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Verifica a influência do Open Access (OA) nas comunidades acadêmicas da área de biblioteconomiadas Universidades Federais da Região Nordeste do Brasil. Tem como objetivo geral identificar e discutir ainfluência do movimento OA. A metodologia adotada consiste na combinação da abordagem qualitativa equantitativa; os instrumentos de coleta de dados utilizados foram questionários e entrevista. A entrevista foiaplicada ao tecnólogo sênior do Instituto Brasileiro de Informação, Ciência e Tecnologia (IBICT) com afinalidade de obter informações sobre o movimento OA no Brasil. Os questionários aplicados aos professores ealunos dos cursos de Biblioteconomia com a finalidade de verificar os efeitos e as consequências do movimentoOA sobre essas comunidades. Os resultados dos inquéritos apontam vários indicadores positivos da influência domovimento OA sobre essas comunidades acadêmicas, entre os quais podemos citar: a existência de repositóriosinstitucionais (RI) em Universidades Federais Nordestinas, um alto percentual de utilização de repositóriosinstitucionais, o elevado percentual de utilização e produção de publicações bibliográficas em OA. Também, oconhecimento e a concordância com o movimento OA demonstram o impacto desse movimento nascomunidades acadêmicas da Região Nordeste do Brasil.
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Encontros Bibli: revista eletrnica de biblioteconomia e cincia da informao, v. 17, n.
esp. 2 III SBBC, p.65-81, 2012. ISSN 1518-2924. DOI:10.5007/1518-2924.2012v17nesp2p65
A INFLUNCIA DO OPEN ACCESS NAS COMUNIDADES ACADMICAS DA
REA DE BIBLIOTECONOMIA NO NORDESTE DO BRASIL
Virgnia Brbara Aguiar Alvesi
Resumo: Verifica a influncia do Open Access (OA) nas comunidades acadmicas da rea de biblioteconomia
das Universidades Federais da Regio Nordeste do Brasil. Tem como objetivo geral identificar e discutir a
influncia do movimento OA. A metodologia adotada consiste na combinao da abordagem qualitativa e
quantitativa; os instrumentos de coleta de dados utilizados foram questionrios e entrevista. A entrevista foi
aplicada ao tecnlogo snior do Instituto Brasileiro de Informao, Cincia e Tecnologia (IBICT) com a
finalidade de obter informaes sobre o movimento OA no Brasil. Os questionrios aplicados aos professores e
alunos dos cursos de Biblioteconomia com a finalidade de verificar os efeitos e as consequncias do movimento
OA sobre essas comunidades. Os resultados dos inquritos apontam vrios indicadores positivos da influncia do
movimento OA sobre essas comunidades acadmicas, entre os quais podemos citar: a existncia de repositrios
institucionais (RI) em Universidades Federais Nordestinas, um alto percentual de utilizao de repositrios
institucionais, o elevado percentual de utilizao e produo de publicaes bibliogrficas em OA. Tambm, o
conhecimento e a concordncia com o movimento OA demonstram o impacto desse movimento nas
comunidades acadmicas da Regio Nordeste do Brasil.
Palavras-chave: Acesso livre. Acesso livre - Regio Nordeste do Brasil.
THE INFLUENCE OF OPEN ACCESS ON LIBRARY SCIENCE ACADEMIC
COMMUNITIES IN NORTHEASTERN BRAZIL
Abstract: This article verifies the influence of the Open Access (OA) on the academic communities of
Librarianship in the Federal Universities in the Northeastern Region of Brazil. Its global goal is to identify and
discuss the influence of the OA movement. The adopted methodology consists of the combination of the
qualitative and quantitative approaches; surveys and interviews were used as data collection instruments. The
interview was applied to the senior technologist of the Brazilian Institute of Information Science and Technology
(IBICT- Instituto Brasileiro de Informao em Cincia e Tecnologia) aiming to obtain information on the OA
movement in Brazil. The surveys applied to teachers and students of the Librarianship courses, aiming to verify
the effects and consequences of the OA movement on those communities. The survey outcomes point out to
several positive indicators of the OA movement influence on those academic communities among which we can
include: the existence of institutional repositories in Northeastern Federal Universities, the high percentage of
use of institutional repositories, the high percentage of use and production of bibliographic publications with
OA. Also, the knowledge and concordance with OA movement show the impact of this movement on the
academic communities in the Northeastern Region of Brazil.
