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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA - AJES
ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO
A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA ALFABETIZAÇÃO
Rosangela Silva dos Santos
Orientador: Ilso Fernandes do Carmo
COLIDER/2012
INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA - AJES
ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO
A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA ALFABETIZAÇÃO
Rosangela Silva dos Santos
Orientador: Ilso Fernandes do Carmo
“Trabalho apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Especialização em Educação Infantil Alfabetização.”
COLIDER/2012
AGRADECIMENTO
Em primeiro lugar á Deus pela benção da vida;
Em segundo lugar a minha família que nunca mediram esforços para
garantir minha boa formação;
Amo muito todos vocês
DEDICATÓRIA
Á minha luz,
Aquele que dá sentido a minha vida
Meu abençoado filho:
Luiz Gustavo Santos Teixeira
Amo-te incondicionalmente
"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram,
mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis,
coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis".
(Fernando Pessoa)
RESUMO
A ludicidade aplicada à educação infantil estimula um mundo de criações,
onde os benefícios são notados no cotidiano das crianças e em todas as matérias
por elas aprendidas. Assim, é possível aprender qualquer disciplina utilizando-se da
ludicidade, a qual pode auxiliar no ensino de línguas, de matemática, de estudos
sociais, de ciências, de educação física, entre outras. Os educadores da atualidade
precisam utilizar-se do lúdico na alfabetização, pois ao separar o mundo adulto do
infantil, e ao diferenciar o trabalho da brincadeira. Esta pesquisa tem como objetivo
refletir a importância da ludicidade na prática pedagógica como facilitador do ensino,
aprendizagem do aluno na alfabetização, além de identificar e analisar as
necessidades existentes dentro da escola para implantar a cultura do lúdico, assim
como reconhecer as dificuldades encontradas pelo professor diante da utilização dos
jogos em sala de aula. Para isso, foi realizada uma pesquisa qualitativa, com
levantamento bibliográfico e observação em uma escola pública municipal de
educação básica e fundamental, com capacidade média de atendimento de 550
crianças, entre idades de 04 a 18 anos. A pesquisa foi realizada em uma área
especifica, sendo escolhida apenas uma turma de alunos, devidamente matriculados
na mesma escola, sendo escolhida para levantamento das informações a turma da
1ª Série do ensino fundamental, onde constam 14 alunos com faixa etária de 07
anos, sendo 08 meninos e 06 meninas. Buscando detectar a prática educativa,
analisar a metodologia utilizada pela professora, observando a rotina em sala de
aula e a utilização de jogos e brincadeiras, mostrando através deste, a importância
da ludicidade na alfabetização. Durante as observações realizadas em sala de aula
foi possível perceber que a ludicidade aplicada com as crianças fez com que as
mesmas se interagissem e tivessem um bom desempenho diante das propostas
apresentadas.Observou-se também que por ser uma escola pública a mesma tem
vários recursos que são utilizados pelos professores na maioria das aulas aplicadas,
usando assim muito da ludicidade em sala de aula tornando um ambiente agradável
e despertando no aluno o interesse em aprender.
PALAVRAS-CHAVE: Ludicidade; Alfabetização; Educador.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...........................................................................................................07
CAPÍTULO I - A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA ALFABETIZAÇÃO............10
I.I A COMPREENSÃO DO LUDICO..........................................................................10
I.I.I Estudos sobre a ludicidade........................................................................10
I.I.II Analise das atividades lúdicas..................................................................11
I.II IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA ALFABETIZAÇÃO..................................13
I.II.I Desenvolvimento da imaginação através da ludicidade...........................16
I.III PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM INTERATIVO.....................................19
CAPÍTULO II – METODOLOGIA...............................................................................22
CAPÍTULO III - ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS............................................25
CONCLUSÃO............................................................................................................33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................35
INTRODUÇÃO
A ludicidade é uma atividade que tem valor educacional intrínseco, tem sido
utilizada como recurso pedagógico. Por ser um recurso eficaz aplicado à educação
difundiu-se, principalmente a partir da adoção dos métodos ativos.
Acredita-se que brincando e jogando, o educando direciona seus esquemas
mentais para a realidade que o cerca, aprendendo-a e assimilando-a mais
fortemente. Por isso, pode-se afirmar que, por meio das atividades lúdicas, é
possível expressar, assimilar e construir a realidade, principalmente da educação
infantil.
Podese afirmar que o ato de brincar já se faz presente no ser humano
desde o período fetal, quando algumas atividades como sugar o dedo, chutar, entre
outras, coisas são realizadas.
Após nascer, o brincar se realiza quando a criança sozinha reconhece e
brinca com o seu próprio corpo (reação circular primária) e, depois, com brinquedos,
de tal forma que nesses atos ela interage e reagi por meio de seus olhos, boca e o
toque da pele.
Na idade escolar, a criança volta seu interesse ás questões do aprendizado,
a socialização e a novas brincadeiras, que admitem a participação do outro, como
por exemplo, os jogos com regras.
A Educação Infantil no Brasil é uma modalidade da Educação Básica que
atende pedagogicamente crianças com idades entre zero e cinco anos e onze
meses. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei
nº 9.394, seção II, Art. 29), a Educação Infantil é oferecida para, em
complementação à ação da família, proporcionar condições adequadas de
desenvolvimento físico, emocional, cognitivo e social da criança e promover a
ampliação de suas experiências e conhecimentos, estimulando seu processo de
transformação da natureza pela convivência social.
A ludicidade aplicada à educação infantil estimula um mundo de criações,
onde os benefícios são notados no cotidiano das crianças e em todas as matérias
por elas aprendidas.
Assim, é possível aprender qualquer disciplina utilizando-se da ludicidade, a
qual pode auxiliar no ensino de línguas, de matemática, de estudos sociais, de
ciências, de educação física, entre outras.
Os educadores da atualidade precisam utilizar-se do lúdico na alfabetização,
pois ao separar o mundo adulto do infantil, e ao diferenciar o trabalho da brincadeira,
a humanidade observou a importância da criança que brinca.
A aprendizagem e o desenvolvimento estão estritamente relacionados,
sendo que as crianças se inter-relacionam com o meio objeto e social, internalizando
o conhecimento advindo de um processo de construção.
O brincar permite, ainda, aprender a lidar com as emoções. Pelo brincar, a
criança equilibra as tensões provenientes de seu mundo cultural, construindo sua
individualidade, sua marca pessoal e sua personalidade. O brincar, implica uma
dimensão evolutiva com as crianças de diferentes idades, apresentando
características específicas, apresentando formas diferenciadas de brincar.
Desta forma, a escola deve facilitar a aprendizagem utilizando-se de
atividades lúdicas que criem um ambiente alfabetizador para favorecer o processo
de aquisição de autonomia de aprendizagem.
Para tanto, o saber escolar deve ser valorizado socialmente e a
alfabetização deve ser um processo dinâmico e criativo através de jogos,
brinquedos, brincadeiras e musicalidade.
