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A LEITURA INFANTIL COMO INSTRUMENTO DE ESTÍMULO AO · compreensão dos textos pela criança, ... literatura infantil e sua importância para o desenvolvimento cognitivo e emocional

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A LEITURA INFANTIL COMO INSTRUMENTO DE ESTÍMULO AO DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM E PENSAMENTO1

Ana Rosa Azzolini2

Zuleika Aparecida Claro Piassa3

RESUMO

A premissa que alicerça este trabalho é o fato de que o trabalho desenvolvido através da literatura infanto juvenil é de extrema importância na vida de qualquer indivíduo. O papel exercido pelos professores como mediador para o desenvolvimento do hábito de leitura é um ponto importante neste processo. Dentre outros fatores, destaca-se no embasamento teórico o conceito de literatura infanto juvenil, a motivação para a leitura que se constitui num fator psicopedagógico e a teoria de Vigotski (1984), que considera a leitura como instrumento psicológico que auxilia o homem em suas atividades psíquicas. Defende-se também que a arte de contar histórias é uma habilidade que precisa ser reforçada no trabalho pedagógico com a literatura, na medida em que o narrador tem que transmitir confiança, ser motivador e acima de tudo possa despertar a admiração. Este trabalho adotou como metodologia uma pesquisa básica exploratória inicial de revisão bibliográfica, seguida de uma entrevista com os dois professores de língua portuguesa do sexto ano de uma escola pública situada no Município de Londrina – Norte do Paraná e da aplicação de um questionário a seus alunos sobre seus hábitos e procedimentos de leitura, finalizando-se com a publicização dos resultados a todos os professores. Conclui-se que os livros de literatura infantil devem ser oferecidos às crianças no sentido de fornecer e possibilitar o gosto pela leitura como forma de prazer e diversão. A pesquisa mostra também que os alunos estão se constituindo em leitores habituais através da literatura infanto juvenil. Palavras-chave: Leitura; Literatura infanto juvenil; Professor mediador; formação do leitor

INTRODUÇÃO

Este artigo foi produzido no contexto de participação no Programa de

Desenvolvimento Educacional – PDE – instituído e administrado pela Secretaria de

Estado de Educação do Paraná. Este programa seleciona professores que já

atingiram o último nível da carreira docente para uma capacitação científica que

associa teoria e prática. O professor é dispensado por um ano para estudos e

parcialmente no segundo ano para programar na escola onde trabalha ações

decorrentes de seus estudos.

O interesse pela temática surgiu em função de estar trabalhando com a

biblioteca infanto juvenil do Colégio Estadual Vicente Rijo e ter a possibilidade de

aperfeiçoamento na questão da leitura, num sentido mais amplo e frutificador.

1 Artigo apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE - da Secretaria de Estado de

Educação do Paraná como requisito parcial à participação no programa. 2 Professora da rede estadual de educação, participante do PDE.

3 Docente do Departamento de Educação da Universidade Estadual de Londrina – orientadora do trabalho.

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Ler é a capacidade de atribuir sentido às coisas, de interagir com o que se lê,

de interpretar os signos que estão à nossa volta, e esse processo é uma atividade

extremamente complexa que envolve fatores biológicos, culturais e ideológicos.

Ciente de que o desenvolvimento cognitivo está intimamente ligado ao

desenvolvimento emocional e este, está intimamente ligado ao desenvolvimento da

linguagem e tentando descobrir quais fatores estariam na origem da dificuldade de

compreensão dos textos pela criança, buscou-se um instrumento que pudesse.

Estimular o desenvolvimento do pensamento, como os jogos utilizados em

psicopedagogia, e que ao mesmo tempo, pudesse trabalhar o emocional, como os

contos de fadas que ganharam um novo relevo com os estudos fornecidos pela

psicologia sobre o enredamento de leitores crianças e até mesmo adultos.

Temos como ponto de partida que o trabalho desenvolvido através da

literatura é de extrema importância na vida escolar de qualquer indivíduo, pois

quando estimulamos a imaginação e a criatividade, estamos colaborando para o

melhor desempenho do aluno em todas as outras matérias do currículo escolar,

ajudando a resolver situações-problema, interpretações orais de textos futuros, e

estimulando o raciocínio inerente a cada indivíduo.

Um cuidado que deve ser tomado é que nos inúmeros discursos sobre a

literatura infantil e sua importância para o desenvolvimento cognitivo e emocional da

criança, muitas vezes é colocado de maneira preconceituosa à ênfase dada pelas

editoras ao formato físico dos livros infantis, sabendo que são inúmeros os

consumidores desse material que se atêm principalmente a esses aspectos no

momento da escolha para aquisição.

Muitos equívocos são cometidos nesse sentido, pois, uma vez conhecida toda

a gama de possibilidades que o texto literário e imagético oferece, devem-se

considerar também as possibilidades oferecidas pelos aspectos físicos dos livros. O

texto de qualidade não corre risco com os valores agregados pela riqueza do

formato de seus portadores. Há que se observar é se em uma rica elaboração de um

portador de texto não se encontra um texto sofrível e insuficiente.

Neste sentido, o presente artigo tem por objetivo evidenciar a importância da

Literatura Infanto Juvenil na formação de leitores, sendo o professor o mediador

desse processo para evitar as questões preconceituosas. Com base neste aspecto

e por valorizarmos a literatura como instrumento de mediação entre o indivíduo e o

meio em que ele se insere é que estaremos analisando o papel exercido pelos

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professores da instituição onde atuo, e o que fazem para desenvolver o hábito de

leitura de forma a fazer dela um importante recurso na formação do indivíduo. A

relação do professor com a leitura é ponto basilar neste aspecto. Para tanto, nosso

trabalho encontra-se assim organizado:

No primeiro momento, será apresentada a fundamentação teórica e os

referenciais teóricos que nortearam a pesquisa; primeiramente, citamos Sandroni

(1998) que auxilia a compreender como formar o hábito de leitura; sabe-se que ler é

um hábito que precisa ser desenvolvido e incentivado diariamente. Outro teórico que

fundamenta esse estudo é Zilberman (1998) sobre a formação do leitor, com sua

teoria sobre como contar história e quais indicadores possibilitam essa escolha. E

nessa escolha estão os contos de fadas, defendidos por Abramovich (1997), que

considera sua importância na formação da personalidade da criança.

Em seguida, no segundo momento, será descrito a metodologia de pesquisa

adotada.

É intenção realizar uma pesquisa básica de caráter quantitativo e qualitativo,

tendo como instrumento questionários com perguntas fechadas e abertas, para

professores e alunos de uma escola municipal da Zona Rural de Londrina.

Enquanto no terceiro momento, serão demonstrados os resultados da

pesquisa de campo através de gráficos e de forma descritiva onde será analisado o

universo que compõe os dados pertinentes aos resultados e em seguida as

considerações finais seguida das referências bibliográficas.

1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1 Conceito de literatura infanto juvenil

O conceito de literatura infantil é bastante discutido entre os estudiosos, para

entender sua função a discussão passa pela conceituação a concepção da infância

e do leitor. Independente dessas discussões acredita-se que sua função é fazer com

que a criança tenha uma visão mais ampla de tudo que a rodeia, tornando-se mais

reflexiva e crítica, frente à realidade social em que vive e atua, desenvolvendo seu

pensamento organizado e crítico (ABRAMOVICH, 1997, p. 7).