Keywords: Open Acces. Open Access Northeastern Region of Brazil
Esta obra est licenciada sob uma Licena Creative Commons
i Universidade Federal de Alagoas. [email protected]
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1 INTRODUO
A procura da informao e a sua disseminao atravessaram geraes e, entre o final
do sculo XX e o incio do sculo XXI, surgiu o movimento do Open Access (OA), um
modelo alternativo para a comunicao cientfica, que vem contribuindo para a consolidao
desse sonho. O modelo estabeleceu padres para a interoperabilidade entre bibliotecas digitais
e repositrios temticos e institucionais, desencadeando uma verdadeira rede de eventos, com
o objetivo de apoiar o movimento para o acesso aberto ao conhecimento cientfico.
Exemplos do impacto do modelo implementado so:
A Declarao Sobre a Cincia no Sculo XXI (1999);
A Budapest Open Access Initiative (2002);
A Bethesda Statement on Open Access Publishing (2003);
A Berlin Declaration on Open Access to Knowledge in Sciencies & Humanities
(2003);
A International Federation of Library Associations and Institutions (IFLA) on
Open Access for Scholarly Literature (2003);
A Declarao de Salvador para Acesso Aberto (2005);
O Manifesto Brasileiro de Apoio ao Acesso Livre Informao Cientfica em
2005.
Esta pesquisa insere-se na rea da Cincia da Informao e a temtica compreende
questes relativas comunicao cientfica e, de uma forma especfica, ao Movimento do
Acesso Livre. O estudo pretende, concomitantemente, identificar e discutir a influncia do
movimento OA nas comunidades acadmicas da rea de Biblioteconomia nas Universidades
Federais da Regio Nordeste do Brasil.
O movimento do acesso livre vem procurando tornar possvel a comunicao
cientfica entre milhares de pesquisadores espalhados pelo mundo, quebrando assim as
barreiras geogrficas e facilitando a disseminao da literatura cientfica, constituindo-se
como meio essencial para a construo do conhecimento, que compreende a produo, a
comunicao (disseminao do conhecimento) e a aplicao do conhecimento gerado na
criao de novos conceitos.
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2 OBJETIVOS E METODOLOGIA
Sendo esta uma pesquisa exploratria, tender a assumir a forma de pesquisa
bibliogrfica que foi desenvolvida com base em material j elaborado e constitudo,
principalmente, de livros e artigos cientficos.
Trata-se de uma investigao descritiva - que consiste em estudar, compreender e
explicar a situao do objeto de investigao - inclui coleta de dados para testar a hiptese e
responder s questes que lhe digam respeito. A descrio das informaes foi rigorosa,
resultando diretamente dos dados recolhidos, como a transcrio de entrevistas, cujas notas
foram analisadas posteriormente. Os dados recolhidos respeitaram a forma segundo a qual
estes foram registrados, na tentativa de analisar e encontrar a melhor resposta para a questo
de investigao. Nesse contexto, a utilizao da abordagem qualitativa e da abordagem
quantitativa revela diferentes aspectos da realidade emprica envolvida na pesquisa, pois o
fato de utilizar diferentes mtodos permite uma melhor compreenso dos fenmenos
analisados.
A pesquisa tem como objetivo geral identificar e discutir a influncia do movimento
OA nas comunidades acadmicas da rea de Biblioteconomia das Universidades Federais da
Regio Nordeste do Brasil, nomeadamente nas Universidades Federais da Bahia, Paraba, de
Alagoas, de Pernambuco, do Cear, do Rio Grande do Norte e do Maranho, com nfase
sobre as questes relativas via verde e via dourada, com a finalidade de responder a
seguinte questo: Que efeitos/consequncias a via verde e a via dourada de disseminao
da informao trazem para a comunicao cientfica nas comunidades acadmicas da rea de
Biblioteconomia da Regio Nordeste do Brasil?
Os objetivos especficos so:
Estabelecer um paralelo entre as duas estratgicas bsicas, definidas em
Budapeste, sendo a primeira estratgia o autoarquivamento, que constitui a via
verde (Green Road) - e a segunda estratgia os peridicos eletrnicos de acesso
aberto, que constituem a via dourada (Golden Road);
Verificar a importncia da utilizao das vias verde e dourada para a
disseminao da informao, como uma alternativa aos mecanismos
tradicionais de comunicao cientfica no meio acadmico;
Relacionar a diferena entre legitimao e legitimidade das publicaes
eletrnicas de acesso aberto, com o uso da via verde e da via dourada;
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Discutir a importncia da Open Archives Initiative (OAI) na implementao do
movimento do OA.