Atualmente várias áreas do conhecimento têm a atividade lúdica como
objeto de estudo: a Pedagogia, a Psicologia, a Antropologia, Educação Física, entre
outras. Segundo ALMEIDA (1998), as atividades lúdicas explicitam as relações
múltiplas do ser humano em seu contexto histórico, social, cultural, psicológico,
enfatizam a libertação das relações reflexivas, criadoras, inteligentes, socializadoras.
Estudos apontam a ludicidade como uma necessidade humana que não
pode ser vista apenas como uma diversão.
Esta pesquisa tem como objetivo geral, refletir a importância da ludicidade
na prática pedagógica como facilitador do ensino, aprendizagem do aluno na
alfabetização e, como objetivos específicos, identificar e analisar as necessidades
existentes dentro da escola para implantar a cultura do lúdico; reconhecer as
08
dificuldades encontradas pelo professor diante da utilização dos jogos em sala de
aula e; apontar os benefícios das atividades lúdicas em uma escola tradicional.
Para o alcance desses objetivos o trabalho será dividido em partes, sendo
essa introdução que apresenta o trabalho, apontando seus objetivos e
problemáticas.
Seguido de um referencial teórico abordando toda a importância da
ludicidade na alfabetização, questionando a utilização desses mecanismos para a
construção da leitura e da escrita nas crianças, em sala de aula, além de relatar o
processo ensino-aprendizagem interativo, através das atividades lúdicas, assim
como as atividades artísticas, que são elos integradores dos aspectos motores,
cognitivos, afetivos e sociais.
Outra parte do trabalho estabelece um aprofundamento sobre as questões
que englobam importância da ludicidade na alfabetização onde foi realizada uma
pesquisa bibliográfica, onde obteve uma base teórica deste tema, além de
observações realizadas numa escola pública de ensino fundamental, mais
especificamente em uma turma da 1ª Série, onde constam 14 alunos com faixa
etária de 07 anos, sendo 08 meninos e 06 meninas, buscando detectar a prática
educativa, analisar a metodologia utilizada pela professora, observando a rotina em
sala de aula e a utilização de jogos e brincadeiras, mostrando através deste, a
importância da ludicidade na alfabetização.
Em seguida busca compreender a relação da criança com o ambiente
escolar assim como os recursos disponíveis para se trabalhar a ludicidade na
alfabetização, bem como a atenção dos professores em trabalhar o lúdico ou o
método tradicional.
Após é apresentada uma junção de subsídios que gerem uma conclusão
sucinta sobre a ideia que educar não é apenas ensinar a ler, a resolver um
problema, a dar forma a um pensamento. É, principalmente, atender às
necessidades do desenvolvimento da criança, a fim de prover a plena realização de
sua personalidade.
09
CAPÍTULO I
A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA ALFABETIZAÇÃO
I.I A COMPREENSÃO DO LUDICO
O lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus" que significa "jogo”. Se
achasse confinado a sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao
jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo, como afirma SANTIN (1994).
Segundo TEIXEIRA (1995), a evolução semântica da palavra "lúdico",
entretanto, não parou apenas nas suas origens e acompanhou as pesquisas de
Psicomotricidade.
Para RIZZ & HAYDT (1998), o lúdico passou a ser reconhecido como traço
essencial de psicofisiologia do comportamento humano. De modo que a definição
deixou de ser o simples sinônimo de jogo. As implicações da necessidade lúdica
extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo.
Passando a necessidade básica da personalidade, do corpo e da mente,
segundo KISHIMOTO (1994), o lúdico faz parte das atividades essenciais da
dinâmica humana.
Caracterizando-se por ser espontâneo funcional e satisfatório. Sendo
funcional: ele não deve ser confundido com o mero repetitivo, com a monotonia do
comportamento cíclico, aparentemente sem alvo ou objetivo. Nem desperdiça
movimento: ele visa produzir o máximo, com o mínimo de dispêndio de energia.
I.I.I OS ESTUDOS SOBRE A LUDICIDADE
No processo de ensino-aprendizagem as atividades lúdicas ajudam a
construir uma práxis emancipadora e integradora, ao tornarem-se um instrumento de
aprendizagem que favorece a aquisição do conhecimento em perspectivas e
dimensões que perpassam o desenvolvimento do educando, como afirma ALMEIDA
(1985), o lúdico é uma estratégia insubstituível para ser usada como estímulo na
construção do conhecimento humano e na progressão das diferentes habilidades
operatórias, além disso, é uma importante ferramenta de progresso pessoal e de
alcance de objetivos institucionais.
Para DEWEY (1936), a ludicidade é uma atividade que tem valor
educacional intrínseco, mas além desse valor, que lhe é inerente, ela tem sido
utilizada como recurso pedagógico. A ludicidade como recurso eficaz aplicado à
educação difundiu-se, principalmente a partir do movimento da Escola Nova e da
adoção dos métodos ativos.
Acredita-se que brincando e jogando, o educando direciona seus esquemas
mentais para a realidade que o cerca, aprendendo-a e assimilando-a mais
fortemente. Por isso, SANTOS (1999), afirma que, por meio das atividades lúdicas, é
possível expressar, assimilar e construir a realidade.
Assim, é possível aprender qualquer disciplina utilizando-se da ludicidade, a
qual pode auxiliar no ensino de línguas, de matemática, de estudos sociais, de
ciências, de educação física, entre outras.
I.I.II ANÁLISE DAS ATIVIDADES LÚDICAS
Para TEIXEIRA (1995), as atividades lúdicas também podem ser analisadas
segundo os seus objetivos.
Objetivos das atividades lúdicas na Educação Infantil: visam o
desenvolvimento das áreas psicomotoras, perceptivas, de atenção, raciocínio e
estimulação para o contato com os objetos;
Objetivos das atividades lúdicas no Ensino Fundamental: visam desenvolver
no aluno as suas potencialidades intelectuais, físicas e criativas, permeadas pelo
desenvolvimento social e interpessoal;
Objetivos das atividades lúdicas no Ensino Médio: visa a participação, a
solidariedade, a cooperação, o respeito do aluno a si mesmo e ao outro, a análise
crítica, a reflexão, a motivação e a participação em sala de aula e o prazer de
aprender a aprender;
Objetivos das atividades lúdicas na educação de jovens e adultos (EJA):
visam uma aprendizagem adequada à realidade do aluno e da sociedade em que
está inserido;
11
Objetivos das atividades lúdicas para a Terceira Idade: visam promover o
conhecimento e a convivência com diferentes colegas de maneira natural,
espontânea e responsável.
Para FERNANDEZ (2001), existem várias razões para a utilização de
recursos lúdicos no processo pedagógico, dentre as quais se podem citar:
a) os recursos lúdicos correspondem naturalmente a uma satisfação interior,
pois o ser humano apresenta uma tendência lúdica;
b) o prazer e o esforço espontâneo são elementos fundamentais na
constituição das atividades lúdicas;
c) as atividades lúdicas mobilizam esquemas mentais, estimulando o
pensamento e o senso crítico;
d) as atividades lúdicas integram e acionam as esferas motoras, cognitivas e
a afetiva dos seres humanos.
