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A navegação consulta e descarregamento dos títulos inseridos nas Bibliotecas Digitais UC Digitalis, UC Pombalina e UC Impactum, pressupõem a aceitação plena e sem reservas dos Termos e Condições de Uso destas Bibliotecas Digitais, disponíveis em https://digitalis.uc.pt/pt-pt/termos. Conforme exposto nos referidos Termos e Condições de Uso, o descarregamento de títulos de acesso restrito requer uma licença válida de autorização devendo o utilizador aceder ao(s) documento(s) a partir de um endereço de IP da instituição detentora da supramencionada licença. Ao utilizador é apenas permitido o descarregamento para uso pessoal, pelo que o emprego do(s) título(s) descarregado(s) para outro fim, designadamente comercial, carece de autorização do respetivo autor ou editor da obra. Na medida em que todas as obras da UC Digitalis se encontram protegidas pelo Código do Direito de Autor e Direitos Conexos e demais legislação aplicável, toda a cópia, parcial ou total, deste documento, nos casos em que é legalmente admitida, deverá conter ou fazer-se acompanhar por este aviso. Memória descritiva Autor(es): CEARQ Publicado por: Editorial do Departamento de Arquitectura URL persistente: http://hdl.handle.net/10316.2/37903 Accessed : 2-Oct-2018 23:33:15 digitalis.uc.pt impactum.uc.pt

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Memória descritiva

Autor(es): CEARQ

Publicado por: Editorial do Departamento de Arquitectura

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PLANOS SALVAGUARDA VILA REAL DE sra ANTÓNIO NÚCLEO POMBALINO

PROJECTO URBANO COIMBRA PÓLO Ili E HOSPITAIS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA

Paulo Ormindo Azevedo 1 Nuno Portas 1 Donatella Calabi 1 Horta Correia Renata Araújo 1 !Fernando M'ello Franco 1 PbiHipe Glayre

SETEMBRO 2005 •wze•:+:

ecoJ.9

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PRO..JECTO URBANO. COIMBRA

/

MEMORIA DESCRITIVA

CONTEXTO

As transformações urbanas de Celas

O espaço urbano de Celas, hoje absorvido pela cidade de Coimbra, tem a sua origem no Burgo de Celas, núcleo urbano que se desenvolveu a partir do mosteiro com o mesmo nome, fundado em 1213. Dos tempos mais remotos restam algumas das estruturas presentes no claustro. O Mosteiro de Santa Maria de Celas foi alvo de grandes intervenções, no século XVI, nas quais intervieram, entre outros, João Português, Gaspar Fernandes, Nicolau Chanterene e João de Ruão(1). No inicio do século XVII e em meados do século XVIII foi ampliado e sofreu reformulações significativas, que lhe foram dando a conformação actual.

O Burgo de Celas correspondia a uma interessante estrutura urbana, apoiada por um sistema de base cruciforme formado pelas actuais Ruas das Parreiras e de Manso Preto, num dos eixos, e Bernardo de Albuquerque, no outro. Esta estrutura, curiosamente interior à cerca do Mosteiro, suportava ainda ramificações que correspondem, grosso modo, às actuais ruas Gomes Freire, da Barbeira e Beco das Lapas. Nunca este traçado foi entendido como um bem patrimonial de s ignificado relevante, tendo sido, ao longo da história mais recente, sistematicamente devassado por intervenções "urbanas" de sensibi l idade muito duvidosa, quer ao longo da Rua Bernardo de Albuquerque, quer no próprio Largo do Mosteiro. Por um lado, os alargamentos sucessivos das vias e as demolições que lhes est ão associadas, por outro lado, a entrada em cena de uma

outra rede viêria, definida pelos acessos às circulares e aos HUC. que virão a assolar o Mosteiro de Celas pelas traseiras, ou "pelas costas", alterando por completo o significado e a escala do Burgo.

