68
A influência do controlo parental no comportamento alimentar das crianças The influence of parental control in feeding behaviour of children Autor António Cordeiro Orientado por: Dr.ª Tânia Franco Trabalho de Investigação Porto, 2010

A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

  • Upload
    others

  • View
    6

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

A influência do controlo parental no comportamento alimentar das crianças

The influence of parental control in feeding behaviour of children

Autor

António Cordeiro

Orientado por: Dr.ª Tânia Franco

Trabalho de Investigação

Porto, 2010

Page 2: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das
Page 3: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das
Page 4: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das
Page 5: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

i

Agradecimentos

A todas as pessoas que permitiram e contribuíram para a realização deste

trabalho.

À minha orientadora, Nutricionista Dr.ª Tânia Franco, pelo precioso apoio na

orientação deste trabalho, bem como, pelo elevado sentido de rigor, competência

e exigência sempre presentes nas valiosas sugestões.

Ao Professor Victor Viana, uma palavra especial de apreço, pelas fundamentais

orientações.

Page 6: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

ii

Índice

Agradecimentos ............................................................................................... i

Lista de Abreviaturas………………………………………………………………..iii

Resumo em Português e Abstract ...................................................................iv

Palavras-Chave em Português e Keywords ....................................................vi

Introdução........................................................................................................ 1

Objectivos........................................................................................................ 6

Métodos........................................................................................................... 6

Resultados..................................................................................................... 11

Discussão ...................................................................................................... 20

Conclusão………………….………………………………………………………. 28

Limitações do estudo…….………………………………………………………...29

Referências Bibliográficas ............................................................................ .31

Índice de Anexos ........................................................................................... 37

Page 7: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

iii

Lista de Abreviaturas

CDC – Centers for Disease Control and Prevention

CFQ – Questionário Alimentar para Crianças

EB1/JI - Escola básica do 1ºciclo e Jardim de Infância

IMC – Índice de Massa Corporal

OMS – Organização Mundial de Saúde

SPSS – Statistical Package for Social Sciences

Page 8: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

iv

Resumo em Português

Introdução

Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e

desenvolvimento das crianças, em que os pais e a família exercem uma enorme

influência na adaptação de hábitos alimentares. Hoje, sabe-se que os hábitos

alimentares saudáveis adquiridos na infância reflectem-se na idade adulta. Neste

sentido, a mãe, através das suas atitudes e escolhas alimentares interfere nos

hábitos e comportamentos das crianças.

O objectivo principal deste trabalho foi avaliar a influência do controlo parental na

alimentação dos seus filhos.

Métodos

Participaram neste estudo 102 crianças entre os 7 e os 12 anos de idade que

frequentavam três escolas do EB1/JI do Porto. Desta amostra, 53,9% eram

raparigas. As crianças foram medidas e pesadas, tendo sido calculado

posteriormente o z-scores do. IMC Os valores do peso e estatura da mãe foram

fornecidos pela própria, calculando-se posteriormente o IMC da mãe. A mãe

respondeu a dois questionários: o CFQ e outro que avaliava características sócio

demográficas do agregado familiar, bem como particularidades das refeições da

criança. As crianças responderam a dois questionários: um questionário semi-

quantitativo de frequência alimentar para avaliar a frequência do consumo de

alguns alimentos e outro que pretendia avaliar as preferências alimentares das

crianças.

Page 9: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

v

Resultados/conclusão

Constatou-se uma relação negativa estatisticamente significativa, entre as

habilitações literárias da mãe e z-scores do IMC das crianças do género

masculino.

Verificou-se uma relação entre o IMC da mãe e o peso das crianças (z-scores do

IMC), tendo sido esta relação mais acentuada no género masculino.

As atitudes parentais de controlo, como a percepção na responsabilidade da

alimentação, a percepção do excesso de peso da mãe, a percepção do excesso

de peso da criança, as preocupações com o excesso de peso da criança, a

restrição, a pressão para comer exercida pela mãe e a monitorização podem ter

alguma influência nos hábitos alimentares e no peso das crianças.

Abstract

Introduction

A balanced diet is essential for children’s proper growth and development, in

which the parents and family have a big influence in the child’s eating habits, and it

is known that the habits acquired in childhood will reflect in the child’s adulthood.

In this sense the mother, through her attitudes and food choices of nourishment,

interferes in the child’s eating habits and food behaviour of her children.

The main objective of this study was to evaluate the parent’s attitudes regarding

the control over their children’s nourishment.

Methods

Three primary schools in Porto took part in this study and 102 children aged

between 7 and 12 in which 53.9% were girls. The children were weighed and

measured with their body mass index (BMI) (z-scores of BMI) calculated

beforehand, and also the BMI of the mother through the weight and height values

Page 10: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

vi

given. Two questionnaires were answered by the mother, the Child Feeding

Questionnaire (CFQ) and an inquiry based on her socio-economic status and her

child-feeding habits. Afterwards two questionnaires were answered by the

children, the first being a semiquantitative food frequency questionnaire and the

other regarding the children’s food preferences.

Results/conclusions

There is a significant negative statistical relation between the mother’s academic

qualifications and the z-scores of BMI of children of the male sex. There is a

significant statistical relation between the mother’s BMI and the weight (z-scores of

BMI) of her children’s in which this relation is more expressive in children of the

male sex.

Attitudes of parental feeding control such as feeding responsibility, perception of

mother weight, and their perception of infant’s overweight, the worries with

overweight of their children, the restriction, the mother’s pressure over children to

eat, monitoring eating were observed and may have influence on the children

weight and eating habits.

Palavras-Chave em Português

Comportamento Alimentar Controlo Parental Crianças

Keywords

Food Behaviour Parental control Children’s

Page 11: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

1

Introdução

É um dado adquirido que os comportamentos e os hábitos do indivíduo são

determinantes na promoção e defesa da própria saúde. Nesse sentido, uma

alimentação inadequada está hoje associada às doenças que maior morbilidade e

mortalidade apresentam, especialmente no Mundo desenvolvido (1, 2).

Durante a infância, uma alimentação equilibrada, tendo em conta as

recomendações para a idade, é especialmente importante para o crescimento

somático, incluindo o desenvolvimento neurológico e funcionamento dos

diferentes sistemas do organismo (1). Hoje sabe-se, que os hábitos alimentares

adquiridos na infância, tendem a persistir na idade adulta. Assim, há que ter em

conta que, os hábitos disfuncionais instituídos na infância mais dificilmente serão

alterados quando as crianças se tornarem adultos, pelo que é aconselhável que o

processo de aprendizagem e de modelação de comportamentos saudáveis se

inicie nos primeiros anos de vida (2).

Uma das possíveis consequências de uma alimentação desequilibrada nos mais

jovens é a obesidade infantil, que torna as crianças mais predispostas a tornarem-

se adultos obesos (3-5), com todas as co-morbilidades associadas (6),

nomeadamente pressão arterial elevada, hiperinsilunemia, doenças

cardiovasculares, dislipidemia, esteatose hepática e problemas ortopédicos,

assim como dificuldades de ordem psicossocial (ex: baixa auto estima e

depressão) (7). Para além disso, quando os pais são obesos, a predisposição para

que os filhos se tornem igualmente obesos é muito maior.

Esta transmissão intergeneracional da obesidade, é realçada pelos factores

genéticos (8) mas também por factores e modelos comportamentais,

Page 12: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

2

característicos do ambiente familiar, para o desenvolvimento da patologia (9).

Como ambiente familiar entende-se o contexto sociocultural e afectivo da família,

(9, 10) onde as práticas alimentares dos pais são tidas como modelo no que

respeita ao desenvolvimento das preferências e selecções alimentares (8,9), na

regulação da ingestão energética (9) e nos níveis de actividade física das crianças

(11), pelo que o ambiente familiar exerce uma influência incontornável no

comportamento alimentar (8,9) com reflexo no estatuto de peso das crianças (12).

A mãe, mais do que o pai, exerce influência no comportamento alimentar da

criança. Através das suas próprias escolhas ajuda a determinar as preferências

alimentares (13), o comportamento alimentar (14), a qualidade da dieta (15) , a

ingestão energética (16) e o estatuto de peso da criança (17), sendo esta influência

provavelmente maior nas filhas (15, 18). A influência da mãe pode ser explicada pelo

facto de passar mais tempo com a criança do que o pai, nomeadamente na hora

da refeição. É ela que, na maior parte dos casos, toma a decisão em relação à

alimentação. De algum modo, estes aspectos poderão explicar a maior influência

da mãe no comportamento alimentar das crianças (9). Por outro lado a acção mãe,

pode condicionar consumo de determinados alimentos nos filhos, o seu maior

nível educacional foi relacionado positivamente com o consumo de fruta, vegetais

(19) e alimentos pré-confeccionados nas crianças, enquanto as crianças de mães

com menor formação consumiam snacks (20) e bebidas açucaradas (21). O controlo

parental da mãe mais restritivo foi relacionado com uma menor ingestão de doces

da criança, controlando deste modo a ingestão destes alimentos (22).

No entanto, existem outros factores socioeconómicos que contribuem para a

modelação de comportamentos alimentares na infância, como por exemplo, os

meios de comunicação social, a disponibilidade de alimentos (23) e a

Page 13: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

3

acessibilidade de alimentos saudáveis (24) , conhecimento de hábitos alimentares

saudáveis (25), as condições sócio-demográficas, a educação (26) e a cultura (27).

Por exemplo, pais com maior nível de informação tendem a apresentar melhores

práticas alimentares, a envolver-se em comportamentos protectores de saúde e,

normalmente, fazem mais opções promotoras de saúde para os seus filhos (25).

A rede social da criança, pode de algum modo influenciar os seus

comportamentos alimentares (18, 28), através da pressão dos colegas, se estes

tiverem comportamentos alimentares saudáveis, a criança terá tendência de

seguir os mesmos comportamentos. Para além deste factor, o género e a idade

da criança são factores que determinam o seu consumo alimentar e

consequentemente condicionam o seu comportamento alimentar (29, 30).

As preferências alimentares das crianças são determinadas por vários factores,

entre os quais, os psicológicos e sociais (14) , o inato, o ambiental, o prazer e por

fim o sabor (aprendido) associado aos alimentos (9). Nas crianças, existe uma

predisposição genética para determinados sabores, tais como a doce e a salgado

(31), assim como uma preferência para alimentos de elevada densidade

energética, e pelo contrário, aversão pelo sabor amargo ou azedo (31). Um estudo

Inglês realizado em crianças e adolescentes entre os quatro e os dezasseis anos,

realça algumas da preferências alimentares referidas, ou seja, verificou-se que os

alimentos gordos e açucarados foram os mais preferidos, enquanto o consumo de

vegetais foi reduzido, observando-se poucas diferenças entre o género e a idade

(32).

Para além da predisposição genética, as crianças gostam do que é familiar e

comem preferencialmente alimentos de que mais gostam, neste sentido, o

desenvolvimento das preferências começa, na infância, através da experiência

Page 14: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

4

com os alimentos habitualmente utilizados no lar (33-35). Está demonstrado, e é

dado como adquirido, que as preferências por um alimento aumentam com o

número de exposições repetidas ao mesmo, e em função do seu consumo num

contexto emocional positivo (23, 36, 37).