Obviamente, um jogo ou uma técnica recreativa nunca devem ser aplicados
sem ter em vista um benefício educativo. Nem todo jogo, portanto, pode ser visto
como material pedagógico.
De acordo com KISHIMOTO (1998), o elemento que separa um jogo
pedagógico de outro de caráter apenas lúdico é que, este se desenvolve com a
intenção explícita de provocar aprendizagem significativa.
Estimular a construção de um novo conhecimento e despertar o
desenvolvimento de uma habilidade operatória, ou seja, o desenvolvimento de uma
aptidão ou capacidade cognitiva e apreciativa específica que possibilita a
compreensão e a intervenção do indivíduo nos fenômenos sociais e culturais e que
o ajude a construir diferentes tipos de conexões.
Os jogos devem ser utilizados como proposta pedagógica somente quando
houver possibilidade no planejamento disciplinar e quando puder se constituir num
auxílio eficiente ao alcance de um objetivo, dentro dessa programação.
Para PIAGET (1994), deve-se antecipar na elaboração do programa da
disciplina o conhecimento e o procedimento dos jogos específicos e na medida em
que estes aparecerem na proposta pedagógica é que devem ser aplicados, e
12
observados em seus resultados com respeito aos objetivos, a fim de que possam ser
mantidos, alterados ou substituídos por outros.
Assim, a ludicidade no processo de ensino e aprendizagem tem validade se
usados pelo seu caráter desafiador, pelo interesse do educando e pelo objetivo
proposto.
I.II A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA ALFABETIZAÇÃO
O ato de brincar é o momento em que a criança pode desenvolver sua
linguagem, na comunicação com o outro, descobrindo sua riqueza, podendo inventar
novas histórias, sonhar acordada, criar um passado e um futuro: quando eu crescer
quero ser... Ou então brincar que é um médico ou um professor. Nessas
brincadeiras, sua personalidade começa a ganhar forma no instante em que se
coloca como líder ou como ouvinte.
Brincar é descobrir as bondades da linguagem, é inventar novas histórias, é assistir à possibilidade humana de criar novos pulsares, e isso é maravilhosamente prazeroso. Brincar é pôr a galopar as palavras, as mãos e os sonhos. Brincar é sonhar acordado; ainda mais: é arriscar-se a fazer do sonho um texto visível. (MORALES, apud, FERNÁNDEZ, 2001, p. 35).
Conforme o que já foi mencionado, questiona-se por que não usar toda essa
energia para a construção da leitura e da escrita nas crianças, em sala de aula, já
que a ênfase lúdica representaria um grande auxílio para os professores de todas as
áreas? Se for brincando que a criança entende o mundo e desenvolve seu
conhecimento, vamos colocá-la ao nosso lado para que a aprendizagem seja mais
prazerosa, tanto para o aluno quanto para o professor.
O lúdico é uma ferramenta muito importante, que facilita o trabalho no
processo de desenvolvimento do conhecimento.
O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento (SANTOS, 1999, p. 12).
Segundo DEWEY (1936), no ensino da leitura e escrita, deve-se levar em
conta o relacionamento da estrutura da língua e a estrutura do lúdico. Neste
contexto percebe-se nitidamente a importância das atividades lúdicas no processo
de alfabetização.
13
É muito importante desenvolver no processo de alfabetização o fator
linguagem, mesmo antes de passar para a escrita que já é uma linguagem
estruturada, a criança desenvolve seu potencial de criação imaginária e o lúdico tem
com certeza um papel primordial nesse processo.
À medida que a criança utiliza-se da brincadeira, do lúdico, segundo
FERNANDEZ (2001), ela interage com o outro, com o objeto e consigo mesma,
desenvolvendo a linguagem, função esta que organiza todos os processos mentais
da criança, dando forma ao pensamento.
As situações de brincadeiras possibilitam, também às crianças, o encontro
com seus pares, fazendo com que interajam socialmente, quer seja no espaço
escolar ou não.
No grupo descobrem que não são os únicos sujeitos da ação, e que para
alcançar seus objetivos precisam levar em conta o fato de que outros também têm
objetivos próprios que querem satisfazer.
Os jogos infantis, no dizer de PIAGET (1994), constituem-se, “admiráveis
instituições sociais”. E através deles as crianças vão desenvolvendo a noção de
autonomia e reciprocidade, de ordem e de ritmo.
Podem-se também, segundo KISHIMOTO (1998), estabelecer relações entre
o brinquedo sócio-dramático das crianças, na sua criatividade, desenvolvimento
cognitivo e as habilidades sociais.
Entre elas destacam-se: criação de novas combinações de experiências;
seletividade e disciplina intelectual; concentração aumentada; desenvolvimento de
habilidades de cooperação entre outros.
Para a criança que se engaje no jogo sócio-dramático, mais fácil para ela
participar do jogo da vida escolar.
As crianças classificadas como mais lúdicas, são mais engajadas em atividades físicas durante o brinquedo, mais alegres e bem humoradas, mais flexíveis com o grupo, saíram-se melhor em tarefas como: sugerirem novas ideias sobre o uso do brinquedo, novos títulos para histórias, listas mais ricas de nome de animais, de coisas para comer, de brinquedos (AVEDON & SUNTTON-SMITH, 1971, p.157).
Afirma ainda que todas as matérias escolares permitem aproveitar a
ludicidade para cada tipo de conhecimento. Sendo assim, para a criança fazer a
14
transposição entre a língua oral e a escrita, é necessário trabalhar primeiramente o
concreto, pois para ela a alfabetização torna-se mais fácil através da ludicidade.
A função dos brinquedos, na obtenção de melhor equilíbrio emocional de
crianças, foi, segundo FERNANDEZ (2001), percebida e utilizada na área
educacional, pois atividades físicas e recreativas influenciam positivamente vários
outros aspectos afetivo-sociais das crianças.
O brinquedo, como atividade agradável, segundo CARNEIRO (1990), não
pode ser confundido com um jogo de sentido de “partidas competições”, que podem
significar obrigação, treinamento, atividade difícil, fanatismo, ansiedade, etc.
Toda vez que a competitividade ou a agressividade superam os demais
atributos jogo brinquedo, este, de acordo com ALMEIDA (1985), passa a ser jogo-
vício ou jogo-obrigação.
O jogo-brinquedo é, em essência, de natureza criativa. A maioria dos
escritores e artistas criativos apresenta uma atitude bem humorada e lúdica diante
da vida.
As crianças com curiosidades mais altas tiveram melhores respostas quando
podiam manipular objetos através das atitudes lúdicas, encontrando correlação entre
o brinquedo e o comportamento de busca de informação.
Entendemos, a partir dos princípios aqui expostos, que o professor deverá
contemplar a brincadeira como princípio norteador das atividades didático-
pedagógicas, possibilitando às manifestações corporais encontrarem significado
pela ludicidade presente na relação que as crianças mantêm com o mundo.
