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1 A recessão da economia europeia, em sequência da crise financeira mundial, reflectiu-se negativamente no mercado de trabalho, prevendo-se que a taxa de desemprego na União Europeia, em 2010, seja de 10,9%. A Comissão Europeia, de modo a fazer face a esta situação, instituiu em finais de 2008, um Plano Europeu de Relançamento Económico, com um conjunto de medidas inscritas nos domínios prioritários da Estratégia de Lisboa. Um dos domínios para o qual se direccionam as medidas remediativas propostas é o do apoio ao emprego e ao desenvolvimento dos recursos humanos. Nota de Abertura 1 Documentos Online 2 A Crise Económica e suas Implicações para a Orientação 3 Sugestões de Leitura 6 + Sugestões de Leitura 9 Destaque 10 Quais as Competências Disponíveis na Europa do Futuro? 11 Sites 13 Eventos + Formação 14 Número 15 Dezembro 2009 SUMÁRIO NOTA DE ABERTURA INSTITUTO DO EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL

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A recessão da economia europeia, em sequência da crise

financeira mundial, reflectiu-se negativamente no mercado

de trabalho, prevendo-se que a taxa de desemprego na

União Europeia, em 2010, seja de 10,9%.

A Comissão Europeia, de modo a fazer face a esta situação,

instituiu em finais de 2008, um Plano Europeu de

Relançamento Económico, com um conjunto de medidas

inscritas nos domínios prioritários da Estratégia de Lisboa.

Um dos domínios para o qual se direccionam as medidas

remediativas propostas é o do apoio ao emprego e ao

desenvolvimento dos recursos humanos.

Nota de Abertura 1

Documentos Online 2

A Crise Económica e suas Implicações para a Orientação 3

Sugestões de Leitura 6

+ Sugestões de Leitura 9

Destaque 10

Quais as Competências Disponíveis na Europa do Futuro? 11

Sites 13

Eventos + Formação 14

Número 15 Dezembro 2009

SUMÁRIO

NOTA DE ABERTURA

INSTITUTO DO EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL

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2

Neste contexto, a Comissão Europeia lançou, também,

a iniciativa Novas Competências para Novos Empregos

– Antecipar e fazer corresponder as competências

requeridas e as necessidades do mercado de trabalho,

na qual é enfatizada, face à crise, a necessidade de

reforçar o capital humano, elevando o nível global de

competências. Esta iniciativa prevê, ainda, a

optimização dos mecanismos de avaliação e de

antecipação de competências e de correspondência

das competências com a natureza dos novos

empregos que se criam.

A orientação tem sido e continua ser considerada fundamental,

pelas várias instâncias comunitárias, para a melhoria da

qualificação, do emprego e para o aumento da coesão social.

No actual cenário de crise económica importa perceber, com

clareza, qual a estratégia que a orientação deve prosseguir e em

que moldes os seus serviços devem ser organizados, de modo a

que actue com eficácia nesta situação.

No sentido de contribuir para esse efeito apresenta-se, neste

OPOnline, o texto A Crise Económica e suas Implicações para a

Orientação, que corresponde a um resumo da reflexão

efectuada por dois consultores da Rede Europeia para as

Políticas de Orientação ao Longo da Vida (ELGPN) sobre o papel

da orientação no âmbito da resposta da União Europeia à crise.

Apresenta-se, também, o texto Quais as Competências

Disponíveis na Europa do Futuro?, com três cenários relativos às

previsões de competências existentes na Europa em 2020,

assim como com a indicação dos trabalhos futuros em que o

CEDEFOP se envolverá e disponibilizará, no âmbito da iniciativa

Novas Competências para Novos Empregos.

