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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DAS ANÁLISES DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA UMA ANÁLISE ECONÔMICA E FINANCEIRA Por: Mauro Carvalho de Oliveira Orientador Prof. Sérgio Majerowicz Rio de Janeiro 2011

A IMPORTÂNCIA DAS ANÁLISES DAS DEMONSTRAÇÕES … · das demonstrações financeiras para uma análise econômica e financeira das instituições. Tornando assim um fácil gerenciamento

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DAS ANÁLISES DAS

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA UMA ANÁLISE

ECONÔMICA E FINANCEIRA

Por: Mauro Carvalho de Oliveira

Orientador

Prof. Sérgio Majerowicz

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DAS ANÁLISES DAS

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA UMA ANÁLISE

ECONÔMICA E FINANCEIRA

Apresentação de Monografia à Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para obtenção de grau

de especialista em Auditoria e Controladoria.

Por: Mauro Carvalho de Oliveira

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por todas

as graças já obtidas em minha vida. E aos

meus pais e meus amigos por sempre me

incentivarem ao progresso pelos estudos.

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DEDICATÓRIA

Em memória de Vanderlei Baptista, meu

grande pai. Dedico a Lindoya Maria um

exemplo de mãe. Cleber Lucena um

grande amigo pra todas as horas.

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RESUMO

A Contabilidade como ciência da riqueza possui este aspecto de

“prever” o que vai acontecer na célula social para a prevenção dos riscos e a

continuidade dos negócios. Com as constantes variações de mercado, a

voracidade tributária, os avanços tecnológicos, as exigências da ética, as crises

políticas, as causas naturais, de maneira decisiva, que as Demonstrações

Contábeis produção prognósticos sobre a situação das empresas. Dentre as

principais Demonstrações, como Balanço Patrimonial, Demonstração do

Resultado do Exercício, Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados,

Demonstração do Fluxo de Caixa, Demonstração do Valor Adicionado, devem-

se destacar que a análise das demonstrações contábeis é uma ferramenta-

chave para as finanças corporativas, pois permite compreender a situação

econômica e financeira das empresas e, a partir da daí, fornecer informações

para a tomada de decisão dos gestores. O objetivo desta monografia é

contribuir para um claro e fácil entendimento da importância das análises para

um desenvolvimento continua na visão econômica e financeira das empresas.

Como estudo de caso das Demonstrações Contábeis da empresa de telefonia

fixa e celular da OI (Telemar Norte Leste S.A.), assim como, o que os gestores

interpretariam a empresa com os dados e análises apresentados.

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METODOLOGIA

Para o desenvolvido este trabalho, foi somente executado após

várias pesquisas sobre o assunto, bem como, buscando referencias

bibliográficas em livros, artigos em revista, como por exemplo: Revista

Brasileira de Contabilidade e a Revista Pensar Contábil. Também com auxilio

das legislações vigentes e Normas, tais como Resoluções do CFC, os CPC’s e

CVM.

Toda pesquisa será apresenta com os dados organizados conforme

o sumário na próxima página.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I 10

CAPÍTULO II 17

CAPÍTULO III 32

CAPÍTULO IV 42

CONCLUSÃO 52

BIBLIOGRAFIA 53

ÍNDICE 56

ÍNDICE DE FIGURAS 60

FOLHA DE AVALIAÇÃO 61

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INTRODUÇÃO

A Contabilidade, na qualidade de ciência aplicada, com metodologia

especialmente concebida para captar, registrar, acumular, resumir e interpretar

os fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas

de qualquer ente, seja este pessoa física, entidade de finalidades não

lucrativas, empresa, seja mesmo pessoa de Direito Público, tais como Estado,

Município, União, Autarquia etc., tem um campo de atuação circunscrito às

entidades supramencionadas, o que equivale dizer muito amplo (IUDÍCIBUS et

al., 1998).

De acordo com Resolução CFC nº 785-95 (artigo 1.1.1), a

Contabilidade, na sua condição de ciência social, cujo objetivo é o patrimônio,

busca, por meio da apreensão, da quantificação, da classificação, do registro,

da eventual sumarização, da demonstração da análise e relato das mutações

sofridas pelo patrimônio da entidade particularizada, a geração de informações

quantitativas e qualitativas sobre ela, expressas tanto em termos físicos,

quanto monetários.

A metodologia clássica para avaliação do desempenho global da

empresa é normalmente chamada de análise financeira ou análise de balanço.

Através de um conjunto de procedimentos e conceitos aplicados de forma inter-

relacionada, obtém-se uma série de indicadores que permite fazer uma

avaliação sobre a situação econômica e financeira da empresa e o retorno do

investimento (PADOVEZE, 2010).

Hoje em dia, estar atentos a informação sobre os negócios,

mercados e etc. nas empresas, se torna mais ainda algo de grande importância

quanto mais essas informações de qualidade obtiver, isso pode significar mais

autonomia e mais poder para uma organização. Com isso o tema foi escolhido,

para demonstrar através de uma linguagem fácil, a importância das analises

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das demonstrações financeiras para uma análise econômica e financeira das

instituições. Tornando assim um fácil gerenciamento das empresas.

O objetivo deste trabalho acadêmico é mostrar que analise das

demonstrações contábeis são de grande importância para uma melhor

intepretação da situação econômica e financeira de uma empresa, este

trabalho está organizado em 04 capítulos.

No Capítulo I, “Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade”,

desenvolve os aspectos básicos e conceituais, compreendendo a

Contabilidade por um sistema de informação.

No Capítulo II, “As Demonstrações Contábeis”, uma abordagem dos

aspectos conceituais sobre a estrutura e divulgação das Demonstrações

Contábeis à vista da legislação e das normas contábeis.

No Capítulo III “Análises das Demonstrações Contábeis”, são

apresentadas análises com seus conceitos de padronização, consolidação e

fórmulas para uma boa análise e de fácil entendimento.

No Capítulo IV, “Análise de Caso”, estudo de caso na busca de

aplicar todo o conteúdo apresentado nesta monografia. Efetuando análise da

Demonstração Contábil apresentada através de índices, cujas fórmulas já se

encontram padronizadas, tornando a interpretação mais dinâmica.

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CAPÍTULO I

ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA DA

CONTABILIDADE

Desde a antiguidade através da escrita, o homem estudava a

riqueza e a tinha como meio fundamental para a satisfação de suas

necessidades. A informação expressava a riqueza que “estava” naquela região

ou naquele lugar, no entanto, o sentido principal de registrar era o de saber “o

quê” e “quanto tinha” de riqueza para as necessidades humanas,

principalmente para as épocas de depressão social, que poderiam vir a existir.

Ação ao homem que, outrora, precisava sobreviver e, hoje, precisa garantir o

seu bem-estar pelo uso adequado da riqueza (HERCKERT; SILVA, 2006).

A Contabilidade é uma ciência social que estuda as alterações

patrimoniais das entidades e busca compreender as causas de suas variações.

O conjunto de bens, direitos e obrigações denominado como patrimônio é o

objeto de estudo da Contabilidade. Porém, cada ciência possui uma definição

própria para o patrimônio. Para a ciência jurídica o Patrimônio é o conjunto de

objetos de direito e de obrigação. Para a ciência econômica o patrimônio é uma

riqueza coletiva que pode ou deve cumprir a necessidade coletiva. O

patrimônio para a Contabilidade é estudada pelos aspectos qualitativos e

quantitativos. Pelo aspecto qualitativo do patrimônio entende-se como o

conjunto dos bens, direitos e obrigações. Estes na verdade são apresentados

em contas, a saber: caixa, máquinas, veículos, contas a receber, contas a

pagar... Pelo aspecto quantitativo entende-se a expressão monetária da

exposição qualitativa. Ou seja, as contas: caixa, máquinas, veículos, contas a

receber... possuem saldos monetários que apresentam a posição quantitativa

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do patrimônio. Desta forma, qualificamos e quantificamos o patrimônio de uma

entidade (PINTO, 2005).

1.1 Objetivos da Contabilidade.

A Contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e

avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de

natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à

entidade objeto de contabilização (FIPECAFI, 2007).

O objetivo principal da Contabilidade é o de permitir, a cada grupo

principal de usuários, a avaliação econômica e financeira da entidade, num

sentido estático, bem como fazer inferências sobre suas tendências futuras.

Em ambas as avaliações, todavia, as demonstrações contábeis constituirão

elemento necessário, mas não suficiente. Sob o ponto de vista do usuário

externo, quanto mais à utilização das demonstrações contábeis se referirem à

exploração de tendências futuras, mais tenderá a diminuir o grau de segurança

das estimativas envolvidas. Quanto mais a análise se detiver na constatação

do passado e do presente, mais acrescerá e avolumar importância da

demonstração contábil (FIPECADI, 2007).

