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nº 54 - ano V outubro/2011 A importância econômica e social da avicultura Apesar de sua grandeza, setor não tem apoio político proporcional NESTA EDIÇÃO Lançamento da Revista do Ovo

A importância econômica e social da avicultura

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Page 1: A importância econômica e social da avicultura

nº 54 - ano Voutubro/2011

Prod

ução

Ani

mal

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54 -

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bro/

2011

A importânciaeconômicae socialda aviculturaApesar de sua grandeza, setor não tem apoio político proporcional

NESTA EDIÇÃOLançamento daRevista do Ovo

Page 2: A importância econômica e social da avicultura
Page 3: A importância econômica e social da avicultura

Produção Animal | Avicultura 3

Sumário

Ponto final

É fundamental repensar a avicultura brasileira

JOSÉ FLÁVIO MOHALLEM

82

Eventos

Painel do Leitor

Classificados

06

08

80

Notícias CurtasPreparativos seguem acelerados para o Mundial de Avicultura 10AssociaçõesSindiavipar reelege presidente 62

Estatísticas e Preços

Produção e mercado resumoProdução de pintos de corteProdução de carne de frangoExportação de carne de frangoDisponibilidade interna de carne de frangoAlojamento de pintainhas comerciais de posturaDesempenho do frango vivo no mês de setembroDesempenho do ovo no mês de setembroMatérias-primas

70717273

74

75

76

7778

Portfólio AviGuia 81

Congresso Latino-americano Evento destaca região como motor da avicultura

26

AviGuiaMétodo de desinfecção é adotado pelo mercado brasileiro 64

Capa A importância econômica e social da atividade avícola

32Empresas As fusões no setor de carne são positivas ou negativas?

44Informe Técnico-empresarialMetachem

52Prêmio LamasConcurso premia futuros líderes

54

Page 4: A importância econômica e social da avicultura

eDITORIAL

O lado social da avicultura

Agradecimentos

Muito se fala sobre a qualidade da

carne de frango brasileira e o quão tec-

nológica é a sua produção no País (o que

é bem verdade!), mas pouco se fala, ou

quase nada, sobre o lado social promo-

vido por esta atividade agropecuária.

Nesta edição, trazemos a você leitor um

retrato da avicultura no âmbito social.

Procuramos destacar aqui a sua impor-

tância para a sobrevivência e o desenvol-

vimento de milhares de famílias, além de

traduzir em números a sua grandeza

para a economia do Brasil.

Muitas pessoas nem percebem, ou

não sabem, que a avicultura temcontri-

buição fundamental para a melhoria da

alimentação dos brasileiros. A carne de-

frango e o ovo têm sido itens cada vez

mais presentes na mesa da população

do Brasil, registrando, ano a ano, au-

mentos significativos no consumo. Ou-

tro aspecto social destacável no setor é

o uso de mão-de-obra intensiva, o que,

quase com certeza, torna a avicultura a

maior geradora de empregos de toda a

agropecuária. Ou será que existe outra

atividade na agricultura ou na produção

animal que ocupe, direta e indiretamen-

te, um contingente estimado em 4,5 mi-

lhões de pessoas? Confira a partir da pá-

gina 32.

Também nesta edição, temos uma re-

portagem (página 44) que mostra como as

empresas avícolas brasileiras estão enfren-

tando a competitividade com a gigante BRF,

que já nasceu com participação de mais de

50% em diversos segmentos do mercado

brasileiro de alimentos. E a boa surpresa é

que a maioria dessas empresas está se sain-

do muito bem e usando muita criatividade,

competência e tecnologia para conquistar o

seu espaço.

Não deixe de conferir: a Revista do Avi-

Site nº 54 ainda traz uma grande novidade

para o leitor e todo o setor avícola: a edição

nº 01 da Revista do Ovo. Um novo veículo

de comunicação, com a marca e a qualida-

de AviSite, elaborada especialmente para o

setor produtivo de ovos. Boa leitura!

Acompanhe a partir da página 12, da

Revista do Ovo, como andam os trabalhos

de controle e prevenção da Laringotraqueí-

te Infecciosa (LTI) no Brasil? Após quase

uma década do surto que acarretou inúme-

ros prejuízos à avicultura de postura da re-

gião de Bastos, SP, a comunidade técnico-

-científica do País se diz hoje melhor

preparada e com mais recursos para lutar

contra a enfermidade e pede, junto ao go-

verno federal, uma legislação nacional para

se chegar a medidas padrões de controle,

prevenção e tratamento.

Registramos aqui o nosso muito obrigado a todos os cola-boradores das matérias desta edição: José Flávio Mohallem, Roberto Kaefer, Valter Bampi, Paulo José Balla, Mário Lanznas-ter, Fernando Buchala e os pes-quisadores agraciados com o Prêmio Lamas, além da organi-zação do Curso de Atualização em Postura Comercial e do Con-gresso Latino-americano de Avi-cultura. Também agradecemos a Super Frango e a Aurora pelo envio de imagens.

4 Avicultura | Produção Animal

PublisherPaulo [email protected]

Redação Andrea Quevedo (MTB 27.007) Érica Barros (MTB 49.030) Mariana Almeida (MTB 62.855) [email protected]

Comercial Christiane Galusni Wilson Matos Junior [email protected]

Diagramação e arteMundo Agro e WL [email protected]

InternetJessica Sousa Rafael Ribeiro Vinicius [email protected]

Circulação e assinaturaCarla Fracalossi(19) [email protected]

Fale com a redaçã[email protected]: (19) 3241 9292

expeDIenTeProdução Animal - AviculturaISSN 1983-0017

Mundo Agro Editora Ltda.Rua Erasmo Braga, 115313070-147 - Campinas, SP

Família Becker, integrada da Aurora, em Abelardo Luz, SC: Parte de um contingente que envolve milhões de pessoas

Page 5: A importância econômica e social da avicultura
Page 6: A importância econômica e social da avicultura

Eventos

6 Produção Animal | Avicultura6 Produção Animal | Avicultura

Março

28 a 30 de marçoI Simpósio de Avicultura do Nordeste Local: João Pessoa, PB Realização: Universidade Federal da Paraíba Contato: (83) 3362-2300Informações: www.getaufpb.orgE-mail: [email protected]

Abril

17 a 19 de abrilXIII Simpósio Brasil Sul de Avicultura e IV Poultry Fair Local: Centro de Eventos Plínio Arlindo de Nês, Chapecó, SC,Realização: Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet)Informações: www.nucleovet.com.br E-mail: [email protected]

Agosto

5 a 9 de agosto XXIV Congresso Mundial de Avicultura (WPC 2012) Local: Centro de Convenções de Salvador, Salvador, BA Realização: FACTA Contato: (19) 3243-6565E-mail: [email protected],br Informações: www.wpc2012.com

2011

Outubro

24 a 27 de outubroVI Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia de Carnes Local: Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro, SP Realização: ITALContato: (19) 3743-1757 Informações: www.ital.sp.gov.br/ctc/eventos/vi-congresso/programa.php E-mail: [email protected]

25 a 27 de outubro 22º Congresso Brasileiro de Avicultura Local: Centro de Eventos Imigrantes, em São Paulo, SPRealização: União Brasileira de Avicultura (UBABEF)Contato: (11) 3815-5964Informações: www.ubabef.com.br

Novembro

17 a 18 de novembroI Simpósio de Patologia e Produção Avícola Local: Hotel Holiday Inn, Porto Alegre, RSRealização: Centro de Diagnóstico e Pesquisa em Patologia Aviária - CDPA/UFRGSContato: (51) 3308-6138Informações: www.cdpa.ufrgs.brE-mail: [email protected]

2012

Janeiro

24 a 26 de janeiroInternational Poultry ExpoLocal: Georgia World Congress Center, Atlanta, Gergia, EUARealização: U.S. Poultry & Egg Association Contato: (770) 493-9401 Informações: www.ipe11.org

Page 7: A importância econômica e social da avicultura

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IT.T.Tran, R. Hatti-Kaul, S. Dalsgaard y S.Yu (2011)

A simple and fast kinetic assay for phytases using phytic

acid-protein complex as substrate.

Analytical Biochemistry, 410, N° 2, 177-184.

PHYZYME XP - DOSAR PARA LUCRAR ECOMBATER O EFEITO FITATO

A otimização do uso de fitase com o intuito de

compensar o efeito antinutriente do fitato na

ração pode aumentar consideravelmente os

níveis energéticos e proteicos dos ingredientes da

dieta e reduzir a necessidade de adição de fosfato,

levando a substanciais economias de custo

alimentares. Nem todas as fitases são iguais na

ação de compensar o dispendioso 'efeito fitato'

na ração animal, como confirma a nova pesquisa

publicada no jornal internacional,

.

1

Analytical

Biochemistr y

MEDINDO A EFICÁCIA DA FITASECONTRA O EFEITO FITATO

Um novo ensaio , que simula as condições

de pH e temperatura (pH 3 e 37°C),

demonstrou o efeito da ligação do fitato a

proteínas, em uma solução de lisossoma ou

proteína de soja na qual se tornou turva.A adição

de fitase à solução turva, quebra essas ligações

liberando os nutrientes que estavam ligados ao

fitato. Quanto mais proteínas são liberadas, mais

clara a solução se torna.

Os resultados da aplicação deste teste a

uma série de fitases disponíveis comercialmente

mostraram que a Phyzyme XP é claramente

diferente das outras, reduzindo a turbidez da

solução de forma mais eficaz.Além disso, quanto

maior a taxa de inclusão de fitase, mais rápida as

ligações fitato-proteína são quebradas e mais

rápida é a liberação dos nutrientes ligados.

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combatendo o 'efeito fitato' e maximizar suas

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O EFEITO FITATO

O fitato não só é a principal forma de

armazenamento de fósforo em muitas matérias-

primas, como cereais, sementes, vegetais e

legumes, mas também é capaz de reduzir a

disponibilidade de uma variedade de nutrientes

para o animal. O fitato faz isso formando

complexos com proteínas, cálcio e outros

elementos ao longo de todo o trato digestivo - o

chamado 'efeito fitato'. Em pH ácido, na par te

superior do trato digestivo, o fitato se liga a

proteínas formando complexos insolúveis. Os

complexos fitato-proteína podem impedir a

digestão de proteínas, implicando negativamente

na digestibilidade de proteínas e aminoácidos, e

na utilização de energia. Esse efeito reduz o valor

nutricional das formulações de rações e acarreta

custos em termos de desempenho animal.

A diferença é clara

Aumento das unidades de fitato na solução

Page 8: A importância econômica e social da avicultura

8 Produção Animal | Avicultura

Painel do Leitor

A diagramação e a arte do artigo ficaram bem legais. Se precisar de algo, estou disponível para pautas que vocês da equipe do AviSite tenham em ambiente. Em março do ano que vem, haverá um evento de produção animal e recursos hídricos aqui em São Carlos, SP. Assim que tiver o programa envio para divulgação e já convido a todos para participar do evento.Julio Cesar Palhares, São Carlos, SP

Pegada hídrica e a produção de aves de corte

Os avicultores do noroeste paulista formaram, em meados de julho, a Associação dos Avicultores da Central Paulista (Assofran), localizada na cidade de Bariri, SP. O principal objeti-vo da iniciativa foi obter maior representatividade para o setor avícola da região e melhorar a renda dos associados.

O pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos, SP, Julio Cesar P. Palhares, explica neste artigo, publicado na edição 53 da Revista do AviSite, o conceito da pegada hídrica, que proporciona aos consumidores o conhecimento de como as produções pecuárias se relacionam com a água e como os atores das cadeias produti-vas podem promover a gestão e conservação do recurso natural.

Desculpe o atraso em minha manifestação de agra-decimento pela notícia que a Revista do AviSite publicou da criação da ASSOFRAN, mas aí vai o “Muito Obrigado” e de toda a nossa diretoria e associados. Você têm sido mencionados em quase todas as nossas reuniões. José Silveira Neto, Diretor Secretário da ASSO-FRAN, Bariri, SP

Acho importante a divulgação dos e-mails das asso-ciações da área avícola para diminuirmos a distância e estreitar conhecimentos.Susana Aparecida, São Paulo, SP

Da união de avicultores de Bariri, nasce a Assofran

No final de agosto, o Coordenador Geral do Pro-grama de Avicultura Familiar (PAF), Marcos Berto-li, se encontrou com o Diretor Geral eleito da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), José Graziano da Silva com o intuito de emcampar o PAF implantando três projetos pilotos.

Parabéns Dr. Graziano por encampar o PAF e levá--lo a tantos países que precisam desenvolver a produção de alimentos nesse nível. Para alicerçar essa atividade é realmente necessária, primeira-mente, a parceria público-privada, para depois a iniciativa caminhar de forma auto-sustentável.Mario Lucena, Belém, PA

PAF e FAO: reunião rende novas parcerias

A edição de setembro da Revista do AviSite apresenta um dos mais recentes estudos em termos de ambiência avícola: ambiência pré-porteira – o tempo de espera no incubatório e sua influência sobre o desempenho inicial de frangos de corte. Também mostramos as mais modernas técnicas aplicadas para melhorar o bem-estar das aves.

Participe e envie seu comentário para

[email protected]

Page 9: A importância econômica e social da avicultura

Leia as últimas notícias do setor em www.avisite.com.br

9 Produção Animal | Avicultura

Leia as últimas notícias do setor em www.avisite.com.br

As cinco mais lidas no AviSite em setembro

Em função, sobretudo, da quebra de safra norte--americana, o USDA reviu para baixo suas proje-

ções de produção de milho na safra 2011/12. Em agos-to, havia previsto produção mundial de 860 milhões de toneladas; nas previsões de setembro estimou volume em torno de 855 milhões de toneladas.

Os 10 principais importadores da carne de frango brasileira até agosto

1

Partindo do princípio de que o abate realizado nas duas empresas é totalmente submetido à inspeção

sanitária oficial e levando em conta, ainda, os dados trimestrais do IBGE relativos ao abate inspecionado no Brasil, conclui-se que BRF e Marfrig respondem, com pequenas variações, por 45% dos frangos inspeciona-dos abatidos no País.

BRF e Marfrig respondem por 45% do frango inspecionado brasileiro

4

3O recuo de preço

enfrentado pela carne de frango in natura exportada pelo Brasil emite claros sinais de alerta para o setor – de um lado por ter repetido, em agosto, pelo terceiro mês con-secutivo, de forma mais incisiva que nos dois meses anteriores; de outro, porque o preço em queda caminha em linha de choque direto com os custos, crescentes e visi-velmente superiores nos últimos 12-15 meses.

Nesse processo, o que mais chama a atenção e preocupa é a coincidência do comportamento atual com aquele observado três anos atrás, quando eclodiu a crise econômica mundial.

Preço externo do frango emite sinais de alerta

2

A ascensão da China do 10º para o 6º lugar continua sendo um dos fatos de maior destaque entre os

principais importadores da carne de frango brasileira. No mais, a maior parte do ranking permanece

praticamente inalterada, exceto pela troca de postos (às vezes momentânea) entre alguns países.

Entre os 10 principais importadores, apenas um país – a Venezuela – reduziu o volume adquirido e, por decorrência, registra receita cambial inferior à do ano passado. Leia mais na página 14.

Um dia após divulgar a situação mundial do preço dos alimentos em agosto e comentar que houve redu-

ção no preço médio internacional da carne de frango “como reflexo de uma queda de 7% no preço do frango brasileiro destinado à exportação” a FAO forneceu novos detalhes sobre os preços do produto. E, tudo indica, baseou-se apenas nos preços brasileiros para concluir que caiu o índice de preços FAO da carne avícola.

Os valores da FAO para a carne de frango do Brasil e dos EUA

Milho: tendências da produção mundial em 2012, segundo o USDA

5

Page 10: A importância econômica e social da avicultura

10 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Preparativos seguem acelerados para o Mundial de Avicultura

WPC 2012

Com o objetivo de promover o XXIV Congresso Mundial de

Avicultura (WPC 2012), que será reali-zado no Brasil entre os dias 5 e 9 de agosto de 2012, em Salvador (BA), uma equipe promotora do evento esteve presente no XXII Congresso Latino-Americano de Avicultura, reali-zado na Argentina entre os dias 6 e 9 de setembro. O WPC 2012, evento

organizado e realizado pela WPSA Brasil (World’s Poultry Science Association – Brazilian Branch) com co-organização da Facta (Fundação Apinco de Ciências e Tecnologia Avícolas) e da Ubabef (União Brasileira da Avicultura), espera reunir no Brasil mais de cinco mil técnicos, especialis-tas, empresários e produtores de todo o mundo. Realizado a cada quatro anos, o WPC é o mais importante evento do mundo da cadeia produtiva de aves e ovos e por isso o Congresso reúne os melhores técnicos e cientis-tas do setor. A disputa pelo país em que serão realizadas suas edições também é bastante acirrada. O Secretário Geral da WPSA, Dr. Roel Mulder, esteve presente no Congresso

Latino Americano e comentou sobre a escolha do Brasil para a realização do próximo WPC. “A WPSA sempre alter-na os continentes escolhidos para a realização do evento e, antes da esco-lha do Brasil, o Congresso Mundial havia sido realizado na Austrália e na Turquia. Então, automaticamente, a América Latina ou a América do Norte seria a opção. Sendo assim, o Brasil foi escolhido pela grande expansão que tem conquistado com a indústria aviária” explicou Dr. Mulder, que garantiu aos congressistas: “No Brasil, nossas apresentações científicas reuni-rão o que está sendo realizado de melhor ao redor do mundo”. Para mais informações sobre o WPC 2012 acesse www.wpc2012.com.br.

XIII Simpósio Brasil Sul reúne o setor em abril de 2012

Evento técnico

O Simpósio Brasil Sul de Avicultura chega à 13ª edição como o prin-

cipal fórum de debates de tecnologias para a avicultura comercial brasileira e uma referência de qualidade para o setor avícola na América Latina. De 17 a 19 de abril de 2012 o setor estará reunido em Chapecó, SC, berço da avicultura comercial brasileira. O sim-pósio que abre o calendário brasileiro de eventos técnicos reforça a cada ano a relação entre conhecimento técnico, difusão de conhecimento e tecnolo-gias para melhorar a produtividade e garantir a sustentabilidade e a viabili-dade do setor.

Paralelo ao simpósio será realizada a IV Brasil Sul Poultry Fair, feira de negócios em formato único e padroni-zado que reúne serviços, produtos e equipamentos destinados à sanidade, diagnóstico, manejo, bem-estar e

nutrição animal. Segundo a organização do evento,

o crescimento do número de partici-pantes e empresas patrocinadoras confirma a tendência de sucesso do evento. Além da programação técnica, o SBSA se tornou uma excelente vitri-ne para lançamentos de produtos e eventos corporativos.

O simpósio também se consolida pelo alto nível da programação cientí-fica, que apresenta relevantes inova-ções da cadeia produtiva e contribui com os principais desafios do campo de maneira prática.

O AviSite é parceiro do Simpósio Brasil Sul de Avicultura e a Revista do AviSite é a publicação oficial do even-to e também será encartada nas pas-tas entregues aos Congressistas.

Mais informações: www.nucleo-vet.com.br.

Rodrigo Toledo na abertura do SBSA em 2011

Page 11: A importância econômica e social da avicultura

Produção Animal | Avicultura 11

Leia as últimas notícias do setor em www.avisite.com.br

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Page 12: A importância econômica e social da avicultura

12 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Os cinco principais países do mundo na carne de frango

Top 5

A partir de projeções do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), o gráfico abaixo reúne os cinco

principais países do mundo na produção, importação, exportação e consumo per capita e sua participação no volume global. Ainda que os quadros sejam auto-explica-tivos, cabem duas observações relativas ao Brasil:

1ª) Na exportação, os números do USDA excluem as patas de frango. Daí o volume relativamente baixo (em relação ao total estimado internamente – cerca de 3,9 a 4,0 milhões de toneladas) previsto para as exportações brasileiras. De toda forma o volume apontado (3,310 milhões/t) é 4% maior que o de 2010.

2ª) Em suas previsões, o USDA comenta que o consu-mo per capita dos países do Oriente Médio (como Kuwait e Emirados Árabes) está superestimado – porque, sobre-tudo, parte das importações que realizam é reexportada para terceiros países. Isso pode significar que o consumo per capita brasileiro (terceiro na lista) deve estar muito mais próximo dos primeiros.