DOCUMENTOS ONLINE

- A Educação e a Orien-tação Vocacional no Mundo em Transformação Autora: Esméria Rovai www.institucional.ciee.org.br/portal/apoio/eventos/documentos/ovmm.ppt

- Gérer les transitions: L´orientation tout au long de la vie dans l´espace européen Autor: Xavier Darcos

http://www.education.gouv.fr/cid22447/conference-l-orientation-tout-au-long-de-la-vie.html

- Les causes du chômage Relatório adoptado em 22 de Janeiro de 2008 pelo Conseil d´orientation pour l´emploi (COE), sobre as diferentes causas do desemprego.

http://www.coe.gouv.fr/spip.php?page=publication_detail&id_article=357

- Redynamiser des marchés du travail touchés par la crise Síntese do Relatório da Comissão Europeia de 15 Dezembro 2009

http://209.85.229.132/search?q=cache:5dEMRixwde0J:europa.eu/rapid/pressReleasesAction.do%3Freference

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A CRISE ECONÓMICA E SUAS IMPLI-CAÇÕES PARA A ORIENTAÇÃO 1

1. Enquadramento O mundo enfrenta uma crise financeira e

económica diferente de qualquer das

anteriores. Esta crise tem um impacto e

consequências dramáticas no conjunto da

economia europeia, em particular, em termos

de desemprego. Os mercados de trabalho da

União Europeia (UE) têm-se deteriorado em

consequência da crise económica. A taxa de

desemprego tem subido e o ritmo de aumento

do desemprego tem sido crescente.

As ofertas de emprego estão, ainda, a cair e

as empresas, de diversos sectores, continuam

a anunciar reduções substanciais de emprego.

A extinção de postos de trabalho supera a sua

criação. O Banco Central Europeu (BCE), a

Organização para a Cooperação e Desenvol-

vimento Económico (OCDE) e a Comissão

Europeia (CE) prevêem um aumento da

deterioração do mercado de trabalho.

Os jovens com idade inferior a 25 anos têm

sido particularmente afectados pela crise.

Além disso, espera-se, ainda, uma subida do

desemprego de longa duração nos próximos

meses.

A quebra de emprego tem afectado

principalmente o sector produtivo, com

principal incidência na indústria automóvel e

na de outros equipamentos de transporte. É,

também, anunciada uma quebra de emprego

significativa no sector dos serviços

financeiros.

A retracção do mercado de trabalho tem

consequências na inclusão social, na pobreza,

nas condições de vida em toda a UE e pode

comprometer seriamente a coesão social. Na

EU, o risco de pobreza para os desem-

pregados é de 42% contra 15% para a

globalidade da população. 16% dos europeus

estão em risco de pobreza.

As repercussões negativas da crise

económica, comuns à maioria dos países da

UE são, assim, o desemprego e a margi-

nalização das pessoas face ao mercado de

trabalho. Deste modo, os principais desafios

que se colocam a cada país e à UE, no seu

todo, são: a) atenuar os efeitos do

desemprego, provocado pela crise, sobre os

indivíduos e as famílias; b) prevenir a

transformação do desemprego conjuntural

em desemprego estrutural, por exemplo, a

instauração do desemprego de longa

duração, a rigidez do mercado de trabalho e o

acréscimo do défice de competências; c)

combater a discriminação e promover a

inclusão dos grupos mais vulneráveis que,

com a crise económica, correm o risco de se

tornarem ainda mais marginalizados. 1 Síntese do texto de reflexão efectuado por John McCarthy e Françoise Divisia, consultores da Rede Europeia para as Políticas de Orientação ao Longo da Vida (ELGPN), em Novembro 2009.

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2. A resposta da União Europeia à crise económica e financeira: um “Plano de Recuperação” para o crescimento e o emprego, ancorado na Estratégia de Lisboa

A desaceleração coincide com o fim do ciclo

2008-2010 da Estratégia de Lisboa. A refle-

xão sobre o futuro da Estratégia de Lisboa

começou em 2008, no Conselho Europeu da

Primavera. Desde então, no entanto, a crise

financeira tem levado a uma concentração da

atenção na redução do seu impacto econó-

mico e social. A acção da UE em resposta à

crise prossegue os seguintes objectivos:

a curto prazo: aumentar rapidamente a

confiança e diminuir os custos humanos

da crise económica, particularmente para

as pessoas mais vulneráveis;

a médio/longo prazo: na continuação da

Estratégia de Lisboa, prosseguir as

reformas estruturais, construir uma eco-

nomia do conhecimento de apoio à

inovação, bem como acelerar a transição

para uma economia descarbonizada, de

modo a que os países europeus possam

satisfazer as suas necessidades futuras.