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É importante salientar que a leitura de livros, deve ser destacada pelo

professor como atividade importante e indispensável no ensino e na aprendizagem

da língua materna, cujos objetivos é desenvolver o gosto pela leitura, levando o

aluno a fazer dela uma forma habitual de lazer; ampliar o universo em que vive o

aluno; desenvolver habilidades de leitura; e por fim internalizar novos recursos de

expressão lingüística (ABRAMOVICH, 1997, p. 8).

Ao apropriar-mos de uma análise mais aprofundada, pode-se definir que

literatura infantil e todo o acervo literário eleito pelas crianças, são obras que tem a

capacidade de provocar a emoção o prazer o entretenimento e a fantasia e a magia

das crianças. A literatura infantil tem uma das tarefas fundamentais de servir como

agente de formação, seja no espontâneo convívio leitor / livro seja no diálogo leitor /

texto, estimulado pela escola.

De certa forma é do conhecimento público a prática da literatura infantil. Isto

porque a maior parte dos leitores destaca que a importância têm algo a ver com

criança, seja filho, vizinho, sobrinhos, aluno e, que todos já foram crianças.

1.2 O livro e a leitura infantil: Modelo, signo e significado.

È muito interessante observar o poder de atração e sedução que a literatura

infanto juvenil exerce sobre essa faixa etária.

Denomina-se literatura infanto juvenil os contos de fadas, as fábulas, as

lendas e poesias e suas histórias maravilhosas, que trazem em si muitos dos

dilemas existenciais experimentados pelo homem no decorrer de sua vida. Esses

problemas se dão através do embate entre o positivo e o negativo, o bem e o mal, o

feio e o belo; através da vivência da perda e rupturas, como a morte e as

separações; as carências e privações materiais, as injustiças e as relações de poder.

Nos contos o herói sai de uma situação de equilíbrio, enfrenta um dilema

apresentado passando por diversos obstáculos e, ao final vence, voltando ao

equilíbrio, mais forte, maduro e valente (CUNHA, 1993, p. 37).

Nos contos de fadas, onde, ao vencedor é oferecida a mão da princesa.

Nessa modalidade, quando as soluções não podem derivar de negociações e

tomadas de decisões, entram em cena os seres fantásticos e imaginários e resolvem

tudo da maneira mais desejável, ou ainda são aos próprios homens que adquirem

poderes maravilhosos e mágicos e rapidamente vencem todas as dificuldades,

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desafiando as leis naturais, consolando os leitores sequiosos por respostas às suas

próprias elaborações mentais e emocionais (CUNHA, 1993, p.39).

A princesa, por sua vez, também enfrenta os obstáculos que influenciarão em

seu equilíbrio. Ao final estará pronta para merecer o belo príncipe e se casar com

ele, sendo feliz para sempre. Em ambos os casos, o príncipe ou a princesa como

prêmio para o vencedor, simbolizam a vitória, com a superação das adversidades,

atingindo o fim objetivado.

A leitura deste tipo de literatura é, indubitavelmente, muito recomendável para

as crianças. Ao entrar em contato com narrativas delicadas, bem elaboradas e que

certamente despertará o imaginário, a criança projeta um cenário todo próprio,

particular, construído com as ferramentas informações de que dispõe e ao mesmo

tempo construindo outros conhecimentos que já se encontram em sua zona

proximal, auxiliando também o desenvolvimento de habilidades como a imaginação,

a criatividade, a sensibilidade crítica, a tolerância, a prontidão para a socialização, a

apreensão e a compreensão do mundo. Delineiam também seus conceitos éticos e

valores, além de encontrar subsídios para a compreensão dos seus conflitos

internos (VIGOTSKI, 1984, p. 76).

A literatura infantil é importante referencial para as crianças no auxílio ao seu

desenvolvimento cognitivo e emocional. Porém, a literatura infantil não cai no gosto

exclusivamente das crianças, agradando também aos adultos, quer pela sua própria

graça, quer pelas reminiscências da infância (MARTINS, 1982, p. 40).

As marcas deixadas pelas sensações provocadas por um bom texto literário

são indeléveis e ressurgirão sempre, todas as vezes que o texto for lido. Mesmo

quando o sujeito atingir a fase adulta, ao reler o texto, as lembranças deste período

ainda despertarão as boas e profundas emoções da infância.

Atualmente, além dos clássicos, o público, conta também com a moderna

literatura infantil que agrega inúmeros autores e ilustradores em um acervo

fascinante e de igual importância.

Quem trabalha com bibliotecas ou em bibliotecas e tem o privilégio de lidar

com os livros de literatura infantil e infanto juvenil, pode observar a riqueza de cores,

formatos e tamanhos que eles apresentam. É uma festa para os olhos. A formatação

e a diagramação dos livros, seu aspecto físico, a cada dia ganham mais ênfase

pelas editoras, autores e ilustradores.

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Mas é necessário avaliar todos os aspectos de tudo aquilo que envolve a

educação e o aprendizado da criança e que ajudará a compor o universo que integra

o suporte para sua formação como sujeito no e com o mundo.

A leitura que a criança faz dos aspectos físicos do livro não é menos

importante que a leitura do texto verbal, pois ela fará assim, a abstração de suas

propriedades observáveis e signos visuais.

Para Vygotsky, os signos visuais exercem função semelhante aos

instrumentos de trabalho elaborados pelo homem para a realização das suas

atividades, permitindo sua intervenção na natureza de uma maneira intencional, o

que não ocorre com os animais. Elaborado o instrumento, o homem ainda tem a

capacidade de aperfeiçoá-lo, conservá-lo e transmitir os conhecimentos relativos à

sua construção e utilização a outros membros de seu grupo. Os instrumentos

psicológicos auxiliam o homem em suas atividades psíquicas. Com eles o homem

pode controlar suas atividades psicológicas, além de ampliar sua capacidade de

atenção, memória e acúmulo de informações.

Os signos visuais podem ser apresentados nas mais diferentes formas, cores

e estilos, desde que remetam ao objeto ou ao signo verbal representado, como, por

exemplo, uma flor, um carro ou uma nuvem. A partir da observação da possibilidade

de representar um mesmo signo de diversas formas e cores a criança tem a

oportunidade de escolher seus próprios modelos ou ainda fazer uma releitura dos

modelos escolhidos, desenvolvendo sua capacidade psicológica e criando sua arte.

Além disso, ao fazer a leitura imagética do livro, mesmo sozinha à criança

reconhecerá a representação de objetos pertencentes ao seu universo cultural,

desprezando ou ignorando o que não lhe faz sentido, ou seja, a leitura sempre terá

significação para ela.

Alguns artistas plásticos dedicam-se à ilustração de livros, impregnando-os de

sensibilidade e elevando seu valor artístico, o que transforma o simples manuseio do

livro em um deleite para o leitor, mesmo o ainda não alfabetizado.