Para além da influência do modelo dos pais e dos irmãos, as atitudes parentais de

controlo da ingestão alimentar da criança (38) e a realização da refeição em grupo

com os colegas de escola (39, 40), influenciam as preferências e os hábitos

alimentares das crianças, por outro lado, verificaram que quando a refeição é

realizada em família, o consumo de alimentos saudáveis (fruta e vegetais) é

superior, estando o consumo alimentar das crianças relacionado positivamente

com a ingestão alimentar dos pais (25, 41).

Uma das formas de os pais influenciarem de modo determinante o estilo e o

comportamento alimentar das crianças, é através das atitudes de controlo da

ingestão alimentar dos filhos, particularmente a pressão para comer alimentos

"saudáveis", a restrição ou exclusão de produtos considerados prejudiciais para a

saúde e a monitorização (descrita como vigilância ou controlo subtil e discreto) da

alimentação da criança (42).

Um estudo transversal realizado concluiu, que a percentagem de massa gorda

dos respectivos filhos, relaciona-se positivamente com a “pressão para comer”

exercida pela mãe (43). Por sua vez um estudo longitudinal, verificou ainda uma

associação positiva entre a “pressão para comer” exercida pela mãe com a

elevada ingestão de gordura e o IMC das filhas (44). Contudo, a relação entre esta

atitude e o estatuto de peso não é consensual (44, 45). De qualquer modo, não

parecem restar dúvidas que a mãe desempenha um papel importante na

Page 15: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

5

habilidade de regular a ingestão alimentar, de acordo com a sinalização interna da

fome e da saciedade (39).

O controlo restritivo na alimentação das crianças por parte dos pais (mais elevado

no género feminino) (46), tem sido apontado como um factor preponderante no

aumento de peso, dado que esta atitude pode perturbar a capacidade de

aprendizagem do mecanismo de regulação do apetite, pois nestas circunstâncias

a criança deixa de reagir aos índices internos de fome ou de saciedade, o que

condiciona a sua resposta à saciedade, sendo por isso o controlo restritivo

apontado como uma das prováveis causas comportamentais da obesidade (44, 45).

Um outro factor que influencia o comportamento alimentar das crianças é a

ingestão alimentar emocional (ex. stress, ansiedade e depressão) (47), esta

ingestão irá constituir um modelo alimentar que os filhos irão imitar dos pais. A

ingestão emocional como está associada à perda de controlo da ingestão e do

apetite, traduz-se em ingestão excessiva, e, por conseguinte em excesso de peso

e desordem alimentar na criança (47).

A prevalência de excesso de peso e obesidade aumentaram globalmente, entre

crianças, adolescentes e adultos (48), tendo a obesidade infantil registado

igualmente um aumento dramático (49). Em Portugal, de acordo com um estudo

realizado em 2007, 30% das crianças entre os 6 e os 10 anos de idade têm

excesso de peso e/ou obesidade (50).

Perante estas evidências, torna-se profundamente necessário conhecer os

factores de influência do controlo parental e os seus mecanismos que contribuem

para o excesso de peso ou obesidade infantil. Este conhecimento contribuirá para

o planeamento de programas multidisciplinares de intervenção ao nível da

educação para a saúde, com o objectivo de promover hábitos alimentares

Page 16: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

6

saudáveis e de actividade física. A intervenção deverá focalizar-se na família

(pais, avós, etc.), na comunidade e na escola, para que seja possível prevenir de

forma eficaz a já denominada "epidemia do século XXI" (51).

Objectivos

Esta investigação teve como objectivo geral:

Avaliar a influência do controlo parental na alimentação dos filhos.

Foram objectivos específicos:

1. Avaliar a relação entre o IMC e as habilitações literárias da mãe e o z -

scores do IMC das crianças;

2. Avaliar a relação entre as frequências de consumo de alimentos e as

preferências alimentares das crianças;

3. Classificar as atitudes das mães relativamente à alimentação dos filhos;

4. Determinar a relação entre atitudes da mãe e o consumo de determinados

alimentos pelos filhos.

Métodos

1- Participantes

Foram convidados a integrar o estudo os alunos a frequentar os 3º e 4º anos de

três escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico do Porto (EB1/JI das Flores, EB1/JI da

Lomba e EB1/JI do Covelo) (n=249), após obtenção da aprovação dos

respectivos Agrupamentos de Escolas. Posteriormente, obteve-se autorização

das referidas escolas. As mães foram convidadas a participar mediante a entrega,

por intermédio das crianças, de um pedido escrito de autorização (anexo A),

Page 17: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

7

tendo este sido acompanhado por dois questionários destinados a serem

preenchidos pelas mesmas. Obtiveram-se 124 (49,8%) autorizações escritas,

para que as crianças fossem medidas e pesadas, e posteriormente, elas

responderam a um questionário alimentar. Contudo, a amostra final era

constituída por 102 (40,9%) crianças, dado que 22 delas, no dia da avaliação

antropométrica, faltaram ou já se encontravam de férias.

2- Avaliação antropométrica

O peso e a estatura das crianças foram avaliados com os participantes descalços

e em roupa interior, tendo este procedimento sido efectuado com base em

técnicas e metodologias internacionalmente aceites (52).

Determinou-se a estatura com recurso a um estadiómetro “Seca” (sensibilidade

de 0,5 cm) e a avaliação do peso foi realizada utilizando a balança “Shoenhle”

(sensibilidade de 100g). Posteriormente, o IMC (IMC = Kg/m2) e as crianças foram

classificadas de acordo com o valor de distribuição em percentis, para o género e

idade, de acordo com as recomendações do CDC. Tendo em conta os percentis

do CDC, as crianças foram distribuídas em quatro categorias: baixo peso (<

percentil 5), peso normal (≥ 5 até ao percentil ≤ 85 ), excesso de peso ( >85 até ≤

percentil 95) e obesidade (> percentil 95)(53).

3- Inquéritos

3.1- Mães

A informação, a preencher pelas mães, foi obtida através de dois questionários, o

CFQ (anexo B) e outro que avaliava características sócio-demográficas do

agregado familiar, bem como dados relativos à alimentação da criança (anexo C).

O CFQ (54, 55), composto inicialmente por 31 questões, pretendia avaliar sete

dimensões do comportamento alimentar (a questão número 13 foi retirada, uma

vez que não se adequava à idade das crianças em estudo).

Page 18: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

8

A primeira dimensão, “percepção na responsabilidade da alimentação da criança”

consistia em três questões, avaliava a noção da mãe na responsabilidade da

alimentação; a segunda dimensão, “percepção do excesso de peso da mãe”,

consistia em quatro questões, pretendia uma avaliação do seu historial de peso; a

terceira dimensão “percepção do excesso de peso da criança” consistia em seis

questões e avaliava a percepção da mãe relativamente ao historial de peso da

sua criança, a quarta dimensão “preocupação da mãe relativamente ao excesso

de peso da criança” composta por três questões, avaliava a preocupação da mãe

quanto ao risco de a criança vir a ter excesso de peso. As outras três dimensões

pretendiam avaliavar as atitudes e práticas das mães quanto ao controlo da

alimentação dos seus filhos, das quais faziam parte a quinta dimensão

“monitorização” constituído por três questões, avaliava a supervisão da mãe em

relação à alimentação da criança (ex: ”Eu preciso de ter a certeza de que a minha

criança não come demasiados alimentos com elevado teor de gordura”); a sexta

dimensão “restrição” consistia em oito questões, avaliava o poder de restrição

alimentar da mãe relativamente à criança (ex: “Eu mantenho propositadamente

alguns alimentos fora do alcance da minha criança”.); e a sétima dimensão

“pressão para comer”, consistia em quatro questões e avaliava a pressão

maternal exercida para com a criança (ex: “A minha criança deverá comer sempre

toda a comida que tem no prato”). Todas as questões utilizaram uma escala de

pontuação de um a cinco, cada um destes pontos foi avaliado por uma palavra ou

expressão adequado à dimensão do questionário. No entanto, convém referir que

não existe uma escala de medição para este questionário.

Por sua vez, o segundo questionário, pretendia recolher informações do pai e da

mãe, nomeadamente, data de nascimento, peso, altura, situação face ao

Page 19: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

9

emprego, estado civil e habilitações literárias, e, informações da criança, tal como

a data de nascimento, género, peso, altura, composição do agregado familiar,

frequência semanal de almoço na cantina, entre outras. No entanto, a informação

recolhida do pai e questões relativas à alimentação dos filhos não foram

consideradas na análise.

Na análise deste estudo, avaliou-se o IMC e as habilitações literárias da mãe,

enquanto na criança, considerou-se a idade, o género, o IMC e o z-scores do

IMC.

No presente estudo, apenas se considerou o IMC da mãe, tendo sido definidas

duas categorias definidas do IMC: IMC < 25,0 (baixo peso e peso normal) e IMC ≥

25 Kg/m2 (excesso de peso e obesidade), de acordo com Organização Mundial de

Saúde (56).

Com base na informação recolhida, as habilitações literárias das mães das

crianças foram classificadas em 4 categorias: 1º ao 6º ano, 7º ao 9º ano, 10º ao

12º ano e habilitações superiores ao 12ºano de escolaridade.

3.2- Crianças

Dois questionários foram preenchidos pelas crianças na escola, um deles

consistia num questionário semi-quantitativo de frequência alimentar (anexo D),

constituído por 23 itens alimentares e sete categorias de frequência de consumo

(nunca ou menos de uma vez por mês, 1 a 3 vezes por mês, 1 a 2 vezes por

semana, 3 a 4 vezes por semana, 1 vez por dia e 2 ou mais vezes por dia). O

outro (anexo D) tinha como objectivo avaliar as preferências alimentares e era

composto pelos mesmos itens alimentares e dividido em cinco categorias de

preferências alimentares (não gosto, gosto pouco, gosto, gosto muito e adoro) (57,

58).

Page 20: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

10

4- Análise Estatística

Na análise estatística foi utilizado o programa SPSS versão 16.0. Foi utilizado o

coeficiente de correlação de Spearman (r), para avaliar o grau de relação entre

pares de variáveis ordinais e entre variáveis ordinais e cardinais (frequências e

preferências alimentares; dimensões do CFQ e o IMC da mãe e os z-scores do

IMC da criança e as sete dimensões do CFQ e as frequências e preferências

alimentares). Para o estabelecimento de correlações entre pares de variáveis

cardinais com distribuição normal (IMC da mãe (habilitações literárias mãe) e os

z-scores do IMC das crianças), foi utilizado o coeficiente de correlação de

Pearson (r).

Na análise, designou-se correlação fraca quando (r) pertencia ao intervalo

[0,25;0,5[ e correlação moderada (59) quando (r) correspondia ao intervalo

[0,5;0,75[. Posteriormente foram escolhidos os valores de p<0,05, para cada

alimento estatisticamente significativo nas frequências, preferências e

frequências/preferências alimentares. Para além destes intervalos, existem outros

intervalos para o valor de (r), que não foram considerados neste estudo,

correspondendo uma correlação muito fraca ao intervalo [0,0;0,25[ , uma

correlação forte ao intervalo [0,75;0,9[ e uma correlação muito forte ao intervalo

[0,9;1[ .

Realizou-se uma regressão linear para prever o valor de uma variável a partir de

outras, sendo apresentados os valores de correlação parcial (β).

Rejeitou-se a hipótese nula, quando o nível de significância crítico para a sua

rejeição foi inferior a 0,05, tendo sido aplicável a todos os testes.

