44

A nova Anestesia - forhard.com.br · manifesta de várias formas, desde choro e irritabilidade até desassossego e desorientação. Nos casos mais graves, existe o risco de automutilação

  • Upload
    vantruc

  • View
    214

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

A nova Anestesia em Revista para vocêUma revista com um layout diferente, mais leve, mas com o mesmo foco: nos interesses dos associados.

“Para ser grande, sê inteiro/Nada teu exagera ou exclui/Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes/Assim, em cada lago a lua toda brilha, porque alta vive...” (Fernando Pessoa)

Nesta edição da Anestesia em Revista, a diretoria da SBA tem a honra de apresentar a seus associados o novo layout de nosso informativo. Acreditamos que esta versão mais moderna, clara e com visual leve e elegante está em consonância com os veículos atuais. Isso ocorreu pela observação, através de nosso planejamento estratégico, da necessidade de contratação de uma assessoria de marketing e pela credibilidade que a Diretoria deposita neste meio de divulgação. Sem dúvida, subimos mais um degrau na escalada que se iniciou há 62 anos, com a primeira Diretoria da SBA.

Você perceberá também que algumas colunas estão disponíveis apenas em nosso site (www.sba.com.br): Novos Membros e Obituários. Em contrapartida, novos editoriais farão parte desta revista a partir de 2011, como Qualidade de Vida e Entrevistas Pingue-Pongue, com renomados especialistas de nossa área de interesse.

Com este novo formato, buscamos mais que modernidade: queremos conquistar novos espaços de discussão e interação com nosso público.

Ah, e o Fernando Pessoa? Bom, do poema, compreendi assim: devemos ser inteiros em tudo que fazemos (pela SBA), pois lá em cima, a lua (SBA) toda brilha para nos iluminar.

Um ótimo 2011 para todos nós!

*Editor responsável por esta publicação.

Nota da Redação | 3

SBANota da Redação

SBA

| N

ota

da R

edaç

ão

Por Airton Bagatini*

Foto do Sumário: quadro pintado por Robert Hincley (1853-1941) da 1ª anestesia em 16/10/1846 no Massachusetts General Hospital em Boston-EUA, doado a Boston Medical Library em 1903.

Conselho Editorial: Carlos Eduardo Lopes Nunes, Nádia Maria da Conceição Duarte,Sylvio Valença de Lemos Neto, Henri Braunstein, Edno Magalhães, José Mariano Soares de Moraes e Airton BagatiniDiretor Responsável: Airton BagatiniProjeto Gráfico: ag.totemDiagramação: Ito Oliveira Lopes e Wellington Lopes Equipe Editorial: José Bredariol Jr., Marcelo Marinho, Marcelo Sperle, Mercedes Azevedo e Rodrigo MatosJornalista Responsável: Eliane BellezaImpressão e Acabamento: MasterGraph - Tiragem 9000 - Distribuição Gratuita

Cadastre seu e-mail na SBA

Rua Professor Alfredo Gomes, 36 - Botafogo - Rio de Janeiro - RJCEP 22251-080 | Tel.: (21) 2537-8100 - Fax: (21) 2537-8188

Expediente

Os artigos publicados na Anestesia em revista são de inteira responsabilidade dos seus respectivos autores

SumárioEditorial Os ciclos e as oportunidades, Carlos Eduardo Lopes Nunes

ArtigosAgitação no despertar da anestesia em crianças, Mário J ConceiçãoWFSA Comitê de Assuntos Científicos, Philippe ScherpereelO reconhecimento da especialização é indispensável, Renato Ângelo Saraiva Nota de esclarecimento da SBA Obrigação de resultado em cirurgias, Antônio Ferreira Couto Filho CET da Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto, 40 anos, José Roberto Nociti

Especial 57º CBA57º CBA contou com mais de 3 mil participantes Atividades associativas desenvolvidas no 57º CBA Aprovados nas provas da SBA

NotíciasMédico anestesista toma posse na Academia de Medicina do Rio de Janeiro Brasil na presidência da Associação Médica Mundial

RegionaisSAESP inaugura nova sede Mês de festa para a Coopanest-PE Sargs conquista mais autonomia para anestesiologistas gaúchos V Jornada Amazonense de Anestesiologia

OpiniãoReivindicações, ações e planejamento para 2011

Calendário Científico

Responsabilidade SocialBiodiversidade & Biotecnologia, Juliana B. Klein

CulturaAmor e Felicidade são sonhos da humanidade, Fernando Pessoa

0608

223133

38394042

6 | Anestesia em revista

SBAEditorial

SBA

| Ed

itor

ial

Os ciclos e as oportunidades

Por Carlos Eduardo Lopes Nunes*

• Como pode ser constatado neste número, a Anestesia em Revista mudou. A nova diagramação e o novo layout, facilmente perceptíveis, foram concebidos para tornar mais dinâmica e atrativa a divulgação das matérias nela contidas, mas esse não é um fim em si mesmo. As alterações na forma deste veículo de comunicação da SBA fazem parte de um processo bem maior, em que a palavra-chave é futuro, não só da Anestesia em Revista, mas da SBA inteira.

Ao tomar como referencial aquele 25 de fevereiro de 1948, em que um grupo de médicos visionários, interessados em desenvolver a anestesiologia no Brasil, fundou a SBA, veremos claramente que evoluímos muito: eram 33 fundadores, hoje somos 9 mil associados; o ensino da especialidade era feito de maneira quase pessoal e tutorial, sem estrutura de ensino definida, hoje temos 90 centros de ensino e treinamento, 26 centros de especialização em tratamento da dor, cursos de educação a distância, videoaulas, biblioteca virtual, a Revista Brasileira de Anestesiologia – trilíngue e indexada ao Medline desde 2007 – e livros anuais, além de uma infinidade de eventos organizados por nossas regionais em todo o país.

A preocupação de nossos fundadores na área de defesa profissional, por exemplo, limitava-se à luta pelo reconhecimento da anestesiologia como especialidade médica. Hoje temos o exemplo bem sucedido de diversas Coopanest, que, aglutinadas na Federação Brasileira de Cooperativas de Anestesiologia (Febracan), passaram a ter assento no Conselho de Defesa Profissional da SBA. Discutimos honorários, tanto no SUS e sua tabela como na dita saúde suplementar, através da luta pela universalização da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM). Hoje somos ouvidos – e, às vezes, enfrentamos duras reuniões – no Ministério da Saúde e no MEC, fato impensável por nossos fundadores em razão da pouca expressão que tínhamos inicialmente perante os governos. Nosso reconhecimento como especialidade médica e a força de nossa estrutura são hoje tão grandes que a SBA tem sido reeleita por suas congêneres, por sucessivas vezes, para ocupar um assento no Conselho Deliberativo da Associação Médica Brasileira. Hoje temos a Certificação ISO 9001 e investimos horas de trabalho em planejamento estratégico e adequação da SBA às demandas gerenciais do mundo atual.

Percorremos toda essa evolução, é verdade, mas se pararmos para analisar sob uma ótica histórica, em que o ciclo de análise seja medido não em anos, mas em décadas, todo o nosso engrandecimento pautou-se nas mesmas premissas vigentes na época da assembleia de fundação da SBA. Estas deverão

Perseverança e ânimo têm feito maravilhas em todas as épocas.

George Washington, 1776.

Editorial | 7

SBA

| Ed

itor

ial

permanecer para sempre como os mais sólidos pilares de nossa instituição, mas, no contexto atual, talvez tenhamos que repensar e buscar novos paradigmas. É como se o modelo vigente e a concepção do que seja uma sociedade de especialidade médica tivessem dado todas as ferramentas disponíveis para nosso crescimento e, ainda, as demandas de nossos associados, dos governos – seus ministérios e agências reguladoras –, das demais entidades médicas e da sociedade civil em geral continuassem, como continuam, a exigir mais agilidade, eficiência, versatilidade, dedicação e recursos. Talvez o contexto atual imponha uma reformulação da SBA, mas disso não temos certeza ainda. Entretanto, temos absoluta certeza de que não podemos deixar passar o momento de iniciar essa discussão. Nem que seja para concluir que nossa estrutura deve ficar como está; que o cenário descrito aqui não justifica nenhuma mudança estrutural. O que não podemos é perder o momento e o passar da História.

É aí que entra a mudança na Anestesia em Revista, que é a ponta desse grande iceberg da adaptação aos tempos. Com a intervenção de nossas assessorias de marketing e de imprensa, passamos a implementar mudanças de forma, primeiro nesta revista e, a seguir, em nosso portal eletrônico, que têm como objetivo facilitar a comunicação com os médicos anestesiologistas, como medida inicial, que visa basicamente à melhoria da comunicação interna da SBA com ela mesma. O sócio precisa saber o que a SBA tem e faz, enquanto a Diretoria da sociedade – sua instância executiva por definição – precisa divulgar as demandas atuais e saber o que o sócio quer. Já no Congresso Brasileiro de Anestesiologia deste ano, iniciamos um trabalho de branding (muito sucintamente, branding é o gerenciamento e a consolidação de uma marca perante determinado mercado) para detectar as vontades e perspectivas de

nossos sócios e consolidar a marca SBA entre eles. Tudo isso como passos iniciais, quase preparatórios, para uma grande discussão sobre o que somos e para onde queremos ir. Será a partir daí que poderemos decidir sobre a necessidade ou não de mudanças estruturais na SBA.

Há outras sociedades de anestesiologia no mundo, das quais podemos obter preciosas experiências, que já deflagraram processos de reestruturação, sendo os exemplos mais notáveis o da American Society of Anesthesiologists (ASA) e o da Sociedad Colombiana de Anestesiología y Reanimación (Scare). Uma já era enorme e, mesmo assim, sentiu necessidade de se adaptar aos novos ventos do século XXI; a outra, bem menor que nós em número de sócios, tornou-se referência tão forte em termos de estrutura e serviços gerais prestados a seus associados e à classe médica colombiana que acabou por ter uma capacidade muito maior do que a nossa de influir nas políticas de saúde e no ensino da especialidade em seu país.

Enfim, há vários caminhos e modelos. Desde não alterar nossa estrutura e apenas continuar crescendo no ritmo atual até uma mudança organizacional e de paradigma, que multiplique nossos horizontes de serviços para os sócios e sua satisfação com a sociedade. Tudo dependerá de ampla discussão, cuja produtividade ficará atrelada enormemente à melhoria da comunicação interna entre todas as partes que compõem a SBA.

A mudança na Anestesia em Revista e, em breve, no portal é preparatória para um projeto muito maior: a necessária adaptação às novas demandas dos sócios, dos tempos e de nosso crescimento. n

*O autor é presidente da SBA.

O sócio precisa saber o que a SBA tem e faz, enquanto a Diretoria da sociedade precisa saber o que o sócio quer‘

8 | Anestesia em revista

SBAArtigos

SBA

| Ar

tigo

s

Por Mário J. Conceição*

Agitação no despertar da anestesia em crianças • A pergunta que nos fazemos diante do problema elencado no título é: seria a agitação no despertar, após a anestesia geral em crianças, fenômeno desses nossos tempos? A resposta está longe de ser simples. Sim e não se confundem quando analisamos possíveis causas ou examinamos os relatos do passado, quando o halotano era soberano na anestesia geral em crianças. Muitos saudosistas ainda insistem que ele era o anestésico ideal para pacientes pediátricos, desde a indução (inalatória) até a recuperação ou o despertar, como se prefere hoje. Bem, nem tanto ao mar nem tanto à terra, afinal, o halotano caiu em desuso mundo afora, por conta de seus efeitos adversos. Efeitos como a brutal depressão cardiocirculatória ou a toxicidade hepática, para citar dois deles.

