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Lavinia barros de castro A nova republica (85 – 89) trouxe na lembrança as experiências malsucedidas da inflação, durante o governo Sarney, foram lançados 3 planos de estabilização: PLANO CRUZADO; EM 1986, PLANO PRESSER; 87, PLANO VERÃO; 89. Esse período foi um verdadeiro laboratório para experiências e teorias. Em 84 o PIB cresceu 5,4% e em 85 foi de 7,8%, tal crescimento vinha acompanhado de uma melhora nas contas eternas e redução nas contas publica. O problema mais visível era a inflação que não cedia, fortalecia a tese que o princípio da correção monetária tornara-se um elemento de dificuldade para o combate da inflação, era unanime a necessidade de promover a desindexação, apenas o modo de realizá-la não era consensual. Em 1984 havia 4 propostas para a desindexação: 1. Pacto Social- a inflação resultava de uma disputa entre diversos setores da sociedade por uma participação maior na renda nacional, chamado conflito distributivo; 2. Choque Ortodoxo- baseado na teoria quantitativa da moeda, era causada pela excessiva expansão da base monetária e esta era uma forma espúria de financiar um governo que gastava alem da sua capacidade de arrecadação, em suma, a inflação era o excessivo gasto púbico em uma economia em que o Estado crescera de mais. Esse choque consistia em severos cortes nos gastos, aumento das receitas e tributos e corte brusco da emissão de moeda e títulos. 3. Choque Heterodoxo – o componente de realimentação da inflação passada, componente inercial, era a principal causa da inflação do ponto de vista estatístico; 4. Reforma Monetária – a influencia sobre a inflação de variações no hiato entre o produto era muito pequena, e questionavam também a relevância do déficit publico como causa da inflação, Plano cruzado – foi adotado em um momento internacional favorável, queda do preço do petróleo no mercado internacional, devido a sua importância na pauta de

A Nova Republica

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Lavinia barros de castroA nova republica (85 89) trouxe na lembrana as experincias malsucedidas da inflao, durante o governo Sarney, foram lanados 3 planos de estabilizao: PLANO CRUZADO; EM 1986, PLANO PRESSER; 87, PLANO VERO; 89. Esse perodo foi um verdadeiro laboratrio para experincias e teorias.

Em 84 o PIB cresceu 5,4% e em 85 foi de 7,8%, tal crescimento vinha acompanhado de uma melhora nas contas eternas e reduo nas contas publica.

O problema mais visvel era a inflao que no cedia, fortalecia a tese que o princpio da correo monetria tornara-se um elemento de dificuldade para o combate da inflao, era unanime a necessidade de promover a desindexao, apenas o modo de realiz-la no era consensual.

Em 1984 havia 4 propostas para a desindexao:

1. Pacto Social- a inflao resultava de uma disputa entre diversos setores da sociedade por uma participao maior na renda nacional, chamado conflito distributivo;2. Choque Ortodoxo- baseado na teoria quantitativa da moeda, era causada pela excessiva expanso da base monetria e esta era uma forma espria de financiar um governo que gastava alem da sua capacidade de arrecadao, em suma, a inflao era o excessivo gasto pbico em uma economia em que o Estado crescera de mais. Esse choque consistia em severos cortes nos gastos, aumento das receitas e tributos e corte brusco da emisso de moeda e ttulos.3. Choque Heterodoxo o componente de realimentao da inflao passada, componente inercial, era a principal causa da inflao do ponto de vista estatstico;4. Reforma Monetria a influencia sobre a inflao de variaes no hiato entre o produto era muito pequena, e questionavam tambm a relevncia do dficit publico como causa da inflao,Plano cruzado foi adotado em um momento internacional favorvel, queda do preo do petrleo no mercado internacional, devido a sua importncia na pauta de importaes, desvalorizao do dlar em relao a outras moedas. Em 85 foram tomadas algumas medida fiscal e monetria no chamado pacote fiscal, a fim de eliminar as necessidades de financiamento no conceito operacional. Diante da incapacidade de conter a elevao dos preos e do fracasso do ajustes recessivos, foi adotada a proposta do Choque Heterodoxo, esse plano cruzado, com quatro grupos de medidas:

Reforma Monetria e Congelamento cruzado novo como padro monetrio nacional, essa mudana tinha dois propsitos: 1) criar um imagem nova para a moeda, forte; 2) intervir nos contratos, os preos foram congelados a partir de 28 de fevereiro, cambio fixo de acordo com a taxa do dia anterior ao plano, para o controle dos preos foi criado a tabela Sunab, uma lista de preo a ser respeitada, sob vigilncia da populao.Desindexao da Economia- foi criado a OTN obrigao do tesouro nacional com valores congelados por um ano; proibido a indexao dos contratos com prazos inferiores h um ano, obrigaes financeiras eram denominadas na moeda velha(cruzeiro), que era desvalorizado todos os dias, com o objetivo de acabar com as expectativas de inflao embutida nas obrigaes financeiras

ndice de Preos e Poupana ndice passou a ser o IPC, com o objetivo de eliminar a contaminao do ndice pela inflao do ms de fevereiro, as cardenetas de poupanas passaram a ter rendimentos trimestrais ao invs de mensais, a fim de eliminar a iluso monetria,Poltica Salarial convertidos em cruzado pela media dos ltimos seis meses. Os salrios ficariam congelados, ocorrendo algum aumento caso a caso atravs de negociao. A fim de evitar perdas nos salrios foi criado um gatilho salarial, correo automtica quando a inflao acumulasse 20%,

O sucesso foi estrondoroso, o IPC em 86 estava em torno de 15% a.m. baixaram a quase 0 nos meses subseqentes, os fiscais do Sarney estavam fiscalizando, em vez de recesso e arrojo salarial e desemprego, ocorreu exatamente o contrario, houve um crescimento de 20% dos postos de trabalho alem do medo de interromper a produo por causa da expanso do consumo os empresrios cederam a aumentos com receio de greve, o problema de deu porque j havia uma demanda aquecida antes do plano.

A situao fiscal piorava duplamente: reduo das receitas de financiamento por meio da senhoriagem, associado ao fim do imposto inflacionrio e a queda real das tarifas provocado pelo congelamento de algumas tarifas pblicas; por outro lado, os gastos do governo cresciam devidos principalmente aos aumentos das despesas com folha de pagamento.

A demanda aquecida foi provocada pela expanso fiscal poltica acomodatcia expanso do credito, abonos salariais, a expanso monetria gerou taxas negativas as taxas de juros e ocorreu uma valorizao dos ativos financeiros.

Com o excesso de demanda comeou a haver sinais de desabastecimento, devido aos congelamentos defasados, um descongelamento parcial era difcil de controlar e um descongelamento total poderia acionar o gatilho salarial.Os formuladores comearam a se dividir, uns queriam liberalizao de preos outros queriam um novo emprstimo do FMI, em meio a isso, foi laado o Cruzadinho, em 1986.

Em meio a esse impasse foi lanado o Cruzadinho consistia num pacote para conter a demanda e ao mesmo tempo financiar um plano de investimentos em infra estrutura e metas sociais. Os aumentos dos preos foram expurgados do ndice oficial de inflao para evitar o disparo do gatilho salarial.O descontentamento foi geral, ele no conseguiu conter a demanda, e gerou poucos recursos para o investimento, que diante do desabastecimento o pas comeou a importar, mais tarde houve uma queda das exportaes, em funo da defasagem cambial e tambm pelo aumento das importaes, depois foi realiza uma desvalorizao do cruzado de 1,8% e anunciou polticas de minidesvalorizaes eventuais, o que acarretou em uma antecipao das importaes e adiantamento das exportaes, deteriorando ainda mais as contas externas,

Em novembro de 1986 foi lanado o Cruzado II, novo pacote fiscal, consistia em aumentar o preo dos bens finais para evitar repasses ao longo da cadeia reprodutiva, o plano cruzado foi uma vlvula de escape para o abandono do congelamento, com a inflao crescente o gatilho dos salrios foi acionado, o fim do plano se deu em fevereiro de 87, com o fim do congelamento dos preos. Houve vrios erros na concepo do plano:

1. A inflao era inteiramente inercial, antes do plano a economia j estava aquecida;

2. Abonos salariais contriburam para a exploso do consumo;

3. Polticas monetrias e fiscais frouxa

4. Congelamento durou de mais 11 meses em vez de 3 meses;

5. Preos congelados em valores correntes e no nos seus valores mdios, reintroduziu varias distores de preos relativos;

6. Gatilho salarial reintroduziu e agravou a indexao de preos,

7. Economia informal ficou de fora do congelamento,

8. Manuteno da taxa de cambio, juntamente com a demanda crescente, deteriorou as contas externas;

9. Defasagem dos preos pblicos agravou ainda mais a situao fiscal;

Em junho de 87foi lanado o Plano Presser, com objetivo de promover um choque deflacionrio, inflao diagnosticada como inercial e de demanda, plano hibrido, hetero e ortodoxo.

