A Irradiação Da Vida Interior e Devocão Ao Sant

8/17/2019 A Irradiação Da Vida Interior e Devocão Ao Sant

1/8

A irradiação da vida interior

By Pe. Faus on February 9, 2011

A lareira e a seiva

Você sabe que a vida interior não seria cristã se se

encapsulasse no íntimo da alma, como num refúgio egoísta. A

autêntica vida interior – de que tratamos em todas as reexes

anteriores – ! como o fogo de uma lareira espiritual, que aquece e d"

sentido divino # vida inteira$ o trabal%o e a família, as alegrias e as

penas, as tarefas e o la&er, a vida do lar e a vida que se abre ao amor

e servi'o do pr(ximo.

)risto expressou bem isso por meio da alegoria da *videira e

os ramos+$ Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanece em

mim e eu nele, esse dá muio !ruo" #e al$u%m n&o permanecer em

mim", secará" -o /, /012.

3 você sabe o que entende -esus por *permanecer nele+4

5u'a as suas pr(prias palavras$ 'omo o Pai me ama, assim amb%m

eu vos amo. Permanecei no meu amor -o /,62.

7 disso que se trata. 7 para isso que queremos cultivar e levar

a s!rio a nossa vida interior$ para unirmo0nos a )risto, a 8m de nos

impregnarmos da seiva do seu amor – do Amor que -esus nos d",

derramando em n(s o 3spírito 9anto cf. :m /,/2 – e, assim,

passarmos a viver uma vida de amor. 3sse ! o camin%o da santidade,

porque o amor ! a essência da perfei'ão cf. )ol ;,a&ei tudo por Amor .0 Assim não %"

coisas pequenas$ tudo ! grande ?...@. ueres de verdade ser santo4

)umpre o pequeno dever de cada momentoB fa& o que deves e est"

no que fa&es ?...@. Cm pequeno ato, feito por amor, quanto não valeD

+. 'amin(o, nn.


2/8

9e você tiver verdadeira vida interior *verdadeira+ signi8ca

sincera e esfor'ada, não *perfeita+2, ser" um ramo que d" fruto,

especialmente dar" dois tipos de fruto$

2 5 fruto das *virtudes+.

7 impossível lutar para amar e unir0se a Geus se não se vai

mel%orando, crescendo continuamente, nas virtudes teologais f!,

esperan'a e caridade2, e nas virtudes %umanas prudência, Husti'a,

fortale&a e temperan'aB e as incont"veis virtudes que giram # volta

das quatro2.

Ior isso, 9ão Iaulo, quando fala dos frutos do 3spírito 9anto –

do Amor divino substancial – enumera virtudes$ ) !ruo do Esp*rio %+

caridade, ale$ria, pa, paci-ncia, a!abilidade, bondade, delidade,

mansid&o, emperan/a J"l /,EE0E;2.

A mel%ora nas virtudes ! um primeiro teste da qualidade da

nossa ora'ão e, em geral, da nossa vida interior.

E2 5 fruto dos *deveres+$ do conHunto de deveres que tecem a

tape'aria do nosso dia0a0dia$ deveres familiares, pro8ssionais esociais.

=amb!m nesse campo dos deveres, precisamos fa&er o

*teste+ da verdadeira vida interior, formulando0nos algumas

perguntas, que vou ilustrar com palavras de 9ão -osemaria$

a2 3stou santi8cando a min%a vida familiar4

*5s casados – di&ia 9ão -osemaria – estão c%amados asanti8car o seu matrimKnio e a santi8car0se a si pr(prios nessa uniãoB

por isso, cometeriam um grave erro se edi8cassem a sua conduta

espiritual de costas para o lar, # margem do lar. A vida familiar, as

rela'es conHugais, o cuidado e a educa'ão dos 8l%os, o esfor'o

necess"rio para manter a família, para garantir o seu futuro e

mel%orar as suas condi'es de vida, o convívio com as outras pessoas

que constituem a comunidade social, tudo isso são situa'es

%umanas, comuns, que os esposos cristãos devem sobrenaturali&ar

?santi8car@ 'riso ue passa, n. E;2.


3/8

* 5s casais têm gra'a de estado 0 a gra'a do 9acramento 0

para viverem todas as virtudes %umanas e cristãs da convivência$ a

compreensão, o bom %umor, a paciênciaB o perdão, a delicade&a no

comportamento recíprocoL Iara tanto, o marido e a mul%er devem

crescer em vida interior e aprender da 9agrada >amília a viver comdelicade&a 0 por um motivo %umano e sobrenatural ao mesmo tempo

– as virtudes do lar cristão+. Queses auais do 'risianismo, n.