O livro de literatura infantil agrega, portanto, a riqueza e importância do texto

verbal e do texto imagético, além do próprio formato físico, como tamanho, peso,

recortes diferenciados, cores, textura, que proporcionam a abstração de suas

propriedades observáveis. Nesse sentido, podemos avaliar a grande importância do

apelo visual do livro infantil (NUNES, 1989, p. 43).

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Obviamente o mercado editorial não está alheio a esse novo filão

mercadológico e não deixa por menos, investindo cada vez mais em publicações

infantis, enchendo as prateleiras das livrarias, causando sensação entre os

consumidores e leitores, obrigando bibliotecas que atendem ao público infantil a

constantes aquisições.

Pais e adultos responsáveis pela criação de crianças também são atraídos

pelo apelo visual do livro infantil e é aí que surge a discussão sobre o tema, pois,

muitas vezes, esses adultos não têm o hábito de leitura e nem lêem para suas

crianças, delegando à própria criança essa função. É justamente nessa hora que o

texto verbal é relegado ao segundo plano. Ao escolher um livro para a criança,

geralmente o adulto o manuseia, observa-o atentamente, correm os olhos pelo título

e pelo texto escrito e opta pelo que considera mais agradável aos olhos, e pelo que

julga que agradará mais à criança, segundo o critério do aspecto físico. Dificilmente

atém-se ao texto literário (ZIBERMAN apud BARZOTTO, 1999, p. 61).

Com isso, ao acompanhar de perto as novas publicações voltadas para o

público infantil, é possível observar a queda na sua qualidade literária, o que, além

de lamentável é preocupante.

Quem está atento ao texto literário às vezes se sente traído ou subestimado.

Por trás de uma grande produção no que concerne às ilustrações, cores e formas

são possíveis ser surpreendido por textos não tão elaborados.

Algumas publicações focam as histórias da literatura clássica infantil, mas

muito pouco preocupadas ou comprometidas com a narrativa da história, com os

meandros dos contos, com o encantamento que as palavras tocadas pela arte

podem oferecer. Elas apenas informam a história, de maneira clara, objetiva e

sucinta. Assim, quando é perguntado à criança que teve acesso a uma história da

literatura infantil por meio de uma publicação nestes moldes, se ela conhece a

história, ela diz que sim, que conhece. Porém não demonstra grande entusiasmo,

como se fosse apenas mais uma informação a que ela teve acesso.

Diferentemente agem as crianças que ouvem as mesmas histórias, ou as

leem, a partir dos textos elaborados de forma mais comprometida com a literatura.

Elas são capazes de recontar a história descrevendo detalhes dos lugares onde

ocorreram, descrevendo os cenários, as características físicas dos personagens, os

figurinos, seus sentimentos e emoções e os aspectos da personalidade e do caráter

dos protagonistas e antagonistas. Mais facilmente elas elaboram seus julgamentos

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de valores, clarificando o bom e o mal, o certo e o errado, o positivo e o negativo. A

assimilação da problemática descrita, dos conflitos narrados e a conclusão de que

para tudo existe uma solução, seja ela a mais desejável ou não, ajudarão a criança a

compreender o mundo e a buscar soluções para seus conflitos internos (NUNES,

1989, p. 56).

Alguns textos são escritos em forma de rimas. Não que sejam poesias, pelo

menos não parecem ter a pretensão de ser, tão longe estão dessa forma literárias;

apenas são escritas de maneira que as frases terminem com um verbo no infinitivo.

Estes, por sua vez, são colocados de forma tão forçada, que a frase parece ficar

meio pelo avesso.

Depara-se também com as publicações que são proclamadas como literatura

infantil ou infanto-juvenil, mas que têm o objetivo de trabalhar conteúdos das

disciplinas escolares. Trabalha-se a higiene corporal, comportamentos, ciências, o

reino animal, conceitos matemáticos, dificuldades da língua portuguesa, biografia de

pintores famosos, conflitos familiares e sociais, afetividade e sexualidade, etnia e

diferenças, o folclore e seus personagens, enfim uma gama de temas. Essas

publicações objetivam auxiliar o professor no seu trabalho educativo. A leitura

desses livros geralmente está vinculada ao trabalhado desenvolvido em sala de

aula, visando ilustração e diversificação na abordagem do conteúdo. Como possuem

uma ficha técnica organizada na editora que os classifica como literatura – infantil ou

infanto-juvenil - ocasiona equívocos entre os adultos, educadores ou não, pouco

informados sobre os paradigmas educacionais e entre aqueles que não têm noção

do verdadeiro conceito e dimensão da literatura infantil (AGUIAR, 1979, p. 32).

Não pode ficar aqui subentendido que não existe a possibilidade de se

trabalhar pedagógica ou didaticamente a literatura infantil. O que não é possível é

classificar como literatura infantil os textos didáticos.

1.5 Elementos da pedagogia da leitura

Os elementos conceituais de leitura são muito amplos porque a questão

envolve uma infinidade de possibilidades de respostas.

Como ressalta Paulo Freire, a leitura do mundo precede a leitura da palavra.

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A leitura do mundo procede à leitura da palavra (...) A velha casa, seu quarto, seu corredor, seu sótão, seu terraço – o sítio das avencas de minha mãe – o quintal amplo em que se achava tudo isso foi o meu primeiro mundo. Nele engatinhei, balbuciei, me pus de pé, andei, falei. Na verdade, aquele mundo especial se dava a mim como o mundo de minhas primeiras leituras. Os “textos” as “palavras” as “letras” daquele contexto (...). Encarnavam-se numa série de coisas, de objetos de sinais, cuja compreensão eu ia apreendendo no meu trato com eles nas minhas relações com meus irmãos mais velhos e com meus pais (...) A decifração das palavras fluía naturalmente da “leitura”, do mundo particular (...). Fui alfabetizado no chão do quintal de minha, a sombra das mangueiras, com 0palavras do meu mundo e não do mundo maior dos meus pais. O chão foi o meu quadro-negro; gavetas o meu giz. (FREIRE apud GANGLIARI, 1996, p. 11).

A leitura é uma decifração é uma decodificação. Primeiramente o leitor deverá

decifrar a escrita depois entender a linguagem encontrada, em seguida decodificar

todas as implicações que o texto tem e, finalmente, refletir sobre isso a formar o

próprio conhecimento opinar a respeito do que leu. A leitura é uma atividade

estritamente lingüística e a linguagem se monta com a fusão de significados e

significantes.

Ler é ver o que está escrito, interpretar por meio da leitura, decifrar, compreender o que está escondido por um sinal exterior, descobrir, tomar conhecimento do conteúdo de um texto pela leitura. Toda essa definição, finalmente implica a existência de um leitor, de um código e de um autor (GAGLIARI, 1996, p. 16).

A leitura é uma atividade ligada essencialmente à escrita e, como há vários

tipos de escrita também haverá os correspondentes tipos de leitura. Podemos dizer

que a leitura é a realização do objetivo da escrita; quem escreve, escreve para ser

lido, ler é um processo de descoberta, como a busca do saber científico, porém às

vezes, requer um trabalho paciente e desafiador.

