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7/25/2019 A Moral Burguesa (Sculo XIX)
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01/07/2016 A Moral Burguesa (Sculo XIX)
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A Moral Burguesa (Sculo XIX)
A moral burguesa apresentada por Erich Hobsbawm, pode no mnimo ser
caracterizada como no muito clara, por seu carter contraditrio em
meio a certas etapas processuais concernentes poca analisada.
Primeiramente, cabe ressaltar uma meta, caracterizada enquanto
quintessncia capitali sta, onde o burgus atuava em certas esferas
poltico-econmicas como o senhor, predador, tendo como parmetro
uma lgica de mercado hobbesiana, ou seja, competitiva, voraz,
desmedida em certos aspectos, objetivando atingir sua meta, nos mais
requintados moldes maquiavelianos, vulgarmente expostos no axioma:
os fins justificam os meios.
Entretanto, o ideal burgus no conseguia obscurecer certas tradies
que o mesmo possua enquanto discurso, com a funcionalidade de
renegar tal tradicionalismo, demonstrando uma patente contradio entre
o que se prega e o que se faz. Cristalizava-se uma prtica
comportamental ambgua, onde esferas conflitantes regimentavam uma
permuta entre relaes dissonantes.
O burgus definia a famlia como seguridade em relao aos ideais
liberais to incertos, flutuantes, onde observa-se tamanha alternncia de
status social, salvaguardando a plasticidade do mundo econmicocompetitivo.
No entanto, a sociedade burguesa contradiz a lgica econmica e esbanja
ostentao, tendo como referncia a nsia em possuir, necessitando no
apenas determinado acmulo de capital, mas demonstrar suas posses
atravs de extravagncias na esfera privada, procurando um sentido
extra-material. Os objetos adquiridos passam a moldar toda uma
caracterizao decorativa, tornando similar a conduta dos que
dispusessem de tais privilgios, fortificando a meta material de uma
classe.
Deve-se levar em considerao, que apenas a matria, no conseguia
suprir as aspiraes burguesas, sendo necessrio certos princpios que
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denotariam um sentido transcendental. Assim, as artes precisavam ser
expostas, os objetos trabalhados manualmente (artesanalmente) teriam
um valor alm de uma produo serial, mecanizada. Os adereos
comporiam um cenrio que projetaria as aspiraes burguesas,
atendendo uma necessidade extra-corprea ou espiritual, embora o
espri to burgus esteja atrelado a matria.
Outro ponto a ser destacado a figura feminina, a mulher entra emcena, observando seu papel fundamental na ordenao domstica,
criando a imagem da lady, que na esfera patriarcal familiar, segue uma
hierarquia que a priori, seria um contrasenso ao ideal burgus,
demonstrando seu grau de influncia na relaes de poder e exercendo
poder de mando na esfera privada, sendo subordinada ao mari do, o
chefe da casa.
Temos uma classe mdia emergente, ainda sendo diagnosticado, com
maestria, por Hobsbawm, que a condio de alternncia de classe,
estava diretamente relacionada a condio de possuir empregados. A
classe mdia iria se destacar da classe trabalhadora por possuir
condies materiais que permitissem possuir empregados.
A famlia burguesa possui o ideal puritano de uma moralidade anmala
aos ideais de ordem econmica, com a famlia no podendo ser aviltada,
degenerada, necessitando outra esfera de atuao, que no fosse nociva
a sua moral ilibada.
O jovem burgus, enquanto solteiro, sem ter regimentado uma estruturafamiliar, poderia usufruir de certas liberdades, no que se refere a
relacionamentos amorosos, o marido, compromissado com a moral
puritana, apenas executava certas prticas de forma velada, mesmo
sendo percebido em suas aes pela sociedade, deveria evitar
comentrios a respeito ou manifestaes pblicas que expusessem tal
degenerao, o que justifica a disseminao da prostituio, por
exemplo.