Os usuários da Contabilidade constituem em:

• Acionistas/cotistas (pessoas interessadas primariamente na

rentabilidade e segurança de seus investimentos);

• Administradores (responsáveis pela tomada de decisão, daí o

interesse nos dados contábeis que informam o que aconteceu

no passado e o que está acontecendo no presente);

• Emprestadores de dinheiro (necessitam conhecer o nível de

segurança que terão com relação ao retorno de seus

recursos);

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• Governo (interesse na arrecadação dos tributos, bem como

análises globais e setoriais da economia como um todo);

• Mercado (investidores em potencial, através de análises

globais e setoriais da economia como um todo);

• Funcionários (através das representações de classe, quando,

por exemplo, das reivindicações de reajustes salariais).

1.2 Cenários Contábeis

Segundo Mendes (2003) a Contabilidade é uma ciência nitidamente

social quanto as suas finalidades, mas, como metodologia de mensuração,

abarca tanto o social quanto o quantitativo. É em parte quantitativa, em sua

forma de materialização na equação patrimonial básica, que não admite

desgarramentos de sua lógica formal:

ATIVO = PASSIVO

Ou, expandindo:

ATIVO + DESPESAS + PERDAS – RETIFICAÇÕES DE ATIVO =

OBRIGAÇÕES + RECEITAS + GANHOS + CAPITAL + LUCROS –

RETIFICAÇÕES DE OBRIGAÇÕES

Tais equações, por serem sempre satisfeitas, assumem o caráter de

identidades contábeis. O mecanismo de débito e crédito nas contas (partidas

dobradas) deságua, necessariamente, nas identidades supramencionadas.

1.3 Princípios Fundamentais de Contabilidade

Princípios contábeis podem ser conceituados como premissas

básicas acerca dos fenômenos e eventos contemplados pela Contabilidade,

premissas que são a cristalização da análise e observação da realidade

econômica, social e institucional (IUDÍCIBUS, 1998).

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O campo de atuação preferencial da Contabilidade é constituído

pelas entidades, sejam elas de finalidade lucrativa ou não, e procura captar e

evidenciar as variações ocorridas na estrutura patrimonial e financeira, em face

das decisões da administração e também das variáveis exógenas que

escapam ao controle e ao poder de decisão da administração (IUDÍCIBUS,

1998).

Constituem os Princípios Fundamentais de Contabilidade (P.F.C.) os

enunciados pela Resolução CFC n°750 de 29 de dezembro de 1993 pelo

Conselho Federal de Contabilidade (CFC).

1.3.1 Princípio da Entidade

Este princípio reconhece a diferença entre o patrimônio pessoal do

sócio e o patrimônio da entidade. Veja o que diz a resolução CFC 750/93:

“Art. 4° - O Princípio da Entidade reconhece o

Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a

autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de

um Patrimônio particular no universo dos patrimônios

existentes, independentemente de pertencer a uma

pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou

instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou

sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o

Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios

ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.”

1.3.2 Princípio da Continuidade

Este princípio conceitua que a entidade tem “vida própria” e pode ser

influenciada por fatores da conjuntura econômica do mercado, mudanças das

políticas governamentais, problemas internos das próprias Entidades, entre

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outros fatores que podem afetar sua continuidade. Veja o que diz a resolução

CFC 750/93:

“Art. 5º - A Continuidade ou não da Entidade, bem

como sua vida definida ou provável, devem ser

consideradas quando da classificação e avaliação das

mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas. § 1º -

A Continuidade influencia o valor econômico dos ativos e,

em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos,

especialmente quando a extinção da Entidade tem prazo

determinado, previsto ou previsível. § 2º - A observância

do Princípio da Continuidade é indispensável à correta

aplicação do Princípio da Competência, por efeito de se

relacionar diretamente à quantificação dos componentes

patrimoniais e à formação do resultado, e de constituir

dado importante para aferir a capacidade futura de

geração de resultado.”

1.3.3 Princípio da Oportunidade

Este princípio responsabiliza o contabilista a registrar os fatos que

dão origem a um registro contábil no momento em que os mesmos aconteçam.

Para que a informação gerada pela Contabilidade seja fidedigna e utilizada

pelos diversos usuários em tempo hábil é necessário que os registros sejam

efetuados em tempo rápido e oportuno. Veja o que diz a resolução CFC

750/93:

“Art. 6º - O Princípio da Oportunidade refere-se,

simultaneamente, à tempestividade e à integridade do

registro do patrimônio e das suas mutações,

determinando que este seja feito de imediato e com a

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extensão correta, independentemente das causas que as

originaram...”

1.3.4 Princípio do Registro pelo Valor Original

Este princípio destaca dois aspectos importantes para a

contabilização. O primeiro desta a importância do registro contábil ser efetuado

de acordo com o valor de entrada e não pelo valor de saída, ou seja, qualquer

compra ou aquisição deverá ser contabilizada pelo seu valor original ao invés

de seu valor de saída ou de mercado. O segundo, destaca a utilização de

moeda corrente do país como unidade monetária, homogeneizando o valor do

patrimônio. Veja o que diz a resolução 750/93:

“Art. 7º - Os componentes do patrimônio devem ser

registrados pelos valores originais das transações com o

mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do

País, que serão mantidos na avaliação das variações

patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem

agregações ou decomposições no interior da Entidade...”

1.3.5 Princípio da Atualização Monetária

Este princípio reconhece a variação do poder aquisitivo da moeda

nacional por um determinado período. Em tempo passados de alta inflação, a

Contabilidade reconhecida e registrava os ajustes decorrentes da inflação por

meios de correção monetária ou correção integral. Atualmente, estamos

dispensados de correções monetárias nos balanços patrimoniais. Veja o que

diz a resolução 750/93:

“Art. 8º - Os efeitos da alteração do poder aquisitivo

da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros

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contábeis através do ajustamento da expressão formal

dos valores dos componentes patrimoniais.”

1.3.6 Princípio da Competência

O princípio da competência esclarece-nos que as receitas,

independente de seu recebimento e as despesas, independente de seu

pagamento deverão ser computadas no exercício em que incorrem. Veja o que

diz a resolução 750/93:

“Art. 9º - As receitas e as despesas devem ser

incluídas na apuração do resultado do período em que

ocorrerem, sempre simultaneamente quando se

correlacionarem, independentemente de recebimento ou

pagamento...”

1.3.7 Princípio da Prudência

Este princípio reforça a necessidade da informação contábil refletir

com prudência a situação econômico-financeira da entidade com valores

sempre conservadores. Com isto, ao avaliar um ativo devemos utilizar o menor

valor para o mesmo, ao contrário para as avaliações dos passivos, onde

sempre adotaremos a maior valor. Adotando este procedimento, menores

valores para os ativos e maiores valores para o passivo, teremos sempre uma

evidenciação patrimonial mais prudente. Veja o que diz a resolução 750/93:

“Art. 10 – O Princípio da Prudência determina a

adoção do menor valor para os componentes do Ativo e

do maior para os do Passivo, sempre que se apresentem

alternativas igualmente válidas para a quantificação das

mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.”

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CAPÍTULO II

AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

A elaboração das demonstrações contábeis é obrigatória em todas

as empresas. Algumas não precisam elaborar todas as demonstrações, mas

devem no mínimo apurar o resultado do exercício elaborando a demonstração

do resultado do exercício e o balanço patrimonial (PINTO, 2005).

As principais normas brasileiras que disciplinam a publicação das

Demonstrações Contábeis são:

• Lei n° 6.406/76 – Lei das Sociedades Anônimas (LSA);

• Lei n°10.406/02 – novo Código Civil (NCC).

A Lei n° 6.406/76 (Lei das Sociedades Anônimas – LSA), com a

edição da Lei n° 11.638/07 e da Medida Provisória n° 449/08, posteriormente

transformada na Lei n°11.941/09, sofreu profundas modificações nos artigos

que dispões quanto à forma de contabilização e evidenciação dos fatos

contábeis das sociedades anônimas e das sociedades de grande porte, e na

estrutura das demonstrações contábeis, fazendo-as convergir para os padrões

internacionais de contabilidade (SILVA, 2010).

Dessa forma, foi estabelecida uma nova Estrutura Conceitual Básica

para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis (framework),

a qual está regulamentada pelos seguintes atos:

• Resolução CFC n°1.121/08 – aprova a NBC T 1 – Estrutura

Conceitual para a Elaboração e Apresentação das

Demonstrações Contábeis, a partir do Pronunciamento

Conceitual Básico do CPC, o qual faz a correlação com o

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“Framework for the Preparation and Presentation of Financial

Statements”

• Resolução CFC n° 1.255/09 – aprova a NBC T 19.41 –

Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas,

recepcionando o “Pronunciamento Técnico PME –

Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas” emitido

pelo CPC;

• Deliberação CVM n° 539/08 – aprova o mesmo

Pronunciamento Conceitual Básico do CPC citado;

• Instrução CVM n° 469/08 – dispõe sobre a aplicação da Lei n°

11.638, de 28-12-2007 e altera as Instruções CVM n° 247, de

27-3-1996, e 331, de 4-4-2000;

• Resolução CFC n° 1.159/09 – aprova o Comunicado Técnico

CT 01 que aborda como os ajustes das novas práticas

contábeis adotadas no Brasil trazidas pela Lei n° 11.638/07 e

MP n° 449/08 devem ser tratados.