Um dos primeiros passos na estruturao do projeto de pesquisa foi a elaborao do
modelo de anlise, que estabeleceu os parmetros para a realizao dessa pesquisa,
determinando o que se queria investigar. Assim, este procedimento envolveu o conceito de
comunicao cientfica que, segundo Garvey e Grifith (1979 apud LEITE; COSTA, 2006, p.
207), compreende o conjunto de todas as atividades que englobam a produo, a disseminao
e o uso da informao desde o incio do processo de criao cientfica, segundo o qual as
ideias da pesquisa so geradas at ao momento da aceitao dos resultados como parte do
corpo de conhecimento cientfico. Os componentes foram consultados e selecionados de
acordo com a Plataforma Lattes/Currculos Lattes, tal como apresentado no Quadro1.
Quadro 1 - Modelo de anlise
Conceitos
Dimenses
Componentes
Indicadores
Comunicao
cientfica
Acesso livre
Produo
bibliogrfica
Produo
Tcnica
No mundo
No Brasil
Artigos completos publicados em
peridicos
Livros
Captulos de livros
Textos em jornais e revistas
(magazine)
Trabalhos publicados em anais de
eventos, apresentao de trabalhos
Traduo
Prefcio, Posfcio
Relatrio de Pesquisa
Software
Trabalhos tcnicos
Cursos de curta durao
Desenvolvimento de material didtico
ou instrutivo
Editorao
Programas de rdio e TV
Aes e movimentos implementados
Aes realizadas
Aes e movimentos implementados
Aes realizadas
N de Publicaes
N de Publicaes
Efeitos e consequncias
Impactos e influncias (gnero, idade,
instituio, categoria, Instituio c/
repositrios e instituio que
promove o autoarquivamento)
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O modelo de anlise, constitudo a partir dos conceitos bsicos utilizados no incio da
elaborao do projeto de pesquisa, trata da comunicao cientfica e do acesso livre (sem
restries) comunicao cientfica. Ao longo deste trabalho, utilizamos duas dimenses para
o conceito de comunicao cientfica: (1) produo bibliogrfica, que envolve os trabalhos
publicados, como por exemplo: artigos completos publicados em peridicos, livros, captulos
de livros, textos em jornais e revistas (magazine), trabalhos publicados em anais de eventos,
apresentao de trabalhos, tradues, prefcios, posfcios, relatrios de pesquisa, que aqui so
utilizados como componentes da dimenso bibliogrfica e, por sua vez, o nmero de
publicaes foi utilizado como indicador, com a finalidade de verificar a produo
bibliogrfica em acesso livre; (2) produo tcnica, que envolve a criao de software,
trabalhos tcnicos, cursos de curta durao, desenvolvimento de material didtico ou
instrucional, editorao, programas de rdio e TV, aqui utilizados como componentes da
dimenso produo tcnica, e os nmeros da respectiva publicao funcionaram como
indicadores.
O conceito de acesso livre comunicao cientfica possui duas dimenses: (1) no
mundo e como componente, utilizamos as aes e movimentos implementados em prol do
acesso livre informao cientfica, e, como indicador, utilizamos os efeitos e/ou
consequncias dessas aes sobre o acesso livre informao cientfica; (2) no Brasil, como
componente, usamos aes realizadas no pas em favor do acesso livre informao cientfica
e, como indicadores, os impactos ou influncias dessas aes sobre o acesso livre a
informao cientfica, levando em considerao o gnero, a idade, a instituio onde os
entrevistados lecionam ou estudam, a categoria que ocupam na carreira de docente, se a
instituio onde trabalham ou estudam possui repositrios e se estas promovem o
autoarquivamento.
Os conceitos, as dimenses, os componentes e os indicadores apresentados no
Quadro1 nortearam a estruturao e o desenvolvimento do corpo da pesquisa.
Utilizamos, como instrumentos de coleta de dados, de acordo com Bruyne et al. (apud
Lessard-Hberd et al. 1990, p. 143), o inqurito de forma oral - entrevista orientada para
informao que pretendeu circunscrever a percepo e o ponto de vista de uma pessoa ou de
um grupo de pessoas em uma determinada situao, que foi aplicada, neste caso, ao
tecnologista snior do IBICT com a finalidade de obter informaes sobre o movimento OA
no Brasil - e o inqurito de forma escrita: o questionrio conforme o apresentam Powney e
Watts (1987 apud Lessard-Hberd et al. 1990, p. 162), aplicado aos professores e aos alunos
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dos cursos de Biblioteconomia com o objetivo de verificar os efeitos e as consequncias do
movimento OA sobre as comunidades acadmicas da rea de biblioteconomia das
Universidades Federais da Regio Nordeste do Brasil, localizadas na Bahia, Alagoas,
Pernambuco, Paraba, Rio Grande do Norte, Cear e Maranho.