Substituir paradigmas e submeter-se a treinamentos novos é parte essencial do processo chamado atualização. Todavia, todos nós sabemos como é difícil abandonar conceitos e condutas com os quais estamos habituados, apesar de todas as evidências que contestam essa afirmativa. Lembro a falácia de nossa especialidade: “A

melhor técnica é aquela com a qual o anestesiologista está acostumado.” Existe nesse assunto bobagem maior?

A agitação do despertar é assunto para muitas perguntas ainda sem respostas e muitas respostas sem contraprovas sólidas. Ela é fenômeno que traz consequências para a família do paciente, os profissionais de saúde encarregados do pós-operatório e a própria integridade física da criança.

A agitação do período pós-operatório em crianças se manifesta de várias formas, desde choro e irritabilidade até desassossego e desorientação. Nos casos mais graves, existe o risco de automutilação ou acidentes, como queda do leito. Inexistem instrumentos padronizados e universalmente aceitos para medir ou predizer o grau de agitação de crianças após a anestesia. Bem mais de uma dezena de escalas foi desenvolvida na tentativa de mensurar e caracterizar o fenômeno. A etiologia e as formas sugeridas para lidar com o efeito adverso são fontes das mais controvérsias.

Na literatura, existe indefinição sobre o termo mais apropriado para descrever o problema. A maioria dos trabalhos utiliza indiscriminadamente os termos “delírio”, “excitação” e “agitação” para descrever o mesmo fenômeno. Isso por causa da grande heterogeneidade da apresentação clínica.

Delírio é uma síndrome psiquiátrica complexa que inclui distúrbio de percepção, alucinação e agitação psicomotora. Como se torna pouco prática a avaliação completa do estado psicológico da criança no fim do ato anestésico-cirúrgico, o termo delírio é substituído

Artigos | 9

SBA

| Ar

tigo

s

por agitação ou excitação. A agitação do despertar é caracterizada por desconexão e/ou falta de atenção com o ambiente ao redor, desorientação e outras alterações, incluindo hipersensibilidade a estímulos e hiperatividade motora.1 Na verdade, essa agitação se caracteriza por estado de desassossego moderado e desorientação, ao contrário do delírio, sem distúrbios comportamentais significativos.

Esse comportamento costuma ocorrer nos primeiros 30 minutos da recuperação anestésica, é autolimitado (de 5 a 15 minutos) e, na maioria das vezes, se resolve de forma espontânea. Existem relatos, porém, de comportamento agressivo com mais de 24 horas de duração.2,3 Muitos fatores são associados com a agitação do período pós-operatório, como o temperamento da criança e o nível de ansiedade no pré-operatório,4 emprego de sevoflurano,5 idade6 e procedimentos otorrinolaringológicos.7 Além desses, a dor também pode estar implicada no aparecimento da agitação, ainda que em crianças seja difícil separar manifestação de dor do comportamento agitado no pós-operatório.8 Acrescente-se que o tratamento eficiente para a dor é incapaz de suprimir a agitação.8

O anestésico geral surge como vilão importante no aparecimento e na gravidade da agitação. Daí a história dos tempos modernos, tendo-se como foco os agentes anestésicos inalatórios empregados na atualidade, como o sevoflurano e o desflurano. Esses agentes anestésicos apresentam coeficiente de partição sangue/gás baixo. O fato proporciona indução e recuperação rápidas. Por essas propriedades e por ser destituído de odor intenso,

sem irritar as vias aéreas, o sevoflurano tornou-se o novo paradigma para a indução inalatória de crianças. Entretanto, possui pouco efeito analgésico residual. Nos estudos que comparam anestesia geral em crianças com halotano, isoflurano e sevoflurano, o halotano leva clara vantagem quanto ao aparecimento da agitação no despertar.9 O que pesa contra o sevoflurano nesse aspecto?

Estudos recentes em eletrofisiologia e técnicas de biologia molecular identificaram o locus coeruleus como um dos alvos moleculares do efeito excitatório no sistema nervoso central (SNC) dos anestésicos inalatórios. Esses estudos deram conta de que o sevoflurano e o isoflurano excitam os neurônios do locus coeruleus.10 Acontece que os neurônios dessa região são a maior fonte de noradrenalina no SNC. Se o isoflurano e o sevoflurano provocam descargas de noradrenalina no SNC, essa pode ser sólida evidência para explicar a agitação provocada por esses agentes. Esses estudos foram conduzidos em ratos, e sua extrapolação para nossas crianças é “forçar a barra”. Mas, me desculpem os saudosistas, uma novidade da anestesia moderna vem se revelando a melhor forma de tratar (ou atenuar) a agitação do despertar em crianças: a dexmedetomidina.11 O fato ring your bells ou seria mera coincidência? Só o tempo e novas pesquisas dirão.

A agitação no despertar de pacientes pediátricos está longe de uma solução definitiva. Porém, alguns fatos são conhecidos:

1. dor, despertar muito rápido, ansiedade, tipo de temperamento da criança e tipo de procedimento

A agitação no despertar de pacientes pediátricos está longe de uma solução definitiva‘

cirúrgico são fatores associados, mas não necessariamente desencadeantes;

2. os recursos farmacológicos tradicionais apresentam resultados controversos (propofol, midazolam e cetamina);

3. sevoflurano, isoflurano e desflurano excitam os centros no SNC liberadores de noradrenalina, promovem despertar rápido e têm baixo poder anestésico;

4. alfa-2 agonistas serão os fármacos mais indicados no controle do problema?12,13

A anestesia desses nossos dias parece ter intensificado o problema, mas também busca e apresenta possíveis soluções. A fila anda. n

Referências

1. Sikich N, Lerman J. Development and psychometric evaluation of the pediatric anesthesia emergence delirium scale. Anesthesiology, 2004;100:1138-1145.

2. Holzki J, Kretz FJ. Changing aspects of Sevoflurane in paediatric anaesthesia. 1975-1999. Paediatr Anaesth,1999;9:283-286.

3. Moore JK, Moore EW, Elliot RA et al. Propofol and halothane versus Sevoflurane in paediatric day-case surgery: induction and recovery characteristics. Br J Anesth, 2003;90:461-466.

4. MacLaren JE,Thompson C, Weinberg M et al. Prediction of preoperative anxiety in children: who is most accurate? Anesth Analg, 2009;108:1777-1782.

5. Konig MW, Varughese AM, Brennen KA et al. Quality of recovery from two types of general anesthesia for ambulatory dental surgery in children: a double-blind, randomized trial. Ped Anesth, 2009;19:748-755.

6. Tripi PA, Palermo TM, Thomas S et al. Assessment of risk factors for emergence distress and postoperative behavioural changes in children following general anesthesia. Pediatr Anesth, 2004;14:235-240.

7. Voepel-Lewis T, Malviya S, Tai AR et al. A prospective cohort study of emergence agitation in the pediatric postanesthesia care unit. Anesth Analg, 2003;96:1625-1630.

8. Vlajkovic G, Sindjelic RP. Emergence delirium in children: many questions, few answers. Anesth Analg, 2007;104:84-91.

9. Kuratani N, Oi Y. Greater incidence of emergence agitation in children after Sevoflurane anesthesia as compared with halothane: a meta-analysis of randomized controlled trials. Anesthesiology, 2008,109:225-232.

10. Yasui Y, Masaki E, Kato F. Sevoflurane directly excites locus coeruleus neurons of rats. Anesthesiology, 2007;107:992-1002.

11. Dahmani S, Stany I, Brasher C et al. Pharmacological prevention of Sevoflurane and desflurane related emergence agitation in children: a meta-analysis of published studies. Br J Anesth, 2010;104:216-223.

12. Ibacache ME, Munoz HR, Brandes V et al. Single-dose dexmedetomidine reduces agitation after Sevoflurane anesthesia in children.Anesth Analg, 2004;98:60-63.

13. Guler G, Akin A, Tosun Z et al. Single-dose dexmedetomidine reduces agitation and provides smooth extubation after pediatric adenotonsillectomy. Pediatr Anesth, 2005;15:762-766.

*O autor é professor de técnicas cirúrgicas e anestésicas da Furb-SC e do Hospital Infantil Joana de Gusmão

– Florianópolis – SC.

10 | Anestesia em revista

SBAArtigos

SBA

| Ar

tigo

s

SBA

| Ar

tigo

s

SBAArtigosPor Philippe Scherpereel*

WFSA – Comitê de Assuntos Científicos• O comitê executivo da World Federation of Societies of Anaesthesiologists (WFSA) em 2008 fundou um Comitê de Assuntos Científico ad hoc para promover a estratégia da WFSA no campo da comunicação científica e da pesquisa. Esse comitê tem como objetivo cooperar com todos os outros comitês WFSA, mas, mais especificamente, com o de Educação, Publicação, Segurança e Qualidade da Prática da Anestesiologia. É importante salientar que o objetivo não é desenvolver programas científicos e de pesquisa específicos da WFSA, mas facilitar a cooperação entre os centros de países desenvolvidos e em desenvolvimento, colaborando, dessa forma, com as sociedades nacionais membros da WFSA.

A WFSA não possui capacidade financeira ou vocacional para financiar tais programas. Para isso, normalmente, utiliza o auxílio de universidades, organizações de pesquisa governamentais e sociedades nacionais. Por outro lado, uma organização como a WFSA, que atua no mundo inteiro, não pode estar ausente do componente científico da especialização em anestesiologia.

Atualmente, a pesquisa é predominantemente acessível às nações mais ricas e a algumas emergentes, nas quais está intimamente relacionada com o progresso científico e se caracteriza como um dos fatores mais poderosos na melhoria da qualidade da formação médica.

O desenvolvimento científico de uma nação precisa de pesquisadores e/ou professores para produzir especialistas, com vistas à formação em nível PhD na especialidade, fato que, embora pareça extremamente difícil, implica a estruturação de programas de pesquisa que promovam projetos e a publicação de trabalhos metodologicamente competentes em jornais internacionais indexados.

Philippe Scherpereel

Artigos | 11

SBA

Um dos principais objetivos do Comitê Científico da WFSA é ajudar, após solicitação, os comitês científicos de congressos regionais

SBA

| Ar

tigo

s

Sem acesso à investigação e à comunicação científica, esses professores não terão possibilidade de treinar especialistas nas regiões do mundo nas quais eles não têm acesso a esse tipo de suporte, como o proposto pelo Comitê de Assuntos Científicos, capaz de oferecer a experiência de seus membros para aconselhar esses jovens colegas sobre a possibilidade de promover contatos úteis.

Um dos principais objetivos do Comitê Científico da WFSA é ajudar, após solicitação, os comitês científicos de congressos regionais, internacionais e mundiais de anestesia e cuidado intensivo, para construir um programa científico e selecionar conferencistas para os temas estabelecidos.

