79
A QUALIDADE DO SERVIÇO PERCEBIDO PELOS CLIENTES: estudo de caso de hotéis da Praia de Barequeçaba, em São Sebastião-SP JOSÉ MARCOS GOMES RIBEIRO MARLETTE CASSIA OLIVEIRA FERREIRA São Sebastião 2013

A QUALIDADE DO SERVIÇO PERCEBIDO PELOS CLIENTES: estudo … · JOSÉ MARCOS GOMES RIBEIRO A QUALIDADE DO SERVIÇO PERCEBIDO PELOS CLIENTES: estudo de caso dos hotéis da Praia de

  • Upload
    lydung

  • View
    213

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

A QUALIDADE DO SERVIÇO PERCEBIDO PELOS CLIENTES: estudo de caso de hotéis da Praia de Barequeçaba, em São Sebastião-SP

JOSÉ MARCOS GOMES RIBEIRO MARLETTE CASSIA OLIVEIRA FERREIRA

São Sebastião 2013

JOSÉ MARCOS GOMES RIBEIRO

A QUALIDADE DO SERVIÇO PERCEBIDO PELOS CLIENTES: estudo

de caso dos hotéis da praia de Barequeçaba, em São Sebastião-SP.

Trabalho de Graduação do Curso de Tecnologia em Gestão Empresarial da Faculdade de Tecnologia de São Sebastião – FATEC, para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Empresarial, sob orientação da Profª Me. Marlette Cassia Oliveira Ferreira

São Sebastião 2013

JOSÉ MARCOS GOMES RIBEIRO

A QUALIDADE DO SERVIÇO PERCEBIDO PELOS CLIENTES: estudo

de caso dos hotéis da Praia de Barequeçaba, em São Sebastião-SP.

Apresentação de Trabalho de Graduação à Faculdade de Tecnologia de São Sebastião, como condição parcial para a conclusão do curso de Tecnologia em Gestão Empresarial. São Sebastião,

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________________

PROFESSORA MESTRA MARLETTE CASSIA OLIVEIRA FERREIRA

_________________________________________________________

PROFESSOR ESPECIALISTA RICARDO DE LIMA RIBEIRO

_________________________________________________________

PROFESSOR DOUTOR MARCELO MENEZES

MÉDIA FINAL: ___________________

Dedico este trabalho à minha esposa

Maria Aparecida que sempre esteve ao

meu lado e também à minha família.

AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar à Deus por tudo. À esposa Maria Aparecida, pelo

apoio, incentivo e força. À orientadora, professora mestra Marlette Cassia Oliveira

Ferreira e aos professores da FATEC São Sebastião. À Angélica, proprietária do

Barequeçaba Praia Hotel e ao Fábio gerente do Valentina Praia Hotel que

gentilmente permitiram a pesquisa em seus estabelecimentos comercias e aos

hóspedes entrevistados que gentilmente responderam as perguntas que lhes foram

feitas, assim colaborando com a pesquisa.

A meta do marketing é conhecer e entender o

consumidor tão bem, que o produto ou serviço se molde

a ele e se venda sozinho.

Peter Drucker

RESUMO

O trabalho aborda a qualidade do serviço percebido pelos clientes e realiza um estudo de caso dos hotéis localizados em frente à Praia de Barequeçaba na cidade de São Sebastião, estado de São Paulo. O trabalho tem como objetivo analisar a percepção do cliente quanto à qualidade dos serviços oferecidos pelos hotéis. A metodologia foi composta por pesquisa exploratória, que é caracterizada pelo levantamento bibliográfico. Foi também utilizado estudo descritivo atrelado ao estudo de caso, por meio de pesquisa quantitativa. Foi utilizada a técnica de coleta de dados de forma padronizada por meio de questionários aplicados pessoalmente a clientes dos hotéis que se localizam em frente à praia de Barequeçaba, São Sebastião-SP. A empresa deve ter foco no cliente e monitorar todo serviço oferecido com a qualidade necessária para fidealizá-lo. Assim as empresas estudadas podem manter um relacionamento em longo prazo com os seus clientes.

Palavras-chave: qualidade em serviço, percepção do cliente.

ABSTRACT

This work deals with the service quality perceived by customers and carries out a study case of Barequecaba’s beach hotels in the city of São Sebastião, state of São Paulo. The study aims to analyze the customer's perception of service quality offered by the hotels. As specific goals it wants to study the physical evidence of the hotel with the characteristics of the products and services perceived by the customer, as well as to analyze the behavior of the consumer, identifying the services offered by the hotel. The methodology consisted of exploratory research, which is characterized by bibliographical survey. It was also used descriptive study coupled to the study case, by quantitative research. The collect data technique was used in a standardized pattern using questionnaires that were personally applied to the hotels customers, located at Barequecaba’s beach, São Sebastião-SP. The company should focus on its customers and monitor all service offered with the quality needed for fidelity it. Thus the studied companies can keep a long-term relationship with their customers. Keywords: service quality, customer perception.

SUMÁRIO

1 Introdução 10

2 O produto intangível 12

2.1 Características do serviço 16

2.2 Os oito componentes da administração de serviço 18

2.3 Qualidades de produtos e serviços 20

2.4 A vantagem competitiva como diferencial nos serviços 24

2.5 O ambiente do serviço 25

3 O setor turístico 27

4 Comportamento do consumidor 31

5 Estratégias de retenção do cliente 34

6 Metodologia 39

7 Análise, resultados e discussão 49

8 Limitações e futuras pesquisas 59

9 Considerações finais 60

Referências 62

Apêndice A – Modelo de questionário utilizado na pesquisa 65

Apêndice B - Tabulação de dados da pesquisa 67

10

Introdução

A concorrência deixou de ser local e ganhou uma abrangência global. A

empresa que busca sobreviver em ambiente competitivo enfrenta desafios

constantes para satisfazer seus clientes. Os clientes estão mais exigentes, sabem o

que querem e exigem menor custo, seja financeiro ou psicológico. Identificar a

expectativa bem como a percepção e os desejos dos clientes à respeito dos serviços

oferecidos pela empresa é relevante para um contexto onde a competição é global.

Este trabalho aborda a qualidade do serviço percebido pelos clientes e realiza um

estudo de caso dos hotéis Valentina Praia Hotel e Baraqueçaba Praia Hotel,

localizados em frente à Praia de Barequeçaba na cidade de São Sebastião, estado

de São Paulo.

Tratar bem o cliente e buscar oferecer um serviço de qualidade é fundamental

para o sucesso de uma empresa. É necessário o comprometimento de todos os

envolvidos para alcançar o sucesso.

A qualidade na prestação do serviço influencia na qualidade observada pelo

cliente. Por este motivo este trabalho tem como objetivo analisar a percepção do

cliente quanto à qualidade dos serviços oferecidos pelos hotéis situados na Praia de

Barequeçaba. Como objetivos específicos, pretende-se estudar a evidência física do

hotel com as características dos produtos e serviços percebidos pelo cliente, assim

como analisar o comportamento do consumidor e identificar os serviços oferecidos

pelo hotel.

O trabalho é importante, pois os hotéis devem analisar a percepção do

produto oferecido aos clientes para não perdê-los para as empresas concorrentes,

porque ao ouvir seus clientes e buscar satisfazer suas necessidades por meio de

produtos com qualidade superior aos dos concorrentes, obterá uma vantagem

competitiva no mercado em que atua.

A metodologia foi composta por pesquisa exploratória, que é caracterizada

pelo levantamento bibliográfico, que é o passo inicial do trabalho científico. Foi

também realizado um estudo descritivo atrelado ao estudo de caso, por meio de

pesquisa quantitativa. Na pesquisa descritiva foi utilizada a técnica de coleta de

dados de forma padronizada, por meio de questionários que foram aplicados

11

pessoalmente a clientes dos hotéis que se localizam em frente à praia de

Barequeçaba, São Sebastião-SP.

12

2. O Produto intangível

Produto é definido como sendo a produção central de um serviço ou bem

fabricado realizado por uma empresa (LOVELOCK; WRIGHT, 2006). Os bens

podem ser definidos como objeto, aparelho ou coisa, enquanto os serviços podem

ser definidos como atos, esforços ou desempenhos. O que diferencia os bens dos

serviços é a propriedade da intangibilidade, ou seja, a falta de substância física. Um

meio de diferenciar bens e serviços é mostrado na Figura 1, denominada escala de

tangibilidade.

Figura 1. Escala de tangibilidade

Fonte: Rossi (2004, p.37).

É muito difícil um produto 100% tangível ou um serviço 100% intangível. Um

sempre estará ligado ao outro. Como demonstra a Figura 1, o sal pode ser

considerado quase que um produto 100% tangível, em decorrência da dificuldade

em associar um serviço como a garantia ou assistência técnica. Já uma lanchonete

fica próxima de 50%, pelo fato de alguns clientes considerarem o produto (lanche e

bebida) tão importante quanto o serviço (atendimento e rapidez). Hotéis e empresas

aéreas presumem uma estrutura física e a entrega de produtos, deixando-as

próximas de 25% de tangibilidade. Já os casos mais intangíveis são as consultorias

e escolas, pois prestam informação e conhecimento, que é mais importante que a

13

estrutura física ou os produtos fornecidos, como relatórios e material didático

(ROSSI, 2004).

Os itens predominantemente tangíveis são produtos no qual a propriedade

física pode ser sentida, degustada e permite ao cliente decidir a compra. Os

intangíveis não possuem propriedade física, não podem ser sentidos antes da

decisão de compra. Os negócios como fast-food, são formados pelos dois

componentes (HOFFMAN; BATESON, 2003).

Serviço é um fenômeno complicado e repleto de vários significados, que se

estende desde serviços pessoais a serviço como um produto ou uma oferta. O termo

pode ir além, como a transformação de um item em um serviço para um cliente, caso

o vendedor esforce-se para adaptar a solução visando atender as exigências

daquele cliente (GRÖNROOS, 2009). Na visão de Ferrell e Hartline (2009, p.11)

“serviços são produtos intangíveis que consistem em atos ou realizações dirigidos a

pessoas ou a seus pertences”. Na visão do autor o serviço não pode ser tocado

igual um bem material, sendo realizado para atender a uma necessidade de um

indivíduo. Já Lovelock e Wright (2006, p.5) também afirmam que “serviço é um ato

ou desempenho oferecido por uma parte à outra”. Ainda referenciando o mesmo

autor, mesmo que o processo possa estar atrelado à um produto físico, seu

desempenho é essencialmente intangível.

O tamanho das empresas prestadoras de serviços variam desde

multinacionais como companhias aéreas, bancos, seguradoras, telecomunicações,

redes de hotéis, transportadoras e também empresas de pequeno porte como

hotéis, transportadoras, restaurantes, lavanderias e empresas de fast-food que

oferecem produto padronizado. Existe também uma parte do serviço, oculta em

muitas grandes empresas, que é classificada pelas estatísticas do governo como

atividade industrial, agricultura ou extração de recursos naturais. Serviço interno

envolve atividade de recrutamento, publicações, serviços jurídicos e contábeis,

administração de folha de pagamento e outros. As empresas estão migrando para

terceirização dos serviços internos, devido à sua execução ter mais eficácia por um

especialista subcontratado (LOVELOCK; WRIGHT, 2006).

Os serviços podem ser classificados pelo volume e variedade em três

categorias: serviços profissionais, lojas de serviços e serviços em massa segundo

Carvalho et al. (2005) a ser apresentado a seguir:

14

- Serviços em massa – Englobam transações com grande quantidade de clientes

(alto volume), o tempo de envolvimento é limitado e a padronização1 do serviço é

alta (baixa variedade). Esses serviços são baseados em equipamento e

direcionados para o produto, com valor adicionado no escritório de retaguarda (back

office), com pouca atividade do pessoal de linha de frente (front office). O pessoal

não apresenta alta qualificação, com tarefas e procedimentos prescritos. Exemplos:

transporte público (metrô e ônibus) e cursos à distância.

- Serviços profissionais – o contato e o tempo no processo da prestação do

serviço são altos. O número de clientes é limitado (volume baixo), o serviço é feito

de acordo com o gosto do cliente (variedade alta), o processo do serviço visa

atender à necessidade do cliente.

- Loja de serviço – está no meio termo entre padronização e customização. A

quantidade clientes atendidos e a customização de valor das atividades de linha de

frente e da retaguarda estão entre o serviço profissional e os de massa. Por

exemplo, lojas de varejo, bancos, restaurantes.

A oferta ao mercado de alguma empresa, na maioria das vezes é composta

por serviços, que por sua vez é formado por parte secundária ou principal, sendo

composto por cinco categorias que são definidas por Kotler e Keller (2006) como mix

de serviços:

- Bem tangível - são produtos que podem ser tocados, como por exemplo, sabão,

creme dental ou sal. Não existe serviço associado ao produto.

- Bem tangível associado ao serviço – o bem é associado ao serviço e quanto

mais sofisticado for o produto, mais suas vendas dependerão da qualidade do

serviço ao consumidor, como por exemplo, entregas, assistência técnica, instruções

de uso, entre outros.

- Híbrida – a oferta pode ser formada por bens ou serviços, como por exemplo, a

pessoa pode ir ao restaurante somente pela comida ou pelo serviço oferecido.

- Serviço principal associado a bens ou serviços secundários - oferta de serviço

principal com serviços adicionais ou bens de apoio. Um exemplo são as companhias

aéreas que oferecem ao cliente o serviço de transporte, junto desse serviço estão

inclusos comidas, bebidas, canhoto da passagem e a revista a bordo. Para que o

1 Padronização: “reduzir a variação nas operações e entrega dos serviços” (LOVELOCK; WRIGHT, 2006, p.33).

15

serviço seja executado é necessária a utilização de uma aeronave, porém o item

principal a ser oferecido é o serviço.

- Serviço puro – a oferta é essencialmente um serviço. Têm-se como exemplos a

psicoterapia e a massagem.

Portanto em consonância com os autores acima, os produtos ofertados pelas

empresas, geralmente são compostos por bens tangíveis que podem ser tocados,

sentidos, cheirados e por serviços que são intangíveis.

A oferta total do produto de qualquer empresa pode ser composta por:

produto principal, produto suplementar e atributo simbólico, que serão explicados a

seguir (FERRELL; HARTLINE, 2009).

- Produto principal pode ser definido como a razão da existência de uma empresa.

Esse produto pode ser um bem tangível como um automóvel, ou intangível como

uma rede de comunicação sem fio.

Para as empresas que prestam serviços, o produto principal é composto por

três dimensões inter-relacionadas (FERRELL; HARTLINE, 2009):

- Pessoas - interação entre consumidores, funcionários da empresa e outros

consumidores presentes durante o fornecimento do serviço.

- Processos - são os fluxos das atividades operacionais ou etapas no processo de

fornecimento do serviço, que podem ser feitos utilizando a tecnologia ou a interação

face a face.

- Evidência física – qualquer evidência física do serviço, como materiais escritos,

pessoas ou equipamentos.

A forma como produto principal é oferecido ao consumidor é fundamental

para manter a qualidade. Por exemplo, a qualidade do prato principal em um

restaurante depende da combinação dos ingredientes e da preparação por um

especialista (FERRELL; HARTLINE, 2009), ou seja, a forma de preparar o prato

pode influenciar na percepção da qualidade.