Para a realizao da pesquisa foram elaborados dois questionrios, um para os
estudantes e outro para os professores. O questionrio dos estudantes continha trinta e duas
questes, divididas em quatro partes: a primeira parte tinha a finalidade de recolher dados
pessoais e institucionais do aluno; a segunda parte possua o objetivo averiguar conhecimento
sobre o OA; a terceira parte tinha como intuito verificar a sua produo bibliogrfica em OA;
e a quarta parte possua o propsito de verificar a sua produo tcnica em OA. Os
questionrios foram enviados aos estudantes por trs vezes em virtude das vrias dificuldades
encontradas na obteno das listas de e-mails dos alunos dos cursos de Biblioteconomia por
meio das Coordenaes de Cursos ou mesmo dos Centros Acadmicos. Como essas listas no
existiam, isso impediu a participao dos alunos do Curso de Biblioteconomia da
Universidade Federal da Bahia (UFBA) na pesquisa. Outra questo bastante relevante foi o
reduzido nmero de e-mail de alunos fornecidos pelo Centro Acadmico ou mesmo pelas
Coordenaes dos Cursos e o longo tempo de espera entre o pedido das listas de e-mail e o
fornecimento destas. Ainda neste contexto, existiu, concomitantemente, um grande nmero de
e-mails que retornaram caixa de mensagens, face inexatido da informao relativa lista
de e-mails. Esse fato verificou-se frequentemente durante o envio dos referidos e-mails para
os alunos. De acordo com a Tabela 1, abaixo apresentada, pode-se verificar o nmero de
alunos e os questionrios recebidos.
Tabela 1: Nmero de alunos e questionrios recebidos
Universidades
Federais
N de
alunos
Frequncia
(N)
Percentual
por
universidade
UFAL 124 42 33,8
UFC 142 46 32,3
UFRN 150 21 14,0
UFPB 448 22 4,9
UFPE 192 4 2,0
UFMA 325 2 0,6
UFBA* 242 0 0
*Os alunos do curso de Biblioteconomia da UFBA no
participaram da pesquisa porque no obtivemos a lista de e-mails dos referidos alunos.
E mais oito alunos no informaram suas instituies.
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Um segundo questionrio foi elaborado para os professores, contendo trinta e quatro
questes organizadas em quatro partes distintas: a primeira parte, com a finalidade de recolher
dados pessoais e institucionais do professor; a segunda parte, com a inteno de verificar
conhecimento sobre o OA; a terceira parte, com o objetivo de verificar a sua produo
bibliogrfica em OA; e quarta parte para verificar a sua produo tcnica em OA. Os
questionrios dirigidos aos professores foram enviados por duas vezes, em situao
semelhante a dos questionrios dos alunos. De acordo com a Tabela 2, abaixo apresentada,
pode-se verificar o nmero de professores e os questionrios recebidos.
Tabela 2: Nmero de professores e questionrios recebidos
Universidades
Federais
N de
professores
Frequncia
(N)
Percentual
por
Universidade
UFAL 10 9 90.0
UFRN 14 6 42,8
UFPB 24 10 41,6
UFBA 25 9 36,0
UFC 18 6 33,3
UFPE 17 5 29,4
UFMA 23 4 17,3
Dois dos professores respondentes no indicaram qual a instituio onde trabalham.
Para analisar os dados recolhidos, foi utilizado o programa SPSS, com o objetivo de
facilitar a mensurao das informaes recebidas, a construo de tabelas, privilegiando
sempre a frequncia e o percentual vlido.
3 DISCUSSO E RESULTADOS
A crise no setor dos peridicos, de acordo com Moraes (2006, p. 25), foi marcada por
fatores, como: a) a fuso das editoras comerciais; b) o aumento dos preos das revistas, que
em pouco tempo abalou a continuidade das assinaturas, levando muitas bibliotecas a
exclurem vrios ttulos; c) as vendas de assinaturas por pacotes, com diminuio de custos,
nos quais eram includas revistas que no interessavam s bibliotecas, as quais passaram,
inclusive, a ter ttulos que antes no podiam pagar; d) consrcios de bibliotecas para auxiliar
na negociao com as grandes editoras - as bibliotecas se agregaram em consrcio para
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comprar material cientfico e disponibiliz-lo ao usurio por meio de intercmbio ou pela
Comutao Bibliogrfica (COMUT). Toda essa situao foi agravada pela inexistncia de
concorrncia, o que monopolizou o mercado, deixando as instituies sem opo, porque a
cincia no existe sem comunicao (MORAES, 2006, p. 25) e o pblico consumidor
certo. No Brasil, foi criado um dos mais importantes consrcios, o Portal de Peridicos
CAPES da Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES), por
meio de uma iniciativa federal.