Por outro lado, o comitê tem como finalidade avaliar a qualidade científica de programas para os quais os promotores desejem obter o reconhecimento WFSA e o uso de seu logotipo. Muitos organizadores de congressos desejam ser endossados pela WFSA, mas a federação deve ter cuidado e apoiar somente as atividades científicas que ofereçam todas as garantias de elevada qualidade e ética. O número desse tipo de aplicação é atualmente limitado, mas a etiqueta da qualidade da WFSA pode ser buscada, cada vez mais, em um futuro próximo. Para endossar uma reunião e conceder seu logotipo, o Comitê Científico da WFSA precisa de dados suficientes sobre os temas, os tópicos e os palestrantes selecionados.

Como anteriormente citado, o comitê tenta tornar mais fácil a cooperação entre as equipes de pesquisa de vários países que trabalham nas mesmas áreas, estimulando e propiciando a troca de metodologias e técnicas entre os pesquisadores. Esse fato pode ser fundamental no relacionamento entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento, que apresentam objetivos bem determinados com grupos internacionais, como a Organização Mundial de Saúde. Nessa perspectiva, o comitê atuará como uma ponte entre os países diferentes, fornecendo a experiência clínico-científica em matérias, inclusive economia no cuidado da saúde, organização de estruturas assistenciais em anestesiologia clínica e avaliação da prática profissional nessa especialidade.

O comitê científico está constituído da seguinte forma: Philippe Scherpereel (chairman), da França, e um co-chairman, Rob McDougall, da Austrália, eleitos pelo Comitê Executivo da WFSA. Os oito membros que compõem o comitê são selecionados pelo comitê executivo, considerando sua representação geográfica e o conceito científico individual. Durante o período 2008-2012, os membros do Comitê de Assuntos Científicos são: Carlos Bonofiglio, da Argentina, membro do Comitê Científico Local de 2012 WCA; François Clergue, da Suíça; Gastão Duval Neto, do Brasil; Fauzia Khan, do Paquistão; Yehia Khater, do Egito; Konstantin Lebedinski, da Rússia; Steven Shafer, dos Estados Unidos; e Ximin Wu, da China.

12 | Anestesia em revista

SBAArtigos

SBA

| Ar

tigo

s

O comitê vai ser convocado durante todos os encontros do World Congress of Anesthesiology e uma reunião intermediária ocorrerá quando a oportunidade existir. A incapacidade de se encontrar face a face durante longos períodos é um dos argumentos para a realização de reuniões em outros congressos. A comunicação ocorre, normalmente, por e-mail; mas, se necessário, poderá ser realizada por Skype, teleconferência ou videoconferência. A conexão com as seções regionais e as sociedades nacionais é também muito importante e é, atualmente, assegurada pelo membro do comitê da área geográfica da WFSA, mas, no futuro, se o comitê estiver desenvolvendo suas atividades mais intensamente, um correspondente indicado pelas sociedades nacionais poderá constituir uma rede de comunicação mais efetiva e permanente. Ele ajudará a identificar bons conferencistas em vários campos de especialização, especialmente quando da realização do congresso mundial, reunirá dados para as equipes de pesquisa e estabelecerá a ligação entre o indivíduo, a sociedade e o comitê científico.

Como todos os outros comitês da WFSA, o comitê científico deve notificar ao grupo de gerência e ao comitê executivo toda decisão importante e tem de informar regularmente suas atividades.

Ao começar como comitê ad hoc, o comitê científico tem potencial para se tornar permanente, sendo chamado para desempenhar um papel cada vez mais importante dentro da WFSA, especialmente durante eventos como o World Congress of Anesthesiology.

Desde sua criação, o comitê científico tentou atingir seus objetivos, apesar dos limitados meios de suporte. Entre as atividades desenvolvidas com sucesso, vale ressaltar a organização de simpósios WFSA durante congressos regionais, sempre muito prósperos. Alguns deles foram realizados no Congresso Saarc, no dia 7 de fevereiro de 2009, em Karachi, Paquistão; no Congresso da África 2009, em Nairóbi, Quênia; no Congresso Clasa, em Manágua, Nicarágua, em novembro de 2009. Em junho de 2010, o Simpósio WFSA, durante o Congresso de Euroanestesia em Helsinque – Na Prevenção da Dor Pós-operatória –, que teve a participação de Henrik Kehlet, Martin Tramer e Francis Bonnet e foi presidido por Angela Enright e Philippe Scherpereel, foi um sucesso, com mais de 400 participantes. Em setembro de 2010, outro Simpósio WFSA – Segurança na Anestesia – ocorreu em Moscou, durante o Congresso da Federação Russa.

Dois simpósios estão em preparação para 2011: um durante o congresso, que vai ocorrer em Damasco, e o segundo em Amsterdã, durante a Euroanestesia 2011 – que abordará o tema Bem-estar Ocupacional do Anaestesiologista –, com a participação de Gastão Duval Neto, do Brasil; Roger Moore, ASA Past President; e Pirjo Lindfors, da Finlândia. Esses simpósios fortalecem a conexão entre a WFSA e suas seções regionais. As primeiras tentativas demonstram que esse objetivo pode ser conseguido.

Artigos | 13

SBA

SBA

| Ar

tigo

s

O comitê científico fundou linhas de atuação para a WFSA, para reuniões e congressos. Apesar de a WFSA ser incapaz de apoiar financeiramente essas organizações, o comitê científico pode endossar os que solicitam um patrocínio WFSA. O endosso da reunião, que permite o uso do logotipo WFSA nos anúncios e no programa, só poderá ocorrer se as listas dos tópicos e dos palestrantes forem enviadas ao comitê com suficiente antecedência e se o programa cumprir critérios científicos e éticos. Tais listas podem ser encaminhadas à secretaria da WFSA, que as expedirá para a avaliação do comitê científico.

A ajuda a comitês científicos foi limitada, até agora, à cooperação com o Comitê Científico Local de 2012 WCA. O Comitê Científico da WFSA atua como um consultor que fornece sugestões para o programa e as listas de potenciais palestrantes que vêm do mundo inteiro.

O comitê científico produziu algumas ferramentas para assegurar a qualidade científica, a gerência dos riscos e a avaliação da prática profissional dos professores, preceptores e dos chefes de departamentos de anestesia ligados a WFSA. Tais ferramentas já estão disponíveis no site da WFSA e também serão distribuídas por meio de CD-ROM, produzido pela Federação, para as sociedades membros da WFSA. Elas são, principalmente, constituídas de material didático indicado pela Comissão Educacional para ser usado em ensino e treinamento em anestesiologia.

Os objetivos do Comitê Científico da WFSA foram limitados até agora pela falta de fundos financeiros, mas graças à subvenção oferecida pela atual presidente da WFSA, em memória de seu marido, o CD-ROM pôde ser realizado. Outras doações permitiriam que o comitê desse suporte a pesquisadores jovens de países em desenvolvimento, possibilitando que tomassem parte em programas de pesquisa e treinamento em serviços, com a intenção de publicar pesquisas originais em periódicos internacionais de elevada qualidade técnico-científica. A primeira subvenção do comitê permitiu que um colega russo, de São Petersburgo, abrisse um centro de diagnóstico de hipertermia na Rússia.

Apesar de sua criação recente, o Comitê Científico da WFSA demonstrou a necessidade de a federação adotar uma política científica que possa ser fortemente desenvolvida no futuro. Isso depende das atividades que a WFSA vai realizar. Uma decisão importante seria promover um congresso anual ou bienal, com a programação sob a responsabilidade do comitê científico, acrescido da ajuda dos comitês de especialista existentes (obstétrico-pediátrico etc.).

A WFSA tem o principal papel de trabalhar no campo da cooperação com seções regionais e com as sociedades nacionais, não competindo, mas trazendo grande e efetivo suporte na comunicação científica aberta a todos os países do mundo, especialmente àqueles que necessitam de “uma mãozinha”. n

*O autor é presidente do Comitê de Assuntos Científicos da WFSA.

A primeira subvenção do comitê permitiu a abertura de um centro de diagnóstico de hipertermia na Rússia‘

14 | Anestesia em revista

SBAArtigos

SBA

| Ar

tigo

s

Por Renato Ângelo Saraiva*

Renato A. Saraiva

SBA

Artigos | 15

O reconhecimento da especialização é indispensável• Reconhecimento da especialização é indispensável para formação de massa crítica, produção científica de alto nível e tecnologia.

Em artigo editorial recentemente publicado na Anestesia em Revista, em fevereiro de 2010, o dr. Edno Magalhães chama atenção para um assunto de grande importância na medicina brasileira. Destaca a necessidade de se preocupar mais durante a especialização em anestesiologia, pois nesse período o médico é preparado para exercer sua prática clínica, e para isso faz-se necessário mais controle e assistência a ele através dos CETs. Existem muitos instrumentos que podem ser aplicados depois de serem devidamente analisados.

Lembro que em 1983, o dr. Nociti, comigo e com o dr. Paes Leme, implantou as provas para a avaliação do aprendizado dos ME1 e ME2, instrumentos que serviam para confirmar os dados informados nos relatórios dos CETs e também orientavam os instrutores a rever periodicamente seus programas de ensino.

Nossa produção científica, embora seja a maior na América Latina e nos países lusófonos, ainda é pequena e o nível ainda é baixo quando relacionamos ao número de médicos especialistas no país.

Nós não estamos mal, temos vários eventos anuais e um periódico bilíngue com periodicidade bimestral regular, no entanto, nosso percentual de especialistas com formação completa (TSA) é baixo. O percentual de TSAs em relação ao total de anestesiologistas talvez não ultrapasse os 20%. Nos países mais desenvolvidos, essa estatística fica em torno dos 70%. Então, eles já fizeram tradição cultural, têm massa crítica, que é um grande número de pessoas com conhecimento profundo sobre os assuntos que envolvem suas atividades, logo, haveria naturalmente mais possibilidades de desenvolver produção científica de alto nível e também tecnologia.

SBAArtigos

SBA

| Ar

tigo

s

SBA

16 | Anestesia em revista

Como se consegue isso? Para fazer a tradição cultural, é indispensável o reconhecimento do especialista com formação e qualificação (titulação) completa (em anestesiologia seria o TSA). O que significa reconhecimento? Seria a população como um todo, através de seus representantes, o Congresso Nacional, reconhecer e prestigiar o trabalho desenvolvido pelas sociedades médicas ligadas à Associação Médica Brasileira (AMB) em formar e qualificar os médicos especialistas.

O que poderia ser feito? O Congresso Nacional poderia aprovar uma lei que reconhecesse que o médico especialista com TSA (maior titulação em anestesiologia) tem qualificação completa para exercer a prática clínica sem a necessidade de exame de avaliação, ou seja, nos concursos e nos processos seletivos, os portadores do TSA seriam dispensados de provas teóricas e práticas e fariam apenas as entrevistas. A exemplo do que já é praticado nos Estados Unidos e na Inglaterra, onde os médicos com a maior qualificação, o Board Certified (BC), nos Estados Unidos, e a Fellow of Faculty of Anaesthetists (FFA), na Inglaterra, não têm necessidade de prestar exames para ocupar qualquer função da prática clínica. Isso é um incentivo necessário. Aqui nós todos ouvimos, com frequência, a pergunta: para que serve o TSA?