Para Silva (1988, p. 42)

O ato de ler envolve procedimentos necessários à compreensão da leitura, tais como: Conhecimento das palavras; Raciocínio na leitura (inclusive capacidade para inferir significados). Raciocínio na leitura (inclusive capacidade para inferir significados). Capacidade para focalizar a atenção em proposições explicita do autor. Capacidade para identificar a intenção do autor, seus propósitos e seu ponto de vista. Capacidade para selecionar o principal pensamento do texto. Ler pressupõe considerar o que chama mundo do leitor. Então para atender o conceito de leitura, não basta somente procurar no dicionário o significado da palavra, pois ler envolve uma série de práticas e experiências, portanto faz-se necessário considerar diversos aspectos tais como: a idade do leitor, seu grau intelectual, as habilidades e maneiras de ler, os instrumentos, apropriações, o processo de interpretar, enfim ler pode ser considerado tudo que envolve o mundo do leitor.

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Sendo assim, os conceitos de leitura são muitas e variam conforme as

perspectivas teóricas seu campo de ativação. Portanto ler é muito mais do que

decodificar sinais gráficos, e sim uma atividade vital que precisa ser desde cedo,

plena de significação.

1.7 Como formar leitores

Ler é um processo amplo que pode gerar discussões e sugestões

extremamente relevantes, sobre o ensino de redação na escola, é também um

período de compreensão de intelecção de mundo que envolve uma característica

essencial e singular ao homem, a sua capacidade simbólica de interação com o

outro pela mediação das palavras (AGUIAR, p. 18, 1979).

Compreender essa relação homem e mundo se faz presente, quando

retomamos Vygotsky que destaca dois elementos básicos responsáveis por essa

mediação e formação; o instrumento, que tem como função regular as ações sobre

os objetos e os signos e regular as ações sobre o psiquismo das pessoas (AGUIAR,

p. 18-19).

Partindo destes princípios, entende-se que para formar um leitor não é uma

tarefa fácil, pois ler é uma atividade complexa, pessoal e subjetiva, para entendê-la

não basta apenas à observação, depende de um conjunto de atitudes internas,

cognitivas e mentais, nas quais o indivíduo, ao ler apóia-se em dois tipos de

informações os disponíveis em sua mente e os conhecimentos prévios Em resumo,

não há fórmulas prontas para formar leitores, existem diversos fatores que podem

favorecer esta formação.

Podemos, a essa altura, tentar esboçar o perfil de um leitor em formação. Seria

aquele que não é apenas um decifrador de sinais, um decodificador de palavras, ele

busca a melhor compreensão do texto, dialogando com o mesmo. O leitor faz

inferência, recriando, estabelecendo relações e mobiliza seus conhecimentos para

dar coerência às possibilidades significativas do texto.

O leitor é cooperativo, produtivo podendo ser capaz de construir o universo

textual a partir das indicações que lhe são fornecidas. Enfim ser um sujeito do

processo de ler e não objeto. Não esquecendo que nessa formação o leitor tem que

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ser arrojado, ser capaz de ultrapassar limites pontuais de um texto agrega-se no

universo do conhecimento de maneira a levá-lo a melhor compreensão de mundo.

Cabe à escola o desafio da formação desse leitor. Os professores deverão

tentar ser um elemento impulsionador da leitura, criando em sala de aula condições

para que os alunos leiam, e sejam valorizados pelos conhecimentos adquiridos, por

meio dessas leituras.

Se a leitura deve ser um hábito, deve ser também fonte de prazer, e nunca

uma atividade obrigatória ameaçadora, imposta pelo adulto. É preciso gostar de ler.

Formar-se um hábito, a leitura deve começar a ser sugerida ao indivíduo o mais

cedo possível.

Por isso que as crianças deveriam ter a experiência com a leitura antes da

idade escolar, ou seja, a criança poderia descobrir o prazer da leitura muito antes de

aprender ler. De acordo com esse contexto pode-se notar a importância da família

na formação do hábito da leitura, mas a realidade é divergente e as expectativas da

formação do leitor são transferidas para a escola.

Cabe então ao professor incentivar nos alunos o gosto pela leitura, visando

desenvolver o hábito de ler.

“Como não se trata de um ato instintivo, mas, pelo contrario, de um hábito a

ser gradativamente adquirido, é preciso que se dê desde início ao aprendiz da

leitura, o objeto a ser lido (livro, revista, gibis), respeitando o seu nível de

aprendizado “SANDRONI, 1998, p. 10)".

Pode-se dizer que o primeiro passo para formação de leitura na escola

corresponde à seleção dos livros, a qualidade deste torna-se fator decisivo para

obterem-se resultados positivos no trabalho com a literatura infantil.

O professor poderá constituir um repertório de títulos que despertem o

interesse do aluno, desenvolvendo e aguçando o hábito de ler, assim estará

reforçando o prazer, a alegria, a satisfação do pequeno leitor, para que venha

desejar ler cada vez mais.

Portanto, a formação do hábito de leitura, pode estar relacionada com a

seleção dos materiais. E existem alguns critérios que podem ser levados em

consideração para a escolha de um livro (AGUIAR, 1979, p. 25).

Os livros destinados às crianças podem apresentar os mais variados temas e

assuntos, desde que sejam adaptados à compreensão do leitor e significativos ao

seu universo. O texto deveria integrar a criança ao meio, conduzi-la a refletir.

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Portanto, é necessário que a figura principal a qual a criança se identificará, projete

uma imagem empreendedora, que age, instiga os demais personagens à ação,

levando a criança ao amadurecimento, a descoberta de valores e não a simples

aceitação do padrão que é imposto.

Segundo Aguiar (1984) “a literatura infantil deve repetir o modelo do conto de

fadas tradicional”, ou seja, a história deve ter sempre um final feliz, pois de acordo

com essa autora a mensagem da literatura infantil é passar para os leitores que:

A luta contra as dificuldades graves na vida é inevitável, é parte intrínseca da existência humana, mas, que se a pessoa não se intimida se defronta de modo firme com opressões inesperadas e muitas vezes injustas ela dominará todos os obstáculos e, ao fim, emergirá vitoriosa. (AGUIAR, 1979, p. 70)

A escolha do livro para criança muitas vezes se torna uma tarefa difícil. O

projeto gráfico e as ilustrações nos livros são dados relevantes como o texto. A capa

dos livros é para as crianças fator determinante para sua escolha, o tipo da letra

deve ser legível, a espessura dos livros devem ser de preferência com textos que

não sejam por demais extensos.

As ilustrações despertam os interesses dos leitores, sendo aconselhável para

crianças de faixa etária menor, livros que tenham um maior número de gravuras.

Portanto pode-se dizer que se o livro não for atraente e as ilustrações não

despertarem interesse, corre-se o risco da criança não gostar da leitura.

Entretanto, é necessário que o professor tenha claro que o interesse em

relação ao livro é condicionado por uma série de fatores como exemplo o sexo, o

nível sócio econômico, a idade e a escolaridade dos leitores, sendo importante

salientar que o professor deve ter uma visão clara de que os leitores são indivíduos

diferenciados que tem, portanto, interesses de leituras diversas.