A Cimeira especial dedicada ao emprego, que

teve lugar em Praga, em 7 de Maio de 2009,

constituiu-se como integrante da resposta da

UE ao clima económico. Contou com

participação de representantes da

presidência da UE à data (República Checa) e

das futuras duas presidências (Suécia e

Espanha), dos parceiros sociais da UE e de

representantes da CE, tendo sido precedida

por uma série workshops, nos quais se

identificaram as questões-chave a discutir na

Cimeira, designadamente:

Como manter o emprego e promover a

mobilidade: medidas de emergência para

manter as pessoas no mercado de

trabalho (por exemplo, estratégias de

flexigurança *, para facilitar as transições

entre empregos e promover a mobilidade

profissional e geográfica;

Como melhorar as competências para o

actual e futuro mercado de trabalho:

medidas de reconversão profissional, de

inserção dos jovens no mercado de

trabalho, de garantia de uma melhor

adequação entre as competências

existentes e as de que o mercado de

trabalho necessita;

Como aumentar o acesso ao emprego:

medidas de apoio aos desempregados

para favorecer o (re)ingresso no mercado

de trabalho e para evitar o desemprego

de longa duração e a exclusão social. Os

Serviços Públicos de Emprego têm um

papel chave a desempenhar, nomeada-

mente, através da prestação de acon-

selhamento individualizado aos desem-

pregados.

* Pouco antes da crise económica, os líderes da UE, os

parceiros sociais e a Comissão Europeia adoptaram um

quadro da flexigurança como forma de resolver o

problema de emprego da UE.

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Os participantes na Cimeira concordaram

com as seguintes dez acções a implementar a

nível nacional e da UE:

A nível nacional:

Manter o maior número possível de

pessoas em actividade, designadamente,

através do ajustamento temporário das

horas de trabalho, combinado com

acções de reciclagem, com recurso a

fundos públicos (inclusive ao Fundo

Social Europeu –FSE);

Incentivar o empreendedorismo e a

criação de emprego;

Melhorar a eficiência dos serviços

públicos de emprego, através da

prestação de aconselhamento intensivo,

formação e apoio na procura de empre-

go, nas primeiras semanas do desem-

prego, especialmente para os jovens

desempregados;

Aumentar significativamente as acções

de formação e os estágios até final de

2009;

Promover mercados de trabalho mais

inclusivos, garantindo incentivos ao

trabalho, políticas activas para o mercado

de trabalho e a modernização dos

sistemas de segurança social, de forma a

conduzir a uma melhor integração dos

grupos desfavorecidos, incluindo as

pessoas com deficiência, os menos

qualificados e os imigrantes;

Reforçar as competências em todos os

níveis, com a aprendizagem ao longo da

vida, nomeadamente, promovendo níveis

de escolaridade que permitam a

aquisição das competências necessárias

para conseguir trabalho;

Utilizar a mobilidade laboral para

melhorar o equilíbrio entre a oferta e a

procura de emprego.

A nível europeu:

Identificar as oportunidades de emprego

e as correspondentes competências, bem

como promover a melhoria das condições

de aquisição destas últimas, através da

formação, para corresponder às ne-

cessidades do mercado de trabalho;

Apoiar os desempregados e os jovens na

criação do o seu próprio emprego;

Antecipar e gerir as reestruturações,

através da aprendizagem mútua e do

intercâmbio de boas práticas.

O Comunicado da Cimeira identifica os

instrumentos comunitários existentes que

podem ser usados para enfrentar a crise:

O FSE pode ser utilizado para responder

às necessidades impulsionadas pela crise,

por exemplo, para melhorar o ajus-

tamento entre a procura e a oferta de

trabalho, proporcionando aconselha-

mento de carreira ou formação ade-

quada, apoiando a criação de iniciativas

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empresariais ou reforçando os serviços públicos de

emprego;

EURES portal e rede de apoio à mobilidade geográfica;

A Estratégia Europeia para o Emprego, com os objectivos e

prioridades comuns da UE, bem como a Estratégia de Lisboa

Renovada para o Crescimento e o Emprego, com as

respectivas metas;

Mecanismos da UE para coordenar as políticas nacionais de

combate à pobreza e à exclusão social;

Mecanismos da UE para coordenar as políticas nacionais de

modernização dos sistemas de protecção social;

A iniciativa Novas Competências para Novos Postos de

Trabalho, que contribui para garantir uma melhor

adequação de competências às necessidades do mercado

de trabalho da UE, analisando e prevendo de forma mais

eficaz as competências que serão necessárias no mercado

de trabalho futuro. Esta iniciativa integra a estratégia de

flexigurança.