Os Pronunciamentos Técnicos (CPC) e as Orientações Técnicas

(OCPC) emitidas pelo CPC têm sido sistematicamente recepcionados pelo

CFC, CVM, BACEN, SUSEP, ANEEL, ANTT e ANS.

2.1 As Demonstrações contábeis e informações obrigatórias

O conceito de demonstrações contábeis no CPC 26 (tópico nove)

define sua finalidade em:

“As demonstrações contábeis são uma

representação estruturada da posição patrimonial e

financeira e do desempenho da entidade. O objetivo das

demonstrações contábeis é o de proporcionar informação

acerca da posição patrimonial e financeira, do

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desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja

útil a um grande número de usuário em suas avaliações e

tomada de decisões econômicas. As demonstrações

contábeis também objetivam apresentar os resultados da

atuação da administração na gestão da entidade e sua

capacitação na prestação de contas quanto aos recursos

que lhe foram confiados. Para satisfazer a esse objetivo,

as demonstrações contábeis proporcionam informação da

entidade acerca do seguinte:

a) ativos;

b) passivos;

c) patrimônio líquido;

d) receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas;

e) alterações no capital próprio mediante

integralizações dos proprietários e distribuições a eles; e

f) fluxos de caixa.

Essas informações, com outras informações

constantes das notas explicativas, ajudam os usuários

das demonstrações contábeis na previsão dos futuros

fluxos de caixa da entidade e, em particular, a época e o

grau de certeza de sua geração.”

Segundo os artigos 176° a 177° da Lei n° 6.404/76, modificado pela

Lei n° 11.638/07 e n° 11.941/09, as seguintes demonstrações contábeis serão

obrigatórias ao final de cada exercício social para as Sociedades Anônimas e

sociedades de grande porte:

• Balanço Patrimonial (BP).

• Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).

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• Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (LPA) ou

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL).

• Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC).

• Demonstração do Valor Adicionado (DVA).

• Notas Explicativas.

• Parecer dos Auditores Independentes (pelas companhias

abertas).

• Relatório da administração (pelas companhias abertas).

As demais empresas só estão obrigadas a elaborar as seguintes

demonstrações constantes nos artigos 1.179, 1.188 e 1.189 do novo Código

Civil (NCC), sem obrigatoriedade de sua publicação:

• Balanço Patrimonial.

• Balanço do Resultado Econômico ou Demonstração da Conta

de Lucros e Perdas.

2.2 Balanço Patrimonial

O Balanço Patrimonial é o retrato da empresa num determinado

momento, indicando de forma ordenada, seus bens, direitos e obrigações. A

transcrição dos dados será feita com base nos controles auxiliares do Ativo e

do Passivo, assim como será indicado o lucro auferido pela empresa, na

Demonstração do Resultado. A única conta que não tem controle próprio é a

conta de Capital Social porque está contida no controle de Caixa (SOUZA,

2008).

É a demonstração que encerra a sequência dos procedimentos

contábeis, apresentando de forma ordenada os três elementos componentes

do patrimônio: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido (IUDÍCIBUS, 1998).

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Uma vez bem estudada a natureza do Ativo (bens e direitos), do

Patrimônio (diferença entre o Ativo e o Passivo) e as rotinas e procedimentos

contábeis, muito fácil se torna entender o que é o Balanço (IUDÍCIBUS, 1998).

De acordo com a Lei n° 6.404 artigo 178°, No balanço, as contas

serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e

agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação

financeira da companhia.

No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau

de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: Ativo

Circulante; Ativo Não Circulante; Ativo Realizável a Longo Prazo; Ativo

Permanente (Investimentos, Imobilizado, Intangível e Diferido).

No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos:

Passivo Circulante; Passivo Não Circulante; Resultados de Exercícios Futuros;

Patrimônio Liquido (Capital Social, Reservas de Capital, Reservas de

Reavaliações, Reservas de Lucros, Ajustes de Avaliação Patrimonial, Prejuízos

Acumulados).

2.3 Demonstração do Resultado do Exercício

A Demonstração do Resultado do Exercício elabora

simultaneamente com o Balanço Patrimonial, constitui no relatório sucinto das

operações realizadas pela empresa durante determinado período de tempo;

nele sobressai um dos valores mais importantes às pessoas nela interessadas,

o resultado líquido do período, Lucro ou Prejuízo (IUDÍCIBUS, 1998).

Esta demonstração é de grande importância para a análise da

administração das empresas, pois o principal objetivo de uma entidade é a

obtenção de lucros que permitam remunerar de forma condizente seus

proprietários. A eficiência da gerencia de uma sociedade é, portanto, em

grande parte evidenciada através desta Demonstração (MENDES, 2003).

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Segundo Alcantara (2010), na determinação do resultado do

exercício deverá ser observado o princípio contábil da competência para o

registro das receitas e despesas.

• Principio da Realização da Receita: as receitas e os

rendimentos ganhos no período, independentemente da sua

realização em moeda; e

• Principio do Confronto das Despesas: os custos, despesas,

encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a

essas receitas e rendimentos.

O Artigo 187° da Lei 6.404/76 estabelece:

I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas,

os abatimentos e os impostos;

II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias

e serviços vendidos e o lucro bruto;

III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras,

deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras

despesas operacionais;

IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras

despesas; (Redação dada pela Lei n° 11.941, de 2009)

V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a

provisão para o imposto;

VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e

partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de

instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não

se caracterizem como despesa; (Redação dada pela Lei n° 11.941, de 2009)

II - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por

ação do capital social.

§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados:

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a) as receitas e os rendimentos ganhos no período,

independentemente da sua realização em moeda; e

b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos,

correspondentes a essas receitas e rendimentos.

2.4 Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados ou

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido

Enquanto da Demonstração do Resultado do Exercício visa à

evidenciação da apuração do resultado (apuração do lucro ou prejuízo), a

Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados visa à distribuição do

resultado (destinações do lucro ou prejuízo).

Com a instituição da figura do dividendo obrigatório e, também, da

faculdade de destacar parcelas do lucro do período para formação da reserva

de lucros a realizar e da reserva para contingências, essa demonstração

assume maior importância, pois refletirá todos os acréscimos e decréscimos

que influenciam a base dos dividendos devidos (PEREZ JUNIOR; BEGALLI,

2009).

Conforme o artigo 186° da Lei n° 6.404/76:

“Art. 186. A demonstração de lucros ou prejuízos

acumulados discriminará:

I - o saldo do início do período, os ajustes de

exercícios anteriores e a correção monetária do saldo

inicial;

II - as reversões de reservas e o lucro líquido do

exercício;

III - as transferências para reservas, os dividendos, a

parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao fim

do período.

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24

§ 1º Como ajustes de exercícios anteriores serão

considerados apenas os decorrentes de efeitos da

mudança de critério contábil, ou da retificação de erro

imputável a determinado exercício anterior, e que não

possam ser atribuídos a fatos subseqüentes.

§ 2º A demonstração de lucros ou prejuízos

acumulados deverá indicar o montante do dividendo por

ação do capital social e poderá ser incluída na

demonstração das mutações do patrimônio líquido, se

elaborada e publicada pela companhia.”

Lembrando eu o item I do artigo 186° foi modificado pela Lei n°

9.249/95, com a extinção da correção monetária das demonstrações contábeis,

sendo o texto atual:

“Art. 186, I – o saldo do inicio do período e os

ajustes de exercícios anteriores”

2.5 Demonstração do Fluxo de Caixa1

Segundo Rosa e Silva (2002) eles comentam que

“[...] o fluxo de caixa é apresentado como

instrumento essencial para a gestão do disponível. A

empresa que mantém continuamente atualizado o seu

fluxo de caixa poderá dimensionar, a qualquer momento,

o volume de entradas e saídas de recursos financeiros,

por meio de mudanças nos prazos de recebimentos e

pagamentos, bem como fixar o nível desejado de

disponibilidade para o próximo período”

1 O CPC emitiu o Pronunciamento Técnico CPC 03 – Demonstração dos Fluxos de Caixa, que foi aprovado pela Resolução CFC n°1.125/08 (NBC T 3.8) e Deliberação CVM n°547/08

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25

A Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) passou a ser obrigatória

para as sociedades anônimas e empresas de grande porte a partir do exercício

de 2008, apesar de que algumas empresas já faziam sua divulgação. Passou a

substituir a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (artigos 176

§ 6° e 188 da LSA).

O pronunciamento CPC 3 define os seguintes termos:

• Caixa compreende numerário em espécie e depósitos

bancários disponíveis.

• Equivalentes de caixa são aplicações financeiras de curto

prazo, de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em

um montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um

insignificante risco de mudança de valor.

• Fluxos de caixa são as entradas e saídas de caixa e

equivalentes de caixa.