Cabe aqui salientar o papel que a literatura infantil representa no processo de

apreensão do mundo e do domínio da linguagem. Para que esse processo aconteça

é preciso ser levado em consideração:

a) promoção da leitura na escola terá êxito se cada professor obtiver

consciência sobre os livros que trazem para sala de aula.

b) que o professor sempre leia os livros antes de apresentá-los aos seus

alunos, pois caso não os leia corre o risco de afastar a criança da leitura.

c) Para leitura deve-se destinar um horário especial.

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Enfim, é necessário que o professor trabalhe a literatura infantil de forma

adequada e consciente, para que os livros infantis possam estar cada vez mais

encantando e estimulando as crianças para o hábito da leitura.

1.9 A arte de contar histórias

Pode-se dizer que a prática de contar histórias não é atual, pois antes mesmo

da invenção da impressa, as histórias eram transmitidas verbalmente, de geração

em geração, sofrendo alterações e adaptações conforme o local e os conceitos

morais da época. Trazidas por europeus e africanos as histórias eram contadas no

Brasil, por velhos negros que impressionavam seus ouvintes, pela facilidade que

tinha de relembrar com nitidez as histórias ouvidas na infância. Não é por acaso que

Monteiro Lobato, o preceptor, da literatura infantil brasileira, em sua obra “Sítio do

Pica-pau-amarelo” privilegia o contar histórias através de sua personagem “Dona

Benta” (SILVA, 2004. P. 37).

Contar histórias é uma arte quando se vai ler uma história, seja qual for não

se pode fazer de qualquer jeito, precisa-se obedecer a certas regras; de postura,

entonação de voz, fazer uma leitura prévia dos livros enfim estar familiarizado com

os livros. Antes de ser lido pela criança, o livro precisa ter sido lido pelo contador de

histórias (SILVA, 2004. P. 37).

O narrador tem que transmitir confiança, motivar a atenção e despertar admiração. Tem que conduzir a situação como se fosse um virtuoso que sabe seu texto, que tem memorizado que pode permitir-se ao luxo de fazer variações sobre o texto (ABRAMOVICH, 1977, p.14).

Contar história é uma arte e requer certa tendência nata, uma predisposição

de quem a conta. O contador precisa considerar alguns aspectos importantes da

narração, como a clareza de linguagem, intensidade na voz conforme a emoção que

se quer passar. Entretanto nada disso funcionará se não houver conhecimento do

contador de história na arte de despertar na criança o gosto pela leitura, estimulando

a fantasia infantil de um mundo novo, em troca de uma realidade simbólica.

Aproveitando para desenvolver o senso crítico infantil, não esquecendo de

proporcionar ambiente agradável para que haja uma interação social da criança.

Como é importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas, muitas histórias. Escutá-las é o início da aprendizagem para ser um leitor, e

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ser leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descobertas e de compreensão do mundo (ABRAMOVICH, 1997, p. 16).

Uma história é um alimento da imaginação da criança e precisa ser dosado

conforme sua estrutura cerebral, a história é assimilada de acordo com o

desenvolvimento da criança.

Para que ocorra um melhor aproveitamento do texto é necessário seguir

alguns detalhes fundamentais para quem quer contar uma história. Primeiramente

respeitar a faixa etária e interesses das crianças.

Antes de contar uma história, precisamos saber se trata de assunto

interessante bem trabalhado. E se é original demonstra riqueza de imaginação e se

consegue agradar a criança. A linguagem deve ser correta, de bom gosto, simples,

sem ser vulgar nem rebuscada. Os recursos onomatopaicos e as repetições

contribuem para tornar a história mais interessante e dão mais força as expressões.

Contar histórias é uma arte, por conseguinte requer certa tendência inata, uma predisposição, latente, aliás, em todo educador, em toda pessoa que se propõe a lidar com criança [...]. O contador precisa estar consciente de que a história é que é importante. Ele é apenas o transmissor, conta o que aconteceu (BETTELHEIM, 1990, p. 50).

Contar história parece trilhar por caminhos mágicos e encantadores da apropriação da leitura.

1.10 A Importância da literatura infanto juvenil na sala de aula

Os primeiros livros infantis foram escritos por pedagogos e professores no

final do século XVII, com o objetivo de estabelecer padrões comportamentais

exigidos pela sociedade burguesa que se estabelecia. Antes disto, não se escrevia

para elas, porque não existia “infância”.

Conforme Ezequiel T. Silva em Leitura e realidade brasileira (1983, p. 46-49):

No Brasil, a literatura infantil surgiu no final do século XIX, a literatura oral prevaleceu até esse período com o misticismo e o folclore da cultura indígena, africana e européia. Os primeiros brasileiros a se preocuparem com a literatura infantil no país foram, Carlos Janses e Alberto Figueredo Pimentel, traduzindo as mais significativas páginas dos hoje considerados “clássicos Infantis” para a garotada. Com Thales de Andrade em 1917, é que a literatura infantil nacional teve início. E foi em 1921 que nosso grande Monteiro Lobato, estreou com “Narizinho arrebitado”, apresentado ao mundo a Emília, a mais moderna e encantadora fada humanizada. No entanto, só após a década de 70 houve um grande desenvolvimento da literatura para

15

criança com a entrada de grandes editoras no mercado (SILVA, 1983, p. 46-49).

Há uma enorme discussão entre os teóricos para entender a literatura Infantil.

A discussão passa pela conceituação, a concepção da infância e do leitor, a ligação

sobre a literatura Infantil e a escola, portanto, é sobre a literatura infantil e a escola

que iremos tecer considerações nesse estudo.

A relação entre literatura e a escola é forte desde o início até hoje, diversos

estudiosos defendem o uso do livro em sala de aula, mas atualmente o objetivo não

é transmitir os valores da sociedade e sim propiciar uma nova visão da realidade.

A escola é hoje o espaço privilegiado, em que deverá ser base para formação do indivíduo. E, nesse espaço privilegiamos os estudos literários, pois de maneira mais abrangente do que quaisquer outros, eles estimulam o exercício da mente; a leitura de mundo em seus níveis e, principalmente dinamizam o estudo e o conhecimento da língua da expressão verbal significativa e consciente. A literatura infantil torna-se deste modo imprescindível. Os professores dos primeiros anos da escola fundamental devem trabalhar diariamente com a literatura, porque esta se constitui em material indispensável à criatividade infantil, despertando veia artística da criança. Os livros de literatura devem ser oferecidos às crianças no sentido de favorecer a proliferação do gosto pela literatura enquanto forma de lazer e diversão (ZILBERMAN, 1998, p. 20).

Sendo assim, o professor deve selecionar atentamente os tipos de histórias

que pretende apresentar aos seus alunos, e estar atento também a um outro fator,

qual o tipo de leitor que queremos formar? O professor deve sensibilizar o aluno de

forma a fazê-lo acreditar que o livro é o caminho para encontrar prazer, descobertas,

lições de vida e que pode utilizá-lo para desenvolver a capacidade de pensar e

crescer.

Para Silva (1998) “O professor e alunos precisam ler, porque a leitura é um

componente da educação e a educação, sendo um processo, aponta para a

necessidade de buscar constante de conhecimento.”.

Desta forma, acredita-se que as considerações aqui mencionadas permitiram

a frutificação do quanto à literatura infantil, se faz importante na escola, pois pode

contribuir de forma valiosa, para a construção do conhecimento, desenvolvimento da

linguagem e do pensamento e porque não dizer da aprendizagem das crianças.