Percebe-se no uma hipocrisia, por no haver premeditao nas
relaes, apenas um fator comportamental patente, em meio ao
desenvolvimento de uma moral burguesa contraditria por natureza. Tal
comportamento velado, pode ser percebido no campo material-
decorativo-burgus, onde observa-se as mesas expostas com suas
pernas cobertas, como as mulheres e seus trajes confeccionados a
demonstrar apenas o que fosse concebido enquanto necessrio. Vale
ressaltar que a moral burguesa no compactuava com a promiscuidade,
sendo inclusive castradora e excludente aos que se deixassem envolver
por prazeres.
O prazer, sendo relacionado com certa degenerao, uma paixo
(pathos), ou seja, patolgico, contrrio ao ideal puritano que limitava o
vcio. O burgus deveria ter, ou pelo menos demonstrar ter, o controle
sobre si, domando comportamentos que o desprestigiassem.
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A tradio familiar chega ao ponto de favorecer grupos consanguneos,
aspirando um modelo aristocrtico, condicionado por relaes
econmicas. Hobsbawm cita os denominados cls, onde o casamento
primaria pela famlia e ao mesmo tempo o favorecimento do acmulo de
capital entre famlias com certa paridade econmica, inclusive com
permuta de propriedades e mulheres (tambm tornadas objetos de
troca do burgus em uma relao matrimonial).
A dinmica burguesa demonstrando sua forma voltil de
desenvolvimento, sendo restrita por instituies fortalecidas
contraditoriamente por uma moral conservadora. As famlias comporiam
corporaes exclusivistas, agregando membros conforme critrios de
associao econmica.
Os ideais burgueses afetaram os diversos substratos sociais, ao ponto de
classes emergentes assumirem uma postura semelhante, como forma de
introjeo ao padro ideal almejado. As classes trabalhadoras que
emergiram em uma condio de classe mdia, assumiram uma postura
consumista, ostentando possuir empregados como forma de demonstrar
sua alternncia social.
As prprias regras de etiqueta, normatizaes de conduta, estruturao
educacional, hbitos relacionais, perpassam pelo ideal burgus. O
burgus passa a ser visto como meta, aquele que possui por ter sido
capaz, senhor, dominante, no entregue aos prazeres viciosos
(degenerados), nem entregue as paixes mundanas, tendo aspiraeselevadas e destacando-se enquanto superior, tendo seu ideal
exaltado, inclusive por teorias biolgicas de cunho evolutivo, como forma
de moldar uma espcie superior, o bom (capaz), tendo em
contrapartida os incapazes, inaptos ao desenvolvimento, dependentes
e subservientes, compondo o no-ideal.
Assim, conforme exposio do auspicioso historiador, Erich Hobsbawm, a
burguesia, de fato, no dirigia a sociedade, por ter seu campo de atuao
limitado, sendo desprovido em diversos momentos do controle poltico,
entretanto, inegvel o seu papel hegemnico em relao ao ideal
disseminado, legitimado pelas diversas esferas sociais, outorgado como
um legado no muito palatvel s geraes que viriam a posteriori.
Referncia Bibliogrfica:
HOBSBAWM, Erich. A Era do Capital. 12. ed. Traduo: Luciano Costa
Neto. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007.
Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 31/12/2010Cdigo do texto: T2701150Classificao de contedo: seguro
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Sobre o autor
Bruno AzevedoPresidente Prudente - So Paulo - Brasil, 36 anos
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04/01/2012 14:14 - Victor Said
Com a industrializao eminente, a burguesia do sculo XIX no poderia
ausentar-se dos ganhos e benefcios que o poder capital lhe fornecia e
gerava a belle poque. Por um outro lado evidente a necessidade de destaque de
certos meios e condutas que separariam o joio do trigo, tais ditos morais que
consequentemente proporcionariam mais tarde no sculo XX as grandes guerras.
Moral e capital sempre foram adubo promissor a alimentar a ganncia, o egosmo e
discriminao humana. Sua resenha uma luz a guiar o leitor. Gostei!
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