Page 21: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

11

Resultados

As principais características das crianças estão representadas na tabela 1, sendo

de realçar a maior representatividade do género feminino, bem como uma

prevalência de 32,3% de excesso de peso ou obesidade na amostra total de

crianças (40,4% no género masculino (n=19) e 25,4% no género feminino (n=14)

Duas mães (1,9%) não forneceram informação relativa à data de nascimento da

criança, pelo que não foi possível a sua classificação.

A média de idade das crianças era de 9,5 anos (mínimo 7 e máximo 12 anos).

No que diz respeito às características das mães (tabela 2), 22 (21,6%) tinham

habilitações literárias entre 10º e o 12º ano, 45 (44,1%) destas apresentavam

excesso de peso ou obesidade e 68 (66,7%) eram casadas. A média de idade das

mães era de 38,0 anos.

Participantes

(n=102) Atributo

n (%) Idade (anos) 7 8 9 10 11 12 Sem informação Ano de escolaridade 3º ano 4º ano Género Feminino Masculino Classificação do IMC Baixo peso Peso normal Excesso de peso Obesidade Sem informação

1 (0,9) 7 (6,9)

45 (44,2) 44 (43,2) 2 (1,9) 1 (0,9) 2 (1,9)

55 (53,9) 47 (46,1) 55 (53,9) 47(46,1) Masculino Feminino

0 (0,0) 2 (3,6) 28 (59,6) 37 (67,3) 8 (17,0) 7 (12,7) 11 (23,4) 7 (12,7) 0 (0,0) 2 (3,6)

Tabela 1: Características das crianças participantes

Page 22: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

12

Tabela 2: Características das mães das crianças

Por outro lado, a maioria das crianças vivia com os pais, irmãos ou avós, sendo o

agregado familiar constituído em média, por quatro pessoas.

1- Resultados das correlações

Quando realizada uma correlação entre as categorias de peso das crianças (z-

scores do IMC) e as habilitações literárias da mãe, observou-se uma relação

negativa estatisticamente significativa (p=0,03) nos rapazes (tabela 3).

Através da observação da tabela 3 e da figura 1, verificou-se uma relação positiva

estatisticamente significativa entre o IMC das mães e o z scores do IMC das

crianças, ou seja, quando maior o IMC das mães, maior será o peso (z-scores do

IMC) nas crianças do género masculino (p=0,019) e feminino (p=0,040), sendo

esta relação mais forte nos rapazes.

Tabela 3: Resultado das correlações entre o IMC da mãe e as habilitações literárias da mãe com

o z-scores de ambos os géneros

Habilitações Literárias das mães Mãe n (%)

1º ao 6º ano 31 (30,4)

7º ao 9º ano 24 (23,5)

10º ao 12º ano 22 (21,6)

>12º ano 17 (16,7)

Sem informação 8 (7,8)

Classificação do IMC (Kg/m2)

< 25 53 (52,0)

≥ 25 45 (44,1)

Sem informação 4 (3,9)

IMC Mãe Habilitações literárias da mãe

(anos de escolaridade) Variável

r p r P

Género masculino (z-scores do IMC) 0,354 0,019 - 0,329 0,031

Género feminino (z-scores do IMC) 0,290 0,040 - 0,024 0,869

Page 23: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

13

Figura 1:Representação do IMC da mãe e o z-scores do IMC das crianças

2- Hábitos alimentares das crianças

A caracterização dos hábitos alimentares das crianças, foi analisada com base

nas respostas obtidas nos questionários de frequência de consumo e preferências

alimentares (anexo D). Na tabela 4 estão definidas as correlações fracas e

moderadas de frequência de consumo alimentar que se destacaram, de acordo

com os critérios considerados. Das várias possibilidades de observação de

resultados desta tabela, constatou-se que as crianças que comem

frequentemente gelados, ingerem também com frequência refrigerantes,

salgadinhos e junk-food, sendo de destacar a correlação positiva moderada dos

rebuçados com os gelados.

O grupo de alimentos (açúcar, compota, geleia, mel, marmelada, etc) para o qual

não se registou uma correlação estatisticamente significativa com nenhum grupo

Page 24: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

14

alimentar, foi retirado da tabela 4 de correlação de frequências alimentares de

consumo.

Alimentos Correlação Fraca Correlação Moderada 1-Gelados, chocolate, bolos, pastéis, etc. Refrigerantes, salgadinhos, e junk-food. Rebuçados.

2-Rebuçados, pastilhas, gomas Refrigerantes, salgadinhos, junk-food, leite e manteiga. Gelados

4-Refrigerantes (ice-tea, coca-cola, sumol, etc.) Gelados, rebuçados e salgadinhos.

5-Néctares de fruta embalados (compal, etc.) Feijão.

6-Salgadinhos (batatas fritas, aperitivos, doritos, cheetos, etc.)

Gelados, rebuçados, refrigerantes, cereais de pequeno-almoço e manteiga.

Junk- food.

7-Junk-food (hambúrguer, pizza, croquetes, rissóis, bolinhos de bacalhau, chamuças, etc.)

Gelados e rebuçados. Salgadinhos.

8-Carne Peixe, ovo, iogurte, leite, queijo, pão,

batata, arroz, massa, manteiga, hortícolas e fruta.

9-Peixe Carne, ovo, iogurte, leite, queijo, pão, batata, arroz, massa, feijão, sopa e

hortícolas.

10-Ovo Carne, peixe, batata, arroz, massa e manteiga.

11-Leite Carne, rebuçados, iogurte, queijo, pão, arroz, manteiga, sopa, hortícolas e fruta.

12-Iogurte Carne, peixe, leite, queijo, pão, arroz, feijão, sopa e hortícolas.

Fruta.

13-Queijo Carne, peixe, iogurte, leite, pão, arroz, manteiga e feijão.

14-Cereais de pequeno-almoço (ex: chocapic, cheerios, estrelitas, nestum, nesquick, etc.)

Salgadinhos e hortícolas.

15-Pão Carne, iogurte, leite, queijo, batata, arroz e hortícolas.

Massa e fruta.

16-Batata Carne, ovo, pão, massa e manteiga. Arroz.

17-Arroz Pão, queijo, leite, iogurte, ovo, peixe, manteiga, sopa, hortícolas, fruta e carne. Massa e batata.

18-Massa Carne, peixe, ovo, leite, batata, manteiga, hortícolas e fruta.

Pão e arroz.

19-Manteiga ou margarina Rebuçados, salgadinhos, carne, ovo, leite, queijo, pão, batata, arroz e massa.

20-Feijão, grão, ervilhas ou favas Néctares, peixe, iogurte, queijo e hortícolas.

21-Sopa Peixe, iogurte, leite, pão, arroz e hortícolas.

Fruta.

22-Produtos hortícolas ou saladas Carne, peixe, iogurte, leite, cereais de pequeno-almoço, pão, arroz, massa,

sopa, feijão e fruta.

23-Fruta Carne, leite, arroz, massa e hortícolas. Iogurte, pão e sopa.

Tabela 4: Correlação das frequências alimentares de consumo

Na tabela 5, estão presentes as principais correlações das preferências

alimentares de consumo.

Page 25: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

15

Alimentos Correlação Fraca Correlação Moderada 1-Gelados, chocolate, bolos, pastéis, etc. Rebuçados, refrigerantes, salgadinhos e junk-food.

2-Rebuçados, pastilhas, gomas

Gelados, açúcar, refrigerantes e junk-food. (sopa*)

Salgadinhos.

3-Açúcar, compota, geleia, mel, marmelada, etc. Néctares.

4-Refrigerantes (ice-tea, coca-cola, sumol, etc.) Gelados e rebuçados. Salgadinhos e junk-

food. 5-Néctares de fruta embalados (compal, etc.) Açúcar, ovo, iogurte, leite, pão, arroz e massa.

6-Salgadinhos (batatas fritas, aperitivos, doritos, cheetos, etc.)

Gelados. (sopa*)

Rebuçados, refrigerantes e junk-

food. 7-Junk-food (hambúrguer, pizza, croquetes, rissóis, bolinhos de bacalhau, chamuças, etc.)

Gelados e rebuçados. Refrigerantes e salgadinhos.

8-Carne Peixe, ovo, iogurte, batata, pão, batata, arroz, massa, manteiga e sopa.

9-Peixe Carne, ovo, iogurte, queijo, pão, arroz, massa, feijão, sopa e hortícolas.

10-Ovo Néctares, carne, peixe, cereais de pequeno-almoço, leite, pão, batata, arroz, massa e fruta.

11-Leite Néctares, ovo, iogurte, pão, arroz, massa, sopa, hortícolas e fruta.

12-Iogurte Néctares, carne, peixe, leite, cereais de pequeno-almoço, pão, arroz, massa, sopa e fruta.

13-Queijo Peixe, arroz e feijão. 14-Cereais de pequeno-almoço (ex: chocapic, cheerios, estrelitas, nestum, nesquick, etc.)

Ovo, iogurte, pão, batata, arroz, massa e fruta.

15-Pão Néctares, carne, peixe, ovo, iogurte, leite, cereais de pequeno-almoço, batata, arroz, massa, sopa e fruta.

16-Batata Carne, ovo, cereais de pequeno-almoço, pão, arroz e massa.

17-Arroz Néctares, carne, peixe, ovo, iogurte, leite, queijo,

cerais de pequeno-almoço, pão, batata, manteiga, sopa, hortícolas e fruta.

Massa.

18-Massa Néctares, carne, peixe, ovo, iogurte, leite, cereais de

pequeno-almoço, pão, batata, feijão, hortícolas e fruta.

Arroz.

19-Manteiga ou margarina Carne e arroz. 20-Feijão, grão, ervilhas ou favas Peixe, queijo, massa, sopa, hortícolas e fruta.

21-Sopa Carne, peixe, iogurte, leite, pão, arroz, feijão e

hortícolas. (rebuçados e salgadinhos*)

Fruta.

22-Produtos hortícolas ou saladas Peixe, leite, arroz, massa, feijão, sopa e fruta.

23-Fruta Ovo, iogurte, leite, cereais de pequeno-almoço, pão, arroz, massa e hortícolas.

Sopa.

Legenda: * Correlação negativa

Tabela 5: Correlação das preferências alimentares de consumo

Page 26: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

16

Da tabela 5, relativa às preferências alimentares, destacam-se várias correlações

positivas moderadas e correlações negativas fracas. Verificou-se que, quem gosta

do grupo dos rebuçados preferiu gelados, açúcar, refrigerantes e junk-food. Por

outro lado, constatou-se que, quem prefere consumir alimento do grupo dos

rebuçados e dos salgadinhos, não gosta de consumir sopa.

Na tabela 6, estão presentes as correlações entre as frequências e as

preferências alimentares de consumo, ou seja, verificou-se que, quem ingere

frequentemente gelados prefere refrigerantes, gelados e não gosta de leite.

Alimentos Correlação Fraca Correlação Moderada

1-Gelados, chocolate, bolos, pastéis, etc.

Refrigerantes e gelados. (Leite*)

2-Rebuçados, pastilhas, gomas Refrigerantes, gelados, rebuçados e junk-food.

3-Açúcar, compota, geleia, mel, marmelada, etc. Açúcar.

4-Refrigerantes (ice-tea, coca-cola, sumol, etc.)

