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511 A PERSPECTIVA DE PESQUISAS SOBRE O USO DAS TIC NA EDUCAÇÃO ESPECIAL Soellyn Elene Bataliotti - PPGEEs – UFSCar , [email protected] Gabriela Alias Rios - PPGEEs – UFSCar, [email protected] Camila Pavaneti Batista - PPGEEs – UFSCar, [email protected] Eixo Temático: Práticas de inclusão/exclusão em educação Categoria: Comunicação Oral Introdução O uso de materiais pedagógicos aliados a recursos tecnológicos e informatizados podem trazer muitos benefícios aos educandos, como reforçam várias pesquisas (TJUS, HEIMANN, NELSON, 2001; STOCK, 2008). Diante da demanda de uso destes recursos, alguns pesquisadores direcionaram seus trabalhos visando colaborar com a reflexão sobre o tema da inclusão. O presente estudo pretende abordar as pesquisas publicadas em âmbito nacional sobre o uso de recursos digitais, considerados como Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC), dando enfoque ao que se refere ao uso destas para a Educação Especial. Os questionamentos desta pesquisa foram: O que as produções cientificas pesquisam sobre o uso das TIC? Para qual público alvo estes estudos estão sendo direcionados? Afinal, as TIC podem ser utilizadas para influenciar positivamente no ensino e aprendizagem na Educação Especial? Para responder a estes questionamentos, é primordial refletir o que é compreendido sobre as TIC na Educação Especial. Valente (1991a), em torno dos anos 90, afirmava que o uso do computador só poderia ser utilizado se vinculado a um software educativo. Valente (1991b, p. 63) ainda descrevia que o uso do computador poderia ser utilizado para a Educação Especial, pois segundo ele, “o computador dispõe de recursos como animação, som, efeitos especiais, fazendo com que o

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A PERSPECTIVA DE PESQUISAS SOBRE O USO DAS TIC NA EDUCAÇÃO ESPECIAL

Soellyn Elene Bataliotti - PPGEEs – UFSCar , [email protected] Gabriela Alias Rios - PPGEEs – UFSCar, [email protected]

Camila Pavaneti Batista - PPGEEs – UFSCar, [email protected] Eixo Temático: Práticas de inclusão/exclusão em educação

Categoria: Comunicação Oral

Introdução

O uso de materiais pedagógicos aliados a recursos tecnológicos e informatizados podem

trazer muitos benefícios aos educandos, como reforçam várias pesquisas (TJUS,

HEIMANN, NELSON, 2001; STOCK, 2008).

Diante da demanda de uso destes recursos, alguns pesquisadores direcionaram seus

trabalhos visando colaborar com a reflexão sobre o tema da inclusão.

O presente estudo pretende abordar as pesquisas publicadas em âmbito nacional sobre o

uso de recursos digitais, considerados como Tecnologia de Informação e Comunicação

(TIC), dando enfoque ao que se refere ao uso destas para a Educação Especial. Os

questionamentos desta pesquisa foram: O que as produções cientificas pesquisam sobre o

uso das TIC? Para qual público alvo estes estudos estão sendo direcionados? Afinal, as

TIC podem ser utilizadas para influenciar positivamente no ensino e aprendizagem na

Educação Especial?

Para responder a estes questionamentos, é primordial refletir o que é compreendido sobre

as TIC na Educação Especial.

Valente (1991a), em torno dos anos 90, afirmava que o uso do computador só poderia ser

utilizado se vinculado a um software educativo. Valente (1991b, p. 63) ainda descrevia que

o uso do computador poderia ser utilizado para a Educação Especial, pois segundo ele, “o

computador dispõe de recursos como animação, som, efeitos especiais, fazendo com que o

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material instrucional seja mais interessante, mais atrativo ao aluno portador de

necessidades educacionais especiais.”

Diante do que o autor já afirmava há cerca de duas décadas, é possível hoje encontrarmos

recursos que colaboram para a Educação Especial. Dessa forma, este trabalho tem como

objetivo buscar, analisar e identificar o que as pesquisas da última década trazem sobre o

uso de recursos tecnológicos para a Educação Especial, bem como a importância deles no

âmbito pedagógico.

Referencial Teórico

A proposta da TIC é de se promover como meio particularmente apropriado para que os

cidadãos desempenhem papéis ativos na melhoria das perspectivas educacionais. E graças

a essas tecnologias, que de certa forma são facilitadoras para a aprendizagem, a partir do

uso do computador a distância entre conhecimento e ação pode ser minimizada.

(SELWYN, 2008).