1.12 Mediação e leitura literária

16

A palavra mediadora deriva do latim “mediatore”, e significa aquele que

medeia ou interveem. Em se tratando de leitura, podemos considerar que o

mediador do ato de ler é o indivíduo que aproxima o leitor do texto. Em outras

palavras, o mediador é o facilitador desta relação.

Caracterizando a experiência fundamental da realidade, a leitura pode ser qualificada como mediadora entre cada ser humano e seu presente. Porém, se este se converte numa obra, e como tal transmitindo um saber, mas exigindo simultaneamente a participação ativa do destinatário, percebe-se que, no decorrer dessa mediação, os dois seres acham-se comprometidos e entrelaçados. De um lado, o leitor que decifra um objeto, mas não pode impedir que parta de si mesmo comece a se integrar ao texto, o que relativa para sempre os resultados de sua interpretação, abrindo, por conseguinte, espaço para novas e infindáveis perspectivas. De outro a criação literária que, imobiliza pela escrita e aspirante à eternidade, não consegue escapar à violação procedida pelo olhar de cada indivíduo, que é tanto mais indiscreto, quanto mais penetrante e inquiridor. Com isso, torna-se relativa e igualmente sua significação, tornando-a comum e, portanto, democratizando-a (ZILBERMAN, 1999, p. 41).

Dentro de uma perspectiva histórico-social, o desenvolvimento humano se

dá por meio de sua interação com o produto cultural de sua sociedade. Esta

interação é facilitada devido a dois elementos: os instrumentos e os signos – os

instrumentos são provocadores de mudanças externas ao homem, elementos de

intervenção humana na natureza, já os signos provocam mudanças internas, agem

nas estruturas de funcionamento do psiquismo humano, é ele que possibilita o

controle da atividade psicológica. Estes elementos são segundo Vygotsky, (1988, p.

68) “os responsáveis pela maneira como o homem se relaciona com os outros

homens e com o meio”. Em nossos estudos vamos nos deter na análise dos signos,

pois este pode nos fornecer elementos de compreensão do processo de formação

de leitores (REGO, 1988, p. 36).

Durante a evolução humana, o conjunto dos signos criados pelo homem

para facilitar e promover sua comunicação transformou-se numa estrutura complexa

chamada linguagem.

A linguagem existe porque se uniu um pensamento a uma forma de expressão, um significado a um significante. A linguagem permite ao homem eternizar sua cultura, seu modo de vida e principalmente sua maneira de pensar o mundo em que vive. (CAGLIARI, 1996, p. 30)

17

Quando o homem consegue por meio dos signos registrarem seus

pensamentos e suas ações, ele também dá um grande passo no processo de

produção do conhecimento. É pelo acesso a um conhecimento já sistematizado que

se pode avançar e produzir um novo saber.

Portanto é o acesso a diferentes formas de pensar e agir que possibilita a

transformação do nosso meio. Esse se dá por meio da leitura, é lendo diferentes

pensamentos e realidades que podemos confrontar nossas questões e buscar

soluções para nossos conflitos. Confrontar questões entende demonstrar que o

simples acesso ao conhecimento já elaborado não gera novos saberes. É neste

ponto que instala a questão fundamental da leitura.

O ato de ler é um processo abrangente e complexo; é um processo de compreensão, de intelecção de mundo que envolve uma característica essencial e singular ao homem, a sua capacidade simbólica e de interação com o outro pela mediação da palavra. (CHIAPPINI, 1977, p. 16)

Essa idéia nos leva a inferir que a leitura é uma atividade social, que só se

completa quando o sujeito que lê consegue além de decodificar o escrito, interpretar

seu significado em função do pensamento do autor e também em função do

conhecimento já solidificado em sua estrutura cognitiva. Portanto, a leitura depende

de um elemento de mediação entre o pensamento da humanidade e o pensamento

do sujeito que lê. Mas, se tratando de sujeitos em fase de desenvolvimento

psicológico, como é o caso das crianças de 7 a 10 anos, o acesso isolado a este

elemento mediador não promove mudanças significativas, pois suas experiências de

aprendizagem ainda não foram suficientes para que nele se estabelecesse um

pensamento formal, o conhecimento está em processo de acomodação.

O acesso ao conhecimento e, pelo que foi colocado, engendrado e possibilitado pelo conhecimento, onde o novo é transformado em velho, como resultado da acomodação. Não há, portanto, saltos buscas no desenvolvimento: elementos novos, radicalmente diferentes, não podem ser assimilados porque a estrutura de uma determinada etapa do desenvolvimento teria que sofrer alterações drásticas (AZENHA, 2003, p. 31).

Podemos afirmar que para a criança realizar a leitura é necessário que haja

uma segunda instância de mediação. Entre ele e os instrumentos e signos é

necessário à presença de um sujeito mediador. O sujeito mediador da leitura é todo

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indivíduo capaz de auxiliar a criança a interagir com o mundo dos significados

contidos na escrita.

O professor é um sujeito mediador que leva grandes vantagens em relação

aos demais agentes que possam mediar à leitura, pois ele conhece as etapas do

desenvolvimento cognitivo da criança, tendo assim maiores chances de oferecer

textos apropriados a cada fase. Como sabemos em educação não existem

mudanças radicais, um conhecimento depende de outro, uma experiência de

aprendizagem conflitante é muito importante para a evolução da criança, mas este

conflito deve se dar num nível que a criança possa acomodá-lo Quando isso não

acontece a criança pode se sentir incapaz de avançar, e muitas vezes em função de

tentativas frustradas de leitura a criança se distancia do texto (REGO, 1988, p. 38).

Neste sentido cabe valorizar a literatura na formação de leitores, suas

diferentes categorias possibilitam o acesso gradativo da criança ao mundo do

conhecimento, uma história traz elementos novos para o leitor, mas ao mesmo

tempo não esgota sua necessidade de completude.

2 PROCEDIMENTOS DE ESTUDO

O presente estudo está pautado em uma pesquisa básica de caráter

quantitativo seguindo-se da análise qualitativa, realizada com o objetivo de

compreender como a criança se constitui leitora, tendo o professor como mediador

desse processo.

Para a efetivação deste estudo a investigação foi feita no contexto do

Colégio Estadual Vicente Rijo (região central de Londrina). A escola possui 75

alunos no 6º ano.

Os dados foram obtidos por meio de um questionário destinado aos

professores, contendo 10 questões fechadas, e outro questionário para alunos

contendo questões fechadas e abertas que foram preenchidos e devolvidos, onde

posteriormente foram submetidos à análise estatística e formal.

Os resultados foram apresentados em forma de argumentos descritivo.

2.1 Análise qualitativa dos quesitos dirigidos aos professores

19

Esta investigação foi realizada em uma escola do Ensino Fundamental,

Médio e Profissionalizante, localizada em área central de Londrina, conforme foi

aclarado anteriormente e com professores e alunos do 6º ano. Esse estudo surgiu

do interesse em descobrir como os professores dessa instituição, conseguiram

estimular seus alunos a gostarem de ler. Constatou-se também que estes alunos

frequentam a biblioteca quase que diariamente para empréstimos de livros,

preocupados se haviam chegado livros infanto juvenil novos.