De acordo com Sena (2006, p. 72), torna-se evidente a discrepncia entre a
morosidade do processo da comunicao cientfica tradicional e a rapidez com que algumas
reas do conhecimento se desenvolvem e promovem a divulgao de seus trabalhos. Nesse
contexto, surge a questo da transferncia dos direitos autorais para os editores, o que nem
sempre atende aos interesses dos autores. Alm disso, a importncia do processo de reviso
feita pelos autores e o tempo despendido limita o processo de disseminao de novas ideias,
facilitando a promoo de grupos restritos de editores e autores. Segundo Jacobs (2006, p. 1),
as preocupaes relativas ao tenso sistema de comunicao acadmica levaram proliferao
de um movimento para a mudana.
Se houve um tempo em que editores cientficos tiveram um papel incontornvel na
divulgao do conhecimento, constitui hoje, pela total arbitrariedade de custos dos
ttulos que oferecem, os principais obstculos a essa mesma difuso que resulta da
incapacidade de suportes pelas instituies e respectivas bibliotecas (BORGES, 2006, p.
72).
De acordo com Correia (2001 apud FERREIRA; MODESTO; WEITZEL, 2004 p.
196), o controle de qualidade das publicaes, realizado por meio da reviso feita pelos pares,
vem sendo criticado pela comunidade cientfica, apesar de ser importante para o
desenvolvimento da cincia. Entre as principais crticas, salientam-se:a) a insatisfao em
relao falta de agilidade e velocidade no processo; b) o excesso de rigidez no processo, que
funciona mais como repressor ou mesmo supressor do aparecimento de novas idias do
que como fomento; c) O favorecimento de publicao de artigos de autores inseridos em
instituies prestigiadas em detrimento dos demais autores, que podem criar atrasos
indesejveis na publicao de resultados de investigaes originais.
Segundo Bailey (2006), para aprofundar o conhecimento, os investigadores necessitam
acessar a literatura cientfica relevante. Cada vez mais essa literatura interdisciplinar, global,
dispendiosa, digital e escondida por trs de barreiras tcnicas para cumprir as restries de
licenciamento. E at mesmo os pesquisadores de importantes universidades em todo o mundo
tm dificuldade em acessar a literatura especializada.
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O movimento do acesso livre acredita ter a resposta para essa questo crtica. Os
lderes desse movimento no esto to interessados em reformar o sistema de comunicao
investigacional j existente, mas sim em transform-lo para que possa funcionar com eficcia
num ambiente tecnolgico em rpida mudana.
As pesquisas cientficas, na sua maioria, so financiadas pelo Estado; so realizadas
por meio do recurso a fundos pblicos. Logo, os resultados dessas pesquisas deveriam ser de
livre acesso. Mas no essa a situao que ocorre no sistema de comunicao cientfica
tradicional, pois o pesquisador ou qualquer outro cidado, para ter acesso ao que foi
financiado com o apoio do Estado, precisar pagar pela assinatura de uma publicao
cientfica. O Estado, por sua vez, para promover o acesso quilo que produz, obrigado a
arcar com os custos de manuteno das colees e das revistas, nas quais so publicados os
resultados da sua prpria produo cientfica.
Para Wilinsks (2006), tempo de fazer uma mudana radical na forma como a
informao est sendo disponibilizada, particularmente a informao cientfica, que resulta de
investigao pblica e financiada por instituies de fomento ou rgos governamentais. O
autor supracitado alerta, ainda, para o fato de que cada vez mais a informao torna-se menos
acessvel devido a prticas de publicao retrgradas, contudo, a longo prazo, essa forma de
disseminao ou publicao poder alterar-se.
De acordo com Borges (2006, p. 81) o movimento do acesso livre comeou em 1994,
quando Stevan Harnad d incio a sua proposta subversiva numa lista de discusso
disponvel na internet dedicada ao tema das revistas eletrnicas (OKERSON; O DONNEL,
1995 apud BORGES, 2006). Na resposta a essa proposta, esteve presente Paul Ginsparg, o
criador do arquivo de Los Alamos, atualmente conhecido por Arxiv, um arquivo de preprints
na rea da fsica e da alta energia, cujo sucesso ampliou os horizontes na partilha da
informao cientfica.