Refrigerantes, gelados, salgadinhos e junk-food.

5-Néctares de fruta embalados (compal, etc.) Néctares.

6-Salgadinhos (batatas fritas, aperitivos, doritos, cheetos, etc.)

Gelados, refrigerantes, salgadinhos e junk-food.

7-Junk-food (hambúrguer, pizza, croquetes, rissóis, bolinhos de bacalhau, chamuças, etc.)

Junk-food.

8-Carne Batata. 9-Peixe Peixe, pão e feijão. 10-Ovo Batata e ovo. 11-Leite Néctares e leite. 12-Iogurte Fruta, sopa, iogurte e pão. 13-Queijo Queijo. 14-Cereais de pequeno-almoço (ex: chocapic, cheerios, estrelitas, nestum, nesquick, etc.)

Cereais de pequeno-almoço.

15-Pão Fruta, arroz e pão. 16-Batata Pão e batata. 17-Arroz Arroz. 18-Massa Pão. 19-Manteiga ou margarina Manteiga. 20-Feijão, grão, ervilhas ou favas Feijão. 21-Sopa Iogurte, sopa e fruta. 22-Produtos hortícolas ou saladas Hortícolas. 23-Fruta Fruta, sopa, pão e iogurte.

Legenda: * Correlação negativa

Tabela 6: Correlação entre frequências e preferências alimentares de consumo

Page 27: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

17

3- Questionário alimentar para crianças (CFQ)

Este questionário foi dividido em sete dimensões (subescalas) referidas

anteriormente. Na tabela 7, estão representados os resultados médios e os

respectivos desvios padrão relativos a cada dimensão.

As mães, revelaram na percepção na “responsabilidade da alimentação da

criança” (4,26 ± 0,73) a média mais elevada das sete dimensões, a segunda

média mais elevada foi a “monitorização” (3,97 ± 0,97), enquanto a terceira média

mais elevada foi a “pressão para comer” (3,55 ± 1,11).

Relativamente à restrição (3,33 ± 0,77), as mães apresentaram a quarta

dimensão mais elevada, por outro lado, as mães revelaram não ser demasiadas

preocupadas com a “preocupação com o excesso de peso da criança” (3,23 ±

1,37), isto comparativamente com as outras dimensões, apresentando esta

dimensão a quinta média mais elevada.

As duas médias mais baixas das sete dimensões do CFQ foram respectivamente,

“percepção de excesso de peso da mãe” (3,04, ± 0,35 ) e “percepção de excesso

de peso da criança” (2,96 ± 0,28).

Tabela 7: Resultados da média e desvio padrão das 7 dimensões do CFQ

Nas tabelas 8 e 9, estão representados os resultados da relação entre as sete

dimensões e o consumo alimentar (frequências de consumo e preferências

Dimensões do CFQ Média Desvio padrão

1-Percepção na responsabilidade da alimentação 4,26 0,73

2-Percepção do excesso de peso da mãe 3,04 0,35

3-Percepção do excesso de peso da criança 2,96 0,28

4-Preocupação da mãe relativamente ao excesso de peso da criança 3,23 1,37

5-Restrição 3,33 0,77

6-Pressão para comer 3,55 1,11

7-Monitorização 3,97 0,97

Page 28: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

18

alimentares), relativamente às correlações estatisticamente significativas. Os

seis itens de alimentos utilizados nesta correlação foram: os gelados,

rebuçados, açúcar, refrigerantes, salgadinhos e junk-food, dado que eram os

que estavam presentes no CFQ. Na tabela 8, foram excluídas quatro

dimensões (“monitorização”, “pressão para comer”, “percepção na

responsabilidade da alimentação” e “percepção do excesso peso da mãe”),

enquanto na tabela 9, apenas se considerou uma dimensão, a monitorização.

De acordo com os resultados obtidos, constatou-se que as mães das crianças

tinham uma atitude mais restritiva, nos (as) filhos/as consumiam

frequentemente menos açúcar, compota, geleia, mel, marmelada, entre outros

alimentos.

Percepção do

excesso de peso

da criança

Preocupação da

mãe relativamente

ao excesso de

peso da criança

Restrição Alimentos

p r p r p r

Açúcar -- -- -- -- 0,004 -0,295

Refrigerantes 0,044 0,205 0,019 0,237 -- --

Tabela 8: Correlação entre as atitudes da mãe e as frequências alimentares de consumo

Monitorização Alimento

p r

Gelados 0,027 -0,225

Tabela 9: Correlação entre as atitudes da mãe e as preferências alimentares de consumo

4- Modelo de regressão

Calculou-se um modelo de regressão linear para prever o z-scores do IMC das

crianças, por géneros, a partir das sete dimensões do CFQ.

4.1- Género feminino

Existiu relação positiva entre as dimensões “percepção do excesso de peso da

criança” (p<0,001) e “preocupação do excesso de peso” (p=0,010) e o z-scores do

Page 29: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

19

IMC da criança (tabela 10). Por outro lado, relativamente à “pressão para comer”

constatou-se uma relação negativa estatisticamente significativa com o z-scores

do IMC (p<0,001) (tabela 10). Este modelo explica cerca de 62% da variância do

z-scores do IMC da criança.

Variável Β p

Percepção do excesso de peso da criança

Preocupação com o excesso de peso da criança

Pressão para comer

0,484

0,282

-0,401

<0,001

0,010

<0,001

Tabela 10: Modelo de regressão linear no género feminino, variável dependente z-scores do IMC da criança

4.2- Género masculino

Na tabela 11, observou-se uma relação positiva estatisticamente significativa

entre a “percepção do excesso de peso da criança” por parte da mãe (p=0,022) e

o z-scores do IMC da criança. Por outro lado, observa-se uma relação

estatisticamente significativa entre a “preocupação com o excesso de peso

criança” e o z scores do IMC da criança (p<0,001). Este modelo explica cerca de

35% da variância do z-scores do IMC da criança.

Variável Β p

Percepção do excesso de peso da criança

Preocupação com o excesso de peso da criança

0,304

0,531

0,022

<0,001

Tabela 11: Modelo de regressão linear no género masculino, variável dependente z-scores do IMC da criança

Discussão

A prevalência de excesso de peso e obesidade no presente estudo foi de 32,3%,

resultado que reflecte os valores encontrados numa amostra de crianças

portuguesas com idades compreendidas entre 7 e os 9 anos de idade (60).

Page 30: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

20

1- Relação entre as habilitações literárias da mãe e o z-scores do IMC da criança

Estudos realizados, revelaram existir uma relação entre o nível sócio cultural da

família ou da mãe e o estatuto de peso dos filhos (26, 61-63). Geralmente, a relação

entre as variáveis socioculturais das mães e o z-scores do IMC dos filhos, verifica-

se de modo mais forte entre a mãe e a filha (64, 65).

No presente estudo, encontrou-se uma relação negativa estatisticamente

significativa entre as habilitações literárias da mãe (indicador do seu nível sócio

cultural) (63) e o z-scores do IMC do rapaz. Ou seja, esta relação negativa, revelou

que quando menor a habilitação literária da mãe, maior será o z-scores do IMC

dos filhos.

1.1- Relação entre o IMC da mãe e o z-scores do IMC dos (as) filhos (as)

No que diz respeito ao IMC da mãe e o IMC (z-scores do IMC) dos filhos

(traduzido em z-scores de IMC), verificou-se uma relação positiva entre estas

duas variáveis, o que reproduz largamente o que se encontra descrito na

bibliografia encontrada (9, 15, 66-68), tendendo esta relação a diminuir com a idade

(68). No entanto, apesar dos resultados demonstrarem que esta relação é mais

forte nos filhos, tal como num estudo encontrado (69), realça-se que, em geral, esta

dependência positiva é mais significativa entre o IMC das mães e o IMC das filhas

(67, 68).

2- Correlações entre as frequências de consumo alimentar das crianças

Quando analisadas as correlações existentes nas frequências de consumo

alimentar, verificou-se que, quem consume frequentemente gelados também

ingere rebuçados, as crianças que comem salgadinhos também ingerem junk-

food e as crianças que comem habitualmente iogurte consumem frequentemente

Page 31: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

21

fruta. Estas frequências de consumo são um reflexo da predisposição para o

gosto a doce, salgado, “unami” (monosódio glutamato), para alimentos de elevada

densidade energética (70) e para a familiaridade alimentar (33), ou seja, estes

elementos ajudam a determinar o consumo alimentar. Por outro lado, também se

observou uma relação de frequência de consumo entre o doce (ex: refrigerantes,

rebuçados), o salgado (ex: salgadinho) e os alimentos densamente energéticos

(ex: junk food). Apesar das diferenças culturais, de género e idade, existem

preferências alimentares comuns (pizzas, chocolates, bolos) nas crianças (71).

2.1- Correlações entre as preferências alimentares das crianças

Relativamente às preferências alimentares, constatou-se que, quem prefere

rebuçados aprecia, gelados, açúcar, refrigerantes, junk-food e salgadinhos.

Observou-se que, quem gosta de salgadinhos, aprecia gelados, rebuçados,

refrigerantes e junk-food, as crianças que gostam de junk-food, apreciam gelados,

rebuçados, refrigerantes e salgadinhos. A preferência alimentar das crianças está

relacionada com o sabor dos alimentos, o que de alguma forma condiciona a sua

aceitação (72).

Por outro lado, constatou-se uma correlação negativa estatisticamente

significativa entre o gostar de rebuçados, salgadinhos e o não gostar de sopa, (ou

seja, as crianças que gostam destes dois alimentos, não gostam de sopa) sendo

esta associação o reflexo de uma tendência das crianças não gostarem de

vegetais (70). Contudo, a sopa reúne um conjunto de alimentos de baixa densidade

energética, uma característica que eventualmente pode influenciar a preferência

alimentar por parte das crianças, porque geralmente estas gostam de alimentos

de elevada densidade energética. No entanto, esta relação negativa poderá ser

explicada por falta de exposição ao sabor (textura, cheiro, aparência e cor) destes

Page 32: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

22

alimentos. Face ao exposto, é fundamental fomentar a introdução de alimentos

novos em idades precoces, porque desta forma será possível reduzir as hipóteses

de rejeição, potenciar a aceitação alimentar e promover hábitos alimentares

saudáveis (33). Um estudo realizado em 564 mães de crianças entre os dois e seis

anos de idade, conclui que a introdução precoce de alimentos (fruta e vegetais),

se traduz numa elevada frequência de consumo destes alimentos (33, 73) ou seja, é

provável que as preferências formadas em idade prematura tendem a persistir na

idade adulta (74).

Foi possível verificar também, relativamente às preferências alimentares que

existe uma relação entre o gostar de massa e gostar de arroz, preferências estas

também descritas num estudo realizado em crianças e jovens espanhóis entre os

dois e os vinte e quatro anos de idade (75) e que quem gosta de sopa, aprecia

igualmente o consumo de fruta.

2.2- Correlações entre as frequências de consumo e as preferências alimentares

das crianças

Assim, de acordo com os resultados obtidos no estudo, as frequências de

consumo alimentar associaram-se às preferências alimentares, o que também se

verificou num estudo realizado em crianças com quatro anos de idade (76). Nas

crianças, verificou-se uma correlação negativa entre a frequência alimentar do

grupo dos gelados e não gostar de leite. Esta questão, poderá eventualmente ser

explicada pelo sabor do leite ser diferente do adocicado sabor dos refrigerantes e

gelados, influenciando deste modo a sua preferência (31).

