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A História das 3 romãs

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versão integral e ilustrada pela turma B

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O filho do Rei estava a jantar com a mãe quando, de repente cortou o dedo e uma gota de sangue caiu no seu prato. - Mãe- disse ele- Eu gostaria de ter

uma mulher branca como o leite e vermelha como o sangue.

- Meu filho- disse a rainha- Quem é branco não é vermelho e quem é vermelho não é branco. Mas tenta encontrá-la.

O Príncipe pôs-se a caminho. Andou, andou e encontrou uma mulher que lhe perguntou: - Rapaz, onde vais? - Não lhe vou dizer, pois é mulher. Andou, andou e encontrou um velho que lhe perguntou: - Rapaz, onde vais? - A si posso dizer-lhe, pois certamente

há-de saber mais do que eu. Procuro uma mulher branca como o leite e vermelha como o sangue.

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Andou, andou e encontrou um velho que lhe perguntou: - Rapaz, onde vais? - A si posso dizer-lhe, pois

certamente há-de saber mais do que eu. Procuro uma mulher branca como o leite e vermelha como o sangue.

- - Meu filho- disse o velho- Quem é branco não é vermelho e quem é vermelho não é branco. Porém, toma estas 3 romãs. Abre-as e vê o que sai de dentro delas. Mas só o faças perto de uma fonte.

O Principe assim fez. Abriu a primeira romã e logo saiu de dentro dela uma moça branca como o leite e vermelha como o sangue que gritou: -Rapaz dos lábios de ouro. Dá-me de beber senão morro. O rapaz fez uma concha com as mãos e deu-lhe água. Mas não foi a tempo e a moça morreu. Abriu a segunda romã e saiu uma menina que gritou: -Rapaz dos lábios de ouro. Dá-me de beber senão morro. Novamente o rapaz não foi a tempo e a menina morreu.

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Abriu a terceira romã e saiu de dentro uma menina ainda mais bonita que as outras. O rapaz atirou-lhe com água e ela sobreviveu. Como estava nua, o Príncipe colocou o seu casaco em cima dos ombros e disse: - Sobe nesta árvore pois vou

buscar roupas para te vestir e uma carruagem para te levar ao palácio.

A menina assim fez.

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Mas naquela fonte, todos os dia ia buscar água uma velha e feia Sarracena. Naquele dia, ela viu o rosto da menina que estava na árvore refletido na água da fonte e disse: - E terei eu, tão delicadinha, de vir

atrás da água com esta tigelinha? E sem pensar, atirou com a bilha ao chão que logo se partiu e voltou para casa. Quando chegou, a patroa disse-lhe: - Feia Sarracena! Como te atreves a

voltar para casa sem a água e sem a bilha?

Deu-lhe outra bilha e mandou-a de volta à fonte. Novamente, ela viu o rosto da menina refletido na água e pensou: - E terei eu, tão delicadinha, de vir

atrás da água com esta tigelinha? E mais uam vez atirou a bilha ao chão. A patroa voltou a repreendê-la e mandou-a de volta à fonte.

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Dessa vez, a menina começou a rir quando ela partiu a terceira bilha. A feia Sarracena disse então: -Ah! Então foste tu que me fizeste partir 3 bilhas!!!! Mas, realmente é muito bonita! Gostava de te pentear. A menina não queria descer da árvore mas a feia Sarracena insistiu : -Deixa-me pentear-te pois ficarás ainda mais bonita. A menina desceu, a Sarracena soltou-lhe os cabelos e viu que ela trazia um alfinete na cabeça. Pegou-lhe, espetou-o numa orelha. Nesse momento caiu uma gota de sangue e a menina morreu. A gota de sangue, assim que tocou no chão, transformou-se numa pomba que voou. A feia Sarracena foi empoleirar-se na árvore.

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Quando o Príncipe regressou com o vestido e a carruagem disse-lhe: - Você era branca como o leite e vermelha como

o sangue. Como é que ficou tão negra? - - O sol apareceu e esta cor me deu- respondeu

a Sarracena. - E como é que mudou de voz? - - Veio uma ventania que me deu esta afonia. - -Mas você era tão linda…. E agora está tão

feia…. - Também a brisa soprou e a beleza me

carregou- disse ela.

