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A PRÁTICA DA LEITURA A PARTIR DO DESENVOLVIMENTO … · impressos de diferentes gêneros, na maioria deles instrucionais, exibições de slides, leituras de linguagem audiovisual

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A PRÁTICA DA LEITURA A PARTIR DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

EDNA LÚCIA GERMANO MARINÊS LONARDONI

MARINGÁ 2010

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ÁREA: LÍNGUA PORTUGUESA

A PRÁTICA DA LEITURA A PARTIR DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Artigo final apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), da Secretaria de Estado da Educação (SEED), sob a orientação da Professora Drª Marinês Lonardoni.

MARINGÁ 2010

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A PRÁTICA DA LEITURA A PARTIR DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Edna Lúcia Germano1 Marinês Lonardoni2

RESUMO: Este artigo tem como objetivo apresentar o estudo sobre a prática de leitura a partir do desenvolvimento sustentável, que foi desenvolvida com alunos do Ensino Médio, no Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos de Colorado, durante as aulas de Língua Portuguesa. Por considerar que a leitura é uma ferramenta básica de inserção no mundo, nesse trabalho interdisciplinar ela tornou-se um elemento articulador de diferentes linguagens e interação com diferentes áreas do saber. Ao tomar por base o pressuposto que ler não é somente traduzir sílabas ou palavras em sons isoladamente, essa pesquisa foi desenvolvida no sentido de oportunizar ao aluno ampliar sua habilidade leitora, a partir da demonstração e verificação de como as estratégias propostas por Solé (1996), tornam-se eficazes na compreensão do texto, visto que a leitura é um processo que acontece passo a passo e estabelece etapas para o seu exercício: o antes, o durante e o depois.Com o foco na temática “sustentabilidade”, o estudo pautou-se em textos de diferentes gêneros. Durante as atividades foram realizadas leitura e interpretação dos textos apresentados, exibição de slides, vídeos e músicas. Os resultados obtidos se revelaram muito positivos, principalmente no que se refere à participação dos alunos, que puderam perceber como a aplicação de estratégias adequadas às atividades de leitura possibilitam uma melhor compreensão do texto e facilitam a construção do significado a partir das informações construídas no texto e do conhecimento de mundo dos alunos leitores. Tal fato, levou os alunos a desenvolverem um posicionamento crítico frente ao que leram e leem. Além disso, a temática abordada, “sustentabilidade”, contribuiu também para a conscientização, sensibilização e a modificação de algumas atitudes e práticas sociais sustentáveis desses alunos, despertando neles a formação ética. Dessa forma, os educandos puderam se aprimorar como pessoa humana.

Palavras-chave: Estratégias de leitura. Interdisciplinaridade. Desenvolvimento sustentável.

1 Professora participante do PDE – Programa do Desenvolvimento Educacional na disciplina de

Língua Portuguesa. 2 Professora do Departamento de Letras – Universidade Estadual de Maringá – UEM.

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INTRODUÇÃO

A leitura, ainda hoje, como de conhecimento dos educadores, é uma das

principais deficiências do estudante brasileiro. Na Educação de Jovens e Adultos

isso se intensifica, haja vista que a maioria dos alunos possui baixo nível de leitura

em seu ambiente familiar, pois dispõe pouco tempo para a leitura fora da sala de

aula, devido a jornada de trabalho longa e cansativa.

Mediante o exposto, o projeto de intervenção foi desenvolvido a partir da

questão do “Ensino e Aprendizagem de leitura” com o tema “A prática da leitura a

partir do desenvolvimento sustentável”. A opção por tal temática deu-se devido a

essa questão do desenvolvimento sustentável ser muito relevante e discutida nos

dias atuais e coincidindo com a aproximação da Conferência sobre o Meio Ambiente

“Rio + 20”, a realizar-se em junho deste ano, no Rio de Janeiro. Surgiu, também,

para ativar a reflexão dos alunos, induzindo-os, assim, à prática da leitura

interdisciplinar, uma vez que uma atividade nesses moldes envolve um conjunto

variado de textos que abordam a educação socioambiental, visto que relaciona

temas ambientais, sociais e econômicos, portanto conteúdos relacionados a outras

áreas do conhecimento.

Sob esse aspecto, pode-se considerar que a leitura é uma prática que deve

estar presente em todas as disciplinas do currículo escolar e por isso permite a

interdisciplinaridade entre os trabalhos pedagógicos, portanto deve fazer parte de

todas as atividades da escola. Sendo assim, todos os professores devem fazer uso

da leitura para ensinar seus alunos a aprenderem a aprender.

Dessa forma, com a intenção de que o aluno se torne um agente ativo no

processo de leitura, foi elaborado o material didático pedagógico, com o intuito de

propiciar a esse aluno a interação com algumas estratégias de atuação leitora,

oferecer esclarecimentos sobre as diferentes maneiras de se abordar um texto e que

tais aspectos devem ajudá-lo a compreender textos variados, sempre com o objetivo

de entusiasmar, incentivar e promover a leitura no âmbito escolar.

Para atingir esses objetivos foram realizadas atividades a partir das etapas

propostas por Solé (1996) para o trabalho com leitura. A opção pelo trabalho com as

estratégias de leitura deu-se por elas se mostrarem eficazes ao ensino de uma

prática de leitura diferenciada no cotidiano escolar, pois se configuram em

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importantes estágios para o processo de informação, já que estabelecem etapas

para o seu exercício: o antes, o durante e o depois da leitura.

Para o cumprimento dessas atividades, tomou-se como base de apoio textos

impressos de diferentes gêneros, na maioria deles instrucionais, exibições de slides,

leituras de linguagem audiovisual e músicas (texto e melodia). Esse conjunto de

textos apresentava dicas, regras, sugestões e princípios de sustentabilidade, além

de indicar maneiras de economizar, consumir, reduzir, reutilizar e reciclar. As

atividades envolveram a temática “sustentabilidade”, com a finalidade de estimular

os sentidos do aluno e possibilitar a prática de leituras diferenciadas e mais atrativas

em sala de aula.

Os pressupostos teóricos que ancoraram a preparação, desenvolvimento e a

execução do material didático pedagógico tiveram seu suporte nas teorias sobre

ensino e aprendizagem da leitura de vários teóricos, especialmente Kleiman (2004,

1998) e Solé (1996).

A LEITURA NO CONTEXTO DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM

A leitura é uma atividade básica para a formação cultural dos indivíduos.No

âmbito escolar ela se torna essencial em todas as atividades estabelecidas.

Paradoxalmente, é apontada como a maior dificuldade encontrada pelos alunos na

vida escolar, visto que todas as atividades implicam o uso da leitura, desde a língua

materna até a matemática. Para a relevância do tema em questão, buscou-se, no

decorrer da pesquisa, investigar algumas perspectivas teóricas acerca do assunto

nas últimas décadas.

De acordo com Silva (2005,p.24) “a prática da leitura é um princípio de

cidadania e que pelas suas diferentes práticas, o cidadão se inteira de suas

obrigações, direitos, conquistas e necessidades, para uma sociedade justa,

democrática e feliz”. Desse modo, a falta de envolvimento e dificuldades

encontradas no que se refere ao exercício constante da leitura prejudicam e

impedem o ingresso e a participação do indivíduo/educando na sociedade.

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Essa preocupação está presente nas Diretrizes Curriculares de Educação

Básica de Língua Portuguesa do Estado do Paraná (2008,p.48;55) ao apresentarem

três eixos que devem nortear o trabalho da disciplina na escola: a oralidade, a

escrita e a leitura, que devem ocorrer de forma integrada, ou seja, uma completando

a outra. Portanto, deve haver uma interlocução entre esses três eixos no momento

de o professor planejar as atividades, de modo a propiciar ao aluno a aprendizagem

da leitura, da produção oral e escrita. É, portanto, tarefa da escola possibilitar que

seus alunos participem de diferentes práticas sociais e que pratique a leitura, a

escrita e a oralidade, para, assim, inseri-los nas diversas esferas de interação e às

novas formas de letramento. Desse modo, é possível tornar-se realidade o que

afirma Silva (2005,p.64): “escrever e ler são atos complementares: um não pode

existir sem o outro” .

Nesse contexto, o educador deve, também, considerar a identidade cultural

do aluno, pois cada um traz um nível diferente de conhecimento, ou seja, a “leitura

de mundo” de cada um, visto que estão em jogo valores, costumes e toda gama de

experiências que são peculiares a cada indivíduo.