A via que liga o Mosteiro ao centro de Coimbra e a Santo António dos Olivais, a actual Rua Bernardo de Albuquerque, foi o principal eixo de desenvolvimento urbano até ao século XX. A Avenida Dr. Bissaia Barreto permitiu expandir a cidade para Norte, até ao Penedo da Meditação, através de um loteamento para habitação unifamiliar e colectiva e de um conjunto de equipamentos ligados à saúde. Nesta avenida serão instalados, na década de 30, o Sanatório de Celas (actual Hospital Pediêtrico, instalado sobre dependências do velho Mosteiro de Celas) e o Manicómio de Sena (actual Hospital de Celas), posteriormente, a escola de Enfermagem e, mais recentemente, o Bloco Central dos HUC e o IPO. Na década de 40, a avenida acolheu também o Bairro de Celas, para receber os desalojados da Alta de Coimbra, aquando das obras da Nova Cidade Universitêria. Iniciada nos anos 50, a urbanização de Montes Claros vem, jê na década de 70, a ligar-se à Cruz de Celas, através da Avenida Calouste Gulbenkian. alterando definitivamente a escala deste núcleo urbano, através dos grandes edifícios de habitação colect iva e dos centros comerciais.

Na década de 80, é aberta a Alameda Dr. Armando Gonçalves, onde se viriam a localizar o Hotel Meliê e uma escola se­cundêria.

CEARQ

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Hospital de Celas

Os Pavilhões Hospitalares de Celas, antigo Manicómio de Sena, inicialmente projectados em 1917 pelo arquitecto Leonel Gaio, terão sido construídos entre 1921 e 1942 numa área de expansão da cidade centrada no burgo de Celas.

O Hospital articula diversos pavilhões (enfermarias) através de uma alameda central integrando, assim, os principias higienistas (salubridade, ventilação e Iluminação dos edifícios) numa clara referência ao modelo pavilhonar introduzido em Coimbra na segunda metade do século XIX pelo médico António Augusto Costa Simões. Administrador dos hospitais entre 1870 e 1886, desenvolveu diversos estudos sobre as construções hospitalares que se traduziram em projectos e pareceres para todos os hospitais que se construiram em Portugal no final do século XIX. Costa Simões consolidou o seu saber na área das construções hospitalares através do estudo dos exemplos internacionais, sobretudo do novo modelo pavilhonar, como o de Lariboisiêre (arquitecto Gauthier, 1839-1854), o Free Hospital de Boston (divulgado por Sarazin em 1873), ou o de Montpellier121. O modelo pavilhonar serviu de referência para as propostas que apresenta para um "Novo Hospital de Coimbra", a construir na Cu meada, para a refor­mulação do Colégio das Artes e depois para os hospitais de todo o país com o projecto tipo para os hospitais municipais e distritais (1874).

A consistência do seu trabalho veio ainda a repercutir-se no antigo Manicómio de Sena, onde a planta geral, a planta dos edifícios e os alçados, se aproximam com rigor dos modelos

Plante de Colas (Arquivo HUC)

MEMÓRIA F'ROJECTO UR BA NO . DESCRITIVA C OIMBRA

Maqueta dos HUC (Arquitectura, ano Ili,

41 série, 143. Setombro 1981)

desenvolvidos e divulgados por Costa Simões. A sua influência está ainda presente no Hospital Asilo Colónia Agrlcola (Hospital Psiquiátrico Sobral Cid) construido em Coimbra, na Conraria, em 1936, pela mão de Bissaia Barreto com um projecto do arquitecto Luls Benavente (1933-36).

Seguindo ainda as exigências de economia e simplicidade que devem reger os equipamentos hospitalares, o conjunto dos edifícios de Celas tem ainda hoje uma grande flexibilidade apesar de estar muito massacrado pelas sucessivas ampliações e adaptações a que tem sido sujeito.