Há um esforço diário da empresa prestadora de serviços para manter a

qualidade na oferta. Devido ao serviço ser focado em pessoas, programar de forma

eficiente uma estratégia é fundamental para garantir sua qualidade. Outros critérios

como capacidade de resposta às solicitações do consumidor, consistência e

confiabilidade no serviço, cordialidade e prestabilidade dos funcionários devem ser

levados em consideração à respeito da qualidade (FERRELL; HARTLINE, 2009).

16

Se o produto oferecido pela empresa for de qualidade inferior ao do

concorrente, a empresa tem poucas chances de sucesso. O consumidor espera alta

qualidade do produto principal ou no mínimo, um nível essencial para atender suas

necessidades. Por exemplo, o consumidor aceita o serviço de telefonia e espera que

ele funcione sempre, continuam os autores Ferrell e Hartline (2009).

Produtos suplementares são bens e serviços que agregam valor ao produto

principal, que o diferencia do produto concorrente. Em vários casos, o produto

suplementar é recurso extra ou benefício que melhora a utilização do produto,

todavia, não é necessário para o funcionamento do produto (FERRELL; HARTLINE,

2009).

Em várias categorias de produtos, o que diferencia os produtos da

concorrência é o produto suplementar. Por exemplo, todo hotel pode oferecer ao

cliente um quarto com uma cama para pernoitar, como produto principal. A

qualidade do produto principal pode variar entre hotéis, o que os diferencia são os

produtos suplementares, como restaurante, academia, manobrista, e outros

(FERRELL; HARTLINE, 2009).

Os atributos simbólicos são utilizados pelos comerciantes para diferenciar

seus produtos daqueles dos concorrentes. Diferenças simbólicas e experimentais,

como imagem, prestígio e marca tem o objetivo de diferenciar seus produtos. As

grandes marcas como Coca-Cola, Mercedes, Rolex, precisam apenas do nome para

comunicar alguma mensagem. Essas marcas têm poder de diferenciar seus

produtos com uma palavra ou frase. Os mais poderosos atributos simbólicos e

experimentais são atribuídos à marca (FERRELL; HARTLINE, 2009).

2.1 Características do serviço

O serviço possui algumas características como a intangibilidade, a

heterogeneidade, a perecibilidade, a necessidade da participação do cliente, que

serão explicadas a seguir:

- Intangibilidade - Os serviços não podem ser vistos, sentidos, provados ou tocados

igual à algum bem (HOFFMAN, 2001). Exemplo de serviço é uma aula, atendimento

de um caixa de um banco, recepcionista de um hotel e outros (CARVALHO et al.

17

2005). Devido à intangibilidade é difícil avaliar ou testar o serviço antes da sua

aquisição, por exemplo, não é possível um agente de viagem oferecer um teste de

um produto turístico. Como este produto é difícil de ser demonstrado, uma solução é

produzir impressos, vídeos e outros meios para fornecer informação sobre o

produto, visando aumentar sua tangibilidade (COOPER et al., 2007). Avaliar o

serviço antes da compra e utilização é difícil em função da intangibilidade. O

consumidor é obrigado a confiar que o fornecedor realize o serviço de forma correta,

no prazo prometido ou antecipado (FERRELL; HARTLINE, 2009).

- Heterogeneidade - Há outras diferenças entre bens e serviços inclusive a falta de

capacidade em controlar a qualidade total dos serviços oferecidos. “Os serviços são

caracterizados pela realização de tarefas com base no relacionamento entre as

pessoas” (CARVALHO et al. 2005, p.334). Em função da variação de humor das

pessoas, tanto de clientes quanto de funcionários envolvidos no processo da

prestação dos serviços, a inconsistência é inevitável (HOFFMAN, 2001). Uma

possível solução para heterogeneidade é customizar2 os serviços, ou seja, fazer o

serviço de acordo com a necessidade de cada cliente (HOFFMAN; BATESON,

2003).

- Perecibilidade – o serviço não é armazenado igual a um bem. Os bens podem ser

produzidos em uma região, transportados e vendidos em outro lugar. Uma boa parte

dos serviços é consumido no lugar onde é produzido (HOFFMAN, 2001). Quanto a

esta característica, Carvalho et al. (2005) a definem como trabalho não armazenável

(estocabilidade): é impossível usar o conceito de estoque em serviço, devido sua

produção e entrega ocorrer ao mesmo tempo. Por exemplo: o atendimento de um

caixa de um banco ocorre no momento em que você está na frente do atendente.

No turismo a oferta de produto é constante (os apartamentos disponíveis não

aumentam ou diminuem), não é possível estocar a unidade habitacional e se não for

ocupada em uma noite não será adicionada à oferta da próxima noite. Prevendo os

efeitos da sazonalidade, é preciso ocupar o máximo de unidades habitacionais todos

os dias (ALDRIGUI, 2007). A “perecibilidade também está relacionada à

sazonalidade da demanda, quando empresas ou alguns destinos turísticos têm

períodos alternados de alta e de baixa demanda” (COOPER et al. 2007, p.5). No

2 Customizar: “tirar vantagem da variação inerente a cada encontro de serviço desenvolvendo serviços que satisfaçam às exatas especificações de cada cliente” (HOFFMAN; BATESON, 2003, p.44).

18

período de baixa temporada os profissionais são levados a produzir políticas de

preços e promoções na tentativa de efetivar vendas. Na alta temporada, os preços

são mais altos em decorrência da dificuldade em atender a demanda.

- Necessidade da participação do cliente – para que o serviço seja produzido é

preciso a presença do cliente. Na produção de bens tangíveis o contato com o

cliente final é mínimo, diferente dos serviços onde existe um alto nível de contato do

consumidor com a operação, como por exemplo, a produção do serviço em

restaurante, hotel e consultório médico (CARVALHO et al. 2005). A interação entre

prestador de serviços e cliente pode gerar ganhos ou perdas com relação à retenção

dos clientes (HOFFMAN, 2001).

2.2 Os oito componentes da administração de serviços

Ao falar sobre estratégia para venda de produtos industrializados, os

profissionais da área de marketing ponderam os quatro elementos estratégicos

básicos: o produto, preço, praça (distribuição) e promoção. A natureza dos serviços

é composta pelos 8P’s da administração integrada de serviços. Essas são as oito

variáveis de decisão para os gerentes da organização de serviços (LOVELOCK;

WRIGHT, 2006).

- Elementos do produto (product elements). Deve-se selecionar as características

do principal produto e os elementos que o complementam, e compará-los aos

benefícios desejados pelos clientes, e ao desempenho dos produtos dos

concorrentes.

- Lugar e tempo (place and time). A entrega envolve canais de distribuição física

ou eletrônica. Os serviços podem ser entregues diretamente ao cliente ou por meio

de organizações intermediárias que recebem uma porcentagem do preço de venda

do serviço.

- Processo (process). A elaboração e entrega dos elementos do produto aos

clientes requer uma maneira de executar o serviço. No processo são descritos os

métodos e a sequência dos sistemas operacionais de serviços. Se o processo for

mal planejado o cliente ficará irritado em decorrência da entrega demorada,

burocrática e inútil do serviço. Os processos mal planejados atrapalham o pessoal

19

da linha de frete, consequentemente leva à baixa produtividade e aumenta as

chances de falha no serviço.

- Produtividade e qualidade (productivity and quality). Precisam ser vistas como

complementares. A produtividade mantém os custos sob controle. Os gerentes

precisam ter cuidado para não reduzirem os níveis de serviço de forma indevida,

pois poderá desmotivar os clientes e até mesmo os colaboradores. A qualidade do

serviço é essencial para diferenciar o produto e aumentar a fidelidade do cliente.

Todavia, o investimento na melhoria da qualidade compreende o balanceamento dos

custos e o aumento na receita.

- Pessoas (people). Vários serviços dependem da interação entre clientes e

funcionários de uma empresa. As interações influenciam a percepção do cliente

sobre a qualidade do serviço fornecido. A qualidade dos serviços é julgada pelos

clientes por meio da avaliação das pessoas que estão prestando o serviço

(LOVELOCK; WRIGHT, 2006). “Os funcionários constituem o recurso mais

importante de uma empresa. Sem pessoas cultas, talentosas e motivadas,

comprometidas com o bom serviço, a empresa não se sairá bem” (GRÖNROOS,

2009, p.8). Ainda de acordo com o autor, os funcionários continuam sendo tratados

como custo, que precisa ser eliminado o mais rápido possível.

- Promoção e educação (promotion and education). Para o sucesso do programa

de marketing em promoção e educação, é preciso que haja uma comunicação

eficaz. Esse componente desempenha três funções: dar informações e opiniões

necessárias, convencer os clientes-alvo e estimular os clientes a entrarem em ação

em determinado momento. Boa parte da comunicação do marketing de serviços é

educacional, em particular para novos clientes. As comunicações podem ser feitas

por meio de vendedores, treinadores ou até mesmo pela utilização de mídias como

televisão, rádio, jornais, site e/ou outros meios de comunicação.

- Evidência física (physical evidence). Os aspectos internos e externos à

organização que envolve a aparência física, como jardim, veículos, equipamentos,

mobília interior e outras indicações, influenciam a percepção do cliente sobre a

qualidade. De acordo com Hoffman (2003) a evidência física da empresa afeta a

experiência do cliente durante todo o encontro do serviço.

- Preços e outros custos do serviço (price and other cost of service). Remetem

a administração aos diversos custos incorridos pelos clientes para obtenção de

benefícios do produto e do serviço.

20

2.3 Qualidade de produtos e serviços

Antes de efetuar a compra de um automóvel o cliente pode avaliá-lo fazendo

um test drive, já os serviços são diferentes, pois primeiro são vendidos para serem

produzidos e consumidos ao mesmo tempo (KOTLER, 2002). No turismo a

importância e gerenciamento da qualidade não pode ser esquecido. Cooper et al.

(2007) apresentam quatro razões para relevância da gestão da qualidade:

- as empresas precisam encontrar meios para criar serviços que sejam superiores

aos dos concorrentes;

- aumento do consumismo e da atenção da mídia à qualidade faz com que as

empresas respondam mais rapidamente as questões relacionadas à qualidade. As

pessoas mais cientes de seus direitos e menos dispostas a sofrer com a falta de

qualidade;

- o mercado consumidor ficou mais sofisticado independente de preço, de fatores

como imagem, posicionamento do produto e estratégia de prestação de serviço;

- uso da tecnologia para ajudar a fornecer maior nível de conveniência, como por

exemplo, fornecimento de informação sobre produto e serviço.

A satisfação do cliente e a qualidade dos serviços são entrelaçadas. Alguns

especialistas concordam que a satisfação do cliente é uma medida de curto prazo,

exclusiva para transações, já a qualidade do serviço é constituída por uma avaliação

de atividade de longo prazo (HOFFMAN, 2001).

A satisfação compara a percepção do cliente com o que ele espera, a

qualidade do serviço compara a percepção com que cliente deveria esperar de uma

empresa que oferece serviço de alta qualidade. A qualidade do serviço pode ser

medida pela Servqual, que é uma ferramenta de diagnóstico que revela as forças e

fraquezas de uma empresa de serviço. A Servqual é baseada em cinco dimensões

de qualidade obtidas por meio de pesquisa de clientes: tangível, confiabilidade,

atendimento, segurança e empatia (HOFFMAN; BATESON, 2003).

- A dimensão dos tangíveis - Devido à falta de um produto físico, os consumidores

baseiam-se na evidência de objetos e na aparência das pessoas que cercam o

ambiente de serviços. Essa dimensão compara a expectativa do cliente com o

desempenho da empresa, referindo-se à capacidade que a empresa tem em

21

administrar seus tangíveis, que seriam os objetos envolvidos na prestação do

serviço, tais como carpetes, mesas, iluminação, cores das paredes, folhetos e

aparência das pessoas (HOFFMAN; BATESON, 2003).

Para Carvalho et al. (2005, p.344) a dimensão dos tangíveis envolve

“aparência das facilidades físicas, equipamentos, pessoal e comunicação material”.

Os tangíveis têm duas dimensões, uma focaliza os equipamentos e as instalações e

a outra, os funcionários e materiais de comunicação. Na dimensão dos tangíveis,

participam algumas questões que envolvem equipamentos modernos, instalações

físicas, aparência dos colaboradores, apelo visual dos materiais associados ao

serviço e o entendimento do cliente aos materiais disponíveis (HOFFMAN, 2001).

- A dimensão da confiabilidade - essa dimensão reflete a consistência e a

confiança da empresa, compara o nível de serviço ao longo do tempo. A empresa

cumpre o prometido? Satisfaz os clientes? Os funcionários têm interesse em

resolver os problemas dos clientes? Faz registros precisos e realiza o serviço

corretamente na primeira vez? Cumpre os prazos prometidos? Os relatórios contêm

erros? Entre as cinco dimensões, a confiabilidade é considerada pelos clientes a

mais importante (HOFFMAN, 2001).

- A dimensão da rapidez nas respostas - Mostra o compromisso que a empresa

tem em fornecer o serviço no tempo certo. Tem relação com a presteza dos

funcionários em atender ao cliente. Os exemplos de rapidez de resposta incluem

passar informações de quando os serviços serão realizados; mostrar interesse em

ajudar o cliente (HOFFMAN, 2001).

- A dimensão da garantia - refere-se a quão competente e habilidosa a empresa é

para realizar os serviços. Competente no sentido de conhecimento e habilidade na

realização do serviço. Essa dimensão leva em consideração a segurança que o

cliente tem em deixar seu bem na empresa e ao sigilo dos dados (HOFFMAN, 2001).

- A dimensão da empatia - “É a capacidade de experimentar os sentimentos de

outra pessoa como se fossem seus” (HOFFMAN, 2001, p.282). A empresa empática

demonstra interesse e dá atenção personalizada ao cliente, inclui características

como acessibilidade, sensibilidade e esforço em atender o cliente. “Um exemplo de

empatia é a capacidade de um funcionário de uma empresa aérea de encontrar a

solução para um cliente que perdeu sua conexão, como se o problema fosse

realmente daquele funcionário” (FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2007).

22

Empresas empáticas tornam acessíveis aos clientes os serviços

disponibilizados. As que não dão atenção ao cliente quando são procuradas e seu

funcionamento é adequado a si mesma, fracassam em demonstrar comportamento

empático. As empresas empáticas proporcionam atenção individual; seu horário de

funcionamento é favorável a todos os clientes; os funcionários contratados dão

atenção personalizada aos clientes; entendem as necessidades básicas do cliente

(HOFFMAN et al. 2001).

As dimensões são utilizadas pelos clientes para julgar a qualidade da

prestação dos serviços, comparam o serviço esperado e o percebido. A diferença

entre eles é a medida da qualidade do serviço e pode gerar satisfação positiva ou

negativa (FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2007). A percepção da qualidade em

serviços é relevante para a empresa, mesmo que exista a qualidade técnica (no que

diz respeito à engenharia) o cliente pode não percebê-la, já a qualidade percebida

do serviço avalia a percepção da qualidade observada pelo cliente (VIEIRA, 2011).

A qualidade é definida pela American Society for Quality Control como:

Totalidade dos atributos e características de um produto ou serviço que afetam sua capacidade de satisfazer necessidades declaradas ou implícitas. Essa é uma definição claramente voltada para um cliente. Podemos dizer que a empresa fornece qualidade sempre que seu produto ou serviço atende às expectativas do cliente ou as excede (KOTLER; KELLER, 2006, p.145).