• Atividades operacionais são as principais atividades

geradoras de receita da entidade e outras atividades

diferentes das de investimento e de financiamento.

• Atividades de investimento são as referentes à aquisição e à

venda de ativos de longo prazo e de outros investimentos não

incluídos nos equivalentes de caixa.

• Atividades de financiamento são aquelas que resultam em

mudanças no tamanho e na composição do capital próprio e

no endividamento da entidade, não classificadas como

atividade operacional.

Existem dois métodos de elaboração do fluxo de caixa, o método

direto e o indireto. Vale lembrar que o DFC é o único demonstrativo contábil

elaborado com base em regime de caixa, enquanto os demais são elaborados

de acordo com o Princípio da Competência de Exercício.

Page 26: A IMPORTÂNCIA DAS ANÁLISES DAS DEMONSTRAÇÕES … · das demonstrações financeiras para uma análise econômica e financeira das instituições. Tornando assim um fácil gerenciamento

26

2.6 Demonstração do Valor Adicionado

Valor Adicionado ou Valor Agregado representa a riqueza criada por

um entidade num determinado período de tempo (normalmente, um ano).

Podemos afirmar que a soma das importâncias agregadas representa, na

verdade, a soma das riquezas criadas (NEVES; VICECONTI, 2005).

A DVA não tinha obrigatoriedade de elaboração no Brasil até o ano

de 2007. Com o advento da Lei 11.638/07, que modificou a Lei das Sociedades

por Ações (Lei 6.404/76), esta demonstração passou a ser exigida legalmente,

mas mesmo assim apenas para as sociedades de capital aberto e para

empresas abrangidas no conceito de empresa de grande porte introduzida por

aquela lei, a partir do exercício de 2008 (SANTOS; SILVA, 2009).

O objetivo da DVA é demonstrar durante um período, que

geralmente coincide com o exercício social, como a empresa distribuiu a

riqueza — valor adicionado — que foi gerada entre os agentes que

contribuíram para a criação da mesma. Valor adicionado representa a riqueza

criada pela empresa, de forma geral medida pela diferença entre o valor das

vendas e os insumos adquiridos de terceiros. Inclui também o valor adicionado

recebido em transferência, ou seja, produzido por terceiros e transferido à

entidade (SANTOS; SILVA, 2009).

Sob o enfoque da disseminação de informações sociais a

Demonstração do Valor Adicionado (DVA) pode ser classificada como um

modelo de relatório, de natureza econômica, que traduz a criação de riquezas,

através do consumo de recursos e insumos intermediários e a forma de

distribuição dessa riqueza, sendo entendido como um indicador de eficiência e

eficácia da gestão empresarial (FAUR et al., 2004).

O aumento no nível de publicação da DVA tende a aproximar a

contabilidade tradicional de um enfoque social, uma vez que aglutina

informações contábeis a um modelo de mensuração do Produto Interno Bruto

Page 27: A IMPORTÂNCIA DAS ANÁLISES DAS DEMONSTRAÇÕES … · das demonstrações financeiras para uma análise econômica e financeira das instituições. Tornando assim um fácil gerenciamento

27

(PIB), através do somatório de todos os resultados agregados, obtidos a partir

dos resultados das empresas (FAUR et al., 2004).

2.7 Notas Explicativas

As Notas Explicativas são esclarecimentos que visam complementar

as Demonstrações Financeiras e informar os critérios contábeis utilizados pela

empresa, a composição dos saldos de determinadas Contas, os Métodos de

Depreciação, os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais

etc. (RIBEIRO, 2003).

A sua apresentação está disciplinada nos seguintes dispositivos:

a) Resolução CCFC n° 737/92 – Aprovou a NBC T-6;

b) Lei das Sociedades por Ações (LSA), artigo 176° §§ 4° e 5°;

c) Pronunciamento CPC 262;

d) Instrução Normativa CVM n° 475/08;

e) OFÍCIO-CIRCULAR/CVM/SNC/SEP n° 01/07;

f) Deliberação CVM n° 595, de 15 de setembro de 2009.

O texto da LSA foi modificado pela Lei n° 11.941/09 (MP n°449/08)

nas seguintes linhas (LSA, artigo 176, § 5°, incisos I a III):

“I - apresentar informações sobre a base de

preparação das demonstrações financeiras e das práticas

contábeis específicas selecionadas e aplicadas para

negócios e eventos significativos;

II - divulgar as informações exigidas pelas práticas

contábeis adotadas no Brasil que não estejam

2 Este pronunciamento foi aprovado pela Deliberação CVM n°595/09 e pela Resolução CFC n°1.185/09 (NBC T 19.27)

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28

apresentadas em nenhuma outra parte das

demonstrações financeiras;

III - fornecer informações adicionais não indicadas

nas próprias demonstrações financeiras e consideradas

necessárias para uma apresentação adequada;”

As demais disposição, que permaneceram inalteradas, estabelecem

que as notas explicativas devem indicar (LSA, artigo 176, § 5°, inciso IV):

a) os principais critérios de avaliação dos elementos

patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos de

depreciação, amortização e exaustão, de constituição de

provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender

a perdas prováveis na realização de elementos do ativo;

b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes

(art. 247, parágrafo único);

c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas

avaliações (art. 182, § 3°);

d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as

garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades

eventuais ou contingentes;

e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das -

obrigações a longo prazo;

f) o número, espécies e classes das ações do capital social;

g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no

exercício;

h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1o); e

i) os eventos subsequentes à data de encerramento do

exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante

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29

sobre a situação financeira e os resultados futuros da

companhia.

2.8 Parecer dos Auditores Independentes

Para uma maior segurança do usuário da contabilidade, as

empresas auditadas apresentam parecer do auditor, onde ele expressa ter feito

exame nas Demonstrações Financeiras, efetuado de acordo com os padrões

de auditoria geralmente aceitos (IUDÍCIBUS; MARION, 2000).

O auditor emite sua opinião informando se as Demonstrações

Financeiras representam adequadamente a Situação Patrimonial e a Posição

Financeira da data do exame. Informa se as Demonstrações Financeiras foram

levantadas de acordo com os Princípios Fundamentais de Contabilidade e se

há uniformidade em relação ao exercício anterior (IUDÍCIBUS; MARION, 2000).

De acordo com o Perez Júnior e Begalli (2010), o modelo de parecer

é padronizado pelo Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon) e

pelo Conselho Federal de Contabilidade. Devendo conter as seguintes

informações:

• Destinatário do parecer: Conselho de Administração ou

acionistas da empresa auditada ou de quem contratou o

serviço.

• Identificação das demonstrações contábeis auditadas e

responsabilidade assumida pelos auditores.

• Normas de auditoria aplicadas no desenvolvimento dos

trabalhos de auditoria.

• Ressalvas relativas à eventual limitação na execução dos

trabalhos.

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30

• Ressalvas relativas a eventuais não conformidades das

demonstrações contábeis em relação às práticas adotadas no

Brasil.

• Opinião com ou sem ressalvas.

• Parágrafo de ênfase destacando fatos que possam ameaçar a

continuidade das atividades da empresa.

2.9 Relatório da Administração

O seu objetivo é servir como complemento às demonstrações

financeiras, de forma a subsidiar o leitor com informações sobre o contexto

operacional da companhia, com fatos relevantes que aconteceram ao longo do

exercício e com planos da mesma para os exercícios seguintes (SILVA, 2010).

A leitura desse relatório deve ser feita com elevado senso crítico,

pois o seu conteúdo não passa pela análise dos auditores independentes, já

que é a opinião da alta administração da companhia, podendo estar, portanto,

eivada de informações tendenciosas. É salutar proceder à análise de relatórios

de anos anteriores e verificar se nos anos subseqüentes os fatos e previsões

ali relatados se concretizaram, bem como checar informações em fontes

independentes, como jornais e revistas especializadas sobre o segmento

econômico da companhia sob análise (SILVA, 2010).

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), conforme seu Parecer de

Orientação n° 15//87 de 28 de dezembro de 1987, estabelece as seguintes

informações no item 2:

“De acordo com a Lei 6.404/76, o relatório da

administração deve ser publicado juntamente com as

demonstrações financeiras do encerramento do exercício

social precisando conter informações sobre:

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31

a) aquisição de debêntures de sua própria emissão

(art. 55, § 2º);

b) política de reinvestimento de lucros e distribuição

de dividendos constantes de acordo de acionistas (art.

118, § 5º);

c) negócios sociais e principais fatos administrativos

ocorridos no exercício (art. 133, inciso I);

d) relação dos investimentos em sociedades

coligadas e/ou controladas evidenciando as modificações

ocorridas durante o exercício (art. 243).”

Page 32: A IMPORTÂNCIA DAS ANÁLISES DAS DEMONSTRAÇÕES … · das demonstrações financeiras para uma análise econômica e financeira das instituições. Tornando assim um fácil gerenciamento

32

CAPÍTULO III

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

A metodologia clássica para avaliação do desempenho global da

empresa é normalmente chamada de análise financeira ou análise de balanço.