Dessa maneira, Freire (1994,p.40) declara que o conhecimento deve ser

construído levando-se em conta a leitura já adquirida pelo aluno. E completa: “a

leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a

continuidade da leitura daquele”. Assim, a leitura crítica de um texto exige do

aluno/leitor a percepção das relações com o contexto, tanto da prática da leitura

quanto da produção de texto.

Partindo desse pressuposto, Freire (1994) leva o educador a um repensar da

prática social e da maneira de compreender a leitura da realidade, e a buscar, cada

vez mais, melhorar a condição de ensino e de aprendizagem dessa atividade, para

assim, proporcionar ao aluno um salto qualitativo em sua visão de leitor de textos e

do mundo em que vive. Portanto, para Freire, a leitura boa é a que empurra o leitor

para a vida, que o direciona para o mundo que almeja e, para que isso aconteça, é

fundamental que o ato de ler tenha sentido para quem está lendo.

Para que isso se concretize, faz-se necessário e importante a afirmação de

Martins (2003,p.15) de que “certamente aprendemos a ler a partir do nosso contexto

pessoal. E temos que valorizá-lo para poder ir além dele”. Ainda sob essa

perspectiva Kleiman (2004,p.13) declara que “a compreensão de um texto é um

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processo que se caracteriza pela utilização de conhecimento prévio: o leitor utiliza o

que ele já sabe, o conhecimento adquirido ao longo de sua vida”. E conclui:

É mediante a interação de diversos níveis de conhecimento, como o conhecimento linguístico, o textual, o conhecimento de mundo, que o leitor consegue construir o sentido do texto. E porque o leitor utiliza justamente diversos níveis de conhecimento que interagem entre si, a leitura é considerada um processo interativo. Pode-se dizer com segurança que sem o engajamento do conhecimento prévio do leitor não haverá compreensão (p.13).

A partir do que a autora propõe, é possível verificar que as atividades que

envolvem práticas leitoras devem ser vistas pelos educandos de modo mais amplo,

profundo e levar em conta os conhecimentos prévios dos educandos. Por isso,

quando se discute as dificuldades encontradas para o desenvolvimento da prática da

leitura na escola, nota-se, em alguns casos, o trabalho um tanto falho nesse

aspecto, talvez devido à formação inadequada ou a ausência de atualização de

alguns professores que, às vezes, são levados a conceber a leitura somente como

um ato de decodificação, ausente de críticas e reflexões. É sabido que sem a

compreensão e interpretação adequadas por parte do leitor, é praticamente

impossível se chegar a uma leitura eficiente e profunda, bem como a um

posicionamento crítico sobre o texto lido.

Nesse sentido, as Diretrizes Curriculares da Educação Básica (2008,p.71)

instigam os professores a desenvolverem práticas leitoras que levem os alunos a um

posicionamento crítico frente ao que leem ao declararem:

Trata-se de propiciar o desenvolvimento de uma atitude crítica que leva o aluno a perceber o sujeito presente nos textos e, ainda, tomar uma atitude responsiva diante deles. Sob esse ponto de vista, o professor precisa atuar como mediador, provocando os alunos a realizarem leituras significativas. Assim o professor deve dar condições para que o aluno atribua sentidos a sua leitura, visando a um sujeito crítico e atuante nas práticas de letramento da sociedade.

Para que tal propósito se efetive, é necessário que os educadores, de modo

geral, conheçam e apliquem no cotidiano escolar as diversas teorias que envolvem

essa temática, de maneira a favorecer aos educandos estratégias diferenciadas para

a prática leitora de variados gêneros e linguagens diversificadas.

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Concepções e etapas de leitura

Um dos aspectos determinantes do trabalho com atividades leitoras em sala

de aula está relacionado às concepções de leitura. Kleiman (1998,p.21) aponta três

tipos de abordagens ineficientes muito presentes nas escolas de um modo geral: a)

a leitura como decodificação, b) a leitura como avaliação e c) a concepção

autoritária da leitura.

Segundo a autora, a primeira trata-se de atividades mecânicas de

identificação de palavras do texto, que nada acrescentam ao conhecimento do

aluno, portanto muito empobrecedora. A segunda concepção é aplicada, na maioria

das vezes, nas séries iniciais, como a prática da leitura em voz alta e vista como

mera avaliação. Já, segundo a pesquisadora, “um outro tipo de prática que inibe, ao

invés de promover a formação de leitores” (KLEIMAN, 1998,p.21), é a terceira

concepção. Ela parte do pressuposto de que o texto deve ser abordado apenas de

uma maneira e que existe somente uma interpretação possível a ser alcançada. Ou

seja, a polissemia na construção dos sentidos inexiste.

Em resumo, de acordo com a proposta da autora, a habilidade que se deve

ter de leitura não é somente traduzir símbolos linguísticos (a decodificação), como

também o de servir apenas como processo de avaliação da habilidade e

competência do aluno/leitor em fazer leituras em voz alta ou, por fim, a ideia de que

um texto tenha apenas um sentido, geralmente o do professor, e que este deva ser o

preponderante.

Na realidade, de acordo com as teorias acerca das práticas de leitura, o

processo de leitura é muito mais abrangente daquele que Kleiman (1998) tece

críticas. Ao ser entendido como processo, entende-se que possui etapas. Nesse

sentido, de acordo com alguns psicolinguistas, o processo da leitura se dá nas

seguintes etapas: decodificação, compreensão, interpretação e retenção conforme

assevera (CABRAL,1986, apud MENEGASSI, 1995, p.87 ).

Segundo a autora, a decodificação é uma leitura superficial e serve como

atividade de reconhecimento do signo escrito. Busca apenas a reprodução do que o

autor diz, não acrescenta nada ao leitor, por isso, nessa etapa, não há presença de

críticas e/ou reflexões. É uma leitura literal, incompleta, porém não menos

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importante. É essencial fazê-la mais de uma vez no mesmo texto, para que a

próxima, a da compreensão, seja bem sucedida.

Ainda a respeito da decodificação, Menegassi (1995,p.87 ) reitera que: “na

decodificação, há a ligação entre o reconhecimento do material linguístico com o

significado que ele fornece”. E acrescenta: “no entanto, muitas vezes a

decodificação não ultrapassa um nível primário de simples identificação visual, pois

se relaciona a uma decodificação fonológica, mas não atinge o nível do significado

pretendido”.

Após a etapa da decodificação, passa-se à etapa da compreensão, momento

em que o aluno deve captar o sentido do texto lido, em que ocorre o entendimento, a

compreensão das informações explícitas no texto. É nesse contexto que o

aluno/leitor extrai a temática e a ideia principal do texto, de acordo com o

conhecimento prévio, colaborando para que ocorra a etapa da interpretação.

Na terceira etapa da leitura, o aluno/leitor deve interpretar uma sequência de

ideias ou acontecimentos que estão implícitos no texto, ser capaz de reconhecer o

sentido de linguagens figuradas e subentendidas, e o principal, aplicar o conteúdo

apreendido em outros contextos. Isso deve levá-lo a refletir sobre a importância do

que foi lido, fazer paralelo com seu cotidiano e aprender, com isso, a fazer suas

próprias análises críticas. Por isso, a etapa da interpretação é entendida como

aquela que leva o aluno/leitor a fazer julgamentos, juízos de valor, ou seja,

relacionar o que está presente no texto com que está dito em outros textos, em

outros discursos, relacionar a outros contextos. Em outras palavras, o aluno/leitor

constrói a sua interpretação a partir daquilo que está no texto e além do texto, e

produz um novo texto, marcado por um discurso próprio e por seu ponto de vista.

Na última etapa, a da retenção, o aluno/leitor deve ser capaz de reter as

informações trabalhadas nas etapas anteriores. E, quanto mais conhecimento prévio

o aluno/leitor possuir, maior será sua capacidade de retenção das informações, já

que, como é de conhecimento geral, só se memoriza aquilo que se compreendeu,

aquilo que fez/faz sentido para cada indivíduo.

É importante ressaltar, de acordo com Cabral (1986) todas essas etapas são

interdependentes, por isso, para atribuir sentido à leitura é preciso que o aluno/leitor

percorra cada uma delas.