MF2.

b2 3stou santi8cando o meu trabal%o4

*Na simplicidade do teu trabal%o %abitual – continuo a citar

9ão -osemaria 0, nos detal%es mon(tonos de cada dia, tens que

descobrir o segredo – para tantos escondido – da grande&a e da

novidade$ o Amor+ 9ulco, n.


4/8

*5 cristão sabe0se enxertado em )risto pelo SatismoB

%abilitado a lutar por )risto, pela )on8rma'ãoB c%amado a atuar no

mundo pela participa'ão na fun'ão real, prof!tica e sacerdotal de

)ristoB transformado numa s( coisa com )risto pela 3ucaristia,

sacramento da unidade e do amor. Ior isso, como )risto, deve viverde rosto voltado para os outros %omens, ol%ando com amor para

todos e cada um dos que o rodeiam, para a %umanidade inteira+

'riso ue passa, n. M12.

*9e deixarmos que )risto reine na nossa almaL, seremos

servidores de todos os %omens+ 'riso ue passa, n. FE2.

Palavras nais

Gepois de passar os ol%os pelos textos que acabo de

transcrever, parece0me que você compreender" mel%or as palavras

que 9ão Iaulo escreveu a =im(teo, que bem podem ser o fec%o deste

livro$

3 piedade % 7il para udo, porue em a promessa da vida

presene e da !uura =im


5/8

uero recordar a você que a f! ! o único ol%ar totalmente

lúcido que o %omem pode ter, porque – no meio das sombras da vida

– fa&0nos ver as coisas como Geus as vê. Ioderíamos di&er que

quando a nossa alma se abre # gra'a da f!, )risto, o autêntico #ol

nascene Tc ,QF2, inunda0a com a luminosidade do 3spírito 9anto, etudo na vida 8ca tamb!m iluminado.

Ior que l%e digo isso agora4 Iorque vamos meditar sobre a

devo'ão ao 9antíssimo 9acramento, e ac%o muito importante

come'armos remo'ando a nossa f! na presen'a real de )risto na

3ucaristia.

9ão -osemaria, sempre que estava – em pensamento ou de

fato – na presen'a da 3ucaristia, fa&ia o que ele c%amava *um ato de

f! explícita$ *Adoro0te com devo'ão, Geus escondidoL )reio que !s

-esus, o >il%o de Uaria sempre VirgemL )reio que est"s presente com

o teu )orpo, com o teu 9angue, com a tua alma e com a tua

divindadeL Ueu -esus, eu te adoroD+.

7 bom lembrarmos isso agora que vamos reetir sobre o amor

e a adora'ão ao 9antíssimo 9acramento, não na Uissa e na %ora de

comungar – pois isso H" foi comentado em conversas anteriores 0, masquando encontramos -esus realmente presente nas R(stias

consagradas que se reservam nos 9acr"rios das igreHas e capelas.

O tesouro escondido

Acabo de l%e di&er *quando encontramos -esus+. Uas, ser"

que o encontramos4 )risto, nos 9acr"rios, ! verdadeiramente

aquele esouro escondido de que fala o 3vangel%o Ut ;,


6/8

cat(licos. T" %" um 9acr"rio, l" dentro est" o 9antíssimo 9acramento

– )risto vivoD 0, e n(s podemos passar sem ligar a mínima, como

aqueles viaHantes indiferentes da par"bola do samaritano. ue penaD

Você vai di&er0me que anda pela rua distraído, sem m" vontade. 3 eu

l%e respondo$ *Iropon%a0se perceber+, e corresponda ao amor comque )risto quis 8car no 9acr"rio por você, por mim.

Vou0l%e sugerir algumas atitudes pr"ticas$

a2 )omece refa&endo mentalmente os seus itiner"rios mais

%abituais. Não precisa para isso nem de mapa nem de JI9. 7 f"cil

recordar as ruas e lugares onde você H" percebeu que %" alguma

igreHa, capela, etc.

b2 Iropon%a0se então não passar por esses lugares sem di&er

algo a nosso 9en%or. Cm ato de amor *-esus, que est"s aí, eu te

amo+2, uma sauda'ão simples e cordial *-esus, bom dia, me

acompan%e %oHe no trabal%oD+2, ou – e essa pode ser uma excelente

solu'ão – re&e uma *)omun%ão espiritual+, que consiste em di&er a

-esus que deseHaria recebê0lo com amor. *nvente+ a maneira de T%e

di&er isso. =alve& o aHude aprender de cor a f(rmula de uma bela

)omun%ão espiritual, que H" foi re&ada por almas muito santas e que%oHe muitos utili&am. Gi& assim$ *3u quisera, 9en%or, receber0vos com

aquela pure&a, %umildade e devo'ão com que vos recebeu a vossa

9antíssima Uãe, com o espírito e o fervor dos santos+.