PRODUÇÃOMilhões/t

EUA 16,8

China 13,2

Brasil 12,9

UE-27 9,2

México 2,9

Total 5 55,0

Total mundial 78,8

% dos 5 70%

IMPORTAÇÃOMilhões/t

Japão 820

Arábia Saudita 720

UE-27 675

México 580

Rússia 325

Total 5 3.120

Total mundial 7.989

% dos 5 39%

EXPORTAÇÃOMilhões/t

Brasil 3.310

EUA 2.971

UE-27 940

Tailândia 475

China 440

Total 5 8.136

Total mundial 8.913

% dos 5 91%

CONSUMOKg per capita

Emirados Árabes 59,4

Kuwait 58,9

Brasil 47,3

Hong Kong 47,0

EUA 44,5

CARNE DE FRANGOOs 5 primeiros do mundo na produção, importação, exportação e consumo per capita - PREVISÃO PARA 2011

Fonte dos dados básicos: USDA / Elaboração e análises: AVISITE

Page 13: A importância econômica e social da avicultura

Produção Animal | Avicultura 13

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Brasil produzirá 61 milhões de toneladas de milho

Em 2012

Se o USDA estiver correto e São Pedro ajudar, em 2012 o Brasil registrará novo recorde na produção

de milho e superando a marca (58,6 milhões de tone-ladas) imbatível desde 2008. Ao divulgar no início de setembro suas novas projeções sobre a produção e o consumo mundial de milho na safra 2011/2012, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) atuali-zou também os números relativos à vindoura produ-ção brasileira. Estimou volume da ordem de 61 mi-lhões de toneladas. A nova estimativa corresponde a um aumento de 7% sobre a estimativa anterior, feita em agosto passado. Mas além da produção, sobem também – nas projeções do USDA – o estoque inicial, o consumo de ração e o total e a exportação. Assim, mesmo estando prevista queda na importação do produto, o estoque pode ficar próximo dos 11 mi-lhões de toneladas. Em relação à safra corrente (2010/2011), os números do USDA são bastante simi-lares àqueles divulgados na última sexta-feira (9) pela Conab. Mesmo assim, o estoque final apontado é quase 5% menor que o projetado pela Conab.

MILHOPrevisão de produção em 2011 (CONAB e USDA) e projeção de produção para 2012 (USDA) - MIL TONELADAS

CONAB USDA USDA

2011 2011 2012* 2012**

Estoque inicial 9.213 9.990 8.690 9.990

Produção 57.514 57.500 57.000 61.000

Importação 300 500 1.000 500

Consumo de ração - 42.500 43.500 45.000

Consumo total 48.549 49.500 50.500 52.000

Exportação 8.000 8.500 8.000 8.500

Estoque final 10.478 9.990 8.190 10.990

Fontes dos dados básicos: Conab e USDAElaboração e análises: AVISITE

* Previsão de agosto de 2011 ** Previsão de setembro de 2011

Page 14: A importância econômica e social da avicultura

14 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Os 10 principais importadores da carne de frango brasileira até agosto

Quem compra mais

A ascensão da China do 10º para o 6º lugar continua sendo um

dos fatos de maior destaque entre os principais importadores da carne de frango brasileira.

No mais, a maior parte do ranking permanece praticamente inalterada, exceto pela troca de pos-tos (às vezes momentânea) entre alguns países. Caso, por exemplo, de Japão e Arábia Saudita. Nos oito primeiros meses do ano passado o Japão foi (pela receita cambial) o principal cliente do Brasil na importa-ção de carne de frango. Como, em 2011, o volume adquirido pela Arábia Saudita (então 2ª colocada) foi quase

um quarto maior que no mesmo período de 2010, enquanto o volume das compras japonesas aumentou apenas 5,9%, os sauditas passaram para a primeira posição, posto que também ocupam em relação ao volu-me importado.

Entre os 10 principais importado-res, apenas um país – a Venezuela – reduziu o volume adquirido e, por decorrência, registra receita cambial inferior à do ano passado. Porém, esses recuos não interferiram no resultado global proporcionado pelos “10 mais”, ou seja, aumento de 33,2% na receita e de 11,6% no volume.

Os demais importadores reduzi-ram suas compras em 10,3% e, por isso, a receita cambial por eles gera-da aumentou apenas 3,3%. Não chegaram a afetar os resultados globais (receita total: +23,1%, volu-me total: +3,2%), porque representa-ram menos de um terço do mercado importador.

Mas isso, por outro lado, expõe a alta dependência do setor a uns poucos países. Apenas dez deles (menos de 7% dos 144 países rela-cionados pela Secex/MDIC em 2011) responderam por 67% do volume importado e por 71% da receita cambial da carne de frango.

CARNE DE FRANGO10 principais importadores do produto brasileiro ordenados

segundo a receita cambial JANEIRO-AGOSTO DE 2011

RECEITA VOLUME

US$ MI VAR. ANUAL MIL/T VAR. ANUAL

1. Arábia Saudita (2)

828,1 48,9% 423,5 24,7%

2. Japão (1) 798,7 36,3% 271,2 5,9%

3. Holanda (3) 564,0 39,7% 166,4 20,1%

4. Hong Kong (4)

365,5 6,6% 227,4 3,5%

5. Emirados Árabes (5)

294,7 21,4% 148,9 0,3%

6. China (10) 259,3 119,5% 120,8 70,0%

7. Venezuela (6)

205,5 -5,5% 103,8 -18,0%

8. Kuwait (7) 202,4 20,3% 116,3 2,8%

9. Alemanha (9)

177,1 28,3% 65,8 8,0%

10. Iraque (11) 152,7 32,7% 85,4 11,9%

Subtotal 3.847,9 33,2% 1.729,5 11,6%

Demais 1.532,8 3,3% 863,9 -10,3%

TOTAL 5.380,7 23,1% 2.593,4 3,2%

Fonte dos dados básicos: SECEX/MDICElaboração e análises: AVISITE

Os números entre parênteses após o nome de cada país indicam a posição ocupada no mesmo período do ano passado

Page 15: A importância econômica e social da avicultura

Produção Animal | Avicultura 15

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Page 16: A importância econômica e social da avicultura

16 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Ministério cria ‘sala de situação’ para a crise com a Rússia

Discussão direta

Em busca de reduzir “os ruídos” de comunicação interna, o Ministério da Agricultura vai criar uma

“sala de situação” para reunir todos os envolvidos nas negociações com a Rússia em relação ao embar-go de carnes. A Secretaria de Relações Internacionais (SRI) do Agronegócio é a responsável, dentro do Ministério, pelo processo. A Secretaria de Defesa Agropecuária será apenas uma consultora e prestado-ra de serviços à SRI. As atenções do governo se vol-tam à missão veterinária de Moscou que virá ao Brasil em novembro ou dezembro para inspecionar os pro-cedimentos nacionais.

Índia detecta novo surto de Influenza AviáriaEm alerta

Autoridades do leste da Índia vão começar a sacrificar galinhas e

destruir ovos para conter um novo surto de Influenza Aviária H5, disse o governo em nota no último dia 20 de setembro, enquanto essa cepa viral mutante se espalha por outros países da Ásia. A vigilância foi reforçada no Estado de Bengala Ocidental, que já foi duramente atingido por surtos anteriores da Influenza Aviária.

O governo federal pressiona auto-ridades locais a coibirem o desloca-mento de aves e derivados, e restrin-giu o acesso à área afetada depois do resultado positivo para o vírus H5 nos exames em amostras, segundo a nota do governo. NO entanto, não ficou imediatamente claro se esse foco na Índia tem relação com a nova cepa asiática do vírus. Especialistas aler-tam que não há vacina contra a cepa do H5N1 recentemente descoberta na China e no Vietnã, e que ela pode acarretar riscos para humanos. Eles disseram que é preciso monitorar atentamente a doença em aves do-mésticas e selvagens para evitar que ela se espalhe. As informações são da Agência Reuters.

País vai sacrificar aves e ovo, entre outras medidas de contenção, para evitar que o vírus H5 se espalhe

Page 17: A importância econômica e social da avicultura

Produção Animal | Avicultura 17

OIE reforça pedido de atenção contra nova variante do vírus H5N1

Influenza Aviária

Manifestando-se a respeito de uma nova variante do vírus H5N1

da Influenza Aviária – o chamado “cla-do 2.3.2.1”, cuja descoberta foi anun-ciada pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) emitiu comunicado em que ratifica a identificação da nova variante e afirma estar acompanhando de perto, ao redor do mundo, a evolu-ção da Influenza Aviária em aves do-mésticas e silvestres. A propósito, es-creve a OIE:

“Sabe-se que os vírus A da Influenza, tanto os que afetam huma-nos como animais, sofrem continuada-mente pequenas mudanças genéticas. E o surgimento do clado 2.3.2.1 do H5N1 é uma mutação genética natural

da evolução do vírus. Seu aparecimen-to não é causa imediata de alerta. Mas o simples aparecimento de uma nova cepa reforça a necessidade de um monitoramento contínuo da presença do vírus nas populações animais, o que permite não só a detecção precoce das mudanças ocorridas, mas também a escolha de estratégias de controle sanitário mais adequadas para a prote-ção da saúde animal e pública”.

Com esse objetivo, a OIE recomen-da manter-se vigilância ativa sobre as populações aviárias e incentiva os servi-ços veterinários oficiais a se prepararem para notificar, agir e responder rapida-mente a eventos sanitários incomuns e capazes de ocasionar doenças mais graves nos animais ou que possam representar risco para o homem.

Vírus A da Influenza sofrem continuada-mente pequenas mu-danças genéticas

Page 18: A importância econômica e social da avicultura

18 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Nutricionistas de Harvard contestam “prato pronto” do USDA

Comida saudável

Cerca de três meses atrás, o Departamento de Agricultura dos

EUA (USDA) criou o “my plate” e, com ele, sepultou a clássica “pirâmide ali-mentar” – que muitos mencionavam, mas poucos entendiam – adotada pelo governo norte-americano desde 1992. Lançado pela primeira dama do país, Michele Obama, o”my plate” também ganhou a alcunha de “prato pronto”,

pois sua principal inovação foi indicar a proporção ideal de cada nutriente consumido às refeições. Tudo como uma tentativa de deter o avanço da obesidade no país e as doenças dela decorrentes. Mas médicos nutricionis-tas da Universidade de Harvard já con-testam o “prato pronto” do USDA. Criticam, por exemplo, o fato de – ao recomendar o maior consumo de vege-

tais – não serem explicitados os vege-tais a serem consumidos. “A batata é um vegetal, mas quando frita é total-mente condenável” – explicam. Para eliminar esse senão, a equipe de Harvard lista os alimentos que conside-ra ideais e propõe um “prato pronto saudável”. Inclui entre elas as aves, hoje circunscritas quase inteiramente à carne de frango.

Gene mutante da galinha pode trazer resposta para hipertensão humana

Modelo ideal

Trabalho conjunto que envolveu cientistas de quatro diferentes

instituições de pesquisa do Reino Unido - da Universidade de Abertay (Dundee, Escócia), do Instituto Roslin da Universidade de Edimburgo (Escócia), do Hospital Ninewells (Dundee, Escócia) e da Universidade de Leeds – constatou que o gene GNB3 presente nas galinhas está pre-sente, também, em metade da popu-lação humana. Não só isso, porém: as pesquisas revelaram que, submetido à profunda mutação, o GNB3 acaba

ocasionando, nas aves, cegueira e anomalias renais. Já no homem, esse gene predispõe o organismo à hiper-tensão arterial. A partir desse achado, os cientistas do Reino Unido concluí-ram que, para a ciência, a galinha pode ser o modelo ideal para enten-der melhor como se desencadeia a hipertensão arterial humana – uma doença insidiosa (é conhecida como “assassina silenciosa”) e que, anual-mente, mata milhões de pessoas em decorrência de AVCs e ataques cardíacos.

Gene GNB3 presente nas galinhas está

presente, também, em metade da

população humana

Page 19: A importância econômica e social da avicultura

Produção Animal | Avicultura 19

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20 Produção Animal | Avicultura

RS ganha nova distribuidora de carne

Reiter Log

Exatamente dois anos depois de ter arren-dado suas seis unidades do Frigorífico

Mercosul para o Marfrig, o empresário Mauro Luis Pilz está de volta ao mercado de carnes. Ele inaugurou em setembro a Reiter Log, na qual investiu R$ 12 milhões para distribuir, inicialmente, 5 mil toneladas de carne dos frigoríficos Seara e Marfrig. A Reiter Log, construída no município de Nova Santa Rita, RS, que foi o que melhores condições de apoio ofereceu ao projeto do centro de distri-buição. Dentro de seis meses, Mauro Pilz pre-tende dobrar o volume de carne a ser distribu-ída, passando para 10 mil toneladas, que ocuparão os 440 caminhões que já estão à disposição para levar o produto por Porto Alegre, Região Metropolitana e grandes cida-des do interior gaúcho. As informações são do Jornal do Commercio.

Notícias/Empresas

Cerca de 12 milhões de reais foram investidos para distribuir

5 mil toneladas de carne

Unifrango investe em armazenagem e distribuição

Expansão

A Unifrango, que reúne 17 em-presas da área avícola instala-

das no Paraná, vai investir R$ 75 milhões na construção de um centro de armazenagem e distribuição em Apucarana, norte do Estado, com capacidade para 25 mil toneladas. O projeto será executado em três fases e a primeira, orçada em R$ 26 mi-

lhões, deve en-trar em opera-ção em janeiro de 2012. O lan-çamento do projeto coincide com a comemo-ração de dez anos de criação da Unifrango. Pedro Henrique de Oliveira, ge-rente executivo da empresa, disse que 10

sócias estão instaladas a menos de 70 quilômetros de distância do local onde está sendo feito o investimen-to. A intenção com a nova estrutura é facilitar a logística para embarque no Porto de Paranaguá, por via fer-roviária. Juntas, as empresas que fazem parte da Unifrango produzem

diariamente 2,2 milhões de ovos férteis e abatem dois milhões de frango. Antes dele, as empresas associadas chegaram a pensar na construção de um abatedouro e de uma fábrica de ração. Mas a ideia foi engavetada e o foco foi voltado para a armazenagem, que hoje é terceirizada. A Unifrango recebeu incentivos da prefeitura de Apucarana, que reduziu os custos do terreno. Como a empresa conse-guiu superávits ao intermediar ne-gócios das associadas, vai bancar com recursos próprios 40% dos custos da primeira fase. O restante será financiado, parte pelo BNDES. Conforme Oliveira, assim que for concluída a primeira parte, terá início a segunda e, em 2013, a ter-ceira fase. As informações foram divulgadas pelo jornal Valor Econômico.

Page 21: A importância econômica e social da avicultura

Produção Animal | Avicultura 21

Notícias/Empresas

Setor avícola entre as 1000 maiores empresas do Brasil

Ranking nacional

O jornal Valor Econômico divulgou seu tradicional ranking (anual) das mil

maiores empresas brasileiras em 2010. O AviSite se debruçou sobre a longa relação e encontrou entre as mil pelo menos 14 empresas diretamente relacionadas ao setor avícola ou com atuação específica na avicultura, em especial na indústria do frango.

Entre as 14, a metade está representa-da por cooperativas – a maior parte delas (5) sediadas no Paraná, uma em Santa Catarina e uma em São Paulo. Entre as mil maiores também aparece – na terceira posição, logo após Petrobras e Vale – a JBS-Friboi (receita líquida de R$55.056 milhões em 2010), que não desenvolve qualquer atividade na avicultura brasileira, mas é dona, nos EUA, da Pilgrim’s Pride, a segunda maior produtora de carne de frango daquele país (em 2010, ao redor de 3 milhões de toneladas, de um total nacional estimado em 16,5 milhões de toneladas).

VALOR 1000Empresas com atuação no setor avícola

EMPRESAPOSIÇÃO NO RANKING DO

VALOR

RECEITA LÍQUI-DA EM 2010 R$ MILHÕES

1 BRF Brasil Foods, SP 12º 22.681,3

2 Marfrig, SP 22º 15.878,5

3 Aurora, SC 128º 2.810,4

4 Cvale, PR 155º 2.306,0

5 LAR, PR 235º 1.481,0

6 Doux-Frangosul, RS 238º 1.455,1

7 Copacol, PR 310º 1.067,7

8 Coopavel, PR 340º 940,2

9 Pif-Paf, MG 445º 685,8

10 Copagril, PR 558º 525,1

11 Grupo ASA, DF 656º 423,2

12 Abatedouro de Aves

Canção, PR 752º 357,9

13 Nutriza, GO 843º 306,0

14 Holambra, SP 970º 250,7

Fonte: 1000 maiores empresas do Jornal Valor EconômicoElaboração e análises: AVISITE

Page 22: A importância econômica e social da avicultura

22 Produção Animal | Avicultura

Notícias/Empresas

Temporada de vendas da Marfrig ainda não terminou

Ajustes

Assim como sua concorrente JBS, a Marfrig - cujas ações também

sofrem na bolsa - informou ontem que vai reduzir os investimentos no próximo ano como forma de reduzir sua alavancagem e melhorar a gera-ção de caixa. Em teleconferência com analistas, para explicar deta-lhes da venda do negócio de logísti-ca especializada para redes de fast--food de sua subsidiária Keystone Foods, o presidente da Marfrig, Marcos Molina, disse que a empresa foi “agressiva em Capex nos últimos anos”. Agora, espera o retorno desses investimentos.

“Vão ser muito reduzidos em 2012”, disse Molina, referindo-se a aportes, mas sem mencionar núme-ros. No primeiro semestre deste ano, a Marfrig investiu R$ 534,7 milhões. “Temos que entregar os

resultados do que compramos”, afirmou. Desde 2006, antes mesmo de abrir o capital na bolsa, a Marfrig comprou 18 empresas no Brasil e no exterior por cerca de R$ 7 bilhões.

De acordo com o diretor de relações com investidores e de es-tratégia corporativa da Marfrig, Ricardo Florence, os US$ 400 mi-lhões provenientes da venda do negócio de logística da Keystone Foods para a americana The Martin-Brower Company, L.L.C, serão usa-dos “prioritariamente para redução de endividamento da empresa”.

A Marfrig encerrou o segundo trimestre do ano com dívida líquida de R$ 6,385 bilhões e lucro antes de juros impostos e depreciação (Ebtida) de R$ 277,8 milhões. A alavancagem no fim do trimestre

(relação entre dívida líquida e Ebitda) ficou em 3,90 vezes.

As informações foram divulga-das peloValor Econômico.

Ampliação em SC O Marfrig também planeja a

expansão da produção de frango em Ipumirim, SC, para 2012. O frigorífico pode aumentar a produ-tividade dos atuais 150 mil aves por dia para 170 mil - um incremento de 20 mil aves por dia. Conforme o prefeito Valdir Zanella, isso deverá representar mais empregos diretos e indiretos para o município e, além disso, proporcionar um aumento na arrecadação. O frigorífico local tem cerca 400 aviários. A expectativa é de que a empresa amplie os servi-ços na área de industrializados. As informações são da Rádio Rural.

Coasul destina aviários para cooperados

Linha Pronaf

A partir de agora produtores rurais que acessam a linha Pronaf

(Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) do Governo Federal podem ser integrados do projeto avícola da Coasul Cooperativa Agroindustrial, de São João, PR. A cooperativa lan-çou modelos que beneficiam estes produtores devido à taxa de juros, tamanhos e valores. Até então, ela atuava com aviários de tamanho maiores e também reforma e ade-quação de já usados. A Coasul tem 42 anos e passou a atuar no ramo avícola em 2009. Seu abatedouro de aves foi inaugurado em novembro de 2010.

Como informa o Gerente do departamento de integração da avicultura, Joares Carlos Gobbi, na primeira fase da entrada da coope-rativa na industrialização, para aten-der a necessidade do frigorífico, era preciso acelerar a construção dos aviários, por isso se trabalhou com modelos maiores. “Devemos chegar ao abate máximo de um turno em novembro, 80 mil aves/dia. Por isso, com o ingresso do segundo turno iniciaremos a captação de mais integrados com mais tempo. Então as granjas podem ser de tamanhos menores”, explica. As informações são da assessoria de imprensa da empresa.

Aviário padrão da Coasul

Page 23: A importância econômica e social da avicultura

Produção Animal | Avicultura 23

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Page 24: A importância econômica e social da avicultura

24 Produção Animal | Avicultura

Notícias/Empresas

CADE monitora aquisições da BRF

De olho

No final de setembro, a BRF Brasil Foods anunciou a negociação de

ativos relacionados à operação de produção e abate de suínos da Doux Frangosul, localizada no distrito de Ana Rech, Caxias do Sul, RS. Uma semana depois, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cadê) questionou a empresa sobre suas novas aquisições, suas preten-ções diante do mercado com essa possível aquisição. Segundo explicou o conselheiro Ricardo Ruiz, a BRF não poderia mais crescer através da com-pra de outras empresas, o que reduz ainda mais a concorrência no merca-do. Ela deveria fazê-lo através da expansão de sua capacidade interna de produção. “A empresa pode abrir

fábricas, aumentar a produção por esforço próprio”, exemplificou.