Há duas definições importantes para os gerentes sobre qualidade: quanto

melhores as características do produto, mais alta será a qualidade; a outra definição

é referente à ausência de deficiência, pois quanto menos deficiência, melhor

também será a qualidade (JURAN, 1992). A qualidade diz respeito ao grau de

superioridade dos produtos de uma empresa. O conceito também pode ser aplicado

a outros aspectos de oferta de produto de uma empresa.

Com o objetivo de elevar ao máximo a satisfação do cliente, algumas

empresas colocaram em prática os princípios da gestão da qualidade total. Gestão

da Qualidade Total (Total Quality Management – TQM3) é uma abordagem que visa

3 O gerenciamento total da qualidade (TQM, do inglês Total Quality Manangement) é um termo geral

e abrange programas de controle da qualidade que se tornaram populares nos negócios dos Estados Unidos nos últimos anos. O TQM originou-se na qualidade superior dos produtos japoneses na década de 1970. Os grandes fabricantes norte-americanos brigavam com os japoneses, desafiando-os com programas de controle de qualidade semelhantes (LONGENECKER et al. 1997, p. 68).

23

à melhoria contínua de todos os processos, produtos e serviços da organização

(KOTLER; KELLER, 2006).

A qualidade total é de responsabilidade da produção e deve ser controlada

por aqueles que estão executando o processo durante a fabricação e não ao final

deste. Ao atribuir responsabilidade à produção é preciso que o departamento de

controle de qualidade execute algumas funções como: dar treinamento ao pessoal

da produção em como controlar sua própria qualidade; prestar consultoria aos

funcionários da produção à medida que os problemas de qualidade vão surgindo;

conduzir auditoria de qualidade nos setores da produção e nos fornecedores;

difundir a ideia de controle da qualidade total por todos os departamentos da

empresa, com o objetivo em atingir a perfeição de forma contínua (CORRÊA;

GIANESI, 1996).

A busca pela qualidade total deve estar presente em todos os departamentos

da empresa, independente da função desempenhada. Os colaboradores internos

precisam confiar na habilidade e competência de seus companheiros de trabalho,

para que a qualidade do produto final saia de acordo com padrões de qualidade pré-

estabelecidos. Para Fonseca (2004), os funcionários de todos os setores da

empresa devem ser capacitados para que desenvolvam um bom trabalho, inclusive

aqueles que não atendem diretamente os clientes, pois se não houver

comprometimento de todos durante o processo, o cliente tem prejuízo.

A qualidade percebida pelos clientes é composta pela dimensão do resultado

técnico, que diz respeito ao que oferecer e a dimensão funcional ou relacionada ao

processo, como oferecer, argumenta Fonseca (2004). A interação entre cliente e

empresa é importante para que o consumidor avalie a qualidade, sendo esta

chamada de qualidade técnica do resultado do processo produtivo do serviço. O

autor ainda argumenta sobre outra dimensão que é a interação entre empresa e

cliente, incluindo horas da verdade mal ou bem administradas. A hora da verdade é

definida por Moura (2003) como todo momento que o cliente entra em contato com o

produto da empresa.

2.4 A vantagem competitiva como diferencial nos serviços

24

O serviço está sendo considerado um potencial competitivo (CHRISTOPHER,

2007). De acordo com o autor, com o crescimento do mercado, o poder da marca

vem perdendo valor, devido à aceitação dos clientes em adquirir produtos

substitutos. Os produtos disponibilizados no mercado possuem praticamente a

mesma tecnologia, portanto, é mais difícil manter vantagem competitiva somente

pelo produto. Uma empresa tem vantagem competitiva quando apresenta um ou

mais itens com desempenho superior ao do concorrente. A vantagem competitiva

pode ser relativa para o cliente, por exemplo, a velocidade em entregar algum

produto em relação ao concorrente não necessariamente representa vantagem

competitiva se o cliente não valoriza essa rapidez (KOTLER; KELLER, 2006).

A perspectiva do serviço deve ser adotada em decorrência de três razões

segundo Grönroos (2009):

- é referente ao grande número de clientes exigindo mais das empresas. Os clientes

estão buscando mais conforto, menos problemas, menos custos e aborrecimentos

gerados pelo uso dos bens e serviços, ou seja, buscam melhor valor;

- diz respeito à atuação da concorrência, que deixou de ser local e ganhou

abrangência global;

- o desenvolvimento tecnológico, em particular a tecnologia da informação

permitindo a criação de novos serviços com mais facilidade.

A importância do serviço ao cliente como ferramenta competitiva é

desencadeada em função de dois fatores que são citados por Christopher (2007):

- Um deles é referente ao aumento constante da indústria de serviços, pois os

clientes estão mais exigentes em comparação a 30 anos atrás;

- Outro fator diz respeito aos produtos disponibilizados no mercado; estes produtos

apresentam praticamente as mesmas características, e consequentemente acabam

diminuindo o poder da marca, dificultando a diferença para o consumidor médio.

2.5 O ambiente do serviço

O serviço está presente em todos os lugares, seja em uma viagem aérea,

numa ida ao restaurante predileto ou até mesmo a um passeio para compras. Os

serviços incluem uma grande gama de negócios, desde os que visam ao lucro, os

25

sem fins lucrativos, dos privados aos governamentais e dos profissionais sem

habilitação. Devido à propagação dos negócios do serviço, o marketing de serviços

tornou-se um componente importante de experiência educacional nas faculdades e

universidades (HOFFMAN, 2001).

O marketing de serviços tornou-se importante devido às mudanças que

ocorrem no mundo dos negócios, por alguns fatores como: alto crescimento de

empregos no setor de serviços; contribuição do serviço para economia mundial;

desregulamentação de muitas indústrias, especificamente nos Estados Unidos e a

vantagem competitiva (HOFFMAN, 2001) De acordo com informações do IBGE apud

Dias e Cassar (2005) na década de 1990 o setor de serviço no Brasil tinha

participação superior a 50% do PIB; em 1996, 62,31% do PIB eram relativos ao

setor de serviço e em 1996 manteve acima de 61% até o ano de 1999, depois

decaiu para 58,8% no ano 2000. No Brasil são mais de 34 milhões de pessoas

empregadas no setor de serviços, a economia brasileira é formada em grande parte

pelo setor de serviços, que corresponde a 56,7%, o setor agrícola contribui com

15,6% e o industrial com 22,4% do Produto Interno Bruto (PIB) (LOVELOCK;

WRIGHT 2006).

Para Lovelock e Wright (2006) muitos ramos de serviços em todo o mundo

passam por grandes mudanças, dependendo da atividade e do país as mudanças

podem incluir um dos doze fatores:

- Padrões mutáveis da regulamentação governamental;

- Relaxamento das restrições de marketing impostas por associações

profissionais;

- Privatização de alguns serviços públicos e sem fins lucrativos;

- Inovações tecnológicas;

- Crescimento de cadeias de serviço e redes de franquias;

- Internacionalização e globalização;

- Pressões para melhoria da produtividade;

- O movimento da qualidade dos serviços;

- Expansão das empresas de leasing e aluguel;

- Os fabricantes como fornecedores de serviços;

26

- Necessidade das organizações públicas e sem fins lucrativos de gerar novas

receitas;

- Contratação de gerentes inovadores (LOVELOCK; WRIGHT, 2006, p.9).

Lovelock e Wright (2006) ressaltam que por tradição muitos ramos de serviços

eram regulamentados; órgãos do governo definiam nível de preço, restringiam

estratégias de distribuição e, em alguns casos, os atributos do produto.

27

3. O setor turístico

O turismo é uma atividade da sociedade de consumo, que combina ações

públicas e privadas, exige grandes investimentos financeiros e tecnológicos para

produzir bens e serviços aos turistas. Em meados do século XX surgiram vários

conceitos sobre o turismo. No ano de 1910 o economista austríaco Herman Von

Schullard conceituou turismo como sendo a soma das operações de natureza

econômica relacionadas com a entrada, permanência e deslocamento de

estrangeiros para dentro e fora de um país, cidade ou região (OLIVEIRA, 2005).

Segundo Oliveira (2005) o turismo engloba setores de hotelaria, transporte de

passageiros, esporte, lazer, repouso, congressos, exposições, arte, brindes e

suvenires, cassinos e um vasto elenco de ofertas ligadas, direta ou indiretamente,

viagens individuais ou de grupos.

O turismo vem tornando-se uma atividade econômica muito importante para

economia mundial e desenvolvimento de vários países, provocando mudanças

sociais, econômicas e culturais na sociedade. É considerada uma atividade em

massa, compartilhada por milhões de pessoas. No ano de 2000 mais de 650 milhões

de pessoas viajaram no mundo todo; estes dados são referentes ao fluxo

internacional, levando-se em consideração o fluxo interno doméstico os números

são maiores (DIAS; CASSAR, 2005).

A Organização Mundial de Turismo prevê um deslocamento de 1,6 bilhões de

turistas entre países no ano de 2020, com gastos que somarão mais de US$ 2

trilhões (OLIVEIRA, 2005). De acordo com informações disponíveis pela ABEOC

(Associação Brasileira de Eventos), a pesquisa realizada pelo WTTC (Word Travel &

Tourism Council) divulgada em Berlim, no ano de 2012 o turismo mundial será

responsável por mais de 100 milhões empregos e dois trilhões de dólares de

impacto econômico. O Brasil é destaque no cenário; é previsto um crescimento de

7,8%, em grande parte devido ao aumento da demanda doméstica. A previsão de

crescimento de emprego é de 7,1%, ocupando o quinto maior crescimento mundial.

Outro destaque é o crescimento previsto de 11,6% com a entrada de divisas dos

estrangeiros e uma média de crescimento de 12,2% até 2022 (ABEOC, 2012).

No Brasil, o início do desenvolvimento do setor turístico ocorreu depois dos

anos 70. Anteriormente, o único lugar conhecido do Brasil no exterior era o Rio de

28

Janeiro, que tinha uma infraestrutura razoável e recebia uma determinada

quantidade de turistas. Na década de 1980, o setor empregava 2,62% do PIB4

(Produto Interno Bruto) global brasileiro, em 1990 aumentou para 9,10% e em 1994

e 1995, respectivamente 7,72% e 8% do PIB, de acordo com dados da EMBRATUR5

(Instituto Brasileiro de Turismo) (OLIVEIRA, 2005).

Algumas características do setor de turismo são distintas de outros setores,

pois se trata de uma atividade na qual alguns fatores políticos, ambientais, sociais,

culturais, psicológicos e outros interferem no seu crescimento, em função da

dificuldade em controlar essas variáveis. Por exemplo, em um período de verão

pode ocorrer sobrecarga na infraestrutura e nas instalações de um hotel, gerar

prejuízos materiais e transformar a estadia do turista numa experiência negativa

(DIAS; CASSAR 2005).

No setor turístico raramente o turista escolhe o destino em função somente de

um hotel ou outro meio de hospedagem, afirmam Cooper et al. (2007). A escolha

depende da oferta de serviço de apoio que motive o visitante a se deslocar ao

destino, seja para trabalho ou lazer. Para Oliveira (2005), o visitante é a pessoa que

visita um local diferente de sua residência, sem a intenção de exercer ocupação

remunerada e a permanência não deve ultrapassar um ano. O objetivo de uma

viagem pode ser profissional, pessoal, como tirar férias, visitar amigos e parentes,

estudo, religião e esporte, ou várias ao mesmo tempo. O turista é o tipo de visitante

temporário que permanece pelo menos vinte e quatro horas numa região visitada.

Houve um alto crescimento na indústria hoteleira nas últimas décadas. Os

serviços disponibilizados neste setor eram para poucos. Em alguns países, o padrão

de vida está mais alto, a expectativa de vida aumenta e as pessoas buscam mais

lazer, consequentemente, a indústria de hospitalidade cresce junto à sociedade. No

ano de 2005, a indústria de hospitalidade empregou 338 milhões de pessoas no

mundo, sendo a maior geradora de empregos. Gera mais de 300 bilhões de dólares

em receita, empregando nos Estados Unidos 6 milhões de pessoas (HOFFMAN;

BATESON, 2003).

4 PIB (Produto Interno Bruto) - é o valor de todos os produtos, sejam eles bens ou serviços que são

vendidos no mercado durante determinado época (GORDON, 2000). 5A Embratur é a autarquia especial do Ministério do Turismo responsável pela execução da Política

Nacional de Turismo no que diz respeito a promoção, marketing e apoio à comercialização dos destinos, serviços e produtos turísticos brasileiros no mercado internacional (Brasil, 2013).

29

A oferta de serviço em hotéis e hospedarias é de acomodações. No mercado

há uma grande variedade de hospedagem, como hotéis de luxo, hospedarias com

cama e café da manhã e motéis econômicos. No ramo de serviços, os hotéis e

hospedarias respondem por 3% dos estabelecimentos de serviços e 6% das vendas

do setor (HOFFMAN; BATESON, 2003). A hotelaria é componente necessário no

setor de turismo para o desenvolvimento da região que busque servir ao turista

(COOPER et al. 2007).

Para Cirilo (2006) os hotéis são classificados de acordo com as categorias

explicadas a seguir: Luxo, confortável, econômico e supereconômico.

- Hotel de luxo é destinado à pessoa que gosta de ter à sua disposição uma grande

variedade de serviços. Frequentemente possui um lugar para eventos, restaurantes

com cardápio regional e internacional, áreas de convivência como lobby6 são amplas

e a decoração esmerada, serviços do fitness center ao business centers, com

secretárias. Além de bar tematizado, apartamento com 35 a 40 metros quadrados,

banda larga, TV à cabo e camareiras e mordomos exclusivos;

- Hotéis confortáveis apresentam instalações aconchegantes, possuem obras de

arte na decoração, na maioria deles encontra-se piscina e sauna, centro de

convenções, restaurante de categoria regional e internacional, apartamentos com

tamanho aproximado de 26 metros quadrados e equipados com televisão de tela

plana de 29 polegadas e conexão de internet;

- Hotel econômico é de menor tamanho e possui área de alimentação na qual o

visitante pode tomar café da manhã, almoçar e jantar. Os hotéis devem ser de fácil

acesso, estar localizados próximos a entrada de cidades, rodovias, feiras,

exposições, centros de compras e distritos industriais. O público é formado por

viajantes que chegam a tarde e saem na manhã seguinte;

- Hotéis supereconômicos localizam-se principalmente nos grandes centros

urbanos, no qual a oferta de transporte público, metrô e ônibus são grandes. A oferta

é dirigida a estudantes secundaristas, universitários, participantes de feiras e

congressos e pessoal da base de operação. Quanto ao tamanho, os apartamentos

medem 12 metros quadrados.

Segundo Oliveira (2005) os hotéis podem ser classificados como:

6Lobby: “espaço que transmite ao hóspede a primeira sensação do ambiente em que ele irá permanecer por um ou vários dias. Nesse sentido,

o lobby deve refletir a própria imagem do hotel, que através da decoração, do conforto e da eficiência de serviço irá proporcionar ao hóspede

uma sensação acolhedora” (ANDRADE, 1999, p.12).

30

- Hotéis-padrão, que fornecem aposentos, alguns dispõem apenas dos

apartamentos, outros acrescentam serviços como piscinas, salas de jogos e

eventos, restaurantes, sauna, lojas, boates ou estacionamento.