As atividades dirigidas podem sugerir idéias, oferecer oportunidades de as
crianças ampliarem sua visão de mundo. As crianças podem, depois, transferir suas
descobertas para suas brincadeiras.
Reciprocamente, o professor pode observar o conteúdo cultural da
brincadeira para desenvolver outras atividades que, desse modo, vão partir dos
interesses demonstrados pelas próprias crianças.
Quando nos referimos ao lúdico não estamos apenas considerando o jogo pelo jogo ou como brincadeira qualquer, mas falamos de atividades que assegurem à criança o direito de ser criança e ser feliz, o direito de ter um aprendizado significativo, prazeroso, extensão de seu próprio mundo, num
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desafio constante em busca do interminável (AVEDON & SUNTTON-SMITH, 1971, p.140).
Segundo PIAGET (1994), o caminho para uma boa alfabetização é deixar a
criança livre para expressar seu interior e perseguir seus interesses. Adotando a
idéia contemporânea do “aprender a aprender”, desenvolvendo a educação
espontaneamente, pois quanto mais ativa é a mente da criança, mais ela é receptiva
a novos conhecimentos.
O ponto de partida do ensino seriam os sentidos e o contado que eles criam
com o mundo. De modo geral, no entanto, sua pedagogia pode ser considerada
como defensora da liberdade.
I.II.I DESENVOLVIMENTO DA IMAGINAÇÃO ATRAVÉS DA LUDICIDADE
A ludicidade na educação possibilita situações de aprendizagem que
contribuem para o desenvolvimento integral da criança, mas deve haver uma
dosagem entre a utilização do lúdico instrumental, isto é, a brincadeira com a
finalidade de atingir objetivos escolares, e também a forma de brincar
espontaneamente, envolvendo o prazer e o entretenimento, neste último, o lúdico
essencial.
SANTIN (1994), nos diz que o significado de ludicidade surge da própria
palavra relacionada à liberdade, criatividade, imaginação, participação, interação,
autonomia além de outras qualificações que podem ser atribuídas a uma infinita
riqueza que há nela mesma.
O desenvolvimento da imaginação é fundamental para a criatividade, é
resultado da observação, de vivências e experiências. FREIRE (1997, p. 46) explica
que:
A criança faz uso da imaginação, vive e encarna um sem número de relações. Saltar um rio largo, atravessar uma ponte estreita, repartir a comida feita, são atividades que materializam, na prática, a fantasia imaginada, e que retornarão depois da prática em forma de ação interiorizada, produzindo e modificando conceitos, incorporando-se às estruturas de pensamento. Ou seja, no brinquedo simbólico a ação vai e vem incessantemente, da ação ao pensamento, modificando-se em cada trajeto, até que as representações do indivíduo possam se expressar de forma cada vez mais compreensível no universo social. A prática social não interrompe, contudo, esse jogo de idas e vindas da ação e da representação, pelo contrário, sofistica cada vez mais as representações que o sujeito faz do mundo.
16
Quando a criança transforma as regras do jogo ou cria uma brincadeira na
escola, sai daquele espaço tradicional de ensino, coloca-se como autor de um jogo,
criando uma experiência lúdica que proporciona momentos de alegria, criatividade,
prazer, enfim, fruição corporal.
Esse jogo, segundo CALLOIS (1990, p. 43), “é uma atividade livre em que o
homem se encontra liberto de qualquer apreensão a respeito de seus gestos. Ele
define o alcance. Define igualmente as condições e as finalidades.”
Quando a criança joga, ela opera com o significado das suas ações, o que a
faz desenvolver sua vontade e ao mesmo tempo tornar-se consciente das suas
escolhas e decisões.
Por isso, o jogo apresenta se como elemento básico para a mudança das
necessidades e da consciência.
Nesse contexto de jogos e brincadeiras, é importante refletirmos sobre duas
possibilidades de entendimento do fenômeno lúdico: o instrumental e o essencial.
EDMIR PERROTI (1995), apud LEÃO (2000), explica a diferença entre o que
chama de lúdico instrumental e o essencial. No primeiro, o jogo é compreendido
enquanto um recurso motivador, simples instrumento para a realização de objetivos
que podem ser educativos, publicitários ou de inúmeras naturezas.
No segundo, por sua vez, o jogo é visto como uma atitude essencial, como
uma categoria que não necessita de uma justificativa externa, alheia a ela mesma
para se validar.
No primeiro caso, o jogo está centralizado na produtividade, tem caráter
utilitário; no segundo, a produtividade é o próprio processo de brincar, uma vez que
nessa concepção, jogar é intrinsecamente educativo, é essencial enquanto forma de
humanização.
FONSECA; MUNIZ (2000), apud JÚNIOR (2005), acredita que é possível
encontrarmos escolas que têm o processo pedagógico de ensino emancipatório
onde o lúdico essencial é um fundamento.
Em sua essência, é tido como sério e indispensável na formação do aluno,
possibilitando-o transitar dentro e fora do seu eu, trocando papéis e até vivenciá-los
17
como próprio de sua pessoa, estimulando o afloramento de sua cultura,
espontaneidade, interação, imaginação, criatividade, prazer.
Embora promovam a interação social, as situações lúdicas podem gerar
momentos de competitividade entre os educandos. Entretanto, nas palavras de
LEÃO (1995), apud OLIVEIRA (2005, p. 35):
Somos o produto de uma interação permanente com o meio. A pulsão rebate sempre no meio e retorna à fonte. É nessa dinâmica que o sujeito do inconsciente é relevado. O jogo implica sempre numa parceria. O outro está sempre implícito no brincar. O outro é cena básica da fantasia.
Nos últimos anos, a área da medicina que estuda o sistema nervoso,
chamada de neurociência, tem contribuído no que se referem às pesquisas
científicas sobre o que acontece quando o cérebro está em contato com novas
informações. Segundo GENTILE (2005, p. 54):
Situações emocionantes, como jogos e brincadeiras, ativam o sistema límbico, parte do cérebro responsável pelas emoções. Ocorre então a liberação de neurotransmissores. Com isso, os circuitos cerebrais ficam mais rápidos, facilitando a armazenagem de informações e o resgate das
que estão guardadas.
Nesse processo, essas atividades facilitam a aquisição do conhecimento
formal, pois de acordo com Jean Piaget (1978), apud SPIGOLON (2006), os jogos
não são apenas uma forma de entretenimento para gastar as energias das crianças,
mas meios que enriquecem e contribuem para o desenvolvimento intelectual.
Enfocar a brincadeira é permitir esse desenvolvimento, e o jogo é um método lúdico
que favorece a assimilação de realidades intelectuais exteriores à inteligência
infantil.
PIAGET apud FREIRE (1997), analisando o jogo a partir de suas estruturas
classificou-o em: de exercício, de símbolo, de construção e de regra. O de exercício
é característico das crianças do período sensório-motor, isto é, as que ainda não
estruturaram as representações mentais que caracterizam o pensamento.