Bloco Central dos HUC

O Hospital Central de Coimbra tem origem num concurso público de concepção, projecto e construção para dois hospitais - o Hospital Escolar de Coimbra e o Hospital Ocidental de Lisboa. Em Fevereiro de 1974 são adjudicados os dois hospitais ao consórcio TOHC (Teixeira Duarte, OPCA e HUARTE). A obra inicia-se em 1980 com um projecto do arquitecto Fernando Flores(3).

o projecto adepta o modelo dos hospitais verticais desenvol­vendo uma solução em cruz com a orientação N-S e E-W num terreno com 115 OOOm2.

O edifício implanta-se no centro do terreno, não estabelecendo qualquer tipo de articulação com a cidade envolvente. No entanto, criam-se cinco plataformas para vencer o desnivel do terreno, o que permite organizar diversas entradas de acesso a diferentes áreas do programa.

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PLANOS if@•l ... "'flll

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PRO.JECTO URBANO. ME MÓRIA COIMBRA DESCRITI VA

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O modelo vertical organiza o ediflcio a partir de um conjunto de elevadores colocados no centro da cruz, rentabilizando as deslocações.

As três valências deste hospital - Assistência, Docência e Investigação - e a sua complexidade programática obrigaram a desenvolver uma solução mista através de ediflcios au­tônomos para algumas funções - auditório ou incineradora.

Pólo das Ciências da Saúde da Universidade de Coimbra

O Pólo Ili nasce da tentativa de descentralizar os ediflcios da Universidade através de pólos temáticos (das ciências e da saúde) em diversos pontos da cidade.

A bomba de gasolina, localizada à entrada do pólo, deverá ser deslocada, assim como a moradia.

O pólo da Saúde agrupa a Medicina, nas diversas vertentes, e a Farmácia sendo a sua localização determinada pela proximidade com o Hospital da Universidade de Coimbra.

O Plano, da responsabilidade do arquitecto Rebelo de Andrade, contempla a organização da Faculdade de Medicina em quatro sub-unidades, da Farmácia, dos centros de investigação (como o IBILI), de uma Biblioteca, de uma Unidade Central, uma cantina e uma residência.

Numa topografia exigente, o plano distribui os volumosos ediflcios ao longo de uma alameda central sem resolver a sua articulação com a cidade envolvente, nomeadamente com o hospital e com a encosta. ~ um plano voltado para dentro do seu próprio e exclusivo programa.

Bairro de Ceies, Escola de Enfermagam em Construcção, Hospital de Ceies (Arquivo FAP. Allpo Jorge/Argumentum)

Neste momento, está construido o ediflcio do IBILI e estão em execução as terraplanagens para que se possa proceder à construção dos restantes ediflcios.

Os acessos rodoviários deverão passar a realizar-se preferen­cialmente pela circular interna, no topo Norte.

Hospital Pediátrico

o novo Hospital Pediátrico será implantado entre a circular externa e a circular interna da cidade, nas traseiras do Bloco Central para substituir as instalações actuais.

Com um projecto do arquitecto Tomás Taveira, o novo Pediátrico vai também ser o elemento de articulação com a circular em construção no Vale de Coselhas e a sua localização poderá, e deverá, permitir estender a linha de metro ligeiro de superticie.

Bairro de Celas

O bairro de Celas tem a sua origem no processo de destruição­construção da Alta de Coimbra. A construção da Nova Cidade Universitãria implicou, no início da década de 40, a demolição de uma ãrea significativa da cidade alta de Coimbra. Perante esta decisão, o Estado Novo mandou construir bairros sociais para alojar os desalojados. O bairro de Celas, tal como o Norton de Matos e a Cumeada embora de standard habitacional inferior, adoptou a tipologia da moradia unifamiliar.

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ÁREA DE INTERVENÇÃO

Localização

Maquete Gerei (Cearq)

A Intervenção contempla as éreas correspondentes ao Hospital Universitério de Coimbra, ao Pólo Ili da Universidade e ao Hospital de Celas, tendo como objectivo uma redistribuição programética, a criação de um plano de expansão das instalações, a redefinição dos acessos e estacionamento e a Introdução da linha do metropolitano ligeiro de superfície.