O questionário apresentado aos professores, iniciou-se com o

questionamento sobre a idade dos profissionais. A professora A tem 32 anos,

enquanto que a professora B apresenta 40 anos.

Ao indagar sobre o tempo que esse professor atua, os dois professores

possuem mais de dez anos de experiência no Ensino Fundamental.

Quando foi feita a pergunta: Como a leitura através de aspectos literários é

abordada no cotidiano da sala de aula? Os professores A e B responderam que

utilizam textos, livros didáticos, livros infantis, sendo que a professora B também se

utiliza de filmes. O que podemos ressaltar nessa resposta é uma aproximação com

as idéias de Sandroni (1998) que ler não se trata de um ato instintivo, mas pelo

contrário de um hábito a ser gradativamente adquirido, é preciso que se dê desde o

início ao aprendiz da leitura o objeto a ser lido (textos, livros e filmes) respeitando o

seu nível de aprendizagem, para não perdermos o gancho, perguntamos qual a

finalidade dessa abordagem, todas responderam que a finalidade é despertar na

criança o gosto pela leitura e como forma de aprendizagem, sempre de forma

prazerosa, na fala de Ziberman, (1998), no tópico a importância da literatura infantil

que ressalta que a escola é hoje o espaço privilegiado, para a formação do indivíduo

e nesse espaço que privilegiamos os estudos literários e eles estimulam os

exercícios da mente, a leitura de mundo em seus níveis e, principalmente dinamizam

o estudo e o conhecimento da língua, da expressão verbal.

Ao questionar como são avaliados os resultados dessas leituras, a

professora A respondeu que avalia essas leituras como forma de prazer e por meio

de jogos literários, a professora B avalia como exercício de leitura, numa perspectiva

de prazer, e quanto aos textos didáticos avalia como interpretação de textos, essas

respostas vão complementar as falas de Ziberman (IDEM) na resposta anterior.

Em relação aos materiais didáticos e pedagógicos utilizados pelos

professores para fazer a aplicação da leitura em suas salas de aula. Segundo

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Sandroni (1998) destaca que a literatura da uma visão de conjunto quando utilizados

diversos recursos na formação do hábito de leitura, e esses recursos podem ser

livros infanto juvenis, jornais e outros.

A pergunta você acha que os contos de fadas interferem na formação da

personalidade das crianças, as duas professoras responderam que sim, reforçando

as palavras de Abramovich (1997) que diz que as crianças através do conto de fadas

aprendem a estender melhor os significados da vida, os contos falam-nos das

realidades interiores, da construção de nossas estruturas de como essas estruturas

psicológicas humanas e pessoais, tão temidas e super importantes são formadas.

Na questão intitulada com que frequência você utiliza os livros infanto juvenil

nas aulas, percebe-se que cada professora difere na utilização, assim sendo: A

professora A usa os livros infantis todos os dias, enquanto que a professora B utiliza

os livros uma vez por semana, esses dados chamaram-me a atenção, porque cada

professora, utilizando técnicas diferentes, conseguiu despertar nos seus alunos o

gosto pela leitura e assim formar neles o hábito de leitura.

Para finalizar a pesquisa, foi realizado o seguinte questionamento: Que

conceito você daria aos livros infanto juvenis? A professora A considera os livros

ótimos, enquanto a professora B considera bom. Nesta questão, parece haver certa

coerência com a questão anterior, na qual a professora A utilizava os livros todos os

dias, e a professora B uma vez por semana.

O importante nesse estudo foi que a pesquisa demonstrou que os

professores estão comprometidos embora somente dois professores devolveram os

questionários preenchidos: A e B. Entretanto o universo de professores das turmas

da 6ª ano estão satisfeito com a formação de leitores em suas salas de aulas cada

qual utilizando técnicas diferenciadas mais com o mesmo objetivo, propiciar

momentos de aprendizagem através da leitura, de forma contínua e tendo como

principal objetivo desenvolver a leitura de forma prazerosa e divertida.

Em relação à pesquisa feita com os alunos, pode-se compreender como os

alunos estão se constituído leitores, através da mediação do professor, utilizando a

leitura literária, principalmente a literatura Infantil, foram realizados um questionário,

e cujos dados obtidos foram analisados de forma descritiva e através de gráficos,

como se pode constatar a seguir.

2.2 Pesquisas direcionadas aos alunos

21

A análise da pesquisa mostra que a faixa etária dos alunos, configura-se na

sua maioria entre 5 a 10 anos num percentual de 75,77%. E em segundo lugar os

alunos de 10 a 15 anos de idade com 24,23%. Conforme citado no tópico a arte de

contar história, a autora Betty Coelho (2005) ressalta que é necessário se respeitar à

faixa etária e interesses dos alunos, pois esses são indicadores que irão orientar na

seleção da história.

A pesquisa mostra que os alunos que estudam no 6º anos, resultam um

percentual de 100%, dos alunos pertencente ao eixo central da pesquisa.

Neste questionamento, indagou-se aos alunos o significado de leitura como

obrigação ao prazer. Ficou evidenciado que a leitura não é uma obrigação, e sim um

prazer com um percentual de 100%. Confirmando as palavras de Sandroni (1998) no

tópico como desenvolver o hábito de leitura, em que cita se a leitura deve ser um

hábito, deve ser também fonte de prazer e nunca uma atividade obrigatória.

Se ler é um prazer, cabe questionar o que estimula esse aluno a

desenvolver o hábito de leitura, pois os resultados obtidos a essa pergunta foram

que 43,77% do professores estimulam seus alunos ao hábito da leitura, a família

31,25% e a escola 25%.

Pode-se perceber que os professores foram os grandes incentivadores

desses alunos, e neste contexto a família assumiu depois da escola o papel

relevante como mediadora no processo de constituição do sujeito leitor. O professor

desenvolveu o processo iniciado pela família e escola. Confirmando a fala de

Sandroni (1998), no tópico como desenvolver o hábito de leitura, quando salienta

que no contexto pode se notar a importância da família na formação do hábito da

leitura, mas a realidade é divergente e as expectativas da formação do leitor são

transferidas para a escola sobre a responsabilidade dos professores.

Segundo a pesquisa os contos de fadas é a leitura preferida dos alunos,

com uma porcentagem de 42% ficando empatados com 21,43% os clássicos infantis

e as lendas, as fábulas em 4º lugar com 14,29%. Estabelecendo uma relação

positiva com os resultados e a fala do autor Bettelheim (1990) que sustenta a tese

do valor inigualável na formação de leitura de mundo as quais ajudaram nos

caminhos a serem trilhados na vida, ajudando a esclarecer sobre si mesma,

favorecendo o desenvolvimento de sua personalidade.

22

Quando perguntado se as crianças gostavam de ir à biblioteca, todos

responderam que sim, resultando um percentual de 100%, essa totalidade só iria

reforçar Sandroni (1990) que diz que a biblioteca é o fator que da oportunidade a

criança de ser apresentado a uma gama de opções de leitura, facilitando a livre

escolha da criança e promovendo o contato agradável com os livros.

