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8/18/2019 A Nova Visão Contábil Após a Lei 11.638
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A nova visão contábil após a Lei 11.638/2007Com a introdução da lei 11.638/2007, a contabilidade no Brasil sofre uma ampla modificação, fazendo com que o contador torne-se não somente um responsável pela apuração e pagamento de impostos
postado 30/05/2012 11:37:06 - 165.914 acessos
A - A nova visão contábil:
Em vista as mudanças na Legislação Societária e o Ambiente Internacional de Negócios e por ações, juntamente com o poder regulatório e
interpretativo que a Comissão de valores mobiliários – CVM, possui, encontra-se a necessidade do Brasil se adaptar a regulação contábil
internacional e isso implica em impactos no balanço patrimonial.
Entre os objetivos desta lei, além de alterar artigos da lei nr. 6.404/1976 para atualizá-la ao novo mundo de negócios global, deve ser
ressaltado o de providenciar maior transparência às atividades empresariais brasileiras.
Alguns dos principais avanços em termos de práticas contábeis é a adequação do Balanço Patrimonial:
Estrutura do Balanço Patrimonial segundo a Lei 6.404/76 X Lei ll. 638/07:
ANTES DEPOIS
ATIVO CIRCULANTE
REALIZÁVEL A
LONGO PRAZO
ATIVO PERMANENTE
·INVESTIMENTO
·IMOBILIZADO
·DIFERIDO
ATIVO CIRCULANTE
ATIVO NÃO
CIRCULANTE
·REALIZÁVEL A
LONGO PRAZO
·INVESTIMENTO
·IMOBILIZADO
·INTANGÍVEL
·DIFERIDO
PASSIVO CIRCULANTE
PASSIVO EXIGÍVEL A
LONGO PRAZO
RESERVA DEEXERCÍCIOS FUTUROS
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
·CAPITAL SOCIAL
·RESERVA DE
CAPITAL
·RESERVA DE
REAVALIAÇÃO
·RESERVAS DE
LUCROS
·LUCROS OU
PREJUIZOS
PASSIVO CIRCULANTE
PASSIVO NÃO
CIRCULANTE
·EXIGÍVEL A LONGOPRAZO
·RESULTADO DE
EXERCÍCIOS FUTUROS
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
·CAPITAL SOCIAL
·RESERVA DE CAPITAL
·AJUSTE DE
AVALIAÇÃO
PATRIMONIAL
·RESERVAS DE
LUCROS
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8/18/2019 A Nova Visão Contábil Após a Lei 11.638
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ACUMULADOS·AÇÕES EM
TESOURARIA
·PREJUIZOS
ACUMULADOS
Pode-se verificar no quadro a cima, que com a vigência da Lei 11.638/07, já ocorreram mudanças na estrutura do Balanço Patrimonial,como:
1 – Criação do subgrupo “Intangível” no Permanente, desdobrado do subgrupo Imobilizado;
2 – Extinção da possibilidade de reavaliação dos bens do Ativo Imobilizado e, consequentemente, eliminação das Reservas de Reavaliação;
3 – O uso do subgrupo Diferido fica restrito ao registro das despesas pré-operacionais e aos gastos de reestruturação;
4 – Eliminação da conta “Lucros ou Prejuízos Acumulados” mantendo somente a conta “Prejuízos Acumulados”;
5 – Criação, no Patrimônio Líquido, do subgrupo “Ajuste de avaliação patrimonial”, englobando:
5.1 – Como “Reservas de Capital”, passam a ser considerados apenas os ganhos relacionados com o capital social da empresa;
5.2 – Reserva de lucro a realizar, inclusão, no calculo da parcela realizada do lucro liquido do exercício, do resultado não realizado da
contabilização de ativo e passivo pelo valor de mercado.
B - Alterações na área societária:
Dentre as principais alterações, destacam-se, resumidamente:
1 - Demonstrações Financeiras:
Além das demonstrações financeiras já anteriormente previstas (balanço patrimonial, demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados e
demonstração do resultado do exercício), inova a lei ao exigir: demonstração dos fluxos de caixa e, se companhia aberta, demonstração do
valor adicionado. Foi substituída a demonstração das origens e aplicações de recursos;
2 – Demonstração do resultado do exercício:
A nova lei dispõe que a demonstração do resultado do exercício discriminara, entre outras informações, as participações de debêntures, de
empregados e administradores, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de
empregados, que não se caracterizam como despesa.