Os primeiros dois equipamentos são contíguos e funcionalmente complementares, embora o desenvolvimento dos seus espaços se tenha vindo a fazer com base em estratégias independentes, sem uma visão de conjunto capaz de gerar um tecido urbano consolidado que estabeleça relações de continuidade entre os equipamentos e entre estes e a cidade.

A sua localização limítrofe é definida a norte pela circular interna. Os limites a sul e poente são definidos pela avenida Costa Simões, e a nascente pela avenida Bissaia Barreto. O Hospital de Celas apresenta uma tipologia pavilhonar que se desenvolve num lote murado de dimensões consideréveis. Inserido numa malha urbana consolidada, encontra-se separado do Hospital Universitério pela avenida Bissaia Barreto, a poente, da qual resultam alguns problemas de funcionamento hospitalar. A norte, confronta com um bairro residencial e a sul, com um conjunto de equipamentos de saúde e ensino. O limite poente é definido pelo prolongamento da circular interna, muito embora este troço atravesse uma érea urbanizada, apresentando um perfi l mais citadino que altera o carécter de via de alta capacidade de tréfego.

MEMÓRil'I PRO.JECTO URBl'INO. OESCRITIVl'I COIMBRl'I

Acesslbllldade

Os acessos principais ao Hospital Universitério e ao Pólo Ili são feitos a sul, através da Avenida Costa Simões e Alameda Armando Gonçalves. Existe um acesso secundério ao Hospital a nascente, através da Avenida Bissaia Barreto. Foram abertos recentemente dois acessos a norte. através da circular interna, um para o Hospital e outro para o Pólo Ili.

o acesso ao Hospital de Celas é feito pela Avenida Bissaia Barreto.

Os principais acessos encontram·se sub dimensionados para o tréfego actual, prevendo-se que se tornem inoperantes a curto prazo, caso não haja uma estratégia de intervenção assente numa visão alargada da mobilidade urbana, quer no que respeita à gestão das acessibilidades e espaços de estacionamento, quer à implementação de transportes públicos eficazes.

PROGRAMA

O programa definido pela direcção do hospital e a introdução da linha do metropolitano de superfície obrigam a um entendi· menta alargado das implicações urbanas de equipamentos desta dimensão e natureza. O programa responde, assim, a distintas escalas de intervenção, desde a reformulação dos acessos e gestão das éreas de estacionamento, aos edifícios que respondem às exigências programéticas mais específicas.

Novos equipamentos hospitalares

A direcção dos Hospitais Universitérios pretende levar a cabo a criação de alguns programas inexistentes de forma a complementar os serviços de saúde que oferece à população e aos seus funcionérios. Assim, definiu dois projectos:

Ili

PLANOS ifLT..IL-t#!i

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PRO..JECTO URBANO. MEMÓRIA COIMBRA DESCRITIVA

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1 .Projecto Imobiliário • Cidade Hospital constituido pelas seguintes valências:

a) Hotel Residencial (Hospitel) · Equipamento hoteleiro asso· ciado ao hospital por forma a dar apoio a familiares de pacientes e a pacientes em tratamentos prolongados que não necessitem de internamento.

b) Edifício Complementar (Área de Restauração)

c) Edlficio de Apoio (Área Comercial e de Serviços; Área de Equipamentos· Lazer, Clube Vida, Apoio à Infância e 31 Idade)

e) Estacionamento para funcionários e para utentes.

2.Hospital de Dia, com uma unidade de ambulatório.

