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MILEIDI CRISTIANE PAVARINI
A M O R S U B L I M E
BIBLIOTECA APEG
GARÇA - 2014
MILEIDI CRISTIANE PAVARINI
A M O R S U B L I M E
REVISÃO:
Letterio Santoro - Garça - 2014
“Amor sublime” (ou por uma Civilização do Amor)
“Omnia vincit amor” – “O amor vence tudo” (Públio Virgílio
Marão)
Na terça-feira de Carnaval, dia 04 de março de 2014, terminei de
ler o romance “Amor Sublime”, da escritora garcense e membro da
APEG (Associação de Poetas e Escritores de Garça) – Mileidi
Cristiane Pavarini. Mileidi se considera uma “escrevivente”, tanto
ama escrever, tanto se apaixona pela palavra, através da qual, pela
escrita e em silêncio, ela deixa transbordar, com uma capacidade
única, os seus mais profundos sentimentos. Ela vive, portanto, pela
palavra – “escrevivente” – segundo o neologismo bastante
significativo para se definir nesta altura da vida, aos trinta e quatro
anos. Já conhecia a poetisa Mileidi Pavarini por seus versos, ou
recitados em reuniões da APEG, ou publicados no livro Poetas
Reunidos (3º volume), ou ainda colocados à disposição do mundo
pelo seu blog na internet. Mileidi se diz tímida; mais, porém,
significando por tímida a paixão pela contemplação do que pela
ação. Mileidi é intimista, não no sentido exclusivamente lírico,
senão intimista com preocupação social. E a gente nota isto no seu
primeiro romance “Amor Sublime”, passo ousado de Mileidi no
campo das letras garcenses, pois não são muitos, em Garça, os
escritores que se aventuram no gênero do romance. Pelo menos é o
que consta dos livros da estante Canto da Terra, na Biblioteca
Municipal, segundo levantamento do sociólogo, poeta e escritor
Luiz Maurício Teck de Barros no seu livro Panorama da Literatura
Garcense, onde, aliás, consta já o nome de Mileidi Pavarini como
poetisa, no citado 3º volume da série Poetas Reunidos, editados pela
Biblioteca APEG em 2007, com uma minibiografia e cinco poemas
de formas modernas, nada tradicionais. Mas Mileidi, tímida
embora, ousou pensar, escrever e logo mais publicar, como
primeiro livro solo em prosa, nada menos, nada mais que um
romance. A exemplo de grandes escritoras nacionais, como Clarice
Lispector, cujo primeiro livro publicado foi um romance. A
comparação com Clarice foi proposital em relação ao primeiro livro
em prosa publicado por ambas ser um romance. Primeiro, porque
na verdade ambas são “escreviventes”, isto é, vivem da palavra
como o ar que se respira. Sem a palavra, através da qual soltam seu
grito de protesto, de revolta contra tudo que é contra o ser humano,
elas não existiriam. Em segundo lugar, Mileidi, como Clarice,
dispõe de uma técnica própria para desenvolver os pensamentos,
sentimentos e observações de seus personagens – o diálogo,
utilizado nos 32 capítulos do romance. Ambas as escritoras têm
ainda algo em comum: o modo de escrever coloquial, que arrasta
aos leitores com sua simplicidade, com suas surpresas, com
histórias dentro da história, com sua universalidade, prendendo-
nos a atenção com incursões interiores. Mileidi Pavarini no seu
“Amor Sublime” apresenta-nos personagens dos tempos atuais
(agitados e contraditórios como Fabrice, tranquilos como Justine
Fontaine, amigos como Louis) e personagens surpreendentes da
Idade Média dos tempos de guerras religiosas, onde não se podia
pensar diferente (como Edouard, Safia Jafet, Alphonse, o velho
Quasin e Munir).
Muitíssimo interessante no romance de Mileidi é a figura
misteriosa do Diário, um caderno cujos textos escritos na
adolescência costuram os capítulos do começo ao fim. É ele que une
o passado e o presente, e seduz o leitor a continuar na leitura. O
mais importante no livro, porém, é, a meu ver, a mensagem que a
escritora Mileidi Pavarini nos transmite através de tantos
personagens de tão diferentes épocas (nas Idades Média e
Contemporânea): a mensagem do Amor (“Amor Sublime”), que em
todas as épocas resolve os problemas humanos, supera todas as
dificuldades, vence toda ordem de violências contra o ser humano.
O personagem Fabrice (é bom alertar que a ação se passa em
cidades da França), homem de nosso tempo, contraditório,
materialista, graças a exemplos positivos do presente e do passado,
no fim das contas, através do sofrimento, descobre o verdadeiro
Amor, o “Amor Sublime”, e muda completamente o rumo de sua
vida, tornando-se enfim feliz. O romance é de uma garcense,
nascida em Curitiba, no Paraná, mas não situa a história do
romance nem em Garça, nem em Curitiba, por tratar-se de um
romance universal, isto é, pode acontecer a sua ação em qualquer
lugar do mundo. Justamente por isso pode e deve ser lido por
qualquer cidadão do mundo. Deve ser lido principalmente por
todos aqueles que, mais do que uma religião qualquer, procuram a
religião do amor, demonstrando sua prática com atitudes simples
como a busca da verdade, o desejo do bem e a prática da justiça,
que são, hoje como ontem, as bases de uma Civilização do Amor.
Não há amor sem verdade. Não há amor sem o bem. Não há amor
sem justiça. Exercendo tais atitudes, seremos solidários, seremos
fraternos, seremos tolerantes uns para com os outros, perdoando-
nos mutuamente. Desde a Antiguidade a Civilização do Amor foi
sonhada por poetas e por profetas, e proposta por Jesus Cristo ao
lavar os pés dos seus discípulos, entre os quais sabia que alguns
iriam negá-lo e traí-lo. Ainda hoje, em todas as religiões e mesmo
entre os ateus, temos pessoas que procuram viver a mensagem de
Amor desenvolvida pela escritora Mileidi Pavarini em seu romance
“Amor Sublime”. Temos um exemplo vivo na pessoa do Papa
Francisco, cujas atitudes estão espantando o mundo inteiro, mais
que suas palavras. Mais do que falar em amor, ele dá
demonstrações de amor. Com seu romance Mileidi contribui para
espalhar com palavras as sementes da Civilização do Amor. O povo
de Garça agradece a Mileidi Pavarini essa colaboração, e, ao
desejar-lhe sucesso em sua caminhada literária, aguarda ainda de
sua fantasia novas obras para educar as atuais e novas gerações de
nosso município. Afinal todo escritor é um educador.
LETTERIO SANTORO
Letterio Santoro: Membro da APEG (Associação de Poetas e
Escritores de Garça); autor da série POEMAS PARA MEU POVO, à
disposição nas Bibliotecas Municipal e do Centro de Referência da
Educação.
EPÍGRAFE
“No amor fomos gerados. No
amor nascemos.”
Rumi
Para minha amada filha Laura,
raio de sol que ilumina a minha
existência!
Porque agora vemos como por espelho, em enigma,
mas então veremos face a face; agora conheço em
parte, mas então conhecerei plenamente, como
também sou plenamente conhecido.
Agora, pois, permanece a fé, a esperança, o amor,
estes três; mas o maior destes é o Amor.
(1 Coríntios 13)