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O rapaz agarrou na

Sarracena, colocou-a na

carruagem e levou-a

para o palácio.

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Desde o momento em que a feia Sarracena se instalou no palácio como esposa do filho do rei, pousava todos os dia uma pombinha na janela da cozinha que perguntava ao cozinheiro: - Ó Cozinheiro, cozinheiro que dá pena.

Que faz o rapaz com a feia Sarracena?

- Come, bebe e dorme -respondia o cozinheiro.

- Um belo prato de sopa para a pombinha, um belo prato de sopa para a pombinha, e plumas de ouro para o mestre da cozinha.

O cozinheiro dava-lhe um prato de sopa, a pomba sacudia-se e deixava cair plumas de ouro. Depois, levantava voo. Na manhã seguinte voltava e perguntava: - Ó Cozinheiro, cozinheiro que dá pena.

Que faz o rapaz com a feia Sarracena?

- Come, bebe e dorme -respondia o cozinheiro.

- Um belo prato de sopa para a pombinha, um belo prato de sopa para a pombinha, e plumas de ouro para o mestre da cozinha.

- Um dia o cozinheiro foi ter com o Príncipe e contou-lhe tudo.

- O Príncipe disse-lhe: - Amanhã, quando a pomba voltar,

agarra-a e trá-la pois quero tê-la comigo.

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Mas a feia Sarracena ouviu tudo e, no dia seguinte, foi mais rápida que o cozinheiro. Apanhou a pomba, atravessou-a com um espeto e ela morreu. Porém, uma gota de sangue caiu no jardim e em seu lugar nasceu uma romãzeira.

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Essa árvore, tinha virtude de salvar quem estivesse para morrer. Bastava comer uma das suas romãs e ficava-se curado. Assim, havia sempre uma fila de pessoas à porta do palácio que iam pedir ajuda à feia Sarracena. Mas um dia, já só restava um fruto - o maior de todos- na árvore, e a Sarracena decidiu guardá-lo para ela. Apareceu então no palácio uma velha que lhe pediu o fruto pois o seu marido estava a morrer. A Sarracena disse-lhe que só tinha um e que queria guardá-lo como enfeite. O Príncipe disse-lhe: - Tens que dar á mulher a romã pois o seu marido

está á morte. Mas quando a velha chegou a casa já era tarde demais e pensou: - Vou guardar esta romã como enfeite. Todas as manhãs a velha ia à missa. Enquanto lá estava, a menina saia da romã. Acendia o lume, varria a casa, fazia a comida e punha a mesa. - A velha chegava a casa, encontrava tudo pronto e

não percebia como é que aquilo acontecia. Uma dia, contou ao padre tudo o que acontecia em sua casa e ele disse-lhe: - Amanhã, finge que sais para a missa e esconde-te

em casa. A velha assim fez. Observou tudo e conseguiu agarrar a menina antes de ela voltar a entrar na romã. - -Não me mate- pediu a menina. - Eu não te mato- respondeu a velha. Mas preciso de

saber de onde vens.

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- Vivo dentro desta romã- disse a menina. E contou-lhe a sua história.

A velha vestiu-a de camponesa e no domingo levou-a à missa. - O filho do rei, que também lá

estava, viu-a e pensou: - -Meu Deus! Parece-me que

aquela é a menina que eu encontrei na fonte!.

No fim da missa, esperou pela velha e perguntou-lhe: -Diga-me, de onde vem aquela menina? - Não me mate. Vem de dentro da

romã que Vossa Majestade me deu.

- -Também ela??? Dentro de uma romã???

Então o rapaz perguntou à menina como é que ela tinha ido parar dentro de uma romã e a menina contou-lhe a sua história. - Ele voltou para o palácio com a

menina e pediu que contasse tudo diante da feia Sarracena.

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Ouviste?- perguntou ele no final do relato da menina. Mas não quero ser eu a condenar-te à morte. Escolhe tu a tua própria sentença. A feia Sarracena, vendo que não tinha como escapar, pediu para ser queimada numa fogueira na praça. O filho do rei conseguiu então ser feliz com a menina. Casaram, tiveram muitos filhos e forma felizes para sempre.