Através de um conjunto de procedimentos e conceitos aplicados de forma inter-

relacionada, obtém-se uma série de indicadores que permite fazer uma

avaliação sobre a situação econômica e financeira da empresa e o retorno do

investimento (PADOVEZE, 2010).

A avaliação sobre a empresa tem por finalidade analisar o resultado

e o desempenho da empresa, detectar os pontos fortes e fracos do processo

operacional e financeiro da companhia, objetivando propor alternativas de

curso futuro a serem tomadas e seguidas pelos gestores da empresa

(PADOVEZE, 2010).

Segundo Ferreira (2010), a análise das demonstrações contábeis

não é exigida por lei. Decorre da necessidade de informações aprimoradas

sobre a situação do patrimônio e de suas variações por parte dos

administradores, acionistas, investidores, credores. Na prática, os relatórios de

análise costumam ser destinados ao público interno (controladores e

administradores).

Os processos mais utilizados na análise das demonstrações

contábeis são:

1) Análise horizontal;

2) Análise vertical;

3) Análise por quocientes;

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3.1 Análise Horizontal

Visa o estudo da evolução dos elementos componentes das

demonstrações contábeis ao longo dos exercícios sociais, através do cálculo

de números índices, sendo estes obtidos a partir de um exercício social tomado

como base, onde todos os itens componentes das demonstrações nesse

exercício são fixados em 1 ou 100%, e , a partir daí, são determinados os

demais índices referentes às demonstrações dos outros exercícios sociais,

normalmente subsequentes ao exercício tomado como base (FERRARI, 2009).

3.2 Análise Vertical

Denominamos de análise vertical a análise de participação

percentual ou de estrutura dos elementos das Demonstrações Contábeis.

Assume-se como 100% um determinado elemento patrimonial, que, em

principio, deve ser o mais importante, e se faz uma relação percentual de todos

os demais elementos sobre ele (PADOVEZE, 2010).

A análise vertical espelha os efeitos e, em algumas demonstrações,

é também possível descobrir algumas das causas primárias. Uma vez efetuado

o levantamento dos percentuais, o analista focará sua análise nestes

percentuais, deixando para trás os valores monetários absolutos, sendo

possível verificar as tendências de forma mais objetiva. Uma análise limitada a

expressões monetária, sejam elas expressas em valores históricos ou

corrigidos, não permitiria uma visualização dos impactos de cada conta

patrimonial ou de resultado no conjunto das respectivas demonstrações

(SILVA, 2010).

Também denominada análise da estrutura, a análise vertical envolve

a relação entre um elemento e o grupo de que ele faz parte. Relaciona a parte

com o todo (FERREIRA, 2009).

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3.3 Análise por Quocientes

Os indicadores da análise por quocientes podem ser obtidos de

forma simples ou complexa. Os quocientes simples mais utilizados na análise

contábil são:

• Quocientes de Liquidez;

• Quocientes de Endividamento;

• Quocientes de Rotatividade;

• Quocientes de Rentabilidade ou Lucratividade;

• Quocientes Complexos.

3.3.1 Quocientes de Liquidez

É determinada em função da relação existente entre os dois

elementos, indicando quantas vezes um contém o outro ou a proporção de um

em relação ao outro (NEVES; VICECONTI, 2005).

3.3.1.1 Liquidez Corrente

É utilizado na avaliação da capacidade de pagamento das

obrigações de curto prazo (passivo circulante) mediante o uso dos bens e

créditos circulantes (FERREIRA, 2010).

LI= Ativo Circulante

Passivo Circulante

3.3.1.2 Liquidez Seca

Também chamado de liquidez ácida, este índice mede a capacidade

da empresa pagar suas dívidas a curto prazo, utilizando os recursos aplicados

no ativo circulante, sem contar com seus estoques, visto que algumas

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empresas podem, em muitas ocasiões, ter dificuldades para realizar

financeiramente seus estoques, tal como é o caso dos fabricantes de

automóveis, os quais, em épocas de recessão econômica, lotam seus pátios,

em função das baixas vendas baixas (FERRARI, 2009).

LS= AC - Estoques

Passivo Circulante

3.3.1.3 Liquidez Imediata

Derivado da Liquidez Corrente e indica a capacidade de pagamento

de dívidas no curto prazo, considerando a hipótese de que todo o Passivo

Circulante da empresa vença no primeiro dia útil seguinte à data de

encerramento do bálano. Quanto maior, melhor.

LI= Disponível*

Passivo Circulante

*Disponível= Caixa+Bancos Conta Movimento+Aplicações Financeiras

3.3.1.4 Liquidez Geral

Através deste índice é possível perceber todas a capacidade de

pagamento da empresa a Longo Prazo, considerando tudo o que ela

converterá em dinheiro (a Curto e a Longo Prazo), relacionando-se com tudo o

que já assumiu como dívida (a Curto e a Longo Prazo) (SILVA, 2010).

LG= Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo

3.3.2 Quocientes de Endividamento

Também chamados de quocientes (ou índices) de estrutura de

capitais, os quocientes de endividamento têm por objetivo avaliar, sobretudo, o

grau de dependência da empresa em relação aos capitais de terceiros, através

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36

da medição da relação entre Capitais Próprios (Patrimônio Líquido), Capitais de

Terceiros (Passivo Exigível) e Capitais Aplicados (Ativo). Em outras palavras,

tais quocientes revelam a política de obtenção de recursos da empresa

(FERRARI, 2009).

3.3.2.1 Endividamento Total

O endividamento indica o montante dos recursos de terceiros que

está sendo usado, na tentativa de gerar lucros. Por isso existe grande

preocupação com o grau de endividamento e com a capacidade de pagamento

da empresa, pois, quanto mais endividada ela estiver maior será a

possibilidade de que não consiga satisfazer às obrigações com terceiros

(NEVES; VICECONTI, 2005).

ET= Passivo Exigível*

Ativo Total

*Passivo Exigível= Passivo Circulante + Passivo Exigível a Longo Prazo

3.3.2.2 Composição do Endividamento

Através desta índice é possível mensurar o volume de dívidas da

empresa com vencimento no curto prazo em relação à dívida total.

CE= Passivo Circulante Passivo Exigível*

*Passivo Exigível= Passivo Circulante + Passivo Exigível a Longo Prazo

3.3.2.3 Garantia do Capital de Terceiros

O índice de garantia do capital de terceiros traduz a garantia

proporcionada ao capital de terceiros em razão da existência de recursos

próprios. Quanto maior o volume de recursos próprios, maior a garantia

(FERREIRA, 2010).

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GCT= Patrimônio Líquido Passivo Exigível

Porém alguns autores trabalham com a fórmula invertida:

GCT= Passivo Exigível

Patrimônio Líquido

3.3.3 Quocientes de Rotatividade

Esses quocientes, que consideramos de alta relevância para análise

de crédito, expressam a velocidade com que determinados elementos

patrimoniais se renovam durante certo período de tempo. Devido a sua

natureza, tais quocientes usualmente apresentam seus resultados em dias,

meses ou períodos, fracionários ou múltiplos de um ano. A importância de tais

quocientes é representada pelo fato de expressarem relacionamentos

dinâmicos, que acabam influenciando a posição de liquidez e rentabilidade,

mais adiante. Normalmente, tais quocientes abarcam ou relacionam entre si

itens da Demonstração de Resultados e do Balanço Patrimonial ao mesmo

tempo (IUDÍCIBUS; MARION, 2000).

3.3.3.1 Prazo Médio de Renovação de Estoques (PMRE)

Este indicador mostra em quantos dias ou meses, em média, as

mercadorias ou produtos acabados ficaram estocados na empresa antes de

serem vendidos. Normalmente, o ideal é que a empresa tenha um alto índice

de rotação de seus estoques (ou seja, gire o estoque em menos dias), desde

que isso seja o reflexo de alto grau de comercialização de seus produtos, em

decorrência do aumento da demanda ou mesmo da boa penetração dos

mesmos no mercado (SILVA, 2010).

PMRE= Estoque ou Estoque Médio (ou média dos períodos) x 360

CMV

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38

3.3.3.2 Prazo Médio de Recebimento de Vendas (PMRV)

Mostra o prazo médio das vendas praticado com os cliente ao longo

do ano. De modo geral, quanto menor, melhor.

PMRV= Média de duplicatas a receber x 360 Receita Bruta de Vendas a Prazo

Na falta de maiores informações, a média de Duplicatas a Receber

pode ser obtida pelo somatório dos saldo iniciais e finais da conta Duplicatas a

Receber dividida por dois (PEREZ JUNIOR; BEGALLI, 2009).

3.3.3.3 Prazo Médio de Pagamentos a Fornecedores (PMPF)

Esse índice indica o prazo que, em média, a companhia recebe de

seus fornecedores para pagamento das compras a prazo.

