A Natação na Sua Expressão Psicomotriz - Jayme Werner dos Reis

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    A Natao na sua Expresso

    Psicomotriz

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

    Earle D/n/z Macarthy Moreira, ReitorSrgio de Meda Lamb, Vice-ReitorEloy Julius Garcia, Pr-Reitor de GraduaoFrancisco Lus dos Santos Ferraz, Pr-Reitor de Planejamento e respondendo pela

    Pr-Reitoria de AdministraoGerhard Jacob, Pr-Reitor de Pesquisa e Ps-GraduaoJoo Carlos Athayde Dias, Pr-Reitor de Assistncia Comunidade Universitria LudwigBuckup, Pr-Reitor de Extenso

    EDITORA DA UNIVERSIDADEDarcy Caetano Luzzatto, Diretor

    CONSELHO EDITORIALTitulares Alberto Andr, Haralambos Simeonidis, Helga Wmge, Joo Guilherme

    Corra de Souza e Walter KochSuplentes - Juan Jos MourinoMosquera, Oscar Miranda Froes e

    Ricardo Schneiders da SilvaPresidente Darcy Caetano Luzzatto

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    de Jayme Werner dos Reis 1? edio 1982Direitos reservados desta edio: Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    Capa: Paulo Antnio da Silveira Administrao: Antnio A.

    Dallazen Editorao: Geraldo F. Huff

    R375 Reis, Jayme Werner dos.A natao na sua expresso psicomotriz. Porto Alegre, Ed.

    da Universidade, UFRGS, 1982.(Livro-texto, 7) Editadu em convnio

    MEC/SESu/PROED.

    1. Natao Funes motrizes. 2. Natao Psicomotricidade. I. Titulo.CDU 797.2:159.943

    Ficha catalogrfica: Zaida M. Moraes Preussler, CRB-10/203.

    ISBN 85-7025-043-6

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    NDICE1 INTRODUO ............................................................................................ 72 FUNDAMENTOS BSICOS........................................................................ 8

    2.1 O Homem Nada Por Necessidade....................................................... 82.2 Hidrosttica do Corpo Humano.......................................................... 102.3 Fatores Comuns aos Movimentos do Corpo na gua e em Terra ..... 102.4 Espao............................................................................................... 102.5 Tempo................................................................................................ 102.6 Fora.................................................................................................. 112.7 Continuidade...................................................................................... 11

    3 MECNICA NATATRIA E SUA FUNDAMENTAO EM LEIS EPRINCPIOS FSICOS ..................................................................................... 12

    3.1 Flutuabilidade..................................................................................... 123.2 Densidade Relativa ou Peso Especfico ............................................ 133.3 Densidade da gua............................................................................ 133.4 Peso Especfico do Corpo Humano................................................... 13

    3.4.1 Obteno do Peso Especfico..................................................... 133.4.2 Os pulmes do Homem como Elemento Flutuador Improvisado 14

    3.5 Centro de Gravidade.......................................................................... 143.6 Condies para a Flutuao .............................................................. 15

    4 SUSTENTAO EM SUPERFCIE E EM MOVIMENTO.......................... 154.1 Estabilidade ....................................................................................... 16

    5 HIDRODINMICA DO CORPO HUMANO................................................ 176 RESISTNCIA OPOSTA AO MOVIMENTO............................................. 177 PRINCIPIO DA AO E REAO ........................................................... 19

    7.1 Foras de Resistncia til ................................................................. 197.2 Resistncia Frontal ............................................................................ 197.3 Inrcia ................................................................................................ 207.4 Inrcia e seus Pontos Principais ........................................................ 21

    8 PLANOS APLICADOS MECNICA NATATRIA ................................. 219 EIXOS....................................................................................................... 22

    9.1 Eixo Horizontal ou Longitudinal.......................................................... 229.2 Eixos Transversais............................................................................. 229.3 Eixos de Rotao............................................................................... 22

    10 PROPULSO ........................................................................................ 2211 LEI TERICA DO QUADRADO ............................................................ 2412 ACELERAO ...................................................................................... 2413

    CADNCIA............................................................................................ 25

    14 RITMO................................................................................................... 2515 COMPORTAMENTO DAS ALAVANCAS HUMANAS NA NATAO ... 2516 BRAADAS........................................................................................... 2617 BATIMENTOS ....................................................................................... 2618 ONDULAO DO TRONCO NO NADO BORBOLETA-GOLFINHO..... 27

    18.1 Trabalho dos Braos.......................................................................... 2818.2 Trabalho das Pernas.......................................................................... 2818.3 Fase da Trao.................................................................................. 2918.4 Recuperaes.................................................................................... 2918.5 Batimentos......................................................................................... 30

    19 RESPIRAO DO NADADOR.............................................................. 3120 FISIOLOGIA DA RESPIRAO AQUTICA......................................... 33

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    21 ASPECTOS FSICOS DA RESPIRAO ............................................. 3322 EXPIRAO.......................................................................................... 3423 INSPIRAO ........................................................................................ 3424 TEMPO DE APNIA.............................................................................. 3525 PEDAGOGIA DA RESPIRAO........................................................... 3526 PRINCPIOS FUNDAMENTAIS DA APRENDIZAGEM ......................... 3627 IDADE FAVORVEL PARA O APRENDIZADO.................................... 3728 SISTEMA DE ENSINO .......................................................................... 3729 RECURSOS PARA O ENSINO E A APRENDIZAGEM......................... 3830 FORMAS DE ORGANIZAO DO ENSINO......................................... 3831 APRENDIZAGEM DA NATAO.......................................................... 3832 OBJETIVOS FUNCIONAIS ................................................................... 3933 ORIENTAO PEDAGGICA.............................................................. 3934 OBJETIVOS PARCIAIS DO PRIMEIRO OBJETIVO DAAPRENDIZAGEM............................................................................................. 4035 ORGANIZAO DIDTICA PARA O ENSINO DA NATAO ............. 4136 PRIMEIRO ESTILO A SER ENSINADO................................................ 4137 OBJETIVOS OPERACIONALIZADOS .................................................. 4238 METODOLOGIA DOS ESTILOS DE NATAO................................... 4339 FUNDAMENTAO MECNICA.......................................................... 4340 DIVERSIDADE DAS SENSAES E PERCEPES NA NATAO . 44

    40.1 Sensaes Motrizes........................................................................... 4440.2 Percepes Especializadas No Esporte ............................................ 45

    41 ATENO E MEMRIA........................................................................ 4542 REAES............................................................................................. 46

    42.1 Estrutura do Processo de Reao ..................................................... 4642.2 Perodo de Reao Preliminar ........................................................... 46

    42.2.1 Perodo de Reao Central ou Latente....................................... 4642.2.2 Perodo de Reao ou Efetor...................................................... 46

    42.3 Tipos de Reaes .............................................................................. 4742.3.1 Tipo de Reao Sensria ........................................................... 4742.3.2 Tipo de Reao Motora .............................................................. 47

    42.4 Particularidades do Processo de Reao .......................................... 4742.5 Esforos Voluntrios no Processo da Atividade Desportiva............... 48

    43 CONCLUSES ..................................................................................... 49BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 49

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    A NATAO NA SUA EXPRESSO PSICOMOTRIZ

    1 INTRODUO

    O homem se desloca no meio lquido por ao de braos e pernas,baseando-se em leis fsicas para seu melhor aproveitamento na superfcie. Seucorpo representa um peso e que necessariamente dispender fora e energiapara deslocar-se.

    A arte de nadar significa a tcnica de deslocar-se na gua porintermdio da coordenao metdica de certos movimentos.

    Esta ao coordenadora comea a atuar no momento em que ohomem entra na gua. Entram, ento, em ao a hidrosttica, a cinemtica e a

    dinmica.O homem, como ser terrestre, respira ar e bpede na posio

    vertical. Para nadar obrigado a adotar a posio horizontal, utilizando seusbraos e pernas como meios de deslocamento, trocando, portanto, seushbitos naturais.

    Na flutuao, em posio esttica, no h problemas; emmovimento, a gua oferece resistncia ao avano, qualquer que seja a direoadotada. Assim, em relao ao homem atuam vrias leis e princpios de fsica(gravidade, densidade, equilbrio e flutuabilidade). No meio lquido, temos por

    um lado a densidade e resistncia; por outro, na ao de deslocamento, ainrcia, a frico, o peso, a fora (ao e reao), a presso, a compresso e atrao.

    A flutuao depende no s das densidades relativas da gua, e dohomem. Outro fator que no podemos deixar de citar a maior superfcie desustentao apresentada pelo nadador que melhora sensivelmente suascondies de flutuabilidade.

    Na propulso entram em ao as foras de presso, compressotrao e impulso que o homem utiliza para encontrar melhor rendimento em

    sua progresso.

    No movimento propulsor (trao e empurrada) age uma forapositiva, exercida pelo homem, e outra negativa, a resistncia da gua.

    No conhecimento das leis e princpios da fsica que permitem aobteno de melhores resultados, os fundamentos tomam importnciaprimordial. Uma base cientfica essencial natao como arte e comotcnica.

    O ensino e a aprendizagem da natao em moldes cientficos obriga

    a um trabalho constante, na ao sobre cada caso e cada aluno, requerendocorrees constantes, repetindo, repetindo sempre. S desta maneira poder o

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    aluno adquirir o domnio cinestsico, a conscincia do movimento que executae das atitudes do corpo e de seus segmentos, a fim de tornar-se um bomnadador. Quando isso for alcanado, ou seja, o total domnio neuromuscular,pode obter-se qualquer caracterstica de nado que o professor desejar.

    2 FUNDAMENTOS BSICOS

    2.1 O Homem Nada Por Necessidade

    Como elemento, a gua foi o segundo a ser dominado pelo homem.A necessidade de alimentar-se e conseguir outros meios de comunicaoinduziram-no a atravessar pequenos cursos de gua e, medida que foidominado o elemento em si, maiores percursos foram vencidos. Deste modo, ohomem foi se especializando at se tornar praticante desta modalidade, comodesporto.

    Muitos foram os estudos e alteraes efetuados nos estilos, os quaisnos possibilitam admirar em praias e piscinas os graciosos e rtmicosmovimentos, que permitem ao nadador avanar em velocidades nuncaimaginadas.

    Embora na vida qualquer definio seja conseqncia daexperincia, nas teorias, que facilitam melhor a prtica posterior, a definiodeve preceder qualquer outra explicao de funo ou comportamento.

