4
,-----------------------------------------------Março/94 Os associados-eleitores compareceram em massa às urnas nas eleições para a diretoria do Sindicato. A CHAPA 1 obteve 98 % dos votos válidos e garantiu seu mandato para os próximos quatro anos. Uma vitória não só dos candidatos, mas de toda a categoria, que continuará contando com um trabalho sério e dedicado na luta e defesa dos interesses de padeiros, confeiteiros e balconistas de São Paulo. Mais informações nas págs. 2 e 3. ~ VITORIA DE QUE F Assembléia decide: não ao arrocho URV MUDA CÁLCULO DOS SALÁRIOS A nova medida do governo para conter a inflação terá um lado positivo e outro negativo. O negativo se deve ao fato de que não serão repassadas aos salários de março as perdas do período. Isso causará um novo achatamento aos nossos salários. Em assembléia realizada no Sindicato, a categoria decidiu correr atrás do prejuízo. Vamos abrir negociações coletivas com os patrões para repor essas perdas. Participe das próximas assembléias que estão sendo convocadas e, se preciso for, optaremos pela greve. Não vamos permitir que o trabalhador pague o pato mais uma vez. Mais detalhes na pág. 4. ABA LHA Chiquinho vota no Sindicato: vitória e reconhecimento da categoria Chiquinho assum presidência do Sistema Nacional de Emprego em São Paulo pág.4 Greves na Vendôme e Pe. Cícero garantem direitos e conquistas pág.3 c ~~ )

A Massa - mar 1994

Embed Size (px)

DESCRIPTION

 

Citation preview

Page 1: A Massa - mar 1994

,-----------------------------------------------Março/94

Os associados-eleitores compareceram em massa às urnas nas eleições para a diretoria doSindicato. A CHAPA 1 obteve 98 % dos votos válidos e garantiu seu mandato para ospróximos quatro anos. Uma vitória não só dos candidatos, mas de toda a categoria, quecontinuará contando com um trabalho sério e dedicado na luta e defesa dos interesses de

padeiros, confeiteiros e balconistas de São Paulo. Mais informações nas págs. 2 e 3.

~

VITORIA DE QUE

F

Assembléia decide: não ao arrocho

URV MUDA CÁLCULODOS SALÁRIOS

A nova medida do governo para contera inflação terá um lado positivo e outronegativo. O negativo se deve ao fato de quenão serão repassadas aos salários de marçoas perdas do período. Isso causará um novoachatamento aos nossos salários.

Em assembléia realizada no Sindicato,a categoria decidiu correr atrás do prejuízo.Vamos abrir negociações coletivas com ospatrões para repor essas perdas.

Participe das próximas assembléias queestão sendo convocadas e, se preciso for,optaremos pela greve. Não vamos permitirque o trabalhador pague o pato mais umavez. Mais detalhes na pág. 4.

ABA LHA

Chiquinho vota no Sindicato:vitória e reconhecimento da categoria

Chiquinho assumpresidência do SistemaNacional de Emprego

em São Paulopág.4

Greves na Vendôme ePe. Cícero garantemdireitos e conquistas

pág.3c ~~ )

Page 2: A Massa - mar 1994

z------------------------------------------- A Massa - Mar/94

A vitóriada Chapa 1nãorepresentaapenas a elei-

•. ção da nova di-retoria do Sin-dicato. Signifi-

='----__ --' ca, principal-mente, a vitória da união e dotrabalho de toda a nossa cate-goria, pois sem a participaçãodos trabalhadores, a entidadenão teria força e importância.

As lutas e as mobilizaçõesem defesa dos direitos traba-lhistas continuarão a todo va-por. Ainda mais agora, frente ànova cena político-econômicaque se apresenta no país.

A implantação da URVcomo uma das medidas de con-trole da inflação e de fortaleci-mento da moeda brasileira vaimexer com a vida e o bolso detodos os trabalhadores. As-sim, devemos ter atenção redo-brada no sentido de preservaros salários e o poder ,aqui-sitivo da. população.

Já estamos.nos mobilizan-do para evitar que os saláriossejam arrochados e o trabalha-dor saia perdendo com mais umplano econômico. Para tanto, épreciso a participação maciça eatuante de toda a categoria.Vamos' trabalhar pelo sucessodo plano, no.entanto não admi-tiremos.perdas e danos ao bolsodo trabalhador brasileiro.