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Conhecimentos essenciais para a leitura proficiente

Para Kleiman (2004, p.13), “A compreensão é um processo que se

caracteriza pela utilização do conhecimento prévio: o leitor utiliza na leitura o que ele

já sabe, o conhecimento adquirido ao longo de sua vida”. Esse conhecimento prévio,

de acordo com a autora, compreende: conhecimento linguístico, conhecimento

textual e conhecimento de mundo. E, para que o leitor encontre sentido no texto que

lê, é necessário que aconteça a interação desses níveis por parte do leitor, pois caso

contrário, a compreensão ficará comprometida.

a) Conhecimento linguístico

Para que o leitor realize qualquer tipo de leitura, é imprescindível que ele

possua um domínio mínimo de conhecimento da língua para que aconteça o

reconhecimento das palavras, ou seja, a acessibilidade lexical, bem como da sintaxe

e de todo o arcabouço das regras de sua língua de origem. Logo, sem esse

conhecimento, a compreensão não acontece. Muitos leitores trazem um

conhecimento linguístico limitado, situação-problema que deve levar o professor a

orientá-los, a fim de evitar a falta de compreensão durante a leitura.

b) Conhecimento textual

Segundo Kleiman (2004), é muito importante que o leitor faça a identificação

textual, tipologia, gênero textual a ser lido. Tal necessidade se torna fundamental na

medida em que o leitor deve/deverá diferenciar estruturas, situações e

características peculiares a cada texto. O reconhecimento da estrutura

organizacional e dos aspectos intrínsecos a cada texto em particular, desempenha

um importante papel na compreensão do texto, pois contribui no aumento das

expectativas do leitor em relação à leitura e em relação ao conteúdo que irá ler. Ou

seja, ele saberá diferenciar a leitura de uma receita de bolo com a leitura de um

poema, por exemplo, desse modo, essa identificação é, também, um pré-requisito

para a compreensão leitora. Nesse sentido, Kleiman (2004, p.20) afirma: “quanto

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mais conhecimento textual o leitor tiver, quanto maior a sua exposição a todo tipo de

texto, mais fácil será a sua compreensão”.

c) Conhecimento de mundo/enciclopédico

O conhecimento de mundo é aquele que é adquirido pelo leitor durante a sua

vida, desde o fato mais trivial até o conhecimento que ele adquiriu na escola, no

trabalho, por exemplo. É importante que esse conhecimento seja estimulado na hora

da leitura. Por isso, a importância do indivíduo, seja ele estudante ou não, possuir

um arcabouço grande e variado de conhecimentos e, se possível, ter e sentir, a cada

dia, a necessidade de alimentar e acrescer informações novas ao conhecimento

prévio. Nesse sentido, Kleiman (2004, p.21) afirma que ”para haver compreensão,

durante a leitura, aquela parte do nosso conhecimento de mundo que é relevante

para a leitura do texto deve estar ativada, isto é, deve estar num nível ciente, e não

perdida no fundo de nossa memória”. Portanto, na escola, é papel do professor

resgatar esses conhecimentos prévios dos alunos através de estímulos a leituras

variadas e no emprego de estratégias que visam a aforar esses conhecimentos no

momento da leitura, como propõe Solé (1996) e que será detalhado no item a seguir.

Estratégias de leitura

Um dos requisitos básicos de uma prática leitora efetiva em sala de aula é a

apropriação e aplicação por parte do professor de estratégias de leitura. Esse é um

procedimento que pode e deve ser ensinado aos alunos leitores.

Desse modo, ensinar estratégias de leitura parte do princípio de que, ao

apossar-se dos procedimentos que levam à compreensão e interpretação do texto, o

aluno tornar-se-á um leitor autônomo e capaz de construir o sentido do texto, mas

por outro lado, que sinta prazer em ler.

Nesse sentido, é importante retomar a afirmação de Solé (1996,p.90) de que

“ler é muito mais do que possuir um rico cabedal de estratégias e técnicas. Ler é,

sobretudo, uma atividade voluntária e prazerosa (...)”. A autora adverte, porém, que

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isso seja despertado gradativamente no aluno, por isso sugere ações organizadas

em etapas (antes, durante e depois da leitura) em busca da compreensão textual.

Para que o aluno/leitor seja capaz de realizar a leitura competente de

qualquer texto, Solé (1996) propõe algumas atividades a serem realizadas pelo

professor em cada uma das etapas propostas, como exemplificadas a seguir.

a) Antes da leitura

Nessa primeira etapa, o professor, segundo a pesquisadora, realiza

atividades que poderiam ser denominadas de “pré-leitura”, ou seja, feita antes da

leitura do texto propriamente dita. É o momento de ativar e recuperar os

conhecimentos prévios dos alunos/leitores e levá-los a pensar, refletir sobre o

tema/assunto que irão ler. Para tal, propõe os seguintes passos:

Ativar o conhecimento prévio: dar explicações sobre o que será lido: indicar a

temática, informar sobre a superestrutura textual;

Chamar atenção para os aspectos do texto que podem ativar o conhecimento

prévio: título, subtítulo, enumerações, sublinhados, mudanças de letras,

introduções e resumos;

Incentivar os alunos a exporem o que já sabem sobre o tema.

Estabelecer previsões sobre o texto.

Promover perguntas aos alunos sobre o texto com objetivo de criar

expectativa.

Definir os objetivos de leitura.

b) Durante a leitura

Segundo a autora, o professor pode optar por diversas formas ao abordar o

texto com os alunos (de maneira individual, silenciosa, em pequenos grupos, dirigida

ou compartilhada) e propõe as seguintes atividades:

Avaliar as previsões feitas anteriormente e fazer novas previsões;

Localização ou construção do tema ou da ideia principal;

Relacionar as novas informações ao conhecimento prévio;

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Esclarecimentos de palavras desconhecidas a partir de inferências ou

consulta ao dicionário;

Utilizar textos de apoio para informações complementares quando surgirão;

Autoquestionamento;

Construção do sentido global do texto.

c) Depois da leitura

De acordo com Solé (1996), essa é a etapa que a escola, costumeiramente

trabalha, isto é, só faz esse tipo de atividade de leitura. A autora mostra em seus

estudos que uma atividade de leitura que despreze as etapas anteriores, não

pode/deve levar ao aluno/leitor um grau elevado de saberes. Prova disso, pode-se

afirmar, são as dificuldades que os alunos/leitores enfrentam na compreensão e

interpretação de textos dentro e fora da escola. Isso, sem mencionar os baixos

índices desses alunos leitores em provas e exames nacionais e internacionais, como

o Pisa, por exemplo.

Para a etapa do depois da leitura, Solé (1996) propõe levar o aluno/leitor a:

Identificar o tema e a ideia principal;

Elaborar resumo;

Formular e responder perguntas do tipo: literal – respostas diretas do texto,

Para pensar e buscar – com recorrência à dedução e inferência, pessoal-

tomam o texto como referência, porém exigem conhecimento prévio;

Troca de impressões do texto lido e confronto com as hipóteses levantadas;

Avaliação crítica do texto.

A autora propõe esses procedimentos para que o leitor/aluno, após ser

motivado e incitado pelo professor a ativar seus conhecimentos prévios e a levantar

hipóteses acerca do que vai ler, possa, durante todo o processo da leitura do texto,

estar totalmente focado no texto, nas informações e nos sentidos neles veiculados.

Isto é, ao utilizar a etapa do antes e do durante à leitura, o professor propicia ao

aluno/leitor acionar seus esquemas e ativar conhecimentos adormecidos na

memória e que serão importantes ferramentas na compreensão e interpretação do

texto lido, assim como na retenção das informações e novos conhecimentos

adquiridos na leitura.

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Além desses aspectos, Solé (1998) tece críticas ao modus operandis da

escola que só trabalha com o “depois da leitura”. Tal procedimento parece “dizer”

que o aluno/leitor não tem nenhum conhecimento prévio, nada a contribuir com a

prática leitora que irá realizar. O que não é verdade. Essa prática da escola tem a

ver com a concepção de leitura que vê o ato de ler como mera decodificação, como

declara Kleiman (1998, p. 21).