A atividade lúdica refere-se ao movimento corporal sem verbalização e não
tem outra finalidade que não o próprio prazer do funcionamento; o de símbolo
exerce papel semelhante ao do jogo de exercício, acrescentando um espaço onde
se podem resolver conflitos e realizar desejos que não foram possíveis em situações
não lúdicas. Ou seja, é o faz deconta, a fantasia; o jogo de construção estabelece
uma espécie de transição entre o jogo simbólico e o jogo social. Por fim, o jogo
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social é marcado pela atividade coletiva de intensificar trocas e a consideração pelas
regras.
A ação educativa numa abordagem lúdica pode trabalhar a busca do êxito
em múltiplas tentativas, a persistência e a segurança de que o erro faz parte do
processo de aprendizagem.
Nessa perspectiva, é fundamental que o professor crie situações de
aprendizagem significativas, pois estas farão com que o educando associe o
aprendizado ao prazer.
Infelizmente ainda há muitas escolas que tratam a criança da Educação
Infantil como adulto em miniatura. Não valorizam a fantasia e as atividades motoras
próprias dessa etapa da vida que é a infância. A ideia de ludicidade nessas escolas
está intimamente ligada à instrumentalização apenas, pois o processo ensino
aprendizagem baseado numa metodologia tradicional contribui para o
desenvolvimento da “consciência bancária”, assim denominada por Paulo Freire
(1983, p. 38), que consiste em:
O educando recebe passivamente os conhecimentos, tornando-se um depósito do educador. Educa-se para arquivar o que se deposita. Mas o curioso é que o arquivado é o próprio homem, que perde assim seu poder de criar, se faz menos homem, é uma peça.
O educador consciente de seu compromisso social e que trabalha numa
escola cuja concepção de ensino priorizada é a emancipatória, planejará situações
lúdicas em que a criança vivenciará experiências de construção e reconstrução de
saberes existentes no seu mundo real, além de significativas interações sociais.
Desse modo, a criança aprende brincando, de forma prazerosa. Pode-se dizer que o
lúdico, na sua essência, faz toda diferença no planejamento de ensino,
possibilitando momentos de problematização e reflexão crítica do conhecimento.
I.III PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM INTERATIVO
O professor deve interagir em sala como aquele que constrói pensamentos,
o mesmo deve a todo o momento estar incentivando o aluno para a aprendizagem.
BATISTA (2004, p.79), diz: “Pensamos que buscar atividades lúdicas e
prazerosas também é um dos papéis do professor. Além de garantir o aprendizado
das crianças, essas atividades as divertem.”.
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O uso de jogos ajuda a criar na sala de aula uma atmosfera de motivação
que permite ao aluno, seja ele criança ou adulto, participar ativamente do processo
ensino aprendizagem natural do ser humano. Ao brincar e jogar, o indivíduo fica tão
envolvido com o que está fazendo que coloca na ação seu sentimento e emoção.
As atividades lúdicas, assim como as atividades artísticas, segundo
FERNANDEZ (2001), são elos integradores dos aspectos motores, cognitivos,
afetivos e sociais.
É brincando e jogando que a criança ordena o mundo à sua volta,
assimilando experiências e informações e, sobretudo, incorporando atitudes de
valores.
O professor também deve gostar do que faz, saber justificar a utilização do
lúdico, seus objetivos; ter um planejamento detalhado, preparar seus alunos para os
jogos, inventar, recriar situações, encorajar-se para pesquisa e a realização de
cursos.
Ele deve atentar também para a qualidade das brincadeiras e dos jogos
propostos, no sentido de que, não é qualquer brincadeira atividade que promoverá o
desenvolvimento de habilidades cognitivas, motoras e psicológicas alunos.
É necessário que ele tenha conhecimento das fases de desenvolvimento
físico, psicológico e cognitivo deles, para que sua ação seja coerente; que tenha
intencionalidade, clareza do porquê da utilização de jogos e brincadeiras no
ambiente escolar, e que aproveite as oportunidades que surgem durante as
atividades lúdicas, estimulando questionamento, o posicionamento crítico, o
desequilíbrio cognitivo.
São os desequilíbrios que proporcionam o desenvolvimento do indivíduo, porque provocam um movimento endógeno de reestruturação, o qual é denominado reequilibração – reorganização de suas estruturas em função de uma situação nova que confronta as estruturas já construídas. (CORRÊA, 2000, p.51).
O crescimento da criança também passa pelo desenvolvimento da
reversibilidade, o ir e vir do pensamento, o rompimento com a unidirecionalidade, o
pensar em ambas as direções, que ocorrerá através da escolha consciente de
brincadeiras e jogos que estimulem esse raciocínio.
Diante dos benefícios que o lúdico garante qualidade em todos os aspectos
do desenvolvimento da criança, acredita-se que as conseqüências dessa proposta
20
pedagógica serão percebidas na aprendizagem da leitura e da escrita porque terão
aumentado sua rede de conhecimentos.
Os desafios constantes nas atividades propostas desenvolverão uma
maleabilidade de pensamento que permitirá à criança realizar transformações
permanentes de suas idéias frente a sua situação problema.
[...] o professor deve conhecer as formas de pensamento dos seus alunos a fim de que não exija o que eles ainda não podem oferecer em termos estruturais de cognição e elabore uma proposta para a linguagem que os desafie, proporcionando, quem sabe, uma aceleração em seu desenvolvimento intelectual. (CORRÊA, 2000, p. 40).
Assim como na proposta de linguagem, a proposta lúdica deverá embasar-
se nas premissas de adequação à fase cognitiva da criança e o desafio coerente
com a fase em que a criança se encontra.
21
CAPÍTULO II
METODOLOGIA
Para edificar esta pesquisa, foi utilizado o tipo da pesquisa qualitativa, que,
de acordo com MATTAR (1999, p. 112), o pesquisador procura verificar um
fenômeno por meio da observação e estudo do mesmo.
Tendo como característica do projeto, ser um estudo descritivo. Segundo
MATTAR (1999, p. 52), a pesquisa descritiva é usada quando já se quer descrever
um fenômeno. Algumas hipóteses podem ser formuladas com base em
conhecimentos prévios, procurando-se confirmá-las ou negá-las. Nesse tipo de
estudo é importante à exatidão e a precisão dos dados coletados.
Foi realizada observação em uma escola pública municipal de educação
básica e fundamental, com capacidade média de atendimento de 550 crianças, entre
idades de 04 a 18 anos. Contudo, as pesquisas foram realizadas em uma área
especifica, sendo escolhida apenas uma turma de alunos, devidamente matriculados
na mesma escola, sendo escolhido para levantamento das informações a turma da
1ª Série do ensino fundamental, onde constam 14 alunos com faixa etária de 07
anos, sendo 08 meninos e 06 meninas.
Buscando detectar a prática educativa, analisar a metodologia utilizada pela
professora, observando a rotina em sala de aula e a utilização de jogos e
brincadeiras, mostrando através deste, a importância da ludicidade na alfabetização.
