A Queda de Um Anjo

E.V.FRANZMANN

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Os personagens, eventos e lugares retratados neste livro são fictícios e puramente invenções da imaginação fértil da autora. Qualquer semelhança com pessoas reais, viva ou mortas, é mera coincidência e não pretendida pela autora.

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REVISÃO

Diego Ferreira Da Silva

FORMATAÇÃO

E.V.Franzmann

CAPA

E.V.Franzmann

ISBN: 1497493374 ISBN-13: 978-1497493377

AGRADECIMENTOS

Minha mente sempre foi cheia de vozes, personagens e histórias, mas eu nunca pensei que um dia alguém ia querer escutá-las. Sempre acreditei que não eram boas o bastante, só maluquices de uma mente cheia de imaginação. Mas eu estava errada, e são essas pessoas que eu quero agradecer. Pessoas que leram o que eu escrevi sem nenhuma obrigação, leram porque quiseram e porque gostaram do que eu escrevi.

Mateus, você foi meu primeiro fã, lendo meus rascunhos desengonçados e sempre pedindo mais. Você não tem idéia de como isso foi importante pra mim. Me deu coragem e me fez acreditar em mim mesma. Obrigada.

Samanta, Beth, Lua, Nelly,Carol e todos meus amigos que leram o que eu escrevia dia a dia no Orkut. Sim, o bom e velho orkut que fez nossas vidas se cruzarem. Vocês são grande parte da minha conquista e se não fosse por vocês, eu ainda estaria com meus racunhos perdidos no meu computador. Agradeço a vocês do fundo do meu coração.

Nessah, minha fã, minha amiga, minha ídola, minha irmã e, nos dias bons, minha maior crítica e incentivadora. É por você que criei o ditado: amigos feitos no Orkut são pra vida.

Meu pai, você que gritava comigo por ficar acordada até tarde, que reclamava das risadas, que se preocupava com os choros às três da manhã, que fazia e ainda faz uma tempestade em um copo d’agua por cada coisinha que eu faço, obrigada. Obrigada por se preocupar comigo e principalmente por querer minha felicidade até quando estamos brigados. Obrigada por pagar pela internet, mesmo odiando quando eu fico nela até as sete da manhã.

A todos vocês, minha eterna gratidão.

CONTEÚDO

Entre o Céu e a Terra

1 Perdido

2 Sem Palavras

3 Inesperado

4 Encanto

5 Calmaria

6 Samyra

7 Escolha

8 Caindo

9 Retorno

10 Voando

11 Tormenta

O Beijo de Um Anjo

Sobre a Autora

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“Mas os anjos vêm para liderar mentes frágeis para o descanso

Em desejos castos, na beleza celestial vinculado. Você enquadra meus pensamentos, e me molda

intimamente; Você para minha língua, e ensina meu coração a

falar.”

EDMUND SPENSER, Amoretti

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ENTRE O CÉU E A TERRA

Desde o início dos tempos as linhas entre o bem e o mal, entre o certo e o errado eram claras. Anjos deviam ficar no céu e admirar a obra Dele de longe, enquanto os humanos ficavam na terra e viviam suas extremamente curtas existências. Entretanto, isso tudo mudou quando alguns anjos decidiram que isso não era o suficiente e se rebelaram.

Inicialmente eram nove anjos liderados por Lúcifer e Azazel, formando a Ordem dos Nove, mas então a notícia da rebelião criou uma comoção entre os demais e a Ordem adquiriu mais membros.

Os traidores foram expulsos e exilados no plano terreno para pagarem por seus atos de rebeldia.

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Dizer que eles não ficaram felizes era dizer o mínimo.

Imediatamente começaram a tramar meios e planos para retornar, mas dessa vez eles queriam o poder supremo.

O primeiro passo para conseguir a vitória foi aumentar seu exército usando as filhas de Eva e assim criando a raça hibrida que ficou conhecida como Nephilins. Mas, assim como aconteceu com Adão e Eva, o Senhor marcou a prole impura com uma maldição da qual não poderiam escapar. No entanto, o futuro da humanidade e dos reinos celeste e terreno ainda estava em risco com os rumores de exércitos sendo formados.