DESCRIÇÃO DA IMPLEMENTAÇÂO DA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO NA

ESCOLA

As atividades da Implementação Pedagógica se desenvolveram a partir da

metodologia escolhida e que diz respeito às estratégias de leitura propostas por Solé

(1996), como relatadas acima, bem como dos postulados de Kleiman (2004) e

Cabral (1986) e, também, com o auxílio dos textos selecionados previamente. Os

textos escolhidos são 8 (oito), representados por vários gêneros textuais,

envolvendo a linguagem verbal e não-verbal, todos voltados à temática do

“desenvolvimento sustentável”. Como já mencionado no início deste artigo, o

objetivo das atividades é fazer com que os alunos se tornem agentes ativos no

processo de leitura por meio da interação com algumas estratégias de atuação

leitora, com o propósito de oferecer a esses alunos esclarecimentos sobre as

diferentes maneiras de se abordar um texto e como tais aspectos poderão ajudá-los

a compreender textos de variados gêneros e linguagens. Para tanto, os textos foram

selecionados visando a uma gradação do conhecimento dos alunos acerca do tema

sustentabilidade, com vistas a um envolvimento cada vez maior desses alunos no

que se refere ao interesse e à disposição em buscar mais informações a respeito do

tema.

Antes de conduzir qualquer atividade de leitura foi feita uma sondagem com

os alunos a respeito do tema leitura, com a finalidade de oferecer condições

favoráveis à aprendizagem e para que houvesse interação entre a professora e

alunos.Essa sondagem ocorreu a partir de questões apresentadas oralmente para

reflexão dos alunos, como por exemplo: Vocês têm o hábito da leitura? O que vocês

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gostam de ler? Vocês acham que ler é importante? Justifiquem. Alguns alunos

responderam que leem muito pouco, somente quando querem obter alguma

informação; outros, que a leitura se restringe somente na escola, devido a

indisponibilidade de tempo e devido o trabalho e que quando leem preferem leituras

de revistas, apesar de considerarem que a leitura é muito importante e que ainda

pode mudar suas vidas. Somente um dos alunos relatou que a leitura sempre fez

muita falta em sua vida e que agora resolveu ler para aprender mais, ampliar seus

conhecimentos.

Em seguida, deu-se início às atividades propostas e o relato dessas

atividades será feito a partir das três etapas para o ensino-aprendizagem da leitura

propostas por Solé (1996) – o antes, o durante e o depois, realizado texto a texto.

TEXTO 1 - Desenvolvimento sustentável - como surgiu o conceito

Na etapa do antes da leitura a professora procurou chamar a atenção dos

alunos para o título “Desenvolvimento sustentável”, dando explicações, criando

expectativas, ativando, assim, o conhecimento prévio a partir de questionamentos,

como: Vocês já ouviram falar em desenvolvimento sustentável? Já leram alguma

coisa sobre isso? O que vocês acham que é preciso fazer para contribuir com o

desenvolvimento sustentável? Grande parte dos alunos disse que já ouviu muito

falar, mas que não entendeu bem; outros alunos responderam: “é cuidar do nosso

planeta”; “é não desmatar, poluir rios”... . A interação aluno/professora foi bastante

importante na troca de ideias, pois apesar de o assunto “desenvolvimento

sustentável” ser bastante atual, os alunos tiveram dificuldades em formular conceitos

a respeito.

Após esse diálogo, a professora também conversou com os alunos sobre a

origem do texto, de onde foi retirado. Nesse caso, como a maioria, da Internet.

Posteriormente, indagou sobre o gênero do texto, se era uma reportagem, uma

notícia, uma canção, texto instrucional etc. Dessa forma, a partir de elementos,

como título, subtítulo, exposições dos alunos, a professora pode antecipar a ideia

principal do texto e estabelecer previsões sobre as expectativas dos alunos a

respeito do tema. Após essas primeiras impressões, foi definido o objetivo de leitura,

que foi o de ativar a reflexão e curiosidade do aluno/leitor, favorecendo-lhe a

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explicitação de seu conhecimento de mundo e o principal, verificar a compreensão

do texto anunciado.

No segundo momento, durante a leitura foi distribuída para cada aluno uma

folha com o texto impresso e realizada uma leitura compartilhada, em que

professora e alunos se envolveram no ato de ler. Nesse momento, a professora

esclareceu algumas palavras e expressões desconhecidas que surgiram no decorrer

da leitura e procurou chamar a atenção dos alunos para a ideia central do texto que

foi de estabelecer o conceito de “desenvolvimento sustentável” como sendo o modo

de desenvolver sem prejudicar as futuras gerações e pediu para que os alunos

sublinhassem no texto o conceito de desenvolvimento sustentável e as informações

que eles consideravam mais importantes.

Na etapa do depois da leitura, já com a identificação do tema e da ideia

principal do texto pelos alunos, foram apresentadas as seguintes questões para que

os alunos respondessem por escrito. Quando e como surgiu o conceito de

desenvolvimento sustentável? O que significa? Como atingir o desenvolvimento

sustentável? Você acredita que o homem está mudando quanto aos padrões de

consumo e nível de conscientização? A partir dessas questões, os alunos tiveram a

oportunidade de confrontar as informações explícitas e implícitas no texto com as

hipóteses levantadas anteriormente, o que possibilitou responder às perguntas e

iniciar uma discussão a respeito do tema.

Em seguida, a professora complementou a discussão com outras questões,

dessa vez orais, a fim de ativar o senso crítico dos alunos, tais como: O que você

entende por escassez dos bens naturais? Você acredita que um dia a água poderá

acabar?

Para finalizar a atividade, a docente propôs que os alunos produzissem um

breve resumo, utilizando as informações implícitas e explícitas do texto lido.

Verificou-se, ao final da atividade, que a maioria dos alunos conseguiram extrair as

ideias principais do texto e informar sobre o que era mais importante como: conceito,

significado e como atingir o desenvolvimento sustentável. Outros, copiaram as

principais ideias, enquanto que uns poucos tiveram dificuldades em transpor suas

ideias para o papel e precisaram da mediação da professora.

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TEXTO 2 – O que é sustentabilidade?

A leitura proposta refere-se a um audiovisual e teve como objetivo

complementar as informações e discussões levantadas no texto 1.

Na etapa do antes da leitura a docente iniciou a atividade de leitura

escrevendo uma afirmação na lousa e pediu para que os alunos justificassem:

“Devemos ter a consciência de que sustentabilidade é muito mais do que uma

palavra bonita, é a condição para a sobrevivência do planeta, do homem e de seus

empreendimentos”. O propósito foi antecipar informações e ativar o conhecimento

prévio dos alunos leitores. Houve vários comentários por parte dos alunos até

chegarem à constatação que para o planeta e tudo o que há nele sobreviver, é

preciso mudar nossos hábitos, nossa maneira de agir. A partir desses comentários

criou-se expectativas sobre a leitura que seria apresentada em seguida.

Após essa primeira parte, iniciou-se a etapa do durante a leitura, a partir do

vídeo “O que é sustentabilidade?”. Durante a exibição do vídeo houve muitas pausas

e a professora foi explicando cada um dos três pilares que apoiam o

desenvolvimento sustentável. Ao exemplificar o que seria sustentabilidade, o vídeo

explica isso, demonstrando o ciclo do papel dentro de uma empresa. Nesse

momento fez-se inúmeras pausas para a demonstração de cada estágio, para que o

aluno entendesse, desde a origem do papel até o destino final. Dessa forma, os

alunos puderam chegar a uma compreensão mais abrangente da afirmação

apresentada anteriormente e dos comentários que surgiram, visto que puderam

confrontar, novamente, as informações da leitura do vídeo, com as do conhecimento

prévio e as questões já estudadas no texto 1. Dessa forma, conseguiram

compreender e reter as informações necessárias contidas no audiovisual sobre

desenvolvimento sustentável.

Após a exibição do audiovisual, na etapa do depois da leitura a professora

apresentou as seguintes questões por escrito: Vocês viram que há três pilares que

apoiam a sustentabilidade, Quais são eles? Explique cada um deles. Que

procedimentos foram tomados até o papel chegar à empresa? De onde veio esse

papel? Que cuidados foram tomados? Qual o destino desse papel depois de

descartado? Qual a conclusão que você chegou sobre o que vem a ser

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sustentabilidade? Os alunos responderam a essas questões colhendo informações

explícitas na leitura audiovisual com a mediação da professora.

Ao serem questionados sobre o que concluíram sobre o conceito de

sustentabilidade a maioria dos alunos responderam: “é o equilíbrio que se deve ter

entre o desenvolvimento econômico, social e ambiental” em que constatou-se que a

maioria pôde assimilar as informações que lhes foram transmitidas.