    Baseados nestes princpios e consideraes, no devemos desde jesquecer que, do ponto de vista mecnico e em suas ltimas conseqncias, acincia e a arte de nadar em qualquer estilo, com fins desportivos ou no,consistem em satisfazer dois objetivos fundamentais:

    1 - procurar nas aes propulsoras (braos, pernas, mos e ps)proporcionar ao nadador a melhor sustentao possvel e umdeslocamento satisfatrio, sem o desvio desnecessrio da trajetriaem relao linha e ao plano de progresso;

    2 - diminuir os possveis atritos e as resistncias dos segmentos

    corporais, nomeadamente dos de ao propulsora nos momentos derecuperao e deslizamento. Necessrio tambm que os ngulosformados pelo corpo e os membros, durante as fases enumeradas,se tornem mais prximos possveis dos planos possveis de seremalcanados.

    Todos os movimentos natatrios das tcnicas modernas tendem consecuo destes propsitos. Se, em certas fases dos diferentes estilos, istono plenamente alcanado, procurar-se- determinar foras componentes,cujas resultantes atuam, tanto quanto possvel, segundo os planos em que hinteresse em trabalhar cada uma destas fases, segundo os princpios referidos.

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    Diz-se que o homem nada ao mover braos e pernas de formacoordenada e metdica. Tal afirmativa erro grosseiro, visto que asexperincias de fsica efetuadas e demonstradas por Arquimedes, Pascal eoutros mostram-nos haver algo mais a considerar. As experincias, as leisfsicas e de biomecnicas imutveis explicam porque o corpo flutua, porque,

    com movimentos de braos e pernas, no fazemos mais do que deslocarmo-nos, aproveitando as leis atuantes, que so a hidrosttica, presses edensidade.

    Para que as exigncias hidrodinamicas sejam atendidas dentro daspossibilidades antomo-fisiolgicas e em funo dos necessrios princpios deeconomia de esforo, as tcnicas dos estilos chegaram s modernas versesdos estilos.

    O corpo humano mergulhado na gua sofre determinadas alteraesdo ponto de vista termodinmico.

    O calor, por intermdio dos pulmes, expelido para a atmosfera,mas a gua absorve o calor da pele com muito mais intensidade, porque ocalor passa mais facilmente para a gua do que para o ar. Desaparece, pois, anecessidade de transpirar dentro da gua e a perda de peso nessas condiesfica reduzida.

    Se a gua for muito fria, h a possibilidade de cibras, e em guasmuito quentes, a de transpirao, cujo efeito menos benfico que em contatocom o ar, dado que a regulao trmica se realiza em ms condies.

    A camada adiposa existente sob a pele atua como isolante trmico,dificultando a transferncia de calor dos msculos para a pele e para a gua ouo ar.

    Dentro da gua o resfriamento da pele mais intenso do que ao ar.A camada de gordura limita a percentagem de transferncia de calor. Quantomais espessa for a camada de gordura, menor ser tal percentagem. Umacamada de gordura razovel, alm das vantagens apresentadasposteriormente na hidrosttica e na hidrodinmica, contribui para manter osmsculos corretamente aquecidos.

    Assim, o tecido adiposo excessivo prejudica menos o atleta naprtica da natao do que em outros desportos. Isto no significa que anatao o desporto dos "gordos", mas podemos afirmar que um desportotambm dos "gordos".

    O gordo, por apresentar uma menor densidade mdia do que umapessoa magra, tem sua flutuao favorecida. Embora favorecido, de um lado,dever, por outro, efetuar um trabalho mais intenso para o seu deslocamento,acarretando, desta maneira, maior atividade cardiopulmonar.

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    2.2 Hidrosttica do Corpo Humano

    Qualquer corpo mergulhado num fluido sofre uma impulso verticalde baixo para cima igual ao peso do volume do fluido deslocado (princpio deArquimedes). A densidade do corpo humano muito prxima da gua doce,

    pois o nosso corpo tem em sua composio elevada taxa de gua e os demaiscomponentes tambm apresentam densidade mdia pouco superior unidade.Por esta razo, o corpo, embora tendendo a mergulhar, regressa superfciepelo enchimento dos pulmes. De resto, movimentos adequados podemmant-lo superfcie, sem grande esforo.

    Ao flutuar, grande parte do volume do corpo mantm-se abaixo dalinha da gua. Apenas pequena parcela do seu volume fica fora da gua. oque ocorre com os icebergs.

    2.3 Fatores Comuns aos Movimentos do Corpo na gua e emTerra

    Os praticantes de natao e os de competio sabem perfeitamenteque alguns fatores comuns afetam o movimento do homem tanto na guacomo na terra. Estes fatores so o espao, o tempo, a fora e a continuidadede ao.

    2.4 Espao

    O conceito de espao compreende elementos como a direo e omovimento. Na gua, o homem move-se em diversas direes: para frentepara trs, para cima, para baixo ou ainda utiliza estes mesmos movimentoscombinando-os. Para mover-se para frente ou para trs, o corpo Na ficatotalmente estendido na superfcie, em posio horizontal. Na posio vertical,o movimento exercido para cima e para baixo.

    A gua que sustenta o corpo do homem permite uma reao deapoio em seu favor, permitindo nadar em diversos nveis, sob a gua e

    superfcie. A recuperao dos braos fora da gua no nado borboleta e arecuperao dos mesmos sob a gua na braada do peito so exemplos detcnicas de braadas que utilizam nveis distintos.

    2.5 Tempo

    Necessitam-se somente de fraes de segundo para mover o corpoou partes do mesmo atravs da gua; pode efetuar-se este movimento numritmo rpido, lento ou meia velocidade. Quando uma braada contm umaimpulso e uma fase de recuperao sob a gua, o nadador dever utilizar

    movimentos ligeiramente mais lentos ao recuperar do que ao impulsionar eprogredir.

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    Esta norma geralmente auxilia o nadador a reduzir ao mnimo aresistncia da gua, retardando os movimentos de recuperao e reservandoos movimentos mais rpidos para a impulso ou tempo de aplicao da fora.Nos movimentos de braos no crawl ou no nado de costas, a velocidade nasfases de recuperao fora da gua, a impulso dever ser uniforme, seja de

    forma rpida, lenta ou mdia. O nadador de competio utiliza somentemovimentos rpidos. Aquele que, porm, nada por pura recreao, utilizamovimentos relativamente mais lentos.

    2.6 Fora

    O corpo humano serve-se da fora das contraes musculares paramover-se na gua. Esta fora aplicada na direo que se quer seguir e numarazovel distncia, auxiliado por diversos grupos musculares dos braos e daspernas numa sucesso ordenada.

    A fora dever aplicar-se paralelamente ao eixo central do corpo nosentido dos ps. A impulso na fase subaqutica da fora dos braos devercomear justamente sob a superfcie da gua e prosseguir durante umadeterminada distncia. No crawl, por exemplo, os braos movimentam-se sob agua de um determinado ponto frente da cabea at a coxa. Se os braosinterromperem seu movimento no meio de sua passagem durante a trao eno empurram at a coxa, a fora resultante bastante diminuda.

    Quando utilizado um grande nmero de grupos musculares para

    mover braos e pernas, isto dever ocorrer em sucesso apropriada, da frentepara a retaguarda.

    2.7 Continuidade

    Algumas braadas constituem exemplos de movimento contnuo,porque braos e pernas se movem de tal forma continua para aplicar a fora.Quando o movimento seqencial, como no crawl ou nado de costas, chamado de fluxo livre. As braadas do nado de peito ou as do nado elementarde costas ou as do nado de lado so exemplos de fluxo dependente, porque

    necessitam de uma interrupo do movimento para o deslizamento e, por umcerto tempo, temos que manter o corpo numa posio equilibrada. Algunsestilos e braadas utilizam-se de uma combinao de ambos os fluxos.

    Resumindo, tanto na gua como em terra, todo o estudo domovimento humano compreende:

    a) espao, isto , ar ou gua, atravs do qual o corpo pode mover-se;b) movimento temporal do corpo ou de suas partes em diversasvelocidades;c) energia de contrao de grupos musculares do corpo, em grausdiversos, para produzir o movimento;

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    d) movimento livre do fluxo contnuo do corpo, caracterizado pelasseqncias suaves dos braos e das pernas oue) movimento do fluxo dependente, que no contnuo e necessita aconservao de uma posio equilibrada do corpo..

    3 MECNICA NATATRIA E SUA FUNDAMENTAO EM LEISE PRINCPIOS FSICOS

    Os que aprendem a nadar devem saber porque uma braada eficiente, pois certos princpios mais evidentes de mecnica baseiam-se numatcnica eficaz que auxiliar o nadador a melhorar sua execuo.

    3.1 Flutuabilidade

    Deslocando praticamente um peso de gua igual ao seu, o corpohumano depende da quantidade de ar nos pulmes para flutuar ou afundar.Sob os aspectos desportivo e recreativo, isso uma vantagem, pois o homemno tem dificuldade em nadar superfcie ou submerso.

    Pela lei das presses, esta aumentam na mesma proporo que aprofundidade; assim, se duplicarmos a profundidade, o mesmo ocorrer com apresso.

    Segundo o princpio de Pascal o corpo submerso sofre presso em

    todos os lados. Isso significa que em maiores profundidades a presso debaixo para cima aumenta, melhorando, portanto a flutuabilidade. O resultado um impulso para cima e o corpo tendendo a subir, com maior ou menorfacilidade, conforme sua densidade. O j citado e conhecido princpio deArquimedes estabelece que um corpo submerso num lquido recebe umimpulso debaixo para cima com uma fora igual ao peso do lquido quedesloca, e que se acelera em relao a este mesmo deslocamento.

    Sendo a densidade do corpo menor, o empuxo para cima maior doque o peso e o corpo flutua, isto quer dizer que sai em parte fora do lquido, atque o peso da gua deslocada seja igual ao peso de todo o corpo.

    Com relao ao ato de nadar, em primeiro lugar, devemos levar emconta a flutuabilidade do corpo humano, em conseqncia disso, temos queconsiderar:

    - Conceito de densidade relativa ou peso especfico;- Densidade da gua;- Peso especfico do corpo humano.

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    3.2 Densidade Relativa ou Peso Especfico

    Denomina-se densidade relativa ou peso especfico a comparaoentre o peso de uma substncia qualquer com o volume igual ao da referidasubstncia na gua. A esta ltima chamamos de densidade padro e recebe o

    valor da unidade. Para isso necessrio que a gua seja quimicamente pura ese encontre a uma temperatura de 40C acima de zero.

    3.3 Densidade da gua

    Quando a gua no quimicamente pura, possuindo sais eimpurezas, sua densidade relativa ultrapassa o valor unitrio da gua pura. Poresse motivo, a gua salgada e as salobras so muito mais densas do que agua doce. Ex.: Lago Salgado nos Estados Unidos da Amrica, guas dos rios

    e de piscinas.Esta diferena bastante varivel, dependendo inclusive do grau de

    evaporao do lugar e de outros fatores. O valor mdio dessa densidade 1,026.