- Hotéis de praia, utilizam esse recurso natural para oferecer aos hóspedes o prazer

de passar férias no litoral, o lazer depende das condições do local e do tipo de mar

(calmo, agitado, águas mornas, que permitem ou não passeios de barco, região com

ventos, própria para pesca e outros).

Existem outras opções como hotéis de montanha; Fazenda (HF);

especializados em eventos; Terminais de transporte (HTT); resorts; Estações

invernais; eco-hotel (EH); saúde; lodge; hotéis-residência (HR) – suíte service; lazer

(HL); motel (M); pousada (PO); Apart-hotel (AH); Flat (F); Albergues (A); Camping;

Hotéis em castelos; Hotéis para executivos; Hotéis nas estrelas; Paradores de

turismo e Hotéis no gelo.

Os hotéis geram o maior número de empregos e podem ser responsáveis

pelo nível mais alto de receitas. Na visão tradicional, um hotel é um estabelecimento

que oferece hospedagem e alimentação aos hóspedes em troca de um pagamento.

Essa descrição é de certa forma inadequada, devido ao crescimento de outros

serviços associados ao setor hoteleiro, como lazer, negócios e outros, e também da

retirada dos serviços de alimentação por muitas redes (COOPER et al. 2007).

Em vários países, os hotéis são operações pequenas e empresas familiares

com 30 apartamentos, localizados em praias, no campo ou nas cidades. Essas

empresas se desenvolveram com o setor de turismo no início do século XX, depois

de 1945. A pequena hotelaria tem perdido importância ao enfrentar as grandes

redes que oferecem desde budget até o luxo. O custo de reinvestimento para

atender à demanda junto com desafios de marketing e operações com alta

tecnologia tem levado muitos hotéis à falência. Os hotéis que adaptam seus

produtos para atender as exigências de grupos de consumidores, conseguem

sobreviver e tem sucesso no turismo devido ao reconhecimento do nicho de

mercado (COOPER et al. 2007). Nicho de mercado é um pequeno grupo de

consumidores com necessidades que podem ser atendidas por uma empresa

(MARTINS, 2006).

31

4. Comportamento do consumidor

Compreender o comportamento do consumidor é uma tarefa difícil, mas o

administrador de pequena empresa precisa compreendê-lo. “O comportamento do

consumidor é atividade mental física realizada por consumidores domésticos e

comerciais que resulta em decisões e ações de pagar, comprar e usar produtos”

(SHETH, 2001, p. 138). O ser humano é solucionador de problemas, de acordo com

a teoria de processamento de informação humana (LONGENECKER et al.,1997).

Essa teoria é dividida em cinco estágios da tomada de decisão dos consumidores:

reconhecimento do problema, busca e avaliação de informações, decisão de compra

e avaliação de pós-compra.

A - Reconhecimento do problema7 – antes de iniciar uma compra o consumidor

precisa reconhecer seu “problema”. O reconhecimento de um problema pelos

consumidores pode ser influenciado por fatores, como mudanças financeiras,

características domésticas, desempenho produto/serviço, decisões anteriores,

disponibilidade de produto e esgotamento normal.

O processo de compra começa quando o comprador reconhece um problema

ou uma necessidade. Estímulo interno ou externo pode provocar necessidade, que,

quando provocada por estímulo interno, é referente à fome, sede e sexo, resultando

em impulsos (KOTLER; KELLER, 2006). “Os estímulos internos são estados de

desconforto percebidos – físicos ou psicológicos” (SHETH, 2001, p.152). A

necessidade externa é provocada por estímulo externo, como por exemplo, a

pessoa pode ficar surpreendida com o novo veículo do vizinho ou com o anúncio

mostrado na TV, despertando a ideia sobre a possibilidade em adquirir aquele

produto (KOTLER; KELLER, 2006).

B - Busca de informações - Os consumidores buscam informações internas e

externas, para comparar aspectos ou características de produtos ou serviços

referentes à marca (LONGENECKER et al.,1997). Após o reconhecimento da

necessidade, o consumidor busca informação sobre modos alternativos para

resolver o problema. Dificilmente o consumidor inclui todas as marcas. Ele considera

7 Reconhecimento do Problema “é o estado mental de um consumidor no qual uma diferença

significativa é reconhecida entre sua situação atual e uma situação ideal” (LONGENECKER et al. 1997, p.306).

32

um subgrupo de marcas, que é composto por marcas conhecidas por ele (SHETH,

2001).

C - As fontes de informação, segundo Churchill e Peter (2010) são divididas em

fontes internas, referente ao que está armazenado na memória da pessoa de

experiências passadas; fontes de grupos, caracterizada pela busca de informações

com outras pessoas; fontes de marketing contidas em ações de marketing por meio

de embalagem, propaganda, mostruário de produto e outros; fonte pública, inclui

artigos na mídia a respeito de produtos ou classificações feitas por organizações

independentes como IDEC (Instituto de Defesa do Consumidor) e fontes

experimentais as quais o consumidor pode manusear, cheirar, provar ou testar o

produto.

Para Kotler e Keller (2006) as fontes de informações disponibilizadas para os

consumidores influenciam na decisão da compra, e são divididas em fontes

pessoais, que envolvem família e as pessoas mais próximas; fontes comerciais, têm

relação com a propaganda, vendedor, representante, embalagem e mostruário;

fontes públicas, como meios de comunicação em massa organizações de consumo;

fontes experimentais, como manuseio, exame, uso do produto. Cada fonte de

informação desempenha uma função diferente na decisão de compra. Fontes

comerciais são informativas, já as fontes pessoais são avaliativas.

D - Decisão de compra – após a avaliar e escolher a marca, o consumidor decide

como e onde fazer as compras. As vendas em lojas varejistas caíram em função das

vendas em catálogos e pela TV. As opções de compra oferecem vantagens como

economia de tempo: as compras podem ser feitas a qualquer hora; economia de

esforços; conveniência psicológica; variedade de produtos; redução de risco social;

entretenimento. Porém há algumas desvantagens como, demora na entrega; pouco

contato com a sociedade; atenção pessoal reduzida (com exceção as vendas feitas

de porta em porta); corre-se o risco do produto vir com defeito; a comparação entre

marcas fica difícil (LONGENECKER et al.,1997).

A determinação do consumidor em alterar, prorrogar ou recusar uma compra

é influenciada pelo risco percebido. Há vários tipos de risco percebidos pelo cliente

na ocasião da compra ou consumo de um produto:

- Risco funcional – o produto pode não ser adequado para determinada situação.

- Risco físico – o produto pode ser perigoso e colocar a saúde e o bem estar de

quem o adquiriu e de outras pessoas em risco.

33

- Risco financeiro – pagar além do que vale o produto.

- Risco social – sofrer constrangimento causado por outras pessoas em função do

produto.

- Risco psicológico – o bem estar mental do usuário pode ser afetado pelo produto.

- Risco de tempo – o mau funcionamento do produto gera um custo de

oportunidade para achar um produto substituto (KOTLER; KELLER, 2006).

O nível de risco percebido diversifica de acordo com a quantidade de dinheiro

envolvido, incertezas com as características e a autoconfiança do consumidor.

Alguns hábitos como buscar informações com amigos, preferir produtos conhecidos

e fabricados no próprio país, como também garantias dos produtos reduzem os

riscos (KOTLER; KELLER, 2006).

E - Avaliação de pós-compra – A empresa que tem como objetivo continuar a

vender seus produtos aos clientes deve compreender o comportamento do

consumidor após a compra. O processo de decisão do consumidor não é finalizado

com uma compra. A dissonância pós-compra é chamada de dissonância cognitiva.

Para Ferrell e Hartline (2009) a dissonância cognitiva ou dúvida pós-compra é a falta

de certeza quanto ao desempenho do produto, se este atende às expectativas do

consumidor.

34

5 Estratégias de retenção do cliente

O resultado da qualidade dos serviços beneficia a empresa com o retorno dos

clientes e a conquista de outros consumidores. Quando há eficiência nos serviços a

empresa terá vantagem competitiva para atrair novos clientes e também para manter

os clientes atuais. Estudos demonstram que até 95% dos lucros de uma empresa

são provenientes de clientes de longo prazo e que são resultados das vendas,

recomendações e redução de custos operacionais (HOFFMAN, 2001).

Os meios para reter os clientes, utilizando estratégias de serviços, incluem

manter a perspectiva adequada, lembrar-se dos clientes entre as vendas, construir

relações de confiança, monitorar o processo de prestação do serviço, focar as

instalações e o treinamento adequados, apoiar o produto, prover esforço extra e

oferecer garantias dos serviços. São exemplos citados por Hoffman (2001):

- Os funcionários devem lembrar que a existência da empresa ocorre em função da

satisfação das necessidades e desejos do consumidor. A interação com o público

não é tarefa fácil. Às vezes os funcionários falham na permanência da perspectiva

adequada. Os clientes possuem características diferentes, e nem todos são

educados ao fazer perguntas, mesmo que estas sejam iguais. É preciso que os

colaboradores sejam prestativos e lembrar que os clientes possuem suas

necessidades e que o desempenho deve estar focado nas expectativas do cliente e

não do funcionário;

- Entrar em contato com o cliente durante as transações é uma abordagem benéfica

para empresa. O objetivo é demonstrar preocupação com o bem-estar do cliente e

criar relações de longo prazo. Os contatos incluem envio de cartões em datas

comemorativas como aniversário; de melhoras; parabenizar o cliente pelos sucessos

pessoais; verificar também como foram os serviços anteriores e também oferecer

assistência, se necessário;

- A confiança é determinada como a organização acredita na honestidade,

integridade e na confiabilidade de outro indivíduo. No ramo de serviço, são três os

componentes de confiança: a perícia, a confiabilidade e a preocupação de quem

está prestando o serviço. Conquistar a confiança do cliente inclui as seguintes

estratégias: manter sigilo das informações dos clientes; não comentar sobre outros

clientes e concorrentes; ser verdadeiro com o cliente mesmo em situações

35

desagradáveis para ele; dar toda informação ao cliente (prós e contras); ser

atencioso, cortês e digno de fé com o cliente;

- Monitorar o processo de prestação de serviço, e quando necessário corrigi-lo,

acaba influenciando na percepção da qualidade antes de terminar o processo. Pedir

a opinião do cliente durante o processo da prestação do serviço resulta uma

percepção de confiança que pode se estender pelo resto da vida;

- Instalar os produtos de forma correta e treinar os clientes para o uso correto dos

produtos influencia na satisfação, caso contrário haverá insatisfação, reforçando a

ideia da não preocupação com o bem estar do cliente. Caso aconteça, a empresa

estará mais preocupada com os lucros de curto prazo ao invés da construção de

relações de longo prazo;

- Quando há devolução de algum produto que necessite de reparos, a empresa

precisa dar atenção ao cliente, deve dar garantia dos produtos vendidos, e

assegurar as transações visando satisfazer o cliente. Na maioria das vezes os

clientes buscam opções alternativas para resolver um problema e não culpar

alguém. Preocupar-se com o cliente revigora os esforços em retê-lo;

- É a realização de pequenas coisas que vão além da obrigação. Alguns exemplos

como: a empresa petrolífera que se preocupa com desastres naturais, reconhecendo

as necessidades dos seus clientes; hotéis que enviam itens esquecidos pelos seus

hóspedes sem cobrar custos referentes ao envio. Demonstrar preocupação pela

situação dos consumidores torna mais forte os esforços de retenção do cliente;

- A garantia dos serviços é uma das estratégias mais intrigantes desenvolvida nos

últimos anos. Essas garantias objetivam reforçar a lealdade dos clientes,

desenvolver a participação de mercado, e forçar a empresa que oferece a garantia a

melhorar a qualidade geral de seu serviço.

As empresas que prestam serviços cometem três erros em comum na busca

da satisfação do cliente. O primeiro erro é continuar a ver os serviços ao cliente

como custo e não como um investimento. O segundo erro é referente à satisfação

do cliente, visto que a satisfação é uma variável em ascensão e por fim o terceiro

erro está relacionado com a falta de capacidade das empresas em ligar a satisfação

do cliente com o pessoal de linha de frente (HOFFMAN, 2001). O consumidor fica

satisfeito ao término da compra se o produto oferecido atender às suas expectativas,

ou seja, a satisfação é resultado entre o que o cliente espera e o que é oferecido

pela empresa. Se os resultados forem positivos o cliente fica satisfeito, caso

36

contrário ficará insatisfeito. Se for além do que ele espera, fica satisfeitíssimo

(KOTLER; KELLER, 2006).

Obter vantagem competitiva com a excelência do atendimento ao cliente não

é novidade, o novo para a empresa de pequeno porte é o reconhecimento do

atendimento como negócio inteligente. Em 1986, Gallup Organization entrevistou

615 executivos sobre a importância dos fatores para o sucesso dos negócios.

Praticamente a metade escolheu a qualidade em serviço como fator primário

(LONGENECKER et al.,1997). Outro levantamento realizado por uma consultoria

mostrou três causas para a insatisfação com o serviço: aproximadamente 20% da

insatisfação é originada pela atitude ou desempenho dos funcionários; 40% por

empresas cuja estrutura, regras ou procedimentos operacionais não têm como

objetivo a satisfação do cliente; e os outros 40% da insatisfação origina-se pelo mau

uso do produto pelos cliente, finalizam os autores.

Os clientes são a razão da existência da empresa de serviço, as empresas

precisam definir e medir a satisfação do cliente, e não devem esperar que os

clientes venham a reclamar de alguma insatisfação. Foram feitas algumas

descobertas pelo Programa de Pesquisa de Assistência Técnica, o TARP8

(Technical Assistance Research Program), e descobriram que as empresas em

média não sabem de 96% de seus clientes insatisfeitos; para cada reclamação,

outros 26 clientes tiveram problema igual; um problema para um cliente acaba sendo

transmitido para nove ou 10 pessoas; 13% dos clientes insatisfeitos dizem a mais de

20 pessoas; quando um cliente tem um problema resolvido conta em média para

cinco pessoas a respeito do tratamento que recebeu; e aqueles clientes que se

queixaram poderão fazer novos negócios com a empresa: de 54% a 70%, se o

problema foi totalmente resolvido e 95%, se foi realizado de forma rápida

(HOFFMAN, 2001).

Satisfazer as necessidades dos clientes pode ser vantajoso para empresa, o

cliente satisfeito faz comentários boca a boca e gera benefícios para empresa, como

atrair novos clientes, pois clientes satisfeitos compram com maior frequência,

diminuindo a probabilidade de a empresa perdê-lo para o concorrente (HOFFMAN,

2001). O boca a boca também pode ser negativo para a empresa caso o cliente

fique insatisfeito, pois contará para todos a sua experiência (CARVALHO et al. 2005)

8 “O TARP, Instituto de Programa de Pesquisa em Assistência Técnica, uma organização que estuda a

administração de reclamações dos clientes em várias partes do mundo [...]” (LOVELOCK, 2006, p.162).

37

As empresas com altos índices de satisfação do cliente estão mais

preparadas, caso ocorram pressões competitivas por preço. Os clientes preferem

pagar mais e ficar com a empresa que satisfaça suas necessidades a assumir riscos

migrando para outra empresa onde o preço do serviço é inferior. As empresas que

se esforçam para atender a necessidade dos clientes, geralmente oferecem melhor

ambiente de trabalho, e consequentemente aumentam as chances de atrair

melhores profissionais (HOFFMAN, 2001).