Para Brito e Purificação (2011), o computador é uma ferramenta instrucional, que deve

fazer parte da escola. As autoras afirmam que os alunos atualmente têm grande facilidade

em aprender através desta ferramenta, e o professor deve se adequar também à tecnologia,

para que tenha um bom andamento de seu planejamento pedagógico.

No Brasil, o uso do computador, assim como a internet na escola, vem sendo

implementado aos poucos. Para o ensino fundamental, “o recurso mais disponível é o

“laboratório de informática”, sendo oferecido em 44% das escolas públicas.” (BRASIL,

2012, P. 33)

Segundo Bielschowsky e Prata (2010), o Brasil tem investido no desenvolvimento de ações

que utilizem as TIC nas escolas, em colaboração entre o Ministério da Educação e os

Governos Estaduais e Municipais, uma vez que para que estes recursos sejam utilizados, é

necessário investir também na formação continuada dos professores.

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Ainda como asseguram os autores, há parcerias entre Governos Federais, Estaduais e

Municipais para oferecer cursos de capacitação para professores que desejam trabalhar

com as TIC. (BIELSCHOWSKY e PRATA, 2010).

Metodologia

Para responder aos questionamentos deste trabalho, foram realizadas buscas de teses e

dissertações que relacionavam as TIC e Educação Especial. Essa busca se deu em três

momentos.

No primeiro momento, foram feitas buscas de trabalhos que pesquisaram as TIC na

Educação Especial, através da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações

(BDTD, 2012), vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia e foram encontradas todas

as teses e dissertações relacionadas ao tema.

No segundo momento, foi delimitado as buscas pelos descritores “Tecnologia de

Informação e Comunicação” e “Educação Especial”. Foram encontrados 70 trabalhos.

Em um terceiro momento, para definir quais trabalhos seriam relevantes para a área, foram

definidas as seguintes categorias para a análise:

a) pesquisas que têm como foco principal a Tecnologia de Informação e Comunicação; b)

pesquisas cujo público alvo são os alunos da Educação Especial; c) pesquisas realizadas

nos últimos 10 anos.

A partir das categorias, foram encontradas dez dissertações, sendo seis da Universidade

Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); uma da Pontifícia Universidade Católica (PUC),

uma do Paraná e outra de São Paulo; uma da Universidade Federal de São Carlos

(UFSCar); uma da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e uma da Universidade Federal

da Paraíba (UFPB).

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Para o fichamento dos trabalhos, foram considerados as seguintes categorias: (a) o que elas

falam sobre a TIC; (b) o tema principal; (c) os sujeitos e a população alvo da pesquisa; (d)

a concepção do autor sobre deficiência; (e) se o trabalho se refere a deficiência específica

ou generalizada; e (f) os resultado e conclusão.

Desenvolvimento

Após as análises das dez dissertações, foram divididas em dois grupos: (1) aquelas que

abordam as TIC para o trabalho com a deficiência em geral; e (2), as que relacionam as

TIC e o trabalho com deficiências específicas. No primeiro grupo, encontram-se três

trabalhos e no segundo, sete.

Grupo 1 - TIC para o trabalho com a deficiência em geral

Das dissertações selecionadas para este trabalho, identificou-se que Bardy (2010),

Bortolozzo (2007) e Emer (2011) relacionam as TIC e o trabalho com pessoas com

Necessidades Educacionais Especiais (NEE) de forma geral.

Bardy (2010) fala sobre as TIC que estão sendo utilizadas na escola, que necessitam de

formação dos professores para o uso destas tecnologias. O estudo enfoca o uso dos

recursos como os Objetos de Aprendizagem (OA) para descobrir se colaboram com a

aprendizagem de alunos com NEE, através da percepção de cursistas, tutores e formadores

de um curso de formação continuada na perspectiva inclusiva.

Para concluir, Bardy (2010) aponta que os cursistas relatam a preocupação dos cursistas

com a aprendizagem dos alunos com NEE e, consequentemente, com a inclusão escolar.

Apontando resultados da importância de inovações nas estratégias pedagógicas e a

necessidade de uma aproximação do professor com o mundo tecnológico para inseri-lo

satisfatoriamente na atuação em sala de aula.

O estudo de Bortolozzo (2007) definiu o uso das TIC na escola como prática pedagógica

para o uso com alunos com NEE. A autora afirma que TIC não é somente o uso do

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computador, e sim outras ferramentas que podem ser acessíveis. Por isto, ela buscou

desenvolver um Portal como ambiente para trocas dos professores.