Hoje já existe valorização natural da especialização (residência); os processos seletivos estão exigindo

residência médica completa. Quando tivermos o reconhecimento público do título maior de especialista, certamente, conquistaremos mais incentivo para a qualificação com o TSA e, consequentemente, mais condições de chegar à tradição cultural e à criação de massa crítica para a produção científica de alto nível e tecnologia.

Prestem atenção a uma realidade: temos 350 mil médicos e 180 escolas médicas. A Inglaterra tem em torno de 100 mil médicos e 20 escolas médicas. Nós compramos deles equipamento, medicamento e livro. O que vendemos para eles? Em anestesia, podemos ver claramente isso. Compramos deles vários livros clássicos (Churchill Davidson, Nunn, Mashin), medicamentos (propofol, relaxantes musculares, halotano) e equipamento (máscara laríngea, tubos traqueais, instrumentos especiais). O que vendemos? Nada ainda.

Somos mais de 10 mil anestesiologistas, e eles, menos de cinco mil. Como isso se explica? Eles já conseguiram a tradição cultural, com todos os incentivos aos profissionais qualificados, e nós ainda não chegamos lá. Quem sabe, um dia chegaremos. Para isso, temos que começar a trabalhar. A SBA poderia acionar a AMB para ir ao Congresso Nacional. n

*O autor foi presidente da SBA no ano de 1981.

SBAArtigos

SBA

| Ar

tigo

s

Nota de esclarecimento• Esclarecemos que a SBA apoia a essência da mensagem contida no texto do Dr. Renato Saraiva, cujo intuito foi nitidamente a valorização do Título Superior em Anestesiologia (TSA) e o aumento da produção científica da SBA.

Entretanto, é necessário esclarecer que, por meio da Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que uniformizou a emissão de títulos de especialistas médicos no país, os referidos títulos são emitidos conjuntamente pela Associação Médica Brasileira e pelas sociedades de especialidades médicas, por poder outorgado pelo CFM, sendo reconhecido somente um título por especialidade. Por determinação do CFM, esse título é o padrão único de reconhecimento de médicos especialistas no Brasil. Em nosso caso, trata-se do Título de Especialista em Anestesiologia (TEA).

O TSA, embora seja realmente um título, não tem materialidade externa à SBA, não sendo considerado uma etapa acima do TEA em outras instituições, como órgãos públicos, por exemplo. Mesmo na SBA, o TSA não é provido de superioridade em relação ao TEA no que diz respeito à prática da especialidade em si, pois na descrição estatutária das categorias de sócios não consta a figura do TSA. O portador do TSA é, por força de estatuto, um sócio ativo como os demais.

O TSA é um título que permite a seu portador ser instrutor credenciado de um centro de ensino e treinamento da SBA, além de ser pré-requisito para ocupar cargos no Departamento Científico e na Diretoria da SBA. A palavra “superior” – tão geradora de equívocos conceituais nesse caso – refere-se, portanto, a uma exigência a mais para ensinar a especialidade, em nome da SBA, num centro de ensino e treinamento, e para ocupar certos cargos na estrutura da SBA, mas não há superioridade conceitual para a prática da especialidade.

Embora tenhamos todo o interesse em valorizar o TSA, esclarecemos que sua utilização em instâncias externas, como concursos públicos, é improvável, pois feriria a lei maior que, nessa matéria, é a Resolução do CFM. n

Diretoria da SBA

Artigos | 17

SBA

Por Antônio Ferreira Couto Filho*

Obrigação de resultado em cirurgias• Parece impossível mas é verdade. A afirmação do título não corresponde à realidade científica, tampouco está na lei brasileira. Em relação à parte científica, é inquestionável que um procedimento cirúrgico é, por si só, invasivo e requer centro cirúrgico, equipe de sala, equipamento e material esterilizado. Isso porque se trata de atos humanos, passíveis de variáveis, tanto para melhora quanto para intercorrência e/ou complicação. Esta pode estar em uma tipificação legal de culpa (negligência, imprudência e imperícia) ou decorrente de outros fatores que independem da atuação do médico. Portanto, nunca se deve concluir que o médico se compromete com o resultado.

Ficamos estarrecidos pela maneira como juristas, julgadores, enfim, o mundo jurídico brasileiro em geral ainda se permite conviver com essa ignomínia. Desconheço uma lei que defina a obrigação de meio e de resultado. Apenas foi transcrita na doutrina pátria uma teoria de René Demogue, na França, em 1935, na qual se exigia a obrigatoriedade de resultado para o transportador, em razão de que o transportado deveria ter sua integridade física preservada durante aquele serviço de transporte, desde o embarque até o desembarque no destino, sob pena de se “presumir” culpa do transportador. Isso foi o suficiente para “adequarem” tal teoria na relação médico paciente e “passarem” a exigir que o médico tenha a obrigação de obter o resultado que “satisfaça” o paciente em

todos os seus anseios. Logicamente olvidando toda a sorte de álea que ceifa a vida humana e sua inerente efemeridade normalmente em sala de cirurgia.

É muito comum conhecermos sentenças que trazem em seu bojo essa mitológica afirmação, a qual deve fazer tremer até René Demogue. O que sabemos, nós os operadores do direito, sobre cicatrização, processos de tumoração, reações alérgicas etc.?

A culpa é da própria responsabilidade subjetiva, a qual, aliás, determina o próprio Código do Consumidor (artigo 14, § 4º). Fica, então, a reflexão: exigir obrigação de resultado é modificar para pior a responsabilidade subjetiva do médico!

Ao serem verificados os erros, a lei brasileira, que mesmo antes da Lei Consumerista já estava apta a puni-los, poderia continuar servindo-se simplesmente da aplicação do Código Civil Nacional. Quase duas décadas de Código de Defesa do Consumidor e o que se experimentou na sociedade brasileira foi uma avalanche de processos em desabalada aventura jurídica. Uma quase loteria judicial, com a desvalorização do instituto da gratuidade de Justiça e a banalização dos danos morais em detrimento dos esculápios.

O Código do Consumidor é bom remédio jurídico, mas se presta, entretanto, apenas a inibir ou minimizar os danosos efeitos gerados pelas disparidades econômicas. Diante da relação médico-paciente, tornou-se um remédio que dizima a boa relação entre o profissional da medicina e seu assistido, vez que antagoniza os atores e gera pânico. O tempo provou essa assertiva. n

*O autor é advogado.

SBAArtigos

SBA

| Ar

tigo

s

18 | Anestesia em revista

SBA

CEt da Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto, 40 anos• Está completando 40 anos de atividade ininterrupta o Centro de Ensino e Treinamento em Anestesiologia SBA da Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto (SCMRP). Com efeito, o credenciamento foi outorgado pelo então presidente da SBA, dr. Valdir Cavalcanti Medrado, em 10 de janeiro de 1970, após vistoria e aprovação dos relatórios realizados pelos drs. Walter Silva Machado e William Smith Serra, designados para tal fim pela Comissão de Ensino e Treinamento.

Constituíam, na ocasião, o Serviço de Anestesiologia da SCMRP os drs. Benedito Ignácio Barbosa (chefe do serviço), Manoel Emboaba Costa Neto, Sérgio Neves Zuccolotto, Maria Octavia Pichioni Villa, João Ferreira Machado Filho e José Roberto Nociti, a quem foi conferida a credencial de responsável. Ao grupo inicial juntaram-se, ao longo dos anos, os drs. Carlos Alberto Cagnolati, Antônio Marcos Machado Nunes, Paulo Sérgio Mateus Marcelino Serzedo, Eduardo Barbin Zuccolotto,

Carlos André Cagnolati, Eduardo Helfenstein, Daniel Carlos Cagnolati, Cláudia Regina Bologna Gomes da Silva, Clóvis Tadeu Bueno da Costa, Raquel de Oliveira e Thiago de Freitas Gomes.

À medida que foi alargando seu campo de atuação e oferecendo novas oportunidades de ensino, o CET-SBA passou a contar, além do hospital sede, com mais três hospitais afiliados, devidamente credenciados pela SBA após vistoria e aprovação dos relatórios: a Clínica de Excelência em Cirurgia Ambulatorial (Cecam), a Clínica Raul Gonzalez de Cirurgia Plástica e o Hospital Especializado de Ribeirão Preto (Herp).

Ao longo desses 40 anos, o CET-SBA foi responsável pelo preparo de 213 médicos especialistas em anestesiologia, dos quais 189 já formados e 24 em formação. Eles estão distribuídos por praticamente todos os estados do Brasil e em alguns países (Portugal, Espanha e Bolívia).

Artigos | 19

SBA

| Ar

tigo

s

Por José Roberto Nociti*

ArtigosSBA

Sempre foi uma constante na formação dos especialistas a observância dos padrões científico, ético e de defesa profissional ditados pela SBA. Como resultado, vários ex-residentes, por terem desenvolvido qualidades inatas para tal, têm ocupado cargos nas diretorias e comissões permanentes da SBA, na presidência, nas diretorias de regionais e na direção científica de congressos brasileiros de anestesiologia, responsáveis por CETs-SBA, entre eles: José Abelardo Garcia de Meneses (BA), Adhemar Chagas Valverde (BA), Antônio Argolo Sampaio Filho (BA), Onofre Alves Neto (GO), Ana Maria Menezes Caetano (PE), Jucimar Carneiro Alves (AM), Roque Soriano (AL), Márcio José Santos (AL), Geraldo Ferreira Filho (RN), Gilvan de Carvalho (RN), Paulo César Monte Duarte (RN), Douglas Flávio Porsani (PR), Luiz Roberto de Souza (PR), Roberto Tsuneo Sato (PR), Antônio Bedin (SC), Viviane França Martins (SP) e Ivan Tomaz Pereira (MG).

Nesse período, o CET-SBA da SCMRP publicou 199 artigos de pesquisa científica, dos quais 171 no Brasil (a grande maioria na Revista Brasileira de Anestesiologia) e 28 no exterior. Alguns desses trabalhos merecem ser citados por terem sido pioneiros na época da publicação, constituindo, a partir de então, técnicas rotineiras na prática clínica até os dias atuais:

• Morfina peridural no controle da dor pós-operatória. Rev Bras Anestesiol, 1982; 32:57-64.

• Morfina intratecal no alívio da dor pós-operatória. Rev Bras Anestesiol, 1983; 33:2612-264.

• Sufentanil em infusão venosa contínua para cirurgias abdominais. Rev Bras Anestesiol, 1995; 45:235-243.

• Estudo não comparativo sobre o sevoflurano na anestesia de pacientes adultos ambulatoriais. Rev Bras Anestesiol, 1995; 45:147-154.

• Estudo comparativo sobre sevoflurano e halotano na indução e manutenção de anestesia pediátrica ambulatorial. Rev Bras Anestesiol, 1995; 45:215-223.

• Sedação com propofol durante anestesia peridural. Rev Bras Anestesiol, 1996; 46:259-266.

• Ropivacaína a 0,75% e 1% em anestesia peridural para cirurgia: estudo comparativo. Rev Bras Anestesiol, 1998; 48:169-176.