A empresa precisa medir a satisfação dos clientes com frequência, pois é a

chave para retenção. A satisfação do cliente gera benefícios como fidelidade;

recompra; o cliente faz comentários positivos da empresa e de seus produtos; não

dá muita atenção a marcas e propaganda concorrentes; é menos sensível a preços;

sugere ideias quanto a produtos e serviços (KOTLER; KELLER, 2006). Há várias

formas de medir a satisfação, monitorar as vendas, lucros e reclamações dos

clientes.

Para Hoffman (2001), o levantamento da satisfação do cliente gera alguns

benefícios para empresa, como a identificação de problemas existentes, avalia o

desempenho dos funcionários, compara o desempenho da empresa com o dos

concorrentes e transmite ao cliente a ideia de preocupação com seu bem-estar.

A satisfação do cliente pode ser medida por meio de levantamentos

periódicos, por meio de perguntas aos entrevistados visando medir a intenção de

recompra e se a pessoa indicará a empresa a outros. Outra forma de medir a

satisfação é monitorando o índice de perda de clientes, entrando em contato com

aqueles que param de comprar, buscando identificar o motivo pelo qual não

adquirem mais os produtos da empresa. Além das opções anteriores, a empresa

pode contratar compradores misteriosos, a fim de identificar os seus pontos fortes e

fracos e também dos concorrentes, afirmam Kotler e Keller (2006).

Empresas que utilizam somente a abordagem indireta fazem uma abordagem

passiva para identificar se as percepções dos clientes satisfazem ou excedem suas

expectativas. A medição indireta inclui acompanhar as vendas, lucros e

reclamações. Quanto à medição direta da satisfação do cliente é medida por meio

de aplicação de questionários (HOFFMAN, 2003). A satisfação do consumidor pode

ser medida de forma direta e utilizando escala simples, como por exemplo, pedir ao

consumidor que classifique a qualidade dos serviços de um hotel utilizando uma

38

escala de dez pontos, variando de ruim a excelente (FERRELL; HARTLINE, 2009).

O consumidor fica satisfeito quando o produto atende ou excede suas expectativas.

39

6. Metodologia

A - Pesquisa Exploratória

A pesquisa exploratória é caracterizada pelo levantamento bibliográfico, é o

passo inicial do trabalho científico, e tem como finalidade fornecer informações à

respeito de um assunto para delimitar o tema; determinar os objetivos; traçar um

destino para o trabalho (ANDRADE, 2010). O estudo exploratório tem como objetivo

formular um problema para investigar da forma mais exata; deixar claro os conceitos;

ter informação para que seja possível uma aplicação prática na vida real, afirma

Selltiz et al. (1974).

B - Pesquisa Descritiva

A pesquisa descritiva tem como característica a observação dos fatos,

análise, registro, classificação e interpretação sem a interferência do pesquisador.

Neste tipo de pesquisa utiliza-se a técnica de coleta de dados de forma padronizada

por meio de questionário (ANDRADE, 2010). A respeito desse assunto Malhotra

(2006) argumenta que a pesquisa descritiva é realizada para descrever

características dos consumidores, estimar a porcentagem de unidades de uma

população que exibe algum comportamento, determinar as percepções de

características de produtos e fazer previsões. Ainda de acordo com o autor, esse

tipo de pesquisa tem como objetivo descrever característica ou função do mercado,

descrever o poder de compra e o perfil dos consumidores e também determinar suas

percepções à respeito da empresa e de seus produtos.

Estudos descritivos fornecem dados transversais que são coletados em um

único ponto no tempo e sintetizados estatisticamente (HAIR Jr. et al. 2005). “Os

estudos transversais envolvem a coleta de informações de qualquer amostra de

elementos da população somente uma vez” (MALHOTRA, 2006). Ainda

referenciando o autor, os estudos transversais podem ser únicos ou múltiplos.

Neste trabalho, o tipo de estudo utilizado é o transversal único, também

chamado concepção de pesquisa por levantamento de amostragem.

40

C - Estudo de caso

Yin (2001) dá uma definição técnica de estudo de caso como uma

investigação empírica que pesquisa um fenômeno que ocorre em determinado

tempo dentro de um contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o

fenômeno e o contexto não estão claramente definidos. No caso desta pesquisa foi

realizado um estudo de caso em dois hotéis situados em frente à praia de

Barequeçaba, na cidade de São Sebastião, no estado de São Paulo.

D - Apresentação da cidade

O litoral norte de São Paulo possui vários atrativos turísticos como mirantes,

trilhas e cachoeiras. Foi realizada uma pesquisa pela Coopertur–LN apud Rodrigues

(2004) e identificado que o maior fator de motivação no litoral norte são as praias,

que se comparadas às do litoral sul apresentam menor urbanização.

São Sebastião possui uma área de 403 km² e de acordo com senso 2009 sua

população era de 73.631 habitantes. Quanto à rede hoteleira, no ano de 2009 o

município possuía 192 estabelecimentos entre pousadas, hotéis e campings. Os

principais pontos turísticos são o centro arqueológico, o Convento Nossa Senhora

do Amparo, o centro histórico, a trilha da Praia Brava, a trilha do Ribeirão de Itu, a

reserva Indígena Aldeia do Rio Silveira, a Ilha Montão de Trigo e mais de 30 praias,

além de cachoeiras, trilhas, águas claras, formações naturais e florestas (SÃO

PAULO, SECRETARIA DE TURISMO, 2012).

A praia Barequeçaba é localizada em uma área de proteção ambiental,

perfeita para prática de esporte náutico como mergulho, natação, caiaque, barco a

vela, windsurfe. A praia não é de tombo, o mar é tranquilo, com isso proporciona

mais segurança para adultos e crianças (SÃO SEBASTIÃO, 2013).

E - Apresentação dos hotéis

O Valentina Praia Hotel está situado em frente à praia de Barequeçaba,

possui acomodações para casais ou famílias oferecendo serviço de praia, piscina

41

para adultos e crianças, estacionamento próprio, internet WI-FI, cozinha das

mamães, parque para as crianças, redário, restaurante e bar (VALENTINA PRAIA

HOTEL, 2013).

O Barequaçaba Praia Hotel é uma empresa cuja estrutura possui um

agradável salão principal decorado com objetos antigos da família, home-theater

com ar-condicionado, TV 54 de polegadas, vídeo, DVD e TV a cabo, feito para o

cliente sentir-se em casa (BAREQUEÇABA PRAIA HOTEL, 2013).

A seguir, no Quadro 1 serão descritas as características das empresas

estudadas.

Quadro 1 – Características das empresas pesquisadas

Barequeçaba Praia Hotel Valentina Praia Hotel

Possui 23 apartamentos com varanda ou

sacada com rede, equipados com:

Ar-condicionado, ventilador de teto,

frigobar e TV.

Copinha para bebês, equipada com fogão

e micro-ondas 24 horas à disposição das

mamães, além de berços e banheirinhas.

Bar e restaurante.

Estacionamento próprio.

Sauna.

Piscina aquecida nos feriados de inverno.

Mesa oficial de bilhar.

Lavanderia.

Quadra de tênis de praia.

Pequena loja com produtos de

conveniência.

Possui 26 apartamentos equipados

com:

TV, frigobar, ar

condicionado, ventilador de

teto;

01 cama king size para

casal,

01 cama de solteiro e 01

cama auxiliar de solteiro.

Estacionamento.

Cozinha industrial.

Restaurante.

Bar.

Piscina em frente ao mar com deck

coberto.

Jardim com quiosque em frente ao

mar.

Lavanderia.

Serviços de praia (cadeiras, guarda-sol e

serviço de bar) e Serviço de copa.

Monitor para crianças e adolescentes nas

férias de verão e feriados.

Contatos para agendar passeios de barco,

banana-boat, pescarias, aulas de mergulho

livre, trilhas ecológicas e passeios de jipe

ou cavalo em Ilhabela.

Serviços oferecidos: (cadeiras,

guarda-sol e serviços de bar).

Espaço amplo para eventos.

Buffet completo.

Decoração e Iluminação.

Som.

Internet Wireless.

Serviço de praia, piscina e quarto.

Fonte: própria do autor (2012)

42

F - Questionário

O método de levantamento de dados utilizado foi um questionário

estruturado para obter informações dos participantes da pesquisa. Para Malhotra

(2006) nesse método são aplicadas várias perguntas à respeito de comportamento,

intenção, atitude, percepção, motivação, característica demográfica e estilo de vida.

O questionário foi composto por uma série de perguntas e também afirmações para

que o cliente atribuísse uma nota a respeito da percepção do serviço dos hotéis.

Para avaliar a percepção dos clientes foi utilizado o conjunto de afirmações da

escala Servperf.

G - Questões

Quadro 2 - Questões

DIMENSÃO QUESTÕES TEORIA RELACIONADA

Poder de compra 1 ABEP (2012) Cooper et al. (2007)

Sazonalidade 2 Aldrigui (2007) Cooper et al. (2007)

Cliente 3 Oliveira (2005) Rodrigues (2004)

Indústria da hospitalidade Serviço de apoio

4 Hoffman e Bateson (2003) Cooper et al. (2007)

Recursos naturais 5 Oliveira (2005)

Mix de produto

7 Ferrell; Hartline (2009). Hoffman e Bateson (2003)

Comportamento do consumidor e Teoria de processamento de informação

8 Sheth (2001) Longenecker et al. (1997) Churchill; Peter(2010) Kotler e Keller(2006)

Evidência física

Dimensão tangibilidade

Ferrell; Hartline (2009) Hoffman et al. (2001) Carvalho et al. (2005

Disposição dos funcionários e competência da empresa em cumprir o combinado.

Dimensão presteza

Hoffman et al. (2001) Kotler e Keller (2006)

Confiança dos funcionários, sinceridade, conhecimento para atender ao cliente.

Dimensão segurança

Hoffman et al. (2001) Oakland (1994)

Capacidade de experimentar os sentimentos alheios

Dimensão empatia

Fitzsimmons; Fitzsimmons (2007) Hoffman et al. (2001) Longenecker et al. (1997) Lovelock e Wright (2006)

43

O método de levantamento de dados apresenta vantagens como aplicação

simples, os dados são confiáveis por que a resposta é limitada à alternativa

mencionada, a codificação, análise e interpretação dos dados são simples

(MALHOTRA, 2006). O instrumento de coleta de dados empregado foi o

questionário com perguntas de acordo com as teorias estudas, sendo ele composto

de forma padronizada, com perguntas e respostas pré-estabelecidas, sendo

aplicado aos hóspedes nos hotéis localizados em frente à praia de Barequeçaba,

nos dias 3 e 21 de outubro de 2012.

Há quatro maneiras principais para apresentar um questionário de

levantamento de dados: entrevistas via telefone, pessoais, por correio e por meio

eletrônico (MALHOTRA, 2006). Nesta pesquisa foi adotada a entrevista pessoal,

sendo entrevistados os clientes dos hotéis.

A respeito da coleta de dados, foi feito o questionário formal explicando aos

hotéis a natureza da pesquisa e também instruções de como respondê-las.

Ao questionário deve preceder a carta de explicação ou de autorização da pesquisa, que precisa fazer referência ao seu conteúdo, às instruções para efetivação da investigação através do questionário, o pedido de autorização e o agradecimento pela atenção, disponibilidade e veracidade das informações prestadas (KAUARK, 2010, p.58).

De acordo Selltiz et al. (1974, p.286) “na entrevista ou no questionário as

perguntas são apresentadas, a todas as pessoas, exatamente com as mesmas

palavras e na mesma ordem”. Para o autor a padronização assegura a uniformidade

nas perguntas para todos os entrevistados. O questionário aplicado nesta pesquisa

foi apresentado às pessoas de forma igual e seguindo a mesma ordem.

No turismo, o questionário é o tipo de formulário mais empregado para

coleta de dados primários (COOPER, et al. 2007). Para Marconi (2010) a aplicação

de questionário possui algumas vantagens como economia de tempo; obtenção de

um grande número de dados, por meio de um maior número de pessoas que serão

atendidas simultaneamente; obtenção de respostas mais rápidas e mais precisas; o

risco de distorção é menor, pela não influência do pesquisador. Uma característica

na aplicação de questionário, citada por Selltiz et al. (1974), está relacionada ao fato

de deixar o entrevistado mais à vontade não pressionando-o para resposta imediata,

desta forma ele pode analisar cuidadosamente cada aspecto do questionário.

44

E - Dimensões da Servqual e Servperf com a escala de Likert

A escala SERVQUAL é composta por cinco dimensões, sendo definidas como

tangibilidade, confiabilidade, presteza, segurança e empatia, tendo como objetivo

verificar a percepção da qualidade observada pelo cliente, comenta Vieira (2011).

Foi realizado um trabalho por Parasuraman et al. (1990) apud Salomi et. al (2005)

em que foi proposto uma medição da qualidade do serviço com base no modelo de

satisfação.

O modelo de satisfação de Oliver (1980) apud Salomi et. al (2005) afirma que

a satisfação é a diferença entre expectativa e desempenho, que pode ser entendida

por meio da seguinte equação: = – . A equação pode ser entendida da

seguinte forma: = valor de medida de percepção de desempenho para

característica j do serviço; = medida de percepção do desempenho para

característica j do serviço; = avaliação da qualidade do serviço j.

A ferramenta Servqual é formada por 44 itens: sendo uma seção de 22 itens,

que registram as expectativas dos clientes de empresas excelentes na indústria de

serviços e outra com 22 itens que medem as percepções do cliente da empresa em

estudo (HOFFMAN; BATESON, 2003).

Além da ferramenta Servqual pode-se utilizar também a ferramenta Servperf

como instrumento alternativo para análise da percepção que foi adaptada a partir da

servqual de Parasuraman. O SERVPERF foi um instrumento de pesquisa

desenvolvido por Cronin e Taylor (1992) apud SALOMI et al. (2005), baseado

apenas na percepção do desempenho dos serviços, visto que as empresas

fornecedoras de serviços precisam saber qual o seu principal objetivo, se é ter seus

clientes satisfeitos com o seu desempenho ou oferecer serviços que sejam

percebidos por eles com um nível máximo de qualidade.

Foi utilizada a escala de Likert, que é fácil de construir, aplicar e também de

ser entendida pelos entrevistados, o que a torna adequada para entrevistas

pessoais. A principal desvantagem da escala de Likert é que exige mais tempo para

ser completamente respondida, em decorrência da leitura de cada afirmação

(MALHOTRA, 2006).

A escala de Likert permite ao entrevistado indicar o grau de concordância ou

discordância de acordo com as variáveis e as atitudes relacionadas ao objeto

45

(SAMARA; BARROS, 2007). A escala foi batizada em homenagem ao seu criador

Rensis Likert. Neste tipo de escala pede-se para a pessoa entrevistada indicar um

grau de concordância ou discordância com cada afirmação (TAIWOO AMOO e

HERSHEY H. FRIEDMAN apud MALHOTRA, 2006). Na escala de Likert as

proposições são apresentadas e as pessoas indicam suas reações com os valores

variando de 1 a 5. Cada pessoa terá uma nota global, resultado da soma dos pontos

de cada escala (MARCONI; LAKATOS, 2010). A escala varia de ‘discordo

totalmente’ (DT) que equivale ao número 1, até ‘concordo totalmente’ (CT) equivale

ao número 5. As perguntas de múltipla escolha exigem que o respondente escolha

dentro de um conjunto de respostas predeterminadas, como por exemplo, uma

pergunta avaliativa com escala de 1 à 5.