Sem se limitarem apenas s instituies de ensino superior, mas de um modo amplo,
Paul Ginsparg, Rick Luce e Herbert Van de Sompel, em 1999, realizaram uma reunio com
especialistas para preparar um documento com as recomendaes da Conveno de Santa F,
a qual tinha o objetivo de estimular a discusso sobre as normas a serem estabelecidas para o
desenvolvimento de um servio internacional de autoarquivamento, por parte dos
pesquisadores.
Para Baptista, Costa, Kuramoto e Rodrigues (2007, p. 9), a Conveno de Santa F
determinou as especificaes tcnicas e os princpios administrativos necessrios para se criar
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um alto nvel de interoperabilidade funcional entre repositrios. Sendo essenciais: o
mecanismo de submisso; o sistema de armazenamento a longo prazo; uma poltica de gesto
para a submisso e preservao de documentos; e uma interface aberta que permita a terceiros
coletar os metadados dos respectivos arquivos componentes indispensveis para um arquivo
de e-prints.
Segundo Ferreira, Modesto e Weitzel (2004 p. 198), a Conveno de Santa F
fundamenta-se num conjunto de acordos simples que estabelecem princpios organizacionais
e de especificaes tcnicas, mas que possibilitam um elevado grau de interoperabilidade
entre os vrios arquivos de eprints, alm de formar uma nova filosofia para a publicao
cientfica, qual seja: o autoarquivamento de trabalhos e a reviso dos trabalhos (peer review)
pela prpria comunidade cientfica de pesquisadores, favorecendo um modelo mais
eqitativo e eficiente para a disseminao dos resultados de pesquisa e abrindo o crculo
restrito de editores e autores inerentes ao sistema de publicaes peridicas (DAVIS et al.,
2002 apud FERREIRA; MODESTO; WEITZEL, 2004, p. 198).
A Budapest Open Access Initiative tambm conhecida como BOAI. A sigla em
lngua inglesa surgiu numa reunio promovida pelo Open Society Institute (OSI) em
dezembro de 2001, que contou com a presena de vrios acadmicos, bibliotecrios e outras
personalidades ligadas ao sistema de comunicao cientfica. A reunio teve como objetivo
acelerar o progresso do esforo internacional que busca tornar os artigos cientficos de todas
as reas acadmicas disponveis na internet.
Durante a reunio BOAI foi estabelecido um conceito para Acesso Livre. A definio
de Acesso Livre, segundo Bailey (2006), continua bastante influente e atual:
A literatura que devia estar livremente disponvel online a que os pesquisadores do
ao mundo sem receberem dinheiro em troca. primeira vista, esta categoria inclui os
artigos de peridicos revistos pelos pares, mas tambm inclui as pr-impresses no
revistas pelos pares que podem colocar online para serem comentados ou para alertar os
pesquisadores para importantes resultados de determinadas pesquisas.
A BOAI 2002 resultou da reunio promovida pelo OSI em dezembro de 2001. Em
consonncia com os parmetros defendidos por Costa (2006, p. 41), a BOAI, em 2002,
definiu duas estratgias bsicas, apoiadas no uso do Protocolo OAI-PMH. A primeira
estratgia a de autoarquivamento (via verde). A segunda estratgia trata da via dourada
(golden road).
De acordo com Rodrigues (2006), o Acesso Livre no direcionado para os livros
com os quais os autores pretendam conseguir rendimentos ou receitas, tampouco para textos
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no acadmicos, como notcias ou fico. O Acesso Livre pode, ento, ser utilizado para os
trabalhos em que os autores no esperam recompensas financeiras, como exemplo:
comunicaes, conferncias e congressos, teses e dissertaes, relatrios tcnicos, working
papers, relatrios governamentais etc.
Existe uma multiplicidade de definies do que vem a ser Acesso Livre, mas o
Acesso Livre diz respeito acessibilidade ampla e irrestrita a contedos disponveis em
formato digital, no sentido em que remove barreiras de preo e de permisso, tornando a
literatura cientfica disponvel com o mnimo de restries de uso (SUBER 2003 apud
BATISTA; COSTA; KURAMOTO; RODRIGUES 2007, p. 5).