• Ropivacaine in peribulbar block: a comparative study with bupivacaine. Acta Anaesthesiol Scandinavica, 1999; 43:799-802.

• Intraocular pressure and ropivacaine in peribulbar block: a comparative study with bupivacaine. Acta Anaesthesiol Scandinavica, 2001; 45:600-602.

• Estudo comparativo entre ropivacaína a 0,5%

20 | Anestesia em revista

SBAArtigos

SBA

| Ar

tigo

s

e bupivacaína a 0,5% ambas hiperbáricas, na raquianestesia. Rev Bras Anestesiol, 2002; 52:659-665.

• Ropivacaína em bloqueio peridural torácico para cirurgia plástica. Rev Bras Anestesiol, 2002; 52:156-165.

• Dexmedetomidina associada a propofol em sedação durante anestesia local para cirurgia plástica. Rev Bras Anestesiol, 2003; 53:198-208.

• Anestesia regional venosa (Bier) – uma nova opção: ropivacaína. Anestesia de A a Z, 2004; V (1):11-12.

• No campo da educação continuada, o CET-SBA da SCMRP organizou e realizou, entre 1995 e 2006, 14 simpósios que contaram com conferencistas de renome na anestesiologia brasileira e foram frequentados por ex-residentes e especialistas de todo o país. Os temas desses simpósios foram os mais diversos: Anestesia e Coração, Obesidade Mórbida, Cirurgia Plástica, Pediatria, Geriatria, Oftalmologia, Segurança em Anestesia.

A partir de janeiro de 2005, o CET-SBA da SCMRP foi credenciado também pela Comissão Nacional de Residência Médica (MEC) como residência em anestesiologia, com o desenvolvimento de um programa de ensino único de especialização (SBA) e de residência (MEC), ambos com direito a título de especialista em

anestesiologia reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina.

Este breve histórico mostra por que os componentes do corpo clínico do CET-SBA da SCMRP sentem orgulho, pois veem assim cumpridos os objetivos do ensino da anestesiologia segundo os padrões de excelência ditados pela SBA e por suas regionais. n

*O autor é responsável pelo CET-SBA e presidente da SBA em 1990.

Artigos | 21

SBAArtigos

SBA

| Ar

tigo

s

Corpo clínico do CET-SBA da SCMRP: Da esquerda para a direita, sentados: Eduardo Helfenstein, Cláudia Regina B. G. Silva, Daniel Cagnolati e Clóvis Tadeu B. Costa. Em pé: Carlos Alberto Cagnolati, Eduardo B. Zuccolotto, José R. Nociti, Paulo Sérgio M. M. Serzedo e Carlos André Cagnolati

SBAEspecial 57º CBA

SBA

| Es

peci

al 5

7º C

BA

57º CBA contou com mais de 3 mil participantes

22 | Anestesia em revista

SBA

• Entre os dias 20 e 24 de novembro, a atenção dos médicos anestesiologistas de todo o país concentrou-se em Porto Alegre, onde se realizou o 57º Congresso Brasileiro de Anestesiologia (CBA), o último e maior evento anual do calendário científico da SBA. Não faltavam motivos para

o interesse. A comissão científica do evento, presidida pelo Dr. Luiz Alfredo Jung, foi extremamente feliz na seleção dos cerca de 420 temas abordados, a grande maioria deles relacionada diretamente com a prática diária da anestesiologia brasileira e mundial.

Solenidade de abertura do 57º CBA Discurso do presidente da Comissão ExecutivaDr. Gastão Duval Neto

SBAEspecial 57º CBA

SBA

| Es

peci

al 5

7º C

BA

Foram cerca de 3 mil participantes, entre médicos anestesiologistas e estudantes, que compartilharam conhecimento e discutiram as melhores práticas da especialidade, com foco no tema central do congresso: A Anestesia em 2010: Avanços e Desafios da Década. A presença de convidados internacionais, que assinam algumas das mais profícuas e colaborativas produções científicas da especialidade, concedeu maior brilhantismo ao 57º CBA, organizado pela SBA e pela Sociedade de Anestesiologia do Rio Grande do Sul (Sargs), tendo o Dr. Gastão F. Duval Neto na presidência da Comissão Executiva.

A partir do tema central do evento, descortinaram-se, através das dezenas de eixos de debates, discussões sobre algumas questões que os anestesiologistas têm enfrentado em sua atividade diária. Como garantir mais qualidade e segurança aos processos e procedimentos de anestesia? Como assegurar a saúde ocupacional do anestesiologista? Quais as novidades no que se refere a dor? Durante o evento, a SBA, na Assembleia Represemtantes, criou uma comissão para discutir a qualidade em anestesiologia. O CBA também dedicou momentos generosos para a discussão dos rumos do ensino da especialidade e da defesa do profissional anestesiologista.

“A SBA, que sempre se caracterizou pela preocupação com a formação profissional e atualização científica, tem visto com satisfação o florescer de discussões sobre esses temas. Sem se esquecer da preponderância científica que naturalmente deve haver num CBA, têm sido mantidos

Especial 57º CBA | 23

SBA

espaços de discussão desses aspectos, cujo interesse crescente confirma sua pertinência”, afirmou o presidente da SBA, Dr. Carlos Eduardo Lopes Nunes.

Além dos debates e das aulas, o 57º CBA também contou com uma feira de fornecedores, com 55 expositores, que movimentou o Centro de Eventos da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), local do congresso, além de uma agenda social que promoveu a integração entre os médicos anestesiologistas.

O próximo Congresso Brasileiro de Anestesiologia será realizado em Fortaleza, no Ceará, entre os dias 10 e 14 de novembro de 2011. n

Vista panorâmica da área de exposições

SBAEspecial 57º CBA

SBA

| Es

peci

al 5

7º C

BA

24 | Anestesia em revista

SBA

Atividades associativas desenvolvidas no 57º CBA

Comissão de Ensino e Treinamento com Responsáveis por CET do país; Comissão de Normas Técnicas e Segurança em Anestesia; Conselho Editorial da Revista Brasileira de Anestesiologia; Comitê de Dor com coordenadores dos centros credenciados para formação em Dor; Conselho Superior e Conselho de Defesa Profissional.

Presidentes da CE.57º CBA - Gastão Duval Neto e da SBA - Carlos Eduardo Nunes

• Durante o 57º Congresso Brasileiro de Anestesiologia, em Porto Alegre, foram desenvolvidas várias atividades associativas. Entre elas as provas para obtenção do Título Superior em Anestesiologia; Título de Especialista em Anestesiologia e Certificado de Atuação na Área de Dor. Realizadas reuniões da diretoria da SBA; Comissão de Saúde Ocupacional; Comissão de Honorários Médicos;

Reunião de Diretoria da SBA

SBAEspecial 57º CBA

SBA

| Es

peci

al 5

7º C

BA

Especial 57º CBA | 25

SBA

Foram realizadas as Assembleias Geral, de Representantes e da Febracan. As deliberações das duas primeiras assembléias encontram-se publicadas, na íntegra, no portal da SBA. Acesse www.sba.com.br, no link Legislação da SBA, no campo Deliberações das Assembleias.

Confira o resultado das eleições das Comissões Permanentes, Comitês, Diretoria,Secretário do Conselho de Defesa Profissional e Conselho Fiscal:

ComissõesComissão de Ensino e Treinamento: Marcius Vinícius Mulatinho Maranhão (PE) e Paulo Sérgio Gomes Lavinas (RJ)Comissão Examinadora do Título Superior em Anestesiologia: Antônio Carlos Aguiar Brandão(MG) e José Fernando Bastos Folgosi (GO)Comissão de Estatuto, Regulamentos e Regimentos: José Roberto de Rezende Costa (MG) e Paula Fialho Saraiva Salgado (SP)

Comissão de Normas Técnicas: Fernando Squeff Nora (RS)Comissão de Honorários Médicos: Carlos Eduardo Aragão de Araújo (BA)Comissão de Sindicância de Processos Administrativos: Cícero Evandro Soares (MA) e Maria Lúcia Bomfim Arbex (BA)Comissão de Saúde Ocupacional: Antenor de Muzio Gripp (TO)Comissão de Educação Continuada: Pedro Thadeu Galvão Vianna (SP)

ComitêsAnestesia Ambulatorial: Ivani Rodrigues Glass (SE)Anestesia Cardiovascular e Torácica: Kleber Machareth de Souza (MS)Anestesia Loco-Regional: Roberto de Araújo Ruzi (MG)Anestesia em Obstetrícia: Gilvan da Silva Figueiredo (BA)Anestesia em Pediatria: Débora de Oliveira Cumino (SP)Reanimação e Atendimento ao Politraumatizado: Emílio Carlos Del Massa (SP)Anestesia Venosa: Cristiano Dalmina (RS)Hipertermia Malígna: Luiz Bomfim Pereira da Cunha (RJ)Via Aérea Difícil: Bruno Mendes Carmona (PA)Medicina Perioperatória: Florentino Fernandes Mendes (RS)Anestesia em Transplante de Órgãos: Bruno Salomé de Morais (MG), Fabio Scalet Soeiro (SP) Rodrigo Pereira Diaz André (RJ)Distúrbios do Sono: Mary Neide Romero (CE), Celso Schmalfuss Nogueira (SP), Fábio Vinícius Benevenuto Feltrim (MS)Dor: Irimar de Paula Posso (SP)

Reunião da Comissão de Honorários Médicos com o dir. do Deptº de Defesa Profissional

Especial 57º CBA

SBA

| Es

peci

al 5

7º C

BA

26 | Anestesia em revista

SBA

Presidente da SBA, eleita para a gestão 2011, Nádia Maria da Conceição Duarte

Diretoria eleita gestão 2011 - da esquerda para a direita: Ricardo Azevedo, José Mariano, Nádia Duarte, Sylvio Lemos, Airton Bagatini, Fernando Carneiro e Oscar Pires

Diretoria Executiva gestão 2011Presidente: Nádia Maria da Conceição Duarte (PE)Vice-Presidente: José Mariano Soares de Moraes (MG)Secretário Geral: Ricardo Almeida de Azevedo (BA)Tesoureiro: Sylvio Valença de Lemos Neto (RJ)Diretor do Departamento Científico: Oscar Cesar Pires (SP)Diretor do Departamento de Defesa Profissional: Antônio Fernando Carneiro (GO)Diretor do Departamento Administrativo: Airton Bagatini (RS)

Especial 57º CBA

SBA

| Es

peci

al 5

7º C

BA

Especial 57º CBA | 27

SBA

Secretário do Conselho de Defesa ProfissionalSebastião Monte Neto (RN)

Conselho FiscalEfetivo: Ronaldo Queiroz Gurgel (SE)Suplente: Rosângela Massuia de Amorim (AL)

Conselho SuperiorAinda durante o 57º CBA, o Conselho Superior da SBA deliberou que a Presidência deste Conselho, durante o ano de 2011, ficará sob a responsabilidade do Dr. Carlos Eduardo Lopes Nunes. n

251 associados participaram das assembleias geral e de representantes

Reunião do Conselho de Defesa Profissional

SBAEspecial 57º CBA

SBA

| Es

peci

al 5

7º C

BA

Aprovados nas provas da SBA

Patrícia Wajnberg GamermannPatrick Augusto Gama Lima de OliveiraPaulo Ricardo Rabello de Macedo CostaRaffael Pereira Cezar ZamperRonaldo Alves de SoutoVera Maria Silveira de AzevedoViviane Borges Passos Mineiro