A autora conclui que muitas escolas já utilizam as TIC, e consideram este recurso

importante, porém, o uso da internet e do computador ainda é baixo, mas vem crescendo

gradualmente. Bortolozzo (2007) ainda afirma a necessidade de mais pesquisas na área.

O estudo de Emer (2011) descreve sobre o uso das TIC como recurso digital de Tecnologia

Assistiva (TA) aplicadas nas salas de recursos e nas salas de ensino regular. Analisando a

percepção dos professores da rede municipal de ensino, sobre o processo de inclusão

escolar de alunos com deficiência considerando as ações e o apoio das salas de recursos

multifuncional com a TA.

Para concluir, Emer (2011) enfatiza a necessidade de formação de professores e

profissionais que saibam lidar com as TIC. Indicando que há cursos oferecidos pelo MEC

que trabalham recursos da TIC e da TA, para tanto, percebeu em sua pesquisa que muitos

professores são contrários à inclusão, muitos acham que sala de recurso é continuação de

apoio pedagógico ou que os alunos deveriam estar na escola de Educação Especial.

Grupo 2 - TIC e o trabalho com deficiências específicas

A partir da análise das dissertações, foram encontrados sete trabalhos cujo enfoque se deu

em alguma deficiência específica. Dentre elas, destacam-se a Deficiência Auditiva (DA),

presente nas pesquisas de Farias (2006) e Lima (2003); Paralisia Cerebral (PC), nos

trabalhos de Galvão Filho (2004), Lima (2003), Hogetop (2003) e Lima (2010);

Deficiência Visual (DV), nas dissertações de Lima (2003) e Sonza (2004); e Deficiência

Intelectual (DI), em Hogetop (2003) e Machado (2007).

Farias (2006) diz que o computador e todos os seus aparatos como ferramenta colaboram

para o ensino de surdos, contribuindo para com a prática pedagógica de professores e

profissionais que trabalham com pessoas com DA.

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Farias (2006) ainda cita sobre a utilização das TIC como recursos mediadores ou

facilitadores na educação do aluno surdo e concomitantemente na construção do processo

do conhecimento. Para concluir, a autora enfatiza que as TIC colaboram muito para a

educação, considerando as dificuldades e histórias de vida do público alvo, constatando a

necessidade e precariedade na educação destes, onde muitos não conseguem entender

como utilizar um computador, por isto, a necessidade de trabalhar com as TIC é

importante.

No estudo de Galvão Filho (2004), foi pesquisado as TIC como diferentes formas de

relacionamento. Utilizando novas concepções e realidades pedagógicas, usando estas

ferramentas para as aprendizagens de alunos com PC na elaboração de projetos de

trabalhos (através da construção e publicação de homepages dos alunos), visando a sua

aprendizagem, desenvolvimento e inclusão social.

Para concluir, Galvão Filho (2004) se propôs a estudar a TIC como um recurso

“empoderador” para as pessoas com PC, ou para qualquer deficiência, mostrando que elas

são capazes de construir e produzir o conhecimento.

Lima (2003) traz em sua pesquisa os recursos tecnológicos e pedagógicos necessários para

que pessoas com NEE se apropriem de ferramentas computacionais, na interação com

ambientes digitais e virtuais. Para tanto, a autora observou esses recursos sendo utilizados

por sujeitos cegos, surdos e com PC. As atividades, para a pessoa com deficiência, eram

realizadas de forma exploratória, conforme o interesse do sujeito durante as intervenções,

como utilização de correio eletrônico, conhecer os recursos básicos do Windows. No caso

do sujeito com DA, foram realizadas atividades a partir de um ambiente virtual de

aprendizagem.

Lima (2003) conclui que o conceito de design universal para as TIC, com interface

acessível a todas as pessoas, ainda é uma utopia. Ressalta também a transformação de uma

informação visual em verbal e a necessidade de utilização de termos técnicos que

descrevem os recursos e elementos, no caso dos leitores de tela, que são fatores que

dificultam ou tornam mais lenta a apropriação dos recursos informáticos por uma pessoa

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cega. Também conclui que o processo de apropriação das tecnologias é similar para

pessoas com DV, DA ou PC. Porém, a mediação e a intervenção, adequadas para cada

caso, foram fundamentais para que a apropriação ocorresse.

O trabalho de Hogetop (2003) tem como tema as TIC como caminho alternativo de

aprendizado para alunos com NEE. A autora esclarece que as TIC permitem expandir a

realidade vivencial em todos os sentidos, inclusive na educação, área em que têm

impactado diretamente. A utilização de hipermídias, telemática e outras inovações refletem

no redimensionamento do ensino e seus objetivos.