Observa-se neste trabalho, que as preferências alimentares das crianças

determinam a frequência com que determinados grupos de alimentos são

Page 33: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

23

consumidos, tal como em dois estudos realizados (75, 77), influenciando deste modo

o comportamento alimentar das crianças.

Constatou-se uma relação entre estas variáveis (frequência de consumo e

preferência alimentar) e alimentos comuns num grupo da Roda dos Alimentos,

nomeadamente nos cereais e derivados (ex: pão, massa, arroz e batata).

3- Atitudes de controlo de parental das mães relativamente à alimentação das

crianças

No que se refere às atitudes de controlo das mães, verificou-se que nas mães em

estudo, são mais fortes as atitudes de “monitorização”, “pressão para comer” e

“percepção na responsabilidade da alimentação da criança”, dado que

apresentaram valores médios mais altos. Nesse sentido, de acordo com a

bibliografia consultada, a “monitorização” e a “pressão para comer” poderão estar

relacionadas com o estilo autoritário das mães (78, 79), isto porque estas atitudes de

controlo parental são respectivamente, a segunda e a terceira dimensões com

valores médios mais altos, comparativamente às sete dimensões do CFQ.

A importância destas atitudes de controlo parental e as razões que levam à sua

análise, é porque estas têm impacto nos hábitos alimentares dos filhos, e,

posteriormente no seu peso, constituindo um dos muitos factores de ordem

ambiental determinantes na obesidade infantil (80).

De facto, os determinantes do peso do rapaz e da rapariga parecem ser

diferentes como comprovam os modelos representados.

4- Relação entre as três atitudes das mães e o z-scores do IMC dos filhos

A relação entre as sete atitudes de controlo da mãe foi estudada, para ambos os

géneros, utilizando como variável dependente o z-scores do IMC das crianças,

Page 34: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

24

com o objectivo de observar o papel de controlo materno no estatuto de peso do

seu (sua) filho (a).

4.1- Relação entre o z-scores do IMC das filhas e as três atitudes das mães

Conclui-se que os determinantes do estatuto de peso das filhas (z-scores do IMC)

foram pela ordem de significância, “percepção do excesso de peso da criança”,

“pressão para comer” e “preocupação com o excesso de peso da criança”, sendo

que a relação encontrada entre o z-scores do IMC da criança e “pressão para

comer” foi inversamente negativa. Esta última relação reflecte o empenho que a

mãe tem para que as filhas comam tudo o que está no prato, ou comam alimentos

saudáveis (ex: sopa, fruta, etc). Apesar desta preocupação activa por parte das

mães para que a criança coma saudavelmente, o que está descrito é que a

criança não come com este tipo de atitude (“pressão para comer”). Por exemplo,

quando as crianças são pressionadas com a seguinte frase: “Tu tens de acabar

de comer a sopa”, estas emitem mais comentários negativos, ingerem uma menor

quantidade e diminuem a preferência pela sopa (25). Os resultados traduziram o

seguinte, as filhas que apresentam estatuto de peso mais baixo, levarão as mães

a exercer maior “pressão para comer”, estando estes resultados descritos na

bibliografia (81-83). Implicitamente aquelas crianças com excesso de peso ou

obesidade terão mães que exercem menor pressão (84, 85).

De acordo com a teoria (86), esperava-se que as atitudes de restrição da mãe

(exclusão de alimentos pouco saudáveis e diminuição das quantidades ingeridas)

se relacionassem com o peso das crianças, o que não se verificou. Esta questão

poderá ser explicada, pelo facto de as mães não serem muito restritivas, isto

comparativamente com os valores médios apresentados.

Page 35: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

25

Se os resultados sugerem uma influência do que classificamos como variáveis

independentes, (“percepção do excesso de peso”, “pressão para comer” e

“preocupação com o excesso de peso da criança”) na relação com o estatuto de

peso da criança, um estudo realizado demonstrou que conforme o peso da

criança aumenta, também é maior a preocupação dos pais com o seu próprio

peso (87), ou seja, o peso das crianças não só é influenciado pelas várias variáveis

de controlo maternal, mas pode também influenciar o peso da mãe.

4.2- Relação entre o z-scores do IMC dos filhos e as duas atitudes das mães

Os determinantes do z-scores do IMC dos filhos foram pela ordem de

significância, “preocupação com o excesso de peso da criança” e “percepção do

excesso de peso da criança”, sendo esta relação positiva em ambos os casos, ou

seja, quando maior o z-scores do IMC dos meninos, maior a “preocupação e a

percepção da mãe para com o excesso de peso da criança”. Nas mães em

estudo, a preocupação da mãe quanto ao peso do seu filho, apresentava valores

médios um pouco superiores à percepção do excesso de peso, o que poderá ser

explicado pelo facto de amostra em estudo, a prevalência de meninos com

excesso de peso ou obesidade ser relativamente elevada (40,4%), e daí as

preocupações serem mais fortes do que as percepções com o excesso de peso.

Um estudo realizado, verificou que quanto maior a massa gorda da criança, maior

será a “preocupação materna com o excesso de peso da criança” (44). De acordo

com a pesquisa realizada, uma maior preocupação com o excesso de peso da

criança poderá traduzir-se num controlo exercido sobre a alimentação do seu

filho, criando uma maior dificuldade na regulação da sua ingestão energética (88).

Por outro lado, convém referir que as atitudes de controlo alimentar parental

(“preocupação com o excesso de peso”, “percepção do excesso de peso” e

Page 36: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

26

“restrição”) estão relacionadas com um estatuto social económico (89, 90),

afectando deste modo as atitudes da mãe.

O aumento de peso das crianças é directamente proporcional à preocupação da

mãe com as questões do peso da criança e, neste sentido, uma vez que os

meninos apresentam uma elevada prevalência de excesso de peso ou obesidade,

é de esperar que as mães se preocupem. A relação directamente proporcional

entre o peso da criança e a preocupação da mãe, foi encontrada em trabalhos

realizados (91, 92).

Por outro lado, uma maior “percepção do excesso de peso da criança” pela mãe

poderá favorecer a restrição alimentar, excluindo o acesso a determinados

alimentos e diminuindo as quantidades, podendo ter implicações positivas ou

negativas no estatuto de peso (87, 90) e no comportamento alimentar dos meninos

(88). Um estudo realizado, suporta o resultado obtido nesta dimensão, ou seja,

quanto maior o peso da criança, mais alta a percepção do excesso de peso da

criança (93).

Constatou-se que a “percepção do excesso de peso da criança”, apresenta a

média mais baixa de todas as sete dimensões avaliadas, o que de acordo com

um estudo de revisão realizado, poderá ser atribuído ao facto de mais metade dos

pais não reconhecem os filhos como tendo excesso de peso (94), negligenciando o

seu verdadeiro estatuto de peso.

Convém referir que, de acordo com estudos realizados, um maior peso da mãe

pode levar a que esta controle menos (89, 95) ou mais a alimentação (84) da criança

comparativamente ao controlo por parte daquelas que apresentam um peso

normal, contudo esta ideia não é ainda totalmente consistente.

Page 37: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

27

Ambas as atitudes de controlo parental (“preocupação” e “percepção do excesso

de peso”) estão relacionadas.

5- Relação entre as três atitudes de controlo parental das mães presentes no

CFQ e a frequência de consumo alimentar das crianças

Na relação entre as sete atitudes de controlo parental do CFQ e a frequência de

consumo alimentar das crianças, observou-se que existe uma correlação

estatisticamente significativa entre a frequência de consumo de refrigerantes e a

preocupação da mãe relativamente ao excesso de peso da criança. Esta

preocupação, poderá ser atribuída à elevada prevalência de excesso de peso e

obesidade na amostra em estudo.

Por outro lado, constatou-se que, as mães das crianças tinham um controlo

parental mais restritivo (“restrição alimentar” foi a quarta média mais elevada das

sete dimensões do CFQ), os filhos consumiam frequentemente menos açúcar,

compota, geleia, mel, marmelada, entre outros alimentos, a restrição alimentar

imposta pela mãe, poderá ser explicada pela preocupação com o eventual

excesso de peso da criança (96).

A frequência de consumo de refrigerantes foi directamente proporcional à

percepção da mãe relativamente ao excesso de peso da criança, ou seja, o

consumo desta bebida, que é das mais preferidas pelas crianças (97), poderá ter

impacto no seu estatuto de peso (98, 99) e influenciar deste modo esta atitude

materna. Nesse sentido, de acordo com um estudo realizado, esta relação (peso

da criança e a “percepção do excesso de peso da criança” através da mãe)

poderá provavelmente ser explicada pelo estatuto de peso da criança, ou seja,

quanto maior o peso, maior será a percepção do peso da criança por parte da

mãe (100).

Page 38: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

28

5.1- Relação entre a atitude de controlo parental das mães presentes no CFQ e

as preferências de consumo alimentar das crianças

Na relação entre as sete dimensões do CFQ e as preferências de consumo

alimentar das crianças, verificou-se inversamente a relação da “monitorização”

com o gosto por gelados. A explicação para esta relação inversa, poderá ser

atribuída a uma maior apetência natural pelo doce (gelado), o que faz com que

haja eventualmente uma maior preferência da criança. Nesse sentido,

conhecendo a mãe esta preferência alimentar, poderá potenciar a “monitorização”

por parte da mãe (foi o segundo valor médio mais elevado da tabela das sete

dimensões consideradas), podendo esta atitude de controlo parental diminuir de

esta preferência alimentar, criando deste modo uma relação inversa entre as

variáveis. Esta atitude de controlo parental (“monitorização”), poderá reflectir-se

numa diminuição de peso, bem como numa menor ingestão de alimentos pouco

saudáveis e por outro lado uma maior ingestão de alimentos saudáveis, por parte

da criança (90, 101, 102).

Conclusão

Conclui-se que existe uma relação negativa estatisticamente significativa, entre o

nível de habilitações literárias da mãe e o z-scores do IMC das crianças do

género masculino.

Verificou-se uma relação estatisticamente mais significativa, entre o peso da mãe

(IMC) e o z-scores do IMC das crianças do género masculino.

Page 39: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

29

Em relação às frequências de consumo e às preferências alimentares das

crianças, o gosto por um determinado alimento está associado à sua frequência

de consumo.

Das sete dimensões do CFQ, as atitudes de controlo parental das mães que

determinaram o z-scores do IMC da criança, no género feminino foram

“percepção do excesso de peso da criança”, “pressão para comer” e

“preocupação com o excesso de peso da criança”, e no género masculino foram

“preocupação com o excesso de peso da criança” e “percepção do excesso de

peso da criança”, ou seja, os rapazes e as raparigas são afectados por modelos

diferentes. No presente estudo, as três atitudes de controlo parental das mães

mais fortes, foram a “percepção na responsabilidade da alimentação”,

“monitorização” e “pressão para comer”, dado que tinham valores médios mais

altos, o que revela sentido de responsabilidade na alimentação da criança, e

possivelmente algumas mães com uma atitude autoritária, contudo, são

necessários mais estudos para apurar com maior certeza a relação entre as

dimensões do CFQ e o estilo autoritário das mães.