O percentual de aluno que optaram por personagens de vilão, causou

surpresa, mas depois lembrando as palavras de Bettelheim (1999), no tópico à

importância dos contos de fadas na construção do imaginário infantil, em que a

criança ao ler uma história pode personificar seus desejos destrutivos numa figura

obter satisfação desejada e outra e que a criança pode ter uma visão negativa da

realidade e confrontar com as maldades que a envolve.

Contrapondo o percentual anterior as crianças que escolheram os

personagens de heróis 71,43% nos mostra que a história com personagens bons, é

um estímulo encorajador na luta da vida, em que se valorizam os, princípios éticos,

onde o mal é castigado e o bem valorizado, onde no final ocorre a plena vitória do

bom e do bem. Não esquecendo as palavras de Coelho (2005) que a história é um

alimento da imaginação da criança e precisa ser dosado, conforme sua estrutura

cerebral, sendo assimilado com o desenvolvimento da criança.

Ao fazer esse questionamento, o que lhe atrai em um livro, reflete sobre

uma frase lida da autora Tereza Casaranta “Os livros infantis são escritos para

crianças, lidos pelas crianças, mas comprado e feitos pelos adultos”, então foi

questionado o que é que faz um bom livro para a criança, para o adulto é difícil

responder, mais a criança sempre sabe qual o livro lhe agrada.

E isso foi demonstrado pelas respostas nesse estudo, quando o 37,25%

responderam que o enredo é mais importante, ficando em segundo lugar as

personagens e as ilustrações com 18,75% em terceiro o tema com 12,75% é a

espessura e estilo com 6,25%. Em destaque no tópico “Como desenvolver o hábito

de leitura” em que Aguiar (1979) escreve que o enredo, a ilustração e os

personagens são fatores determinantes na escolha dos livros pelas crianças.

Evidenciando assim que as crianças têm critérios para perceberem se os livros

possuem uma boa história ou não com enredo dinâmico, personagens reais e

autênticos com ilustrações coloridas e coerentes com as histórias, despertando o

interesse do leitor.

23

A resposta foi que 100% dos alunos, são incentivados à leitura pelos pais,

mostrando que eles estão exercendo o papel de mediador, promovendo a leitura de

seus filhos. Ressaltando as palavras de Sandroni (1998) “que os pais deveriam ser

os grandes incentivadores de leitura de seus filhos”.

Na última questão indagou-se aos alunos qual foi o livro inesquecível para

eles. Foram citados diversos títulos, mais os estilos que predominaram foi Branca

de Neve, João e o pé de feijão e Gata Borralheira. Um aluno respondeu que gostava

de livros de aventuras, citando os livros de Monteiro Lobato. O importante é que

ficou esclarecido que ouvir história e ler é viver um momento de gostosura, de prazer

e de divertimento.

Segundo Abramovich (1997) “ler significa abrir todas as comportas para

entender o mundo através dos autores e das vivências das personagens”. Enfim, ler

é viajar no universo da imaginação.

Por fim os resultados foram apresentados aos professores em três reuniões

nas quais foram levantadas estratégias dinâmicas de leitura a serem trabalhadas em

sala de aula de forma a atrair o aluno ainda mais pra a leitura. Estas estratégias

serão aplicadas no próximo ano.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através da revisão bibliográfica e dos resultados obtidos, pode-se perceber,

que a literatura infanto juvenil, quando utilizada de forma correta e estando o

professor como mediador do processo, a leitura torna-se uma atividade prazerosa,

que desperta na nossa gente jovem aportes de frutificação e de apropriação, nas

diversas áreas do conhecimento.

Pode-se dizer que, ao ler, um universo novo se abre para nós: passamos a

viajar por mundos diferentes, conhecer pessoas (personagens) interessantes,

vivemos aventuras através do tempo e do espaço. A leitura mobiliza emoções e

sentimentos que talvez não experimentássemos de outra forma.

A garantia da manutenção e formação do hábito parece ser a sua

constituição num contexto de prazer já que, para refletir o mundo, quer sobre a

perspectiva da realidade, quer sob a perspectiva da fantasia, o hábito mecânico por

si só não é o bastante. É necessário desenvolver e estimular o gosto pela leitura, a

24

fim de que possamos formar um leitor, a vida toda. Promotores de linguagem que

somos, temos que vivenciar a dimensão mágica da leitura.

Assim o professor é encarregado de aproximar o educando da leitura;

porém é fundamental que ele faça está mediação, mostrando os livros e textos como

algo prazeroso e não como instrumento de avaliação e tarefa. Além disto, se o

professor não for crítico, sensível, consciente e um bom leitor, jamais poderá passar

o prazer do texto literário ou não literário.

A cada dia, a evolução da ciência nos impõe uma tarefa fundamental,

resgatar a dimensão humana, na busca da formação de valores, que possibilitam a

visão do homem como um todo. A leitura se insere nesse contexto como estrutura

modelar básica, criando espaços para o desenvolvimento da ética, tão necessária

para a completude de nossa existência.

No entanto é importante que a leitura de livros não seja feita como

preparação para uma prova ou para preencher uma ficha apresentada pelo

professor: se o principal objetivo é que o aluno adquira gosto pela leitura, como

atingi-lo, acenando com o desgosto de uma prova ou de um fichamento

desinteressante? A avaliação da leitura não deve ser uma “cobrança”, mas uma

atividade que complete ou enriqueça a leitura.

Tendo o professor como mediador desse processo à análise feita neste

estudo, nos mostra esse resultado, mas cabe aqui ressaltar que os familiares devem

continuar a ser os primeiros mediadores de leitura, pois são os primeiros elos da

criança com o mundo; entretanto isso muitas vezes não ocorre, pois os pais deixam

essa responsabilidade para a escola e professores.

Assim colocado, fica evidenciado o alcance da obra de arte literária como

um todo e daí a necessidade de uma atenção especial na avaliação e escolha dos

livros que são ofertados às crianças, uma vez que, ao fazer a leitura de um bom

livro, o público infanto juvenil, não está desenvolvendo uma tarefa simples e

superficial. Durante o breve momento da leitura ela se ausenta do mundo a que

pertence e se apropria do mundo e da realidade que lhe é apresentada no texto

literário e no texto imagético e estes ainda são auxiliados pelas oportunidades de

fantasia que a formatação física do livro oferece. Ao regressar dessa viagem ela já

não é a mesma, pois suas elaborações mentais foram influenciadas pelo próprio

contato com o livro e pelas experiências vividas pelos personagens da história. E,

espera-se, da mais bela história.

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Enfim, o trabalho possibilitou a aprender essa lição: A maneira mais eficaz

de trabalhar leitura na escola é mostrar que ler não é apenas uma atividade

mecânica e descontextualizada, mas sim uma atividade vital, prazerosa, que precisa

desde cedo, ser plena de significados.

A partir deste estudo, obteve-se uma valiosa contribuição para o avanço do

conhecimento e frutificação, enquanto profissional da educação. Pode-se perceber

que a literatura infantil como parte do processo de aprendizagem, usando de

variados métodos de incentivo, transforma-se em uma atividade prazerosa e

contribui para o avanço da linguagem e do pensamento do aluno.

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