Quanto aos seus procedimentos técnicos, trabalhou-se por meio da
pesquisa bibliográfica e estudo de caso. Portanto, de acordo com TAFNER e
WEIDUSCHAT (2005, p. 123),a “pesquisa bibliográfica quando elaborada a
partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos
periódicos e atualmente com material disponibilizada na internet.”
Outro procedimento técnico da pesquisa é o estudo de caso, que para
TAFNER; WEIDUSCHAT (2005, p. 124), é “quando envolve o estudo profundo e
exaustivo de um ou poucos objet ivos, permit indo o seu amplo e
detalhado conhecimento.”
E para um melhor entendimento MARTINS (2007, p. 36), explica que estudo
de casos “dedica-se a estudos intensivos de uma unidade social: individuo, grupo,
instituição, comunidade. São validos pelo rigor do protocolo estabelecido.”
Dessa forma, procurou-se dar a pesquisa um delineamento que seja capaz
de alcançar os objetivos propostos neste estudo.
No intuito de se fazer um levantamento de dados para dar precisão a o
trabalho, a presente pesquisa utilizou-se de alguns instrumentos para coleta, como o
levantamento bibliográfico e observação.
O levantamento bibliográfico de acordo com MATTAR (1996, p.82), é uma
das formas mais rápidas e econômicas de amadurecer ou aprofundar um problema
de pesquisa é através do conhecimento dos trabalhos já feitos por outros, via
levantamento bibliográfico.
Esse levantamento envolveu a procura de livros sobre o assunto, revistas
específicas especializadas, dissertações e teses apresentadas em universidades e
informações publicadas por jornais, órgãos governamentais, sindicatos,
associações.
E finalizando a pesquisa, fez-se uso da técnica conhecida como observação,
explicada por MARCONI e LAKATOS (2002, p. 88), que é uma técnica de coleta de
dados para conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de
determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir,
mas também em examinar fatos ou fenômenos que se deseja estudar.
Essas técnicas adotadas para coleta dos dados foram selecionadas levando
em consideração os objetivos que a pesquisa pretendia alcançar e o universo que
investigado, no caso os alunos de uma classe de aula da 1ª Série do ensino
fundamental de uma escola pública.
A coleta de dados foi realizada de forma prática, através do levantamento
bibliográfico, que são os materiais já publicados como livros, artigos e de material
disponível na internet.
No intuito de averiguar os conceitos e características que permeiam no
campo de estágio sobre o assunto pesquisado.
23
Após este levantamento, a pesquisa prosseguiu com a coleta de
informações no ambiente interno da classe de aula da 1ª Série do ensino
fundamental de uma escola pública.
24
CAPÍTULO III
ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS
A educação psicomotora, na idade escolar, segundo CARNEIRO (1990),
deve ser antes de tudo, uma experiência ativa de confrontação com o meio. A ajuda
educativa proveniente dos pais e do meio escolar tem a finalidade não de ensinar à
criança comportamentos motores, mas, sim, permite-lhe exercer a sua função de
ajustamento, individualmente ou outras crianças.
Todos os jogos e brincadeiras infantis, que parecem apenas passatempos,
na verdade, segundo BATISTA (2004), preparam o terreno para um aprendizado
posterior. No entanto, embora brincar seja natural para a criança, não convém dar-
lhe liberdade total (quando quer como quer, onde quer), assim como é contraditório
dirigi-la sempre.
O movimento da criança, de acordo com GARCIA (2001), melhora através
do pensamento enriquecida pela orientação interna da habilidade melhor
desenvolvida e executada, pois inteligência – pensamento e ação constituem um
círculo fechado.
O trabalho com a educação infantil não é apenas o cuidar, mas também
priorizar o desenvolvimento de uma consciência corporal, de um entendimento do
corpo e suas possibilidades. Para BATISTA (2004), a criança só se interessa por
aquilo que tem significado para ela. Assim a adequação das atividades exige do
professor um conhecimento das necessidades e possibilidades do mundo infantil.
Para SCHAEFFER (2006), nas escolas de Educação Infantil observa-se a
importância cada vez maior pela prática de atividades lúdicas nas propostas
pedagógicas desenvolvidas com as crianças, devido a uma nova visão, do que e a
Educação Infantil, pois é fundamental se ter um conhecimento amplo do que é a
primeira infância para que se possam desenvolver atividades coerentes,
relacionadas a um ciclo de vida pleno de possibilidades.
Através do seu conhecimento e sensibilidade, o educador deve dosar teoria
e prática de maneira gradual, combinado os estímulos adequados para o tipo de
aluno (clientela) que ensina.
Educar não é só ensinar a ler, a resolver um problema, a dar forma a um
pensamento. É principalmente, segundo KISHIMOTO (1993), atender às
necessidades do desenvolvimento da criança, a fim de prover a plena realização de
sua personalidade.
Para tal, é preciso que a escola satisfaça os interesses profundos através do
brinquedo da aprendizagem e do trabalho.
A necessidade de auto-expressão é, segundo BETTELHEIM (1980), mais
presente ainda que a necessidade de sobrevivência. Ela se satisfaz nas atividades
criadoras, proporcionando expansão às ideias e aos sentimentos, possibilitando
assimilar alegrias e eliminar as frustrações de cada dia.
Realiza-se também pela satisfação das curiosidades próprias de cada idade
e da necessidade de esforço, bem como pela integração com os grupos através das
atividades recreativas e sócio-culturais.
Segundo alguns autores trabalhar o lúdico em sala de aula torna o ambiente
alfabetizador mais descontraídos, onde as crianças desenvolvem o seu intelectual
sem perceber os hábitos para crescimento.
De acordo com PRADO (1991), apud SCHAEFFER, 2006), lúdico é a forma
de adjetivar uma atividade socialmente construída e diferenciada em cada cultura, é
um conjunto complexo de elementos especificamente humanos que cria espaço de
jogo entre o real e o imaginário, sendo que sua natureza se transforma conforme a
cultura, a história e as condições objetivas em que o indivíduo e o grupo se inserem.
De acordo com SCHAEFFER (2006), define ainda alguns elementos do
lúdico: o desejo (enquanto motivação intrínseca do sujeito); a afetividade; a situação
imaginária e a interação criativa (reciprocidade não passiva e criadora). Para o autor,
a atividade é aquela na qual a motivação está na própria ação do sujeito e não em
seus efeitos ou resultados externos. Sua finalidade real encontrase nas vivências
de diversos aspectos da realidade, que são significativos para o sujeito que age
ludicamente
No entanto para a criança ser alfabetizada, segundo KISHIMOTO (1998), a
mesma deve conviver num ambiente acolhedor e descontraído, sempre sendo
estimulada através de jogos, brincadeiras, músicas, que venha contribuir para o seu
desenvolvimento.
26
Para ARANHA (1996), a atividade lúdica vai além do simples ato de brincar,
mas é uma experiência riquíssima para a criança, a qual ela desenvolve atitudes
mais amplas de suas competências psicomotoras e sociais, as quais estão
interligadas com o desenvolvimento psicológico, motor e cognitivo da aprendizagem.