As atitudes de controlo exercidas pela mãe poderão ter alguma ligação com a

frequência e a preferência por um determinado alimento.

Limitações do estudo

As mães indicaram o seu peso e estatura, apesar deste procedimento ser

frequentemente utilizado, tem implicações porque habitualmente se verifica uma

subestimativa do peso, especialmente quando as mães têm excesso de peso ou

obesidade, e uma sobrestimativa do peso quando estas têm baixo peso, por

Page 40: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

30

estes factos, é possível que os dados da mãe não traduzam a realidade do

estatuto de peso (103, 104). A estatura, é também frequentemente sobrestimada,

não traduzindo a realidade da altura, dado que nestas circunstâncias é comum

referirem uma altura superior à que têm na realidade (103, 104).

O questionário de frequência de consumo e preferência alimentar não foi objecto

de um pré-teste, e, neste sentido, não foi possível aferir se as crianças

consideravam os hortícolas na sopa.

O momento em que o estudo foi realizado, não foi o mais adequado (última

semana de aulas), o que contribuiu para uma menor participação e pode ter

condicionado os resultados do presente estudo.

Na análise do questionário de frequência de consumo e preferência alimentar,

não foram consideradas respectivamente as sete categorias de consumo e as

cinco categorias de gosto, porque a análise realizada foi de acordo com

correlações, o que não permitiu apurar, com precisão, a tendência de consumo e

a preferência alimentar.

A amostra por conveniência presente neste estudo, dada a sua reduzida

dimensão, não pode ser extrapolada porque não traduz a realidade da população

Portuguesa.

Page 41: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

31

Referências Bibliográficas

1. Silva AC, Gomes Pedro J. Nutrição Pediátrica: princípios básicos. Clínica Universitária de Pediatria - Hospital Santa Maria ed. Lisboa: Aires; 2005. p. 7-11. 2. Kelder SH, Perry CL, Klepp KI, Lytle LL. Longitudinal tracking of adolescent smoking, physical activity and food choice behaviours. Am J Clin Nutr. 1994; 84(7):1121-26. 3. Wright CM, Parker L, Lamont D, Craft AW. Implications of childhood obesity for adult health: findings from thousand families cohort study. BMJ. 2001; 323(7324):1280-4. 4. Power C, Lake JK, Cole TJ. Measurement and long-term health risks of child and adolescent fatness. Int J Obes Relat Metab Disord. 1997; 21(7):507-26. 5. Klish WJ. Childhood obesity. Pediatr Rev. 1998; 19(9):312-5. 6. Tounian P, Aggourd Y, Dubern B, Varille V, Guy Grand B, Sidi D, et al. Presence of increase stiffness of the common carotid artery endothelial dysfunction in severly obese children: a prospective study. Lancet. 2001; 358:1400-04. 7. Dietz WH. Health consequences of obesity in youth: childhood predictors of adult disease. Pediatrics. 1998; 101(3):518-25. 8. Perusse L, Bouchard C. Role of genetic factors in childhood obesity and in susceptibility to dietary variations. Ann Med. 1999; 31(1):19-25. 9. Scaglioni S, Salvioni M, Galimberti C. Influence of parental attitudes in the development of children eating behaviour. Br J Nutr. 2008; 99(1):22-5. 10. Patrick H, Nicklas TA. A review of family and social determinants of children's eating patterns and diet quality. J Am Coll Nutr. 2005; 24(2):83-92. 11. Arredondo EM, Elder JP, Ayala GX, Campbell N, Baquero B, Duerksen S. Is parenting style related to children's healthy eating and physical activity in Latino families? Health Educ Res. 2006; (21(6)):862-71 12. Birch LL, Fisher JA. Appetite and eating behavior in children. Pediatr Clin North Am. 1995; 42(4):931-53. 13. Skinner JD, Carruth BR, Wendy B, Ziegler PJ. Children's food preferences: a longitudinal analysis. J Am Diet Assoc. 2002; 102(11):1638-47. 14. Viana. V. Psicologia, saúde e nutrição: Contributo para o estudo do comportamento alimentar. Análise psicológica 2002; 4 (xx):611-24. 15. Brown R, Ogden J. Children's eating attitudes and behaviour: a study of the modelling and control theories of parental influence. Health Educ Res. 2004; 19(3):261-71. 16. Birch LL. Psychological influences on the children diet. J Nut. 1998; 128(2):407-10. 17. Birch LL, Fisher JO. Mothers child feeding pratices influence daughters eating and weight. Am J Clin Nutr. 2000; 71:1054-61. 18. Mahan LK, Sylvia ES. Krause´s Food, Nutrition and Diet Therapy. 11 th. ed. Philadelphia: W.B. Saunders; 2004. p. 259-83. 19. Vereecken C, Keukelier E, Maes L. Influence of mother's educational level on food parenting practices and food habits of young children. Appetite. 2004; 43(1):93-103. 20. Navia B, Ortega RM, Requejo AM, Perea JM, Lopez-Sobaler AM, Faci M. Influence of maternal education on food consumption and energy and nutrient

Page 42: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

32

intake in a group of pre-school children from Madrid. Int J Vitam Nutr Res. 2003; 73(6):439-45. 21. Elfhag K, Tynelius P, Rasmussen F. Sugar-sweetened and artificially sweetened soft drinks in association to restrained, external and emotional eating. Physiol Behav. 2007; 91(2-3):191-5. 22. Elfhag K, Tholin S, Rasmussen F. Consumption of fruit, vegetables, sweets and soft drinks are associated with psychological dimensions of eating behaviour in parents and their 12-year-old children. Public Health Nutr. 2008; 11(9):914-23. 23. Birch LL, Marlin DW. I don't like it; I never tried it: effects of exposure on two-year-old children's food preferences. Appetite. 1982; 3(4):353-60. 24. Baranowski T, Cullen K, Baranowski J. Psychosocial correlates of dietary intake: advancing dietary intervention. Annu Rev Nutr. 1999; 19:17-40. 25. Gibson EL, Wardle J, Watts CJ. Fruit and vegetable consumption, nutritional knowledge and beliefs in mothers and children. Appetite. 1998; 31(2):205-28. 26. Parizkova J. Impact of education on food behaviour, body composition and physical fitness in children. Br J Nutr. 2008; 99(1):26-32. 27. Banis HT, Varni JW, Wallander JL, Korsch BM, Jay SM, Adler R, et al. Psychological and social adjustment of obese children and their families. Child Care Health Dev. 1988; 14:153-73. 28. Golan M, Crow S. Parents are key players in the prevention and treatment of weight-related problems. Nutr Rev. 2004; 62(1):39-50. 29. Vereecken C, Bobelijn K, Maes L. School food policy at primary and secondary schools in Belgium-Flanders: does it influence young people's food habits? Eur J Clin Nutr. 2005; 59(2):271-7. 30. Vereecken CA, Inchley J, Subramanian SV, Hublet A, Maes L. The relative influence of individual and contextual socio-economic status on consumption of fruit and soft drinks among adolescents in Europe. Eur J Public Health. 2005; 15(3):224-32. 31. Cooke L. The development and modification of children´s eating habits. Br Nutr Found. 2004; 29:31-35. 32. Cooke LJ, Wardle J. Age and gender differences in children's food preferences. Br J Nutr. 2005; 93(5):741-6. 33. Cooke L. The importance of exposure for healthy eating in childhood: a review [Review]. J Hum Nutr Diet. 2007; 20(4):294-301. 34. Torres SJ, Nowson CA. Relationship between stress, eating behavior, and obesity. Nutrition. Nutrition. 2007 23(11-12):887-94. 35. Viana V, Candeias L, Rego C, Silva D. Comportamento alimentar em crianças e controlo parental: uma revisão bibliográfica. Revista Alimentação Humana. 2009. 9-16. 36. Sullivan SA, Birch LL. Pass the sugar, pass the salt: experience dictates preference. Developmental Psychology. 1990; 56(4):546-55. 37. Sullivan SA, Birch LL. Infant dietary experience and acceptance of solid foods. Pediatrics. 1994; 93(2):271-7. 38. Klesges RC, Stein RJ, Eck LH, Isbell TR, Klesges LM. Parental influence on food selection in young children and its relationships to childhood obesity. Am J Clin Nutr. 1991; 53(4):859-64. 39. Lau RR, Quadrel MJ, Hartman KA. Development and change of young adults' preventive health beliefs and behavior: influence from parents and peers. J Health Soc Behav. 1990; 31(3):240-59.

Page 43: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

33

40. Birch LL. Effects of peer model´s food choices and eating behaviors on preschoolers food preferences. Child Development. 1980; 51:489-96. 41. Fisher JO, Mitchel DC, Smiciklas WH, Birch LL. Parental influences on young girls' fruit and vegetable, micronutrient, and fat intakes. J Am Diet Assoc. 2002; 102(1):58-64. 42. Spruijt-Metz D, Lindquist CH, Birch LL, Fisher JO, Goran MI. Relation between mothers' child-feeding practices and children's adiposity. Am J Clin Nutr. 2005; 49(4):236-45. 43. Lee Y, Birch LL. Diet quality, nutrient intake, weight status, and feeding environments of girls meeting or exceeding the American Academy of Pediatrics recommendations for total dietary fat. Minerva Pediatr. 2002; 54(3):179-86. 44. Spruij-Metz D, Li C, Cohen E, Birch L, Goran M. Longitudinal influence of mother´s child feeding pratices on adiposty in children. J Pediatrics 2006; 148:314-20. 45. Matheson DM, Robinson TN, Varady A, Killen JD. Do Mexican American mother´s food related parenting practices influence their children´s weight and dietary intake? . J Am Diet Assoc. 2006; 106:1861-65. 46. French SA, Perry CL, Leon GR, Fulkerson JA. Changes in psychological variables and health behaviors by dieting status over a three-year period in a cohort of adolescent females. J Adolesc Health. 1995; 16(6):438-47. 47. Blissett J, Haycraft E, Farrow C. Inducing preschool children's emotional eating: relations with parental feeding practices. Am J Clin Nutr. 2010; 92(2):359-65. 48. World Health Organization. Preventing and managing the global epidemic. Obesity report of WHO consultation on obesity, June 3-5, program of nutrition, family and reproductive health. Geneva, Switzerland. WHO; 1998. [citado em: 2009 Julh 09]. 49. Chinn S, Rona RJ. Prevalence and trends in overweight and obesity in three cross sectional studies of British Children, 1974-94. BMJ. 2001; 322(7277):24-6. 50. Moreira P. Overweight and obesity in Portuguese children and adolescents. Journal of Public Health. 2007; 15 (3):155-61. 51. Bluford DA, Sherry B, Scanlon KS. Interventions to prevent or treat obesity in preschool children: a review of evaluated programs. Obesity (Silver Spring). 2007; 15(6):1356-72. 52. Jellife DB JE. Community Assessment: Direct Assessment of Nutrition Status. Oxford University Press. 1989; 53. Ogden CL, Kuczmarski RJ, Flegal KM, Mei Z, Guo S, Wei R, et al. Centers for Disease Control and Prevention 2000 growth charts for the United States: Improvements to the 1977 National Center for Health Statistics version. Pediatrics. 2002; 109(1):45-60. 54. Viana V. Tradução e adaptação do "Child Feeding Questionnaire" (CFQ). Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP); 2008. 55. Birch LL, Fisher JO, Grimm-Thomas K, Markey CN, Sawyer R, Johnson SL. Confirmatory factor analysis of the Child Feeding Questionnaire: a measure of parental attitudes, beliefs and practices about child feeding and obesity proneness. Appetite. 2001; 36(3):201-10.