c2 Aproveito o anterior para acrescentar que a )omun%ão

espiritual, re&ada – bem re&ada – em qualquer momento, lugar ou

circunstWncia, tem um grande valor. VeHa o que di& -oão Iaulo $ *7

conveniente culivar coninuamene na alma o dese5o do sacramenoda Eucarisia. Gaqui nasceu a pr"tica da Ocomun%ão espiritualP em

uso na greHa %" s!culos, recomendada por santos mestres de vida

espiritual. 3screvia 9anta =eresa de -esus$ Ouando não comungais e

não participais na Uissa, comungai espiritualmente, porque ! muito

vantaHoso. ?...@ Geste modo, imprime0se em v(s muito do amor de

nosso 9en%orP+ 3ncíclica Ecclesia de Euc(arisia, n. ;


7/8

A visita ao Santíssimo Sacramento

9ão -osemaria di&ia$ *uando te aproximares do 9acr"rio,

pensa que 3leD L fa& vinte s!culos que te espera+ 'amin(o, n. /;Q2.

9im, no 9acr"rio -esus *te+ espera, *me espera+. 3st"

oferecendo um encontro pessoal, e aguardando que n(s aceitemos

seu convite. 3ntende a importWncia de – sempre que possível – fa&er

todos os dias uma visita ao 9antíssimo 9acramento4

7 verdade que Geus est" em toda a parte. Uas -esus vivo e

realíssimo, em corpo, sangue, alma e divindade est" s( no 9antíssimo

9acramento. 9ua presen'a deveria atrair0nos como um ímã.

)omo ! bom entrar numa igreHa, numa capela, numa %ora

calma, e aHoel%ar0nos diante do 9acr"rio, e ol%ar para ele, certos de

que nosso ol%ar est" se encontrando com o ol%ar de -esus, e o nosso

cora'ão est" sendo atingido pelo calor de seu )ora'ãoD

VeHa o que di& sobre isso -oão Iaulo $ *7 bom demorar0se com

3le e, inclinado sobre o seu peito como o discípulo predilecto

cf. :o ;, E/2, deixar0se tocar pelo amor in8nito do seu cora'ão. 9eactualmente o cristianismo se deve caracteri&ar sobretudo pela Oarte

da ora'ãoP, como não sentir de novo a necessidade de permanecer

longamente, em di"logo espiritual, adora'ão silenciosa, atitude de

amor, diante de )risto presente no 9antíssimo 9acramento4 uantas

ve&es, meus queridos irmãos e irmãs, 8& esta experiência, recebendo

dela for'a, consola'ão, apoioD+

3, citando 9anto Afonso Uaria de Tig(rio, acrescenta que *a

devo'ão de adorar -esus sacramentado !, depois dos sacramentos, aprimeira de todas as devo'es, a mais agrad"vel a Geus e a mais útil

para n(s+ Ecclesia de Euc(arisia, n. E/2.

)omo fa&er essa visita4 )om absoluta liberdade, como quiser$

a2 Iode permanecer Hunto do 9acr"rio cinco minutos ou v"rias

%oras. No meio da a&"fama do dia, podem bastar uns poucos

minutos. 5utras ve&es, você sentir" a necessidade de 8car mais

tempo. 3, se participa de devo'es tão recomendadas pelos Iapas,


8/8

como a vigília de adora'ão noturna uma noite de adora'ão, em que

as pessoas se reve&am2, as uarenta Roras, ou apenas um dia ou

umas %oras de adora'ão permanente pr"tica frequente nas igreHas #s

quintas0feiras2 – com o 9antíssimo 9acramento exposto no ostens(rio

0, então ! l(gico você 8car mais tempo, meia %ora, uma %orta, etc.

b2 3 o que vai di&er a -esus4. Geixe seu cora'ão falarL, ou

calar, e 8car ol%ando com amor que ! uma boa forma de adora'ão2.

9ão -osemaria aconsel%ava$ *Não abandones a visita ao 9antíssimo. –

Gepois da ora'ão vocal que ten%as por costume, conta a -esus,

realmente presente no 9acr"rio, as preocupa'es do dia. – 3 ter"s

lu&es e Wnimo para a tua vida de cristão+ 'amin(o, n. //

Documents

A Irradiação Da Vida Interior e Devocão Ao Sant