Aprovados na prova escrita:Adalgiso Feijo MalaguezAffonso Nilton Walmor Sell Ribeiro NetoAlexandre Fabricio MartucciAloisio Vieira FernandesAna Karla Alves ArraesAna Lucia Herzog VeitAna Paula de Souza Vieira SantosAndre Carnevali da SilvaAndre Marques MansanoBernardo Rafael SkorekBruno Emanuel Oliva GattoBruno Goncalves PrezaBruno Gusmao de OliveiraBruno Luis de Castro AraujoBruno Tadashi MisumiCairo Ferreira Aleixo de PaulaCamerine Domingues da SilvaCamila de Melo Matos LinsCamilo Ernesto Viana Fritz

título Superior em Anestesiologia

Novos portadores do tSA:Alberto Hajime ShinoharaAlexandre Rosa Chaves SampaioAna Carla Giosa FujitaCarlos Eduardo Menegusse AndradeChrislaynne Florêncio de SousaClaudia Biasi de Britto Pereira TabetCleyverton Garcia LimaDaniel Cosme Fernandes de MeloEduardo BianchiniFernanda de Castro RinconGisela MagnusGuilherme Barros da Silva SantosGustavo Gregorin CoelhoIdelberto do Val Ribeiro JuniorJaderson WollmeisterJosé Carlos Rodrigues NascimentoJosé Daniel Braz CardoneJosé Ricardo PazKarinny Shintani PetersonLuis Antônio BorgesMaisa Ribeiro AraújoMarcelo Grisólia GonçaloMarcelo Pena Moreira de OliveiraMatheus Felipe de Oliveira SalvalaggioPatrícia Santiago Dantas de Oliveira

Carmen Maria Caricio FonsecaCassio de Sousa FreitasCesar Augusto Martins PattiCesar de Araujo MirandaChiara Scaglioni Tessmer GattoChristiano MatsuiCinthia Indelli Araujo Moraes BarrosClaudemar Antonio de FreitasCristina Clebis MartinsDaniel Adans WenzingerDaniel KishiDaniel Moser QueirozDaniel Regis D AlbuquerqueDemiam GuiDenerval Dias da Silva JuniorDiogo Bruno Amorim Pontes de OliveiraEd Carlos Rey MouraEduardo Motoyama AlmeidaElio Ferreira de Oliveira JuniorErick Augusto Ramalho e SilvaErik Igor PinelliErlandson Silva EvangelistaEugenio MizutaFabio Rocha CargninFabiola Leite NogueiraFabricio Batistella ZassoFelipe Pagio CoelhoFelipe Penner FalcaoFelipe Ribeiro da Silva CamargosFernando Chagas Patrao Neto

28 | Anestesia em revista

SBA

SBAEspecial 57º CBA

SBA

| Es

peci

al 5

7º C

BA

Fernando Henrique M. C.ZylbersztejnFlavio Conti CarlottiFrancisco Savio Alves ArcanjoGabriela Chagas Freitas de AndradeGermano Pinheiro MedeirosGilson Pereira dos Santos JuniorGiovanni Menezes SantosGlenio Bitencourt MizubutiGraciana Zerbini de AraujoGuilherme Oliveira CamposGuilherme Passebon SoaresGustavo Henrique MeurerHeladio Ximenes MemoriaHugo Dias CaminhaJoao Victor Lopes DamascenoJoel Gianelli Paschoal FilhoJose Breno Ribeiro NobregaJuarez Mundim RibeiroJuliana PiechnikKarina Leal CostiKlaus Filus WeberLaudinely Martins de OliveiraLeandro Aurelio da Silva SantanaLeandro Marques CorreaLivia Pereira Miranda Prado BanzatoLucas Coutinho de Sa OliveiraLuciano Totti DykyjLuis Fernando Regis SimoesLuiz Gustavo de Menezes RodriguesMarcelo Waldir Mian HamajiMarcia Adriana Dias M.MoreiraMarcia Fernandes FerreiraMarcos Cardoso CostaMarcos Grijo PitanguiMarcos Vinicius Manso JuniorMarden Fernando Miranda RamosMariana Limeira TeixeiraMatheus Fecchio PinottiMauricio Sperotto CecconMauricio Teruo Shimatai Sazaki

Max Goncalves XerezMelissa Nespeca MendesMichelle Reis de LucenaMonique Villa Real AyalaMuriel GrandoNely Marjollie Guanabara TeixeiraNorberto Chella JuniorPatricia Rodrigues da SilvaPatrick Raoul Erasmo Dias LaportePaulo Jose Irigon PereiraPaulo Lima Pereira JuniorPaulo Magalhaes Gomes RamacciottiRafael de Macedo CoelhoRaphael de Almeida CarvalhoRaphael de Cerqueira CamposRegina Celia Vasques PrietoReginaldo Shin-Iti GotoRenata Fatureto Borges WatanabeReniere Augusto Jones da SilvaRicardo UemaRoberta Teixeira LeiteRoberta Vergara da SilvaRodrigo Marques dos Santos Laia FrancoRodrigo Montebello de AraujoRodrigo Rodrigues AlvesRodrigo Santos FortunatoRonaldo Antonio da SilvaSang Ken KimTadeu Ferreira de Morais CarvalhoTatiana Goldgaber BorgesTomaz Gonzalez Passos EstrelaVictor Antonio Teixeira AlvesVictor Emanuel Puppin PintoVinicius Goncalves VieiraViviane Brasil SardaoWellington Machado Luchi

título de Especialista em Anestesiologia

Novos portadores do tEA:Alessandra de Stefano CarvalhoAlexandre RozaBenito Duarte MajeskiEduardo Singolani Vaccari TeziniIgor Rodrigues Pereira MachadoLarissa Acioli de Castro LopesLetícia Lopes Mello de OliveiraMilton FujiiNina Paes LemeRodrigo Henrique de Jesus TemoteoWillian Alves da Rocha Certificado de Atuação na Área de Dor

Novos portadores do CAAD:Alysson Bruno Oliveira SantosEric Benedet LineburgerFabio Vinicius Benevenuto FeltrimFlavio Silva FerreiraHee Sun KimJorge Taqueda NetoLuis Gustavo BaakliniMarcello Oliveira D OttavianoMarcelo BoeingMarcos Aristoteles BorgesMarcus Aurelio Santos PiresMonia Di Lara DiasPaulo Bruno Catalao de AlbuquerquePedro Luis Vaz de Lima MattosRenata da Cunha RibeiroRita ZambonatoSelma Westphal Rodrigues Olea CorreaThiago de Freitas GomesViviane Alves TeixeiraWelma Rezende Fuso de Assis

Especial 57º CBA | 29

SBA

30 | Anestesia em revista

SBANotícias

SBA

| N

otíc

ias

Médico anestesista toma posse na Academia de Medicina do Rio de Janeiro

• Membro da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA), Jaime Pinto de Araújo Neto tomou posse, no dia 25 de outubro, da cadeira 42 da Academia de Medicina do Rio de Janeiro, na qual ainda não houve nenhum ocupante anestesiologista. Na solenidade, realizada no Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC), em Botafogo, Rio de Janeiro, estavam presentes o secretário municipal de Saúde do Rio, Hans Dohnan, e o presidente da SBA, Carlos Eduardo Nunes. Em seu discurso, Jaime se referiu, orgulhoso, à SBA como “a minha sociedade”.

Em seu currículo constam os seguintes títulos: membro atuante de ensino de anestesia no Rio de Janeiro; membro do conselho editorial da revista Anestesia em Revista, da Sociedade Brasileira de Anestesia (SBA); membro titular da Associação de Medicina Intensiva Brasileira; membro da banca examinadora do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e diretor científico da Sociedade de Anestesiologia do Rio de Janeiro. n

Em seu discurso, Jaime Araújo destacou com orgulho a SBA

Notícias | 31

SBA

| N

otíc

ias

Brasil na presidência da Associação Médica Mundial • José Luiz Gomes do Amaral, presidente da AMB, foi eleito, por aclamação, para presidir a Associação Médica Mundial (WMA) em 2012. O pleito ocorreu em 16 de outubro, durante a assembleia geral da WMA, realizada em Vancouver, Canadá. É a terceira vez que um brasileiro assume o cargo máximo na entidade. O cirurgião catarinense Antônio Moniz de Aragão presidiu a WMA em 1961 e o dermatologista paulista Pedro Kassab, em 1976.

Amaral representa o Brasil como integrante do conselho da WMA desde 2005 e, há três anos, preside o Comitê de Assuntos Médicos Sociais (SMAC). Ele foi responsável por trazer ao Brasil relevantes discussões sobre pesquisas clínicas, como a revisão da Declaração de Helsinque (agosto de 2008), o uso de placebo em pesquisa médica associada ao tratamento (janeiro de 2010) e o Seminário Internacional de Resiliência Médica (agosto de 2010).

Com a realização da conferência Doutores do Ambiente, em novembro de 2009, ajudou a disseminar a Declaração de Deli sobre saúde e mudança climática. Dana Hanson,

presidente da WMA na época, compareceu ao evento e realizou a palestra de abertura. Yoram Blachar, presidente da WMA em 2008, também visitou o Brasil nesse ano, na abertura da versão brasileira do Curso de Formação de Lideranças Médicas, adaptação de uma iniciativa da WMA.

Ainda no âmbito internacional, atualmente, Amaral preside também a Comunidade Médica de Língua Portuguesa (CMLP), cargo assumido em março deste ano, durante o IV Congresso da CMLP, realizado na cidade de Maputo, em Moçambique. Ao representar o Brasil na Confederação Médica Latino-americana e do Caribe (Confemel) e no Fórum Ibero-americano de Entidades Médicas, Amaral tem trabalhado pela integração das instituições de representação médica nesse contexto.

O recém-eleito presidente da WMA é especialista em anestesiologia e medicina intensiva; professor titular da disciplina de anestesiologia, dor e medicina intensiva da Universidade Federal de São Paulo; desde 1994, é responsável, no Hospital São Paulo (Unifesp), pelos centros de ensino e treinamento da Associação de Medicina Intensiva Brasileira e da Sociedade Brasileira de Anestesiologia.

Gomes do Amaral foi reeleito presidente da Associação Médica Brasileira para a gestão 2008-2011 e apresenta destacado trabalho em defesa da qualidade da assistência e da dignidade profissional do médico, dos projetos de lei para regulamentar o exercício da profissão e para implementar o Plano de Carreira, Cargos e Salários e ainda da consolidação do sistema de hierarquização

SBANotícias

de procedimentos médicos. Ele também presidiu da Associação Paulista de Medicina no período 1999-2005.

Durante seu discurso, Gomes do Amaral falou sobre o desafio de presidir a WMA, entidade que congrega representantes de 96 países: “Trata-se não apenas de expressar a visão individual construída ao longo de anos de debate e intenso convívio com os senhores, mas, sobretudo, de expressar o pensamento comum dos 96 países que integram a WMA”, destacou.