Francisco Pereira deSousa Filho

ELEiÇÕES

eleição da nova direto-ria é resultado de umagestão atu-ante e ba-

talhadora, baseada naidéia de que união, -participação e diálo-go são armas efica-zes para se alcançarresultados positivospara os trabalhadoresnas relações capital/trabalho. Oresultado das umas provou que acategoria reconhece e aprova essa

fórmula de luta.A posse da nova diretoria

será marcada breve-mente e, desde já, to-dos os trabalhadores es-tão convidados paraparticipar da solenida-de. Mas mesmo antesdisso, a luta continua.Não sónas negociaçõescom as empresas, comotambém, na defesa dos

interesses dos trabalhadores di-ante das atuais medidas econômi-cas do governo.

'::1'tJ" \e ;:. ~~~~:: :~:~~:~~':\r, fihados a Força Sindi-

'::' ,:)1:· cal esteve em Brasíliano final do mês passado. a objetivofoi dar apoio total à revisão consti-tucional, ao contrário da oposiçãode outras entidades que não reco-nhecem a importância da reforma.

A revisão é imprescindívelpara o desenvolvimento do país edas forças produtivas e deve elimi-nar os muitos entraves que impossi-bilitam esse desenvolvimento. Te-mas como a reforma fiscal e eleito-ral, a estabilidade dos funcionáriospúblicos e os monopólios estataissão polêmicos mas devem ser estu-

Padeiros presentes em Brasilia:reforma é imprescindível

dados e discutidos para poderemrealmente servir os interesses dopovo.

a Sindicato e a categoria con-tinuarão a ter presença atuante eefetiva a esse evento, cobrando tra-balho e seriedade a todos os parla-mentares.

,UI:S1icãÇã.~,doSi.n<lis~tod~~Trabalh~dore;1las Indústrias de Panificação, C6nfeitaria'lo:Sêde'São PaU,lO:R:'Major Diogo, 126 - Bela Vista - Fone: 232-2355. Sub-sedes::~S.aSãõ João, 68 ~Fone: 4444791 - São Miguel: Av, Nordestina, 95 - Fone: 956-

ariano J.Marco1ldesFerraz, 545 - F01le: 703-3332 - Santo Amaro: Rua Brasílio6~959. Dir~or responsável: Francisco Pereira de Sousa Filho. Jornalista

g?QvfTb'7.949'Redàçâo e Projeto Gráfico: Laelya Longo, Ilustração e'Úías Mello.Fotos: Sindicatodos Padeiros. ."';~",:';··,·,·,""",·;·,;,,·\_'"';I·,,.'w·,;,,·""'''i'''';·'",,,",,'1,,"';ir'", ',i;,"', ·'·ii",,"".; r '",'" 'i'~'i""""~l,.":""."""" 'c, , ~

Page 3: A Massa - mar 1994

A Massa· Mar/94 3

Trabalhadores em greve na Vendôme

GREVE NA VENDÔMETERMINA EM ACORDO

o atraso no pagamento dossalários de janeiro resultou emuma greve-relâmpago na Doce-ria Vendôme. Ao final das ne-gociações, o Sindicato e a em-presa assinaram um acordo noqual ficou assegurado o paga-mento dos atrasados. Além dis-so, a empresa vai regularizar ofornecimento da cesta básica egarantir estabilidade no empre-go de 90 dias.

AUMENTO REAL DE 10%NA PADRE CíCERO

Após dois dias de greve naPanificadora Padre Cícero, noBrás, foi assinado um acordocoletivo entre a empresa e o Sin-dicato. Os funcionários recebe-rão 10% de aumento real sobre osalário de fevereiro e terão ga-rantidos 3O dias de estabilidade.Na segunda quinzena de março,o Sindicato voltará a negociar ofornecimento de vale-refeição,cesta básica e outros benefícios.

ELEICÕES

creditem se quiser,mas ainda existe gen-te que não sabe que aditadura acabou há

quase dez anos e, muito me-nos, o que significa democracia.

Foi o que demonstrou osdonos das empresas Provenzal eEmulzint ao tentarem impedir queseus funcionários votassem naseleições do Sindicato. A instala-ção de urnas itinerantes, que per-correm as empresas, é feita justa-mente pata garantir e facilitar aosassociados a participação na vota-ção.

No entanto, esses impassesforam logo solucionados e a vota-ção seguiu tranqüilamente. Os pa-

trões precisam reconhecer que ostrabalhadores tem consciência deseus direitos e estão dispostos alutar por eles.

E a melhor forma de chegar-mos a acordos que sejam produti-vos para ambos é através dodiálogo e da negociação: É destamaneira queconsegurremosavançar nocrescimento edesenvolvi-mento da pro-dução com me-lhores condi-ções de tra-balho.