Gestão urbana

A criação do metropolitano ligeiro de superfície vem gerar oportunidades de reformulação do tráfego urbano em toda a cidade, especialmente na área em causa, dado o seu carácter de pólo centralizador. Assim deverão ser equacionados os seguintes equipamentos:

a) Integração da linha de metropolitano e respectivas estações.

b) Área Intermodal, estabelecendo a ligação entre o metropo­litano e o sistema de transportes públicos viários.

c) Redefinição dos espaços públicos de forma a promover e facilitar as ligações pedonais entre os diversos edificios do hospital e do pólo universitário, gerando uma continuidade espacial capaz de gerar um tecido urbano consol idado e qualificado.

Mequota da zona de expansão (CearQ)

d) Redefinição dos acessos viários principais, reforçando os acessos desde as vias com maior capacidade de tráfego e eliminando as possibilidades de atravessamento.

e) Redefinição da localização e dimensão das áreas de estacionamento, de acordo com a redefinição dos acessos e com os novos sistemas de transportes públicos.

PROPOSTA

Acesslbllldades Vlârlas e Áreas de Estacionamento

A redefinição das acessibilidades viárias assenta numa visão global das infra-estruturas viárias da cidade. A recente construção da circular externa e o reforço do sistema de transportes públicos previsto, decorrente da criação do metropolitano ligeiro de superficie, permitirão a redefinição da mobilidade urbana. com especiais implicações nas acessibilidades ao Hospital Universitário e ao Pólo Il i da Universidade de Coimbra.

A circular externa passou a ser a principal via colectora do tráfego, redistribuindo as vias de acesso às diferentes áreas da cidade e articulando os diversos centros e pólos de desenvolvimento urbano. A circular interna, perdendo em parte a função distribuidora, adquire o carácter se acesso privilegiado ao interior da cidade, desenvolvendo o papel de via de penetração, com particular eficácia no caso dos Hospitais e Pólo Ili da Universidade.

A proposta opta pelo reforço dos acessos ao Hospital e ao Pólo Ili desde esta via, a norte dos equipamentos, permitindo a diminuição do tráfego no acesso principal. Trata-se de multiplicar os pontos de acesso, dando maior ênfase aos acessos desde as vias com maior capacidade de tráfego.

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Imagem Alameda (Cearq)

Esta estratégia permite simultaneamente eliminar a rotunda da actual entrada no hospital, devolvendo operatividade à avenida Armando Gonçalves enquanto artéria de penetração no Interior da cidade (zona de Celas).

Para garantir a referida redistribuição dos acessos torna­se fundamental adoptar duas estratégias complementares: por um lado é necessário associar a cada acesso uma área de estacionamento devidamente dimensionada; por outro, impedir os atravessamentos viários dentro do hospital e do põlo, seccionando as áreas de circulação respeitantes a cada um dos acessos.

A proposta apresenta, na sequência desta estratégia, os seguintes acessos e áreas de estacionamento:

a) Redefinição do actual acesso principal do hospital e ao POio Il i, desde a avenida Costa Simões, com ligação aos parques P1 e P2, de 60 e 380 lugares respectivamente.

b) Redefinição do acesso nascente do hospital desde a avenida Bissaia Barreto, com ligação ao parque P3, de 140 lugares.

c) Redefinição do acesso a norte ao hospital, desde a circular interna e criação de um segundo acesso, igualmente desde a circular interna, com acesso aos parques P4 e P5, com 440 e 650 lugares respectivamente.

d) Manutenção do acesso a norte ao pôlo, desde a circular interna.

e) Manutenção do acesso ao Hospital de Celas, dando ligação ao parque P6, de 60 lugares de uso exclusivo do equipamento hoteleiro.

MEMÓRil'I PRO.JECTO URBl'INO. DESCRI TIVl'I COIMBRl'I

Transportes públicos

As transformações viárias e as alterações dos acessos deverão ser optimizadas através da implementação de sistemas de t ransportes públicos que contribuam para a diminuição do t ráfego viário. A introdução do metropolitano de superfície deverá ser encarada como sistema comple­mentar dos actuais s istemas em funcionamento, sendo necessário garantir pontos intermodais que possibilitem um funcionamento coordenado. Este ponto é criado j unto à ent rada, estação M1, associando-se directamente com um ponto de paragem dos transportes públicos viários, servindo quer o hospital, quer o pôlo universitário.