TEXTO 3 - Desenvolvimento sustentável

Esse texto por ser também de leitura audiovisual e teve como objetivo

complementar as informações sobre desenvolvimento sustentável.

Para a etapa do antes da leitura, a professora recordou o conteúdo da aula

anterior exposto no vídeo e explicou novamente sobre os três pilares da

sustentabilidade e fez os seguintes questionamentos aos alunos: Será que

crescimento é a mesma coisa que desenvolvimento? Somente alguns disseram que

sim, mas a maioria disse que não, porém não soube explicar em que seriam

diferentes. Após essas respostas, a professora perguntou: Vocês acreditam que é

possível haver desenvolvimento sem degradar o meio ambiente? Os alunos

responderam: “sim, basta o homem querer”; “sim, para isso o homem deve ser

menos ganancioso”. Desse modo, a professora procurou antecipar o tema e ativar o

conhecimento prévio dos alunos sobre o assunto.

Para a etapa do durante a leitura a professora disponibilizou aos alunos um

texto de linguagem visual, utilizando a TV pendrive e os alunos puderam confrontar

as informações de seu conhecimento prévio com as apresentadas no texto. Para

que isso fosse possível, a professora fez algumas pausas na exibição do vídeo para

explicar a diferença entre crescimento e desenvolvimento, ressaltando as falhas do

atual modelo de crescimento. Nesses momentos, a professora se preocupou,

também, com a simbologia das cores das imagens e ressaltou algumas informações

que as cores transmitiam, como por exemplo: a cor verde simbolizando as ecos

ideias, a proteção, a harmonia, o equilíbrio, a esperança em relação ao planeta;

enquanto que a cor cinza simbolizava a destruição, a ruína. Dessa maneira os

alunos puderam identificar a diferença entre os conceitos sobre crescimento e

desenvolvimento.

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Na etapa do depois da leitura, a professora organizou quatro grupos e cada

grupo discutiu entre si e respondeu no caderno a uma das questões que foram

apresentadas e depois expôs para os demais grupos: Qual é a diferença entre

crescimento e desenvolvimento? Sabe-se que o atual modelo de crescimento

econômico gerou enormes desequilíbrios ambientais, Enumere alguns. Por que o

homem consome tanto? Quais as regras básicas, segundo o texto, para não

comprometer as futuras gerações? Após responderem as questões, os alunos

permaneceram em grupos e confeccionaram cartazes contendo o conceito de

desenvolvimento sustentável. Esses cartazes foram expostos no mural da escola.

TEXTO 4 – Não comprometa as futuras gerações

Após os alunos já estarem cientes do que é sustentabilidade e de alguns

conceitos que envolvem o tema a outros a ele relacionados, partiu-se para as

leituras de textos que trouxessem aos alunos novas informações e maneiras de

preservar o planeta, como o texto a seguir.

Na etapa do antes da leitura, a professora procurou informar a turma sobre

a estrutura do texto e chamar a atenção sobre o título e o tema. Para isso, fez

algumas perguntas com a finalidade de criar expectativas sobre o texto a ser lido e

incentivar os alunos a exporem o que sabiam sobre o tema, como: Quantos anos

vocês acham que leva para uma ponta de cigarro se decompor? Você costuma

deixar o carregador do seu celular na tomada mesmo quando não o está usando?

Você costuma deixar o motor do carro ligado e/ou a luz acesa quando está parado?

Você tem contribuído, de alguma maneira, para o desenvolvimento sustentável?

Você tem procurado avaliar seus hábitos de consumo? O homem tem que “abrir

mão” da vaidade e da ganância para recuperar os estragos que vem causando ao

planeta. Você acredita que isso seja possível? Os alunos deram suas opiniões e

exemplificaram alguns hábitos não sustentáveis, principalmente no que se refere ao

uso não racional de água e energia elétrica. Disseram que, de modo geral, é muito

difícil encontrar pessoas conscientes a esse respeito e, inclusive, se propuseram a

procurar melhorar seus hábitos ao lavar a calçada, o carro e desconectar os

equipamentos elétricos quando não estiverem usando, por exemplo e, assim,

procurar incentivar pessoas da família e amigos a fazerem o mesmo.

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Na etapa do durante a leitura, a professora apresentou uma exibição de

slides contendo algumas regras de sustentabilidade. A cada slide, a docente fez

pausas para explicações e reflexões. A cada nova regra, a professora instigava os

alunos a exporem o que sabiam ou seus hábitos e contrapondo situações de

mudança para aqueles que não correspondiam às ações sustentáveis. A partir

dessa estratégia de leitura, os alunos puderam desenvolver o senso crítico e pensar

em como agir para ajudar na construção de um mundo melhor e sustentável.

Depois da exibição dos slides, deu-se prosseguimento à atividade. Os alunos,

de posse do texto impresso, primeiramente fizeram uma leitura silenciosa em que

foram, a pedido da professora, assinalando os pontos principais do texto, e, depois

uma leitura compartilhada.

Na etapa do depois da leitura, a professora pediu para que cada aluno

escolhesse uma das regras e fizesse um comentário no caderno. Em seguida, em

grupos, confeccionaram um cartaz contendo as regras de sustentabilidade

estudadas. Esses cartazes foram expostos no mural da escola.

TEXTO 5 – Planeta Azul

Depois de algumas aulas trabalhando com textos impressos e audiovisuais,

chegou o momento de levar aos alunos um texto com melodia, já que é sabido que

esse gênero é muito bem aceito por eles, mas a sua utilização se deu pelo

conteúdo, já que a temática tem a ver com os temas estudados sobre

sustentabilidade e mundo sustentável.

A música escolhida “Planeta Azul” não é recente, pois foi lançada em 1992.

Nesse ano, a Conferência Eco-92, realizada na cidade de Rio de Janeiro,

apresentou como síntese a Agenda 21, que se tornou um marco, porque definiu a

ampliação de conceito de sustentabilidade e passou a agregar as dimensões social

e econômica à questão ambiental.

Por isso, na etapa do antes da leitura, a professora procurou chamar a

atenção dos alunos para o aspecto da forma do texto e também do tema. Vocês

sabem por que o texto é denominado de canção? A professora reforçou dizendo que

canção é quando o texto é escrito em verso ou prosa literária destinada ao canto. E

continuou questionando: O que o título do texto sugere? Os alunos responderam

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que é devido o planeta possuir mais água que terra. Em seguida, a docente foi

dando informações a esse respeito utilizando-se de perguntas como: Vocês sabiam

que quase toda água do planeta está concentrada nos oceanos? Vocês sabiam que

somente uma fração muito pequena, aproximadamente 3%, sob a forma de lagos,

rios, etc, está disponível ao homem e aos outros organismos? Em resposta a esses

questionamentos, eles disseram que não sabiam que havia tão pouca água

disponível.

A professora aproveitou para dizer que um dos possíveis motivos de a música

ter como título as palavras “planeta azul” deve-se ao fato da viagem do homem ao

espaço, explicando: o soviético Yuri Gagarin, foi o primeiro homem a viajar pelo

espaço, em 12 de abril de 1961, e ao olhar pela janela da nave constatou, fascinado:

“A Terra é azul!”.

A partir dessas discussões e da mediação da professora, os alunos puderam

levantar algumas hipóteses a fim de construir os sentidos propostos pelo tema.

Para a etapa do durante a leitura, os alunos receberam o texto impresso e

fizeram uma leitura silenciosa e, a pedido da professora, foram circulando e/ou

sublinhando no texto, palavras e/ou expressões que correspondiam à temática. Em

seguida, a professora chamou a atenção dos alunos para os aspectos rítmicos do

texto, apontando as rimas, o casamento do texto com as imagens mentais que cada

um faz ao ouvir a música, entre outros. Para finalizar essa etapa, a professora fez a

leitura do texto em voz alta.

Para a etapa do depois da leitura, a professora fez algumas perguntas por

escrito sobre o texto como: Você acredita que a poluição pode afetar as estações do

ano? A falta de chuva, o sol abrasador, a falta de água é consequência de quê? Os

alunos responderam que sim, pois isso está visível a cada ano “devido ao

aquecimento global, por meio do desmatamento e outros gases na atmosfera”

“porque com a poluição, muda muito o clima”.