    Outro exemplo: guas termais, por serem de uma pureza especialpodem ter a densidade inferior a da gua doce.

    As piscinas onde so realizadas as competies tm umatemperatura de 24C e so tratadas quimicamente com normas e

    procedimentos ultramodernos, possuindo, s vezes, uma densidade relativamuito prxima da unidade.

    3.4 Peso Especfico do Corpo Humano

    A densidade relativa do corpo humano com os pulmes emexpirao forada, e muscularmente descontrado em posio equilibrada(horizontal ou mais ou menos vertical), sempre superior ao da gua variandode indivduo para indivduo.

    Estas variaes dependem da idade, sexo, desenvolvimentomuscular e gordura (tipo morfolgico) e o valor dessa densidade est oradoem 1,065. Devido ao que acabamos de evidenciar, sem ar inspirado (nolevando em considerao o ar residual dos pulmes), o homem no temsustentao, no flutua nem em gua doce e nem em gua salgada.

    3.4.1 Obteno do Peso Especfico

    O peso especfico de um corpo obtido dividindo seu peso pela

    perda que experimenta ao ser submerso na gua. ^

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    Peso especfico = Peso/Perda de peso da gua

    3.4.2 Os pulmes do Homem como Elemento FlutuadorImprovisado

    Os pulmes modificam o aspecto da questo, possibilitando aocorpo humano - pelo menos a poro torcica - tornar-se menos pesado doque a gua, e, por conseguinte, capacitando sua flutuao, permitindo que saiada gua em cerca de 2% do seu volume total, sem que necessite efetuarqualquer movimento sustentador. Esta situao est condicionada a uma maiorinspirao ou expirao do ar dos pulmes.

    A fim de evitar a imerso total, necessrio que o ar seja expiradode forma explosiva, de modo que se efetuem tambm inspiraes rpidas eamplas antes que a boca seja coberta pela superfcie da gua, como

    conseqncia da diminuio do ar dos pulmes. Para que haja o nveldesejvel da flutuao, torna-se necessrio intercalar bloqueios entre ainspirao e a expirao.

    3.5 Centro de Gravidade

    O centro de gravidade de um corpo o ponto pelo qual passa aresultante de todas as aes que o peso exerce sobre o corpo, e que igual aoponto de aplicao de seu peso.

    No centro de gravidade se pode considerar aplicado todo o peso docorpo, mesmo parado ou em movimento. No segundo caso, a situao docentro de gravidade pode variar em funo do primeiro.

    O centro de gravidade de um slido homogneo independente desua natureza e est em funo unicamente da forma que adota.

    O centro de gravidade do corpo na posio horizontal; seja dedecbito ventral ou dorsal, situa-se aproximadamente ao nvel das trs ltimasvrtebras lombares, mas tambm varivel de indivduo para indivduo.

    O centro de gravidade de cada segmento do corpo humano, tambmna posio horizontal, coincide, da mesma forma, com o eixo de equilbrio dosegmento de que estamos tratando e dependendo tambm do comprimento dosegmento e da distribuio do peso e forma de suas distintas pores.

    Existem dois procedimentos para se determinar o centro degravidade:a - o mtodo direto, preconizado por Demeny; o menos utilizado, porquerequer certos meios e conhecimentos relativamente complexos;b - o mtodo indireto, de O. Fischer, o mais utilizado pelos professores.

    Sendo conhecidos os centros de gravidade dos diversos segmentos do corpo,a determinao do centro de gravidade dos segmentos mais prximos

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    efetuada da seguinte forma: unem-se os centros de gravidade dos segmentosa se considerar sobre uma reta e assinala-se o ponto que divide esta reta emduas partes inversamente proporcionais ao peso dos mencionados segmentos.Este ponto da reta coincidir com o centro de gravidade que se queriadeterminar. Da mesma forma ser determinado o centro de gravidade do grupo

    seguinte.

    No final, podemos determinar o centro de gravidade de todo o corponuma concreta fase de movimento.

    Por esta razo, os tcnicos devem saber determinar os diversosmomentos do centro de gravidade do atleta em ao, que corresponde a cadafase ou constante de um movimento.

    3.6 Condies para a Flutuao

    Ao introduzir um corpo num lquido pode ocorrer:

    a) que o slido seja mais denso que o lquido; isto , que o empuxoseja menor que o peso d corpo e nestas condies o corpo afunda-se;b) que o slido submerso seja de igual densidade que o lquido; isto, que o empuxo seja igual ao peso, ento o corpo se mantm entreduas guas (equilbrio indiferente);c) que a densidade do slido seja menor que a do Iquido; isto , que

    o empuxo seja maior que o peso e neste caso o slido flutua.

    4 SUSTENTAO EM SUPERFCIE E EM MOVIMENTO

    Um nadador, cujo peso especfico de um valor mdio, ao desejarmanter as extremidades inferiores ao nvel da superfcie sem compensar suadensidade maior do que a gua, bem como manter o segmento superior numaposio horizontal adequada, dever efetuar movimento ou movimentos comos membros inferiores. A melhor forma, portanto, efetuar movimentosalternados muito semelhantes aos de andar.

    O movimento para ser econmico e conseguir o resultado desejadodever ser executado com grande relaxamento muscular e com parcialextenso da perna.

    No movimento alternado temos duas fases: uma ascendente e outradescendente. A fase ascendente no nado de costas a mais ativa e maisrpida; ela sustenta os ps e as pernas ao nvel da superfcie. A fasedescendente a menos ativa e mais lenta.

    Os braos tambm colaboram na elevao geral do corpo e pernas,ocasionando movimentos sustentadores de si mesmo e do resto do corpo.

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    Todos os movimentos, de uma forma ou de outra, so executadosde maneira natural e descontraidamente, produzindo um deslocamento doindivduo no meio lquido de modo elementar e rudimentar. Assim, podemosdizer que "nadar deslocar-se na gua a seu nvel ou atravs da fora eadaptaes naturais do prprio nadador".

    O que vimos nos obriga a considerar tais tcnicas como continuaoe complemento til de flutuabilidade esttica. O nadador no pode sustentar-sena gua sem movimentos voluntrios de seus membros. Deve equilibrar seucorpo mediante a adoo de posies mais adequadas de cada parte,neutralizando, assim, diferenas de densidades e o efeito de todas ascircunstncias j mencionadas, que intervm no fenmeno, mediante gestos oumovimentos voluntrios e concretos, dirigidos para tal fim.

    Alm do fator importantssimo que a flutuabilidade, temos queconsiderar a sustentao do nadador em plena ao, fator que juntamente com

    a densidade da gua ou peso especfico mdio do ser humano e o ar inspiradoe expirado totalizam as trs determinantes do coeficiente de elevao ouflutuabilidade do nadador em progresso ou flutuabilidade dinmica.

    4.1 Estabilidade

    Se compararmos o homem em sua posio horizontal a umsubmarino, veremos que existe semelhana muito grande em termos deestabilidade.

    No submarino o centro de empuxo e o centro de gravidadecontinuam ocupando a mesma posio em relao ao casco, para qualqueratitude do navio. Para que o submarino tenha estabilidade positiva necessrio que o centro de gravidade fique localizado abaixo do centro deempuxo.

    O equilbrio de um submarino assemelha-se, portanto, ao de umpndulo: seu centro de gravidade est no plano vertical, passando pelo eixo derotao e abaixo deste. Um dos maiores problemas na construo de umsubmarino o de assegurar-lhe boa estabilidade em ambas as condies

    (superfcie e submerso). No primeiro caso que o empuxo seja maior que o pesoe no segundo que o empuxo seja igual ao peso.

    Portanto, preciso desenhar o casco e prever manobras deesgotamento e alagamento de tanques, de tal forma que, na imerso, o centrode empuxo suba e o centro de gravidade desa; e na emerso, o inverso. Atroca de posio perigosa; o submarino deve, pois, atravess-la rapidamenteporque a sua estabilidade neste momento nula.

    O homem comporta-se praticamente como um submarino.

    Com os pulmes cheios de ar. o centro de empuxo fica situadoacima do centro de gravidade. Sua estabilidade pequena, positiva, mas do

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    tipo pendular. Com os pulmes vazios o centro de empuxo baixa e o centro degravidade sobe, reduzindo, anulando ou mesmo invertendo a disposioanterior.

    A situao do homem idntica a do submarino, na fase de

    transio, na qual perde a sua estabilidade.

    Assim, o homem ao respirar alterna a posio do corpo de umacondio de pequena estabilidade positiva para uma estabilidade nula ounegativa, considerando-se sua cabea sempre para cima.

    Se ele no aplicar movimentos adequados, com dificuldade podermanter a cabea permanentemente fora da gua.

    Acreditamos que esta falta de estabilidade do corpo humano atnecessria, pois graas a ela pode-se mergulhar, deslocar-se na gua, girar o

    corpo, fazer evolues e toda srie de manobras impossveis a um navio ou aum submarino.

    Se possussemos uma notvel estabilidade seria impossvel oupenoso executar tais manobras: na natao, na caa submarina, no baleaqutico haveria muito maior restrio de movimentos, perdendo-se bastanteem beleza e harmonia.

    Aqueles que quiserem usufruir das vantagens da natao deverofazer pleno uso da pouca estabilidade que Deus lhes deu.

    5 HIDRODINMICA DO CORPO HUMANO

    Qualquer slido em presena de um fluido, e deslocando-se emrelao a ele, sofre reaes que so estudadas e medidas pela mecnica dsfluidos.

    Como uma embarcao, o corpo do homem ao deslocar-se encontrauma resistncia que pode ser decomposta em duas partes principais paraefeito de estudo. A primeira chamada de resistncia de atrito, causada pelo

    atrito da gua ao deslizar ao longo do corpo; a segunda parcela chamada deresistncia residual, influenciada pela movimentao da gua.

    O corpo humano, ao nadar, tem forma, deslocamento, dimenses,resistncia ao atrito, velocidade, propulso e controle; assim como j vimos,tem flutuabilidadee estabilidade.

    6 RESISTNCIA OPOSTA AO MOVIMENTO

    Como vimos, o corpo humano encontra uma resistncia que podetambm ser decomposta em duas partes. A resistncia de atrito depende,quanto superfcie molhada, do quadrado da velocidade e da aspereza da

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    pele. Portanto, pele lisa e roupas adequadas melhoram o rendimento donadador. Para as velocidades mais baixas, a influncia percentual daresistncia de atrito maior; medida que aumenta a velocidade do nadador, aresistncia residual cresce rapidamente, acentuando-se cada vez mais.