32 | Anestesia em revista

SBA

| N

otíc

ias

Ele também destacou a importância da convivência com os ex-presidentes da Associação Médica Mundial. “Tive o privilégio de conhecer e acompanhar o brilhante trabalho de Yank Coble, Kgosi Letlape, Nachiappan Arumugam, Jón Snædal, Yoram Blachar e Dana Hanson. Convivi com Pedro Kassab e Jaroslav Blahos (República Tcheca), distintos colegas que tão bem expressam o espírito empreendedor desta instituição.” Presidente eleito da Associação Médica Mundial, Amaral será empossado em solenidade agendada para a próxima assembleia da WMA, que ocorrerá em Montevidéu, Uruguai, em outubro de 2011. n

O desafio é, sobretudo, de expressar o pensamento comum dos 96 países que integram a WMA‘

José Luiz Gomes do Amaral, presidente da AMB, foi eleito para presidir a Associação Médica Mundial (WMA) em 2012. É a terceira vez que um brasileiro

assume o cargo máximo na entidade

SBA

histórico, vale lembrar que a anestesiologia em São Paulo apresenta uma trajetória de evolução permanente. Com a criação do Departamento de Anestesia da Associação Paulista de Medicina, em 1950, os especialistas de São Paulo passaram a respirar a atmosfera associativa. A primeira diretoria desse departamento foi presidida pelo doutor Reynaldo Figueiredo Neves. Desse braço forte do associativismo médico de São Paulo nasceu, em 1969, a Sociedade de Anestesiologia do Estado de São Paulo, que teve como primeiro presidente João Brenha Ribeiro.

Aliás, o atual presidente da sociedade, Desiré Carlos Callegari, enaltece João Brenha Ribeiro e os demais ex-presidentes pelos esforços realizados. Lembra que era um sonho de todos, assim como do conjunto dos colegas anestesiologistas, tornar a sede mais acessível. “Procuramos um centro onde houvesse metrô e grandes hospitais próximos, que pudesse ter acesso mais tranquilo, com estacionamento rotativo para que nossos associados possam frequentar mais a sede”, explica.

Saesp inaugura nova sedePara melhor acessibilidade, Saesp troca antiga casa de Tarsila do Amaral por cobertura triplex no bairro da Liberdade.

• A Sociedade de Anestesiologia do Estado de São Paulo (Saesp) tem novo endereço. Depois de 37 anos no bairro de Perdizes, em uma espaçosa casa que já pertenceu à pintora Tarsila do Amaral, a sede mudou para o bairro da Liberdade, zona central da cidade.

A inauguração oficial, dia 5 de novembro, contou com a presença de entidades médicas importantes, como a Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA), a Associação Paulista de Medicina (APM), o Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) e o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp).

Autoridades como Jorge Carlos Machado Curi, presidente da APM; Cid Célio Jayme Carvalhaes, presidente do Simesp; Renato Azevedo, vice-presidente do Cremesp; e Airton Bagatini, diretor do Departamento Administrativo da SBA, compareceram à solenidade, que teve também a inauguração de uma galeria para homenagear os ex-presidentes da Saesp.

A galeria é um resgate da memória da própria sociedade, que foi fundada há 60 anos. Apenas como registro

Regionais | 33

SBA

| Re

gion

ais

A inauguração da nova sede da Sociedade de Anestesiologia do Estado de São Paulo contou com a presença de várias autoridades médicas, entre elas: Renato Azevedo, do CREMESP; Desiré Carlos Callegari, da SAESP; Jorge Carlos M. Curi, da APM; Cid Célio J. Carvalhaes, do SIMESP e Airton Bagatini, da SBA

Regionais

Essa mudança de sede tem valor simbólico, representa também uma alteração estrutural da própria Saesp, que busca modernização e adequação aos novos tempos da parte administrativa. Só para ter uma ideia, nas novas instalações, há sala com computador para consulta à internet, que o associado pode utilizar sempre que necessitar, e uma biblioteca adaptada à tecnologia virtual, que aumenta a oferta de serviços da sociedade.

“Nossa perspectiva é permitir maior contato com o associado”, ressalta Desiré.

A nova sedeA sede da Saesp – localizada à Rua Maestro Cardim, 1.293, bairro da Liberdade, capital paulista – ocupa a cobertura triplex no 13º andar de um prédio moderno, com fácil acesso à região da Avenida Paulista e próximo a hospitais como Beneficência Portuguesa e Hospital do Coração (HCor).

Os três andares da sede estão divididos em recepção, estoque, copa e a biblioteca Centro de Conhecimento Carlos Parsloe no primeiro deles. O segundo andar engloba a área administrativa, como a secretaria, o Departamento Científico e, futuramente, o Departamento de Eventos, além de uma sala de reunião. No terceiro andar, estão localizadas as salas da presidência e de reunião de Diretoria da Saesp.

A decoração do ambiente é moderna, com diversas paredes de vidro que valorizam a entrada de luz natural. n

Mês de festa para a Coopanest-PE

34 | Anestesia em revista

SBARegionais

SBA

| Re

gion

ais

• Nos dias 15 e 16 de outubro, a Coopanest-PE teve dois bons motivos para comemorar. O primeiro marcou a inauguração do Anexo Operacional II, segunda grande ampliação da cooperativa em cinco anos. No dia seguinte, o restaurante Spettus Boa Viagem foi palco de um jantar dançante em homenagem ao Dia do Médico Anestesista e aos 34 anos dessa cooperativa.

O Anexo Operacional II oferece um serviço pioneiro no estado e de fundamental importância: salas para consultas pré-anestésicas. A iniciativa possibilita maior conhecimento entre médico e paciente, com o consequente estabelecimento de uma relação de confiança, permite o esclarecimento de dúvidas sobre o procedimento e a avaliação das condições clínicas do paciente com base em seu histórico de saúde e assegura um lugar adequado para a assinatura do consentimento livre e esclarecido.

Jose Antonio, Nádia Duarte e Francisco Brito

Sargs conquista mais autonomia para anestesiologistas gaúchosOperadoras de planos de saúde não poderão influenciar na escolha de fármacos para procedimentos anestésicos

• O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) deu parecer positivo, elaborado pela Câmara Técnica de Anestesiologia, à reivindicação da Sociedade de Anestesiologia do Rio Grande do Sul (Sargs) referente à padronização de anestésicos realizados de forma unilateral pelas operadoras de saúde.

“Esse foi um passo importante para a anestesiologia gaúcha, pois oferece mais autonomia ao anestesiologista no exercício de sua profissão. Esperamos que outras regionais também possam usufruir essa conquista”, afirmou o presidente da Sargs, Daniel Volquind.

De acordo com a decisão da entidade, as operadoras de planos de saúde não poderão exigir um grupo específico e limitado de fármacos para ser utilizados em procedimentos anestésicos. Conforme o parecer, não há justificativa para as operadoras de saúde ou instituições afins atuarem dessa forma. Portanto, devem permitir o uso de qualquer fármaco indicado com precisão pelo

Regionais | 35

SBA

| Re

gion

ais

A inauguração ocorreu na sede da Coopanest-PE, com a presença dos cooperados e seus familiares, além de representantes de outras entidades médicas, como os doutores Nádia Duarte (SBA), Célia Costa (Hospital Dom Hélder Câmara e Febracan), Francisco Brito (Saepe) e José Tenório (Simepe). No dia 16, a partir das 20h30, no restaurante Spettus, com a participação da Orquestra Toque Musical e do cooperado e diretor da Coopanest-PE, Dr. Valdir Rizzuto, nos vocais, foi celebrado o Dia do Médico Anestesista e os 34 anos da cooperativa.

A história da Coopanest-PE começou em 9 de julho de 1976, com a razão social Sociedade Cooperativa de Serviços Médicos Hospitalares de Anestesia de Pernambuco, com a adesão e o trabalho de 53 anestesistas. Atualmente, com um total de 387 cooperados, a Coopanest-PE tem uma organização administrativa moderna e transparente, sendo uma das maiores cooperativas médicas de Pernambuco e do Brasil, motivo de orgulho para os médicos pernambucanos e exemplo para o cooperativismo brasileiro. n

Alegria e descontração

médico anestesiologista assistente e considerado essencial de acordo com as evidências científicas mais recentes.

No caso do auditor da operadora de saúde discordar ou ter alguma dúvida em relação aos fármacos usados, sua atuação deve ser norteada pela Resolução CFM nº 1.614/2001, que destaca a função do auditor médico. Em seu artigo 8º, o documento apresenta: “É vedado ao médico, na função de auditor, autorizar, vetar, bem como modificar, procedimentos propedêuticos e/ou terapêuticos solicitados, salvo em situação de indiscutível conveniência para o paciente, devendo, neste caso, fundamentar e comunicar por escrito o fato ao médico assistente.”

Para chegar a esse parecer, a Câmara Técnica levou em consideração o Código de Ética Médica e a Resolução 1.802/2006 do Conselho Federal de Medicina (CFM). Embasada nisso, questionou se as operadoras de saúde podem criar uma lista de fármacos para ser utilizados em anestesiologia, não aceitando os que não constarem dessa lista ou negando-se a pagar as contas que contenham esses itens.

A Câmara também considerou, para a tomada de decisão, aspectos importantes, como a prática médica, as condições de trabalho e de atendimento, a autonomia profissional, a atualização profissional e o progresso científico em benefício do paciente.

Consulta ao CREMERSConheça a íntegra da consulta realizada pela Sociedade de Anestesiologia do Rio Grande do Sul (SARGS), através de sua Câmara Técnica de Anestesiologia, ao Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (CREMERS) - Coordenação Geral das Câmaras Técnicas.

Da Consulta

Solicitamos seu parecer com relação aos questionamentos abaixo:

1) - O relatório de anestesia, onde o anestesiologista registra o seu ato anestésico pode ser usado pelas empresas de seguro-saúde, de medicina de grupo, cooperativas de trabalho médico, empresas de autogestão ou outras que atuem sob a forma de prestação direta ou intermediação dos serviços médicos-hospitalares como instrumento de verificação do uso de medicamentos, equipamentos, materiais e duração de cirurgias, já que os anestesiologistas assinam uma folha de sala onde estão registrados todos estes itens?

Em caso afirmativo, o anestesiologista pode ser responsabilizado pelo hospital e/ou empresas de seguro-saúde, de medicina de grupo, cooperativas de trabalho médico, empresas de autogestão ou outras que atuem sob a forma de prestação direta ou intermediação dos serviços médicos-hospitalares, por eventualmente não registrar algum destes itens no relatório de anestesia?

2) - As empresas de seguro-saúde, de medicina de grupo, cooperativas de trabalho médico, empresas de autogestão ou outras que atuem sob a forma de prestação direta ou intermediação dos serviços médicos-hospitalares podem se negar a respeitar a autonomia do médico em relação à escolha de métodos diagnósticos e terapêuticos argumentando que o plano de saúde do paciente não cobre tais procedimentos?