Paralelamente, a BRF tem plano para revitalizar e investir nas fábricas de Herval D’Oeste e Videira, ambas no Meio-Oeste catarinense. Depois da decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que confirmou a fusão de Sadia e Perdigão e determinou a relação de unidades que serão pos-tas à venda, a companhia trabalha em um processo de investimento no parque fabril, do qual as duas unida-des fazem parte.

A informação foi confirmada pelo vice-presidente de Assuntos Corporativos da companhia, Wilson Mello Neto. O executivo não infor-

mou o prazo para a realização dos investimentos e disse que a empresa ainda estuda que unidades serão ampliadas. O objetivo é repor parte da capacidade que será perdida com a alienação dos bens imposta pelo Cade como condição para a fusão de Sadia e Perdigão.

Na metade do mês, a BRF-Brasil Foods anunciou a aquisição total da planta de abate de suínos construída em parceria com a Copercampos na cidade de Campos Novos, na mesma região. A unidade irá absorver os abates hoje realizados em Herval D’Oeste, fábrica que está nos planos de ampliação da companhia. As informações foram divulgadas pelo Valor Econômico.

Para Tyson Foods, preço do grão não vai cair

Milho

O preço do milho deve continuar alto durante vários anos, disse o

executivo-chefe da Tyson Foods, Donnie Smith, durante uma conferên-cia sobre investimentos realizada dia 08 de setembro, em Boston, nos Estados Unidos. A disparada do custo do grão derrubou o lucro da indústria processadora de frango do país nos últimos meses. “Tivemos outra mudan-ça estrutural nos preços do milho, com a qual teremos que lidar por anos”, afirmou. A disparada do preço do grão aumentou os custos e apertou as mar-gens do setor. Segundo o dirigente, o forte desempenho dos segmentos de carne bovina e suína não será suficien-te para compensar o das aves. Nos Estados Unidos, as dificuldades ainda foram maiores por causa do excesso de carne de aves no mercado.

O CEO da Tyson, contudo, disse estar otimista. “Os fundamentos da

indústria começaram a melhorar e devem sustentar a elevação de preços de que precisamos para compensar o aumento dos custos”, afirmou.

No terceiro trimestre fiscal, o lucro da Tyson caiu 21%, puxado pelo seg-mento de frango. Ele disse que o retor-no de 1% do segmento sobre as ven-das no terceiro trimestre teria sido de 10% não fosse o aumento dos custos de produção. “Teria sido um trimestre recorde, apesar dos preços extraordi-nariamente baixos do frango”, afirmou.

No ano passado, a companhia, maior processadora de carnes dos EUA, obteve lucro de US$ 2,06 por ação. Analistas consultados pela Thomson Reuters previram recente-mente que o lucro deverá ser de US$ 1,94 por ação no atual ano fiscal, que termina neste mês. As informações são da Dow Jones.

Disparada do milho derruba lucro da Tyson

Page 25: A importância econômica e social da avicultura

Produção Animal | Avicultura 25

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Page 26: A importância econômica e social da avicultura

Cobertura evento

Congresso Latino-america no destaca região como motor da avi cultura

Abertura do eventoAlberto Ramirez

Hector Motta

26 Produção Animal | Avicultura

Debora Giorgi

Público de 3.500 pessoas

Page 27: A importância econômica e social da avicultura

Produção Animal | Avicultura 27

Congresso Latino-america no destaca região como motor da avi cultura

Entre os dias 6 e 9 de setembro, a

atenção de grande parte daqueles

envolvidos com a produção de frango

e ovos, em nível mundial, esteve

voltada para a América Latina

América Latina é responsável por 25% da produção mundial de carne de frango

A noite da terça-feira, 6 de setembro, quando aconte-ceu a abertura oficial do

XXII Congresso Latino-america-no de Avicultura, foi de comemo-ração para os produtores avícolas em Buenos Aires, Argentina, sede do evento.

A comemoração se justifica pela importância que a avicultura latino-americana adquire interna-cionalmente. O tema do Congres-so deste ano, inclusive, identificou a região como uma reserva ali-mentar. A produção mundial de carne de frango, segundo dados

da FAO, atingiu, em 2010, 82 mi-lhões de toneladas, e a América Latina é responsável por 25% des-se total. A região só faz crescer, seja nos números demográficos ou econômicos.

E não é exagero dizer que, en-tre os dias 6 e 9 de setembro, a atenção de grande parte daqueles envolvidos com a produção de frango e ovos, em nível mundial, esteve voltada para a América La-tina.

A abertura do Congresso con-tou com a presença de algumas autoridades argentinas, como o Ministro da Agricultura, Julián Dominguez, e a Ministra da In-dústria, Débora Giorgi, além do Presidente da CEPA (Centro de Empresas Processadoras Avícolas),

Roberto Domenech, da CAPIA (Câmara Argentina de Produtores Avícolas), e da ALA, Alberto Ra-mirez, entre outros. Débora Gior-gi, talvez pouco familiarizada com os dados superlativos da avi-cultura, se disse surpresa com o grande número de participantes na cerimônia de abertura: eram 3.500 presentes.

Palestras: Mais conhecimento técnico

As apresentações técnicas aconteceram em até cinco salas si-multâneas e abrangeram temas

como nutrição, sanidade, manejo, genética, processamento, incuba-ção, saúde pública e segurança ali-mentar. A série de palestras foi iniciada na manhã do dia 5 de se-tembro e se estendeu até a sexta--feira, dia 9.

Os palestrantes procuraram ressaltar o importante papel da América Latina na tarefa de ali-mentar o mundo.

O melhoramento genético, por exemplo, um dos temas abor-dados na primeira manhã de pa-lestras, foi lembrado como uma das formas para maximizar a pro-

dução de frango. Como destacou o holandês Gerard Albers, da Hen-drix Genetics, atualmente, o se-quenciamento genético daqueles frangos que apresentam caracte-rísticas mais interessantes (como, por exemplo, uma resistência maior a doenças) pode ser feito a um custo mais acessível. Nos Esta-dos Unidos, os custos estão ao re-dor de 4 mil dólares. Em 2004, quando o genoma do frango foi sequenciado, o projeto estava esti-mado em 25 milhões de dólares.

Entre outros destaques da pro-gramação técnica, dois brasileiros foram convidados para discutir o tema nutrição no segundo dia de palestras. Fernando Rutz, da Allte-ch, baseou sua apresentação nas exigências do consumidor com re-

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28 Produção Animal | Avicultura

Cobertura evento

lação à carne de frango (“uma car-ne saborosa, saudável, de boa apa-rência, apresentação e higiênica”) e como a indústria de nutrição pode contribuir para atendê-los. A vitamina E, por exemplo, é um dos antioxidantes naturais mais eficientes, protegendo as membra-nas celulares da destruição oxida-tiva, conferindo melhor estabili-dade às carnes. Segundo Rutz, estudos indicam que a presença de vitamina E nas membranas ce-lulares via suplementação, inibe a lesão provocada por estresse e ameniza os processos bioquímicos indutores de carne PSE em fran-gos, melhorando as propriedades funcionais.

Já Jerônimo de Brito, professor da Universidade Federal do Re-côncavo da Bahia, falou sobre as pesquisas mais recentes envolven-do a utilização de enzimas e suas combinações. Ele começou a apre-sentação com a pergunta: “Quais enzimas utilizar?”. E logo veio a resposta: “Sem dúvida, as fitases são a primeira escolha. Em segun-do lugar, vêm as carboidrases e as proteases”. Com desenho simples

e eficácia técnica atrelada, a utili-zação de fitases em nível experi-mental jamais gerou grandes dú-vidas ou frustrou pesquisadores. Atualmente, segundo Jerônimo, considera-se a possibilidade de combinar os cinco principais gru-pos de enzimas usados na alimen-tação das aves.

“A utilização de xilanase, beta-glucanase, amilase ou protease, sempre em conjunto com a fitase, constitui uma técnica eficiente para reduzir custos com a alimen-tação por unidade de ganho”, afir-ma Jerônimo.

Outro tema que recebeu a atenção do público foi sobre a In-fluenza Aviária. O risco da doença na América Latina existe e não é possível eliminá-lo. Mas é possível controlar esse risco. E para isso existem os médicos veterinários. Foi o que defendeu Paulo César Martins (ele próprio um médico veterinário) em sua apresentação sobre o impacto da Influenza Avi-ária no setor avícola.

Paulo César apresentou mode-los que podem estimar as perdas econômicas produzidas pela IA. Na América Latina, por exemplo, um foco do H5N1 pode causar perdas que variam entre 1 e 7 mi-

Paulo César lembrou em sua palestra que não há, na América

Latina, nenhum laboratório de

referência da OIE para enfermidades

avícolas

Dirceu Talamini, Ariel Mendes, Francisco Turra e Mario Lanznaster

Gerard Albers: Sequenciamento genético já pode ser feito a um custo mais acessível

Page 29: A importância econômica e social da avicultura

Produção Animal | Avicultura 29

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lhões de dólares (baseando-se no impacto que a doença provo-cou no Japão e no Vietnã). Se a região estiver preparada para controlar o foco, as perdas não chegariam a 1 milhão de dóla-res. Mas esse número pode che-gar a 7 milhões diante do des-preparo.

Uma das formas para ameni-zar essas perdas é a regionaliza-ção e também a compartimenta-ção. Segundo um ranking elaborado pela FAO, na América Latina, o país mais preparado é o Chile, em segundo lugar, o México e em terceiro, o Brasil.

O médico veterinário lembrou em sua palestra que não há, na América Latina, nenhum labora-tório de referência da OIE para en-fermidades avícolas. “Produzimos 25% do frango consumido mun-dialmente, mas temos zero labora-tório da OIE em nossa região”, afirma.

Ele ressaltou ainda que os la-boratórios sentinelas e regionais já existentes precisam passar por provas de proficiência com mais frequência e propôs que estas uni-dades se reportem a um organis-mo externo que deveria ser criado com o apoio e pressão do setor pri-vado para exercer essa função. “Qual é a importância da produ-ção de frango na América Latina

ALA reconheceu Mario Lanznaster como empresário avícola líder e Dirceu Talamini como profissional destaque da avicultura brasileira

Debate sobre nutrição animal no último dia de palestras técnicas

Page 30: A importância econômica e social da avicultura

30 Produção Animal | Avicultura

Cobertura evento

O argentino Roberto Domenech assumiu a presidência da ALA

A 23ª edição do Congresso Latino-americano de Avicultura já tem data e local: Acontece entre os dias 12 e 15 de novembro de 2013, em El Salvador. Mais informações:www.avicultura2013.com

para o mundo? A região concentra apenas 8,8% da população do pla-neta e produz 1/3 da carne de frango consumida mundialmen-te.”, finalizou.

Empresários e profissionais são lembrados em premiação

Em um ato oficial, a Associa-ção Latino-americana de Avicul-tura (ALA) reconheceu Mario Lanznaster como empresário aví-cola líder e Dirceu Talamini como profissional destaque da avicultu-ra brasileira. A premiação foi parte da programação do XXII Congres-so Latino-americano de Avicultu-

ra e teve o objetivo de “reconhecer aqueles que têm uma trajetória re-conhecida na avicultura e, por seu esforço, contribuem com o desen-volvimento de seu país”. Os dois nomeados merecem a honraria.

Mário Lanznaster é Presidente da Coopercentral Aurora (Aurora Alimentos). Já Dirceu Talamini é engenheiro agrônomo e atua há anos na Embrapa Suínos e Aves. Em 2009, assumiu a chefia geral da unidade pela segunda vez. Ta-lamini já havia atuado como che-fe adjunto entre 1978 e 1984 e chefe geral entre 1996 e abril de 2004.

Na mesma ocasião, a Revista Industria Avícola anunciou os no-vos integrantes do Salão da Fama: os brasileiros Ariel Antonio Men-des e Antônio Mário Penz e os me-xicanos Miguel Ruiz e Bernardo Dubernard. O Salão da Fama exis-te desde 1987 para reconhecer as pessoas que contribuem para o

avanço da avicultura na América Latina. Atualmente, Ariel Antonio Mendes, médico veterinário, é Di-retor Técnico-Científico da Uba-bef. Já foi presidente da ALA e conta com participação em diver-sas outras associações e institui-ções, como a Fundação Apinco de Ciência e Tecnologia Avícolas (Facta). Mário Penz é engenheiro agrônomo e até 2009 foi professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), de onde se retirou após 35 anos de traba-lho. Também participou, em 2004, da fundação da Nutron, agora parte da Provimi.

Argentino na presidência da ALA

Durante o jantar de encerra-mento da 22ª edição do Congres-so Latino-americano de Avicultu-ra aconteceu a eleição e posse da nova diretoria da Associação Lati-no-americana de Avicultura (ALA). O argentino Roberto Do-menech assumiu a presidência e o brasileiro Francisco Turra, da UBABEF, a 1º vice-presidência. Fa-

zem parte ainda da nova diretoria o salvadorenho Agustín Martinez, 2º vice-presidente; o panamenho Luis Castroverde, 3º vice-presi-dente; a guatemalteca María del Rosario de Falla, secretária; o pe-ruano Pedro Mitma, tesoureiro; o paraguaio Pablo Mauger, como vogal; e o venezuelano Francisco Tagliapetra, responsável pela área fiscal.

Segundo Francisco Turra, a proposta da nova diretoria “é dar um caráter mais empresarial ao excelente trabalho que já vem sendo desenvolvido pela entida-de. Agora, a ALA se voltará tam-bém para a Organização Mundial do Comércio (OMC), focando a competitividade comercial da avi-cultura latino-americana”.

Francisco Turra, da UBABEF, é

1º Vice-presidente da ALA

Page 31: A importância econômica e social da avicultura

Produção Animal | Avicultura 31

Page 32: A importância econômica e social da avicultura

32 Produção Animal | Avicultura

O Aspecto Social

AVICULTURA A mais social das

atividades agropecuárias Setor emprega massa de trabalhadores mais bem remunerada que a média do pessoal ocupado com a agropecuária, além de ser fixadora do homem ao campo

Cantada e decantada pelos bons resultados econômicos que vem apresentando – es-pecialmente por se encontrar entre as

dez principais atividades geradoras de divisas do País – a avicultura brasileira raramente é lembra-da por suas características sociais. Esquece-se, por exemplo, sua contribuição para a melhor ali-mentação dos brasileiros.

Nos últimos 25 anos o consumo per capita de carnes no Brasil mais do que dobrou: eram cerca de 47 kg por volta de 1985-1986, deve-se chegar aos 97 kg em 2011. Pois aí tem a participação pre-ponderante da avicultura, que mesmo expandin-do suas exportações em quase 1.600% (225 mil/t em 1986; 3.820 mil/t em 2010), garantiu que o volume interno de carne de frango disponibiliza-do aos brasileiros aumentasse de pouco mais de 10 kg per capita em 1986 para mais de 44 kg per capita no ano passado. Ou seja: enquanto a dis-ponibilidade das três carnes (bovina, suína e de frango) em conjunto teve expansão ligeiramente

Técnicos e Família Becker, integrada da Aurora em Abelardo Luz, SC: Parte de um contingente que envolve milhões de pessoas, 365 dias por ano

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No último quarto de século, o consumo de carnes dobrou graças à contribuição preponderante da carne de frango, hoje a carne mais consumida pelos brasileiros

Técnicos e Família Becker, integrada da Aurora em Abelardo Luz, SC: Parte de um contingente que envolve milhões de pessoas, 365 dias por ano

superior a 100%, a da carne de frango, exclusivamente, aumen-tou cerca de 330%.

É impossível esquecer a contri-buição dos ovos que, conforme o próprio setor produtivo, registrou nos últimos cinco anos aumento na oferta per capita superior a 25%. E tudo isso – ressalte-se – a preços reais historicamente de-crescentes, como demonstram dados oficiais vindos do IBGE: na vigência do real, os preços de aves e ovos evoluíram perto de 170%, percentual bem aquém do Índice Nacional de Preços ao Consumi-dor (INPC) que agora anda por volta dos 235%.

Outro aspecto social destacá-vel no setor é o uso de mão-de--obra intensiva, o que, quase com certeza, torna a avicultura a maior geradora de empregos de toda a agropecuária. Ou será que existe outra atividade na agricultura ou na produção animal que ocupe, direta e indiretamente, um con-tingente estimado em 4,5 milhões de pessoas?

Soa exagerado? Pois a avicul-tura é, também, uma das mais (senão “a mais”) tecnificadas da agropecuária e, como tal, solicita uma ampla gama de produtos e seviços relacionados à produção e ao processamento. Daí girarem ao seu redor, como verdadeiros saté-lites, indústrias dos mais diversos portes dedicadas especificamente à atividade. Daí também a grande massa trabalhadora que órbita ao seu redor e dela depende.

Mas bem mais importante é o fato de os empregos diretos gera-dos pela avicultura não serem sa-zonais ou dependentes de safras e, sim, permanentes e, em boa parte dos casos, com 365 dias de ocupa-ção. Neste caso, quem tem seu emprego na criação, na incuba-ção, na distribuição (de aves vivas, abatidas ou ovos, de matérias-pri-

mas, etc.) e, em alguns casos, no abate e processamento, sabe que na avicultura não existem sába-dos, domingos ou feriados.

Porém, o que mais cabe ressal-tar nessa massa de trabalhadores é que ela é mais bem remunerada que a média do pessoal ocupado com a agropecuária, além de ser – este é que é o fator-chave – fixado-ra do homem ao campo.

Juntem-se algumas poucas das principais empresas avícolas bra-sileiras. Elas, com certeza, empre-gam um número de funcionários superior ao de todas as montado-ras de automóveis instaladas no Brasil (que nem são brasileiras e, portanto, não distribuem seus lu-cros por aqui). No entanto, ne-nhuma dessas empresas avícolas se encontra em algum grande cen-tro urbano: estão, todas, distribuí-das ao longo do interior brasileiro.

Sob esse aspecto, aliás, várias das empresas avícolas em opera-ção no País tiveram o condão de gerar riqueza e centros urbanos de grande dinamismo em municí-pios rurais que, de outra forma, passariam despercebidos. E, mes-mo hoje, tire-se a avicultura de algum desses municípios e eles, simplesmente, serão alijados do mapa. Literalmente.

A representatividade econômica da atividade avícola no País

A par do grande significado social, a avicultura tem, natural-mente, representatividade econô-mica ímpar no País. Inúmeros da-dos comprovam isso.

A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) cal-cula o Valor Bruto da Produção (VBP) na agropecuária. Este índi-ce é uma estimativa de fatura-mento, por segmento de produ-ção, para o agronegócio durante o ano.

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Quem tem seu emprego na criação, na incubação, na distribuição e no abate e processamento, sabe que na avicultura não existem sábados, domingos ou feriados

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O Aspecto Social

Segundo a CNA, em 2010, o VBP da produção agropecuária brasileira foi de R$ 258,5 bilhões, sendo R$ 20,9 bilhões da carne de frango e R$ 3,5 bilhões da produ-ção de ovos.

Todos aqueles envolvidos na cadeia da produção do frango con-tribuem para formar um Produto Interno Bruto de R$ 36 bilhões, o que corresponde a 1,5% do PIB nacional. A título de comparação, o PIB do agronegócio brasileiro fechou 2010 em R$ 180,8 bilhões. Mesmo diante da grandeza desses números, o setor avícola não tem a visibilidade ou o apoio político que deveria ter. Mas também vale lembrar que é o setor privado o responsável por agir e pressionar as autoridades federais.

No mês de outubro acontece a 22ª edição do Congresso Brasilei-ro de Avicultura (São Paulo, SP). Essa pode ser a oportunidade para discutir esses pontos e elevar a avicultura ao posto que ela mere-ce.

O setor regionalizadoO Brasil conta com mais de

190 milhões de habitantes e uma extensão territorial de 8,5 milhões de km2 . A avicultura está espa-lhada por todo o território, mas a produção intensiva está concen-trada em alguns pólos de produ-ção.

A região Sudeste é o berço da atividade avícola brasileira, mas acabou ficando para trás. Perdeu primeiro para o Sul, que por um

tempo teve a avicultura mais evo-luída. Atualmente, o Centro-Oes-te representa a mais moderna avi-cultura do Brasil e talvez do mundo. No futuro, deve se consa-grar como o principal pólo da pro-dução do frango nacional. Já as regiões Nordeste e Norte têm nú-meros pouco significativos, mas têm vocação. E há também outros Estados com potencial para se de-senvolver, por estarem mais perto dos mercados externos através dos rios navegáveis das regiões Norte e Nordeste, ou ainda por via férrea.

Confira, na sequência, a posi-ção desses estados na criação, no abate e na exportação de frangos e, ainda, no alojamento de repro-dutoras de postura e de poedeiras e na produção de ovos.