Page 44: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

34

56. World Health Organization. Global data base on body mass index. Geneva, Switzerland: WHO; 2006. [citado em: 2009 Julh 09]. Disponível em: http://apps.who.int/bmi/index.jsp?introPage=intro_3.html 57. Roumelioti M, Leotsinidis M. Relative validity of a semiquantitative food frequency questionnaire designed for schoolchildren in western Greece. Nutr J. 2009; 8:1-8. 58. Collucci A, Philippi S, Slater B. Desenvolvimento de um questionário de frequência alimentar para avaliação do consumo alimentar de crianças de 2 a 5 anos de idade. Revista Brasileira de Epidemiologia. 2004; 7(4):393-401. 59. Finney DJ. Statistics for biologists. . London: Chapman and Hall; 1980. 60. Padez C, Fernandes T, Mourão I, Moreira P, Rosado V. Prevalence of overweight and obesity in 7-9-y old Portuguese children. Trends in body mass index from 1972 to 2002. American Journal of Human Biology. 2004; 16: :670-78. 61. Lien N, Kumar BN, Holmboe-Ottesen G, Klepp KI, Wandel M. Assessing social differences in overweight among 15- to 16-year-old ethnic Norwegians from Oslo by register data and adolescent self-reported measures of socio-economic status. Int J Obes (Lond). 2007; 31(1):30-8. 62. Manios Y, Costarelli V, Kolotourou M, Kondakis K, Tzavara C, Moschonis G. Prevalence of obesity in preschool Greek children, in relation to parental characteristics and region of residence. BMC Public Health. 2007; 7:178. 63. Lamerz A, Kuepper-Nybelen J, Wehle C, Bruning N, Trost-Brinkhues G, Brenner H, et al. Social class, parental education, and obesity prevalence in a study of six-year-old children in Germany. Int J Obes (Lond). 2005; 29(4):373-80. 64. Koupil I, Toivanen P. Social and early-life determinants of overweight and obesity in 18-year-old Swedish men. Int J Obes (Lond). 2008; 32(1):73-81. 65. Baughcum AE, Chamberlin LA, Deeks CM, Powers SW, Whitaker RC. Maternal perceptions of overweight preschool children. Pediatrics. 2000; 106(6):1380-6. 66. Johannsen DL, Johannsen NM, Specker BL. Influence of parents' eating behaviors and child feeding practices on children's weight status. Obesity (Silver Spring). 2006; 14(3):431-9. 67. Danielzik S, Langnase K, Mast M, Spethmann C, Muller MJ. Impact of parental BMI on the manifestation of overweight 5-7 year old children. Eur J Nutr. 2002; 41(3):132-8. 68. Olvera N, Sharma S, Suminski R, Rodriguez A, Power T. BMI tracking in Mexican American children in relation to maternal BMI. Ethn Dis. 2007; 17(4):707-13. 69. Fogelholm M, Nuutinen O, Pasanen M, Myohanen E, Saatela T. Parent-child relationship of physical activity patterns and obesity. Int J Obes Relat Metab Disord. 1999; 23(12):1262-8. 70. Wardle J, Cooke L. Genetic and environmental determinants of children's food preferences. Br J Nutr. 2008; 99(1):15-21. 71. Bellisle F, Rolland-Cachera MF. Three consecutive (1993, 1995, 1997) surveys of food intake, nutritional attitudes and knowledge, and lifestyle in 1000 French children, aged 9-11 years. J Hum Nutr Diet. 2007; 20(3):241-51. 72. Harris G. Development of taste and food preferences in children. Curr Opin Clin Nutr Metab Care. 2008; 11(3):315-9. 73. Cooke LJ, Wardle J, Gibson EL, Sapochnick M, Sheihan A, Lawson M. Demografic, familial and trait predictors of fruit and vegetable consumption by pre-school children. Publi Health Nutr. 2004; 7(2):251-52.

Page 45: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

35

74. Wardle J, Herrera ML, Cooke L, Gibson EL. Modifying children's food preferences: the effects of exposure and reward on acceptance of an unfamiliar vegetable. Eur J Clin Nutr. 2003; 57(2):341-8. 75. Perez-Rodrigo C, Ribas L, Serra-Majem L, Aranceta J. Food preferences of Spanish children and young people: the enKid study. Eur J Clin Nutr. 2003; 57(1):45-8. 76. Simons-Morton BG, Baranowski T, Parcel GS, O'Hara NM, Matteson RC. Children's frequency of consumption of foods high in fat and sodium. Am J Prev Med. 1990; 6(4):218-27. 77. Drewnowski A, Hann C. Food preferences and reported frequencies of food consumption as predictors of current diet in young women. Am J Clin Nutr. 1999; 70:28-36. 78. Eneli IU, Crum PA, Tylka TL. The trust model: a different feeding paradigm for managing childhood obesity. Obesity (Silver Spring). 2008; 16(10):2197-204. 79. Hughes SO, Power TG, Orlet Fisher J, Mueller S, Nicklas TA. Revisiting a neglected construct: parenting styles in a child-feeding context. Appetite. 2005; 44(1):83-92. 80. Robinson NT, Kiernan M, Matheson DM, Haydel KF. Is parental control over children’s eating associated with childhood obesity? results from a population-based sample of third graders. Obesity Research. 2001; 9(5):306-12. 81. Powers SW, Chamberlin LA, van Schaick KB, Sherman SN, Whitaker RC. Maternal feeding strategies, child eating behaviors, and child BMI in low-income African-American preschoolers. Obesity (Silver Spring). 2006; 14(11):2026-33. 82. Spruijt-Metz D, Lindquist CH, Birch LL, Fisher JO, Goran MI, . Relation between mothers' child-feeding practices and children's adiposity. American Journal of Clinical Nutrition 2002; 75 No. 3: 2002. 83. Faith MS, Berkowitz RI, Stallings VA, Kerns J, Storey M, Stunkard AJ. Parental feeding attitudes and styles and child body mass index: prospective analysis of a gene-environment interaction. Pediatrics. 2004; 114(4):429-36. 84. Blissett J, Haycraft E. Are parenting style and controlling feeding practices related? Appetite. 2008; 50(2-3):477-85. 85. Brann LS, Skinner JD. More controlling child-feeding practices are found among parents of boys with an average body mass index compared with parents of boys with a high body mass index. J Am Diet Assoc. 2005; 105(9):1411-6. 86. Fisher JO, Birch LL. Restricting access to foods and children's eating. Appetite. 1999; 32(3):405-19. 87. Geng G, Zhu Z, Suzuki K, Tanaka T, Ando D, Sato M, et al. Confirmatory factor analysis of the Child Feeding Questionnaire (CFQ) in Japanese elementary school children. Appetite. 2009; 52(1):8-14. 88. Fisher JO, Birch LL. Eating in the absence of hunger and overweight in girls from 5 to 7 y of age. Am J Clin Nutr. 2002; 76(1):226-31. 89. Orrell-Valente JK, Hill LG, Brechwald WA, Dodge KA, Pettit GS, Bates JE. "Just three more bites": An observational analysis of parents socialization of children's eating at mealtime. Appetite. 2007; 48:37-45. 90. Ogden J, Reynolds R, Smith A. Expanding the concept of parental control: a role for overt and covert control in children's snacking behaviour? Appetite. 2006; 47(1):100-6. 91. Mulder C, Kain J, Uauy R, Seidell JC. Maternal attitudes an child feeding pratices: relationship with the BMI of Chilean children. Nutr J. 2009; 37(13):1-8.

Page 46: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

36

92. Spruijt-Metz D, Lindquist CH, Birch LL, Fisher JO, Goran MI. Relation between mother´s child feeding pratices and children´s adiposity. Am J Clin Nutr. 2002; 75(3):581-6. 93. Kasemsup R, Reicks M. The relationship between maternal child-feeding practices and overweight in Hmong preschool children. Ethn Dis. 2006; 16(1):187-93. 94. Parry LL, Netuveli G, Parry J, Saxena S. A systematic review of parental perception of overweight status in children. J Ambul Care Manage. 2008; 31(3):253-68. 95. Wardle J, Sanderson S, Guthrie CA, Rapoport L, Plomin R. Parental feeding style and the intergenerational transmission of obesity risk. Obes Res. 2002; 10:453-62. 96. May AL, Donohue M, Scanlon KS, Sherry B, Dalenius K, Faulkner P, et al. Child feeding strategies are associated with maternal concern about children becoming overweight, but not children´s weight status. J Am Diet Assoc. 2007; 107(7):1167-75. 97. Huybrechts I, Matthys C, Vereecken C, Maes L, Temme EH, Van Oyen H, et al. Food intakes by preschool children in Flanders compared with dietary guidelines. Int J Environ Res Public Health. 2008; 5(4):243-57. 98. Vartanian LR, Schwartz MB, Brownell KD. Effects of soft drink consumption on nutrition and health: a systematic review and meta-analysis. Am J Public Health. 2007; 97(4):667-75. 99. Ludwig DS, Peterson KE, Gortmaker SL. Relation between consumption of sugar-sweetened drinks and childhood obesity: a prospective, observational analysis. Lancet. 2001; 357:505-8. 100. Montgomery C, Jackson DM, Kelly LA, Reilly JJ. Parental feeding style, energy intake and weight status in young Scottish children. Br J Nutr. 2006; 96(6):1149-53. 101. Campbell K, Crawford D, Ball K. Family environment and dietary behaviors likely to promote fatness in 5-6 year-old children. Int J Obes. 2006; 30:1272-80. 102. Kröller K, Warschburger P. The association between maternal feeding style and food intake of children with a higher risk for overweight. Appetite. 2008; 51:166-72. 103. Kuskowska-Wolk A, Karlsson P, Stolt M, Rossner S. The predictive validity of body mass index based on self-reported weight and height. Int J Obes. 1989; 13(4):441-53. 104. Palta M, Prineas RJ, Berman R, Hannan P. Comparison of self-reported and measured height and weight. Am J Epidemiol. 1982; 115(2):223-30.

Page 47: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

37

Anexos

Índice de Anexos

Anexo A Carta de autorização para a realização do estudo……………………….1

Anexo B Questionário CFQ…………………………………………………………… 5

Anexo C Inquérito de dados sócio demográficos e dados relativos à alimentação

da criança …..…………………………………………………………………………...13

Anexo D Questionário de frequência de consumo e preferência alimentar……..17

Page 48: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das
Page 49: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

1

Anexo A

Carta de autorização para a realização do estudo

Page 50: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

2

Page 51: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

3

Exma. Sra.

O estagiário de Ciências da Nutrição da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade

do Porto, propõe-se realizar um estudo em crianças do 1º Ciclo do Ensino Básico com o objectivo de avaliar

os efeitos das atitudes das mães na alimentação dos seus filhos.

Este assunto assume hoje uma grande importância, dada a grande prevalência de problemas que decorrem

das práticas alimentares, entre estes a obesidade.