Quanto á apuração da média deve ser a princípio aplicada há dos 12

meses. Na sua falta, devem adotar a média correspondente aos saldos no

início e no fim do exercício. Não havendo média disponível, utiliza-se o saldo

final da conta de Fornecedores

PMPF= Média Contas a Pagar* x 360 Compras a Prazo

*Contas a Pagar= Dívidas com Fornecedores

3.3.4 Quocientes de Rentabilidade ou Lucratividade

De acordo com Padoveze (2010):

“Talvez deva ser considerada a melhor análise a ser

extraída dos Demonstrativos Contábeis. Uma

rentabilidade adequada continuadamente é,

possivelmente, maior indicador da sobrevivência e

sucesso da empresa.

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39

Podemos separar a análise da rentabilidade em dois

grandes aspectos:

• Análise da geração da margem de lucro: leva

em conta o desempenho operacional da

empresa, através do conceito de giro do ativo,

que implica maior ou menor necessidade de

margem operacional sobre as venda.

• Análise da destinação do lucro: leva em conta

a alavancagem do capital de terceiros, para

aumento da rentabilidade do capital próprio.”

3.3.4.1 Margem Bruta

Calculada por produto, estabelecimento, departamento ou na política

de formação de preços. Indica o percentual que o lucro bruto representa das

vendas líquidas de impostos (de venda) e devoluções (PEREZ JUNIOR;

BEGALLI, 2009).

MB= Lucro Bruto Vendas Líquidas

3.3.4.2 Margem Líquida

Indica a capacidade da empresa em gerar lucro comparativamente à

receita Líquida de vendas. Também conhecido como Retorno sobre as Vendas,

compara o Lucro Líquido em relação às Vendas Líquidas do período,

apresentando o percentual de Lucratividade gerado.

ML= Resultado Líquido do Exercício Receita Líquida de Vendas

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3.3.4.3 Retorno (ou rentabilidade) Operacional do Ativo (ROA

ou ROI)

Denominado com Taxa de Retorno sobre o Ativo Total (ROA –

Return on Total Assets) e também como Taxa de Retorno sobre Investimentos

(ROI – Return on Investment).

Conforme Silva (2010):

Este indicador tem por objetivo medir a eficiência

global da alta direção da empresa na geração de lucros

com seus investimentos totais. Não havendo variações

significativas nos saldos do Ativo, ou então optar por

mediar a relação direta entre o Lucro Líquido do Exercício

e o saldo do Ativo. Caso contrário, utiliza-se o Ativo

Médio, que é obtido pela soma do Ativo Total do Ano

anterior com Ativo Total do Ano em curso, dividido por

dois.

ROA= Lucro Líquido Ativo Total ou Ativo Médio

3.3.4.4 Retorno (ou rentabilidade) Capital Próprio (RCP)

A importância do retorno sobre o Patrimônio Líquido reside em

expressar os resultados globais auferidos pela gerência na gestão de recursos

próprios e de terceiros, em benefício dos acionistas. Para efeito de análise de

crédito é uma segurança indireta de continuidade do empreendimento (se o

quociente for adequado) e de retorno dos recursos emprestados (IUDÍCIBUS;

MARION, 2000).

RCP= Lucro Líquido do Exercício Patrimônio Líquido

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3.3.5 Quocientes Complexos

3.3.5.1 Grau de Alavancagem Financeira

A Alavancagem Financeira é a medida que avalia a capacidade da

empresa em utilizar encargos financeiros fixos para maximizar os efeitos da

variação do lucro. A força da Alavancagem Financeira pode aumentar o retorno

dos investimentos dos acionistas e, frequentemente, há vantagens fiscais

associadas com a obtenção de empréstimos, por conta da possibilidade de

dedução no Imposto de Renda das despesas com os juros (SILVA, 2010).

Basicamente, o que determina a vantagem ou desvantagem na

utilização dos capitais de terceiros são os encargos financeiros (despesas

financeiras). Se as taxas de juros são muito elevadas, as despesas financeiras

geradas pelos empréstimos podem eliminar os ganhos correspondentes à

utilização dos capitais de terceiros e até provocar prejuízos. O uso dos capitais

alheios deve gerar ganho suficiente para cobrir os encargos por eles

originados. Caso contrário, não haverá interesse na utilização do capital de

terceiros, pois isso provocará a redução da lucratividade (FERREIRA, 2010).

GAF=

Lucro Líquido Patrimônio Líquido

Lucro Líquido + Despesas Financeiras Ativo Total

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CAPÍTULO IV

ANÁLISE DE CASO

Neste capítulo iremos apresentar de forma quantitativa e qualitativa

das apresentações das Demonstrações Contábeis e as respectivas análises

através dos índices. Também para levantar a importância do Contador em

produzir informações úteis aos usuários da Contabilidade para a tomada de

decisões.

Para demonstrar a importância das análises das Demonstrações

Contábeis na análise econômica e financeira, utilizando a metodologia aplicada

à pesquisa bibliografia deste trabalho. Apresentamos as Demonstrações

Contábeis da empresa Oi (telefonia).

Informações gerais sobre a empresa:

Razão: Telemar Note Leste S.A.

Ramos de atividade: Serviços de telefonia fixa e celular.

Capital Aberto: Sim.

Principais concorrentes: Vivo, Nextel, Tim e Claro.

As Demonstrações Contábeis apresentadas serão:

• Balanço Patrimonial

• Demonstração do Resultado do Exercício

4.1 Balanço Patrimonial

Segue a Demonstração Contábil conforme a Lei 6.406/76 e suas

alterações.

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Quadro 1 – Balanço Patrimonial

Balanço Consolidado em Milhões 3T09 3T10 Ativo Total 59.511,7 61.700,7 Ativo Circulante 18.143,2 21.830,5 Disponibilidades 5.662,5 9.058,0 Créditos 6.151,0 5.926,7 Estoques 137,8 104,1 Outros 6.191,8 6.741,7 Ativo Não Circulante 41.368,5 39.870,2 Ativo Realizável a Longo Prazo 7.625,8 7.830,0 Créditos Diversos 4.434,4 4.538,0 Créditos com Pessoas Ligadas 488,3 0,0 Outros 2.703,2 3.292,0 Ativo Permanente 33.742,7 32.040,1 Investimentos 47,1 47,1 Imobilizado 21.903,1 20.980,5 Intangível 11.524,0 10.830,3 Diferido 268,5 182,3 Passivo Total 59.511,7 61.700,7 Passivo Circulante 19.123,2 14.995,3 Empréstimos e Financiamentos 9.624,6 6.912,4 Debêntures 0,0 0,0 Fornecedores 3.045,2 3.117,2 Impostos, Taxas e Contribuições 2.243,2 1.981,5 Dividendos a Pagar 1.630,6 192,4 Provisões 798,8 802,2 Dívidas com Pessoas Ligadas 0,0 0,0 Outros 1.780,8 1.989,6 Passivo Não Circulante 24.877,4 29.428,7 Passivo Exigível a Longo Prazo 24.877,4 29.428,7 Empréstimos e Financiamentos 18.411,1 22.569,0 Debêntures 0,0 0,0 Provisões 3.209,3 3.350,5 Dívidas com Pessoas Ligadas 501,3 0,0 Outros 2.755,7 3.509,2 Resultados de Exercícios Futuros 0,0 0,0 Participações Minoritárias 5.600,9 6.157,4 Patrimônio Líquido 9.910,2 11.119,3 Capital Social Realizado 7.434,4 7.434,4 Reservas de Capital 2.214,3 2.018,4 Reservas de Lucro 350,4 (17,4) Lucros/Prejuízos Acumulados (88,9) 1.683,8

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4.2 Demonstração do Resultado do Exercício

Quadro 2 – Demonstração do Resultado do Exercício

DRE no Período - Consolidado 3T09 3T10

Milhões Receita Bruta de Vendas e/ou Serviços 11.571,4 11.384,9 Deduções da Receita Bruta (4.035,6) (4.073,2) Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços 7.535,9 7.311,7 Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos (4.590,6) (3.766,1) Resultado Bruto 2.945,2 3.545,6 Despesas/Receitas Operacionais (2.554,5) (2.443,4) Com Vendas (1.151,8) (1.205,2) Gerais e Administrativas (814,2) (643,7) Financeiras (528,1) (489,3) Outras Receitas Operacionais 299,4 320,9 Outras Despesas Operacionais (361,0) (442,9) Resultado da Equivalência Patrimonial 1,3 16,9 Resultado Operacional 390,8 1.102,2 Resultado Não Operacional 0,0 0,0 Resultado Antes Tributação/Participações 390,8 1.102,2 Provisão para IR e Contribuição Social (206,1) (109,5) IR Diferido 31,4 (235,8) Participações/Contribuições Estatutárias 0,0 0,0 Reversão dos Juros sobre Capital Próprio 0,0 0,0 Participações Minoritárias (150,4) (208,2) Lucro/Prejuízo do Período 65,8 548,7

4.3 Análise Comparativa

4.3.1 Análise Vertical

No Balanço Patrimonial acima utilizamos a análise vertical para

verificar qual a porcentagem de cada componente em relação ao Ativo Total.