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Quem tem seu emprego na criação, na incubação, na distribuição e no abate e processamento, sabe que na avicultura não existem sábados, domingos ou feriados

Legenda (1) Alojamento com um dia de idade (APINCO) - Milhões de cabeças(2) Exclusivamente frango inspecionado - Mil toneladas(3) SECEX/MDIC - Mil toneladas(4) UBABEF - Milhares de cabeças(5) UBABEF - Milhares de cabeças(6) IBGE - Milhões de dúzias

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Legenda (*) % do Total Nacional(1) Alojamento com um dia de idade (APINCO) - Milhões de cabeças(2) Exclusivamente frango inspecionado - Mil toneladas(3) SECEX/MDIC - Mil toneladas(4) UBABEF - Milhares de cabeças(5) UBABEF - Milhares de cabeças(6) IBGE - Milhões de dúzias

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Legenda (*) % do Total Nacional(1) Alojamento com um dia de idade (APINCO) - Milhões de cabeças(2) Exclusivamente frango inspecionado - Mil toneladas(3) SECEX/MDIC - Mil toneladas(4) UBABEF - Milhares de cabeças(5) UBABEF - Milhares de cabeças(6) IBGE - Milhões de dúzias

Região Nordeste continua

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Legenda (*) % do Total Nacional(1) Alojamento com um dia de idade (APINCO) - Milhões de cabeças(2) Exclusivamente frango inspecionado - Mil toneladas(3) SECEX/MDIC - Mil toneladas(4) UBABEF - Milhares de cabeças(5) UBABEF - Milhares de cabeças(6) IBGE - Milhões de dúzias

Região Nordeste continua

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Região Norte continua

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Legenda (*) % do Total Nacional(1) Alojamento com um dia de idade (APINCO) - Milhões de cabeças(2) Exclusivamente frango inspecionado - Mil toneladas(3) SECEX/MDIC - Mil toneladas(4) UBABEF - Milhares de cabeças(5) UBABEF - Milhares de cabeças(6) IBGE - Milhões de dúzias

Região Norte continua

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Empresas

As fusões no setor de carnes são positivas ou negativas? Quem sai ganhando? No caso da gigante Brasil Foods, como as suas concorrentes estão enfrentando a competitividade do mercado? A surpresa é que muitas das empresas avícolas brasileiras estão mostrando que têm fôlego, criatividade, estratégias e tecnologias para conquistar o mercado

Terra de gigantes?

Flexibilidade, produto com qualidade e preço acessível são fatores que diferenciam a competitividade no mercado avícola

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No dia 19 de maio de 2009 aconteceu o anúncio da mais especulada união do setor de alimen-tos do Brasil: a fusão entre a Perdigão e a Sadia.

Nascia ali, oficialmente, a gigante Brasil Foods (BRF). Uma empresa que representaria mais de 53% do merca-do brasileiro de carnes refrigeradas (predominante-mente aves e suínos), 70% do mercado de carnes con-geladas, 88% do de massas e 73% do de pizzas prontas. Isto só para citar alguns segmentos de produtos da nova megacompanhia. Hoje, a BRF já é terceira maior exportadora brasileira, a maior exportadora mundial de aves – abatendo cerca de um milhão de aves/dia -, e maior empresa global de proteínas em valor de merca-do, sendo também uma das principais companhias brasileiras na captação de leite. Considerada um dos maiores players globais do setor alimentício, com recei-ta líquida de R$ 22,7 bilhões em 2010, seus produtos chegam a mais de 110 países, refletindo em um portfó-lio de mais de 1,5 mil itens. Na época do anúncio da fusão entre as duas companhias, especialistas de mer-cado cogitavam que este negócio seria “excelente para as duas empresas, péssimo para os rivais e neutro para o consumidor”.

Na verdade, a fusão foi uma manobra da concorren-te Perdigão para a aquisição da Sadia. A saúde financei-ra da segunda não estava boa. A companhia amargava um déficit de R$ 2,5 bilhões em derivativos e não via como recuperar este dinheiro no curto ou médio pra-zos. E para “salvar” a rival, a Perdigão propôs a fusão e a criação da BRF, que tem em seu Conselho acionistas da Sadia com 32% de participação e acionistas da Per-digão com 68%.

No início, a BRF provocou solavancos no mercado, pois tratava-se de uma gigante de porte global que já nasceu dominando mais de 50% de diversos segmen-tos do mercado brasileiro de alimentos. Dessa forma, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) foi acionado para validar ou não a criação da BRF. O fato é que no dia 13 de julho de 2011, o Cade aprovou a fusão da Perdigão e da Sadia. Mas fez algumas restri-ções. Entre elas está a suspensão temporária da marca Perdigão em alguns mercados. A BRF concordou, por exemplo, em suspendê-la por três anos no caso de pro-

dutos como presunto e pernil. No caso de salames, o prazo é de quatro anos. Já no caso de lasanhas, pizzas congeladas e almôndegas, a suspensão será de cinco anos. O acordo também fixa que a Batavo ficará fora do mercado de produtos processados por quatro anos. A BRF também se comprometeu a alienar algumas mar-cas como Rezende, Wilson, Escolha Saudável, Delicata, Doriana e Texas. O Cade exigiu ainda que a empresa venda 10 fábricas de alimentos processados e oito cen-tros de distribuição. Pelo acordo, ela terá que assumir o compromisso de não recomprar os ativos alienados por um prazo de 10 anos.

A fusão é positiva?No Brasil, o histórico das megafusões no setor de

alimentos teve o seu marco em 1999, com a criação da Ambev (fusão entre Brahma e Antarctica). O barulho deste acordo foi imenso e até hoje segue como referên-cia em casos de criações de megacompanhias. No setor de carnes, quem também balançou o mercado foi a JBS, hoje maior empresa em processamento de proteína animal do mundo, atuando nas áreas de alimentos, couro, biodiesel, colágeno e latas. Em 2007, a JBS com-prou a Swift e em 2009 fez a sua grande cartada: com-prou a Bertin e a Pilgrim’s Pride, empresa americana de aves, o que introduziu a companhia aos negócios da avicultura. E mais recentemente, em 2010, o Grupo Marfrig anunciou a compra da Seara.

Mas e para o mercado? Estas fusões são positivas? Quais tipos de reflexos esses acordos exercem sobre os seus concorrentes e os seus consumidores?

Segundo alguns economistas, o processo de fusão entre grandes empresas tende a continuar. “Em todos os setores econômicos, o processo de fusões e incorpo-rações tem sido motivado pela lógica competitiva, que pressupõe saltos tecnológicos e busca de novos merca-dos”, dizem os especialistas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. “Nas transformações sofridas por determinada empresa em termos de produtos e ser-viços, o que permanece é a marca. Entretanto, em pro-cessos de fusões e aquisições, principalmente entre or-ganizações do mesmo ramo de negócios, há um impasse aí, visto que a percepção do valor da marca

Terra de gigantes?

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Empresas

pelo consumidor fica complexa se os produtos já existentes compe-tiam entre si num mesmo segmen-to. Nesse aspecto, a lealdade à mar-ca fica comprometida, já que existem outras variáveis, como preço e propaganda, que irão defi-nir o posicionamento dessas mar-cas, podendo manter ou reposicio-nar, na maioria das vezes, devido à imagem diferente no comporta-mento desse consumidor”, expli-cam.

No aspecto estrutural, os espe-cialistas apontam que essas fusões podem gerar maiores sinergias, principalmente nas operações de logística e transporte, trazendo maior eficiência na distribuição dos produtos. “No caso da BRF, es-pecificamente, era previsto que a nova companhia teria um impor-tante ganho de escala, um variado mix de produtos, grande poder de barganha junto aos fornecedores e até poderia ser mais flexível em sua política de preços”, declarou recen-temente à imprensa Rafael Cintra, analista da Link Investimentos.

Para o economista e autor do blog Livre Iniciativa, André Mar-ques, a criação da BRF deve ser ana-lisada por três ângulos: o da empre-sa, o do governo e o do consumidor. “Sob o ângulo da empresa, a fusão passa a ser a melhor alternativa de

sobrevivência, especialmente para aquelas sem capital ou à beira da falência, num ambiente concorren-cial. Estas se fortalecem, melhoram sua rentabilidade e se tornam mais competitivas para brigar com as corporações internacionais. Existe a possibilidade de se diminuírem os custos com publicidade, distri-buição e logística, além de um maior investimento em pesquisa, maiores inovações, modernização, tornando o ramo de atuação da empresa mais dinâmico”, analisa. Sob o ângulo do governo, Marques afirma que aí são incluídas as ques-tões da economia do País como o número de empregos oferecidos por estas megacorporações. “É ex-celente para o Brasil, pois este tra-balhador estará recebendo salário e consumindo em diversos setores, movimentando a economia como um todo”. Segundo ele, a arrecada-ção de impostos também aumenta, chegando a quadruplicar, em al-guns casos. Já pelos olhos do con-sumidor, o economista diz que a realidade é outra. “Estas fusões sig-nificam a união de antigos rivais. É uma empresa a menos no mercado, diminuindo nossa liberdade de es-colha. Este aumento de domínio do mercado traz efeitos negativos para os consumidores e para os concorrentes menores. Antes, duas grandes empresas brigavam para oferecer o melhor produto, com o preço mais baixo. Mas agora estas empresas se uniram. Não existe mais a guerra para atrair consumi-dores, roubar consumidores da concorrência. O preço pode inclu-sive aumentar, já que não existirá mais a concorrente para forçar a queda nos preços muitas vezes abu-sivos”, avalia. “O que se espera com a fusão e o surgimento destas me-gacorporações como a BRF é a mo-dernização destas empresas brasi-leiras, tornando-as mais competitivas no mercado externo,

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A BRF já nasceu dominando mais de 50% de diversos segmentos do mercado brasileiro de alimentos

Nildemar Secches (Perdigão) e Luiz

Fernando Furlan (Sadia) no dia do anúncio da

criação da BRF

BRF

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o aumento na arrecadação de impos-tos, a manutenção dos postos de tra-balho, a diversidade e principalmen-te a qualidade de produtos, aliada à eficiência dos serviços prestados. Mas para nós consumidores, isso de nada adianta, se os preços praticados por estas megacorporações não sejam acessíveis e justos”.

Já a professora de Comunicação com o Mercado do curso de pós-gra-duação da ESPM, Denise Von Poser, lembra que o consumidor precisa fi-car atento com o acordo firmado pelo Cade para a fusão da Perdigão e da Sadia. “É preciso atenção para que os prazos de suspensão de alguns pro-dutos não caiam no esquecimento e, no final das contas, a fusão se carac-terize em monopólio e no aumento exacerbado dos preços dos produtos”, alerta a professora. “Por enquanto, o consumidor não vai sentir tão de per-to os impactos da fusão porque suas conveniências (como preço, distân-cia e opções) ainda não foram abala-das. Mas lá na frente pode ser que sua zona de conforto mude e daí, quando ele quiser reclamar será tarde, pois o acordo já foi feito”.

E a concorrência?A maior ameaça parece mesmo

pairar sobre os concorrentes da BRF, que ficaram em uma posição frágil para brigar com a gigante. Mas será mesmo?

A Revista do AviSite entrou em contato com as principais empresas avícolas do País para saber como elas estão enfrentando a competitividade do mercado diante da superlativa participação da BRF no segmento aví-cola. Mas, de acordo com as empresas que responderam a esta reportagem no prazo estipulado, a competitivida-de vai bem, obrigado!

Veja a seguir o que os executivos dessas empresas avícolas disseram so-bre sua produção, mercado, produtos, marcas, concorrência e relaciona-mento com os consumidores.

GloboavesRoberto Kaefer – presidente

Competitividade com a BRF“A Sadia e Perdigão há muito tem-

po vêm trabalhando com uma gran-de linha de produtos in natura e ela-borados e desde então, já vinham ganhando o mercado com as marcas fortes. Com essa união, ganharam mais força e competência e dispara-ram em relação ao mercado competi-tivo. Sem dúvida, nossa empresa de-senvolve um trabalho paralelo, não tentando ganhar este mercado, que por sinal já está consolidado e sim, direcionando nossa produção sempre para o nosso foco principal: os mer-cados de médio e pequeno varejo”.

Carros-chefe da empresa“No ramo de in natura, trabalha-

mos com toda a linha de cortes de aves e suínos. Em breve, estaremos com temperados, embutidos e indus-trializados à venda no mercado”.

Foco de seus produtos“Nosso mercado é de médio e pe-

queno varejo, mas além desses, temos um grande direcionamento da nossa produção para o mercado externo”.

Para conquistar o consumidor“De início, há de se assegurar pro-

dutos de qualidade e com variedade, com uma logística de vendas e entre-gas eficaz. É necessária também uma diversificação nas linhas de produtos para que o cliente mantenha interes-

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Empresas

se e é neste caso que a Globoaves se destaca entre muitos, por atender o mercado de suínos e de aves”.

Fusões no setor de carnes“Qualquer grande empresa que

surge no mercado, para nós, não vem a atrapalhar, pois o maior con-corrente é o pequeno, que não tem foco e diretrizes definidos. No caso das grandes empresas que precisam dar uma resposta ao seus acionistas e investidores, essas possuem pla-nos e estratégias definidas e que acabam gerando um resultado po-sitivo e acabam refletindo positiva-mente no mercado como um todo”.

Sobre a Globoaves“A empresa foi fundada em

1985, com foco na produção de ovos férteis e pintos de corte. A par-tir de meados de 2000, começamos a investir no abate de aves e em 2007, na produção de suínos. Atu-almente, o grupo possui cerca de 9,5 mil funcionários nas nossas unidades espalhadas em 11 estados brasileiros. Cerca de 50% da nossa produção, em 2010, foram destina-das ao mercado externo e a produ-ção total de abate no mesmo ano, foi de aproximadamente, 70 mi-lhões de aves. A sede da empresa fica em Cascavel, PR”.

AvemaxPaulo José Balla – diretor executivo

Competitividade com a BRF“Vejo claramente que apenas as

empresas com foco no cliente e principalmente em gestão admi-nistrativa irão suportar o que se passa hoje no mercado de proteínas em geral. Acredito que para as em-presas se destacarem e sobrevive-rem comercialmente terão de ter volume de produção, custos baixos, diversidade de produtos. Porém, por outro lado, deverão ser especia-listas em poucos produtos, concen-trando seu foco nestes com grande rentabilidade e retorno financeiro. O mercado nacional está passando por um grande momento de consu-mo, lembrando que nosso real está valorizado frente ao dólar, sendo que muitas vezes é mais vantajoso disputar o mercado nacional que exportar”.

Carros-chefe da empresa“Estamos em fase de constru-

ção do empreendimento, estamos focando nosso projeto para os mer-cados europeu e asiático. Temos um trabalho comercial para clien-tes árabes, com abate Halal, e cortes especiais para o mercado japonês”.

Foco de seus produtos “Como já disse, hoje estamos

na fase de construção, apenas ini-ciando o fomento agropecuário e fábrica de rações”.

Para conquistar o consumidor“Qualidade com custo baixo

será o grande diferencial para se conquistar nosso consumidor, hoje já existem algumas empresas fideli-zando seus clientes com formata-ção de produtos específicos e exclu-sivos. Há redes de restaurantes ou mercados que trabalham com per-sonalização de produtos e cortes diferenciados. Voltando a lembrar, consegue-se custos baixos e quali-dade apenas produzindo volume de produção. Este é um assunto ex-tenso, porém para termos a prefe-rência do consumidor temos de ter uma marca forte, com compromis-

so ao meio ambiente, sustentável. Isto é possível com muito trabalho e grandes investimentos em marke-ting, tecnologia de processamento, campo forte e comprometido, par-ceiros e fornecedores juntos para o bem comum. É um trabalho árduo e demorado.

Fusões no setor de carnes“Essas fusões ajudam e atrapa-

lham. Acredito que veremos muito isso nas duas décadas que estão por vir, volto a dizer: para enfrentar o novo mercado que nos espera te-mos de ter qualidade com custo baixo e volume. As empresas se unem para ter volume mais rápido, baixando seu custo e consequente-mente tentando manter sua quali-dade. Acredito que veremos isso em médias empresas logo. Em cur-to espaço de tempo, teremos pou-cas empresas de baixo volume de abate, ou se unirão com outras, ou se terceirizam para abater uma par-cela específica de uma grande em-presa, ou irão sucumbir.

Sobre a Avemax“Somos criança ainda. Nossa

empresa foi fundada em 2011. Esta-mos iniciando um grandioso proje-to em Ibaiti, no Paraná. No final do

Especialistas apontam que essas fusões

podem gerar maiores

sinergias nas operações de

logística, transporte e distribuição

dos produtos

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projeto abateremos 360 mil aves dia. Em 2013, meados de 2014, ini-ciaremos nosso abate. Estamos na fase de construção conforme dito anteriormente. Temos um grupo de grandes empresários no ramo do café e exportação com grande experiência no mercado nacional e internacional, ainda temos apoio de grandes compradores de carne de frango do Oriente Médio, para onde provavelmente iremos des-tinar aproximadamente 50 % do nosso volume”.

AuroraMário Lanznaster, presidente da Coopercentral Aurora

Competitividade com a BRF“A competição é muito grande. A

BRF, com mais de 6 milhões de aves abatidas por dia, tornou-se isolada-mente o primeiro player do mercado. Em segunda posição estão as demais indústrias com abate em torno de 1 milhão de aves/dia. O segmento de carne de aves tornou-se um grande negócio, pois essa fonte de proteínas é consumida em todo o mundo, sem qualquer restrição”.

Carros-chefe da empresa“Peito de frango, coxa e sobreco-

xa desossada, presunto de frango etc.”.

Foco de seus produtos“No cômputo geral de todos os

produtos, a Coopercentral Aurora obtém 85% de sua receita no merca-do interno e 15% no mercado exter-no. Especificamente no segmento de frango, a relação é 60-40, ou seja, 60% das vendas concentram-se no Brasil e 40% no mercado internacio-nal”.

Para conquistar o consumidor“Investir em qualidade, em todas

as fases do processo produtivo, quali-ficar todos os recursos humanos en-volvidos, desde o produtor rural até o ponto de venda. Acima de tudo, ter muito respeito com o consumidor”.

Fusões no setor de carnes“Essa é uma briga de gigantes.

Quem crescer vai deslocar alguém. A oferta de produtos alimentícios à base de frango é muito forte. Quem está em vantagem, nesse cenário, é o consumidor. Para crescer é preciso investir e perseverar. Essas fusões de-sequilibram o mercado e tornam a concorrência desigual. Nesse aspec-to, será importante o acompanha-mento do Cade para evitar distorções no mercado”.

Sobre a Aurora Alimentos“A Cooperativa Central Oeste Ca-

tarinense Aurora, fundada em 1969, é um dos maiores conglomerados industriais do Brasil e referência mundial na tecnologia de processa-mento de carnes, com 13 cooperati-vas filiadas, mais de 70 mil associa-dos e mais de 15 mil funcionários. Sua atuação abrange o mercado de carnes suínas, de aves, de pizzas e de laticínios, com um amplo mix de produtos. Está sediada em Chapecó, SC”.

Big FrangoValter Bampi - diretor Agropecuário

Competitividade com a BRFOs grandes volumes já existiam

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50 Produção Animal | Avicultura

Empresas

com a Perdigão e a Sadia, porém, agora está na mão de uma empresa. A competitividade no mercado ficou diferente, tendo esse grupo uma condição melhor junto a fornecedo-res de insumos, por exemplo. Po-rém, na área comercial, a grandeza às vezes atrapalha pela falta de flexi-bilidade e agilidade desses grandes grupos”.Carros-chefe da empresa

“Vendemos nos mercados nacio-nal e internacional frangos só em corte, sendo o carro chefe o melhor preço médio obtido no conjunto do mercado”.

Foco de seus produtos“O frango atinge todas as classes

sociais e tendo uma indústria certifi-cada se almeja sempre o melhor prê-

mio de qualquer produto”.Para conquistar o consumidor“Já ganhamos com o consumo

de quase 50 kg per capita e o que de-vemos fazer agora é reduzir custo e valorizar o produto ao consumidor, pois conseguimos este consumo pelo preço baixo. Porém, nossa qua-lidade é superior a todas as outras carnes”.

Fusões no setor de carnes“Não sei se essas fusões hoje aju-

dam ou atrapalham, mas é já uma realidade em vários segmentos. Po-rém, temos com o nosso profissiona-lismo a liderança de preços e consu-mos em relação a outras carnes”.

Sobre o Grupo Big Frango“O Grupo Big Frango é uma em-

presa familiar, tendo como maior acionista Evaldo Ulinski, que traba-lha na avicultura há mais de 40 anos. A empresa está sediada em Rolândia, PR, tendo uma produção superior a 100 milhões de cabeças de frangos em 2010, comercializan-do 70 % deste volume no mercado brasileiro e exportando o restante. Emprega quase seis mil pessoas e no sistema de integração temos hoje mais de mil produtores avícolas”.