DENÚNCIAS CRESCEMJUSTiÇA APARECE

A luta em defesa dos direitos trabalhistas não depende só do trabalhodo Sindicato. É preciso que o trabalhador tenha consciência e denun-

cie as empresas que estão prejudicando ou lesando-o. Assim querecebe a denúncia, o Departamento Jurídico do Sindicato se empenha

em resolver todos os impasses. Abaixo, algumas das soluçõesencaminhadas:

. - Pano Jd. Monte Kemel: funcionário era registrado com o piso salarial dacategoria, mas recebia por fora. Ao ser demitido, a empresa só acertou osdireitos com base no piso. O Sindicato interveio e a empresa teve que pagarde acordo com o salário total.

- Pano Siapão (Sumaré): outro exemplo de empresa que não queria fazer arescisão correta. O funcionário demitido procurou o Sindicato e o acerto foifeito.

- Nova Fleixel Pães e Doces: funcionária trabalhava sem o registro, ficougrávida e foi demitida. O Sindicato requereu a sua reintegração, pois ela temdireito à estabilidade, e o registro imediato.

- José Ferreira Curcio (panificadora - ME): empresa que vem funcionan-do de forma irregular, sem o recolhimento de encargos sociais, foi denuncia-da por empregado que requereu o auxílio-doença. O Sindicato encaminhou arlnn,',nn;n nn ThT'ii'ii n'lT'l "QT ';InllnH1~

Page 4: A Massa - mar 1994

4,A Massa - Mar/94 ------------------------- _

URV-NAO ACEITAREMOS

PERDAS SALARA,I$URV (Unidade Real deValor) é o novo indexa-dor da economia brasi-leira e fazparte da

segunda etapa do pla-nó de estabilização doministro FernandoHenriqué Cardoso. Elavai corrigir os preçose os salários de acordocom a variação da in-flação. A intenção dogoverno é transformá-Ia em moedaforte e substituir o cruzeiro real atéo final do ano pelo Real.

Essa medida poderá trazervantagens aos trabalhadores, poisos salários serão corrigidos diaria-mente, não perdendo, assim, o seu

valor diante da inflação corrosiva.No entanto, ao ser calculado a par-tir da média dos últimos quatro

meses os salários dostrabalhadores comdata-base em março,julho enovembro so-frerão um achata-mento. É o nossocaso.

Daí, a importân-CIa em ne-gociar are-

posição das perdas. Paratanto temos três passos aseguir.Um deles é acom-panhar a votação no Con-gresso Nacional paraapro-vação do plano. Devemoscobrar dos deputados a

apresentação e aprovação de emen-das que realmente sirvam aos inte-resses dos trabalhadores.

Outro é a realização de as-sembléias para discutirmos a ques-tão. E o último passo seria a decre-tação de greve. O plano econômicopode até dar certo, mas não pode-mos aceitar que uma parcela dostrabalhadores saia perdendo comisso. Vamos de ficar de prontidão!

SINEjSP

'."CIDADANIA E DESEMPREGO-o 'NAOCOMBINAM"

•Ministério do Traba-lho e a Secretaria deRelações do Traba-lho,junto comascen-

trais' sindicais e representantes dosempregadores, estão reestruturan-do oSistema Nacional de Empre-go - SINE no nosso estado. Paratanto, foi formada uma comissãoque irá administrar e colocar emprática os programas do SINE. Opresidente do Sindicato, Chiqui-nho, foi eleito para presidir essacomissão durante um ano.

o A proposta do SINE é facilitar, o acesso do trabalhador desempre-

gado às vagas oferecidas por em-presas dos mais diversos setores.Mas não funcionará como umasimples agência de empregos.

O SINE também proporcio-nará aos interessados cursos quevão desde a alfabetização até oaprendizado de diversas profissões,inclusive com aperfeiçoamento eespecialização. Assim, o trabalha-dor com maior conhecimento terácondições de arrumar um empregomelhor com um salário mais justo epoderá se adequar às novastecnologias.

Além disso, serão discuti-

das medidas sociais e políticasque possibilitem a criação denovos empregos, a melhoria dossalários e da conscientizaçãodos trabalhadores. Na opiniãode Chiquinho, a questão do de-semprego e do desenvolvimen-to tecnológico deve ser encara-da como uma discussão primor-dial não só para o Brasil cdmopara o mundo todo. "0 desem-pregado não se sente gente",diz ele. "Temos a obrigação degarantir a estas pessoas o di-reito básico ao trabalho, a tor-narem-se cidadãos. "

Chiquinho tomaposse no SINE/SP:

luta por mais empregos