    A resistncia de uma complexidade enorme. O corpo humano notem forma fixa, ele se movimenta e altera continuamente. A cabea a "proa";mergulha e emerge, gira para um lado e retorna (respirao do crawl); o traxinfla e desinfla alternada mente como o abdmen; os braos e as pernas estoem contnuo movimento.

    Quanto menor for a marcha produzida, menor dispndio de energiaser exigido do nadador. Deve-se, portanto, evitar de bater violentamente comos ps e braos na superfcie da gua ou deixar que os ps aflorem tona. Oideal ser que a recuperao dos braos se efetue sobre a superfcie.

    Outro fator a anotar consiste nas provas de velocidade/A partesuperior do tronco tende a elevar-se consideravelmente em relao superfcieda gua. Essa posio mais elevada tende a diminuir a resistncia do atrito e areduzir a esteira, o que aspecto favorvel quanto ao consumo de energia. Poroutro lado, os braos no podem trabalhar to profundamente (decrscimo deeficincia da braada) e a produo de marolas aumenta (resistncia residual).

    O nado submerso reduz a velocidade residual na parte da produode marolas na superfcie, efeito mais importante nas maiores velocidades.

    A necessidade de respirar e a impossibilidade de efetuarmovimentos areos recuperadores impedem que se possa tirar pleno proveitodessa vantagem real. Pelo menos nas viradas obtemos excelentes resultados,mormente quando efetuadas de forma submersa, porque reduzimos a marola,evitamos a esteira da vinda que, nas provas de velocidade, grande.Consideramos este pormenor muito importante.

    Quando nadamos em piscina de pouca profundidade e largura hum prejuzo devido reflexo do fundo e das paredes laterais. Da mesmaforma, a marola de um nadador na raia adjacente pode ser prejudicial pelainterferncia com a marola do nadador mais prximo, por modificar a esteira e

    gerar oscilaes inesperadas. Assim, para longas travessias, ser proveitosonadar atrs de outro atleta porque se obter o benefcio da sua esteira.

    A importncia da esteira no deve ser desprezada. O deslocamentodessa massa de gua que acompanha o nadador conseguido a custo deesforo (consumo de potncia).

    Todo o proveito que se puder obter da esteira importante. 0abdmen e as pernas situam-se numa posio na qual a esteira j considervel e, portanto, os movimentos motores dos membros inferioresbeneficiam-se desse fato, como as hlices dos navios.

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    O deslocamento da gua, resultante do movimento dos braos, temefeito contrrio ao da esteira; necessrio evitar o impacto desse movimentoda gua, a alta velocidade contra as pernas ou qualquer parte do corpo donadador, pelo grande efeito de frenagem que pode proporcionar.

    7 PRINCIPIO DA AO E REAO

    Sempre que uma fora % aplicada a um corpo, ela provoca outrafora igual e de sentido oposto, denominada reao, este princpio resultantede trs foras:

    a) foras de resistncia til, propriamente ditas;b) resistncia frontal, fator importante da mecnica natatria;c) inrcia, idem ao anterior.

    7.1 Foras de Resistncia til

    Na natao a fora de resistncia til representada pelo peso docorpo do nadador.

    7.2 Resistncia Frontal

    O corpo, ao se deslocar num lquido, experimenta uma determinada

    presso, contrria ao seu avano, proporcional densidade do lquido, formae superfcie frontal desse corpo e ainda velocidade de deslocamento/Talpresso/tambm denominada resistncia ao avano, proporcionaconstantemente um choque contnuo, direta ou indireta-mente, entre o corpo eas molculas de gua/Esta presso recebe o nome de frico ou atrito.

    S poderemos falar em presso no momento em que houver avanodo corpo na gua, j que haver uma presso na gua que aumentar medida que aumentar a velocidade. Segundo o clebre tcnico Ladislo Cfk,no momento em que o nadador alcana a velocidade de dois metros porsegundo, a resistncia chega a ser proporcional ao quadrado da velocidade,embora a densidade da gua no varie. Assim, quando se tratar de umnadador, as molculas de gua aderem ao corpo e so as responsveis pelacompresso das outras, causadas pela velocidade do nado e no por seucorpo.

    A configurao do corpo em movimento de suma importncia, comreferncia ao coeficiente de atrito.

    Em princpio, os corpos para terem um melhor deslocamentodevero ter a forma de uma "gota de gua", isto , um contorno suave e

    curvilneo com um comprimento superior a trs dimetros mximos de largura.Com tal conformao, podemos reduzir a resistncia frontal e aproveitar a fcil

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    sada dos filetes de gua, que oferecem melhor deslocamento e que renem ascaractersticas mais hidrodinmicas.

    Para que um nadador possa usufruir das vantagens ideais nosdeslocamentos natatrios, temos de considerar trs posies fundamentais:

    1 Posio bsica - a que o nadador adota nas sadas e voltas enas aes do nado. E ideai, porque apresenta menor atrito. Onadador nesta posio (flexa) procura explorar ao mximo oalongamento do corpo, tanto em decbito ventral como dorsal.

    2 Deslocamento em posies assimtricas - apresenta-se nocrawl de frente e no crawl de costas. No momento da aocaracterstica do nado, um dos braos se encontra estendido,deslizando frente no prolongamento do corpo, bloqueando acabea (diminuindo a resistncia frontal da cabea), enquanto o

    outro se encontra em fase de empurrada, estendido ou quaseestendido.

    Os membros inferiores, neste momento, tomam posies em planoparalelo em relao superfcie; os ps se cruzam como consequncia deseus movimentos ascendentes e descendentes.

    3 Deslocamento em posio simtrica - manifesta-se no nadoborboleta golfinho.

    Quando o nadador entra com os braos na gua, h uma imerso dacabea, do trax e batimento das pernas, como conseqncia uma elevaode quadril e o abaixamento das pernas.

    No momento da trao e fase inicial da impulso, o corpo sehorizontaliza; no final da impulso h uma rpida flexo das pernas, seguida deum batimento e abaixamento dos quadris e de elevao da cabea e trax.

    7.3 Inrcia

    A primeira lei do movimento, de Newton, diz que inrcia aincapacidade de qualquer corpo alterar a sua situao de repouso ou demovimento sem causa exterior.

    O nadador produz fora ao nadar. A presso da superfcie dosbraos e das pernas durante as sucessivas braadas provoca o movimento docorpo e altera a velocidade ou a direo do movimento.

    Quando o corpo est imvel na gua, temos que vencer a inrciaestacionria, efetuando qualquer trabalho, com braos ou pernas paramovimentar o corpo. Uma vez que este comea, o nadador em forma rtmica e

    contnua procura conservar a continuidade do movimento. Se a aplicao dafora de pouca consistncia, o impulso do corpo para diante no pode ser

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    mantido. E a perda de impulso para frente, chamada "retardamento da inrcia", prejudicial ao nadador, porque passa a requerer energia extra para voltar apr o corpo em seu andamento anterior.

    As braadas, em termos da velocidade, requerem aplicao

    contnua de fora.

    O crawl de frente constitui exemplo de um tipo de movimento debraos de uma natao de competio em que as mos se alternam entre sipara aplicar uma fora contnua. Devem evitar-se pausas no movimento cclicodos braos, porque criam retardamentos de inrcia.

    Alguns movimentos de braos, tais como a braada do nadoelementar de costas, compreendem uma fase de deslizamento que permite. aonadador descansar de cada movimento. Durante esta fase, a impulso dabraada executada conserva o movimento do nadador. Mas se o deslizamento

    se prolonga, o impulso para frente decresce gradualmente e as pernas tendema descer mais. Isto aumenta a resistncia da superfcie do corpo e reduz,portanto, o avano do nadador. No caso das braadas contidas em fase dedeslizamento, o nadador dever comear uma nova, antes de perder o impulsoem frente do corpo.

    7.4 Inrcia e seus Pontos Principais

    Supera-se a inrcia estacionria executando movimentos iniciais de

    brao.Mantm-se a inrcia do movimento e evita-se a volta ao repouso, em

    provas competitivas, executando movimentos contnuos de braos.

    Inicia-se a segunda braada antes que diminua a velocidade domovimento, atravs das braadas que contm uma fase de deslizamento.

    8 PLANOS APLICADOS MECNICA NATATRIA

    Na mecnica natatria temos que considerar trs planos: horizontal,sagital e frontal.

    a) Plano horizontal - para estudar-se as posies do corpo nagua, segundo as adotadas na fase do deslizamento (ventral oudorsal); isto , de extenso horizontal, vamos inicialmente destacareste plano.b) Plano sagital - aquele que corta o plano horizontallongitudinalmente em sua linha mediana.c) Plano frontal - aquele que, por igual, perpendicular aos planoshorizontal e sagital, formando ngulos retos, respectivamente.

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    9 EIXOS

    Os planos, horizontal, sagital e frontal definem trs eixos demovimento: longitudinal (no sentido do deslocamento), transversal (que lhe perpendicular) e perpendicular ou de rotao.

    9.1 Eixo Horizontal ou Longitudinal

    a linha de interseco dos planos horizontal e vertical.Teoricamente, dever coincidir com a linha mdia do corpo paralela superfcie da gua.

    9.2 Eixos Transversais

    So os menores eixos considerados. So os pontos de intersecoentre o plano horizontal e os transversais.

    Em natao consideramos o dimetro biacromial (distncia quesepara os dois acrmios, tambm denominado de dimetro dos ombros) e odimetro bicoxal (linha mdia entre os quadris); outros consideram tambmimportante o eixo ou dimetro bitrocanteriano (linha mdia entre os doistrocanteres maiores).

    9.3 Eixos de Rotao

    Esto representados em cada caso por um s ponto e assimdizemos que o eixo rotativo da parte superior do tronco o ponto deinterseco do eixo ou dimetro biacromial com o eixo longitudinal; e de eixosrotativos da parte inferior do tronco, o ponto de interseco do dimetro bicoxalou o bitrocanteriano, em relao com o eixo longitudinal.

    Durante o deslizamento, deve ser reduzida a rotao do dimetrobiacromial, para evitar-se o atrito, deslocando os ombros para frente e

    bloqueando a cabea, agindo de forma contrria ao recomendvel durante apropulso.

    10 PROPULSO

    A propulso a fora que impulsiona o nadador para frente, frutoda ao dos braos e, algumas vezes, das pernas. E a reao de apoioprovocada pela resistncia que as mos e os ps encontram na gua.