Para melhor entendimento das dimensões da SERVPERF, empregaram-se as

siglas VPH para o Valentina Praia Hotel e BPH para o Barequeçaba Praia Hotel.

F - Poder de compra do consumidor segundo a ABEP

Para identificar o poder de compra dos entrevistados, foi utilizada no

questionário uma pergunta baseada no Critério de Classificação Econômica Brasil

da ABEP (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, 2012), o qual possui um

conjunto de perguntas a respeito de alguns itens que possuem em suas residências,

tais como: televisão em cores, rádio, banheiro, automóvel, empregada mensalista,

máquina de lavar, videocassete e/ou DVD, geladeira, freezer e o grau de instrução

do chefe de família.

46

G - Amostragem

Foi utilizado o método de coleta de dados por amostragem, realizando

entrevista com o cliente nos hotéis em São Sebastião, na Praia de Barequeçaba. Os

hotéis escolhidos para obter a amostra possuem uma característica em comum:

todos são ‘pé na areia’, ou seja, ficam de frente para a praia. O método por

amostragem é o mais comum de levantamento de dados no setor de turismo, pode

ser realizado com visitante ou empresa (COOPER et al. 2007).

Foi utilizada a técnica de amostragem probabilística aleatória simples. Para

Malhotra et al. (2005, p.269):

Cada elemento na população tem uma probabilidade de seleção conhecida e idêntica. Além disso, cada amostra possível de um dado tamanho (n) tem uma probabilidade conhecida e idêntica de ser a amostra realmente escolhida. A dedução de um procedimento de amostragem aleatória é que cada elemento é selecionado independentemente de todos os outros.

Neste caso, de acordo com Malhotra et al. (2005), pode-se entender que

qualquer hóspede tem igual probabilidade de ser selecionado.

H - Descrição da amostra

Determinação do tamanho da amostra

“Para variáveis qualitativas, ordinais ou nominais, a estimativa do tamanho da

amostra a ser analisada dependerá das proporções estudadas e do nível de

confiança do estudo” (BRUNI, 2011, p.195). Ainda segundo o autor, ao determinar o

tamanho da amostra de uma população infinita pode-se empregar a seguinte

equação:

A equação citada anteriormente pode ser simplificada substituindo (1 – p)

como “q”. Podendo ser apresentada da seguinte forma:

A equação pode ser entendida da seguinte forma:

47

p = proporção amostral

n = número de elementos da amostra

e = erro máximo tolerável

z = nível de confiança

Para o uso da equação anterior é necessário sugerir um valor para p.

Observa-se na tabela 1 que quando não for possível estimar os valores de p e q, os

dois podem ser assumidos como iguais a 50% ou 0,5, maximizando o valor do

produto (p.q) e o tamanho da amostra. Para p = q = 0,50, o (p .q) que é produto

assume valor maior, que é 0,25 (BRUNI, 2011).

Tabela1: Valores para p e q

p Q p.q

0,00 1,00 0,00

0,10 0,90 0,09

0,20 0,80 0,16

0,30 0,70 0,21

0,40 0,60 0,24

0,50 0,50 0,25

0,60 0,40 0,24

0,70 0,30 0,21

0,80 0,20 0,16

0,90 0,10 0,09

1,00 0,00 0,00

Fonte: Bruni (2011, p.195)

Para nível de confiança de z = 90% e erro tolerável de 17%. Para definir o

nível de confiança foi utilizada a tabela 2 que define o valor de z para diferentes

intervalos.

48

Tabela 2: Valores de z para diferentes intervalos centrais

Nível de confiança Área da metade do

intervalo

Valor de z

90% 0,45 1,645

95% 0,475 1,96

99% 0,495 2,575

Fonte: Bruni (2011, p.180)

Foram aplicados 24 questionários, para este calculo foi considerado nível de

confiança de 90% e erro máximo tolerável de 17%.

I - Pré- teste

Foi realizado o pré-teste com cinco pessoas antes de aplicar o questionário.

Para Kauark (2010) a etapa de pré-teste, em um pequeno universo visa corrigir

eventuais erros de formulação. “O pré-teste se refere ao teste do questionário em

uma pequena amostra de entrevistados, com o objetivo de identificar e eliminar

problemas potenciais” (MALHOTRA, 2006, P.308).

49

7. Análise, resultados e discussão

Em relação à pergunta 1, para análise do poder de compra dos

entrevistados, os resultados revelam que 46% dos entrevistados pertencem à classe

econômica A2 com renda média familiar bruta no valor de R$8.418, seguidos das

classes B2 (R$ 2.565) totalizando 23%, B1 (R$ 4.418) sendo equivalente a 15% dos

entrevistados, A1 com 16%, com renda média de R$ 12.926. Para enfrentar melhor

a competição na indústria hoteleira, sugere-se para as empresas nas quais foi

aplicada esta pesquisa, que no mínimo adaptem seus produtos de acordo com a

necessidade e desejos de seus clientes, e busquem atender outros nichos de

mercado, como por exemplo, grupos da terceira idade e pessoas com necessidades

especiais.

Antecipando as consequências da sazonalidade é preciso ocupar ao máximo

possível as unidades habitacionais diariamente (ALDRIGUI, 2007). A sazonalidade

da demanda é o período de alta e baixa temporada para alguns destinos turísticos e

empresas. Na época da baixa temporada, o profissional da área de marketing é

levado a criar política de preços e promoções visando realizar vendas, já na alta

temporada os preços são elevados, devido à dificuldade em atender da demanda

(COOPER et al. 2007).

Os resultados da pergunta 2 mostram que 54% dos entrevistados

responderam que vem uma vez por ano à São Sebastião, seguido de 23% que

afirmaram vir duas vezes, 14% disseram vir três vezes ao ano e finalizando 9%

responderam vir quatro ou mais vezes ao ano. Para aumentar o número de visitas

dos hóspedes na baixa temporada, sugere-se que a empresa ofereça incentivos

como descontos, busquem parcerias com outros hotéis, agências e empresas de

turismo. Outra sugestão para as empresas seria adquirir uma escuna em parceria,

assim poderiam oferecer passeios para os seus hóspedes e atrair os turistas que só

vêm uma vez ao ano no hotel.

O turista é uma pessoa que visita um lugar diferente de sua moradia habitual

e não tem intenção de desempenhar atividade remunerada e sua permanência no

lugar não é superior a um ano, é o visitante que fica pouco tempo em uma região

(OLIVEIRA, 2005). No litoral norte de São Paulo há vários atrativos turísticos como

mirantes, trilhas e cachoeiras (RODRIGUES, 2004). Para o desenvolvimento do

50

turismo em uma região é necessário que esta possua atrativos e também hotéis e

pousadas, que são considerados como serviços de apoio.

Na pergunta 3, quando inquiridos sobre o período de permanência na região,

82% dos entrevistados disseram ficar de 1 a 3 dias, 9% passam de 4 a 7 dias e os

outros 9% responderam que permanecem mais de 7 dias.

Visto que a maioria dos hóspedes ficam até 3 dias na região, sugere-se que

as empresas divulguem algumas opções de passeios, como conhecer o centro

histórico de São Sebastião, fazer trilhas e visitar cachoeiras, a fim de incentivá-los a

ficar mais tempo na região.

Em alguns países o padrão de vida está mais alto, as pessoas estão vivendo

mais, ou seja, a expectativa de vida aumenta, e consequentemente elas buscam

mais lazer, possibilitando o crescimento da indústria da hospitalidade junto à

sociedade (HOFFMAN E BATESON, 2003). Raramente o visitante se desloca a um

destino somente em função de um meio de hospedagem. Esta escolha está

condicionada a uma oferta de serviço de apoio que o motive a deslocar-se ao lugar

(COOPER et al. 2007).

Ao perguntar aos entrevistados na pergunta 4 o que motivou sua vinda a São

Sebastião: 91% responderam a opção lazer, seguidos de 5% para esportes e 4%

vieram por motivos profissionais. Sugere-se aos hotéis que atuam na Praia de

Barequeçaba que continuem proporcionando lazer aos seus hóspedes,

acrescentando na sua oferta de serviço, produtos suplementares que irão agregar

mais valor para a empresa, como por exemplo, parquinho para as crianças, e para

os pais, mesa de pebolim, sinuca e/ou outras opções de jogos.

Segundo Oliveira (2005) os hotéis localizados nas praias utilizam esse

recurso natural para oferecer aos seus clientes o prazer de curtir suas férias no

litoral, proporcionando lazer que depende de condições locais e também das

condições marítimas, como mar agitado, águas mornas, se o mar permite passeios

de barco, se na região ocorre muito vento e outros.

Pode-se perceber na pesquisa realizada referente à pergunta 5, que o motivo

considerado de maior importância para38% dos entrevistados, quanto a visita à

praia, foi por ser um ambiente familiar, seguido da beleza natural com 26% das

escolhas, 21% para qualidade da praia, seguida da percepção de ondas tranquilas

com 15% das respostas.

51

Sugere-se que as empresas que atuam na Praia de Barequeçaba explorem o

argumento em suas comunicações com o público sobre a praia ser familiar, e

ajudem a preservar essa percepção da praia para continuar atraindo aos clientes em

potencial.

O benefício da qualidade na prestação de serviços é o retorno e a conquista

de novos clientes. O motivo pelo qual a empresa existe é o cliente, portanto, definir e

medir o nível de satisfação é necessário. A empresa não deve esperar que seus

clientes venham a reclamar de alguma insatisfação (HOFFMAN, 2001). Pode-se

verificar na pergunta 6 que a maioria dos hóspedes entrevistados (83%) disseram

viajar com a família e os outros 17%, com amigos. Pode-se perceber que a maioria

dos clientes visita o hotel com grupos, e perder um cliente, pode significar perder

vários.

Em qualquer empresa, a oferta total do produto pode ser formada pela

combinação de mais de um elemento ofertado por ela, podendo ser um bem tangível

como algo que pode ser tocado ou mesmo um serviço que é caracterizado como

intangível (FERRELL; HARTLINE, 2009). Esta oferta total pode ser composta de

produtos principais que são a razão da existência da empresa, produto suplementar

que agrega valor ao produto principal e atributo simbólico que é utilizado para

diferenciar o produto dos concorrentes.

No ramo de prestação de serviços, o produto principal é formado por

processos que são os fluxos das operações, que podem ou não ser realizados

utilizando tecnologia, pessoas, e envolve contato entre funcionários e clientes e

também a evidência física formada por materiais escritos, equipamentos ou

pessoas. O esforço para manter a qualidade na oferta de serviço é diário, como o

serviço é focado em pessoas, um programa estratégico de marketing que envolva

compartilhamento de metas, motivação e habilidade dos funcionários é

indispensável para garantir a qualidade (FERRELL; HARTLINE, 2009).

Na pergunta 7, em relação ao serviço mais importante do hotel, observa-se

entre as opções percebidas pelo cliente que o serviço de praia teve maior

percentual, sendo equivalente a 45%, seguido de restaurante com 19%, piscina com

16% e bar com 7%.

Sugere-se para as empresas que foquem mais atenção aos serviços

complementares, como o serviço de bar e piscina, pois foram percebidos pelos

clientes como de menor importância. Os seus gerentes devem criar um programa

52

estratégico de marketing, a fim de orientar seus funcionários para ficarem mais

atentos a estes ambientes, se necessário realizar treinamento com os colaboradores

visando à melhoria contínua nos processos, sempre com o objetivo de oferecer um

serviço de melhor qualidade.

A satisfação do cliente e a qualidade do serviço prestado estão entrelaçadas.

A empresa precisa definir e medir essa satisfação, não esperando que o cliente

venha reclamar. O Programa de Pesquisa de Assistência Técnica, o TARP

(Technical Assistance Research Program), descobriu que 13% dos clientes

insatisfeitos falam sobre isso para mais de 20 pessoas (HOFFMAN, 2001).

Entender o comportamento do consumidor é essencial para quem administra

a empresa, o comportamento do consumidor doméstico ou comercial é atividade

mental e física que resulta em ação de comprar, pagar e usar produtos (SHETH,

2001). Inicia-se o processo de compra do consumidor a partir do reconhecimento de

um problema ou necessidade que é provocada por estímulos internos ou externos

(LONGENECKER et al.,1997). Ainda referenciando o autor, o homem é um

solucionador de problemas de acordo com a teoria de processamento de

informação, que é dividida em estágios como reconhecimento do problema, busca e

avaliação das informações, decisão de compra e avaliação de pós-compra.

As fontes de informações podem ser internas que são as lembranças de

experiências passadas; fontes de grupos que são decorrentes de outras pessoas, e

esse tipo de informações tem grande influência sobre o poder na decisão de

compra; fontes experimentais e fontes públicas (CHURCHILL; PETER, 2010). Cada

fonte de informação influencia de forma diferente a decisão de compra, por exemplo,

as fontes comerciais são formadas por propaganda, representante, vendedor,

mostruário e embalagem, e têm função de serem informativas, por outro lado as

fontes pessoais que envolvem a família e pessoas mais próximas são avaliativas. Há

também as fontes públicas que envolvem os meios de comunicação em massa e as

fontes experimentais, nas quais o cliente pode manusear, examinar ou usar o

produto (KOTLER E KELLER 2006).

Quanto ao resultado da pergunta 8, a análise dos dados demonstra que 41%

dos entrevistados ficaram sabendo do hotel por meio de indicação de amigos,

propaganda na internet (36%), e a indicação familiar foi equivalente a 18%.

Os resultados comprovam a teoria apresentada, pois se observa que as

fontes de informações de grupos (amigos e família), se somados, chegam a 59%,

53

sendo grandes influenciadoras quanto à escolha do hotel. Sugere-se aos

administradores que mantenham o bom relacionamento com estes clientes, a fim de

manter estes resultados, e caso pretendam atingir um número maior de clientes,

utilizem mais os meios de comunicação em massa como a internet, para atrair novos

clientes e serem mais competitivos.

Para Fitzsimmons e Fitzsimmons (2007) os clientes usam as dimensões

para avaliar a qualidade dos serviços prestados, comparar o serviço esperado

com o percebido. A qualidade do serviço e a satisfação do cliente estão

entrelaçadas, sendo que a satisfação é uma medida de curto prazo, diferente da

qualidade do serviço que é formada pela avaliação da atividade de longo prazo

(HOFFMAN, 2001). “A qualidade percebida dos serviços verifica a percepção da

qualidade observada pelo cliente” (VIEIRA, 2011, P.64). O consumidor baseia-se

em objetos e na aparência das pessoas que fazem parte do ambiente de

serviços, a qualidade percebida em serviços – SERVPERF é composta pelas

seguintes dimensões: tangibilidade, confiabilidade, presteza, segurança e

empatia (HOFFMAN, 2001).

A dimensão tangível é composta por duas partes, a primeira é formada por

equipamentos e instalações, a outra é constituída por funcionários e materiais de

comunicação. A evidência física influencia a percepção do cliente quanto à

qualidade. Essa evidência envolve aspectos internos e externos à empresa, como

equipamentos modernos, instalações físicas, aparência dos funcionários, apelo

visual e entendimento dos materiais que fazem parte da prestação do serviço

(HOFFMAN, 2003).