Assim o espaço de educação infantil e onde acontece o processo educativo em
todos os seus aspectos, portanto, é construído a todo o momento, de forma
dinâmica e permanente, com trocas mútuas de sentimentos, experiências e
conhecimentos, no qual a criança é o agente central. Assim sendo, a educação
infantil deve produzir em seus espaços de ensino, momentos de prazer, de lazer e
de construção do lúdico.
Diante dessa concepção sobre o ato de educar/ensinar, foram feitas
observações em relação ao papel e a importância de tudo que envolve o cuidar de
uma criança, pois a atenção, cuidados e afetos fazem parte deste processo, mas
não e tudo, ao realizar tais atos a criança absolve estímulos destas ações e os
transforma em atitudes de desenvolvimento, motor, intelectual e afetivo, entre
outros.
Segundo ARANHA (1996), assim as atividades lúdicas devem ser ordenadas
de forma a desenvolver a criança plenamente, para isso é preciso que se tenha um
conhecimento claro das etapas de desenvolvimento motor e cognitivo da criança,
para que haja uma organização e um planejamento correto das atividades a serem
desenvolvidas.
Tendo isso como um ponto chave na prática pedagógica com as crianças,
observa-se também o papel das práticas psicomotoras agregadas às atividades
lúdicas e sua inserção na educação infantil, implicando em uma nova visão, na qual
não está só pautada nos conceitos de messianismo, higenista e cognetivista, mas
em uma dimensão total e global da criança.
Durante a observação em sala e algumas experiências de alguns anos em
escola particular, observou-se que a mesma possui muitos recursos disponíveis para
se trabalhar a ludicidade na alfabetização, porém muitos professores por comodismo
deixam de trabalhar o lúdico continuando a usar o método tradicional, pois o mesmo
se torna conveniente podendo ser reaproveitados nos próximos anos.
27
Um dos fatos pelo qual o professor não usa a ludicidade em suas aulas é
justamente porque o mesmo exige tempo e toda uma preparação para ser aplicados
os conteúdos que serão dirigidos pelo professor, pois os mesmos tem que saber
direcionar os alunos para que aja uma organização nas atividades propostas
Observou-se também que a escola por trabalhar com método apostilado, os
professores tem um tempo estipulado para conclusão dos conteúdos, não lhe
restando muita opção para se trabalhar atividades extras onde seja envolvida a
ludicidade.
Pesquisadores como VYGOTSKY (1991), entre outros, trazem importantes
contribuições á Psicologia Infantil com seus estudos sobre o desenvolvimento do
psiquismo e/ou da inteligência humana. Couberam a estes autores relevantes
estudos que forneceram os pressupostos para a construção de representações
infantis relacionadas às diversas áreas do conteúdo, influenciando as atividades
curriculares dos novos tempos. (KISHIMOTO 1998).
Em relação ao brinquedo VYGOTSKY (1991), tece algumas importantes
considerações, afirmando que defini-lo como uma atividade que sempre dá prazer
às crianças está errado por duas razões: primeiro porque existem outras atividades
que dão mais prazer à criança do que o brinquedo, como por exemplo, chupar
chupetas e, segundo, porque atividades que são acompanhadas pelo “ganhar’ ou
pelo “perder”, como os jogos com regras, podem vir acompanhadas de muito
“desprazer” quando o resultado for desfavorável a criança.
VYGOSTSKY (1991), afirma que as teorias sobre o brinquedo
desconsideram que este tem a função de preencher necessidades nem sempre
possíveis de serem satisfeitas pela criança de outra forma, como por exemplo, a
vontade que ela sente de realizar atividades pertinentes ao mundo adulto: dirigir,
cozinhar, cuidar de bebês. Conclui o autor é impossível ignorar que a criança
satisfaz certas necessidades no brinquedo.
O brinquedo é a essência da infância, é um meio extremamente natural que
possibilita à criança explorar seu mundo, facilitando a apreensão de realidade sendo
uma dinâmica entre a atividade e a experiência envolvendo a participação total da
criança. Exige movimentação física, envolvimento emocional, além do desafio
28
mental. Por ser essencialmente dinâmico e ativo, o brincar possibilita a emergência
de comportamentos espontâneos e improvisados.
Através da atividade lúdica e do jogo, a criança forma conceitos, seleciona
idéias, estabelece relações lógicas, integra percepções, faz estimativas com o seu
crescimento físico e assim socializando-se. Dentro do aspecto da ludicidade o
enfoque do desenvolvimento infantil tem seu ponto de vista nos aspectos motor e
afetivo associado ao cognitivo, assim ao se trabalhar com as atividades lúdicas é
preciso conhecer cada etapa do desenvolvimento da criança e entender que as
práticas lúdicas são atividades vivenciadas emocionalmente e que têm uma
influência marcante na apreensão de conhecimento pela criança. Para isso, cada
etapa de desenvolvimento, requer uma atividade lúdica específica para que não haja
discordância entre a atividade lúdica aplicada, a idade e o que se espera
desenvolver na criança.
Estudos realizados por PIAGET (1971), entre outros, mostram que, desde o
nascimento a criança exerce controle sobre a obtenção e organização de suas
experiências. Assim etapas de desenvolvimento podem oferecer a compreensão do
processo evolutivo e educativo, enquanto construção humano de desenvolvimento.
Neste desenvolvimento seqüencial do ser humano depende um relacionamento
harmônico dos aspectos psicomotores, cognitivos e afetivos, para que o
crescimento, a experiência, a adaptação e a maturação aconteçam de forma
completa e elaborada.
A partir dos estudos realizados pode-se observar uma contribuição
significativa, principalmente para a educação infantil, pois além das etapas de
desenvolvimento das crianças destacam a importância das relações entre o sujeito,
o meio e o objeto.
Para VYGOTSKY (1991), a aprendizagem da criança de zero a seis anos,
no espaço institucional, faz-se por meio da ação e da observação sobre o meio, na
construção de práticas e de sua capacidade simbólica, isso tudo, por meio das
interações sociais. Assim envolvido neste âmbito de aprendizagem constrói o
conhecimento social, afetivo, motor e cognitivo, pois as crianças pequenas têm o
desejo, a curiosidade e a necessidade de compreender o mundo em que vive, pois
essa necessidade está ligada à construção da sua própria identidade.
29
Se não entendermos o caráter especial dessas necessidades, não podemos
entender a singularidade como uma forma de atividade (VYGOTSKY, 1991).
Assim, completa VYGOTSKY (1991) é no brinquedo que a criança aprende
a agir numa esfera cognitiva, ao invés de uma esfera visual externa, dependendo
das motivações e tendências internas, e não dos incentivos fornecidos pelos objetos
externos.
