada um dEles. O Pai nomeia e provê o Redentor, e aceita o preço da redenção.O Filho é o Redentor e o preço, Ele redime, oferecendo-se a Si mesmo. O Espírito Santonos comunica imediatamente ao que foi comprado; sim, e Ele é o bem adquirido. A sumado que Cristo comprou para nós é a santidade e a felicidade. ‘Cristo foi feito maldição por

nós... Para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo, e para quepela fé nós recebamos a promessa do Espírito’ (Gálatas 3:13-14). A bem-aventurança dosredimidos consiste na participação da plenitude de Cristo, que consiste na participação na-quele Espírito que não é dado por medida a Ele. Este é o óleo que foi derramado sobre aCabeça da Igreja, que correu para os membros do seu corpo (Salmo 133:2)”.

É um grave erro considerar o Senhor Jesus como nosso Salvador, excluindo as operaçõessalvíficas do Pai e do Espírito. Se o Pai não houvesse eternamente proposto a salvação deSeu povo, escolhendo-os em Cristo dando lhes a Ele, se Ele não tivesse entrado em umPacto eterno com Ele, encarregando-Lhe a encarnar-Se, e os redimir, Seu Amado nuncateria deixado o Céu a fim de poder morrer, o Justo pelos injustos. Assim, vemos que Ele a-mou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito e atribuiu a Ele a salvação daIgreja: “Que nos salvou... segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósitoe graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos” (2 Timóteo 1:9).Igualmente necessárias são as operações do Espírito Santo para realmente aplicar aos co-rações dos eleitos de Deus o bem que Cristo realizou por eles: Ele é quem convence dopecado e lhes concede a fé. Por isso, a sua salvação também é atribuída a Ele: “Mas deve-mos sempre dar graçasa Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegidodesde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade” (2 Tessalo-

nicenses 2:13). Uma leitura cuidadosa de Tito 3:4-6, mostra as três Pessoas agindo emconjunto, segundo este propósito: “Deus, nosso Salvador” no versículo 4 é claramente oPai, e “nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo” (v.5),“Que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo nosso Salvador” (v. 6);

compare a doxologia de 2 Coríntios 13:14!

É muito abençoador refletir sobre as muitas promessas que o Pai fez a respeito de Cristo.

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Após a aceitação do Filho dos termos exatos do Pacto da Graça, o Pai concordou em in-vestir Ele com um tríplice ofício, autenticando grandemente assim a Sua missão com o selodo Céu: o profético (Deuteronômio 18:15, 18. Veja também Atos 3:22), o sacerdócio (He-breus 5:5; 6:20), e o reinado (Jeremias 22:5; Salmos 89:27). Assim, Cristo não veio semser enviado. Ele prometeu suprir e preparar o Mediador com o derramamento abundantedas graças e dons do Espírito Santo (Isaías 42:1-2. Veja Atos 10:38; Mateus 12:27-28). Eleprometeu fortalecer a Cristo, apoiando-O e protegendo-O na realização da Sua grande obrada redenção (Isaías 42:1, 6; Salmo 89:21). Seu compromisso seria marcado com tais dificul-dades que o poder da criatura, ainda que não prejudicado pelo pecado, teria sido inapro-priado para Ele: por isso o Pai Lhe assegurou de tudo que lhe era necessário para ajuda esocorro, para conduzi-lO atravésda oposição e aflições que Ele encontraria. É muito precio-so observar como o Filho encarnado repousou sobre essas promessas: Salmo 22:10; Isaías69:4-7; Salmo 16:1; Isaías 1:6-9.

O Pai prometeu levantar o Messias dos mortos (Salmo 21:8; 102:23, 24; Isaías 53:10), emais abençoado é observar como Cristo lançou mão disto (Salmo 16:8-11). A promessa deSua ascensão também lhe foi feita (Salmo 24:3, 7; 67:18; 89:27; Isaías 52:13.), da qual oSalvador também se apropriou enquanto ainda na terra (Lucas 24:26). Tendo cumprido fiel-mente os termos da Aliança, Cristo foi sumamente exaltado por Deus, e feito Senhor eCristo (Atos 2:36), Deus O assentou à Sua mão direita. Essa é uma salvação por senhorio,uma dispensação comprometida com Ele como o Deus-homem. Aquele a quem os homens

coroaram de espinhos, Deus tem coroado de glória e honra. O “governo” está sobre osSeus ombros.