    A propulso baseada na terceira lei de Newton (lei da ao e

    reao). Sabe-se que um nadador nada mais rpido quando utiliza o batimentodas pernas to bem como o dos braos, pois aumenta a propulso e reduz a

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    resistncia. Mas, em altas velocidades, as pernas, segundo Counsilman, nadacontribuem propulso criada pelos braos.

    medida que um nadador aumenta a sua velocidade, aumentatambm a resistncia da gua que fica sob seu corpo, sem quer por seu turno

    aumente a resistncia da gua que fica por cima do nadador.

    Uma propulso contnua torna-se mais eficaz quando impulsiona ocorpo para frente, e por essa razo o crawl de frente torna-se mais rpido doque o borboleta ou nado de peito.

    A mecnica natatria deve permitir ao corpo mover-se para frenteem velocidade to uniforme quanto possvel.

    Na natao devemos evitar o "pra e avana", quanto possvel, poisgrande" parte da fora que empregada para vencer a resistncia da gua se

    perder para vencer a inrcia assim ocasionada. A fora criada pelos braos epernas dever ser empregada para superar o atrito criado pela gua e no serdestinada a pagar o preo da soluo de continuidade em acelerao.

    Torna-se fcil transmitir o impulso defuma parte do corpo a outra.Este princpio se emprega em muitos movimentos que efetuamos dentro e forada gua. A impulso desenvolvida pelo movimento rotatrio dos braos antesque o nadador efetue a sada se transmite ao corpo inteiro auxiliando naobteno de uma maior distncia na sada.

    Este princpio tambm aplicvel na recuperao dos braos nosestilos crawl, borboleta e nado de costas. No nado de costas, os braos, emforma de movimento circular, desenvolvem a impulso. Logo que o brao querecupera entra na gua, h um desenvolvimento de uma impulso no sentidodescendente. Se o brao antes de entrar frenado ou retardado em seumovimento, esta impulso do brao se transmite ao corpo impulsiona a partesuperior do mesmo e a cabea para baixo.

    Nas provas do nado de costas, observamos que a cabea de algunsnadadores ou nadadoras oscilam no plano vertical, evidenciando tal defeito.Para evitar semelhante oscilao, o nadador deve, simplesmente, permitir que

    o brao continue dentro d'gua com a impulso desenvolvida durante arecuperao. A resistncia da gua eliminar a maior parte deste impulso.

    Nos estilos crawl e borboleta, o nadador, ao executar a recuperaodo brao ou braos, antes de entrar na gua, provoca tambm efeitosprejudiciais.

    Em boa tcnica, todas as diferenas plausveis, seja entre as fasesda ao do trem superior ou inferior, seja nos vrios estilos e inclusive em faseidntica do mesmo estilo, devem estar exclusivamente em funo das distintasposies articulares. A fora e a velocidade exeqveis em cada caso so

    modificveis por um estudo tcnico e pelo treinamento, pois nem as condiesdo meio, nem os princpios ou leis fsicas que entram em jogo so mutveis.

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    11 LEI TERICA DO QUADRADO

    A resistncia que um corpo provoca na gua (ou em qualquer fluidoou gs) varia com o quadrado de sua velocidade. Esta lei aplicvel velocidade do nadador e resistncia que oferece a gua. Uma aplicao do

    que acabamos de relembrar verificvel na velocidade do brao, narecuperao, ao entrar na gua.

    Se o nadador coloca seu brao na gua duas vezes mais veloz doque anteriormente, este fato provoca uma resistncia quatro vezes superior aoseu avano. Portanto, uma recuperao precipitada quebrar no s o ritmo,mas ainda aumentar a resistncia ao avano e uma frenagem ao nadador,tornando-o mais vagaroso. Para evitar estes fatos, o nadador no deve retardaros movimentos em demasia, a fim de criar pouca resistncia.

    A velocidade do brao que recupera deve corresponder mais oumenos com a do brao que traciona, difcil, recuperar rapidamente com umbrao e, ao mesmo tempo, tracionar firmemente com outro. Existe um estreitoparalelismo entre a velocidade de trao e a velocidade de recuperao; umfator importante para o ritmo.

    Quando um nadador duplica a velocidade do movimento dos braosna gua, ter de quadruplicar a propulso se empregar a mesma mecnica demovimentos.

    Uma lei fisiolgica diz que a perda de energia de um msculo

    elevada aproximadamente ao cubo da velocidade da contrao desse msculo.Em outras palavras, quando se duplica a velocidade do brao que traciona, oconsumo de energia aumenta oito vezes. Portanto, no momento em que executada a trao do brao de uma forma mais rpida, a propulo aumentada, bem como, de uma forma desproporcionada, a perda de energia eo consumo de oxignio, por esta razo que os nadadores de meio fundo efundo tero que adotar um ritmo de nado mais lento.

    12 ACELERAO

    A acelerao o aumento da velocidade na unidade de tempoempregada, isto : A = VF - Vi/T

    Num corpo em translao, como no caso do corpo do nadador,todas suas partculas possuem a mesma acelerao e, portanto, se so deigual massa, esto submetidas a foras iguais e paralelas, cuja resultantepassa pelo centro de gravidade, tambm chamado, no caso, centro de massa.

    O necessrio e o proporcional aumento da energia liberada estreciprocamente em funo do correspondente aumento do atrito.

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    13 CADNCIA

    Em natao, cadncia o nmero de braadas na unidade dotempo.

    Segundo o tcnico americano James E. Counsilman, so trs osprincpios que demonstram a necessidade de um estudo cuidadoso dacadncia em relao s provas de mdia e longa distncia:

    1 - Um nadador deve evitar um consumo elevado de oxignio noincio da prova. Se por ventura isto ocorrer at uma situao dedbito de oxignio, j no incio da prova haver um decrscimo deeficincia e velocidade.

    No esforo dever ser mantido um equilbrio (fase do steady-state segundo flego) entre a absoro e o consumo de oxignio. Mas, nas provasde velocidade, o nadador poder nadar com dbito.

    2 - A lei terica do quadrado que rege a resistncia do ar e da guae aqui evidente: a resistncia do ar e da gua variamaproximadamente com o quadrado da velocidade. Quando umnadador duplica a velocidade de um metro por segundo a doismetros por segundo, no encontrar meramente duas vezes maisresistncia, seno quatro vezes mais.

    3 - Na contrao muscular, a perda de energia varia com o cubo da

    velocidade de contrao. Portanto, um nadador ao duplicar suavelocidade, tambm tem que contrair seus msculos duas vezesmais depressa, dobrando, quadruplicando ou aumentando oito vezesseu consumo de energia.

    14 RITMO

    Um nadador aprende a ter determinado ritmo, tanto em treinamentocomo tambm em competies. Aprende ainda a ter ritmo na sua forma denadar, associando as causas aos efeitos respectivos.

    As causas representam a soma de esforos que se emprega aonadar determinada distncia; e os efeitos traduzem a velocidade resultante ouo tempo de que se necessita para se cobrir determinada distncia.

    15 COMPORTAMENTO DAS ALAVANCAS HUMANAS NANATAO

    No corpo humano so encontradas alavancas dos trs gneros. Os

    ossos constituem as alavancas humanas e seu ponto de apoio se encontra nasarticulaes. O exerccio da potncia est relacionado com os msculos e o da

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    resistncia est representado por todas as foras que se opem ou dificultamem qualquer grau as aes musculares pretendidas (peso dos segmentoscorporais e demais resistncias, interiores e exteriores).

    Os pontos onde a potncia se exerce so os de insero dos

    msculos no segmento mvel que se movimenta. O sentido de aplicao dasforas componentes da potncia que se quer determinar o que corresponde disposio e orientao do mesmo msculo e de suas fibras. As forascomponentes da resistncia convergem para os pontos onde so exercidas aspresses, manifestando-se nas foras resultantes. Em cada fase as ditasforas resultantes vm impostas, no s pela conjugao dos planos depropulso em relao limitao articular, mas tambm por outrascomponentes, tais como: a flutuabilidade, a inrcia e as massas de guadeslocadas, provenientes das fases anteriores.

    As aes propulsoras do nadador so executadas mediante um

    complicado sistema de alavancas compostas.

    A necessidade de conhecer, determinar e coordenar as forascomponentes de cada movimento para obter sempre as resultantes que maisinteressam e, em conseqncia, os melhores coeficientes propulsores, algoque deve estar sempre em evidncia tanto para o atleta como para o tcnico.

    Em todos os estilos encontramos dois tipos de aes propulsorasbem definidas: a dos membros superiores (braadas) e a dos inferiores(batimentos).

    16 BRAADAS

    So trs as alavancas atuantes em quase todos os estilos, em geraldo terceiro gnero (interpotente). Eventualmente, podem ser quatro (crawlrolado e crawl de costas, estilo Kiefer).

    A primeira alavanca da braada estar, pois, representada sempreque ela opera pela mobilidade do ombro, graas articulao esterno-clavicular e deslocamento da omoplata, alavanca que tem seus pontos de

    apoio na face externa do esterno e na omoplata; a segunda alavanca est nobrao com o seu ponto de apoio na articulao do ombro ou escapulo umeral; aterceira corresponde ao antebrao e seu ponto de apoio o cotovelo; e aquarta alavanca corresponde mo com seu ponto de apoio aplicado nopunho.

    17 BATIMENTOS

    Da mesma forma, em todos os estilos, durante a ao das pernas,atuam umas duas ou trs alavancas, segundo o nado e a fase do mesmo emque se estiver tratando.

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    A primeira alavanca constituda pela coxa em movimento e temseu ponto de apoio na articulao coxo-femural; a segunda, pela perna (entre joelho e tornozelo), tendo seu ponto de apoio no joelho; e a terceira, pelo pque utiliza como ponto de apoio o tornozelo. As duas primeiras alavancaspertencem ao terceiro gnero e a ltima, ao primeiro.

    18 ONDULAO DO TRONCO NO NADO BORBOLETA-GOLFINHO

    Entre os tcnicos de natao, existe divergncia de opinio quantoao nmero de alavancas atuantes nos movimentos ondulantes do tronco, emparte pela maneira diversa de execuo e, por outra, pelo grande nmeroatuante de articulaes e, ainda, pelos pontos de apoio que as diferentesunies vertebrais oferecem.

    Eis as trs teorias mais evidentes:

    1 Uma s alavanca, constituda por todo o tronco com ponto deapoio entre os ombros, a resistncia nas mos e a potncia naspernas e, portanto, alavanca interfixa, de primeiro gnero.

    2 Duas alavancas que agem de forma compensadora: a primeira,na maioria das vezes, representada pelas vrtebras lombares, sacroe quadris, com ponto de apoio nas 11 e 12 vrtebras dorsais; asegunda, formada pela poro da coluna vertebral.compreendida

    entre a dcima primeira vrtebra dorsal e a primeira, segunda outerceira tambm dorsal, abrangendo a cintura escapular, a regiotorcica e superior do abdmen; esta alavanca funcionaaltemadamente sobre os dois pontos de apoio oferecidos por seusextremos.