Então no 3° trimestre de 2009 o Ativo Circulante representa 30,49%, o

Realizável a Longo Prazo 69,51%, o Ativo Permanente 56,70% representa ao

Ativo Total.

O Passivo Circulante corresponde a 32,13%, o Passivo Exigível à

Longo Prazo 41,80% e o Patrimônio Líquido 16,65% do Passivo Total.

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No 3° trimestre de 2009 o Ativo Circulante representa 35,4%, o

Realizável à Longo Prazo representa 64,62%, o Ativo Permanente representa

51,93% do Ativo Total. O Passivo Circulante corresponde a 24,40%, O Passivo

Exigível à Longo Prazo corresponde a 47,70% e Patrimônio Líquido

corresponde a 18,02% do Passivo Total.

Na Demonstração do Resultado do Exercício, o Lucro Líquido

corresponde a 0,57% no 3° trimestre de 2009 e 4,82% no 3° trimestre de 2010

das Receita Bruta. O Lucro Bruto corresponde a 25,45% das vendas em

enquanto as despesas operacionais consumem 22,08% do total de vendas no

3° trimestre de 2009 e no 3° trimestre de 2010 o Lucro Bruto corresponde a

31,14% das vendas em enquanto as despesas operacionais consumem

21,46% do total de vendas.

4.3.2 Análise Horizontal

Observando que no 3° trimestre de 2010 o Ativo Circulante

apresentou um aumento de 20,32%, o Ativo Realizável a Longo Prazo

representou uma redução de 3,62% e o Ativo Permanente apresentou uma

redução de 5,05% em relação ao 3° trimestre de 2009.

No Passivo Circulante do 3° trimestre de 2010 apresentou uma

redução de 21,59%, no Passivo Realizável à Longo Prazo um aumento de

18,29% e no Patrimônio Líquido um aumento de 12,20% em relação ao 3°

trimestre de 2009.

Referente a DRE, houve um aumento de 734,40% em comparação

ao Lucro Líquido do 3° trimestre de 2009 a 3° trimestre de 2010.

4.4.1 Análise por Quocientes

4.4.1.1 Liquidez Corrente

No 3° trimestre de 2009: 18.143,2/19.123,2= 0,95

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No 3° trimestre de 2010: 21.830,5/14.995,3= 0,46

Indica que, para cada real de dívidas de custo prazo (passivo

circulante) a empresa dispõe de 0,95 de bens e direitos de curto prazo (ativo

circulante para pagar, faltando 0,05 centavos no 3° trimestre de 2009.

No 3° trimestre de 2010, indica que, para cada real de dívidas de

custo prazo (passivo circulante) a empresa dispõe de 0,95 de bens e direitos

de curto prazo (ativo circulante para pagar, faltando 0,54 centavos.

4.4.1.2 Liquidez Seca

No 3° trimestre de 2009: 18.143,2-137,8/19.123,2= 0,94

No 3° trimestre de 2010: 21.830,5-104,1/14.995,3= 1,45

Indica que, para cada 1,00 de dívidas de curto prazo, a empresa

dispões de 0,94 de bens e direitos de curto prazo, menos estoques, para pagar

no 3° trimestre de 2009

No 3° trimestre de 2010, indica que, para cada 1,00 de dívidas de

curto prazo, a empresa negociaria a dívida com Ativo Circulante e sobraria

0,45, deixando livre o estoque para quitação da dívida.

4.4.1.3 Liquidez Imediata

No 3° trimestre de 2009: 5.662,5/19.123,2= 0,30

No 3° trimestre de 2010: 9.058,2/14.995,3= 0,60

Indica que, para cada 1,00 de dívidas com terceiros de curto prazo,

a empresa dispõe de 0,30 em dinheiro para pagar no 3° trimestre de 2009.

No 3° trimestre de 2010, indica que, para cada 1,00 de dívidas com

terceiros de curto prazo, a empresa dispõe de 0,60 em dinheiro para pagar

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4.4.1.4 Liquidez Geral

No 3° trimestre de 2009: 18.143,2+7.625,8/19.123,2+24877,4= 0,59

No 3° trimestre de 2010: 21.830,8+7830,0/14.995,3+29.428,7= 0,67

Indica que, para cada 1,00 de dívidas totais com terceiros, a

empresa dispões de 0,59 de bens e direitos e longo pra para pagar, ou seja,

pagaria os 0,59 e ainda faltariam 0,41 para quitar no 3° trimestre de 2009.

Indica que, para cada 1,00 de dívidas totais com terceiros, a

empresa dispões de 0,67 de bens e direitos e longo pra para pagar, ou seja,

pagaria os 0,67 e ainda faltariam 0,33 para quitar no 3° trimestre de 2010.

4.4.2 Análise por Quocientes de Endividamento

4.4.2.1 Endividamento Total

No 3° trimestre de 2009: 19.123,2+24877,4/59.511,7= 0,74

No 3° trimestre de 2010: 14.995,3+29.428,7/61.700,7= 0,72

Para cada 1,00 do Ativo Total, 0,74 estão presos a dívidas, logo 0,26

estão livres, ou seja, se a empresa negociar o ativo total, para cada 1,00 que

receber, paga 0,74 e sobram 0,26 no 3° trimestre de 2009.

Para cada 1,00 do Ativo Total, 0,72 estão presos a dívidas, logo 0,28

estão livres, ou seja, se a empresa negociar o ativo total, para cada 1,00 que

receber, paga 0,72 e sobram 0,28 no 3° trimestre de 2010.

4.4.2.2 Composição do Endividamento

No 3° trimestre de 2009: 19.123,2/(19.123,2+24877,4)= 0,43

No 3° trimestre de 2010: 14.995,3/(14.995,3+29.428,7)= 0,34

Indica que, para cada 1,00 de dívidas totais com terceiros, 0,34 são

de curto prazo e 0,66 são de longo prazo no 3° trimestre de 2009.

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Indica que, para cada 1,00 de dívidas totais com terceiros, 0,34 são

de curto prazo e 0,66 são de longo prazo no 3° trimestre de 2010.

4.4.2.3 Garantia do Capital de Terceiros

No 3° trimestre de 2009: 9.910,2/(19.123,2+24877,4)= 0,95

No 3° trimestre de 2010: 6.157,4/(14.995,3+29.428,7)= 0,25

Indica que, para cada 1,00 de capital próprio, existem 0,95 de capital

de terceiros no 3° trimestre de 2009.

Indica que, para cada 1,00 de capital próprio, existem 0,25 de capital

de terceiros no 3° trimestre de 2010.

4.4.3 Análise por Quocientes de Rotatividade

4.4.3.1 Prazo Médio de Renovação de Estoques (PMRE)

No 3° trimestre de 2009: (137,8x360)/4.590,6= 10,8

Prazo: 360/10,8= 33,33

No 3° trimestre de 2010: 6.157,4/(14.995,3+29.428,7)= 9,95

Prazo: 360/9,95= 36,18

O estoque no 3° trimestre de 2009 se renovou 10,8 vezes, o que

indica que a cada 33 dias o estoque se renova completamente.

O estoque no 3° trimestre de 2010 se renovou 9,95 vezes, o que

indica que a cada 36 dias o estoque se renova completamente.

4.4.3.2 Prazo Médio de Recebimento de Vendas (PMRV)

No 3° trimestre de 2010: 5.926,7/11.384,9= 0,52

Prazo: 360/9,95= 692,3

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As vendas a prazo provocaram um giro de 0,52 vezes durante o 3°

trimestre de 2010 e levou-se 692 dias para o recebimento total das vendas.

4.4.3.3 Prazo Médio de Pagamentos a Fornecedores (PMPF)

No 3° trimestre de 2010: 3.117,2/3.081,2= 1,01

Prazo: 360/1,01= 356,43

A cada 356 dias em média a empresa efetuou um compra completa,

ou seja, comprou e pagou.

4.4.4 Análise por Quocientes de Rentabilidade ou Lucratividade

4.4.4.1 Margem Bruta

No 3° trimestre de 2010: 3.545,6/7.311,7= 0,48x100= 48

No 3° trimestre de 2009: 2.945,2/7.535,9= 0,39x100= 39

O Lucro Bruto 48% das vendas líquidas no 3° trimestre de 2010 e

39% no 3° trimestre de 2009.

4.4.4.2 Margem Líquida

No 3° trimestre de 2010: 65,8/7.311,7= 0,00899x100= 0,89

Prazo: 360/0,89= 404

No 3° trimestre de 2009: 548,7/7.535,9= 0,07x10= 7

Prazo: 360/7= 51,42

A empresa levou 404 dias para efetuar o pagamento de todos os

seus produtos e serviços prestados no 3° trimestre de 2010 e no 3° trimestre

de 2009 levou 51 dias.