Nesse sentido pedimos a colaboração de V. Ex.ª nesta investigação, dado que se procederá à avaliação da

altura e peso do seu filho e, no caso de ele frequentar o 3º ou 4º ano de escolaridade, ser-lhe-á ainda

aplicado um inquérito alimentar. As mães responderão a quatro breves inquéritos, sendo solicitado também

o preenchimento de alguns dados relativos ao pai (inquérito número I). Todos os dados recolhidos neste

estudo terão a sua confidencialidade assegurada.

No final do estudo, será realizada uma pequena apresentação, dirigida aos pais, com os principais

resultados obtidos.

Em anexo, seguem os inquéritos para as mães, cujo preenchimento não demorará mais do que 15 minutos.

Depois de preenchidos, pedimos que os introduza no envelope e o entregue ao seu filho(a) para que este o

devolva na escola juntamente com o destacável que se segue.

Desde já o meu muito obrigado pela sua colaboração,

O estagiário de Ciências da Nutrição

________________________

(António Cordeiro)

(Destacar e devolver na escola)

Se concorda participar neste estudo, por favor identifique o seu filho e assine em baixo.

A mãe do aluno ______________________________________, do ____º ano e da turma ____, aceita

participar na realização do trabalho de investigação designado “Controlo Parental na Alimentação das

Crianças”.

Assinatura: ____________________________________________________ Data: ___ / ___ / ______

Page 52: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

4

Page 53: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

5

Anexo B

Questionário CFQ

Page 54: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

6

Page 55: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

7

INQUÉRITO III

Questionário Alimentar para Crianças (CFQ)

Um Instrumento para Avaliar o Controlo Parental na Alimentação das Crianças

Leann L. Birch, Ph.D. Susan L. Johnson, Ph.D.

Karen Grimm-Thomas Jennifer O. Fisher, Ph.D.

The Pennsylvania State University

Tradução e adaptação Victor Viana, Ph.D.

Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da

Universidade do Porto

2008

Page 56: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

8

INSTRUÇÕES: Usando a escala em baixo, assinale, para cada questão, o número que melhor corresponde à sua resposta. Por favor responda apenas acerca do seu filho que está no nosso estudo.

nunca

raramente

por vezes

muitas vezes

sempre

1. Quando a sua criança está em casa quantas vezes é responsável por alimentá-la?

1

2

3

4

5

2. Quantas vezes é responsável por decidir qual o tamanho da porção de comida da sua criança?

1

2

3

4

5

3. Quantas vezes é responsável por decidir se a sua criança comeu os alimentos adequados?

1

2

3

4

5

Usando a escala em baixo indique como classificaria o seu próprio peso em cada um de quatro períodos de tempo apresentados em baixo (por favor circule apenas um número para cada período).

bai

xo p

eso

ac

entu

ado

bai

xo p

eso

na

méd

ia

exce

sso

de

pes

o

exce

sso

de

pes

o

acen

tuad

o

4. A sua infância (dos 5 aos 10 anos)

1

2

3

4

5

5. A sua adolescência

1

2

3

4

5

6. Os seus 20 anos

1

2

3

4

5

7. Actualmente

1

2

3

4

5

Page 57: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

9

INSTRUÇÕES: Usando a escala em baixo, assinale como classificaria o peso da sua criança em cada um dos períodos de tempo apresentados em baixo (por favor circule apenas um número para cada período de tempo).

bai

xo p

eso

ac

entu

ado

b

aixo

pes

o

n

a m

édia

exce

sso

de

pes

o

exce

sso

de

pes

o

acen

tuad

o

8. A sua criança durante o primeiro ano de vida

1

2

3

4

5

9. A sua criança na infância (1aos 3 anos)

1

2

3

4

5

10. A sua criança no Jardim-de-infância (dos 3 aos 4 anos)

1

2

3

4

5

11. A sua criança da pré-escola até ao 2º ano

1

2

3

4

5

12. A sua criança do 3º até ao 4º ano (se aplicável)

1

2

3

4

5

Usando a escala em baixo, por favor indique para cada questão o número que melhor corresponde à sua resposta. Por favor responda apenas acerca do seu filho(a) que está no nosso estudo.

tota

lmen

te

des

pre

ocu

pad

a

ligei

ram

ente

d

esp

reo

cup

ada

n

eutr

o

ligei

ram

ente

p

reo

cup

ada

P

reo

cup

ada

14. Até que ponto a preocupa que a sua criança coma demais quando não está perto de si?

1

2

3

4

5

15. Até que ponto a preocupa que a sua criança tenha que fazer dieta para manter um peso desejável?

1

2

3

4

5

16. Até que ponto a preocupa que a sua criança fique com excesso de peso?

1

2

3

4

5

Page 58: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

10

INSTRUÇÕES:

Usando a escala em baixo, por favor indique para cada questão o número que melhor corresponde à sua resposta. Por favor responda apenas acerca do seu filho(a) que está no nosso estudo.

dis

cord

o

dis

cord

o

ligei

ram

ente

neu

tro

con

cord

o

ligei

ram

ente

Co

nco

rdo

17. Eu preciso de ter a certeza de que a minha criança não come demasiados doces (rebuçados, gelados, bolos ou pastéis).

1

2

3

4

5

18. Eu preciso de ter a certeza de que a minha criança não come demasiados alimentos com elevado teor de gordura.

1

2

3

4

5

19. Eu preciso de ter a certeza de que a minha criança não come demasiados alimentos preferidos.

1

2

3

4

5

20. Eu mantenho propositadamente alguns alimentos fora do alcance da minha criança.

1

2

3

4

5

21. Eu ofereço doces (rebuçados, gelados, bolos ou pastéis) à minha criança como recompensa por bom comportamento.

1

2

3

4

5

22. Eu ofereço à minha criança os seus alimentos preferidos em troca de bom comportamento.

1

2

3

4

5

23. Se eu não guiasse ou regulasse a ingestão da minha criança, ela comeria demasiada "comida de plástico".

1

2

3

4

5

24. Se eu não guiasse ou regulasse a ingestão da minha criança, ela comeria demasiados alimentos preferidos.

1

2

3

4

5

25. A minha criança deverá comer sempre toda a comida que tem no prato.

1

2

3

4

5

26. Tenho que ter cuidado especial para ter a certeza que a minha criança come o suficiente.

1

2

3

4

5

27. Se a minha criança diz "eu não tenho fome", eu tento que ela coma mesmo assim.

1

2

3

4

5

28. Se eu não guiasse ou regulasse a ingestão da minha criança, ela comeria muito menos do que deveria.

1

2

3

4

5

Page 59: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

11

INSTRUÇÕES: Usando a escala em baixo, por favor indique para cada questão o número que melhor corresponde à sua resposta. Por favor responda apenas acerca do seu filho(a) que está no nosso estudo.

nunca

raramente

por

vezes

muitas vezes

sempre

29. Quantas vezes está atenta aos doces (rebuçados, gelados, bolos ou pastéis) que a sua criança come?

1

2

3

4

5

30. Quantas vezes está atenta aos salgadinhos (batatas fritas, aperitivos, Doritos, Cheetos, etc.) que a sua criança come?

1

2

3

4

5

31. Quantas vezes está atenta aos alimentos com elevado teor de gordura que a sua criança come?

1

2

3

4

5

Page 60: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

12

Page 61: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

13

Anexo C

Inquérito de dados sócio demográficos e dados relativos à alimentação da criança

Page 62: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

14

Page 63: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

15

Inquérito

Dados relativos à Mãe 1. Data de nascimento ___ / ___ / _____ (dia) (1) (ano)

2. Peso actual □□□,□ Kg

3. Altura actual □,□□ m

4. Situação actual face ao emprego: (1) Empregado □ (2) Desempregado □

4.1 Se está empregada, indique a sua profissão actual: ______________________________.

4.2. Se está desempregada, indique qual a sua última profissão: _______________________.

5. Estado Civil: (1) Solteiro □ (2) Casado □ (3) Outro □ Qual? ______________.

6. Número de telefone para contacto: _______________

7. Habilitações literárias: (assinale o último ano/nível de escolaridade frequentado)

1º ano □ 4º ano □ 7º ano □ 10º ano □ Bacharelato □ Outro □_____________

2º ano □ 5º ano □ 8º ano □ 11º ano □ Licenciatura □

3º ano □ 6º ano □ 9º ano □ 12º ano □ Mestrado □

Dados relativos ao Pai 1. Data de nascimento ___ / ___ / _____ (dia) (1) (ano)

2. Peso actual □□□,□ Kg

3. Altura actual □,□□ m

4. Situação actual face ao emprego: (1) Empregado □ (2) Desempregado □

4.1 Se está empregado, indique a sua profissão actual: ______________________________.

4.2 Se está desempregado, indique qual a sua última profissão: _______________________.

5. Habilitações literárias: (assinale o último ano/nível de escolaridade frequentado)

1º ano □ 4º ano □ 7º ano □ 10º ano □ Bacharelato □ Outro □____________.

2º ano □ 5º ano □ 8º ano □ 11º ano □ Licenciatura □

3º ano □ 6º ano □ 9º ano □ 12º ano □ Mestrado □

Código □□□□□

Mãe

1.__/__/____

2. __________

3. __________

4. __________

4.1. ________

4.2. ________

5. __________

6. __________

7. __________

Page 64: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

16

Dados relativos à Criança

1. Género: (1) Masculino □ (2) Feminino □

2. Data de nascimento: ____ / ____ / ______ (dia) (1) (ano)

3. Sabe a altura do seu filho (a)? (1) Sim □ (2) Não □

3.1 Se respondeu sim, diga quanto mede □, □□ m

4. Sabe o peso do seu filho (a)? (1) Sim □ (2) Não □

4.1 Se respondeu sim, diga quanto pesa □□□,□ kg

5. Com quem vive?

(1) Mãe □ (2) Pai □ (3) Irmão (s) □ (4) Avó (ô) □

(5) Outra (s) pessoa (s) □ Quem? ___________________________. 6. Qual é o número de pessoas que compõem o agregado familiar (incluindo a criança)?

Número: ___________.

7. Habitualmente, quantas vezes por semana o seu filho almoça na cantina escolar?

1 □ 2 □ 3 □ 4 □ 5 □

7.1 Se o seu filho almoça na cantina, conhece a ementa do almoço do seu filho?

(1) Sim □ (2) Não □

8. O seu filho toma habitualmente o pequeno-almoço?

(1) Sim □ (2) Não □ (3) Às vezes □

8.1 Se respondeu sim, onde toma o pequeno-almoço? (1) Casa □ (2) Escola □

(3) Café / Padaria / Pastelaria □ (4) Outro local □ Qual? ___________________. 9. O seu filho costuma ter companhia ao pequeno - almoço?

(1) Sim □ (2) Não □ (3) Às vezes □ 10. O seu filho leva para a escola o lanche preparado em casa?

(1) Sim □ (2) Não □ (3) Às vezes □ 11. Das refeições realizadas em casa, quem é o principal responsável pela sua confecção?

(1) Mãe □ (2) Pai □ (3) Filho (a) □ (4) Avó (ô) □

(5) Outro □ Quem? ______________________.

Criança

1. __________

2. __/__/____

3. __________

3.1 _________

4. __________

4.1._________

5. __________

6. __________

7. __________

Page 65: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

17

Anexo D

Questionário de frequência de consumo e preferência alimentar

Page 66: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

18

Page 67: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

19

Page 68: A influência do controlo parental no comportamento … › 6e73 › 475efc9001f0e5cce7...Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e desenvolvimento das

20