Um estudo da KPMG, grupo glo-bal de consultoria a grandes empresas, revela que, entre 1994 e 2010, ocorre-ram 6.574 transações de fusões e aquisições, envolvendo empresas brasileiras dos mais diversos setores. Somente em 2010, foram 726 acor-dos. O setor de alimentos, bebidas e fumo lidera o ranking dessas fusões e aquisições e acumula 628 acordos realizados nestes últimos 16 anos. O primeiro semestre de 2011 bateu recorde histórico no que diz respeito a fusões e aquisições no Brasil. Este foi o melhor primeiro semestre da história, segundo pesquisa da KPMG. De janei-ro a junho foram realizadas 379 transa-

ções, 8% a mais do que no mesmo período de 2010, quando aconteceram 351 operações. As transações domésti-cas (de brasileiras adquirindo brasilei-ras) foram predominantes e mantive-ram-se em um patamar elevado, com 175 acordos, contra 161 nos primeiros seis meses do ano passado. Já o pro-cesso de internacionalização das com-panhias brasileiras registrou queda de 16%. Foram 32 transações (brasileira adquirindo estrangeira no exterior), contra as 38 de 2010. O estudo reve-lou que as operações de empresas brasileiras adquirindo estrangeiras no Brasil também deram uma arrefecida nestes seis meses, com 15 acordos

contra os 22 do ano anterior. Em rela-ção aos setores, o mais aquecido foi o de Tecnologia da Informação, com 46 aquisições, seguido por Telecom e Mídia, com 25 acordos, e Instituições Financeiras 22. O setor de Empresas Prestadoras de Serviço, com 21, Ali-mentos, Bebidas e Tabaco, com 19, e Companhias de Energia, com 18, também tiveram boa movimentação. “A perspectiva para 2011, se mantido o ritmo deste primeiro semestre, é de um novo recorde de operações, acima das 726 transações de 2010, quando foi estabelecida a marca”, afirma Luís Motta, sócio da área de Fusões e Aquisições da KPMG no Brasil.

Fusões e aquisições no Brasil

Para os consumidores, os preços dos produtos precisam ser acessíveis

As empresas avícolas concorrentes da BRF estão

direcionando seus produtos ao pequeno e médio varejo e

também ao mercado externo

Aur

ora

Page 51: A importância econômica e social da avicultura

Produção Animal | Avicultura 51

Page 52: A importância econômica e social da avicultura

52 Produção Animal | Avicultura

Informe Técnico-Empresarial

A qualidade da água na produção animal

O reconhecimento da im-portância da água de be-bida nos sistemas de pro-

dução animal é considerado hoje premissa comum a todos. De in-grediente negligenciado em um passado recente, a água de bebida assume hoje sua devida impor-tância na produção de aves e suí-nos, já que o fornecimento ade-quado deste nutriente tem implicância direta sobre o desem-penho fisiológico e zootécnico dos animais.

Além de estar diretamente re-lacionada ao desempenho ani-mal, a água ainda apresenta ou-tras funções importantes como

regular a temperatura do corpo, ajudar na digestão, metabolismo, respiração, eliminação fecal e na formação dos ovos (65% do peso do ovo é água).

A qualidade da água é geral-mente determinada por três crité-rios:

1- Físico: por características de cor, sabor, cheiro, turbidez e temperatura;

2- Químico: inclui fatores como pH, dureza e porcentagem de certos elementos na água, como nitratos, amônia, sulfatos, pesticidas, ferro, manganês, po-tássio e cloro. A dureza da água é determinada pela concentração

excessiva de cálcio e magnésio. Níveis inferiores a 50 ppm são considerados macios e aqueles acima de 180 ppm são considera-dos muito duros;

3- Microbiano: pela identifi-cação e contagem dos microorga-nismos presentes. Análises quali--quantitativas são conduzidas para determinar o número total de bactérias por unidade de amostra e este não deve ultrapas-sar 1.000 UFC/g, sendo que a pre-sença de organismos como E.Coli e Salmonella deve ser inexistente.

A temperatura ambiental é possivelmente o principal fator que influencia o consumo de

Autor: Departamento técnico Metachem Nutrientes

Fornecimento de água limpa e saudável, combinado com ácidos orgânicos pode ser excelente ferramenta para maximizar performance produtiva dos animais

Page 53: A importância econômica e social da avicultura

Produção Animal | Avicultura 53

Utilização de ácidos orgânicos

combinados é hoje difundida como

forma efetiva de proteção contra a contaminação e a

proliferação bacteriana nos

sistemas de bebedouros

água. O estresse calórico é a causa do aumento da mortalidade de aves no verão. Este faz com que a ave aumente o consumo de água a fim de resfriar as vísceras para reduzir a temperatura corporal. A água morna ou quente desfavore-ce este mecanismo do mesmo modo que a baixa disponibilida-de de bebedouros ou a quantida-de insuficiente da água.

O uso de ácidos orgânicosO desenvolvimento da maio-

ria dos microorganismos na água depende fortemente de seu pH. Normalmente a água tem um pH neutro (de 7 a 8), o que é uma condição ideal de crescimento para muitos microorganismos (nocivos). Na presença de nu-trientes (biofilme), uma grande quantidade de microorganismos (nocivos) pode ser facilmente en-contrada.

As bactérias em geral não so-breviverão quando o pH da água for reduzido para cerca de 4 (Fi-gura 1). Isso significa que a adi-ção de ácidos orgânicos na água pode reduzir a contaminação bacteriana. No entanto, isso não é suficiente, já que outros orga-nismos como fungos, leveduras e

algas podem ainda sobreviver e crescer produzindo toxinas e blo-queando o sistema. Para contro-lar esses microorganismos através do pH seria necessário levá-lo a um nível de 1.5, mas, nesse caso, os animais não consumirão a água, entre outras conseqüên-cias.

A utilização de ácidos orgâni-cos combinados é hoje difundida como forma efetiva de proteção contra a contaminação e a proli-feração bacteriana nos sistemas de bebedouros. O sinergismo re-sultante de formulações específi-cas atua reduzindo a faixa de pH da água de bebida e exercendo ação antimicrobiana especifica (Enterobactérias). Ao usar produ-tos acidificantes na água, deve-se estar certo de que o mesmo man-terá o pH da água estável ainda que na presença de matéria orgâ-nica e que este não seja agressivo (corrosivo) às partes sensíveis do sistema de distribuição de água.

Para maximizar a performan-ce produtiva dos animais, temos de assegurar um fornecimento de água limpa e saudável, e o uso de ácidos orgânicos pode ser uma excelente ferramenta.

Figura 1: Relação entre pH e o crescimento de microorganismos

Page 54: A importância econômica e social da avicultura

54 Produção Animal | Avicultura

Ciência Avícola

Uma láurea para futuros líderes

Criado numa fase de consolidação da Fundação Apinco de Ciência Avícola (Facta), que tinha apenas

três anos de atividades, o Prêmio José Maria Lamas da Silva inovou na década de 1990 ao laurear pesquisadores que apresentavam soluções para a cadeia pro-dutiva de carne de frango. Hoje, o con-ceituado concurso tomou sólidas propor-ções dentro do meio acadêmico. Não é à toa que neste ano, quando a premiação completou 19 anos, 254 trabalhos foram inscritos, divididos em quatro categorias: nutrição, sanidade, produção e outras áreas. Desses, 12 foram selecionados em cada área para uma apresentação oral. Para o julgamento, foi escolhida uma co-

Há 19 anos, o tradicional Prêmio Lamas agracia pesquisadores que tornam-se referência nos principais centros acadêmicos

Page 55: A importância econômica e social da avicultura

Produção Animal | Avicultura 55

Uma láurea para futuros líderes

Na opinião de Irenilza, o histórico

do Prêmio Lamas fala por si só: todos

os premiados até hoje são

pesquisadores que se tornaram líderes em seus respectivos centros acadêmicos

e de trabalho

missão composta por 33 especia-listas, membros da Facta e os principais nomes da ciência e tecnologia na avicultura nacio-nal. “Com o propósito de revelar grandes recursos humanos para o País, a seleção das pesquisas vencedoras em todos esses anos do Prêmio Lamas tem sido bem coerente, premiando trabalhos que efetivamente contribuem para a evolução da atividade no Brasil”, ressalta Irenilza de Alen-car Nääs, Diretora de Cursos e Publicações da Facta. Na opinião da dirigente, o histórico do Prê-mio Lamas fala por si só: todos

os premiados até hoje são pes-quisadores que se tornaram líde-res em seus respectivos centros acadêmicos e de trabalho. “É uma justa homenagem ao Pro-fessor José Lamas, que foi um pioneiro e grande pesquisador da avicultura brasileira”, ressalta Irenilza.

Nas próximas páginas, a Re-vista do AviSite traz um resumo das seis pesquisas laureadas nas quatro categorias e aquelas que receberam a Menção Honrosa. A íntegra dos trabalhos está dispo-nível no www.avisite.com.br/cet.

AS PREMIADAS: Priscila Araujo, Maria Esperanza Mayorga, Júlia Rocha, Elisabeth Gonzáles, Lílian Souza e Iara Trevisol

Page 56: A importância econômica e social da avicultura

56 Produção Animal | Avicultura

Ciência Avícola

IBB na Unesp: palco dos trabalhos

Coleta do sangue: vantagem de ser realizada em várias etapas de criação

A incorporação de farinha de vísceras na dieta de ani-mais é proibida, tanto na

legislação brasileira, como na de outros países, inclusive da União Europeia. Mas, mesmo com essa proibição, existe um meio para ras-trear a sua utilização? Há uma me-todologia oficial para isso? Um es-tudo conduzido por pesquisadores do Centro de Isótopos Estáveis Ambientais (IBB) da Unesp, cam-pus de Botucatu, SP, procura resol-ver essa questão. Liderados pelo professor Carlos Ducatti, o projeto--temático “Isótopos Estáveis em Zootecnia” objetiva estabelecer uma metodologia oficial para de-tectar a adição de alimentos não permitidos nas dietas dos animais

por meio da análise da razão isotó-pica de diversos tecidos como mús-culo peitoral, fígado, tíbia e penas, entre outros.

O trabalho vencedor da catego-ria Nutrição pertence à Priscila Ca-valca de Araujo, aluna de Doutora-

do do Programa de Pós-Graduação de Zootecnia, da Unesp, de Botuca-tu, e seguiu essa linha de pesquisa. O projeto também teve como obje-tivo rastrear a inclusão de farinha de vísceras em dietas de frangos de corte através da análise isotópica de tecidos. O diferencial é que Pris-cila também avaliou a presença de farinha nos fluídos. A escolha para trabalhar com a análise de sangue se deve ao fato de que a coleta pode ser efetuada em diversas etapas de criação. “Assim podemos recolher os dados sem a necessidade de sa-crificar das aves. Esse banco pode ser uma ferramenta de apoio às auditorias e certificação de frangos criados com dieta isenta de proteí-nas de origem animal”, explica Priscila.

No estudo, foram incluídos 8% de farinha de vísceras na dieta das aves até 21 dias de idade. Os pri-meiros sete dias de criação foram suficientes para que sinais isotópi-cos da dieta surgissem no sangue, por ser um tecido mais ativo meta-bolicamente e de rápido turnover. Priscila atesta que com base nos resultados deste estudo, conclui-se que a técnica dos isótopos estáveis apresenta-se como alternativa pro-missora para atestar a qualidade dos produtos avícolas, desde a aquisição das matérias-primas até a apresentação final do produto ao consumidor.

Nutrição Rastrear farinha de vísceras por análise da razão isotópica

María Esperanza Mayorga, aluna de pós-graduação do Departamento de

Zootecnia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), le-vou em consideração duas premis-sas para desenvolver o trabalho ganhador da Menção Honrosa em

Nutrição do Prêmio Lamas 2011. A primeira: A soja in natura possui fatores anti-nutricionais (Kunitz e Bowman-Birk) que inibem a ação das proteases (enzimas que que-bram ligações peptídicas entre os aminoácidos das proteínas) e afe-tam a digestibilidade das aves. Se-

gunda: Esses inibidores são proteí-nas e sofrem desnaturação pela ação da temperatura durante o processamento da soja. Se o proble-ma está resolvido quando a soja é submetida à temperatura ideal – o que anula a ação dos inibidores – o que acontece quando o tratamento

Adicionar protease para melhorar rendimento das aves

Menção honrosa

Page 57: A importância econômica e social da avicultura

Produção Animal | Avicultura 57

térmico do grão é ineficiente? Para preencher essa lacuna,

María Esperanza, juntamente com outros pesquisadores, resolveu tes-tar se a inclusão de uma protease monocomponente nas dietas à base de soja ajudava nessas ocasi-ões. Para que a pesquisa fosse com-pleta, o grupo também testou a suplementação em dietas com so-

jas submetidas a diferentes trata-mentos térmicos.

Os resultados mostraram que as aves suplementadas com protea-se exibiram melhora nos parâme-tros zootécnicos e apresentaram maior rendimento de carcaça e menor deposição de gordura abdo-minal. María Esperanza afirma no trabalho que “a suplementação de

protease mostrou-se efetiva na me-lhora do desempenho e medidas de rendimento das aves”.

Para medir o grau de desnatura-ção, ela aplicou o teste rápido da uréase – quanto maior a presença da enzima, mais desnaturados es-tão os fatores nutricionais.

Níveis crescentes de uréase afe-tam o desempenho das aves e pro-vocam o aumento do tamanho re-lativo de pâncreas e duodeno. Isso acontece porque os fatores inibem a ação da tripsina e da quimotripsi-na, que atuam na quebra das liga-ções peptídicas. Maria ressalta mais um dado obido com a pesqui-sa: “Constatou-se que níveis cres-centes de urease provocaram au-mento dos pesos relativos de pâncreas e duodeno, porém a su-plementação com protease reduziu os tamanhos dos mesmos, inde-pendentemente dos níveis de urea-se”, conclui.

Soja in natura: fatores que afetam a digestibilidade

Produção Cantaxantina para aumentar a fertilidade em matrizes pesadas

No Prêmio Lamas de 2008, Júlia Sampaio Rodrigues Rocha, então doutoranda

em Zootecnia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), juntamente com o seu orientador, Nelson Carneiro Baião, assistiram a uma apresentação sobre a utili-zação da cantaxantina (CTX) para matrizes pesadas. A tese de douto-rado de Júlia, também sócia-con-sultora da Viali Soluções Integra-das, pretendia apresentar os efeitos dos antioxidantes no enve-lhecimento e na fertilidade das matrizes pesadas. Mas a cantaxan-tina não estava entre os elementos que seriam testados. “Ao assistir-mos a apresentação sobre a utili-zação da cantaxantina para matri-zes, eu e meu orientador (Baião)

resolvemos incluí-la no estudo”, conta. Os efeitos da CTX foram tão positivos sobre a fertilidade e o rendimento da incubação que,

no final, o produto virou o objeti-vo central da tese, laureada pelo Prêmio Lamas 2011 na categoria Produção.

Ovos férteis sem adição

de CTX (à esquerda) e

com CTX (ovo à direita)

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58 Produção Animal | Avicultura

Ciência Avícola

Na pesquisa “Influência da cantaxantina e da idade sobre a fertilidade de matrizes pesadas”, Júlia constatou que a reação dos radicais livres (moléculas ou áto-mos com um número ímpar de elétrons) com os ácidos graxos po-lisaturados (PUFA) inicia um pro-cesso em cadeia, conhecido como peroxidação lipídica. Trata-se de um processo através do qual os radicais livres agridem os PUFA dos fosfolipídeos das membranas das células, desintegrando-as. “O plasma seminal e os espermato-zóides contêm enzimas e vitami-nas antioxidantes que protegem a

membrana espermática, rica em PUFA, da peroxidação”, afirma, textualmente, a pesquisadora. “Esta atividade enzimática antio-xidante dos espermatozóides se torna menor com o envelheci-mento dos galos, o que contribui para o declínio da fertilidade”. Assim, a inclusão de um antioxi-dante, como a cantaxantina, re-movem os radicais livres e dissi-pam os excessos. As conclusões apontam que, independente da idade, a adição de CTX à dieta das matrizes aumentou a fertilidade em 3% quando comparado ao tra-tamento que não recebeu o antio-

xidante. “A cantaxantina pode ser adicionada às dietas das matrizes pesadas após 45 semanas de idade, na quantidade de 6ppm, para me-lhorar a fertilidade e eclosão”, afir-ma Júlia Rocha, relembrando que o trabalho premiado é apenas par-te de um projeto maior. Esses re-sultados estão publicados na tese de doutorado da pesquisadora, defendida em fevereiro de 2011.

Agora, no pós-doutorado, Júlia está dando continuidade à pesqui-sa com antioxidantes para matri-zes pesadas a fim de melhorar a fertilidade e a eclosão, especial-mente após 50 semanas de idade. “A cantaxantina continua sendo o principal produto estudado, mas outros antioxidantes também se-rão avaliados. O objetivo princi-pal das próximas pesquisas é ex-plicar como a cantaxantina melhora a eclosão e a fertilidade de matrizes pesadas em idade avançada, portanto, qual é o me-canismo de ação deste antioxidan-te, já que o efeito positivo já foi provado na tese de doutorado”, fi-naliza.

Ovos com CTX: à

esquerda é infértil e à

direita é fértil

A exposição de embriões a uma atmosfera com al-tos níveis de CO2 (maio-

res que 0,03%), no início do desenvolvimento, aparece na literatura como um procedi-mento que ajuda no estímulo da angiogênese (crescimento de novos vasos sanguíneos a partir dos já existentes) do saco viteli-no e, por consequência, a ob-tenção de pintos de melhor qualidade. No entanto, para Elisabeth Gonzáles, orientado-ra do trabalho ganhador da Menção Honrosa na categoria

10000 ppm de CO2 nos primeiros dez dias para melhorar a eclodibilidade

Menção honrosa

Doutorando da UNESP Rodrigo Gravena, auxiliando na pesagem e classificação dos ovos para incubação

Page 59: A importância econômica e social da avicultura

Produção Animal | Avicultura 59

Coleta de sangue para análise hematológica

Produção do Prêmio Lamas 2011, existia um déficit de pu-blicações que discutissem sobre o nível, período e tempo de ex-posição do embrião ao gás para a obtenção dos resultados des-critos acima. Assim, a professo-ra visitante na Universidade Federal de Goiás (UFG) investiu nessa linha de pesquisa junta-mente com o médico veteriná-rio Felipe Kroetz Neto, pós--doutorando de zootecnia da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (Fcav) da Unesp.

Gonzales enfatiza que, em 2008, o projeto de estudo co-meçou com uma injeção de 4000 ppm de CO2 em máquinas de incubação de estágio único nos primeiros dias de incuba-ção. Em 2009, a pesquisa foi conduzida em três incubadoras similares às industriais com ca-pacidade para a incubação de 8000 ovos. “Essas máquinas fo-ram adaptadas pela empresa Casp com sistemas modernos de supervisórios e com sensores de CO2 para a realização dos ex-perimentos”, conta Elisabeth. “Além da utilização de 0,4% de

CO2, foram testados outros ní-veis do gás (7000 e 8000 ppm) culminando em um ensaio com 1% (10000 ppm) de injeção de CO2 durante os primeiros dez dias de incubação. Os resulta-dos mostraram melhora signifi-cativa na eclodibilidade de pin-tos de corte sem afetar a qualidade do nascimento”, fi-naliza. E o projeto não para por aí: agora Elisabeth pretende orientar um outro estudo para avaliar parâmetros fisiológicos e respostas cardio-respiratórias de pintos submetidos à exposi-ção de 10000 e 14000 ppm de CO2 durante a fase embrioná-ria.

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60 Produção Animal | Avicultura

Ciência Avícola

Falhas na proteção vacinal contra o vírus da Bronqui-te Infecciosa das Galinhas

(VBI) intrigam a equipe da área de virologia da Embrapa Aves e Suínos (CNPSA), sediada em

Concórdia, SC. Pesquisas são re-alizadas para entender o apare-cimento de casos clínicos asso-

ciados a variações dos vírus e ao aparecimento de amostras va-riantes. Capitaneadas pela médi-ca veterinária Iara Maria Trevi-sol, a equipe pretende traçar melhores medidas de controle da doença.