Gabriel estava no comando e decidiu que era hora de tomar uma ação. Ele então reuniu um grupo de guerreiros para lutar contra os rebeldes na terra. Foi quando a Ordem da Luz foi criada e seus membros foram mandados ao encontro do exército impuro com uma simples missão: Acabar com a rebelião dando fim aos anjos caídos e aos frutos gerados pela união profana dos anjos e humanos.

Quando Abaddon recebeu a ordem para descer ao plano terreno e se unir à Ordem da Luz, ele sorriu diante da possibilidade de lutar novamente. Mas após séculos de lutas intermináveis contra os caídos, ele estava começando a se cansar, e a razão para essa batalha parecia cada vez mais distante em sua memória.

Enquanto a lâmina afiada de sua espada abria o

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peito do Nephilin, a sensação de déjà vu era inevitável. Por séculos ele lutara ao lado de seus irmãos sem questionar sua motivação para tamanha chacina, mas o sangue em suas mãos estava ficando cada vez mais difícil de limpar.

Cumprir ordens era algo simples e a coisa certa a se fazer, mas, ao observar os olhos do Nephilin ficarem opacos e vazios enquanto caía sem vida aos seus pés, Abaddon só pensava no quanto desejava que o fim da guerra chegasse logo. Ele estava cansado e queria voltar para casa.

O zunido da lâmina da espada era alto nos ouvidos de Baraqiel enquanto ele girava para longe do ataque, se protegendo e atacando ao mesmo tempo. Os muitos séculos de prática e as muitas batalhas ganhas fazia seus movimentos parecerem sem esforço e perfeitamente sincronizados.

Os cabelos negros caiam sobre sua face cobrindo parcialmente seus olhos verdes enquanto sentia a vibração de um novo ataque se aproximar rapidamente em sua direção. Em um movimento rápido ele correu se lançando alto no ar e encontrou o anjo caído em sua decida. O choque de suas espadas formou faíscas iluminando o semblante já intimidador de Baraqiel. A luz iluminou seus olhos verdes os deixando ainda mais ferozes. Seus movimentos eram ágeis, precisos, como se não exigissem qualquer esforço. Em seu rosto mantinha uma máscara sem emoções a medida que sua lâmina rompia a pele de seu adversário derramando seu

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sangue. Com um movimento de pulso ele girou o cabo

da espada em sua mão apontando para o peito do caído, e enterrou a lâmina em seu coração. Seus olhos observavam com desinteresse a expressão desolada do caído que, rapidamente, se transformou em dor até que finalmente sua luz vital se apagou. O vazio foi o que sobrou no rosto do seu oponente à medida que seu corpo atingia o chão aos pés do guerreiro. Com a mão esquerda, Baraqiel libertou sua espada do corpo sem vida, e se virou encarando a batalha que continuava ao seu redor.

Os rebeldes estavam tendo perdas consideráveis, os corpos empilhavam-se no campo de batalha à medida que a luta prosseguia. Eles podiam ter quantidade, mas por mais fortes que os Nephilins fossem, ainda assim não poderiam se comparar ao exército de arcanjos guerreiros.

Baraqiel sentia que o fim dos rebeldes estava cada vez mais perto, e sua missão estava cada vez mais próxima de ser completada. Fazia tanto tempo que não via seu lar que às vezes temia que sua memória não fosse forte o bastante para manter as imagens do seu passado.

Ele inspirou fundo o ar gélido das montanhas cobertas de neve absorvendo cada som e aroma que o circulava. Ao longe o sol começava a nascer tingindo o céu em tons de laranja e vermelho forçando a escuridão a se esvair gradualmente. À sua frente ele viu a luz se aproximar e com ela uma

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jovem. Ela tinha longos cabelos loiros que dançavam ao

seu redor, como se tivessem vida própria. Seu rosto perfeito não possuía nenhuma expressão, mas seus grandes olhos negros eram intensos sobre o guerreiro que permanecia imóvel à sua frente.