Ambientes suportados pelas TIC são estimulantes e motivadores para a aprendizagem, já

que trazem o mundo virtual para a sala de aula. Porém, a mediação é fundamental para que

os alunos se apropriem de ferramentas em um ambiente virtual de aprendizagem, que

permite novas aquisições e percepções de detalhes e caminhos alternativos, contemplando

a diversidade, viabilizando a aprendizagem e desenvolvimento das pessoas com NEE

(HOGETOP, 2003).

Para Lima (2010), a informática, contando com os recursos da TIC e dos ambientes

virtuais de aprendizagem, pode auxiliar no processo de mediação/interação das pessoas

com NEE, e em sua consequente apropriação de conhecimentos. A autora aborda a questão

da mudança da visão instrucionista pela construcionista, proporcionada pela TIC, sob os

efeitos destas na sociedade, seja nos âmbitos social, político ou cultural, dando ênfase à

escola.

No caso deste estudo, que se deu com alunos com PC, a pesquisadora identificou que todos

os sujeitos envolvidos se apropriaram de novos conhecimentos, havendo desenvolvimento

não somente no ambiente escolar, mas também no familiar, já que influi diretamente na

autoestima dos sujeitos.

Nessa perspectiva, pode-se destacar o trabalho de Machado (2007), que relaciona as TIC e

o impacto cognitivo-emocional nos alunos com síndrome de Down. Para tanto, a autora

estabeleceu como objetivos possibilitar aos jovens com síndrome de Down atividades que

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oportunizassem a interação e a colaboração com amigos virtuais em um ambiente de

aprendizagem; e reconhecer como os sujeitos expressam a afetividade nas interações

apoiadas pelo ambiente virtual de aprendizagem.

Os resultados do estudo evidenciaram que os jovens com síndrome de Down

desenvolveram competências cognitivas e afetivas através das interações interpessoais. As

trocas sociais permitem que o sujeito passe por uma mudança nas estruturas de pensamento

e linguagem, viabilizando o acesso a símbolos construídos histórica e socialmente

(MACHADO, 2007).

Sonza (2004) investiga o acesso à informação por pessoas com DV, abordando a

tecnologia de um modo geral e a tecnologia assistiva. A autora traz todo o histórico do

estudo a respeito da cegueira, contextualizando que o pensamento da sociedade frente a

essa deficiência tem mudado com o passar do tempo, inclusive na atualidade, em que

mitos, tabus e estigmas perpetuam desde a antiguidade.

No que diz respeito às tecnologias, Sonza (2007) aponta que esta tem viabilizado a

inclusão social. Os software de acessibilidade a DVs, embora apresentem algumas

limitações, facilitam o acesso destes sujeitos ao mundo virtual, proporcionando

independência e autonomia. Para que esse processo seja facilitado, a atuação do professor

se faz importante, desenvolvendo o papel de mediador.

Conclusões

As pesquisas ressaltam que, apesar de se abordar com mais frequência o uso de

computadores nas escolas, as TIC contam também com o uso de outras ferramentas. Os

estudos também esclarecem que o uso da internet e computador ainda é baixo, porém seu

crescimento ocorre gradualmente.

Dentre os estudos analisados, encontra-se o uso das TIC como recurso digital de

Tecnologia Assistiva, as quais são aplicadas nas salas de recursos e nas salas de ensino

regular. As pesquisas sugerem enfaticamente a necessidade de formação de professores e

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profissionais que saibam trabalhar com as TIC, para que os equipamentos não fiquem

inutilizados, engavetados e lacrados nas estantes das escolas. E ainda salientam que muitos

professores desconhecem quais são os recursos e materiais disponíveis, como também o

funcionamento destes.

Estes dados são mais um indício de que os recursos tecnológicos são desconhecidos pela

comunidade educacional. Apesar do MEC investir na aquisição de materiais, há a

necessidade de divulgação, preparação e informação aos professores quanto a sua

utilização na prática escolar.

Os estudos que serviram de corpus para esta pesquisa destacam a Deficiência Auditiva, a

Paralisia Cerebral, a Deficiência Visual e a Deficiência Intelectual como enfoquem para os

trabalhos com as TIC. Abordando a utilização das TIC como mediadores ou facilitadores

na educação dos alunos com deficiência.

Podemos concluir que apenas o uso de recursos advindos das TIC pelo sistema educacional

não garante mudanças na qualidade da educação. É necessário repensar os paradigmas

existentes para a adoção de novas práticas educativas, pensando assim em formações de

professores, ainda mais eficaz, para que possam utilizar estas tecnologias sem as

dificuldades apresentadas.

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