A professora continua a questionar os alunos, dizendo: Na última estrofe, o

autor usa da técnica da personificação quando diz: o rio parece que chora e as

águas se lamentam, qual é o motivo disso? Após a professora explicar o que era

personificação, os alunos conseguiram responder, visto que as informações estavam

explícitas no texto. E continuou: Explique a conotação: é tempo de...regar a semente

que ainda não nasceu. A professora reforçou o sentido conotativo das palavras e

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alguns alunos conseguiram identificar o sentido dado à palavra semente e disseram

que para preservar a vida que ainda virá o homem tem que mudar sua postura

diante do planeta. A docente perguntou ainda: Qual é a sugestão aparente na última

estrofe?

Algumas dessas respostas, a maioria dos alunos a deu colhendo informações

implícitas no texto, mas outros precisaram do auxílio da professora.

Para complementar a atividade, a professora exibiu o vídeo da música

Planeta Azul.

Após os alunos assistirem ao vídeo da música trabalhada, professora sugeriu

que os alunos pesquisassem e relacionassem outras músicas que tivessem como

temática o meio ambiente. Eles se entusiasmaram com a atividade e relacionaram

muitas, dentre elas: Amazônia (Roberto Carlos), Xote ecológico (Luiz Gonzaga),

Planeta Água (Guilherme Arantes), Herdeiros do futuro (Toquinho), Natureza,

espelho de Deus (Chitãozinho e Xororó).

Verificou-se, ao final, que os alunos se motivaram com a atividade e, por

consequência, com a temática, fato que gerou a vontade de buscar outras letras de

músicas voltadas para o tema em estudo.

TEXTO 6 – Conheça os 12 princípios do consumo consciente

Após uma atividade mais lúdica, porém não menos consciente, realizada na

aula anterior com a música “Planeta azul”, passou-se a uma nova etapa na

discussão e conhecimento da temática sustentabilidade. Para esse novo passo,

optou-se por um texto que oferecesse instruções/indicações para os alunos, seus

familiares e amigos de como realizar um consumo consciente, a partir da temática

estudada até então.

Para a etapa do antes da leitura, a professora começou a atividade com um

bate-papo com a classe e, com o intuito de criar expectativas nos alunos, fez a

seguinte pergunta: Você costuma avaliar os princípios que guiam suas escolhas e

seus hábitos de consumo? Ou seja, o que você leva em conta no momento de

comprar algo? Muitos disseram que utilizam alguns princípios, sim, e deram as

seguintes justificativas: “só compro o que preciso”; “se eu tivesse dinheiro, compraria

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de tudo”; “ é preciso ser consciente na hora de comprar, ver se está precisando

mesmo, ver onde comprar e se vai conseguir pagar...”.

A seguir, a pedido da professora, os alunos, em grupo, relacionaram hábitos

de consumo do dia-a-dia que eles consideravam não sustentáveis, dentre eles:

a)banho demorado, pois gasta muita água e energia, b)não fechar a torneira ao

escovar os dentes e lavar a louça, c)comprar produtos piratas ou contrabandeados,

d)não apagar a luz ao sair de um ambiente, e)não separar o lixo para reciclagem,

f)não levar sacola retornável ao ir ao mercado, g)descarte de pilhas, lâmpadas,

baterias de celulares e outros equipamentos eletrônicos em lugares não apropriados

e outros. Em seguida a professora fez alguns questionamentos como: Será que é

correto agir dessa maneira? Os alunos discutiram, argumentaram e fundamentaram

suas opiniões nas respostas explicitadas anteriormente.

Na etapa do durante a leitura, os alunos receberam uma cópia do texto

impresso e fez-se uma leitura coletiva em que, ao final de cada um dos princípios,

houve pausas e a professora mediou as discussões de cada item seguindo a

sequência do texto. Por sugestão da professora, após a leitura de cada princípio, os

alunos fizeram uma anotação, uma espécie de paralelo, entre o que foi proposto no

texto e as ações diárias desses alunos referentes àquele aspecto. Essa atividade

teve como objetivo levar os alunos a questionarem-se diante do que estavam lendo,

ou seja, eles tinham a proposta do texto, de um lado, e a realidade de cada um, de

outro. Ao final da leitura, eles tiveram em mãos uma listagem de ações positivas e

negativas diante do viver sustentável.

Já na etapa do depois da leitura, os alunos foram divididos em pequenos

grupos e discutiram sobre os 12 princípios, comparando a lista que cada um fez para

cada principio, colocando suas ações diárias frente àquela situação apontada pelo

texto enquanto liam o texto. Notaram, ao compararem as ações, que a maioria, por

desconhecimento e/ou por pura negligência, não cumpria grande parte daqueles

princípios propostos. Em seguida, ainda em grupos, responderam à seguinte

questão solicitada pela professora: Qual dos princípios citados mais lhe chamou a

atenção? Justifique, escrevendo um parágrafo em seu caderno. Para finalizar a

atividade, a professora pediu aos alunos que colaborassem na confecção de um

cartaz contendo os doze princípios do consumo consciente para, posteriormente, ser

exposto no mural da escola.

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TEXTO 7 – Eu etiqueta

Depois de levar ao conhecimento dos alunos os 12 princípios do consumo

consciente, procurou-se dar mais um passo na caminhada da conscientização dos

alunos frente ao consumo, mundo sustentável e tudo que a isso se refere. Para

tanto, buscou-se um texto, não tão recente, mas que tenta marcar uma

postura/atitude frente à vida.

A professora começou escrevendo na lousa uma relação de marcas

conhecidas como: Coca-Cola, Brahma, Fiat, Nokia, Sony, Nike, Levis e pediu para

que os alunos fossem adicionando outras marcas conhecidas por eles e perguntou:

o que essas marcas têm a ver com cada um de nós? A partir daí começou uma

discussão sobre o consumismo, sobre as pessoas que gostam de consumir demais

e que na verdade são usadas para exibir certos produtos.

Na etapa do antes da leitura, primeiramente, a professora informou sobre a

estrutura do texto, indicando tratar-se de um poema. Aliás, um poema escrito há

vários anos atrás e mostra que, já naquele tempo, a preocupação do autor com a

questão do consumo e da “despersonalização” do homem pelo produto. Explicou

que isso acontece quando as pessoas perdem os limites de sua individualidade e

passam a dar muita importância ao produto e ficam, assim, desprovidas de qualquer

valor relacionado ao ser, tornando-se pessoas sem opinião própria, ou seja, a

transformação do ser(pessoa) em objeto.

Drummond foi um autor antenado com seu tempo e mostra isso muito bem.

Seu poema “Eu Etiqueta” foi escrito na década de 1970, mas só foi publicado no

livro “O Corpo” (1984,Record). Apesar disso, continua a ser um texto atual, integrado

às condições de vida e aos valores da sociedade contemporânea.

Feitas essas considerações, a professora procurou chamar a atenção dos alunos

sobre o título do texto, na tentativa de levá-los a fazer reflexões a respeito da

temática com questões como: O que o título está sugerindo? A maioria não disse

nada, insinuando que não sabia, mas alguns arriscaram e responderam que: “ é

quando a pessoa se preocupa muito em possuir marcas, estar sempre na moda...” .

Após esses comentários, continuou perguntando: ao adquirir um produto, você

procura escolher aquele que mais lhe convém em termos de gosto e de valor ou se

deixa levar pela propaganda? Nesse momento, houve bastante discussão sobre os

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aspectos que levam o indivíduo a consumismo e alguns alunos responderam: “se eu

gostar do produto eu compro, não é só pela propaganda”; “eu mesmo já comprei

produtos e depois não gostei”; “muitas vezes a propaganda é enganosa”. Houve

ainda outros comentários e a docente julgou que os alunos já estavam motivados

para a leitura do texto e passou à etapa seguinte.

Na etapa do durante a leitura, a professora propôs que os alunos fossem,

mentalmente, traçando um paralelo entre eles e o eu lírico, assinalando no texto as

que fossem semelhantes. Para isso, optou por ler o texto em voz alta, chamando a

atenção dos alunos para algumas palavras que julgava serem desconhecidas para

eles. Num primeiro momento, buscou que eles tentassem encontrar o significado a

partir da inferência e, só depois, caso não conseguissem, consultar o dicionário.

Isso, com o intuito de enriquecer o vocabulário dos alunos.