3) - As empresas de seguro-saúde, de medicina de grupo, cooperativas de trabalho médico, empresas de autogestão ou outras que atuem sob a forma de prestação direta ou intermediação dos serviços médicos-hospitalares podem adotar diretrizes ou protocolos médicos e exigir dos profissionais que sigam tais orientações? n

36 | Anestesia em revista

SBARegionais

SBA

| Re

gion

ais

V Jornada Amazonense de Anestesiologia

• A Associação de Anestesiologia do Estado do Amazonas (ASSAEAM) realizou, nos dias 28 e 29 de outubro de 2010, a V Jornada Amazonense de Anestesiologia e, paralelamente, o I Workshop de Via Aérea Difícil do Estado do Amazonas e Suporte Básico de Vida (BLS).

O evento contou com as relevantes contribuições da Sociedade de Anestesiologia do Estado de Pernambuco (Saepe), da

Sociedade Paranaense de Anestesiologia (SPA) e de renomados anestesiologistas, entre eles destacam-se: Waston Silva, Cristina Roichman, Luciana Lima e Ronaldo Souto, de Pernambuco; Clóvis Corso e Daniela Bianchi, do Paraná; Leonardo Duarte e Débora Cumino, de São Paulo; Marcelo Marçal, de Goiás; Macius Pontes, da Bahia e Wagner William, Plínio Monteiro, Fábio Queiroz, Sydnei Chalub e Shirley Monteiro, de Manaus.

O sucesso do evento se deu pela grande oferta de equipamento obtido com empresas parceiras, como ZMED e LMA; pela estrutura física cedida pela Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCECON), por causa de congressistas aplicados e, principalmente, de palestrantes brilhantes.

A V Jornada Amazonense de Anestesiologia foi o palco de um verdadeiro intercâmbio científico, social e associativo dos anestesiologistas do Brasil. n

Regionais | 37

SBA

| Re

gion

ais

SBARegionais

Equipe de Organizadores, Instrutores e Participantes do I Workshop de Via Aérea Difícil do Estado do Amazonas

SBA

| O

pini

ão

OpiniãoSBA

Reivindicações, ações e planejamento para 2011• O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) elaborou um parecer sobre o questionamento da Sociedade de Anestesiologia do Rio Grande do Sul (Sargs) em relação à legalidade das operadoras de saúde em criar um rol de fármacos para ser utilizados em anestesiologia, não aceitando aqueles que estão fora dessa lista ou negando-se a pagar as contas que contenham esses itens (veja a matéria “Sargs conquista mais autonomia para anestesiologistas gaúchos”). Diminui-se, assim, o cabresto que as operadoras de saúde exercem sobre os médicos (rogamos que esta matéria seja divulgada e usada como instrumento de luta em favor da autonomia do exercício da anestesiologia de acordo com padrões científicos, e não com o viés econômico do intermediário do Sistema de Saúde).

Também somos vitimados por uma ação inocente que tomamos no passado, em aceitar o fato de que nosso relatório de anestesia (ficha de anestesia) fosse usado pelas

Por Airton Bagatini*

instituições hospitalares e pelos planos de saúde como folha de débito de sala cirúrgica. No início, inocente, não nos prejudicava e estávamos ajudando a controlar os gastos dos hospitais. Hoje se tornou obrigação. Quantas vezes ouvimos, com ar inquisitivo: “O senhor não colocou na ficha esse fármaco!” Viramos o bandido da história.

Informo que estão em estudo, na Câmara Técnica do Cremers, os questionamentos descritos na matéria da página 36. Aguardamos, ansiosamente, esse parecer positivo, para colocar mais um tijolinho nessa escalada de resgate da dignidade médica.

Já na Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA), estamos avançando com a ideia de planejar o futuro a médio e a longo prazos. Não estamos pensando unicamente no ano em curso, agora temos um norte e mais agilidade para enfrentar novos desafios. Realizamos a medida e a análise de cada ação feita, e assim vamos minimizando a repetição dos erros do passado. Dois meses antes da posse da futura Diretoria, já temos conhecimento de onde estamos e aonde queremos chegar em dezembro de 2011. Concomitantemente, colocamos em prática o realinhamento do planejamento estratégico e as comissões, os comitês e o corpo editorial da Revista Brasileira de Anestesiologia já estão cientes dos objetivos e das metas delineadas para os próximos anos. n

* O autor é Diretor Administrativo da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA).

SBA

38 | Anestesia em revista

Calendário Científico | 39

SBACalendário Científico

SBA

| Ca

lend

ário

Cie

ntífi

co

2011 XXXV JONNA17 a 19 de março Grande Hotel SERHS Natal / RN

46ª JOSULBRA - Jornada Sul Brasileira de Anestesiologia14 a 16 de abrilJoinville - SC

8º Congresso Paulista de Anestesiologia - COPA26 a 29 de maio São Paulo - SP

Euroanaesthesia 11-14 de junho Amsterdam - NL

45ª JASB - Jornada de Anestesiologia do Sudeste Brasileiro23 a 25 de junho Belo Horizonte - MG

42ª JABC - Jornada de Anestesiologia do Brasil Central25 a 27 de agosto Campo Grande - MS

24ª JORBA - Jornada Baiana de Anestesiologia24 a 25 de setembroSalvador - BA

Asa Annual Meeting 15-19 de outubro Chicago, IL - USA

58º Congresso Brasileiro de Anestesiologia10 a 14 de novembroFortaleza - CE

2012 15th World Congress of Anaesthesiologists25 a 30 de marçoBuenos Aires - Argentina

Asa Annual Meeting - 201213-17 de outubroWashington, DC - USA

59º Congresso Brasileiro de AnestesiologiaBelo Horizonte/MG

2013 Asa Annual Meeting 12-16 de outubro San Francisco, CA - USA

60º Congresso Brasileiro de AnestesiologiaAracaju / SE

2014 Asa Annual Meeting - 201411-15 de outubro de 2014New Orleans, LA - USA

61º Congresso Brasileiro de AnestesiologiaRecife / PE

2015 Asa Annual Meeting - 201524-28 de outubro de 2015San Diego, CA - USA

62º Congresso Brasileiro de AnestesiologiaFlorianópolis / SC

40 | Anestesia em revista

SBAResponsabilidade Social

SBA

| Re

spon

sabi

lidad

e So

cial

Biodiversidade versus biotecnologia• O termo biodiversidade foi introduzido nos anos 1980 por naturalistas preocupados com a destruição dos ecossistemas e das espécies que os habitam, tornando necessária a conscientização da sociedade para que tomasse medidas de proteção e recuperação do meio ambiente.

A conservação da biodiversidade nos países que têm sua economia voltada para a agricultura e a exploração dos recursos naturais é primordial, pois é seu instrumento de produção. Essa realidade implica a utilização desses recursos de forma sustentável, para que esses países possam se desenvolver econômica e socialmente e garantir, a longo prazo, tal diversidade, indispensável para manter os processos de evolução do mundo vivo.

Se admitirmos que a extração e a utilização dos recursos naturais – ou seja, a erosão desenfreada da biodiversidade – resultam, principalmente, de atividades ligadas ao desenvolvimento, que acarretam impacto profundo no meio ambiente, torna-se primordial a elaboração de estratégias globais para manter a melhor utilização desses recursos vivos naturais, através de medidas sustentáveis que possam ajudar nosso planeta.

Por Juliana B. Klein*

Para que se possam buscar as causas e as soluções para os problemas que afetam a biodiversidade, é fundamental uma visão mais abrangente da distribuição do território, não objetivando apenas as áreas protegidas, mas, também, as zonas rurais ou seminaturais, como florestas, campos, cercas-vivas e terrenos incultos, em diversos estados de sucessão ecológica, ecossistemas aquáticos ou costeiros.

A ameaça à biodiversidade é constante: alguns estudos mostram que cerca de 12,5% das espécies de plantas conhecidas estão sob risco de extinção. Alguns biólogos

Fauna, flora, biodiversidade e a engenharia genética para entender a biotecnologia

Responsabilidade Social | 41

SBA

| Re

spon

sabi

lidad

e So

cial

dizem que quase 20% de todas as espécies viventes podem desaparecer em 30 anos. Sendo assim, a conservação da diversidade biológica torna-se preocupação global, a julgar pelas muitas estratégias para o uso sustentável dos recursos naturais que estão sendo implantadas.

As novas tecnologias, como no caso das biotecnologias, evidencia a diversidade biológica e genética como matéria-prima básica para os avanços observados nessa área, pois variados produtos utilizados pela população – desde alimentos até artigos farmacêuticos – têm sua fonte na biodiversidade brasileira.

O termo biotecnologia é designado para toda aplicação tecnológica que use sistemas biológicos e/ou organismos vivos e seus derivados para realizar ou modificar produtos ou procedimentos para determinado uso específico. A utilização da biotecnologia tem ocorrido com base na visão sustentável, o que a torna uma aliada importantíssima à diversidade genética do meio ambiente.

De modo geral, a biotecnologia funciona quando organismos vivos, ou até partes deles, são utilizados para confecção ou modificação de produtos, seja por meio do aperfeiçoamento de plantas ou animais ou da descoberta de micro-organismos de uso potencial específico. Com isso, entende-se que para

a biotecnologia o que realmente tem valor não é a diversidade da natureza, mas as informações contidas nela, que, por intermédio de ferramentas como a engenharia genética, a codificação de genes e a clonagem, possibilitam o desenvolvimento e a produção de itens, independentemente de sua origem.

É importante salientar que a contribuição, para a humanidade, do desenvolvimento das novas biotecnologias representa um grande avanço, num momento em que o espúrio interesse econômico e estratégico e a megadiversidade confluem.

Não é mera coincidência que a ameaça à diversidade biológica estivesse entre os tópicos mais importantes discutidos na Conferência Mundial da ONU para o Desenvolvimento Sustentável. Envolver a sociedade em geral e as comunidades rurais em práticas sustentáveis, mostrando que esta é a única forma de manter as atividades econômicas gerando riquezas a longo prazo, e firmar uma base científica e de infraestrutura nas áreas de conhecimento científico tecnológico são desafios a serem vencidos pelas organizações ambientais nos dias de hoje, na tentativa de apoio sólido, político e jurídico. n

*A autora é bióloga, mestranda do programa de mestrado em ciências farmacêuticas

pela Univali, Itajaí, em Santa Catarina.

Não é mera coincidência que a ameaça à diversidade biológica estivesse entre os tópicos mais importantes discutidos na ONU‘

42 | Anestesia em revista

Amor e Felicidade são sonhos da humanidade

SBACulturaPor Fernando Pessoa*

“Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário. Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas. Se achar que precisa voltar, volte! Se perceber que precisa seguir, siga! Se estiver tudo errado, comece novamente. Se estiver tudo certo, continue.Se sentir saudades, mate-a. Se perder um amor, não se perca! Se o achar, segure-o!

*Fernando António Nogueira Pessoa (1888-1935, Lisboa), poeta e escritor português.

Pessoa é considerado junto de Luís Vaz de Camões um dos mais importantes poetas de língua portuguesa.

“ Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver

Apesar de todos os desafios,Incompreensões e períodos de crise.Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemasE se tornar um autor da própria história.É atravessar desertos fora de si,Mas ser capaz de encontrar um oásisNo recôndito da sua alma.

É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.É saber falar de si mesmo.É ter coragem para ouvir um “não”.É ter segurança para receber uma crítica,Mesmo que injusta.Pedras no caminho?Guardo todas, um dia vouConstruir um castelo ...

| 43

44 | Anestesia em revista