Ano passado, Iara chamou a atenção da banca examinadora do Prêmio Lamas ao verificar se o sistema respiratório das aves imunizadas com vacinas vivas de VBI (Massachussets) perma-necem de fato saudável quando agredidos com tipos de amostras variantes (isoladas de casos clí-nicos de campo). Agora, em 2011, a pesquisadora conquistou novamente a premiação na cate-goria Sanidade ao buscar uma padronização do principal índi-ce de validação de uma vacina viva para a enfermidade. Trata--se do percentual de proteção indicado pela atividade ciliar em anéis de traqueias colhidas de aves vacinadas e desafiadas. Segundo a médica veterinária, uma ave infectada com o VBI tem os cílios danificados já que

é na traqueia que o vírus se mul-tiplica e depois se espalha para o restante do organismo da ave, em um processo denominado viremia. “O batimento dos cílios das traqueias é um excelente pa-râmetro para avaliar o quão esse órgão está saudável. É através desse critério que podemos ava-liar se a ave está protegida ou não: cílios com batimento nor-mal têm um escore, cílios dani-ficados têm outro escore. Atra-vés do “escore Embrapa”, facilitamos a interpretação dos graus de lesão observados na tra-queia quando uma ave é “desa-fiada” com o VBI. Essa mesma interpretação é utilizada quan-do protegemos a ave com uma vacina e depois desafiamos”. Iara explica que essa metodolo-gia já está descrita na literatura. Apenas não está caracterizada detalhadamente, para que se possa repetir com facilidade. “Entendemos que simplificamos o método, diminuindo o núme-ro de graus e facilitando a inter-pretação”, conclui.

Sanidade Padronizar o índice de vacina viva para o VBI

Uma ave infectada com o VBI tem os cílios danificados já que é na traqueia que o vírus se multiplica e depois se espalha para o restante do organismo da ave, em um processo denominado viremia

Exposição crônica e cíclica ao calor e a digestibilidade dos nutrientes Outras áreas

O trabalho premiado na ca-tegoria Outras Áreas faz parte da tese de mestrado

de Lílian Arantes Souza, pós-gra-duanda da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (Fcav) da Unesp, que objetivou avaliar quais as consequências da exposição das aves ao calor na digestibilida-de dos nutrientes. “O calor causa grandes perdas econômicas na avicultura e seus efeitos se devem à ação da temperatura e à restrição alimentar gerada pelo estresse tér-mico”, assegura Souza. “Grande parte dos trabalhos relacionados ao estresse térmico utiliza aves

submetidas ao calor de forma crô-nica, porém na natureza ocorrem variações cíclicas na temperatura ambiente”. Dessa forma, a pesqui-sadora propôs avaliar a metaboli-zação dos nutrientes em frangos submetidos ao calor crônico e cí-clico criados em pair-feeding. Esse sistema consiste em fornecer a quantidade de ração consumida pelas aves no calor para aves em temperatura termoneutra, permi-tindo isolar o efeito da temperatu-ra e o efeito da redução do consu-mo alimentar. Lílian alojou 450 frangos de corte de 22 a 42 dias em cinco tipos de manejo e ava-

liou os nutrientes através da coleta total de excretas em três ensaios com determinação do coeficiente de metabolização da matéria seca, da proteína bruta e do extrato eté-reo. “Avaliamos o desempenho, a atividade de enzimas pancreáticas e o desenvolvimento da mucosa intestinal”, explica a pesquisado-ra. “Concluímos que o estresse por calor piora o desempenho das aves, com efeito sobre a digestibi-lidade dos nutrientes e atividade das enzimas pancreáticas, haven-do efeito direto do calor e da res-trição alimentar nos parâmetros avaliados”, garante.

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Produção Animal | Avicultura 61

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62 Produção Animal | Avicultura

Associações

N o início de setembro, o Sindi-cato das Indústrias de Produ-

tos Avícolas do Paraná (Sindiavi-par), anunciou o resultado da eleição para a presidência da enti-dade. No final de agosto, os asso-ciados se reuniram na sede do sindicato para a eleição da nova diretoria, que irá comandar a enti-dade no triênio 2011/2014. O atual presidente, Domingos Mar-tins, foi reeleito por unanimidade dos votos. Conforme o regimento do sindicato, todos os associados em dia puderam votar.

Segundo Martins, que liderou a única chapa a concorrer ao plei-to, isso foi possível graças a um consenso dentro da entidade. O trabalho da próxima gestão deverá ser a continuidade da atual, pro-curando sempre fortalecer a avi-cultura paranaense dentro do cenário nacional e internacional. “Somos um grupo coeso, com finalidades bem estabelecidas”, avalia.

Para a próxima gestão, o presi-dente eleito afirma que as priori-dades serão atingir novos merca-dos através, principalmente, da

diversificação dos produtos e da eficiência logística, além de seguir avançando na área técnica. Outra meta é intensificar o diálogo com o poder público. “Nós queremos que o governo dê mais atenção ao setor avícola, que é hoje o segun-do pólo de riqueza do Paraná”, destaca. O Sindiavipar tem busca-do um maior alinhamento junto aos governantes em questões de infraestrutura, especialmente na redução do preço da energia elé-trica – atualmente uma das mais caras da América do Sul – e tam-bém no escoamento da produção.

Durante o tempo em que este-ve à frente do Sindiavipar, Martins analisa que foram realizados mui-tos avanços que tornaram o Para-ná uma presença relevante nas mesas de negociação no Brasil e no exterior. “Dentre as conquistas estão a regularização dos critérios de sanidade avícola, através do zoneamento avícola e georrefe-renciamento, e a criação de nor-mas e padrões de qualidade, vi-sando sempre o consumidor final”, explica Martins.

O presidente do Sindiavipar ressalta ainda que, devido ao trabalho realizado pelo setor, a avicultura do Paraná sofreu uma forte expansão. “Estamos crescen-do em ritmo chinês. Para se ter uma ideia, nos últimos cinco nos nossa média anual de crescimento tem sido de 19,8% no faturamen-to e 7,5% no volume. No momen-to, o Paraná é um estado repre-sentativo e sem ele, há dificuldade em pleitear novas situações”, co-menta, enfatizando que a credibi-lidade conquistada deve manter as avícolas paranaenses como expo-entes, com níveis de qualidade de ponta. As informações são do Sindiavipar.

Domingos Martins é reeleito presidente do Sindiavipar

Paraná

Durante o tempo em que esteve à frente do Sindiavipar, Martins analisa que foram realizados muitos avanços que tornaram o Paraná uma presença relevante nas mesas de negociação no Brasil e no exterior

Domingos Martins: nova gestão deverá dar

continuidade da atual

Page 63: A importância econômica e social da avicultura

Produção Animal | Avicultura 63Produção Animal | Avicultura 63

Sindirações quer órgão para análise de risco

Brasil

A criação de um órgão governamen-tal para realizar a análise de risco,

com o levantamento de todos os ele-mentos que possam gerar impurezas sanitárias na alimentação animal produ-zida no País, é uma das principais reivin-dicações da indústria de ração brasilei-ra. Em entrevista exclusiva ao Diário do Comércio da Indústria, o vice-presiden-te do Sindicato das Indústrias de Ração Animal (Sindirações), Ariovaldo Zani, o governo precisa enfrentar questões como a nítida falta de entendimentos entre os países o que evidencia que podemos ter um novo gargalo a agri-cultura.

Zani lembra que o caso do embargo russo à exportação das carnes brasilei-ras, como um exemplo: “Hoje a análise

do processo de produção de alimentos está delegada à iniciativa privada”, afirma. “Entendo que ela precisa ga-nhar um caráter governamental, pois a análise de riscos é função do governo e os mercados externos só reconhecem os dados apresentados por órgãos oficiais”. Zani lembra que o Brasil não possui um sistema de análise de riscos sólido, ao contrário dos Estados Unidos que criou o Food and Drug Administra-tion (FDA), órgão responsável pela regulação de alimentos e medicamen-tos e da Norma de Ingredientes de Alimentos para Animais (IFSA, da sigla em inglês) criada pela União Europeia. “Sem um mecanismo semelhante no Brasil corremos o risco de enfrentarmos novos bloqueios”, acredita Zani.

Produção de aves no estado é insuficiente

Alagoas

A incapacidade alagoana de produzir frango para satisfazer a demanda

do mercado de mais de 1 milhão e 200 mil aves por mês contribui para que produtores pernambucanos despejem em Alagoas, a preço mais baixo que o praticado pelo mercado local, o exceden-te de produção. Para o atual presidente da Associação dos Avicultores de Alago-as (Avisal), empresário Klécio Silva, a “desarmonia” no comércio de aves entre os dois Estados é extremamente penosa para os donos das 20 empresas que produzem aves para abate em diversos municípios do Agreste, Baixo São Francis-co e Zona da Mata. “Temos produção de frango inferior à sua demanda diária. Pernambuco aproveita essa lacuna e manda para cá até 10% de seu exceden-te. O problema é que as aves cruzam nossa fronteira com valores abaixo do nosso custo de produção”, alerta.

Cada empresário alagoano investe, em média, entre R$ 2,20 e R$ 2,40 para produzir e criar uma ave até os 45 dias de vida, quando está pronta para o abate. Estudo do Banco do Nordeste (BNB) sobre os aspectos comerciais e organiza-cionais da Avicultura de Corte no Nor-deste ratificam a “lanterninha” de Alago-as quanto ao plantel e produção avícola. “Tínhamos, em 2008, 4.265.292 milhões de aves. No comparativo com os núme-ros no Nordeste (121.025.265 milhões), detínhamos produção de frango de apenas 3,49% naquela época”.

No mesmo estudo, Pernambuco figura como terceiro colocado quanto ao plantel regional, mas mantenedor da liderança quanto à posse do maior plan-tel avícola comercial. Eram, em 2008, 14,7 milhões de unidades, distribuídas em oito municípios. As informações são da Gazeta de Alagoas.

Page 64: A importância econômica e social da avicultura

64 Produção Animal | Avicultura

AviGuia: produtos, serviços e empresas

Os avanços na área da tecnologia de alimentos, que buscam a

qualidade dos produtos, a redução definitiva das doenças transmitidas pelos mesmos e o aumento da pro-dutividade, estão fazendo a diferença para o setor avícola brasileiro.

A Indústria Fornari, reconhecida no mercado internacional por lançar cientificamente, neste ano, o método “Natural Peeling” para Desinfecção de Ovos Comerciais e Férteis, está

ajudando a mudar o cenário da pro-dução de ovos no Brasil. Na prática, o método criado pela empresa catari-nense oferece maiores ganhos de eclosão, menor índice de contamina-ção, maior aproveitamento e qualida-de dos ovos e pintos. Além dessas vantagens, a utilização do equipa-mento permite que a produção de ovos férteis seja eficiente, ao ponto de gerar rendimentos superiores no processo.

Adotado pela maioria das agroin-dústrias, o método apresenta resulta-dos positivos e inovadores para o setor. Veja no quadro quais são as principais granjas que utilizam o método e saiba mais sobre a Fornari: www.fornariindustria.com.br.

Método é adotado pelo mercado brasileiro

Desinfecção de ovos

Atuante há mais de 18 anos no

mercado veterinário, o Tecsa Laboratórios, o primeiro com certi-ficado ISO 9001 da América Latina, acaba de inaugurar uma nova unidade na cidade de Goiânia, GO. Essa unidade conta com toda a capacitação técnica e operacional para dar o suporte necessário

aos produtores e veterinários da região centro-oeste. Com mais esta unidade o Tecsa Laboratórios se tor-na o laboratório com o maior nú-mero de credenciamentos do País nas mais importantes áreas da me-dicina veterinária. Saiba mais em: www.tecsa.com.br.

Tecsa inaugura nova unidade

Em Goiânia, GO

Endereço: Av. Castelo Branco , nº 2191 , setor Coimbra , loja 02,

Goiânia,GO. Telefone:(62) 3203-1496

E-mail: [email protected]: www.tecsa.com.br

Granja São Miguel Grupo Marfrig - São Miguel

do Oeste (SC)

Granja ZanellaGrupo Marfrig - São Miguel

do Oeste (SC)

Granja FariasEmpresa BRFoods - Fazenda

Vila Nova (RS)

Granja Mano JulioEmpresa BRFoods Lucas do

Rio Verde (MT)

Cooperatica CVale Palotina (PR)

Cooperativa Lar Santa Helena (PR)

Máquina de desinfecção de ovos

Equipe Tecsa: mais um laboratório para atender à avicultura

Page 65: A importância econômica e social da avicultura

Produção Animal | Avicultura 65

Leia as últimas notícias sobre as empresas do setor em www.avisite.com.br

“Boas práticas na rotina da pro-dução como garantia de sani-

dade avícola” foi o tema da palestra proferida por Humberto Bussada, representante técnico comercial da Bayer Saúde Animal – Unidade Aves e Suínos, durante o VIII Encontro de Ciência e Tecnologia Avícolas, em Uberlândia (MG). Realizado nos dias 13 e 14 de setembro, o evento foi organizado pela Faculdade de Medicina Veterinária (Famev) da Universidade Federal de Uberlândia, (UFU).

A palestra abordou o método de Boas Práticas de Produção (BPP), que descreve os procedimentos e práticas que previnem a introdução de patóge-nos que podem afetar a sanidade das

aves e saúde do consumidor. “O pro-grama de BPP deve atender as necessi-dades da agroindústria, do consumi-dor e as diretrizes do governo, sendo pré-requisito para outros programas de qualidade. Envolve principalmente a conduta das pessoas; a qualidade das instalações, equipamentos e insumos; a biossegurança/controle de pragas; a preservação do meio ambiente e o bem-estar animal”, explicou Bussada.

Novo portal Com um novo manual de seguran-

ça e novas receitas, além de informa-ções sobre a linha de produtos para aves e suínos a Unidade Aves e Suínos da Bayer lança um novo portal.

Em comemoração, a empresa

está oferecendo brindes para as primeiras três mil pessoas que se cadastrarem. Acesse: www.bayeravesesuinos.com.br

Profissional da Bayer apresenta tendências

VIII Encontro da UFU

Para fortalecer e coor-denar as ações de

marketing da Buhler na América do Sul, a multina-cional suíça anuncia seu novo gerente para área, Henrique Oliveira. Formado em Engenharia de Alimentos pela Unicamp e pós-graduado em Administração de

Empresas com ênfase em marketing e finanças pela Faculdade Getúlio Vargas de São Paulo, Oliveira reforça a tendência de engenheiros no comando do marketing de grandes empresas. “Meu trabalho será contribuir para o crescimento da Buhler na América do Sul e para isso te-mos muitos planos. O principal deles é a nova fábrica no Brasil, que será inaugurada em março de 2012, que nos permitirá alcançar economias de escala, evitar impostos de importação, ampli ar acesso aos programas de financia-mento nacionais e reduzir prazos de entrega.. Saiba mais em www.buhlergroup.com.

Buhler tem novo gerente

Contratação

OLIVEIRA Estratégia será fortalecer a marca

Professor Paulo Lourenço (UFU), Rogério Petri e Humberto Bussada (Bayer Saúde Animal – Unidade Aves e Suínos)

A Tecnoesse está dan-do continuidade ao

trabalho de fortalecimento da marca no mercado brasileiro e latino-america-no com a formação de uma equipe tecnicamente preparada para atender as demandas da avicultura. Recentemente foi anuncia-da a contratação de Edson Stenheuser para o cargo de Supervisor Técnico. Para o Diretor da Tecnoesse, Raffaele Sperotto, a contratação agrega valor pela vasta experiência técnica de Stenheuser que já trabalhou outras integradoras. Saiba mais sobre a empresa: www.tecnoesse.com.br.

Supervisor Técnico reforça equipe da Tecnoesse

Contratação

STENHEUSER é o novo colaborador

Page 66: A importância econômica e social da avicultura

66 Produção Animal | Avicultura

AviGuia: produtos, serviços e empresas

A Alltech marcou presença no XXII Congresso Latino-

americano de Avicultura (06 a 09 de setembro, Buenos Aires, Argentina). Na ocasião, o vice-presi-dente da companhia, Aidan Connolly, discorreu sobre “O Futuro da Produção Avícola”. Segundo o dirigente, com o declínio na oferta de milho e de grãos e o aumento do preço da proteína, a necessidade de as empresas investirem em uma abordagem diferente produtiva nunca foi tão importante do que agora. “Esta abordagem deve estar voltada inteiramente para uma nova base produtiva na América Latina. Precisam ser aplicadas medidas sustentáveis e rentáveis dentro da indústria avícola que ofereçam ao consumidor um produto com sabor agradável, seguro, atraente que corresponda às expectativas dos consumidores.”, afirma Connolly. “A

medida que avançamos, fica claro que agora é o momento para a indústria avícola empreender uma análise de como investir na diferen-ciação da marca em seções do su-permercado. O segredo é oferecer melhorias comprovadas,” conclui.

Connolly relembrou aos presentes que na consolidação da marca, as empresas precisam da lealdade do consumidor, que mantém o produto entre suas preferências mesmo com alterações de preço. Mais: www.alltech.com.

Nutrição é tema de palestra

Alltech

Os resultados e benefícios proporcionados pela vacina vetorial Vaxxitek HVT + IBD®

em clientes e empresas na América Latina foram destacados Pré-Congresso Merial, que aconte-ceu em 06 de setembro, em Buenos Aires, ante-cedendo o XXII Congresso Latino Americano de Avicultura.

O Pré-Congresso Merial trouxe palestras com renomados especialistas em sanidade aví-cola, além de depoimentos de técnicos latino--americanos que usam Vaxxitek HVT + IBD®. A equipe Merial Brasil esteve no evento acompa-nhada por 25 clientes, incluindo técnicos e pro-dutores. Para o Diretor da Área de Negócios Avicultura no Brasil, Clóvis de Oliveira, o time brasileiro compartilhou conhecimentos na pre-venção das principais doenças que acometem a avicultura de corte e postura, com os membros dos países vizinhos.

Merial apresenta eficácia da Vaxxitek®

Na América Latina

Aidan Connolly durante apresentação

Estande da Merial no Latino

Page 67: A importância econômica e social da avicultura

Produção Animal | Avicultura 67

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A Nutriad realizou entre os dias 2 e 5 de Agosto em Cancún, México, a “I Reunião

Técnico-comercial das Américas” com a partici-pação das equipes dos Estados Unidos, Canadá, Mexico e Brasil, além da gerência de Pesquisa e Desenvolvimento da matriz, na Bélgica.

Durante uma semana foram discutidos casos de sucesso de cada região, apresentações técni-cas, e atividades em grupo para estimular a inte-ratividade e a troca de experiências entre os participantes. De acordo com Marcelo Nunes, Diretor Geral da Nutriad na América do Sul, a ideia é unir cada vez mais a Nutriad fortalecendo todas as unidades através da troca de conheci-mento de mercado, experiências com clientes, resultados de experimentos de campo e em universidades. A capacitação da equipe é ponto fundamental na Nutriad e por isso fazemos ques-tão de investir nesse tipo de evento. De acordo com a programação inicial, o segundo encontro será organizado e realizado no Brasil em 2012. Saiba mais sobre a empresa: www.nutriad.net.

Empresa realiza a I Reunião das Américas

Nutriad

Equipes Nutriad durante evento

A Phibro Animal Health, empresa líder global na fabricação de

produtos para saúde e nutrição avícola, esteve no XXII Congresso Latino-americano de Avicultura 2011 com estratégia de promover interati-vidade com produtores de países latino-americano e demais continen-tes, além de mostrar amplo portfólio de produtos para saúde e nutrição avícola.

No estande, a Phibro destacou sua extensa linha de anticoccidianos como o Aviax® Plus e Coxistac®, terapêuticos como o TM®-700 e melhoradores de performance como o Stafac®. Foram ainda divulgados

os produtos da linha da Prince Agri Products, empresa do grupo Phibro que há mais de 150 anos nos Estados Unidos oferece soluções nutricionais avançadas, destacando diversos nutrientes especiais para a alimentação animal.

Segundo Beatriz Cardoso, geren-te de negócios de vacina para a América Latina da Phibro, o público visitante do congresso interagiu com os técnicos da empresa e conhecer detalhes sobre as linhas de produtos e aplicação nos diferentes sistemas de produção das granjas de aves de corte e postura. Saiba mais: www.phibro.com.br.

Phibro destaca aditivos

No Latino-americano

Phibro mostra lançamentos no estande

Page 68: A importância econômica e social da avicultura

68 Produção Animal | Avicultura

AviGuia: produtos, serviços e empresas

Entre os palestrantes do Con-gresso Latino-americano de

Avicultura (06 a 09 de setembro, Buenos Aires, Argentina) estava o Gerente de Produtos da FormilVet, Maurício Viana. Ele discorreu sobre “Nucleotídeos Purificados Concen-trados para Nutrição de Aves”. O profissional da FormilVet observou que é necessário uma atenção especial do produtor na dieta ini-cial de frangos de corte. Ele expli-cou que há processos adaptativos que ocorrem no período inicial da vida do pinto pós-eclosão e, por isso, é importante a manipulação de dietas ou desenvolvimento das estruturas relacionadas à digestão e absorção dos nutrientes, tendo em vista que é na primeira semana que ocorre a maior taxa de cresci-mento relativo da ave. Conforme Viana, para as dietas serem devida-mente processadas, a mucosa intestinal deve apresentar caracte-rísticas estruturais morfofisiológi-cas adequadas. “Por isso é neces-sário o suplemento com produtos que abrangem o conceito de mo-duladores nutricionais e promovem

uma homeostase metabólica e imunomoduladora no organismo do animal, fazendo com que o mesmo aproveite ao máximo os nutrientes”, disse.