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4.4.4.3 Retorno (ou rentabilidade) Operacional do Ativo (ROA

ou ROI)

No 3° trimestre de 2009: (65,8/59.511,7) x 100= 0,11

No 3° trimestre de 2010: (548,7/61.700,7) x 100= 0,889

Esta taxa mede o poder de ganho da empresa, ou seja, para cada

100,00 investido há um ganho de 0,11 no 3° trimestre de 2009.

Esta taxa mede o poder de ganho da empresa, ou seja, para cada

100,00 investido há um ganho de 0,889 no 3° trimestre de 2010.

4.4.4.4 Retorno (ou rentabilidade) Capital Próprio (RCP)

No 3° trimestre de 2009: (65,8/9.910,2) x 100= 0,66

No 3° trimestre de 2010: (548,7/11.119,3) x 100= 4,93

O retorno que os proprietários tiveram foi de 0,66% no 3° trimestre

de 2009 e no 3° trimestre de 2010 o lucro líquido do exercício proporcionou aos

proprietários um retorno de 4,93%.

4.4.5 Análise por Quocientes Complexos

4.4.5.1 Grau de Alavancagem Financeira

No 3° trim. 2010: (548,7/10514,73)/((548,7+489,3)/60606,18)= 3,05

Sendo o GAF de 3,05, concluímos que a utilização de capital de

terceiros trouxe uma rentabilidade sobre o capital próprio 205% superior àquela

que seria caso todo o ativo fosse financiado por capitais próprios. Logo a

alavanca financeira foi favorável.

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CONCLUSÃO

Conforme definido na introdução, que as empresa estão devem está

atentas a informações de seus negócios. Assim como a Contabilidade e as

Demonstrações Contábeis são de grande instrumento para auxiliar os gestores

a tomar decisões, ou seja, coleta os dados econômicos, mensura-os

monetariamente, registra e sumariza em forma de relatórios, que contribuem

para tomada de decisão.

De acordo com Ferrari (2009), as Demonstrações Contábeis têm por

fim a exposição clara, sistematizada e objetiva da situação patrimonial,

econômica e financeira de uma entidade.

Já para Padoveze (2010), Análise de Balanço constitui-se em um

processo de meditação sobre os Demonstrativos Contábeis, objetivando uma

avaliação da situação de empresa em seus aspectos operacionais,

econômicos, patrimoniais e financeiros. E que avaliação sobre a empresa tem

por finalidade analisar o resultado e o desempenho da empresa, detectar os

pontos fortes e fracos do processo operacional e financeiros da companhia,

objetivando propor alternativas de curso futuro a serem tomadas e seguidas

pelos gestores da empresa.

Do mesmo modo Herrmann (2004) afirmava, para assegurar o êxito

de qualquer administração e garantir assim a integridade patrimonial contra

qualquer surpresa, é necessário colocar a atividade econômica sobre base

planificada, formulando previsões econômicas, estabelecendo probabilidades e

controlando as previsões mediante as técnicas da análise econômico-financeira

dos balanços periódicos.

De acordo com a empresa analisada, dentre algumas analises

apresentadas, no que se refere ao Endividamento Total, ela apresentou uma

situação razoavelmente bem nos dois períodos apresentados. E que houve um

crescimento do Lucro Líquido do Exercício e que os seus resultados foram

satisfatórios no 1° trimestre de 2010.

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Esse trabalho conclui que a nosso ver, não bastar ter uma boa visão das

Demonstrações Contábeis e sim saber interpretar as análises. Assim, com as

análises das Demonstrações Contábeis, deve assumir também o papel de

tradução dos elementos contidos nas Demonstrações Financeiras.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO........................................................................................... 01

AGRADECIMENTOS......................................................................................... 03

DEDICATÓRIA.................................................................................................. 04

RESUMO........................................................................................................... 05

METODOLOGIA................................................................................................ 06

SUMÁRIO.......................................................................................................... 07

INDRODUÇÃO.................................................................................................. 08

CAPÍTULO I....................................................................................................... 10

A ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA DA CONTABILIDADE....................... 10

1.1 Objetivos da Contabilidade...................................................................... 11

1.2 Cenários Contábeis.................................................................................12

1.3 Princípios Fundamentais de Contabilidade.............................................12

1.3.1 Princípio da Entidade....................................................................... 13

1.3.2 Princípio da Continuidade................................................................ 13

1.3.3 Princípio da Oportunidade............................................................... 14

1.3.4 Princípio do Registro pelo Valor Original......................................... 15

1.3.5 Princípio da Atualização Monetária.................................................. 15

1.3.6 Princípio da Competência................................................................ 16

1.3.7 Princípio da Prudência..................................................................... 16

CAPÍTULO II...................................................................................................... 17

AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS.............................................................. 17

2.1 As Demonstrações contábeis e informações obrigatórias...................... 18

2.2 Balanço Patrimonial................................................................................. 20

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2.3 Demonstração do Resultado do Exercício..............................................21

2.4 Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados..............................23

2.5 Demonstração do Fluxo de Caixa........................................................... 24

2.6 Demonstração do Valor Adicionado........................................................ 26

2.7 Notas Explicativas................................................................................... 27

2.8 Parecer dos Auditores Independentes.................................................... 29

2.9 Relatório da Administração..................................................................... 30

CAPÍTULO III..................................................................................................... 32

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS........................................... 32

3.1 Análise Horizontal.................................................................................... 33

3.2 Análise Vertical ..................................................................................... 33

3.3 Análise por Quocientes........................................................................... 34

3.3.1 Quocientes de Liquidez.................................................................... 34

3.3.1.1 Liquidez Corrente.......................................................................... 34

3.3.1.2 Liquidez Seca................................................................................ 34

3.3.1.3 Liquidez Imediata.......................................................................... 35

3.3.1.4 Liquidez Geral............................................................................... 35

3.3.2 Quocientes de Endividamento..............................................................35

3.3.2.1 Endividamento Total..................................................................... 36

3.3.2.2 Composição do Endividamento.................................................... 36

3.3.2.3 Garantia do Capital de Terceiros.................................................. 36

3.3.3 Quocientes de Rotatividade................................................................. 37

3.3.3.1 Prazo Médio de Renovação de Estoques (PMRE)....................... 37

3.3.3.2 Prazo Médio de Recebimento de Vendas (PMRV)....................... 38

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3.3.3.3 Prazo Médio de Pagamentos a Fornecedores (PMPF)................ 38

3.3.4 Quocientes de Rentabilidade ou Lucratividade.................................... 38

3.3.4.1 Margem Bruta............................................................................... 39

3.3.4.2 Margem Líquida............................................................................ 39

3.3.4.3 Retorno (ou rentabilidade) Operacional do Ativo (ROA ou ROI).. 40

3.3.4.4 Retorno (ou rentabilidade) Capital Próprio (RCP)......................... 40

3.3.5 Quocientes Complexos........................................................................ 41

3.3.5.1 Grau de Alavancagem Financeira................................................. 41

CAPÍTULO IV.................................................................................................... 42

ANÁLISE DE CASO.......................................................................................... 42

4.1 Balanço Patrimonial................................................................................. 42

4.2 Demonstração do Resultado do Exercício.............................................. 44

4.3 Análise Comparativa............................................................................... 44

4.3.1 Análise Vertical................................................................................ 44

4.3.2 Análise Horizontal............................................................................ 45

4.4.1 Análise por Quocientes........................................................................ 45

4.4.1.1 Liquidez Corrente.......................................................................... 45

4.4.1.2 Liquidez Seca................................................................................ 46

4.4.1.3 Liquidez Imediata.......................................................................... 46

4.4.1.4 Liquidez Geral............................................................................... 47

4.4.2 Análise por Quocientes de Endividamento............................................... 47

4.4.2.1 Endividamento Total..................................................................... 47

4.4.2.2 Composição do Endividamento.................................................... 47

4.4.2.3 Garantia do Capital de Terceiros.................................................. 48

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4.4.3 Análise por Quocientes de Rotatividade.............................................. 48

4.4.3.1 Prazo Médio de Renovação de Estoques (PMRE)....................... 48

4.4.3.2 Prazo Médio de Recebimento de Vendas (PMRV)....................... 48

4.4.3.3 Prazo Médio de Pagamentos a Fornecedores (PMPF)................ 49

4.4.4 Análise por Quocientes de Rentabilidade ou Lucratividade................. 49

4.4.4.1 Margem Bruta............................................................................... 49

4.4.4.2 Margem Líquida............................................................................ 49

4.4.4.3 Retorno (ou rentabilidade) Operacional do Ativo (ROA ou ROI).. 50

4.4.4.4 Retorno (ou rentabilidade) Capital Próprio (RCP)......................... 50

4.4.5 Análise por Quocientes Complexos..................................................... 50

4.4.5.1 Grau de Alavancagem Financeira................................................. 50

BIBLIOGRAFIA.................................................................................................. 53

ÍNDICE DE FIGURAS........................................................................................ 60

FOLHA DE AVALIAÇÃO................................................................................... 61

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ÍNDICE DE FIGURAS

Quadro 1 – Balanço Patrimonial 43

Quadro 2 – Demonstração do Resultado do Exercício 44

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

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