No caso deste trabalho, levar em consideração as siglas VPH para

Valentina Praia Hotel e BPH para Barequeçaba Praia Hotel.

Quanto à dimensão tangibilidade pode-se observar nos resultados da tabela 3

que a média total das respostas obtidas com hóspedes do BPH foi de 3,5 numa

escala de 1 a 5. Já a média no VPH foi de 4,1. Se analisados separadamente as

afirmações da dimensão tangibilidade, as mais expressivas são referentes à

aparência dos equipamentos e instalações físicas do BPH, com 2,8 e 3,1

respectivamente. E quanto ao VPH a menor pontuação foi atribuída aos materiais,

com média de 3,7 e a aparência dos funcionários com 4,1.

54

Ainda referenciando a tabela 3. Dimensão tangibilidade, afirmativa aparência

dos funcionários, o BPH obteve média de 4,4 e o VPH, 4,1. Apesar das médias das

duas empresas estarem próximas de 5, sugere-se aos administradores que dêem

mais atenção quanto à aparência dos funcionários, se estão bem uniformizados, e

no caso dos homens, pedir para fazer cabelo e barba regularmente, pois o

funcionário é quem mantém contato constante com o cliente.

Tabela 3. Dimensão tangibilidade

Sugere-se para a empresa BPH que procure mudar a aparência das

instalações físicas, reformando a estrutura a fim de melhorar a média a respeito da

percepção do cliente quanto à dimensão tangibilidade, observado na tabela 3. Neste

caso a empresa concorrente obteve vantagem quanto à análise dessa dimensão.

Outro fato que deve ser levado em consideração é que o BPH atua no mercado a

mais de 20 anos e sua estrutura física é voltada para o rústico, já o VPH é uma

empresa com aparência moderna que está no mercado há aproximadamente dois

anos.

Para Ferrell e Hartline (2009) manter a qualidade na oferta de prestação

serviço é tarefa árdua para a empresa, pois o serviço é focado em pessoas, e o

compartilhamento de metas, a motivação e identificação de habilidades são

fundamentais para manter a qualidade. Deve-se também levar em consideração a

cordialidade do funcionário, a prestabilidade e a rapidez de resposta da empresa à

solicitação do consumidor. Já na visão de Hoffman et al. (2001) a dimensão

confiabilidade representa a confiança da empresa, comparando o serviço ao longo

do tempo, como cumprir o prometido, demonstrar interesse em solucionar o

problema do cliente, satisfazer o cliente, realizar o serviço de forma correta na

primeira vez, manter certos os registros dos clientes.

A confiança determina como a empresa acredita na honestidade, integridade

e na confiabilidade de outra pessoa. Na atividade que envolve serviço, a perícia,

confiança e a confiabilidade são componentes que fazem parte do setor. Para a

Dimensão tangibilidade VPH BPH

Os equipamentos têm aparência moderna. 4,2 2,8

As instalações físicas têm uma aparência atraente. 4,4 3,1

Os funcionários possuem boa aparência. 4,1 4,4

Os materiais relacionados com a prestação de serviço (folhetos, estados de conta, sinalização) são atrativos.

3,7 3,7

MÉDIA 4,1 3,5

55

conquista da confiança do cliente na prestação de serviço é preciso incluir algumas

estratégias como: guardar sigilo das informações do cliente; não falar de outros

clientes e concorrentes; ser verdadeiro com o cliente independente da situação; dar

toda informação necessária; dar atenção, ser cortês e digno de fé (HOFFMAN,

2001).

Quanto a Dimensão confiabilidade na tabela 4, a média total atribuída pelos

entrevistados ao que perceberam do Barequeçaba Praia Hotel foi de 4,3, um pouco

menor que a média do Valentina Praia Hotel que foi de 4,4, porém observando

detalhadamente cada item da dimensão, pode-se observar um resultado em comum

na afirmativa que diz respeito em manter sem erros os registros com informações

dos clientes. Tanto no Valentina quanto no Barequeçaba Hotel, foram pontuadas

com média 4,1.

Tabela 4. Dimensão Confiabilidade

Sugere-se para as empresas que continuem cumprindo o que prometem aos

seus clientes no prazo combinado, que sejam mais atenciosos em resolver algum

problema do cliente, e principalmente ficar atentos quanto às informações dos

clientes, pedindo aos recepcionistas para conferir os dados pessoais e se

necessário atualizá-los, visando melhorar a média da dimensão confiabilidade.

Para Hoffman et al. (2001) a dimensão da rapidez nas respostas, tem relação

com a presteza do funcionário em atender ao cliente, mostrando o quanto a empresa

está comprometida em oferecer o serviço no tempo certo, informando quando cada

serviço será realizado e demostrando interesse em ajudar ao cliente. Para Kotler e

Keller (2006) se o cliente levar em consideração a rapidez na entrega de um

produto, a empresa terá vantagem competitiva em relação ao concorrente.

Dimensão confiabilidade VPH BPH

A empresa cumpre o que promete no período combinado 4,5 4,3

Quando você tem algum problema o Hotel mostra interesse em solucioná-lo.

4,2 4,3

O hotel fornece os serviços combinados de maneira certa logo na primeira vez.

4,5 4,4

O hotel cumpre os prazos combinados dos serviços. 4,5 4,2

Os registros com suas informações são mantidos sem erros. 4,1 4,1

MÉDIA 4,4 4,3

56

Com relação à dimensão presteza na tabela 5. O Barequeçaba Praia Hotel

ficou com 4,2 na média total enquanto que o Valentina Praia Hotel ficou com média

total de 4,4.

Tabela 5. Dimensão Presteza

Mesmo que as empresas tenham apresentado médias totais próximas,

sugere-se para ambas que busquem melhorar o processo de produção, utilizando a

tecnologia a favor da empresa visando cumprir os prazos combinados com seus

clientes.

A dimensão da segurança diz respeito à habilidade e competência da

empresa para a realização do serviço, ou seja, a competência diz respeito ao

conhecimento. A dimensão da garantia transmite a segurança do cliente em deixar

seu bem na empresa (HOFFMAN, 2001). A qualidade como foco no atendimento ao

cliente oferece aos colaboradores em diversas funções da empresa, uma linguagem

entendida por todos, permitindo uma boa comunicação entre os indivíduos a fim de

atingir um objetivo comum independentemente de suas habilidades e prioridades.

Como os negócios são complicados e empregam especialistas diferentes, é preciso

confiar na atividade exercida pelo outro (OAKLAND, 1994).

Os resultados da tabela 6 Dimensão segurança, mostram que a média total

foi de 4,4 para o Valentina Praia Hotel e 4,3 para o Barequeçaba Praia Hotel.

Tabela 6. Dimensão Segurança

Para melhorar a percepção do cliente quanto à segurança, sugere-se foco no

treinamento dos funcionários, transmitindo as informações necessárias referentes

Dimensão presteza VPH BPH

Os funcionários informam corretamente quando será concluído cada serviço.

4,4 4,0

Os funcionários são rápidos. 4,2 4,2

Os funcionários estão sempre dispostos a ajudá-lo. 4,5 4,5

Os funcionários estão sempre livres para atendê-lo. 4,5 4,3

MÉDIA 4,4 4,2

Dimensão segurança VPH BPH

A postura dos funcionários lhe inspira confiança. 4,3 4,4

Funcionários são sinceros com você. 4,3 4,4

Funcionários têm conhecimento adequado para atendê-lo. 4,5 4,2

Funcionários têm conhecimento suficiente para responder as perguntas que lhes são feitas.

4,4 4,1

MÉDIA 4,4 4,3

57

aos processos internos, desta forma quando houver alguma pergunta o colaborador

estará preparado para respondê-la.

Segundo Hoffman et al. (2001), ser empático é colocar-se no lugar da outra

pessoa, experimentando os sentimentos dele como se fossem seus. Empresa

considerada empática oferece serviço de forma personalizada, é acessível, tem

sensibilidade e esforça-se no atendimento ao cliente. A empresa atende ao cliente

de forma individual; seu horário de funcionamento favorece a todos os clientes; os

colaboradores internos dão atenção personalizada aos clientes (HOFFMAN et al.

2001 e FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2007).

Para Longenecker et al. (1997), ser excelente no atendimento ao cliente não é

novidade para a empresa de pequeno porte que busca vantagem competitiva, novo

para elas é reconhecer o atendimento como negócio inteligente. Foi realizado um

levantamento por uma consultoria e identificado três causas para insatisfação com o

serviço, 20% da insatisfação foi atribuída ao comportamento ou desempenho do

funcionário, 40% pelas regras e procedimentos da empresa e os outros 40% teve

como origem o mau uso do produto pelo cliente (LONGENECKER et al.,1997). O

cliente julga a qualidade do serviço por meio das pessoas que estão prestando o

serviço (LOVELOCK; WRIGHT, 2006).

Quanto à dimensão empatia, pode-se observar na tabela 7, que o

Barequeçaba Praia hotel obteve média total equivalente 4,0 e o Valentina Praia

Hotel a 4,3.

Tabela 7. Dimensão Empatia

As empresas podem melhorar a média percebida pelos seus clientes

referente à empatia dos funcionários. Sugere-se aos empresários que valorizem as

habilidades dos colaboradores, procurem meios que possam motivá-los, como por

exemplo, bonificar o funcionário com prêmio a cada ano de atuação na empresa,

fechar parcerias com estabelecimentos comerciais a fim de oferecer desconto para

os funcionários da empresa, pagar as despesas referentes à academias de ginástica

Dimensão Empatia VPH BPH

Os funcionários dão atenção individualizada. 4,5 3,9

O horário de funcionamento do hotel é conveniente. 4,5 4,2

Os funcionários lhe dão atenção personalizada. 4,2 4,0

Seus interesses são tratados como prioridade. 4,2 4,0

Os funcionários entendem suas necessidades específicas. 4,2 4,0

MÉDIA 4,3 4,0

58

e, se for possível, montar uma academia na empresa. Estes são alguns meios que

podem refletir na qualidade da prestação do serviço, pois se o funcionário estiver

motivado os resultados quanto aos serviços oferecidos serão melhores. Quanto às

regras e procedimentos sugere-se maior flexibilidade, pois se forem muito rígidas, o

resultado pode ser a perda do cliente para o concorrente.

Pode-se observar no quadro 3. Médias da servperf. As médias totais obtidas

na pesquisa referente a ferramenta servperf. Na dimensão tangibilidade, que diz

respeito aos equipamentos, instalações físicas, funcionários e materiais, o VPH ficou

com média 4,1 e o BPH com média 3,5. Quanto à dimensão confiabilidade, que

representa a confiança da empresa, no qual compara o serviço prestado ao longo do

tempo, o VPH ficou com média 4,4 e o BPH foi atribuída média total 4,3.

Já referente à dimensão presteza, que leva em consideração a rapidez de

resposta e o atendimento ao cliente, pode-se ver no quadro 3, o VPH ficou com

média 4,4 e o BPH com média 4,2. Na dimensão segurança, que diz respeito a

habilidade e competência da empresa quanto a prestação do serviço, o VPH ficou

com média 4,4 e o BPH foi atribuído média 4,3. Ainda referente ao quadro 3. Médias

da servperf, na dimensão empatia o VPH ficou média 4,3 e o BPH a média

percebida pelos clientes foi 4,0.

Quadro 3. Médias da servperf

Hotéis VPH BPH

Dimensão tangibilidade 4,1 3,5

Dimensão confiabilidade 4,4 4,3

Dimensão presteza 4,4 4,2

Dimensão segurança 4,4 4,3

Dimensão empatia 4,3 4,0

59

8. Limitações e Futuras Pesquisas

Era intenção aplicar os questionários em três hotéis, mas um deles, na época

da coleta de dados, se recusou a participar do trabalho.

Desse modo o pesquisador decidiu aplicar as dimensões SERVPERF, com

uma única coleta de dados nos dois hotéis que aceitaram participar do processo.

As dimensões SERVQUAL e SERVPERF se diferenciam em sua aplicação,

conforme Salomi et al. (2005), pois a SERVQUAL deve ser aplicada antes da

estadia e depois, para avaliar a qualidade, ou seja expectativa e desempenho. Já o

SERVPERF é aplicado uma única vez para avaliar a percepção baseada no

desempenho dos serviços quanto à qualidade percebida.

Sugere-se que novas pesquisas sejam realizadas com uma quantidade maior

de questionários, assim como em outras praias, para ampliar o conhecimento sobre

a percepção da qualidade dos hotéis da cidade de São Sebastião.

60

9. Considerações Finais

O trabalho foi elaborado com objetivo identificar a percepção do cliente

quanto à qualidade dos serviços oferecidos pelos hotéis situados na praia de

Barequeçaba. Como objetivos específicos pretendeu-se estudar a evidência física

do hotel com suas características de produtos e serviços percebidos pelo cliente;

analisar o comportamento do consumidor; identificar os serviços oferecidos pelo

hotel.

Para as empresas serem mais competitivas é necessário adaptar seus

produtos a fim de atender as necessidades e desejos dos consumidores, e atender

outros nichos de mercado, como grupos da terceira idade e pessoas com

necessidades especiais. Outro desafio encontrado pelas empresas hoteleiras é

referente à baixa temporada, na qual o fluxo de turistas diminui. Nesta época,

oferecer incentivos promocionais ao cliente é uma alternativa para atraí-lo, além

disso, as empresas podem buscar parcerias com agências e empresas de turismo,

visando aumentar o fluxo de turistas na região.

Foi observado na pesquisa que os clientes viajam com a família e ficam

hospedados até três dias. Para aumentar o período de permanência, a empresa tem

como opção divulgar os atrativos no município a fim de incentivá-los a ficar mais

tempo. Como as pessoas buscam mais lazer, os hotéis podem acrescentar em sua

oferta de produtos parquinho para as crianças e mesas de jogos para os adultos.

Os produtos suplementares agregam valor ao produto principal, que por sua

vez é o que diferencia a empresa da concorrência. Como os hotéis ofertam

acomodações, foi observado pelos clientes que os serviços referentes ao bar e a

piscina tem menor importância que os demais. Para mudar essa percepção é

necessário criar uma estratégia para compartilhar metas, motivar os colaboradores e

orientá-los a dar maior atenção aos clientes nestes ambientes, a fim de proporcionar

um serviço de melhor qualidade.

Para continuar atraindo os clientes em potencial, as empresas devem

continuar explorando o argumento de a praia ser um ambiente familiar. Quanto às

fontes de informações, a família e os amigos foram grandes influenciadores na

escolha dos hotéis. Manter um bom relacionamento com estes clientes é

fundamental, pois caso ocorra alguma insatisfação a empresa perderá vários

61

clientes. Para atrair novos clientes, utilizar outros meios de comunicação como a

internet, tornando a empresa mais competitiva. A tecnologia ajuda fornecendo

informação, que influencia o processo de produção do serviço, por exemplo, cumprir

os prazos combinados com seus clientes.

A evidência física influencia na percepção do cliente quando se refere à

qualidade. Realizar reformas nas instalações e possuir equipamentos modernos é

necessário para mudar a média percebida pelo cliente visando melhor qualidade

quanto à dimensão tangibilidade.