No seu estande, em um dos principais pavilhões da feira, a

empresa apresentou seus produtos destaques da avicultura como o NucleotAid URI 30, suplemento é composto por nucleotídeos purifi-cados enriquecido com Uridina. Mais informações: www.formilvet.com.br.

Gerente profere palestra FormilVet no Latino

Div

ulga

ção

A Yes foi patrocinadora cota Bronze do 9° Simpósio Técnico

de Incubação, Matrizes de Corte e Nutrição, promovido pela Associação Catarinense de Avicultura (ACAV) nos dias 21, 22 e 23 de setembro, em Balneário Camboriú, SC. A Yes tem por objetivo melhorar o desem-penho e sanidade dos animais, bem como a lucratividade dos clientes.

Foram apresentados no evento

os adsorventes de micotoxinas que combatem substâncias encontradas nos grãos, cereais, silagens e rações, pois quando presentes, causam danos à saúde de animais e huma-nos. Além de possuir beta-glucano, melhoram a conversão alimentar e ganho de peso e reduz a mortalida-de.

Também foram divulgados os prebióticos (MOS)

(mananoligossacarídeos), produtos que contribuem para o equilíbrio da microbiota intestinal. Atuam na redução da aderência de bactérias gram-negativas patogênicas que possuem fímbrias do tipo 1 (como Salmonella e E. coli), diminuindo problemas gastrointestinais, melho-rando imunidade, conversão alimen-tar e reduzindo a mortalidade. Saiba mais: www.yes.ind.br.

Yes é patrocinadora bronze

Simpósio da Acav

Estande da FormilVet

Page 69: A importância econômica e social da avicultura

Produção Animal | Avicultura 69

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Gerente profere palestra

A Ceva Saúde Animal, realizou durante o Congresso Latino-

Americano de Avicultura, o Simpósio Ceva, com o título “Aperfeiçoando a Vacinação Aviária: Da pesquisa à aplicação no campo”. O simpósio foi dividido em quatro partes e contou com a

mediação do Gerente Técnico Avícola para América Latina da Ceva, Gabriel Girola.

A primeira parte abordou os conceitos sobre vacinação e como a Ceva relaciona inovação e alta tec-nologia com as necessidades do campo. A apresentação foi feita por

Yannick Gardin, Diretor do Departamento de Inovação e Estratégia da empresa. Branko Alva, Gerente Corporativo da Ceva, apre-sentou na segunda parte do simpó-sio as soluções para aperfeiçoar o controle do Gumboro e New Castle por meio da vacinação em incuba-doras.

Na sequência, Fábio Souza, Gerente de Serviços para Vacinação, abordou durante sua apresentação o Chick Program, programa de serviços oferecido pela Ceva aos produtores. O Gerente Corporativo de Produtos Avícolas, Rick Van Oort, encerrou a programação do simpósio apresentando ao público as novas soluções em vacinas para poedeiras e reprodutoras. A Ceva foi patrocinadora do XXII Congresso Latino-Americano de Avicultura e contou com toda sua equipe no evento.

Mais informações: www.ceva-brasil.com.br.

No Latino, empresa realiza Simpósio

Ceva

Palestrantes do Simpósio da Ceva

A GSI Agromarau marcou pre-sença no XXII Congresso

Latino-Americano de Avicultura. A companhia esteve presente com um estande, onde mostrou equipamen-tos para automatização e automa-ção de aviários para a produção de proteína animal, como comedouros, bebedouros, controladores eletrôni-cos de ambiente, exaustores e ni-nhos automáticos.O destaque dos produtos GSI foi o Ninho Automático Comfort Plus, que pro-porciona um ambiente seguro e favorável à postura de ovos, fazen-do com que a ave prefira o seu

interior para a postura do que a cama. Dessa forma, é reduzido o índice de ovos de cama, possibili-tando que os ovos permaneçam o menor tempo possível no local. Os ovos são conduzidos até a mesa de coleta com segurança e integridade, reduzindo ainda a necessidade de mão de obra.

Outro produto que também foi exposto no estande, e já apresenta grande procura, é o comedouro Hi-Lo, modelo de referência mun-dial do GSI Group para frango de corte. Entre suas vantagens está o fundo móvel, que oferece condições

de alimentação para aves de um dia de idade até o abate, com apenas uma bandeja de alimentação. Saiba mais: www.gsibrasil.ind.br.

GSI consolida participação

Latino-americano

Estande da empresa

Page 70: A importância econômica e social da avicultura

70 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e PreçosEstatísticas e Preços

Produção de pintos de corteJUNHO/2011514,100 milhões | 2,66%

Produção de carne de frangoAGOSTO/2011 1.125,092* mil toneladas | 6,44%*

Exportação de carne de frango AGOSTO/2011 354.337 toneladas | 1,84%

Oferta interna de carne de frango AGOSTO/2011770.755* toneladas | 8,70%*

Alojamento de pintainhas de postura AGOSTO/20117,115 milhões | -1,07%

Desempenho do frango vivoSETEMBRO/2011R$ 1,97 | 1,87%

Desempenho do ovoSETEMBRO/2011R$ 41,52/cxa | 11,97%

MilhoSETEMBRO/2011R$ 31,92/saca | 31,74%

Farelo de SojaSETEMBRO/2011R$ 666,00/ton | 0,91%

Produção e mercadoem resumo

Setembro foi mês de baixas para o

frango e o ovo

Quando setembro começou, já se sa-bia que não propiciaria ao frango os mesmos resultados alcançados no

mês anterior, agosto, quando foi registrado o maior valor nominal mensal da história do se-tor. Afinal, no próprio mês de agosto, após atingir cotação recorde de R$2,15/kg, nos úl-timos sete dias de negócios do mês o frango vivo comercializado no interior de São Paulo perdeu quase 7% de seu valor máximo.

O que não se esperava é que essa perda tivesse continuidade no decorrer do mês, fa-zendo com que o preço médio de setembro fosse encerrado em R$1,97.

Bem mais significativa e preocupante, no entanto, é a variação (mínima) em relação ao mesmo mês do ano passado. Ou seja: após apresentar, nos 12 meses anteriores, incre-mentos anuais de preço que variaram desde um mínimo de 12,69% até um máximo de 40,52%, o frango vivo fechou o nono mês do ano com um aumento de apenas 1,87% sobre idêntico mês de 2010.

O ovo foi um pouco melhor do que o frango e encerrou setembro com um resulta-do 12% superior ao registrado um ano atrás, em setembro de 2010, porém insuficiente para cobrir o aumento dos custos de produção.

Especialmente os do milho que, nesse es-paço de 12 meses, apresentou variação de preços pelo menos 20 pontos percentuais su-perior à do ovo.

Todas as porcentagens são variações anuais * Estimativa do AviSite sujeita a correções assim que sejam divulgados os dados oficiais

Ovo registrou segundo pior resultado do ano.

Já o frango perdeu boa parte do que havia

ganhado em agosto

Page 71: A importância econômica e social da avicultura

Produção Animal | Avicultura 71

Produção de pintos de corteVolume do primeiro semestre de 2011 aumentou quase 4,5%

EVolução mEnSal MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS 2009/10 2010/11 VAR. %

Julho 500,270 512,451 2,44%

Agosto 482,678 514,822 6,66%

Setembro 467,938 496,915 6,19%

Outubro 503,041 513,130 2,01%

Novembro 462,635 511,532 10,57%

Dezembro 493,895 517,827 4,85%

Janeiro 472,898 499,350 5,59%

Fevereiro 448,957 473,309 5,42%

Março 510,371 526,847 3,23%

Abril 497,581 513,028 3,10%

Maio 500,989 536,043 7,00%

Junho 500,788 514,100 2,66%

Em 6 meses 2.931,584 3.062,677 4,47%

Em 12 meses 5.842,041 6.129,353 4,92%

Fonte dos dados básicos: APINCO – Elaboração e análises: AVISITE

No mês de encerramento do primeiro semestre de 2011 foram produzidos

no Brasil cerca de 514,1 milhões de pintos de corte, volume que significou aumento de 2,7% sobre junho de 2010 e queda de 4,1% sobre o mês anterior, maio de 2011. Junho, porém, é mês mais curto, de 30 dias. E isso considerado, o incremento real de um mês para outro foi inferior a 1%.

Com o último resultado, a produção dos seis primeiros meses de 2011 somou pouco mais de 3,062 bilhões de pintos de corte aumentando 4,47% em relação a idêntico semestre de 2010.

Foi, portanto uma expansão bem mais modesta que a observada no mes-mo período do ano passado, ocasião em que o volume produzido aumentou 10,63% em comparação ao primeiro se-mestre de 2009.

Não só isso, porém. Contrapondo-se os resultados do primeiro semestre de 2011 aos do segundo semestre de 2010 constata-se ligeira redução no volume produzido, fato não observado no ano passado, quando a produção do primeiro semestre acabou superando o volume produzido no segundo semestre de 2009.

Projetada a produção do primeiro se-mestre para a totalidade do ano tem-se volume anual da ordem de 6,125 bilhões de pintos de corte, 2% a mais que o pro-duzido em 2011. Mas, todos sabem, a produção do segundo semestre, salvo al-guma rara exceção já esquecida no tem-po, sempre foi maior que a do semestre inicial do ano. Porque o período é mais longo, de maior produtividade e, princi-palmente, engloba as Festas de final de ano, que solicitam maior produção.

No ano passado, naquela que foi a menor variação semestral dos últimos 10 anos, o volume produzido no segundo semestre foi 4,6% superior ao do primei-ro semestre. Mantido neste ano, esse ín-dice, significará pouco mais de 3,2 bilhões de pintos de corte no semestre e volume anual de pouco mais de 6,260 bilhões de cabeças anuais.

0

1

2

3

4

5

6

3

4

5

Produção Semestral

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

0

1

2

3

2001 a 2011 (2011 1º Semestre)Bilhões de Cabeças

2º Semestre 1º Semestre

1,65

91,

815

1,86

41,

955

1,88

22,

025

2,07

32,

204

2,24

62,

449

2,19

22,

384

2,50

12,

650

2,65

1

2,65

0

2,93

1

3,06

3

2,81

7

2,91

0

3,06

7

Page 72: A importância econômica e social da avicultura

72 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

Produção de carne de frangoEm agosto, uma raridade: volume provavelmente aquém

dos registrados em junho e julho

EVolução mEnSalMIL TONELADAS

MÊS 2009/10 2010/11 VAR. %

Setembro 956,166 997,524 4,33%

Outubro 957,625 1.070,510 11,79%

Novembro 979,969 1.030,498 5,16%

Dezembro 1.010,062 1.112,104 10,10%

Janeiro 1.000,611 1.088,307 8,76%

Fevereiro 870,352 950,589 9,22%

Março 966,853 1.048,702 8,47%

Abril 1.026,166 1.078,983 5,15%

Maio 1.072,142 1.121,019 4,56%

Junho 1.041,178 1.089,220 4,61%

Julho 1.067,354 1.094,724 2,56%

Agosto 1.056,971 1.125,092* 6,44%*

Em 8 meses 8.101,627 8.596,636* 6,11%*

Em 12 meses 12.005,449 12.807,272* 6,68%*

Fonte dos dados básicos: APINCO – Elaboração e análises: AVISITE* Estimativa do AviSite sujeita a correções assim que sejam divulgados os dados oficiais.

Por motivos alheios à sua vontade, o Revista do AviSite e o Portal AviSite

deixam de publicar com a habitualidade anterior as informações relativas à produ-ção brasileira de carne de frango, as quais, por sua vez, conduziam naturalmente às estimativas da disponibilidade interna total do produto (produção menos exportação igual a oferta interna) e, inclusive, a estima-tivas da disponibilidade per capita de carne de frango.

Isso, entretanto, não impede que se façam projeções da produção e da oferta interna, corrigidas à medida que se divul-guem os dados oficiais. Dentro desse espí-rito, o Portal e a Revista do AviSite adotarão como premissas o amplo leque de infor-mações que o próprio setor avícola vem disponibilizando há anos, bem como re-correrão, sempre que possível, a dados e informações de mercado. Tudo com a fina-lidade de dar continuidade à prestação de um serviço que é anterior ao próprio surgi-mento da Revista e que vem sendo demo-craticamente oferecido a toda a avicultura há mais de dez anos.

Ao lado a estimativa de produção de carne de frango do mês de agosto. O comportamento médio do mercado nos últimos anos aponta que, no mês, a pro-dução brasileira de carne de frango tem sido ligeiramente superior à de julho, que também tem 31 dias. Porém, as condições de mercado observadas no mês – um dos melhores preços do ano, tanto para o frango vivo como para o abatido – e a clara recuperação em relação aos dois meses anteriores fazem supor que a produção efetiva do oitavo mês do ano ficou aquém do produzido em junho e julho (1,089 e 1,095 milhão de toneladas, respectiva-mente). O número da tabela ao lado, por-tanto, pode estar superestimado.

Estando correta essa afirmação, o vo-lume acumulado nos últimos 12 meses será ligeiramente inferior ao apontado pelo gráfico à esquerda, reforçando a tese de que não será em 2011 que o setor irá alcançar a marca dos 13 milhões de toneladas.

2010

12.0

05

12.0

47

12.1

6012

.160

Ago Set Out Nov Dez

12.2

10

12.3

12 12.4

0012

.400

12.4

8012

.480 12

.562

12.5

62

12.6

1512

.615

12.6

6412

.664

12.7

1212

.712

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul

12.7

3912

.739

Ago

12.8

07

2011

Acumulado em 12 mesesMil Toneladas

Page 73: A importância econômica e social da avicultura

Produção Animal | Avicultura 73

Após terem recuado a um dos meno-res níveis do ano em julho, no mês

seguinte, agosto de 2011, as exporta-ções brasileiras de carne de frango apre-sentaram significativa recuperação e atingiram um dos maiores volumes de todos os tempos.

Conforme os dados da SECEX/MDIC, foram embarcadas no mês 354.337 toneladas de frango inteiro, cortes de frango, industrializados de frango e carne de frango salgada, volu-me que correspondeu a aumentos de 1,84% sobre agosto de 2010 e de cerca de 14% sobre o mês anterior.

A realidade, porém, é que julho pode não ter sido tão ruim quanto se lamen-tou, nem agosto tão bom quanto se apregoou. Pois o que parece ter efetiva-mente ocorrido foi um atraso nos embar-ques de julho ou na contabilização do volume embarcado no mês. Aponta nes-sa direção o fato de a média mensal em-barcada no bimestre julho/agosto ter fi-cado em 332.605 toneladas, ou seja, praticamente o mesmo volume exporta-do em junho (331.321 toneladas) e pou-ca coisa menos que o embarcado em maio.

De toda forma, o melhor período para as exportações já pode ter ficado para trás, pois uma análise do comporta-mento do setor nos últimos anos mostra que o melhor desempenho é registrado no segundo quadrimestre do ano, entre os meses de maio e agosto.

Neste ano, o volume exportado no segundo quadrimestre ficou 6% acima do volume registrado no primeiro qua-drimestre e fez com que o volume acu-mulado entre janeiro e agosto somasse 2,593 milhões de toneladas, aumentan-do 3,18% em relação a idêntico período de 2010.

O volume total exportado corres-ponde a uma média mensal de pouco mais de 324 mil toneladas que, mantida no quadrimestre final de 2010 propor-cionará exportação total da ordem de 3,9 milhões de toneladas.

Exportação de carne de frangomédia mensal embarcada entre janeiro e agosto sugere volume anual de 3,9 milhões/t

EVolução mEnSalMIL TONELADAS

MÊS 2009/10 2010/11 VAR. %

Setembro 289,951 337,637 16,45%

Outubro 335,445 333,406 -0,61%

Novembro 268,615 319,802 19,06%

Dezembro 314,785 315,316 0,17%

Janeiro 233,324 295,398 26,60%

Fevereiro 282,471 296,585 5,00%

Março 331,941 341,055 2,75%

Abril 309,942 325,263 4,94%

Maio 322,151 338,523 5,08%

Junho 325,272 331,321 1,86%

Julho 360,526 310,874 -13,77%

Agosto 347,921 354,337 1,84%

Em 8 meses 2.513,548 2.593,356 3,18%

Em 12 meses 3.722,343 3.899,517 4,76%

Fonte dos dados básicos: SECEX/MDIC / Elaboração e análises: AVISITE

260

270

280

290

300

310

320

330

340

350

360

CARNE DE FRANGO

Jan/

11

Fev/

11

Mar

/11

Abr/1

1

Mai

/11

Jun/

11

Jul/1

1

Ago/

11

Set/1

1

Out

/11

Nov

/11

Dez/

11

280

290

300

310

Entre janeiro e agosto, volume exportado totalizou 2,593 milhões de toneladas. Para que se chegue, no ano, aos 4 milhões de toneladas, será precisoembarcar pelo menos 351 mil toneladas mensais entre setembro e dezembro.

295,

4

296,

6

341,

0

325,

3

338,

5

331,

3

310,

9

354,

3

351,

7

351,

7

351,

7

351,

7

Page 74: A importância econômica e social da avicultura

74 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

oferta interna de carne de frangoVolume disponibilizado em agosto pode ter sido

o terceiro menor em nove meses

Na ausência dos dados habituais sobre a produção mensal de car-

ne de frango fica prejudicado, tam-bém, o cálculo da oferta interna de carne de frango, resultado do saldo entre produção e exportação.

Mas uma vez que, doravante, o AviSite passa a fazer mensalmente projeções da produção brasileira de carne de frango (corrigíveis à medida que sejam divulgados os dados ofi-ciais de produção), nada impede que projete, igualmente, números relati-vos à disponibilidade interna aparen-te de carne de frango.

Dessa forma, levando em conta a estimativa de produção, em agosto, de volume da ordem de 1.125.092 to-neladas, bem como a exportação de 354.337 toneladas, conforme infor-mou a SECEX/MDIC, conclui-se que a carne de frango ofertada interna-mente pode ter girado em torno das 770.755 toneladas, volume que re-presentou aumento de 8,7% sobre o mesmo mês do ano passado, mas que configurou redução (de quase 2%) sobre a oferta interna do mês anterior, julho de 2011.

A menor oferta explica porque em agosto o frango – vivo e abatido – alcançou um dos melhores preços de 2011. Note-se, de toda forma, que o volume efetivamente ofertado pode ter sido ainda menor que o ora apontado, pois – como se ressalvou na análise da produção de carne de frango do mês de agosto – não está descartada a hipótese de o volume produzido ter ficado abaixo do esti-mado.

Notar, de toda forma, que, mes-mo pela atual estimativa, em agosto de 2011 ofertou-se internamente o menor volume de carne de frango em cinco meses. Aliás, em nove meses (isto é, desde dezembro de 2010), o volume de agosto só superou os re-gistrados em fevereiro e março. Foi a terceira menor oferta em nove meses.

EVolução mEnSalMIL TONELADAS

MÊS 2009/10 2010/11 VAR. %

Setembro 666,215 659,887 -0,95%

Outubro 622,180 737,104 18,47%

Novembro 711,354 710,696 -0,09%

Dezembro 695,278 796,786 14,60%

Janeiro 767,287 792,908 3,34%

Fevereiro 587,882 654,004 11,25%

Março 634,912 707,647 11,46%

Abril 716,224 753,720 5,24%

Maio 749,991 782,496 4,33%

Junho 715,906 757,899 5,87%

Julho 706,828 783,850 10,90%

Agosto 709,050 770,755 * 8,70%*

Em 8 meses 5.588,080 6.003,279* 7,43%*

Em 12 Meses 8.283,107 8.907,752* 7,54%*

Fonte dos dados básicos: APINCO e SECEX/MDIC – Elaboração e análises: AVISITE* Estimativa do AviSite sujeita a correções assim que sejam divulgados os dados oficiais.