Para Mueller (2006, p. 1), o movimento para o acesso livre ao conhecimento cientfico
pode ser considerado o evento mais significativo da nossa poca no que se refere
comunicao cientfica e, nesse sentido, torna-se um grande desafio para a comunidade
acadmica. Quanto mais sucesso obtiver o movimento, maior ser o impacto sobre as
mudanas provocadas no sistema tradicional.
A reunio de Bethesda (2003) teve como inteno reunir, em poucos meses, um amplo
grupo de trabalho para elaborar um conjunto de princpios - trs declaraes compostas pelos
grupos de trabalho das instituies de pesquisa; grupos de trabalho dos bibliotecrios e
editores e grupo de trabalho dos pesquisadores e sociedades cientfica; e uma definio para
publicao de acesso aberto. A partir dessa definio so direcionados os debates e decises
que esto mudando o cenrio da comunicao cientfica. Assim, fica estabelecido, como
informa Costa (2006, p. 42), que as publicaes de acesso aberto devem preencher duas
condies:a primeira que autores e detentores de direitos autorais devem assegurar a todo
usurio: direito livre, irrevogvel e perptuo de acesso a seus trabalhos; e a segunda que
uma verso completa do trabalho publicado, assim como de todo material suplementar,
incluindo uma cpia da permisso citada na primeira condio, em formato eletrnico
apropriado, devem ser depositadas, imediatamente aps a publicao inicial, em pelo menos
um repositrio on-line.
O conceito estabelecido em Bethesda confirma o que foi proposto em Budapeste,
envolvendo as agncias de fomento, os cientistas, os editores, os prprios pesquisadores e os
bibliotecrios.
A reunio intitulada Berlin Declaration Open Access to Knowledge in the Science and
Humanities visou eleger a internet como instrumento funcional para uma base global de
conhecimento cientfico e reflexo humana e estabelecer as medidas que precisam de ser
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consideradas entre os formuladores de poltica, instituies de pesquisa, agncias de fomento,
bibliotecas e museus. Com a finalidade de endossar a Declarao de Berlim, as instituies
devem:
implementar uma poltica para requerer de seus pesquisadores que depositem em um repositrio de acesso aberto uma cpia de todos os seus artigos publicados;
encorajar seus pesquisadores a publicar seus artigos de pesquisa em peridicos de acesso aberto onde haja um peridico apropriado e prover o apoio necessrio para que isso acontea (COSTA, 2006, p. 43).
O modelo OA possibilita a disponibilizao de textos cientficos completos atravs da
internet, sejam eles: teses, artigos de peridicos, trabalhos apresentados em congressos,
literatura cinzenta, que se tornam cada vez mais visveis com a utilizao desse modelo.
A partir de 2005, com a elaborao Manifesto Brasileiro de apoio ao Acesso Livre
Informao Cientfica, e segundo Kuramoto (2008), o Brasil vem realizando,por meiodo
IBICT, vrias inciativas em favor desse movimento, entre as quais pode-se mencionar: a
assinatura da Declarao de Berlim (2003); a submisso, a aprovao e o desenvolvimento do
Projeto de Publicaes Peridicas de Acesso Livre (PCAL) junto a Financiadora de Estudos e
Projetos (FINEP); a prospeco, a identificao, a absoro, a customizao, o
aperfeioamento e a distribuio de tecnologias para o tratamento e disseminao da
informao, que do suporte s aes de acesso livre, a exemplo do Sistema Eletrnico de
Editorao de Revistas (SEER); a construo de repositrios institucionais (RI) e temticos de
acesso livre; o Projeto de Lei 1120/2007 e o Projeto de Lei 387/2011que dispe sobre o
processo de registro e disseminao da produo tcnico-cientfica pelas instituies de
educao superior, bem como as unidades de pesquisa no Brasil e d outras providncias; a
implantao da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertaes (BDTD). Para alm
destas iniciativas, foram publicados, em 2006, um nmero especial da revista Cincia da
Informao (35:2), e, em 2008, da Revista LIINC (4:2), ambas com artigos de pesquisadores
brasileiros e estrangeiros sobre o tema do acesso livre.
Alm das iniciativas acima citadas, outras declaraes de apoio ao OA vm sendo
elaboradas por instituies e/ou associaes acadmicas em vrias partes do Brasil, como a
Declarao de Salvador (2005), a Carta de So Paulo (2005), a Carta de Florionpolis (2006),
a Carta aberta elaborada durante a 58 reunio anual da Sociedade Brasileira para o Progresso
da Cincia (2006), a Carta do Rio de janeiro (2007) e a Carta de Apoio ao Acesso Aberto
Produo Tcnico-Cientfica, Artstica e Didtica da Universidade de So Paulo (2010).