    3 Toda a coluna vertebral, desde a primeira ou segunda vrtebradorsal e as ltimas lombares, comporta-se como uma srie dealavancas compostas, representadas, cada uma, segundo os casos,por uma vrtebra ou por uma srie de vrtebras.

    Em qualquer das trs situaes sobre o batimento de pernas dogolfinho, outra alavanca ou conjunto de alavancas bem diferenciado atua comas que agem na mecnica do tronco.

    Estas aes ondulantes so o resultado de movimentosascendentes e descendentes da cabea e da poro cervical da colunavertebral.

    Os pontos de apoio das alavancas humanas so mveis nodesenvolvimento de cada nado.

    Em qualquer estilo os conjuntos de alavancas, por meio dos quais sedesenrola toda a mecnica natatria humana e desportiva, no tm funo

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    meramente de transmissores da fora muscular, originando-se geralmente notronco, manifestando-se de forma mais intensa nas extremidades do corpo(mos e ps) e constituindo reas de maior apoio.

    importante que estas extremidades se oponham diretamente s

    turbulncias que servem de apoio e se ajustem, da melhor maneira possvel, sfaces mais amplas e planas de cada poro propulsora e que constituemanatomicamente a alavanca ou o conjunto de alavancas compostas,mencionadas anteriormente e atuantes, ao longo do seu variadocomportamento, durante os ciclos dos estilos.

    Sempre que possvel, devemos evitar os ngulos que possamoferecer resistncia, mas no devemos forar posies que venham a exigirum consumo de energia extra e no sejam compensados mecanicamente e,ainda, venham empobrecer ou diminuir a naturalidade do gesto ou movimentonatatrio, procurando com um mnimo de esforo o mximo de rendimento.

    Certas posies adotadas pelas extremidades so necessrias aoquerermos movimentos circulares nas aes propulsoras, mas isto resultar deprogressivas adaptaes. Portanto, as superfcies de ideal aplicao direta emrelao s turbulncias, em qualquer estilo, so as seguintes:

    18.1 Trabalho dos Braos

    Faces internas dos braos, desde as cavidades axilares e anteriores

    dos antebraos transformadas, em todos os estilos (com exceo do nado decostas), em posteriores e tambm as palmas das mos e as faces anterioresdos dedos.

    18.2 Trabalho das Pernas

    Com exceo do nado de peito, as faces externas e posteriores dosps, segundo as fases ascendentes ou descendentes das coxas e pernas,assim como a superfcie anterior dos ps e sola dos ps. No estilo peito, porexemplo, entram em ao estes fatores: as faces internas das coxas, os

    gmeos, as faces internas dos ps e sola dos ps.

    No podemos deixar de evidenciar que, no nado golfinho, os planosdorsais e ventrais do tronco so as superfcies que, de forma mais ativa,movimentam e agitam as massas de gua, pressionando-as, embora no hajaapoio na turbulncia, e transmitindo-as depois para as coxas, pernas e ps.

    Como a direo em que devero ser produzidas as forasresultantes de todo o gesto propulsivo diretamente oposta progresso, osentido dos batimentos dever ser este e dos planos de trao, sobre ondeatuaro durante a maior parte do tempo com a mxima amplitude e aplicaode potncia.

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    Quanto mais equilibradas e prximas em relao ao plano sagital docorpo sejam as aes, tanto melhor a disposio das alavancas atuantes edo organismo, em geral, para dot-las de um alto grau de potncias. Por essarazo, os movimentos subaquticos do crawl e frente, de costas e golfinhopropiciam maiores coeficientes de propulso, pois os componentes

    desviadores de certos movimentos so desenvolvidos cor-retamente, reduzindoao mnimo aqueles que provocam os efeitos negativos ou os freadores.

    Os movimentos de pernas do tipo crawl e golfinho, bem como asaes do tronco, em especial no ltimo estilo mencionado, deslocam massa degua mediante relaes de obliqidade entre as superfcies do corpo e osplanos que podem ser considerados como ideais de apoio.

    As principais foras componentes, que de maneira mais destacadase conjugam nos movimentos da natao e, principalmente, na desportiva, soas seguintes:

    18.3 Fase da Trao

    Quando comeam as aes propulsoras dos braos, h sempre umainterveno de uma fora componente desviadora no sentido lateral, tambmno sentido ascendente (quando o apoio se realiza num movimento para baixo epara dentro). A ao negativa desta componente no pode ser evitada at seconseguir a fase da empurrada. Na poro mdia de trao, no incio, em vezde evidenciar-se as foras componentes de elevao, e de afundamento, no

    final, dever o nadador flexionar os braos.Assim podemos favorecer o desenvolvimento e o aproveitamento da

    potncia exercida ao aproximar o ponto de mxima resistncia do ponto deapoio e, desta forma, tambm aumentar as superfcies de trao do brao eantebrao e imprimir ao um sentido paralelo e contrrio ao do avano. Nasfases finais dos braos conveniente evitar as elevaes bruscas, porqueprovocam a interveno de uma componente afundadora ou adues muitoevidentes que fazem surgir componentes desviadores laterais, emboracompensadas por movimentos simtricos de ambas as extremidadessuperiores.

    Quando o brao flexionado na trao, torna-se imprescindveldeterminar que o deslocamento obrigatrio do cotovelo para fora sejacompensado pela posio da mo para dentro, e de tal forma que os diferentespontos de resistncia das alavancas se relacionem a um plano equilibrado; oplano perpendicular e o centro de gravidade so necessrios para umaaplicao tima e desenvolvimento da potncia na ao propulsora.

    18.4 Recuperaes

    As recuperaes so os movimentos pelos quais, uma vez finalizadaa ao propulsora, trao e impulso, o nadador volta posio inicial, a fim de

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    retomar novo movimento. Dependendo do estilo em que so efetuadas, podemser fora ou dentro da gua. Com exceo do nado de peito, todas as demaisso fora da gua e a finalidade eliminar os atritos desnecessrios.

    Nas recuperaes fora da gua, o importante liberar o brao e o

    ombro, at a poro torcica correspondente, segundo o estilo, sem procuraralterar o equilbrio e a homogeneidade geral do ritmo do nado. Na fase final darecuperao, no momento do ataque do brao na gua, podemos determinaras fases de entrada deslizamento e ponto de apoio, para que se possa emseguida efetuar a puxada com a maior preciso possvel. Nas recuperaesdentro da gua, principalmente no nado de peito, torna-se difcil determinar ograu de atrito, devido oposio que se apresenta ao avano do trem superiorimerso. No entanto, possvel reduzir este grau-atrito ao mnimo, procurandoagir de maneira contrria como se procede nas aes propulsoras; isto ,agindo no sentido do movimento recuperador, ngulos estreitos em lugar desuperfcies amplas e com arestas. Desta forma, pode atenuar-se o efeito da

    suco provocado pelas turbulncias geradas diante dos braos e que, nomomento da recuperao, so deslocadas para os lados, formandoredemoinhos, alterando a unidade das massas de gua onde o corpo se apiaarrastando o nadador para trs.

    18.5 Batimentos

    As foras resultantes dos diversos movimentos de pernas utilizadosna natao desportiva so a conseqncia de diversas foras componentes,

    segundo o estilo empregado.No crawl de frente ou no nado de costas e golfinho, atuam

    fundamentalmente duas componentes: uma, no sentido oposto ao avano e,outra, perpendicular ao elevar e abaixar as pernas.

    O conjunto de alavancas na ao do batimento das pernas produzcertos movimentos de gua, sob e sobre as pernas, no sentido oposto aodeslocamento e s velocidades crescentes, determinantes de sucessivosapoios sucessivos. Este fator, segundo muitos tcnicos, representa elementoimportante no batimento de pernas.

    O p, pela mobilidade do tornozelo e das presses das massas degua que, alternadamente, se exercem sobre sua planta e devido tambm relao de obliquai idade lateral dos mencionados planos, realiza uma funoparcial de hlice com interveno nas mencionadas foras componentes.

    Para analisar as foras que atuam no movimento de pernas do nadode peito, devemos decomp-lo em trs aes que se somaro num smovimento, a saber: a primeira ao de extenso das pernas. As superfcies,que se apiam na gua para determinar o impulso, so principalmente as facesinternas e posteriores da coxa, interna da perna e lado do p (interno).

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    Embora a segunda alavanca, representada pela perna que formaquase um conjunto com o p ou terceira alavanca, deva iniciar seu trabalhopartindo de uma posio perpendicular em relao ao plano horizontal, preciso lembrar que, no final, ao alcanar este plano e inclusive depois deultrapassa 'o, esta ao pode no ser, em toda a sua extenso, diretamente

    oposta ao avano do nadador.

    No movimento de extenso das pernas atuam uma componente desentido oposto ao deslocamento e outra elevadora, aproximadamente damesma forma em que as mencionadas foras componentes so produzidas nomovimento descendente do batimento do crawl e do golfinho, mas intervindosuperfcies anatmicas distintas e tambm de sentidos relativamente distintos,j que a progressiva separao dos ps, enquanto dura a extenso, determinaum ngulo em relao ao prolongamento posterior do plano sagital, mais oumenos prximo ao plano, mas de menor valor, implicando, desta feita, umaperda de parte da potncia utilizada ao no ser dirigida a extenso, diretamente

    para trs, permite, em compensao, ampliar a ao propulsora nummovimento final de unio das pernas, bem como a ao circular de hlice dosps.

    Esta separao lateral constitui uma ao que possui, pois, outrasduas componentes com relao funo de cada perna: uma, no sentidooposto ao do deslocamento, e outra, de desvio lateral, compensada por igualcomponente da perna contrria.

    A ao propulsora final da pernada tem evidenciado no ser toeficaz como a ao da empurrada, porque as foras determinantes atuam umacontra a outra num sentido quase total de oposio e sem o e efeito propulsorque resulta da compresso, deslocamento e o efeito de reao das massas degua em sentidos nem sempre favorveis ao avano, j que tal deslocamentoproduz tambm efeitos sugadores provocados por redemoinhos. No entanto,h tcnicos que julgam positiva tal ao, pois consideram que aumentam ainrcia da velocidade obtida pela ao propriamente dita ou extenso daspernas.

    19 RESPIRAO DO NADADOR

    No momento em que o homem aprende a nadar, ele resolveeventualmente o trplice problema da flutuao, da respirao e da propulso.

    O problema respiratrio do nadador apresenta vrias dificuldades,que sero superadas progressivamente com o tempo.