Para a etapa do depois da leitura, a professora solicitou que os alunos

explicitassem que características ou atitudes semelhantes às do eu lírico eles

encontraram e como se sentiam frente a essas semelhanças. Em seguida, procurou

orientar os alunos para uma análise mais crítica do texto em discussão., chamando-

lhes a atenção para a intertextualidade com o tema, discutindo e auxiliando-os

quanto às questões que extrapolam o texto. Nesse sentido, foi dito a eles que são

muitos os prejuízos que o consumismo traz ao meio ambiente. Solicitou, então, que,

em grupos, fizessem uma lista e relacionassem alguns desses prejuízos e eles

escreveram que tais prejuízos causam: desmatamento, poluição, o aumento do lixo,

a escassez de água e energia devido a produção e além disso incentiva o

desperdício.

Em seguida, perguntou-se aos alunos: O que é consumo consciente? Para

essa pergunta, poucos foram os que não souberam responder. A maioria disse: “É

consumir somente o necessário para garantir a vida no planeta.”; “Quanto mais se

consome, mais lixo vai acumular”. E a professora continuou perguntando: Ao

comprar um produto, você compra porque gosta, é bom e deixa você à vontade ou

porque está na moda e as pessoas estão usando? O que pode induzir uma pessoa

ao consumismo desenfreado? Você já se sentiu inferior ao grupo por não possuir

alguma marca, de roupa, calçado, comida etc? Justifique. A essas questões os

alunos responderam, respectivamente: “eu só compro quando eu gosto, não porque

está na moda”; “pode ser o gosto de estar na moda e até por impulso“; “ não,

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nunca”; “sim, algumas vezes”. A professora ainda perguntou: Você se considera um

consumidor consciente? Em que aspecto? Explique. As respostas dos alunos foram:

“sim, pois procuro analisar o que comprar”; “sim, porque não gosto de comprar e não

pagar”; “ nem sempre, às vezes compro muita roupa e fica difícil na hora de pagar ”.

Para finalizar, foi apresentado um audiovisual do poema “Eu Etiqueta”

analisado anteriormente. Os alunos puderam confrontar as informações do

audiovisual com as questões estudadas após a leitura do poema. Assim,

conseguiram compreender e reter as informações necessárias sobre o texto

estudado.

TEXTO 8 - O Sal da Terra

Como último texto da implementação pedagógica, foi proposta aos alunos a

leitura da música “O Sal da Terra”, embora eles ainda não sabiam tratar-se de uma

canção.

Na etapa do antes da leitura, a professora colocou o título no quadro e

procurou chamar atenção sobre ele (título) e a possível temática do texto, por meio

de reflexões, com o intuito de antecipar informações e ativar o conhecimento prévio

dos alunos. Para tanto, fez a seguinte pergunta: o que este título sugere? Do que vai

tratar o texto? Muitos alunos disseram que não tinham noção do que se tratava, mas

um aluno disse que achava que o sal é o que dá sabor a terra. A partir dessa

resposta, a docente foi questionando os alunos, com perguntas como: para que

serve o sal? Obviamente, disseram que o sal serve para dar sabor, salgar os

alimentos. A professora continuou: alguém gosta de comer alguma coisa insossa? E

eles responderam que não. Após a essas perguntas e respostas, a professora disse:

já que sabemos que o sal serve para dar sabor aos alimentos e o colega disse que o

título no quadro deve se referir ao sal dar sabor a terra, do que será que o texto deve

tratar? Não se esqueçam que o tema em estudo é a sustentabilidade do planeta.

Eles ficaram pensativos e voltaram a dizer que um dos sentidos seria mesmo o de

dar sabor a terra.

Embora os alunos não tenham conseguido levantar hipóteses mais profundas,

a docente resolveu encaminhá-los para a etapa do durante a leitura, pois notou que

ficaram interessados e ansiosos para ler o texto. Para essa etapa, a professora

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sugeriu uma leitura silenciosa do texto e solicitou que, enquanto fizessem a leitura,

procurassem relacionar as informações ali presentes com os conteúdos estudados

até então sobre a temática do mundo sustentável. Alertou-os, ainda, para

relacionarem a expressão “sal da terra”, pois ela está presente em outro texto e

perguntou: que texto é esse? Antes de partir para a etapa do depois da leitura, a

professora apresentou um audiovisual do texto.

Para a etapa do depois da leitura, a professora disse aos alunos que no

texto, o homem é chamado para mudar o mundo e questiona: Que expressões

denotam isso? O que o autor quis dizer com “Vamos precisar de todo mundo. Um

mais um é sempre mais que dois...”. Explique o que você entendeu por: “A felicidade

mora ao lado/E quem não é tolo pode ver”. Os alunos opinaram que a tarefa de

buscar um mundo sustentável é de todos e que, se todos se unirem, isso ficará mais

fácil. Disseram, também, que, muitas vezes, as pessoas buscam coisas muito

difíceis para solucionar os problemas, sem ver que o simples está perto e mais fácil

de ser alcançado. Após essa discussão, a professora chamou a atenção dos alunos

para as questões que extrapolam o texto, ou seja, lembrou-os sobre o que havia dito

antes acerca da expressão “sal da terra” estar presente em outro texto. E perguntou

se alguém se lembrou onde essa expressão aparece. Como ninguém soube dizer,

ela explicou-lhes que a expressão “sal da terra” é bíblica. Refere-se ao evangelho,

quando Jesus se dirige aos homens dizendo “vós sois o sal da terra”, ou seja, aquilo

que dá sentido, sabor ao mundo e apresentou-lhes o texto com o qual a música faz

intertextualidade, que está no Evangelho de São Mateus, 5,13. E perguntou: será

que o homem está fazendo jus ao que Jesus diz sobre ele na Bíblia, segundo a letra

da música? Os alunos responderam que “não, porque Deus criou o homem e o

mundo para viverem em harmonia e isso não está acontecendo.”; “não, porque o

homem destrói, desmata e polui rios.”; “não, porque Deus fez o mundo e o homem

está destruindo tudo”; “não, mas o homem tem que se conscientizar que precisa

cuidar das futuras gerações”; “não, porque o planeta está cada vez mais ameaçado

pela ação do homem”.

Mediante a exposição dos alunos, a professora perguntou: então, qual é a

saída, a solução sugerida no texto? De que precisamos para que isso aconteça,

segundo o texto? “Os alunos responderam: “juntar nossas forças, repartir melhor o

pão para construir uma vida melhor”; “ pensar em quem vem depois e procurar fazer

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um mundo melhor”. Todos os alunos foram unânimes em responder: “para que isso

aconteça precisamos deixar nascer,fluir, crescer e viver o amor”.

Para concluir as atividades com esse texto, sugeriu-se que os alunos

escrevessem um texto (um parágrafo ou dois) em que eles apontassem algumas

ações que poderiam fazer no seu dia-a-dia para serem “sal da terra”. Depois da

escrita, foi pedido que cada um trocasse seu texto com o colega do lado, a fim de

ver o que o colega se propôs a fazer e que seu colega também soubesse o que ele

se propôs a fazer. Essa atividade teve como objetivo, mostrar aos alunos que todos

podem fazer algo para um mundo melhor e sustentável e a troca dos textos, deveria

soar como uma espécie de compromisso assumido, já que o amigo ficou sabendo

de sua proposta e, ele, por sua vez, também ficou sabendo das propostas do colega.

Após a abordagem de todos os textos previstos solicitou-se que os alunos

produzissem uma paródia sobre o tema “Desenvolvimento sustentável”.

O primeiro passo para a realização dessa atividade, foi exibir, como exemplo,

alguns vídeos como: “Salve o planeta”; “Paródia – Desenvolvimento sustentáve”l;

“Paródia sobre o meio ambiente”, disponíveis na Internet com o referido tema.

Em seguida, foi apresentado outro vídeo com a letra original da música

pretendida para a paródia: ”É preciso saber viver”, dos autores Roberto e Erasmo

Carlos.

O passo seguinte foi escrever na lousa algumas palavras que deveriam

constar no texto parodiado, como: sustentabilidade, desenvolvimento sustentável,

planeta, homem, consciência, futuras gerações, dentre outras. Em grupos e com a

letra da música original, os alunos foram substituindo o texto original com essas

palavras, criando, assim, uma letra inédita. Esse trabalho continuou por algumas

aulas, sempre com a professora auxiliando quanto à importância da questão da

sílaba tônica, determinando o ritmo e também quanto às rimas. Houve uma boa

interação entre os alunos e a professora. Depois do trabalho concluído, o texto foi

impresso, os alunos ensaiaram com o auxílio de um violão, e a música foi

apresentada para toda a escola. Além de ter sido um trabalho bastante significante,

foi muito prazeroso e gratificante.