Foi revogado o parágrafo 2º do art. 187 da Lei nr. 6.404 que dispunha que o aumento do valor de elementos do ativo em virtude de novas
avaliações, registrados como reserva de reavaliação, poderia ser computado como lucro para efeito de distribuição de dividendos ou
participações depois de realizado.
De acordo com o artigo 6º da Lei 11.638, os saldos existentes nas reservas de reavaliação deverão ser mantidos ate a sua efetiva realização ou
estornados ate o final do exercício social em que entrar em vigor.
3 – Demonstrações dos fluxos de caixa e do valor adicionado:
- Demonstração dos fluxos de caixa: as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se
essas alterações em, no mínimo, 3 fluxos: (a) das operações, (b) dos financiamentos e (c) dos investimentos;
- Demonstração do valor adicionado: o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a
geração dessa riqueza, como empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída.
4 – Balanço Patrimonial:
O ativo permanente será dividido em: investimentos, imobilizado, intangível e diferido;
O patrimônio liquido deve ser dividido em: ajustes de avaliação patrimonial reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados
(antes previa também: reservas de reavaliação e lucros e prejuízos acumulados.
5 – Reservas e retenção de lucros:
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8/18/2019 A Nova Visão Contábil Após a Lei 11.638
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A Lei 11.638 cria a reserva de incentivos fiscais, prevendo que a assembléia geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar
para a reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro liquido decorrente de doações ou subvenções governamentais para investimentos, que
poderá ser excluída da base de calculo do dividendo obrigatório.
C - Relação do principio da essência sobre a forma com as alterações da legislação contábil:
Com o advento da Lei 11.638/2007, torna-se necessária agora a interpretação dessa nova e vasta legislação que, alem de convergir para a
harmonização com as normas internacionais de contabilidade, a transparência das demonstrações contábeis e a busca da essência sobrepondo a
forma, brindou-nos com a aprovação de 14 deliberações emitidas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). O fato é que 2009 seráum ano de adaptação a nova lei em decorrência das diversas interpretações que surgirão em face do entendimento de cada uma dessas
deliberações.
Ao mesmo tempo, torna obrigatória a elaboração das demonstrações contábeis, pelas novas regras, para empresas qualificadas no rol das
denominadas sociedade de grande porte que possuem um volume de negócios significativo, e/ou ativos representativos (ativo superior a R$ 240
milhões ou receita bruta anual acima de R$ 300 milhões), o que proporcionará uma percepção mais transparente por parte do mercado.
Todas essas modificações, e isso não há como negar, foi de grande relevância e representaram um passo importante para que uma integração
das companhias brasileiras com a convergência contábil internacional. Porém, ainda não iguala o Brasil ao padrão contábil internacional.
Primeiro teremos que aguardar os demais 26 pronunciamentos contábeis previstos pelo CPC e pela Comissão de valores mobiliários (CVM).
Nem tudo são flores, visto que ao mesmo tempo em que ganhamos na transparência, perdemos no quesito comparabilidade.
Dentre as diversas novidades que a Lei 11.638/2007 trouxe, destacamos as principais no quadro comparativo:
Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976 Lei 11.638, de 28 de dezembro de 2007
Publicação das Demonstrações das Origens e Aplicações de
Recursos – Doar. Publicação das Demonstrações dos Fluxos de Caixas – DFC.
Não havia a exigência da publicação da Demonstração do Valor
Adicionado – DVA para as companhias abertas.
Obrigatoriedade da publicação da Demonstração do Valor
Adicionado – DVA para as companhias abertas.
Os aumentos de valores nos saldos de ativos serão registrados
com Reserva de Reavaliação, no Patrimônio Líquido.
Os aumentos ou diminuições de valores nos saldos de ativos e
passivos decorrentes de avaliações e preço de mercado serão
registrados na conta de Ajuste de Avaliação Patrimonial, no
Patrimônio Líquido.