    A funo respiratria joga no nadador um duplo papel: umfisiolgico, vinculado atividade corporal; o outro, fsico, especfico da nataoe que contribui para sua flutuao.

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    No , pois, de estranhar que o domnio da respirao seja pontoimportante na aprendizagem da natao e que, dia-a-dia, venha preocupandoprofessores.

    O problema em funo da tcnica

    Segundo o estilo considerado, o problema da respirao focalizadoconforme a posio do nadador (ventral ou dorsal) e da cabea (levantada ousubmersa), em funo da posio do corpo.

    A aprendizagem para o nado de peito se acomoda propulso e flutuao; enquanto que no crawl aparece um terceiro problema, o darespirao chamada aqutica.

    No nado de costas, a posio do corpo na flutuao dorsal e aemergncia quase constante tornam possvel a independncia da respirao

    em relao ao movimento de braos, apesar de a associao dos tempos deinspirao e expirao, relacionada ao ritmo de trabalho propulsivo dos braos,oferecer inegvel vantagem.

    A inspirao se faz durante a emerso de um brao, enquanto ooutro, em sua imerso, executa a fase de impulso ou de "empurrada",colocando em jogo os msculos extensores do antebrao sobre o brao e osramos anteriores do deltide. Os msculos torcicos, motores do brao, tmnesta fase papel assaz reduzido.

    No nado de peito, se quisermos, podemos nadar em competiocom a cabea sempre elevada e a boca constantemente ao nvel da superfcieda gua.

    Podemos tambm levantar a cabea no momento da inspirao acada ciclo de braos ou aps certos nmeros de ciclos de brao. Assimrespirava o grande nadador americano e recordista mundial Chet Jastrenski.

    At h alguns anos empregava-se a respirao na abertura dosbraos, mas, com isto, a caixa torcica oferecia enorme resistncia ao avanodo nadador. Atualmente, a respirao se faz aps a ao propulsora dos

    braos, durante a qual os msculos motores do brao tomam seu ponto fixosobre a caixa torcica.

    No golfinho, a inspirao efetuada na fase final da empurrada e aexpirao, na fase aqutica. Nas provas de 100 metros o nadador efetuabloqueios respiratrios. Nas provas de 200 metros efetua, a cada ciclo debrao, um movimento respiratrio.

    No crawl a tcnica respiratria efetua-se no movimento alternado,dos braos (posio ventral do corpo, com a cabea submersa).

    O tempo de inspirao d-se na fase area do brao, do lado emque a cabea gira.

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    Distinguimos dois tipos de respirao: a normal e a atrasada. Nosbons nadadores a cabea permanece como eixo, sendo a rotao efetuada demaneira brusca, mas verificamos formas d inatas nos nadadores de velocidadee fundistas.

    Apesar dos diversos estilos de natao, a respirao dos nadadoresno deixa de ter alguns pontos comuns por imposies mecnicas oufisiolgicas.

    20 FISIOLOGIA DA RESPIRAO AQUTICA

    Em natao, uma boa posio sobre a gua permite a melhorutilizao das aes motoras. Nos estilos de frente, esta posio tal que acabea, em grande parte submersa, deve levantar-se e girar para tornarpossvel a inspirao.

    Os movimentos da cabea, assim como os da respirao, estonecessariamente ligados aos movimentos dos braos, segundo uma certacoordenao.

    De harmonia com estudos efetuados por Demeny sobre o esforo erelacionados com a tenso arterial, os esforos ou bloqueios repetidos alterama respirao, produzindo a fadiga cardaca. A respirao contnua evita esteinconveniente.

    Como dissemos anteriormente, os nadadores de golfinho nas provasde 100 ou de 200 metros tm formas distintas para respirar. Deste modo, adistncia e a potncia solicitadas permitem uma fase de equilbrio entre anecessidade e o consumo de oxignio; portanto, o nadador de fundo e onadador de velocidade tero formas fisiologicamente distintas de respirar.

    21 ASPECTOS FSICOS DA RESPIRAO

    O valor da capacidade vital do nadador joga um importante papelsobre sua flutuao, mas a noo de densidade mdia uma considerao

    que devemos ter em conta.

    Sabemos que a fase respiratria do nadador se situa na zona dereserva inspiratria ou na de reserva expiratria, e em vista disso o nadador vvariar seu volume em vrios 'tros e, em consequncia, seu "empuxo" emvrios quilos.

    Uma posio naturalmente alta sobre a gua favorece a propulsoaqutica. Isto devido ao fato de se ter uma caixa torcica bem cheia, mas osfatores favorveis para uma boa flutuao so mecnica ou fisiologicamentedesfavorveis propulso.

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    Entre a inspirao e a expirao, alguns nadadores, seja conscienteou inconscientemente, marcam um tempo de apnia em bloqueio inspiratrio.

    22 EXPIRAOA expirao exige nas condies habituais mais tempo que a

    inspirao, pois nesta se trata de um movimento passivo. Em natao, pareceser aconselhvel conservar um ritmo semelhante, ainda que, para vencer apresso no desprezvel da "coluna d'gua" que separa o nvel da boca do dasuperfcie da gua, a expirao deva tomar o carter de um motivo ativovoluntrio. O nadador controla com efeito a durao e a intensidade de suaexpirao. Esta se faz quase que exclusivamente pela boca, mas inicia-se pelonariz.

    Alguns tcnicos de natao pensaram que a excepcional capacidadevital dos nadadores poderia ser atribuda em parte a esta resistncia que eranecessria compensar permanentemente e vencer na expirao.

    23 INSPIRAO

    De todos os desportistas, o nadador de competio (especialmenteo velocista) certamente o que tem um tempo de inspirao mais curto.

    Vinculado ao ciclo do movimento de brao, a inspirao paradoxalmente tanto mais curta quanto maior for a velocidade do nadador e anecessidade de oxignio, a mais importante.

    A utilizao de uma "via de passagem" que permite uma quantidadede a mxima se impe imperiosamente durante a totalidade da durao dafase determinada pela cadncia do nado: a respirao do nadador bucal e tecnicamente falso querer expirar e inspirar durante a emergncia das viasrespiratrias. O nadador dispe de alguns dcimos de segundos para "ingerir"vrios litros de ar.

    Rapidez e amplitude so geralmente termos opostos. Veremos quepela extrema brevidade de tempo de inspirao, os nadadores no respiramcom a mxima amplitude, por esta razo no experimentam o melhorcoeficiente de ventilao pulmonar. Relao entre o volume de ar que serenova com o volume de ar expirado. Embora o tempo inspiratrio sejaparticularmente breve e intenso, se converte num tempo ativo e commovimento de expirao voluntrio.

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    24 TEMPO DE APNIA

    Os msculos motores do brao so pe ri torcicos. Para obter umacerta potncia, a caixa torcica deve oferecer um ponto de apoio slido a umadas extremidades dos msculos motores do brao, o que se realiza no bloqueio

    do esforo.

    Alguns nadadores como, por exemplo, os velocistas podem tiraralguma vantagem com relao ao bloqueio torcico na obteno de ummximo da potncia. E, deste modo, diminuem o nmero de inspiraes naprimeira parte da prova.

    Em resumo: a respirao do nadador essencialmente bucal eacessoriamente nasal. O mecanismo fisiolgico habitual se encontramodificado; a fase da expirao passiva se converte num tempo ativo,voluntrio, prolongado; a fase de inspirao se torna particularmente breve eintensa.

    A adio eventual de um tempo de apnia em bloqueio respiratrio,suscetvel de conduzir um aumento da potncia motora dos braos, acompanhada certamente de uma fadiga cardaca suplementar.

    A regulao nervosa de mecanismo respiratrio no se faz segundoum automatismo inato, sem passar durante o perodo de aprendizagem por umestado de regulao voluntria, antes de converter-se, no campeo, numautomatismo adquirido.

    Estes problemas, em sua grande maioria, no passamdespercebidos ao tcnico, em qualquer situao. Por isso, necessriorespirar bem, flutuar bem e utilizar a potncia mxima do nadador.

    25 PEDAGOGIA DA RESPIRAO

    justamente na fase da aprendizagem que as falhas sucessivasdevem ser sanadas pelo tcnico ou professor.

    Mas importante dedicar muito, muito tempo mesmo s correesdurante a aprendizagem dos exerccios elementares; so indispensveis asrepeties das sries dos exerccios, com a finalidade de adquirir a cadncia eos ritmos respiratrios.

    No ensino da natao o estudo da respirao no deve constituircaptulo parte. Em todo o programa de iniciao devemos encontrar umahbil dose de exerccios de flutuao, respirao e propulso, sem a qual oestudo seria certamente enfadonho.

    Todo o cuidado e a ateno dados na fase da aprendizagempropriamente dita ainda sero poucos.

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    26 PRINCPIOS FUNDAMENTAIS DA APRENDIZAGEM

    A aprendizagem da natao caracteriza-se por uma variedade depossibilidades de movimentao na gua. Devido s vrias mudanasexistentes da posio do corpo na gua, a aprendizagem da habilidade tcnico-

    motora da natao apresenta diferenas fundamentais em relao movimentao diria do ser humano.

    O aprendizado, segundo Aebli (1971), a soma de todas asexperincias, reflexes e exerccios que se modificam em cada processo deaprendizagem.

    No aprendizado motor, a experincia, que o antecede, surge de umcampo de ao e revela-se positiva. Por exemplo, numa tcnica natatria, elatambm positiva, da mesma forma, em procedimentos de movimentaoafins, proporcionando modificaes no processo da movimentao.

    A motricidade o total de todas as possibilidades de movimento dohomem. As possibilidades do sistema neuromuscular delimitam a capacidademotora de rendimento. A motricidade individual depende da constituio fsica,do sexo, do tipo: imorfolgico, da idade, do temperamento e da velocidade dereao.

    No mbito da motricidade desportiva e da motricidade comum, oaprendizado de novos movimentos primeiramente ser processado de formarudimentar. A mesma forma rudimentar cor responde estrutura bsica do

    movimento ordenado do ponto de vista tcnico-mecnico, sendo, no entanto,incompletas na qualidade do movimento e na quantidade de rendimento.

    Embora o movimento rudimentar seja inicialmente impreciso,apresenta gasto suprfluo de energia no trabalho executado. No h, ainda,equilbrio entre os processos de excitao e de inibio realizados a nvelcortical.

    Na aquisio da forma rudimentar, de suma importncia aaprendizagem do movimento que leva coordenao ou, em outras palavras,os movimentos parciais natatrios so inicialmente coordenados num

    movimento total, sem respirao, antes de serem trabalhados.

    Por intermdio de insistente correo, o movimento rudimentaraperfeioa-se e vai firmando-se na segunda fase da aprendizagem motora.