Cristo foi assegurado de uma “posteridade” (Isaías 53:10), Sua crucificação não deve serconsiderada como uma infâmia a Ele, já que era o próprio meio ordenado por Deus, pelaqual Ele deveria propagar uma numerosa descendência espiritual, a isto até Ele se referiu

em João 12:24. A “posteridade”, prometida a Cristo ocupa um lugar de destaque no Salmo

89, veja os versos 3, 4, 31-36 e cf. 22:30. Assim, desde o início, Cristo foi assegurado dosucesso de seu empreendimento. Posto que havia duas partes no Pacto, então os eleitosforam dados a Cristo de uma forma dupla. Assim Ele estava a cumprir os seus termos, queforam confiados a Ele como uma carga; mas no cumprimento dos mesmos, o Pai prometeuconceder-lhes a Ele como uma recompensa. No primeiro sentido, eles são consideradoscomo caídos, e Cristo foi responsável por sua salvação, eles estavam comprometidos comEle, como ovelhas perdidas e desgarradas (Isaías 53:6), a quem Ele deveria buscar e trazerpara o rebanho (João 10:16). Neste último sentido, eles são vistos como fruto de Sua ago-nia, os troféus de Sua vitória sobre o pecado, Satanás e a morte; como Sua coroa de rego-

zijo no dia vindouro (quando Ele deverá ser “glorificado nos seus santos, e para se fazeradmirável naquele dia em todos os que creem”, 2 Tessalonicenses 1:10); como a esposa

amada do Cordeiro.

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Finalmente, Deus fez a promessa do Espírito Santo a Cristo. Ele repousou sobre Essedurante os dias da Sua carne, ungindo-O para pregar o Evangelho (Isaías 61:1) e operarmilagres (Mateus 12:28). Ele, porém, recebeu o Espírito depois de outra forma (Salmo 45:7,Atos 2:33) e para uma finalidade diferente após Sua ascensão, ou seja, este o Deus-Homem Mediador foi dado a administração das atividades e operações do Espírito emrelação ao mundo na providência e em relação à Igreja na graça, João 16:7 deixa claro queo advento do Espírito era dependente da exaltação de Cristo. Cristo também se aproprioudessa garantia antes de partir deste mundo, em Sua partida, Ele disse aos seus discípulos:

“E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai” (Lucas 24:49), o qual foi devidamentecumprida 10 dias mais tarde. Em pleno acordo com o que acaba de ser apontado, ouvimos

o Salvador do Céu dizendo: “Isto diz o que tem os sete espíritos de Deus” (Apocalipse 3:1),“tem” para comunicar ao Seu resgatado individualmente, e às Suas igrejas coletivamente.

O grande desígnio da descida do Espírito a esta terra é glorificar a Cristo (João 16:14). Eleestá aqui para testemunhar-vos a exaltação do Salvador, sendo o Pentecostes o selo deDeus sobre a Messianidade de Jesus. O Espírito está aqui para substituir a Cristo. Isso éinferido de Suas próprias palavras aos Apóstolos: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outroConsolador, para que fique convosco para sempre” (João 14:16). Até então, o Senhor Jesustinha sido o seu Consolador, mas Ele estava às vésperas de voltar ao Céu; no entanto, Elegraciosamente lhes assegurou: “Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós” (João 14:18),isto foi cumprido plenamente no advento se Seu sucessor. O Espírito está aqui para pro-

mover a causa de Cristo. A palavra Paráclito (traduzida como “Consolador”, no Evangelhode João) é traduzida como “advogado”, no início do segundo capítulo de sua primeira Epís-

tola, e um advogado é aquele que aparece como representante de outro. O Espírito estáaqui para interpretar e reivindicar a Cristo, para administrar por Cristo o Seu Reino e a SuaIgreja. Ele está aqui para fazer bem sucedido o Seu propósito redentor, aplicando os bene-fícios de Seu sacrifício àqueles em nome dos quais foi oferecido. Ele está aqui para revestiros servos de Cristo (Lucas 24:49).