O ativo permanente é dividido em: investimentos, ativo
imobilizado e ativo diferido.
Ativo permanente passa a ser dividido em: investimentos,
imobilizado, intangível e diferido.
Nas operações de incorporação, fusão ou cisão, os saldos vertidos poderão ser registrados pelos valores contábeis.
Os saldos serão vertidos a valor de mercados nos casos de:fusões, cisões ou incorporações.
O Patrimônio Líquido: capital social reserva de capital, reservas
de reavaliação, reservas de lucros ou prejuízos acumulados.
O Patrimônio Líquido: capital social reserva de capital, ajustes
de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e
prejuízos acumulados.
As companhias abertas são obrigadas a publicar as suas
demonstrações contábeis devidamente auditadas. As companhias
fechadas são obrigadas a publicar suas demonstrações contábeis.
As companhias abertas e as sociedades de grande porte de capital
fechado são obrigadas a apresentar demonstrações contábeis
segundo os mesmos padrões da Lei das S.As. e auditadas por
auditores independentes.
A escrituração contábil será efetuada de acordo com os princípios
de contabilidade geralmente aceitos, podendo registrar nos livros
comercias ou em livros auxiliares os ajustes decorrentes da
Deverá ocorrer segregação entre escrituração mercantil e
tributária.
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legislação tributária.
A CVM expedirá normas contábeis de acordo com os princípios
de contabilidade geralmente aceitos.
A CVM expedirá normas contábeis em consonância com as
Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS)
As sociedades controladas devem ser avaliadas pelo método da
equivalência patrimonial.
As sociedades controladas, sociedades que fazem parte do mesmo
grupo que estejam sob influência e controle comum, devem ser
avaliadas pelo método de equivalência patrimonial.
D- Impacto das alterações da legislação contábil na gestão de custos das empresas brasileiras.
Dentre as alterações da legislação contábil, advindas por força da Lei 11.638/2007, destacamos como um dos impactos destas alterações, a
inserção do impairment e a extinção da reavaliação de ativos, havendo a possibilidade da reavaliação apurada se tornar um fator conjuntural e
indicar a necessidade do teste de impairment , o que torna premente entender os efeitos da reavaliação de ativos no Brasil e sua relação com
este novo instituto.
A lei 11.638/2007 traz a extinção da reavaliação de ativos e a inserção do impairment . O que mostra a importância do impairment como
propósito de deixar os ativos registrados ao limite dos valores correspondentes ao seu retorno econômico.
Ao contrario do impairment , a reavaliação , quando mal utilizada estava auferindo ao ativo registrado um valor superior á sua real capacidade
de retorno econômico e geração de caixa, mascarando as demonstrações contábeis e os indicadores de analise e, portanto, induzia à perda de
credibilidade pelos investidores estrangeiros.
E- CONCLUSÃO:
Estão ocorrendo grandes mudanças no cenário internacional (nas empresas), e exige-se que elas passem a adotar um novo procedimento
contábil harmônico com o mundo, para que a linguagem dos negócios possa ser entendida da mesma forma em todos os lugares. O Brasil
precisa estar inserido neste contexto e com a lei das Sociedades por ações, juntamente com a CVM, a contabilidade no Brasil dá passos
concretos, atualizando as regras contábeis brasileiras e adequando suas demonstrações e principalmente o Balanço Patrimonial ao cenário
contábil internacional.
Conclui-se que os impactos ocorridos no Balanço Patrimonial em razão das atualizações nas normas contábeis brasileira são muito importantes,
por razão da adequação do Brasil ao cenário contábil internacional.
Referências:
- Controller Consultoria Contábil: Lei 11.638/2007 nova alteração da lei
(controllerconsultoria.blogspot.com)
- Revista contábil & Jurídica Netlegis: Aspectos societários e tributários da Lei 11.638/2007 e da MP 449/08 (netlegis.com.br)
- PRICEWATERHOUSECOOPERS: Alterações na Legislação Societária – Lei 11.638/2007 (pwc.com)
- Revista Capital Aberto: As mudanças introduzidas pela Lei 11.638/2007 (capitalaberto.com.br)
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