Cumprir com as promessas feitas aos clientes, ser atencioso, resolver

problemas, manter atualizados os registros com informações dos clientes são

características de confiabilidade. Quanto à dimensão confiabilidade, foi observado

que os registros com informações dos clientes obtiveram a menor média. Sendo

assim, para aumentar a média é necessário que os recepcionistas atualizem os

registros com informações de seus clientes. A segurança refere-se à habilidade e

competência da empresa na prestação serviços, neste caso o treinamento dos

funcionários é indispensável para transmitir informação correta ao cliente à respeito

do serviço oferecido.

Quanto à empatia dos funcionários, as empresas podem melhorar a média

percebida pelos seus clientes, por meio da valorização das habilidades dos

colaboradores, procurando meios que possam motivá-los, como por exemplo, dar

algum tipo de bonificação a cada ano de atuação na empresa, fechar parceria com

estabelecimentos comerciais a fim de oferecer descontos para os funcionários da

empresa, são alguns exemplos que podem refletir a qualidade na prestação do

serviço, pois se o funcionário estiver motivado os resultados quanto aos serviços

oferecidos serão melhores. Quanto às regras e procedimentos sugere-se maior

flexibilidade, pois se forem muito rígidas, o resultado pode ser a perda do cliente

para o concorrente.

62

REFERÊNCIAS

ABEOC. WTTC: Brasil deve crescer turismo em 7,8%. Disponível em:

<http://www.abeoc.org.br/2012/03/wttc-brasil-deve-crescer-turismo-em-78/>. Acesso 27 set.

2012.

ALDRIGUI, Mariana. Meios de hospedagem. São Paulo: Aleph, 2007.

ANDRADE, Maria Margarida. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração

de trabalhos na graduação. 10.ed. São Paulo: Atlas, 2010.

ANDRADE, Nelson; BRITO, Paulo Lucio de; JORGE, Wilson Edson. Hotel: planejamento e

projeto. São Paulo: SENAC São Paulo, 1999.

BAREQUEÇABA PRAIA HOTEL. Disponível em: <http://www.barehotel.com.br/>.

Acesso: 15 abr. 2013.

BRASIL. ABEP (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa). Disponível em <http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=301>. Acesso 05 nov. 2012. BRASIL. EMBRATUR (Instituto Brasileiro de Turismo). Disponível em < http://www.turismo.gov.br/turismo/o_ministerio/embratur/>. Acesso 01 mai. 2012. BRUNI, Adriano Leal. Estatística Aplicada à gestão empresarial. 3.ed. São Paulo:

Atlas, 2011. CARVALHO, Marly Monteiro de; PALADINI, Edson Monteiro. Gestão da qualidade:

teoria e casos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. CHRISTOPHER, Martin. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos.

2.ed. São Paulo:Cengage, 2007. CHURCHILL JR, Gilbert A; PETER, J. Paul. Marketing: criando valor para os clientes. São Paulo: Saraiva, 2010. CIRILO, Lecy. Administração hoteleira: desafios e tendências para o século XXI. São Paulo: DVS, 2006.

63

COOPER, Chris; FLETCHER, John; FYALL, Alan; GILBERT, David; WANHILL, Stephen. Turismo: princípios e práticas. 3.ed. Porto Alegre: Bookman, 2007.

CORRÊA, Henrique L; GIANESI, Irineu G. N. Just in time, MRPII e OPT: Um enfoque estratégico. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1996. DIAS, Reinaldo; CASSAR, Maurício. Fundamentos do marketing turístico. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. FERRELL, O. C; HARTLINE, Michael D. Estratégia de Marketing. 4. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2009. FITZSIMMONS, J.A; FITZSIMMONS M. J. Administração de serviços: operações, estratégias e tecnologia da informação. 4. ed. São Paulo: Bookman, 2007. FONSECA, Alex Carneiro Fraga. Qualidade em serviços. Disponível em: <http://www.avm.edu.br/monopdf/24/ALEX%20CARNEIRO%20FRAGA%20DA%20FONSECA.pdf>. Acesso em: 25 mar 2012. GORDON, Robert J. Macroeconomia. 7.ed. Porto Alegre: Bookman, 2000.

GRÖNROOS, Christian. Marketing: gerenciamento e serviços. 3.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. HAIR JR, Joseph; BABIN, Barry; MONEY, Arthur H; SAMUEL, Phillip. Fundamentos de métodos de pesquisa em administração. Porto Alegre: Bookman, 2005.

HOFFMAN, K. Douglas. Marketing de serviços. In: CZINKOTA, Michael R. (org). Marketing: as melhores práticas. Porto Alegre: Bookman, 2001.

HOFFMAN, K. Douglas; BATESON, John. E. G. Princípios de marketing de serviços: conceitos, estratégias e casos. 2.ed. São Paulo: Pioneira Thomsom

Learning, 2003. JURAN, Joseph M. A qualidade desde o projeto. São Paulo: Cengage Learning,

1992.

64

KAUARK, Fabiana da Silva; MANHÃES, Fernanda Castro; MEDEIROS, Carlos Henrique. Metodologia da pesquisa: guia prático. Itabuna: Via Litterarum, 2010. KOTLER, Philip; BLOOM, Paul N. Marketing de serviços profissionais: estratégias

inovadoras para impulsionar sua atividade, sua imagem e seus lucros. 2.ed. Barueri: Manole, 2002. KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de marketing: a bíblia do marketing. 12 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. LONGENECKER, Justin G; PETTY, J. Willian; MOORE, Carlos W. Administração de pequenas empresas. São Paulo: Makron Books, 1997.

LOVELOCK, Christopher; WRIGHT, Lauren. Serviços: marketing e gestão. São Paulo: Saraiva, 2006. MALHOTRA, Naresh K. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 4.ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. MALHOTRA, Naresh K; et al. Introdução a pesquisa de marketing. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. MARTINS, L. Marketing. São Paulo: Universo dos Livros, 2006. MOURA, Luciano Raizer. Qualidade simplesmente total: uma abordagem simples

e prática da gestão da qualidade. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2003. OAKLAND, John S. Gerenciamento da Qualidade Total: TQM. São Paulo: Nobel,

1994. OLIVEIRA, Antonio Pereira. Turismo e desenvolvimento: planejamento e

organização. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2005. RODRIGUES, Jorge Luiz Knupp. Turismo: o negócio do novo milênio. Taubaté:

Cabral, 2004.

65

ROSSI, Armando Tadeu. Marketing sem complicações!: para principiantes e

profissionais de outras áreas. 2.ed. São Paulo: Senac São Paulo, 2004. SAMARA, Beatriz Santos; BARROS, JOSÉ Carlos de. Pesquisa de marketing:

conceitos e metodologia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. SÃO PAULO. SECRETARIA DE TURISMO DE SÃO PAULO. Disponível em: <http://www.turismo.sp.gov.br/images/stories/imprensa/publicacoes/caderno-de-praias.pdf>. Acesso 02 out. 2012. SÃO SEBASTIÃO. Barequeçaba. Disponível em: <http://www.saosebastiao.com.br/praias/barequecaba/index.htm>. Acesso 15 Abr. 2013. SALOMI, Gilberto Gabriel Eid; MIGUEL, Paulo Augusto Cauchick; ALBACKERLI, Alvaro José. Servqual x Servperf: comparação entre instrumentos para avaliação da qualidade de serviços internos. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/gp/v12n2/26094.pdf>. Acesso 01 Mai. 2013. SELLTIZ, Claire; JOHODA, Marie; DEUTSCH, Morton; COOK, Stuart. Métodos de pesquisa nas relações sociais. São Paulo: Pedagógica e Universitária Ltda, 1974. SHETH, Jagdish N. Comportamento do consumidor. In: CZINKOTA, Michael R. (org). Marketing: as melhores práticas. Porto Alegre: Bookman, 2001. VALENTINA PRAIA HOTEL. Disponível em: <http://www.valentinapraiahotel.com.br/>. Acesso: 15 Abr. 2013. VIEIRA, Valter Afonso. Escalas em marketing: métricas de respostas do

consumidor e de desempenho empresarial. São Paulo: atlas, 2011. YIN, Robert K. Estudo de caso: Planejamento e método. 2. ed. Porto Alegre:

Bookman, 2001.

66

Apêndice A – Modelo de questionário utilizado na pesquisa

67

68

Apêndice B - Tabulação de dados da pesquisa

1. Poder de compra dos entrevistados (critério de classificação ABEP)

Observa-se que 46% dos entrevistados pertencem à classe econômica A2

com renda média familiar bruta no valor de R$8.418, seguido das classes B2(R$

2.565) totalizando 23% e B1(R$ 4.418) sendo equivalente a 15% dos entrevistados,

A1 com 16%, com renda média de R$ 12.926. As classes sociais C1, C2, D e E não

foram observadas nessa pesquisa.

CLASSE A1 (R$ 12.926)

16%

CLASSE A2 (R$ 8.418) 46%

CLASSE B1 (R$ 4.418) 15%

CLASSE B2 (R$ 2.565) 23%

69

2. Quantas vezes ao ano você vem a São Sebastião?

Os resultados mostram que 54% dos entrevistados responderam que vem

uma vez ao ano a São Sebastião, seguido de 23% que afirmaram vir duas vezes,

14% disseram vir três vezes ao ano e finalizando 9% responderam vir quatro ou

mais vezes ao ano.

1 vez ao ano 54%

2 vezes ao ano 23%

3 vezes ao ano 14%

4 ou + vezes ao ano9%

70

3. Qual o período de permanência na região?

Quanto ao período de permanência na região, 82% dos entrevistados

disseram ficar de 1 a 3 dias, 9% passam de 4 a 7 dias e os outros 9% responderam

que permanecem mais de 7 dias.

1 a 3 dias 82%

4 a 7 dias 9%

Mais de 7 dias 9%

71

4. O que motivou sua vinda a esta cidade?

Ao perguntar aos entrevistados o que motivou a vinda a São Sebastião: 91%

responderam a opção lazer, seguido de 5% para esportes e 4% vieram por motivos

profissionais. O estudo e religião não foram apontados nesta pesquisa.

Profissional 4%

Lazer 91%

Esportes 5%

72

5. Porque você frequenta a praia de Barequeçaba?

Os entrevistados indicaram mais de uma alternativa para esta pergunta.

Percebe-se que o motivo considerado de maior importância quanto a visita à

praia foi por ser um ambiente familiar, de acordo com 38% dos entrevistados,

seguido da beleza natural da praia com 26% das escolhas, 21% perceberam a boa

qualidade da praia, seguida da percepção de ondas tranquilas com 15%.

Beleza natural 26%

Qualidade da praia 21%

Ambiente familiar

38%

Ondas tranquilas

15%

73

6. Com quem você viaja?

No gráfico pode-se observar que a maioria dos hóspedes entrevistados (83%)

disseram viajar com a família e os outros 17% com amigos. As respostas ‘sozinho’ e

‘com colegas de trabalho’ não foram apontadas nesta pesquisa.

B.Amigos 17%

C.Família 83%

74

7. Qual serviço você acha mais importante no hotel?

Ao perguntar ao cliente qual o serviço mais importante do hotel, observa-se

entre as opções percebidas pelo cliente que o serviço de praia teve maior

percentual, sendo equivalente a 45%, seguido de restaurante com 19%, piscina 16%

e bar 7%. Internet não foi pontuada.

Praia 45%

Piscina 13%

Restaurante 19%

Bar 7%

Outro 16%

75

8. Como ficou sabendo do hotel?

Em relação a este item, 41% dos entrevistados ficaram sabendo do hotel

por meio de indicação de amigos, propaganda na internet (36%), e a indicação

familiar foi equivalente a 18%.

Propaganda na internet

36%

Indicação de amigos

41%

Indicação familiar

18%

Outros 5%

76

Escala de SERVPERF:

9. Dimensão Tangibilidade

Pode-se observar no gráfico que a média obtida na pesquisa quanto à

percepção do cliente referente a esta dimensão foi de 4,1 para o Valentina Praia Hotel

e 3,5 para o Barequeçaba Praia Hotel.

10. Dimensão Confiabilidade

Referente à dimensão confiabilidade, o Vallentina Praia hotel ficou com média

geral de 4,4 e o Barequeçaba Praia Hotel 4,3.

4,4 4,3

1

2

3

4

5

Vallentina Barequeçaba Praia Hotel

4,1

3,5

1

2

3

4

5

Vallentina Barequeçaba Praia Hotel

77

11. Dimensão Presteza

Pode-se observar no gráfico de colunas, as respostas de acordo com a

percepção dos clientes quanto à dimensão presteza, que o Vallentina Praia Hotel

ficou com média geral 4,4 e o Barequeçaba Praia Hotel com 4,2.

12. Dimensão Segurança

Na dimensão segurança o Vallentina Praia Hotel ficou com média 4,4 e o

Barequeçaba Praia Hotel com 4,3.

4,4 4,2

1

2

3

4

5

Vallentina Praia Hotel Barequeçaba Praia Hotel

4,4 4,3

1

2

3

4

5

Vallentina Praia Hotel Barequeçaba Praia Hotel

78

13. Dimensão Empatia

Quanto à dimensão empatia a média geral foi 4,3 para o Vallentina Praia

Hotel e 4,0 para o Barequeçaba Praia Hotel.

4,3 4,0

1

2

3

4

5

Vallentina Praia Hotel Barequeçaba Praia Hotel

79

Tabela 8. SERVPERF

Quanto às dimensões podem-se observar as médias obtidas da aplicação dos

questionários nas duas empresas.

VPH BPH

Tangibilidade

Os equipamentos têm aparência moderna. 4,2 2,8

As instalações físicas têm uma aparência atraente. 4,4 3,1

Os funcionários possuem boa aparência. 4,1 4,4

Os materiais relacionados com a prestação de serviço (folhetos, estados de conta, sinalização) são atrativos.

3,7 3,7

MÉDIA 4,1 3,5

Confiabilidade

A empresa cumpre o que promete no período combinado 4,5 4,3

Quando você tem algum problema o Hotel mostra interesse em solucioná-lo.

4,2 4,3

O Hotel fornece os serviços combinados de maneira certa logo na primeira vez.

4,5 4,4

O Hotel cumpre os prazos combinados dos serviços. 4,5 4,2

Os registros com suas informações são mantidos sem erros. 4,1 4,1

MÉDIA 4,4 4,3

Presteza

Os funcionários informam corretamente quando será concluído cada serviço.

4,4 4,0

Os funcionários são rápidos. 4,2 4,2

Os funcionários estão sempre dispostos a ajudá-lo. 4,5 4,5

Os funcionários estão sempre livres para atendê-lo. 4,5 4,3

MÉDIA 4,4 4,2

Segurança

A postura dos funcionários lhe inspira confiança. 4,3 4,4

Funcionários são sinceros com você. 4,3 4,4

Funcionários têm conhecimento adequado para atendê-lo. 4,5 4,2

Funcionários têm conhecimento suficiente para responder as perguntas que lhes são feitas.

4,4 4,1

MÉDIA 4,4 4,3

Empatia

Os funcionários dão atenção individualizada. 4,5 3,9

O horário de funcionamento do hotel é conveniente. 4,5 4,2

Os funcionários lhe dão atenção personalizada. 4,2 4,0

Seus interesses são tratados como prioridade. 4,2 4,0

Os funcionários entendem suas necessidades específicas. 4,2 4,0

MÉDIA 4,3 4,0