2010

686,

2

659,

9 713,

371

3,3

Ago Set Out Nov Dez

710,

7 771,

1

767,

376

7,3

700,

770

0,7

684,

868

4,8 75

3,7

753,

7

757,

375

7,3

757,

975

7,9

758,

675

8,6

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago

745,

9

2011

Oferta real Volume nominal mensalajustado para mês de 30 diasMil toneladas

Page 75: A importância econômica e social da avicultura

Produção Animal | Avicultura 75

O alojamento de pintainhas de postura registrou no segundo

quadrimestre de 2011 situação oposta à observada no primeiro quadrimestre do ano. Entre janeiro e abril, os alojamentos mensais foram todos superiores aos do mesmo mês do ano anterior. Entre maio e agos-to o que se viu foram resultados su-cessivamente negativos. Assim, após expansão de 8,6% no primeiro terço do ano (comparativamente ao mesmo período anterior), no segun-do terço houve redução de 4,4%.

O resultado desse comporta-mento é uma expansão, em oito meses, de 1,5%, índice que sugere alojamento anual de 79,2 milhões de fêmeas comerciais de postura. E se isso se confirmar, o volume anual ficará abaixo dos cerca de 80,3 mi-lhões de cabeças acumuladas nos 12 meses encerrados em abril passa-do, ocasião em que se registrou o recorde histórico de alojamento anualizado.

Dessa forma, ainda que o volu-me acumulado entre setembro de 2010 e agosto de 2011 esteja quase 9% acima do registrado nos 12 me-ses imediatamente anteriores, en-contra-se cerca de 1,5% abaixo do pico de abril e apresenta evolução continuamente decrescente nos últi-mos quatro meses. Uma evolução negativa que, mantida nos mesmos níveis no quadrimestre final de 2011 pode conduzir a um volume anual ainda menor que o acima apontado.

Em agosto último, conforme a UBABEF, o alojamento de pintai-nhas de postura somou 7,115 mi-lhões de cabeças. O mês mais longo (em relação a julho, um domingo a menos, uma incubação a mais) fez com que o volume alojado aumen-tasse 6%. Mas em relação a agosto de 2010 houve redução de pouco mais de 1%.

alojamento de pintainhas de posturaVolume alojado permaneceu negativo por todo o segundo quadrimestre de 2011

EVolução mEnSal(OVOS BRANCOS E VERMELHOS)

MILHÕES DE CABEÇAS

PINTAINHAS COMERCIAIS DE POSTURA % OVO BRANCO

MÊS 2009/10 2010/11 VAR.% 2009/10 2010/11

Setembro 5,145 6,818 32,52% 73,80% 77,35%

Outubro 5,025 6,595 31,25% 72,91% 75,47%

Novembro 5,251 6,708 27,73% 71,03% 75,07%

Dezembro 5,181 6,131 18,35% 73,75% 72,19%

Janeiro 5,723 6,613 15,54% 76,94% 75,28%

Fevereiro 5,502 5,586 1,53% 73,30% 75,18%

Março 6,162 6,554 6,36% 78,60% 73,14%

Abril 6,448 7,134 10,64% 78,69% 72,99%

Maio 6,551 6,474 -1,17% 76,99% 73,28%

Junho 7,156 6,587 -7,96% 78,25% 76,27%

Julho 7,241 6,716 -7,25% 77,20% 76,55%

Agosto 7,193 7,115 -1,07% 76,09% 73,23%

Em 8 meses 51,976 52,779 1,54% 77,07% 74,46%

Em 12 meses 72,578 79,030 8,89% 75,88% 74,67%

Fonte dos dados básicos: UBABEF – Elaboração e análises: AVISITE

2010

72,5

78

Ago

72,5

78

74,2

51

Set

74,2

51

75,8

21

Out

75,8

21

Nov

77,2

7777

,277

77,2

77

Dez

78,2

2878

,228

79,1

17

Jan

79,1

17

79,2

01

Fev

79,2

01

79,5

93

Mar

79,5

93

Abr

80,2

7980

,279

Mai

80,2

0280

,202

Jun

79,6

3279

,632

Jul

79,1

0779

,107

Ago

79,0

30

2011

Acumulado em 12 MesesMilhões de cabeças

Page 76: A importância econômica e social da avicultura

76 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

Quando setembro começou, já se sabia que não propiciaria ao fran-

go os mesmos resultados alcançados no mês anterior, agosto, quando foi regis-trado o maior valor nominal mensal da

história do setor. Afinal, no próprio mês de agosto, após atingir cotação recorde de R$2,15/kg, nos últimos sete dias de negócios do mês o frango vivo comer-cializado no interior de São Paulo per-

deu quase 7% de seu valor máximo.O que não se esperava é que essa

perda tivesse continuidade no mês de setembro. Assim, após permanecer nos primeiros 20 dias do mês com a mesma cotação do final de agosto (R$2,00/kg), a partir de meados da quarta semana de setembro o produto sofreu duas sucessi-vas baixas, encerrando o período cotado a R$1,90/kg, ou seja, o mesmo valor que vigorou na maior parte do mês inicial do ano, janeiro.

Esse desempenho implicou em uma redução de preços de quase 12% (25 centavos a menos) no curto espaço de três semanas e meia. E conduziu a um preço médio 5,5% inferior ao do mês anterior, agosto, resultando na primeira evolução negativa dos últimos quatro meses.

Bem mais significativa e preocupan-te, no entanto, é a variação (mínima) em relação ao mesmo mês do ano passado. Ou seja: após apresentar, nos 12 meses anteriores, incrementos anuais de preço que variaram desde um mínimo de 12,69% até um máximo de 40,52%, o frango vivo fechou o nono mês do ano com um aumento de apenas 1,87% so-bre idêntico mês de 2010.

Analisados esses dois últimos índi-ces, corre-se o risco, aqui, de concluir que o resultado até que não foi ruim, pois significou aumento de quase 44% em dois anos (+40,52% em setembro de 2010 e +1,87% agora). Mas o que a tabela não mostra é que há dois anos (setembro de 2009) o preço recebido pelo frango vivo caiu 25% em relação a setembro do ano anterior. Assim, tudo levado na devida conta, a constatação final é a de que o valor médio registrado em setembro passado ficou apenas 6,5% acima da média alcançada há três anos, em setembro.

Conclusão: o produtor está rece-bendo, hoje, menos do que recebia quando eclodiu a grande crise econômi-ca mundial de 2008, cujos reflexos são sentidos até hoje.

FRANGO VIVOEvolução de preços na granja,

interior paulista – R$/KgMÊS MÉDIA

R$/KGVARIAÇÃO %

ANUAL MENSAL

SET/10 1,93 40,52% 19,26%

OUT 1,84 22,85% -4,67%

NOV 1,85 20,19% 0,54%

DEZ 2,08 26,52% 12,29%

JAN/11 1,96 23,80% -5,73%

FEV 2,01 23,34% 2,78%

MAR 2,03 33,48% 0,92%

ABR 1,79 26,77% -11,90%

MAI 1,60 14,56% -10,27%

JUN 1,62 19,70% 0,76%

JUL 1,77 12,69% 9,41%

AGO 2,08 28,49% 17,65%

SET 1,97 1,87% -5,55%

média e variação anual entre 2000 e 2011

ANO R$/KG VAR. %

2000 0,91 14,57%

2001 0,97 6,47%

2002 1,13 16,49%

2003 1,45 28,31%

2004 1,49 2,75%

2005 1,35 -8,72%

2006 1,16 -14,70%

2007 1,55 33,62%

2008 1,63 5,16%

2009 1,63 0,15%

2010 1,65 0,94%

2011* 1,87 13,45%

* Média entre 03/01 e 30/09/11

Desempenho do frango vivo em setembro de 2011Ganhos de agosto sofreram forte corrosão no

decorrer de setembro

Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITEObs.: valores finais arredondados, daí eventuais diferenças nos percentuais

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

R$

1,96

R$

1,97

R$

1,96

R$

2,01

R$

2,01

R$

2,03

R$

1,97

R$

2,08

R$

2,03

R$

1,79

R$

1,79

R$

1,60

R$

1,60

R$

1,60

R$

1,62

R$

1,97

R$

1,97

R$

2,08

R$

2,08

R$

1,62

R$

1,77

FRANGO VIVO - PREÇOS HISTÓRICOS E PREÇOEFETIVO EM 2011

PREÇO HISTÓRICO (média 1999/2009):preço em dezembro do ano anterior igual a 100PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2011: (R$/KG, granja, interior paulista)

R$ 1,30

R$ 1,20

R$ 1,40

R$ 1,50

R$ 1,60

R$ 1,70

R$ 1,80

R$ 1,90

R$ 2,00

92,8

0%

97,6

6%

88,1

8%

86,1

9%

87,1

2%

96,5

2%

98,8

5%

104,

63%

106,

13%

107,

27%

107,

47%

108,

34%

Page 77: A importância econômica e social da avicultura

Produção Animal | Avicultura 77

É histórico: após alcançar, entre ju-nho e julho, remuneração superior

à de todos os meses anteriores, o ovo passa a registrar evolução negativa de preços, só se recuperando em dezem-bro, no mês das Festas.

Este 2011 não é diferente, mas tem agravantes que tornam a situação mais preocupante do que o comportamento histórico. Primeiro, o pico de preços do ano não ocorreu em junho. Segundo, o retrocesso típico do segundo semestre começou antes, já em julho. E se man-teve por todo o terceiro trimestre.

Dessa forma, o preço médio regis-trado em setembro, além de ter ficado quase 10% abaixo da média do mês anterior, acumula em relação a junho (segundo melhor preço deste ano) re-dução próxima de 14%. E em compara-ção ao melhor preço de 2011 (abril) a perda acumulada supera os 20%.

Tudo isso conduziu a um resultado apenas 12% superior ao registrado um ano atrás, em setembro de 2010, insu-ficiente para cobrir o aumento dos cus-tos de produção. Especialmente os do milho que, nesse espaço de 12 meses, apresentou variação de preços pelo menos 20 pontos percentuais superior à do ovo.

Mas, levando-se em conta que à valorização de 11,97% em setembro deste ano somou-se outra, de 9,45%, em setembro do ano passado (mais de 22% de incremento em 24 meses), se-ria quase natural concluir que o resulta-do atual não foi tão ruim quanto se apregoa. Mas não é bem assim. Por-que, 24 meses atrás (setembro de 2009) o ovo enfrentou decréscimo de preço anual similar ao ganho que levou dois anos para acumular. E o resultado disso é que o valor médio registrado neste setembro ficou 4% abaixo da-quele de setembro de 2008 (!). Isso, em valores nominais, pois em valores defla-cionados a perda é muitíssimo maior.

O fato, aliás, também é comprová-vel pela análise do preço médio regis-

trado nos últimos anos. Como demons-tra a tabela à direita, o valor médio alcançado pelo ovo nos nove primeiros meses de 2011 se encontra quase 20% acima da média registrada nos 12 me-

ses do ano passado. Mas quando a mesma comparação é feita com o ano de 2008, o incremento é de não mais que 4%. Ou seja: não cobre sequer a inflação deste ano.

Desempenho do ovo em setembro de 2011Preços acompanham média tradicional e registram segundo pior resultado do ano

OVO BRANCO EXTRAEvolução de preços no atacado paulistano (R$/CAIXA DE 30 DÚZIAS)

MÊS MÉDIA R$/CX

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL

SET/10 37,08 9,45% -0,20%

OUT 36,74 17,21% -0,75%

NOV 36,83 18,82% 0,25%

DEZ 38,76 8,01% 5,23%

JAN/11 37,08 16,60% -4,33%

FEV 44,29 11,65% 19,45%

MAR 49,08 19,82% 10,80%

ABR 52,88 40,07% 7,74%

MAI 43,08 10,11% -18,53%

JUN 48,08 16,81% 11,61%

JUL 47,00 24,04% -2,25%

AGO 46,04 23,92% -2,05%

SET 41,52 11,97% -9,81%

média e variação anual entre 2000 e 2011

ANO R$/CX VAR. %

2000 23,12 16,89%

2001 24,07 4,11%

2002 27,88 15,83%

2003 39,67 42,29%

2004 34,47 -13,11%

2005 33,48 -2,87%

2006 27,48 -17,92%

2007 39,42 43,45%

2008 43,62 10,65%

2009 38,63 -11,37%

2010 37,93 -1,82%

2011* 45,46 19,87%

* Média entre 03/01 e 30/09/11

Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITEObs.: valores finais arredondados, daí eventuais diferenças nos percentuais

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

R$

37,0

8

R$

44,2

9R

$ 44

,29

R$

49,0

8R

$ 49

,08

R$

52,8

8R

$ 52

,88

R$

43,0

8R

$ 43

,08 R$

48,0

8R

$ 48

,08

R$

47,0

0R

$ 47

,00

R$

46,0

4R

$ 46

,04

R$

41,5

2

OVO EXTRA BRANCO - PREÇOS HISTÓRICOSE PREÇO EFETIVO EM 2011

PREÇO HISTÓRICO (média 1999/2009):preço em dezembro do ano anterior igual a 100PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2011: (R$/caixa, no atacado paulista)

R$ 32,00

R$ 30,00

R$ 34,00

R$ 36,00

R$ 38,00

R$ 40,00

R$ 42,00

R$ 44,00

R$ 46,00

R$ 48,00

R$ 50,00R$ 52,00

88,2

4% 108,

23%

112,

91%

101,89%

103,

18%

110,

65%

106,

81%

105,

62%

96,0

7%

95,5

3%

99,1

7%

111,

87%

Page 78: A importância econômica e social da avicultura

Estatísticas e Preços

Matérias-PrimasDisparidade em relação ao ano passado continua em queda

Preço do farelo de soja registra aumento

Fonte das informações: www.jox.com.br

O farelo de soja (FOB, interior de SP) novamente ob-tém pequeno ajuste em seu preço, sendo comer-

cializado em setembro de 2011 ao preço médio de R$666/tonelada, valor 5,2% maior que o de agosto passado – R$633/t. Na comparação com setembro de 2010 – quando o preço médio era de R$660/t – a cota-ção atual registra aumento de 0,9%.

Valores de troca – Farelo/Frango vivoCom a queda no preço do frango vivo e a valoriza-

ção do farelo de soja em agosto, foram necessários 338,1kg de frango vivo para adquirir uma tonelada do insumo, significando piora de 9,98% no poder de com-pra em relação a agosto de 2011, quando foram neces-sários 304,3kg de frango vivo para obter uma tonelada do produto.

Valores de troca – Farelo/OvoDe acordo com os preços médios dos produtos, em

outubro de 2011 foram necessárias 18,7 caixas de ovos (valor na granja, interior paulista) para adquirir uma to-nelada de farelo de soja. O poder de compra do avicul-tor de postura em relação ao farelo diminuiu na compa-ração com agosto de 2011: piora de 13,86%, já que em agosto cerca de 16,1 caixas de ovos adquiriam uma to-nelada de farelo. Em relação a setembro de 2010, a me-lhora no poder de compra é de 15,11%, pois naquele período a tonelada de farelo de soja custou, em média, 21,6 caixas de ovos.

O preço do milho aumentou em setembro de 2011. O preço médio do insumo da saca de 60 kg, interior de SP, fechou o

mês cotado a R$31,92 – valor 5,38% maior que a média de R$30,29 obtida pelo produto em agosto. Embora continue alta, a disparidade de preço do milho apresentou relativa queda em rela-ção a setembro do ano passado, quando foi iniciada a escalada de altos preços na saca do insumo. O valor atual é 31,74% maior, já que a média de setembro de 2010 foi de R$24,23/saca. Como em agosto de 2011, a disparidade foi de 46,83% houve uma queda de 15,09 pontos percentuais no mês.

Valores de troca – Milho/Frango vivoO frango vivo (interior de SP) fechou setembro a R$1,97/kg –

média 5,28% menor que a de agosto de 2011. A desvalorização do produto diminuiu o poder de compra do avicultor: foram neces-sários 270,0kg de frango vivo para se obter uma tonelada do insu-mo, considerando-se a média mensal de ambos os produtos em setembro. Este valor representa diminuição do poder de compra de 10,12% em relação ao mês anterior, pois em agosto a tonelada do milho “custou” 242,7 kg de frango vivo.

Valores de troca – Milho/OvoO preço do ovo, na granja (interior paulista, caixa com 30 dú-

zias), encerrou outubro cotado à média de R$ 35,52, redução de 9,36% sobre o mês anterior. Essa desvalorização pelo terceiro mês consecutivo resultou na diminuição do poder de compra: em outu-bro foram necessárias 14,977 caixas de ovos para adquirir uma tonelada do cereal. Em agosto foram necessárias 12,882 caixas/t, uma piora de 13,99% na capacidade de compra do produtor.

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82 Produção Animal | Avicultura

Ponto Final

82 Produção Animal | Avicultura

É fundamental repensar a avicultura brasileira

José Flávio Neves Mohallem

é engenheiro civil. Atua na avicultura desde 1992, quando ingressou na Granja Planalto. Atualmente é Presidente dessa mesma empresa e

Diretor Presidente da Associação dos Produtores de Pintos de Corte (Apinco)

Apontávamos, naquela época, as princi-pais barreiras a serem superadas. Entre elas o chamado “Custo Brasil”, composto por diver-sos itens, como falta de infraestrutura de trans-portes e armazenagem, elevada carga tributá-ria, elevado custo de capital, baixa oferta de crédito, complexidade das legislações, corrup-ção, etc.

O decorrer do tempo só veio confirmar a consistência dessas análises. A agricultura bra-sileira se transformou, dando um salto tecno-lógico fantástico. Hoje está profissionalizada e emprega alta tecnologia e modernos modelos de gestão. Sabe planejar, controlar, gerenciar riscos.

Ao elo seguinte, o das proteínas animais, também foi impresso um ritmo fortíssimo de crescimento e desenvolvimento. Falando em carne de frango, nos tornamos o maior expor-tador mundial e transformamos o mercado in-terno, que passou a consumir mais de 45 kg per capita, fazendo do alimento a proteína animal mais consumida pela população brasi-leira.

Porém, paralelamente a toda essa evolu-ção, novos questionamentos e ponderações surgem para a avicultura brasileira. Houve evolução, mas as empresas não ganharam em rentabilidade. Pelo contrário, se avaliarmos o número de empresas vendidas/absorvidas em função de perdas econômicas, fica claro que o setor não evoluiu economicamente.

Claro, se houve vendidos, houve compradores. Que deveriam estar em boa situação econômica. No en-tanto, ao se analisar as transações ocorridas percebe-se que os benefici-ários foram, ou compradores exter-nos, ou empresas de outro segmento trazendo dinheiro do BNDES, ou Fundos de Pensão gerando “fun-ding” para a operação, ou operações de arrendamento, parcerias - mode-los que não incluem aporte financei-ro para aquisição.

A conclusão é a de que nossa avi-cultura cresceu, evoluiu em tecnolo-gia, em gestão, mas repassou todos estes ganhos para o consumidor ou para outros segmentos da cadeia. Não só isso, porém. Passamos a en-frentar sério problema de perda de competitividade a partir das mu-danças ocorridas na área de energia,

em especial a adoção do programa americano de etanol de milho. Isso gerou forte elevação nos patamares das “commodities” agrícolas, si-tuação ainda mais agravada pela recente crise financeira.

A grande consequência interna foi a mu-dança do mercado brasileiro de milho, que pas-sou a exportar de forma mais intensa e estrutu-rada, além de internacionalizar seus preços. Mas, para nós, o efeito tem sido um custo de produção maior até que o dos Estados Unidos. Como alimentar a população? Como manter o crescimento das exportações?

O milho é apenas um dos exemplos da mu-dança na nossa planilha de custos. Pois há ou-tros fatores contribuindo para o agravamento da situação. Por exemplo, além do “custo Bra-sil”, uma logística pior e mais cara que só faz agravar o balanço final. Isso para não falar da valorização da nossa moeda, que inibe as ex-portações e torna o mercado interno mais ren-tável – o que não representa solução, pois esse mercado é limitado, sem capacidade de absor-ver maiores volumes, mesmo com redução de preços.

Repensar a avicultura brasileira é funda-mental para que o setor não seja induzido a um caminho de degradação, concentração e inter-nacionalização. Sem a devida análise dos pro-blemas estruturais que enfrentamos, corremos o risco de perder tudo o que construímos nos últimos anos com muito afinco e dedicação.

A força do “agribusiness” brasileiro sem-pre me entusiasmou. No início dos anos 90, quando tive oportunidade de

me envolver diretamente com o setor, muito se falava sobre o potencial brasileiro, em es-pecial o das proteínas vegetais e animais. Par-ticipei de inúmeros estudos e apresentações onde se demonstravam as vantagens competi-tivas do Brasil nestas proteínas. Tínhamos, nas proteínas animais, o menor custo de produ-ção; e em ambas, a maior capacidade de cres-cimento – possibilidade suportada por novas fronteiras agrícolas, disponibilidade de água, duas safras/ano, perspectiva de correção do atraso tecnológico, etc. Enfim, estávamos ap-tos a responder de pronto a uma forte de-manda mundial por alimentos.

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Produção Animal | Avicultura 83

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