É de primeira importância reconhecer e entender que o Senhor Jesus não só obteve parao povo de Deus a redenção das consequências penais do pecado, mas também garantiu asua santificação pessoal. Ai! quão pouco isso é enfatizado hoje. Em muitos casos aquelesque pensam e falam da “salvação” que Cristo comprou não acrescentam mais nenhuma

ideia à mesma do que a de libertação da condenação, omitindo a libertação do amor, domí-nio e poder do pecado. Porém este último não é menos essencial, e é uma bênção tão ne-cessária quanto a primeira. É tão necessário para criaturas caídas serem libertas da polui-ção e impotência moral que elas contraíram, como é o ser liberto das penalidades que te-nham incorrido; para que, quando forem reintegradas ao favor de Deus, elas possam aomesmo tempo ser capacitadas para amar, servir e deleitar-se nEle para sempre. A este res-

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peito o remédio Divino também preenche todos os requisitos de nossa doença pecaminosa(veja 2 Coríntios 5:15; Efésios 5:25-27; Tito 2:14; Hebreus 9:14). Isto é obtido através dasoperações graciosas do Espírito de Cristo: iniciado na regeneração, continuado ao longode suas vidas terrenas e consumado no Céu.

Não somente o Deus triuno é mais honrado pela redenção que Ele foi desonrado peladeserção de Suas criaturas, como os do Seu povo também se tornam maiores ganhadores.Como isso também magnifica a Sabedoria Divina! Seria maravilhoso, de fato, se tivessemsido apenas restaurados ao seu estado original, mas é muito mais maravilhoso que elessejam levados a um estado muito mais elevado de bem-aventurança, que a Queda seja aocasião de sua exaltação! Seu pecado merecia desgraça, poréma eterna bem-aventurançatornou-se a sua porção. Eles agora são favorecidos com uma maior manifestação da glóriade Deus e a um pleno conhecimento do Seu amor do que de outra forma teriam tido, e énessas duas coisas a sua felicidade consiste principalmente. Eles são levados para umarelação muito mais próxima e afetuosa para comDeus. Eles são agora não apenas criaturassantas, mas herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo. O Filho tomou a sua natureza so-bre Ele, e vocês tornaram-se seus “irmãos”, os membros do Seu corpo, sim, Sua esposa.Eles são, assim, providos dos mais poderosos motivos e incentivos para amá-lO e servi-lOdo que tinham em sua condição não caída. Quanto mais apreendemos do amor de Deus,mais O amamos em retribuição, por toda a eternidade o conhecimento do amor de Deusem dar Seu Filho amado por nós, e de Cristo ao morrer em nosso lugar, fixará os nossoscorações nEle de uma forma que os Seus favores a Adão nunca teriam feito.

Agora é no Evangelho que o remédio maravilhoso para todos os nossos males é revelado.Este glorioso Evangelho proclama que Cristo é capaz de salvar perfeitamente aqueles quese achegam a Deus por meio dEle. Ele nos diz que o Filho do homem veio buscar e salvaro que estava perdido. Ele anuncia que os pecadores, até mesmo o maior dos pecadores,são os únicos que são livremente convidados a vir. Ele proclama a libertação aos cativosde Satanás e a abertura das portas para os prisioneiros do pecado. Ele revela que Deusescolheu os maiores pecadores para serem os monumentos eternos da Sua misericórdia.Ele declara que o sangue de Jesus Cristo, Filho de Deus, purifica os crentes de todo o pe-cado. Ele fornece esperança para os casos mais desesperados. Os prodígios que Cristorealizou sobre os corpos dos homens eram tipos de Seus milagres de graça sobre as almasdos pecadores. Nenhum caso estava além de poder para curar. Ele não somente deu avista aos cegos e purificou o leproso, mas libertou o endemoninhado e deu vida aos mortos.Ele nunca recusou um único apelo feito à Sua compaixão. Qualquer que seja o passado doleitor, se ele confiar no sacrifício expiatório de Cristo, ele será salvo, agora e para sempre.