    Com a repetio em treinamentos de pequenos percursos, omovimento assimilado transforma-se em movimento mais correto. Desta forma,vamos conseguindo o mximo de rendimento com um mnimo de esforo.

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    27 IDADE FAVORVEL PARA O APRENDIZADO

    A capacidade de aprender as habilidades tcnico-motoras bastante influenciada pelo estado de desenvolvimento fsico do aluno.

    A acelerao ou retardamento da aprendizagem depende daconstituio do grupo de alunos, conforme suas capacidades de rendimento ea experincia adquirida anteriormente.

    As passagens para novos perodos de desenvolvimento noorganismo infantil ocorrem normalmente.

    Na idade dos 10 aos 13 anos, a criana atinge o seu pontoculminante em termos de desenvolvimento motor, pois a harmonia e a utilidadeda motricidade geral caracterizam-se adequadamente nesta idade.

    Os movimentos so equilibrados, com ntida transferncia demovimentos, apresentam-se bem caracterizados e se processamdinamicamente.

    Neste perodo, a criana pode ser conduzida pelo caminho damelhor movimentao tcnica, pois deve ter aprendido os processos motoresem sua coordenao rudimentar e em suas linhas bsicas. Os seusmovimentos parciais j correspondem s melhores tcnicas atuais.

    Em princpio, aprende-se a nadar em qualquer idade. Diferenas

    ocorrero em termos de qualidade dos movimentos relacionados com a idade ecom a formao fsica.

    De acordo com Hollmann, aos oito anos poder haver uma diferenaentre a idade cronolgica e a biolgica de at trs anos. Portanto, possvelformar grupos de aprendizagem com alunos contando sete, oito e nove anos.

    28 SISTEMA DE ENSINO

    Das trs fases do aprendizado motor resultam trs etapas do

    sistema de ensino. Cada etapa da metodologia tem a correspondente fase deaprendizado dos movimentos.

    O processo de ensino pode ser selecionado dedutivamente,utilizando-se o aprendizado estruturado em programas. Estabelece-se a metados movimentos e procura-se chegar ao objetivo final desejado, medianteetapas pequenas e exatas. O aluno sentir-se- orientado em todas as fases doprocesso de aprendizado pelas leis dos movimentos: ele somente imita.Demonstrando e imitando, o processo enriquecido por informao verbal eaudiovisual.

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    Por processo indutivo o aluno passa para o plano da experincia.Aprende a partir do erro, colhendo experincias, de que se conscientizaimediatamente.

    Apoiado em apresentaes verbais e audiovisuais, o sistema

    indutivo oportuniza ao aluno larga margem de experincias.

    A metodologia tenta facilitar o processo de aprendizado com:

    a) recursos;b) forma rudimentar de um movimento;c) parcelamento funcional das metas do aprendizado.

    29 RECURSOS PARA O ENSINO E A APRENDIZAGEM

    So as providncias que o professor utiliza durante as aulas parainki&r o processo de ensino, a fim de facilitar e apressar a aquisio de novasformas de comportamento.

    Os auxlios mais utilizados no aprendizado so: educativos, corre-co de movimentos, duplas, formas de jogo e exerccio. Alguns elementosmateriais para auxiliar a flutuao tambm so utilizados, mas soconsiderados os "apndices psicolgicos" do aprendiz.

    30 FORMAS DE ORGANIZAO DO ENSINOSo todos os casos que dizem respeito forma externa da unidade

    de ensino e da aprendizagem. Este conceito no encerra formas fixas deordem, pois os alunos podem trabalhar em grupos independentemente dosentido pedaggico e tambm formar comportamentos sociais.

    Outro aspecto, que nos interessa, a organizao que nos ajuda arealizar o aprendizado de forma parcelada. Nas estruturas formaispreestabelecidas desenvolvem-se relaes humanas informais que levam,espontaneamente e no planejadamente, a um comportamento efetivo.

    As formas de organizao preenchem, pois, tarefas didtico-pedaggicas (comportamento social, independncia, motivao como meta doaprendizado, planejamento do ensino).

    31 APRENDIZAGEM DA NATAO

    A aprendizagem da natao compreende trs objetivos:1. adaptao ao meio lquido e seu domnio. Idade propcia: primeira

    srie escolar ou mesmo antes;

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    de movimentos e experincias que sobrepujem as reaes psquicas como, porexemplo, o medo.

    Como a tarefa imposta visa proporcionar experincias, deve-seevitar o uso de aparelhos flutuantes no ensino aos iniciantes. Seu uso pouca

    vantagem posteriormente trar.

    No segundo objetivo do aprendizado considera-se adequado o usode aparelhos auxiliares dos movimentos e da correo.

    34 OBJETIVOS PARCIAIS DO PRIMEIRO OBJETIVO DAAPRENDIZAGEM

    1. Imerso, como expresso de boa adaptao gua e sua

    segurana.Imerso de olhos abertos e orientao do nadador. Parte da escolha

    dos exerccios ser orientada ao domnio dos reflexos do fechamento dasplpebras e da posio da cabea.

    2. Expirao. A expirao na gua acompanha tanto a imerso comoas fases subseqentes do aprendizado. A expirao para vencer apresso da gua facilitada pela imerso, a fim de apanhar objetose preparar a posterior respirao alternada na locomoo na guacom o auxlio das tcnicas natatrias.

    3. Imerso provocada. Salto de p, nvel da gua na altura dosquadris ou do peito. Esta forma de entrar na gua est intimamenteligada imerso total, exigindo consequentemente o aprendizado daorientao subaqutica e este complementar-se- com aaprendizagem da imerso.

    Para dar continuidade s etapas subseqentes devem ser efetuadostestes para verificar o aproveitamento dos alunos.

    4. Flutuao. O empuxo do corpo para a flutuao resulta

    forosamente dos exerccios de imerso, quando a expirao no foiefetuada durante a mesma. Os pulmes cheios de ar impedem adescida completa para o fundo. Atravs dessa experincia,conscientiza-se o aluno a manter o corpo prximo da superfcie dagua sem tocar o fundo da piscina (empuxo esttico). Depois daexecuo dos exerccios de flutuao de costas, procurando atingircomo objetivo final da flutuao: a rolha, a tartaruga, a flexa decbitoventral e dorsal.

    5. Deslizamento ou impulso como o peixe na gua, resultanaturalmente da capacidade de nadar estaticamente.

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    Ao mero empuxo segue a total extenso do corpo com o rosto nagua e um s impulso de sada que inicialmente auxilia o aluno a deslocar-se.Formas de execuo: impulso da posio de p do fundo da piscina; impulsocom um ou dois ps na parede depois de profunda inspirao e com o rosto nagua.

    Os deslocamentos de trs metros no mnimo so importantes pr-requisitos para a etapa seguinte que abordada na movimentao.

    35 ORGANIZAO DIDTICA PARA O ENSINO DA NATAO

    a) Local de aula e treinamento

    Piscina com profundidade de 0,30m a 1,30m. Temperatura da gua:27C. Em piscinas cobertas, a temperatura ambiente dever estar a dois grausacima da temperatura da gua da piscina. Equipamento para treinamento.Evitar outros grupos presentes no mesmo local de aula.

    b) Grupo de alunos

    Ideal: no mximo de 15 alunos e no mnimo de 4 a 6, para que hajapossibilidade de jogos em grupo. Procurar diferenciar os grupos conforme acapacidade de rendimento e experincia anterior.

    c) Tempo de aprendizagem

    A periodicidade mais favorvel de trs a cinco vezes por semana,com 45 minutos de aula para cada unidade.

    d) Aparelhos de treinamento

    Utilizados como elementos coadjuvantes, bem como auxlio demovimentos e de correo. No se deve utilizar aparelhos para auxiliar oempuxo.

    Outro elemento auxiliar o audiovisual, que poder melhorar a

    concepo do movimento.

    36 PRIMEIRO ESTILO A SER ENSINADO

    Se partimos para um rpido rendimento de resistncia e do nado desalvamento (auto-salvamento e de outros), deve-se, ento, decidir pelo nadode peito. Contudo, este precisa ser seguido de um segundo estilo, mas deforma rudimentar.

    O nado de crawl, exemplo tpico do aprendizado, d compreensodas possibilidades de deslocamento na gua.

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    Este se apresenta como primeiro estilo de natao a ser ensinado,pois, como comparativo analtico-motor, pode valer como exemplo para oaprendizado dos estilos de nado. Pode servir explanao mecnica fisiolgicae biomecnica, no que se refere aos objetivos funcionais da aula.

    Na comparao analtico-motora, reconhece-se claramente afinidadede movimentos com o nado crawl de costas (alternncia do processo-movimento, movimento das pernas, coordenao do movimento global) e onado borboleta golfinho (amostra espacial do movimento de braos e pernas);a alternao de movimentos conduz a uma propulso. Com a transferncia domovimento do corpo para as pernas, a coordenao do movimento do corpocom as pernas e a coordenao do movimento global relativamente facilitada.A atividade dos msculos principais de impulso se processa numa trocafisiolgica favorvel de contrao e relaxamento.

    A rpida experincia natatria, favorecida pelo rendimento loco-

    motor havido anteriormente, apia o processo do aprendizado, do ponto devista da motivao.

    Finalmente, os movimentos prximos do corpo (na periferia) facilitama constatao e o controle do desenrolar dos movimentos atravs dos quais acorreo se aperfeioa e se simplifica. Assim, no processo motor doaprendizado, o crawl notvel ponto de partida para se efetuar umaaprendizagem consciente dos outros estilos.

    Segundo objetivo da aprendizagem: o aprendizado dos estilos.Assunto: crawl.

    Consideraes bsicas

    1. Tcnicas de movimentos comprovadas mecnica e biomecanicamente.2. Consideraes bsicas biolgicas.3. Consideraes bsicas psicossociolgicas.

    37 OBJETIVOS OPERACIONALIZADOS

    1. Domnio consciente das caractersticas fsicas da gua e aprendizagempartindo do reconhecimento de um comportamento para um:

    a) bloqueio consciente da respirao, auxiliado pelo empuxo. Fazparte do que foi dito sobre a expirao e inspirao rtmicas, bemcomo o bloqueio respiratrio coordenado com o movimento debraos;b) comportamento do corpo, evitando resistncias desnecessriasna direo do nado;c) comportamento dirigido dos movimentos, levando em conta as leisfsicas na obteno de uma tcnica eficaz de movimentos de

    propulso.

  • 8/6/2019 A Natao na Sua Expresso Psicomotriz - Jayme Werner dos Reis

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    2. Utilizao anatomofuncional das extremidades (estendendo-se ao campobiomecnico; por exemplo, lei das alavancas).

    3. Modo econmico de proceder do ponto de v