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A pesquisa realizada procurou identificar os efeitos e/ou as consequncias desse
movimento sobre a comunidade acadmica da rea de Biblioteconomia na Regio Nordeste
do Brasil.
Verificamos que a maioria dos professores respondentes (67,3%) informou que a
universidade onde trabalha possui repositrio institucional.
A universidade onde trabalha possui
repositrio institucional
Frequncia
(N)
Percentual
(%)
Sim 33 67,3
No 16 32,7
A maior parte dos professores respondentes possui produo bibliogrfica em OA
(74,3%). De fato, os docentes respondentes possuem um elevado nmero de publicaes em
OA.
Possui produo bibliogrfica em
OA
Frequncia
(N)
Percentual
(%)
Sim 26 74,3
No 9 25,7
A maioria dos professores respondentes (90,0%) utiliza produo bibliogrfica em OA
para realizao de seus trabalhos acadmicos.
Utiliza produo
bibliogrfica em OA
Frequncia
(N)
Percentual
(%)
Sim 36 90,0
No 4 10,0
Foi possvel verificar que 62,8% das universidades onde os alunos respondentes
estudam possuem repositrios institucionais e que apenas 37,2% no possuem repositrios.
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Enc. Bibli: R. Eletr. Bib. Ci. Inf., ISSN 1518-2924, Florianpolis, v. 17, n. esp. 2 III SBBC, p.65-81, 2012.
A universidade onde estuda
possui repositrio institucional
Freqncia
(N)
Percentual
(%)
Sim 86 62,8
No 51 37,2
A maioria dos alunos respondentes (78,6%) informou que no possui produo
bibliogrfica em OA e apenas uma minoria dos alunos respondentes (21,4%) informou que
possu.
Possui produo bibliogrfica em OA Freqncia
(N)
Percentual
(%)
Sim 6 21,4
No 22 78,6
87,5% dos alunos respondentes, assim como 90,0% dos professores respondentes,
afirmaram que utilizam produo bibliogrfica em OA como fonte de pesquisa.
Utiliza produo
bibliogrfica em OA
Freqncia
(N )
Percentual
(%)
Sim 28 87,5
No 4 12,5
A realizao dessa pesquisa permitiu adquirir informaes sobre o movimento OA no
mundo e, de uma forma especial, no Brasil:
Como fator bastante positivo para o movimento do OA no Brasil, a maior parte
das Universidades inquiridas possui RI;
Apesar de a maioria das universidades da regio inquirida possuir RI, ainda
significativamente baixo o nmero de produo bibliogrfica de docentes e
principalmente de discentes, depositada nesses repositrios;
A maioria dos professores e alunos respondentes utiliza produo bibliogrfica
em OA nos seus mais variados tipos, sobretudo artigos publicados em
peridicos eletrnicos em OA, mas s os docentes possuem um nmero
significativo de produo bibliogrfica publicada em OA.
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Enc. Bibli: R. Eletr. Bib. Ci. Inf., ISSN 1518-2924, Florianpolis, , v. 17, n. esp. 2 III SBBC, p. 65-81, 2012.
Como verificamos a partir da reviso de literatura e dos resultados dos inquritos
aplicados, podemos afirmar que a comunidade acadmica da rea de Biblioteconomia na
Regio Nordeste do Brasil concorda e aceita o acesso livre, j sendo visvel o impacto ou a
influncia do movimento do acesso livre no pas e, especificamente, nessa Regio.
Recomenda-se continuar a investir na divulgao do movimento em prol do acesso
livre e a implementar programas e projetos, de forma a ampliar e estimular a utilizao do
autoarquivamento (via verde) e a criao de peridicos de acesso livre (via dourada). Esse
impulso no dever ser proporcionado s por meio doGoverno brasileiro ou do IBCT, mas
tambm por meio do envolvimento direto das prprias comunidades acadmicas com os seus
pares, nas suas instituies, para que o acesso livre se torne de fato uma alternativa para a
disseminao do conhecimento cientfico e para que o Brasil e especificamente a Regio
Nordeste tenham a possibilidade de aumentar a visibilidade da sua produo cientfica no
Brasil e no mundo.
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Enc. Bibli: R. Eletr. Bib. Ci. Inf., ISSN 1518-2924, Florianpolis, v. 17, n. esp. 2 III SBBC, p.65-81, 2012.
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