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RESULTADOS

As aulas referentes ao projeto de implementação pedagógica foram

realizadas uma vez por semana, durante oito semanas, no total de trinta e duas

horas aulas.

No decorrer das atividades, houve muitas discussões, reflexões e

questionamentos propostos a partir da leitura de cada texto, já que privilegiar a

expressão oral foi um dos objetivos desse trabalho. A princípio, observou-se que

muitos alunos não se encontravam aptos para desenvolver leituras críticas de texto,

pois pouco falavam, talvez pela falta de atividades dessa natureza. Mas depois,

conforme o tema abordado e as diversificadas formas de leitura propostas, eles

foram se “soltando” cada vez mais quanto à participação e aos conteúdos. Assim,

puderam refletir, analisar e emitir opiniões e os alunos que não gostavam de falar e

ler, melhoraram suas atitudes.

No entanto, notou-se que, nas atividades que envolviam respostas por escrito

das questões, alguns alunos tiveram dificuldades para transpor suas ideias para o

papel, o que exigiu uma orientação mais significativa por parte da professora.

As estratégias utilizadas possibilitaram ativar o conhecimento prévio dos

alunos/leitores, uma vez que eles passaram a participar mais das atividades,

argumentarem, dar seu ponto de vista. Isso tudo auxiliou no sentido de entenderem

melhor o texto e na aprendizagem propriamente dita, sem contar que os

alunos/leitores poderão aproveitar isso para posteriores leituras.

Verificou-se que os textos instrucionais contribuíram e despertaram nos

alunos/leitores maior curiosidade e interesse, pois, além de uma linguagem simples,

estavam contextualizados com o seu dia-a-dia, capacitando-os a desenvolver

competências leitoras dentro e fora da escola. Ou seja, possibilitou que eles

relacionassem o significado das leituras com a realidade, o que os levou a

compreender esses textos sem maiores dificuldades.

Outro aspecto relevante refere-se às atividades com o gênero canção. Essa

atividade foi utilizada em algumas aulas, complementadas com a exibição de vídeos,

com imagens e música. Tal recurso possibilitou aos alunos uma aprendizagem

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prazerosa e descontraída. Notou-se que, quando se trabalha com música, os alunos

gostam bastante e constatou-se maior absorção na construção do conhecimento.

Além desse aspecto, verificou-se que o uso de recursos tecnológicos durante

as aulas, como: projetor multimídia e a TV pendrive para exibição de vídeos e slides,

teve uma grande aceitação e fez com que os alunos se sentissem mais

interessados, por serem, os vídeos, modalidades culturais presentes no cotidiano de

muitos deles. Desse modo, a utilização do vídeo possibilitou aos alunos um

aprendizado significativo, principalmente quanto à maneira de ver o mundo. Por

meio do vídeo, puderam perceber coisas que estão acontecendo na sociedade e,

além disso, desenvolver a percepção auditiva e visual, o que acabou por influenciar

no aprendizado.

De modo semelhante, a apresentação de slides, com o auxílio do projetor

multimídia e do computador, foi um dos recursos que demonstrou ser importante e

viável na sala de aula, uma vez que essa ferramenta é de fácil aceitação. A

utilização desse recurso foi repetida em algumas aulas, pois notou-se que os alunos

demonstravam-se bastante participativos e aprovaram o uso de tal tecnologia.

O texto final produzido pelos alunos/leitores, uma paródia sobre o tema

“desenvolvimento sustentável”, pode demonstrar a participação, o bom desempenho

que os alunos alcançaram e a assimilação do conteúdo temático.

A temática escolhida “sustentabilidade” tendo a leitura como ponto de partida,

proporcionou aos alunos/leitores conviver com conceitos e conteúdos de

aprendizagem que, com certeza, ficarão por toda a vida. Principalmente a

conscientização de que podem transformar o mundo com pequenas atitudes, cada

um fazendo a sua parte. Sabe-se que a maioria das pessoas não adota essa cultura

e nada melhor que a escola para começar esse aprendizado. Esse é o objetivo da

leitura, formar cidadão que ultrapassem os limites da escola. Evidenciou-se isso

quando os alunos mudaram de postura e passaram a comentar sobre coisas, como:

a coleta de lixo da cidade, do rio que é muito poluído, da importância dos três Rs (re

duzir, reciclar e reutilizar). Até propuseram um novo projeto para detectar de perto

esses problemas. A sala combinou que faria, na escola, juntamente com a

professora, um blog sobre o tema “leitura e sustentabilidade”. O objetivo seria

sugerir práticas sustentáveis na escola e na sociedade e também fazer denúncias

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sobre os problemas sociais e ambientais, mas para que isso aconteça, os alunos

dependem do laboratório de informática, que brevemente será instalado na escola.

No desenrolar das atividades, houve a constatação que os alunos estavam

gostando do trabalho, pois sempre perguntavam se haveria aula do projeto naquela

semana. Também foi possível constatar o desinteresse por parte de alguns alunos,

embora a maioria participou, se empenhou, o que resultou em um ponto positivo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A leitura, como é de conhecimento de todos, é uma prática que deve ser

ensinada e encorajada desde cedo. Desse modo, a integração entre a família e

escola é de fundamental importância para que essa prática se realize, mas isso

geralmente não acontece. Portanto, resta à escola, além de ensinar a ler e,

consequentemente, escrever, incentivar o aluno a realizar leituras dentro e fora de

seus muros. Mesmo se o aluno vai para a escola tardiamente, quando já jovens e

adultos. Nesses casos, cabe aos educadores, demonstrar a necessidade da leitura e

praticar isso da melhor maneira possível, mesmo sabendo do grande desafio que

essa atividade representa, principalmente para os professores de Língua Materna. A

formação de leitores e escritores competentes exige empenho, dedicação e,

também, criatividade, pois quanto mais criativo o professor se mostrar nas

estratégias propostas para as diversas práticas leitores possíveis em sala de aula,

maior será o resultado e engajamento dos alunos/leitores.

Nesse sentido, a implementação foi elaborada numa perspectiva

interdisciplinar, principalmente por considerar a temática abordada,

“desenvolvimento sustentável”, como um conjunto de princípios que pode ser

aplicado em todas as disciplinas. Isso, por acreditar-se que a prática da leitura é

uma atividade que merece destaque na escola e, logo, deve ser colocada em prática

por todos os docentes, num processo de interação entre todas as disciplinas do

currículo escolar.

Ao final da implementação, os resultados obtidos mostraram que o material

didático elaborado pôde contribuir para o ensino da leitura na Educação de Jovens e

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Adultos, de maneira satisfatória. Além disso, demonstrou, quanto aos alunos que,

quando motivados, podem desenvolver suas potencialidades.

No que diz respeito ao aspecto teórico, as estratégias de leitura propostas por

Solé (1996), utilizadas para o antes, durante e depois da leitura, mostram-se

importantes condutoras de canais facilitadores da compreensão do texto,

contribuíram para uma prática leitora eficiente, já que sua utilização promoveu

maiores estímulos nos alunos/leitores, propiciou meios de amadurecimento e

autonomia para o leitor em formação e “abriu” espaços para a construção de um

conhecimento mais significativo. Além disso, essas estratégias vieram para contribuir

e ampliar o conhecimento de mundo desses leitores e conscientizá-los sobre a

responsabilidade pessoal na construção de uma sociedade mais justa em suas

concepções de homem e meio.

É possível, no entanto, que o resultado positivo da implementação desse

trabalho deva-se, além das estratégias mencionadas acima, também à escolha da

temática “desenvolvimento sustentável”, que possibilitou maior motivação ao abordar

o cotidiano do aluno/leitor, haja vista que, no decorrer das atividades, muitos

deixaram transparecer que estavam gostando do assunto e sentiam-se à vontade

para dar opiniões, discutir e argumentar.

Desse modo, verificou-se que o resultado foi alcançado de maneira

satisfatória, pois os efeitos se apresentaram significativos, como, por exemplo, ao

verificar-se o envolvimento dos alunos/leitores na construção da paródia.

REFERÊNCIAS

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