“Baraqiel.” A garota cumprimentou o guerreiro com um leve movimento de cabeça.

“Ariel.” O guerreiro respondeu com o mesmo movimento.

Ela correu seus olhos sobre ele, o avaliando, e parou sobre o reluzente metal ao redor do seu pescoço. O rosto de Ariel relaxou por um momento e seus lábios rosados revelaram um leve sorriso que durou poucos segundos.

“Vejo que continua cego pela fé.” “E você pelo poder.” Ele rebateu sem hesitar e o

rosto dela enrijeceu novamente. “Você me ofende quando toma rumores

lançados ao vento por verdades esculpidas em pedra.” Ela falou com voz grave sem fraquejar a intensidade em seus olhos.

“Está me dizendo que seus motivos são mais puros do que poder?”

“Eu pensei que me conhecesse melhor do que isso, Baraqiel.”

“Eu também, Ariel.”Ele falou se aproximando. Seus olhos percorriam a pele alva do anjo caído à sua frente se focando em seus profundos olhos negros. “Nós dois nos enganamos.”

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“Nos retiraremos agora, meu exército e eu.” Ela falou erguendo seu braço esquerdo e ele fez o mesmo gesto.

A batalha ao redor dos dois generais paralisou e os oponentes se afastaram obedientemente.

O exército dos rebeldes, ou o que havia restado dele, retraiu deixando seus mortos e carregando seus feridos. Uma nova batalha não tardaria a chegar, pois esse ainda não era o fim da guerra.

Os arcanjos permaneceram parados, observando a retirada e então era hora deles se recolherem. Com um leve movimento de ombros suas costas foram cobertas por grandes asas e, um a um, lançaram voo em direção oposta aos rebeldes.

“Eu sinto falta das minhas asas.” Ariel suspirou observando as majestosas asas de Baraqiel se abrirem diante de seus olhos. “Eu sinto falta de voar.”

“Você nunca precisou de asas para voar.” A voz de Baraqiel era gentil deixando escapar sua máscara por um segundo antes de colocá-la de volta no lugar.

“Até nosso próximo encontro, General.” Ela sorriu levemente e de distanciou até desaparecer ao longe com os demais rebeldes.

“Confraternizando com o inimigo?” A voz de Abaddon chamou a atenção de Baraqiel, que continuava com os olhos fixos no ponto onde Ariel havia desaparecido.

“Eu pensei que você havia ido com os outros.” Ele falou ignorando a pergunta e embainhou sua espada.

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Baraqiel conhecia Ariel há mais tempo que qualquer outro anjo e a noticia da sua traição o feriu profundamente. Ainda era difícil para ele aceitar que ela era sua inimiga agora. Ele sabia que chegaria o momento em que os dois teriam que se enfrentar, mas, até esse dia chegar, Baraqiel preferia não discutir o assunto com ninguém. Nem mesmo Abaddon, que havia se tornado seu braço direito e um verdadeiro amigo ao curso da longa guerra.

“Eu nunca deixaria meu General sozinho em uma batalha.” Ele falou colocando sua mão sobre o ombro do amigo em um gesto de apoio.

Abaddon via a dor nos olhos do General e o quão difícil era para ele enfrentar as perdas depois de cada combate. O sangue de seus irmãos manchava suas memórias e a espada em sua mão ficava cada vez mais pesada. O fato de Ariel ter se tornado o novo General dos rebeldes só tornou as coisas mais difíceis para ele.

“Vamos embora.” Baraqiel falou respirando fundo e se preparou para alçar voo. “Precisamos nos preparar para as batalhas vindouras.

“Vá em frente, General.” Abaddon falou se afastando enquanto contemplava as montanhas. “Me unirei a vocês antes que o sol toque o centro do céu.”

Abaddon queria algum tempo sozinho, longe do ardor da batalha e dos constantes planejamentos estratégicos. Ele queria respirar o ar puro e clarear seus pensamentos enquanto contemplava a paisagem