Lado ortodoxo, polticas fiscais e monetrias usadas ativamente contra a inflao, juros reais positivos para conter a demanda e evitar especulao nos estoques;

Aumentar a arrecadao atravs de aumentos dos tributos e corte de subsdios.

Lado heterodoxo, congelamento de preos e salrios com trs fases: 1) congelamento por trs meses; 2) flexibilizao do congelamento; 3) descongelamento. Os salrios ficavam indexados na unidade de referencia de preo URP, com base na inflao media dos trs meses passados, com o objetivo de acabar com o gatilho de salrios, foi criado atravs da URP, um esquema de correo salarial, que aumentava a defasagem entre a inflao do ms e a inflao passada, se a inflao acelerasse ou reduzisse seria suavizada pela mdia.O plano no inicio teve sucesso na reduo da inflao de 26,1 para 3,1% em julho e 6,4% em agosto. O congelamento no foi respeitado, e o temor de um novo congelamento, acarretou em remarcaes preventivas, contribuindo para aumentar os desequilbrios de preos,. A flexibilizao anunciada permitiu aumentos nos preos devidos aos aumentos anunciados pelo governo no inicio do plano. Acordos salariais formalizados minaram a reduo do dficit e contriburam para o aumento da inflao. O melhor resultado foi obtido com as contas externas, com a flexibilizao da taxa de cambio. Diante da resistncia para a reforma tarifaria e a insatisfao popular, Bresser saiu, e entrou Malson da Nbrega, que props uma poltica ortodoxa gradualista, para estabilizar a inflao em 15% ao ms e reduzir o dficit publica, poltica do arroz com feijo, conteno salarial do setor pblico e congelamento dos emprestimos do setor publicam, com isso a inflao chegou prximo do patamar pretendido, mas, com os aumento dos preos pblicos e choque agrcola desfavorvel permitiu uma acelerao da inflao e a poltica monetria no se torno contracionistas devido aos mega-supervits da balana comercial que se acumularam.Com o insucesso do plano, foi lanado em janeiro de 89, o Plano Vero, de novo um programa hibrido, elementos heterodoxo reduo de despesas de custeio, limitaes a emisses de ttulos e medidas de restrio ao credito - e elementos ortodoxos congelamentos de preos e salrios.Foi constituda uma mudana na base monetria, cruzado-novas, sem regras de indexao, congelamento anunciado por tempo indeterminado. Na pratica no ocorreu o ajuste fiscal, os juros autos no foram capazes de conter a antecipao do consumo, por causa do receito de uma exploso dos preos depois do descongelamento, reivindicaes dos trabalhadores devido as suas percas salariais em decorrncia da defasagem dos ndices.No comeo a inflao baixou, mas, j em maro ela comeou a acelerar, no havia nenhuma coordenao de expectativas devido a extino dos indexadores, cada agente olhava para o ndice que lhe agradara, o perodo de reajustes foram reduzidos e como resultado, um aumento da inflao de ultrapassou 80% ao ms em 90.Economia de 85 a 89 Alta na taxa mdia de inflao, 471,7% a a;

Melhora na balana comercial;

Crescimento mdio do PIB de 4,3% taxa relativamente alta em comparao com o restante da dcada;

Determinantes do nvel de atividades, que puxaram o PIB para cima:

Plano cruzado indstria, bens durveis e em investimentos, a produo domstica se voltou para o consumo interno; Plano Presser agropecuria e exportao, graas ao desaquecimento da demanda interna e a flexibilizao da taxa de cambio, juros altos e perda salarial, fizeram com que o comercio e a indstria perdesse fora

Poltica do Arroz com Feijo pior desempenho da economia, -0,1% PIB, FBCF, item de pior desempenho, bom desempenho das exportaes que impediu a queda ainda maior do produto.

Olhando a expanso do PIB, foram as exportaes que puxaram o crescimento de 85 a 89. Vendas externas foram beneficiadas pela maturao dos projetos do II PND, mas tambm pela prpria queda da demanda interna e pelo bom desempenho da economia internacional. Em relao ao perodo, a queda na arrecadao tributaria, aliada a um aumento dos gastos correntes,fizeram com que as contas fiscais se deteriorassem,e m parte a ineficcia dos programas de estabilizao se deve a uma m gesto fiscal no perodo.