Para este educador (1991), o brinquedo atua na resolução da tensão gerada
na criança pela vontade de satisfazer um desejo imediato e a impossibilidade (física
e mental) desta realização: “Para resolver esta tensão a criança em idade pré-
escolar envolve num mundo ilusório e imaginário onde os desejos não realizáveis
podem ser realizados, e esse mundo é o que chamamos de brinquedo.
A imaginação é, segundo o autor, um processo psicológico inteiramente
novo para a criança préescolar e que não pode ser encontrado ainda nas crianças
com menos de três anos, ainda incapazes de postergar a realização de um desejo.
Segundo VYGOTSKY (1991), o que distingue a brincadeira de outras
atividades infantis, é que esta possui regras e imaginação, sejam elas explícitas ou
não. Assim, na brincadeira do fazdeconta, própria da idade préescolar, a
imaginação está explícita e as regras implícitas.
A escolha do tema “A Importância da Ludicidade na Alfabetização” se deve
pelo fato se notar que os alunos não recebem motivação nas aulas propostas, em
consequência disso se torna um ambiente não muito agradável, onde os mesmos
não sentem entusiasmos em aprender novos conteúdos.
No período dessa intervenção vários recursos lúdicos foram utilizados, onde
constatou que realmente o lúdico desperta de maneira prazerosa na criança à
vontade de participar e de aprender brincando.
Foi possível perceber que os jogos aplicados em sala serviram de estímulos
para o processo de construção do desenvolvimento da criança tornando as
atividades mais ativas e dinâmicas.
A atividade lúdica prepara (e é preparada por ela) a alfabetização bem como
toda a aprendizagem intelectual ou de relação com o mundo da cultura.
30
Quando o professor das séries iniciais tiver se conscientizado de que essa
educação pelo movimento é uma peça mestra do edifício pedagógico, que permite à
criança resolver mais facilmente os problemas atuais de sua escolaridade e a
prepara, por outro lado, essa atividade ocupará um lugar privilegiado ao lado da
leitura, da escrita e da matemática, matérias ditas com base, à sua existência futura
de adulto.
O professor constatará que esse material educativo não-verbal constituído
pelo movimento é por vez um meio insubstituível para afirmar certas percepções,
desenvolver certas formas de atenção, por em jogo certos aspectos da inteligência,
realizando o sonho da criança de, ao caminhar para a escola, encontrar um amigo,
um líder, alguém muito consciente que se preocupa com ela fazendo-a sorrir e
aprender ao mesmo tempo.
Segundo ARANHA (1996), ao realizar uma atividade lúdica a criança
desenvolve-se física e intelectualmente, destaca-se com indivíduos ao mesmo
tempo em que, estabelece convívio social, toma iniciativa e estimula sua
criatividade. Quando a criança brinca, ela transporta suas fantasias para o mundo
real e automaticamente prepara-se para a realidade.
O lúdico e importante em todas as fases da educação infantil, pois
desenvolve o prazer de explorar, extravasar, relacionar-se consigo e com os outros,
de fantasiar, criar e divertir-se.
Por isso, o espaço no qual a criança está inserido dentro da educação
infantil deve ser acolhedor e possibilitar a realização de atividades lúdicas,
prazerosas, pois é através do prazer da satisfação que a criança absorve os
aspectos relacionados entre atividade, o meio e a aprendizagem.
WINNICOTT (1975), afirma que, no brincar a criança manipula fenômenos
externos a serviço do sonho e veste esses fenômenos escolhidos como significados.
Assim observa-se a importância da brincadeira na formação do ser humano no seu
caráter único, e no desenvolvimento da criatividade. É no brincar, e somente no
brincar, que o indivíduo, criança ou adulto, pode ser criativo e utiliza sua
personalidade integral: e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre seu eu
(WINNICOTT, 1975, p.80).
31
Diante de tais concepções, o educador tem função importante neste
processo, pois ele é um mediador entre a atividade lúdica desenvolvida e a criança,
pois ao produzir espaço relacional e educacional da criança, deve se ter a
preocupação em reproduzir momentos de prazer, de lazer e de construção do lúdico.
No trabalho com as crianças, é preciso ter como referência o grupo, no qual, elas
estão inseridas, assim é fundamental traduzir uma proposta curricular voltada para a
educação infantil, construída a partir de uma concepção de infância.
32
CONCLUSÃO
Tendo em vista a inegável importância da atividade lúdica para o
desenvolvimento global da criança resolveu realizar suas atividades de extensão
com o objetivo de desenvolver um trabalho pedagógico respaldado no lúdico.
Convém, salientar que o lúdico foi escolhido, visto que, além de envolver as
atividades cognitivas da criança, abrange também sua forma de experimentar-se,
relacionar-se, imaginar-se, expressar-se, confrontar-se, compreender-se,
transformar-se e ser.
Durante as observações realizadas em sala de aula foi possível perceber
que a ludicidade aplicada com as crianças fez com que as mesmas se interagissem
e tivessem um bom desempenho diante das propostas apresentadas.
Observou-se também que por ser uma escola pública a mesma tem vários
recursos que são utilizados pelos professores na maioria das aulas aplicadas,
usando assim muito da ludicidade em sala de aula tornando um ambiente agradável
e despertando no aluno o interesse em aprender. Existe uma cobrança diante dos
professores para que os mesmos utilizem dos recursos colocando-os em prática.
A partir do momento em que as atividades começaram a ser oferecidas em
sala de aula, notou um progresso que repercute em todo conjunto, apesar de não
ser manifestado imediatamente, mas, o avanço registrado numa situação.
Logo interfere em outras e, num espaço não muito longo de tempo, as
diferenças de progresso (quando a criança é trabalhada de maneira lúdica) vão se
somando e darão lugar futuramente ao progresso total, global. Isto justifica a
importância de se trabalhar com uma série de atividades lúdicas, pois é o conjunto
destas que vai influir nas transformações que ocorrem na medida em que as
crianças são conduzidas a tomar consciência das ações exercidas sobre os objetos.
Foi possível concluir que esse progresso repercute nos demais movimentos,
possibilitando a introdução de outras e mais complexas atividades e também que há
necessidade de procurar uma maneira de intervir também com a preocupação de
acelerar o ritmo do desenvolvimento infantil, obedecendo sempre os limites desta
evolução.
Nesse trabalho foi considerado muito o aspecto “linguagem” por
acreditarmos estar nele o princípio da alfabetização e é exatamente esta prática que
se deve defender e proporcionar à criança a oportunidade de expor suas ideias.
Porém, se por um lado deve enfatizar o processo dialógico, partindo desta interação
para compreender o funcionamento da linguagem, por ouro, precisa reconhecer que
na relação com o meio e com o lúdico, de forma especial, intervêm muitas formas de
conhecimento.
Os conhecimentos lingüísticos, sociais e cognitivos, não constituem formas
isoladas, mas aspectos que se relacionam intimamente num fluxo dinâmico de
interferências. Relacionando o conjunto destas, enfatiza as atividades lúdicas e
reconhece, através dessas práticas que a aplicação das mesmas ampliam as
possibilidades de intervir nos aspectos do conhecimento infantil.
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