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10 Sermões — R. M. M’CheyneAdoração — A. W. PinkAgonia de Cristo — J. EdwardsBatismo, O — John GillBatismo de Crentes por Imersão, Um DistintivoNeotestamentário e Batista — William R. DowningBênçãos do Pacto — C. H. SpurgeonBiografia de A. W. Pink, Uma — Erroll HulseCarta de George Whitefield a John Wesley Sobre aDoutrina da EleiçãoCessacionismo, Provando que os Dons CarismáticosCessaram — Peter MastersComo Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção daEleição — A. W. PinkComo Ser uma Mulher de Deus? — Paul WasherComo Toda a Doutrina da Predestinação é corrompidapelos Arminianos — J. OwenConfissão de Fé Batista de 1689Conversão — John GillCristo É Tudo Em Todos — Jeremiah BurroughsCristo, Totalmente Desejável — John FlavelDefesa do Calvinismo, Uma — C. H. SpurgeonDeus Salva Quem Ele Quer! — J. EdwardsDiscipulado no T empo dos Puritanos, O — W. BevinsDoutrina da Eleição, A — A. W. PinkEleição & Vocação — R. M. M’CheyneEleição Particular — C. H. SpurgeonEspecial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —J. OwenEvangelismo Moderno — A. W. PinkExcelência de Cristo, A — J. EdwardsGloriosa Predestinação, A — C. H. SpurgeonGuia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. PinkIgrejas do Novo Testamento — A. W. PinkIn Memoriam, a Canção dos Suspiros — SusannahSpurgeonIncomparável Excelência e Santidade de Deus, A —Jeremiah BurroughsInfinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvaçãodos Pecadores, A — A. W. PinkJesus! – C. H. SpurgeonJustificação,PropiciaçãoeDeclaração —C.H.SpurgeonLivre Graça, A — C. H. SpurgeonMarcas de Uma Verdadeira Conversão — G. WhitefieldMito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. ChantryNatureza da Igreja Evangélica, A — John Gill

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Sola Scriptura • Sola Fide • Sola Gratia • Solus Christus • Soli Deo Gloria—

Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a —John Flavel

Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H.

Spurgeon Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W.

Pink Oração — Thomas Watson Pacto da Graça, O — Mike Renihan Paixão de Cristo, A — Thomas Adams Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural —

Thomas Boston Plenitude do Mediador, A — John Gill Porção do Ímpios, A — J. Edwards Pregação Chocante — Paul Washer Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado

Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200 Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M.

M'Cheyne Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon Sangue, O — C. H. Spurgeon Semper Idem — Thomas Adams Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill,

Owen e Charnock Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de

Deus) — C. H. Spurgeon Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J.

Edwards Sobre aNossa Conversão a Deuse Como Essa Doutrina

é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos

Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J.Owen

Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R.

Downing Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de

Claraval Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica

no Batismo de Crentes — Fred Malone

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2 Coríntios 41

2Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem

falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,3

4

entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória5

Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus.6

Porque Deus,que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,

7

este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós.8

Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.9

Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;10

Trazendo semprepor toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus

se manifeste também nos nossos corpos;11

E assim nós, que vivemos, estamos sempreentregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na

nossa carne mortal.12

De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida.13

E temosportanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,

por isso também falamos.14

Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitarátambém por Jesus, e nos apresentará convosco.

15Porque tudo isto é por amor de vós, para

que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória deDeus.

16Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o

interior, contudo, se renova de dia em dia.17

Porque a nossa leve e momentânea tribulaçãoproduz para nós um peso eterno de glória mui excelente;

18Não atentando nós nas coisas

que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que senão veem são eternas.