A proposta de prolongamento da linha de metropolitano para além da estação M1 visa potenciar o uso deste meio de t ransporte, criando uma segunda estação junto à entrada poente {M2), servindo com maior eficiência a entrada principal do hospital, a entrada das consultas externas, o hospital de Celas e a sua área urbana envolvente.

A estação terminal, j unto à entrada norte, servirá o futuro hospital pediátrico, deixando em aberto o possivel prolonga­mento da linha numa fase posterior.

Espaços Públicos

A reformulação dos espaços públicos torna-se vital na consol­idação do tecido construido. A redefinição dos acessos e das áreas de estacionamento obrigam, por um lado, à reformulação da circulação viária, reelaborada predominantemente na entrada sul. Por outro lado, esta reformulação deve ser necessariamente conciliada com o traçado da linha do metro­politano e com os seus pontos de paragem.

Ili

PLANOS ifl.i#ll.19-11

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PRO.JECTO URBANO. MEMÓRIA COIMBRA DESCRITIVA

Mequets da Alameda (Cearq)

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Pretende-se privilegiar a circulação pedonal nos recintos dos vãrios equipamentos, diminuindo a circulação automóvel no seu interior, facilitando e promovendo a utilização dos trans­portes públicos como meio de acesso ao hospital e ao pólo unlversitãrio.

A criação de uma alameda ajardinada (E1) junto à entrada principal, a sul, será o elemento ligante entre a estação de metropolitano (M1) e a paragem de autocarros e os diversos equipamentos, constituindo um elemento representativo do carãcter da instituição hospitalar.

Através desta, e ao longo do seu desenvolvimento longitudinal, estabelece-se a ligação pedonal ao edifício principal do hospital. No topo sul da alameda, os novos edificios propostos, A1 e A2, levantam-se do chão por meio de pi lotis, definindo o acesso pedonal ao Pólo Il i.

O extremo poente do terreno do hospital, de difícil topografia. reserva-se a um parque verde (E2), servindo o lar de terceira idade, o Jnfantãrio e a área de Jogos existente.

No Hospital de Celas prevê-se a recuperação do carécter do espaço exterior próprio da tipologia pavilhonar, desenvolvendo­se um espaço ajardinado entre edificios e a eliminação do estacionamento de superfície.

Equipamentos hospitalares

A implementação dos novos equipamentos pretendidos pela direcção dos hospitais tem como primeira premissa a racio­nalização da distribuição programãtica nas distintas ãreas de intervenção. Neste sentido estabelece-se uma distinção de funções entre a área do Hospital Universitário e o Hospital de Celas: a deslocação dos serviços hospitalares deste último (Ortopedia, Unidade de Queimados e Medicina Dentãria), que

Maqueta do Hospltcl (Cesrq)

serão transferidas para novas instalações a construir no Hospital Unlversitãrio, concentra os serviços hospitalares na mesma área, destinando a érea do Hospital de Celas a funções de âmbitos distintos, cujo funcionamento não carece da proximidade imediata das instalações centra is. Propõe-se, assim, a seguinte redistribuição programãtica:

Hospital de Celas

O valor patrimonial do Hospital de Celas justifica a proposta de recuperação dos seus edifícios e do respectivo modelo pavilhonar, prevendo a demolição dos edificios recentes da Unidade de Queimados e da Medicina Dentária e a restituição do desenho original dos edificios, reconvertendo-os no equipamento hoteleiro previsto no programa: o edifício D1 destina-se a recepção e serviços, os edificios D2, D3, D4, D6, D7 e 08 a unidades de alojamento e o edifício D5 a serviços.

A intervenção contempla um novo corpo edificado a uma cota baixa por forma a permitir simultaneamente os princfplos do modelo pavi lhonar, com os seus espaços intermédios ajardinados, e as exigências actuais dos equipamentos hoteleiros. Este corpo farã a ligação entre os vários pavilhões, comportando ãreas sociais, estacionamento subterrâneo (P6) e ci rculações de utentes e de serviço.

Aérea noroeste do lote, desocupada em parte pela demolição da Unidade de Queimados, é destinada a um novo edifício (D9) que comporta o programa do Clube Vida.

Hospital Unlversltãrlo e Pólo Ili da Universidade

A intervenção no Hospital Universitãrio distingue fundamen­talmente quatro zonas de expansão de edificação, destinadas a distintas funções.

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Planta dos HUC com Identificação

dos e<Mk:los !Cearq)

A primeira área tem como principais objectivos a criação de uma frente urbana digna, quer para o Hospital Universitário, quer para o Pólo Ili da Universidade, bem como a integração da linha do metropolitano de superfície.

A redefinição do sistema viário contempla o reforço dos restantes acessos (essencialmente a norte e desde a circular interna) e a impossibilidade de atravessamento viário das áreas do hospital e do pólo. Dois edifícios conformam esta frente: o edifício A1, com dez pisos de altura e destinado a serviços da universidade e o edifício A2, com três pisos de altura, destinado a escritórios e comércio, promovido pelo hospital.

No topo sul do edifício A2 localiza-se a estação do metropolitano de superfície e as paragens de autocarros. A partir deste ponto, um sistema de espaços públ icos visa promover e facilitar os atravessamentos pedonais: uma alameda (E1) possibilita a acesso à entrada principal do hospital. No seu prolongamento, os edifícios A1 e A2 levantam-se do chão, construidos sobre pilotis, criando um percurso pedonal de acesso ao pólo universitário. O comércio previsto quer para o edifício A2 quer para um pequeno edifício a construir na alameda (A3) deverão ajudar a conferir carãcter urbano a estes espaços.

A segunda zona de intervenção propõe, a poente, uma ãrea de expansão dos serviços hospitalares, constitu!da por quatro edifícios construidos à medida das exigências de espaço do hospital, controlando de forma planeada as ampl iações que atê agora têm vindo a surgir de forma aleatória e sem qualquer estratégia de conjunto. Trata-se de edifícios de seis pisos

ME MÓRIA PRO..JE C T O URBANO. DESCRI TIVA COIMBRA

cada (B1 a B4) onde se integram as novas instalações da Unidade de Queimados e da Medicina Dentária.

A base destes quatro edifícios constitui o parque de estacio­namento coberto P5, com dois possíveis acessos, ambos desde a circular externa.

A terceira ãrea de intervenção, a nascente, medeia a ligação à ãrea do Hospital de Celas, Isto é, ao equipamento hoteleiro e ao Clube Vida. Pretende-se promover o atravessamento entre as duas ãreas criando um acesso pedonal que facilita a ligação entre a avenida Bissaia Barreto e as entradas principal e de consulta externa do hospital. A introdução de uma estação de metropolitano neste ponto (na hipótese de prolongamento da linha, constante do projecto • M2) facilita os referidos acessos Igualmente aos utentes do transporte públ ico. ·

Duas construções destinam-se a restauração (C1) e a salas de reunião (C2), consolidando a frente construída da avenida Blssaia Barreto, servidas pelo parque de estacionamento P3 com acesso desde aquela rua.

A quarta zona de intervenção, a norte do edifício principal, tem como programa um silo de estacionamento automóvel (P4) com acesso por norte desde a circular interna.

A construção de um novo heliporto obriga ao cumprimento de uma cota elevada que garanta os cones de aproximação exigidos. O desenvolvimento em altura do edifício de estacio­namento permite a construção do heliporto na sua cobertura, garantindo as exigências estabelecidas. ro