Além disso, estão a ser introduzidas melhorias nos instrumentos

financeiros da UE, designadamente:

Aumento do fundo de recursos da UE: os recursos do

FSE para o período de programação 2007-2013,

dedicados à melhoria do capital humano, foram

aumentados para cerca de 25 biliões de euros. Estão,

também, previstos 13,5 mil milhões de euros da política

de Coesão para apoiar a adaptabilidade dos traba-

lhadores, das empresas e o desenvolvimento de

sistemas de antecipação de mudanças económicas e

das necessidades futuras de competências para o

emprego;

SUGESTÕES DE LEITURA

Europa em Mutação Autor: Manuela Tavares Ribeiro Editora: Quarteto Editora

Este livro debruça-se sobre a identidade da Europa. Assume que a cultura da Europa é a sua própria diversidade, sendo dela que nascem as suas forças criativas.

Questionários: Teoria e Prática Autor: João Manuel Moreira Editora: Almedina

Este livro percorre todos os passos do processo de construção de um ques-tionário. Da redacção e selecção de itens até aos mecanismos que medeiam entre a leitura da pergunta e o fornecimento da resposta. Reflecte os recentes avanços nas áreas da estatística e da psicometria e apresenta os princípios e técnicas de ava-liação da validade e da pre-cisão dos resultados. Termina com uma discussão do pro-cesso de aferição e elabo-ração de normas.

Psicologia Vocacional – Perspectivas para a inter-venção Coord.: Maria do Céu Taveira; José Tomás da Silva Editora: Imprensa da Univer-sidade de Coimbra

Esta obra pretende ajudar a compreender o papel da Psicologia Vocacional na resolução de problemas e na tomada de decisões que se relacionam com o trabalho e com o acto de trabalhar.

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Aceleração da aplicação dos fundos

estruturais: a Comissão propôs um

aumento do pré-financiamento dos

programas para ter até 4,5 mil milhões de

euros disponíveis, em 2009;

Adaptação da regulamentação do FSE e

do Fundo Europeu de Ajustamento para a

Globalização (FEG) para que estes se

tornem instrumentos de política mais

eficazes. Para o efeito são propostas

novas regras tanto para o FSE como para

o FEG.

3. Instrumentos de política na área de educação e formação para ajudar a recuperação

No âmbito da recuperação da Europa foram

aprovadas pelos ministros responsáveis pela

educação, as seguintes acções (reunião

informal de Ministros da Educação, Praga, 23

de Março de 2009):

Utilizar, efectivamente, os recursos

existentes e manter ou aumentar o

investimento em educação e formação;

Aumentar a focalização nas compe-

tências-chave de apoio à emprega-

bilidade;

Incentivar o empreendedorismo e promo-

ver a criatividade e a inovação;

Desenvolver o diálogo e a cooperação

com os parceiros sociais, em particular,

com os empregadores e as empresas;

Reforçar o papel da educação a partir da

perspectiva do triângulo: conhecimento,

em conexão com a pesquisa/desenvol-

vimento e a inovação;

Promover a aprendizagem ao longo da

vida e apoiar a formação de aperfei-

çoamento e reciclagem;

Apoiar a coesão social, a cidadania activa

e o sentido de responsabilidade social;

Promover a cooperação europeia em

matéria de educação e formação.

As acções devem ser realizadas, tendo como

referência o novo quadro estratégico para a

cooperação europeia em matéria de

Educação e Formação (ET 2010), adoptado

no Conselho de Educação, de 11-12 de Maio

de 2009. Este quadro destina-se a

desenvolver quatro objectivos estratégicos,

até 2020, que correspondem às metas de

longo prazo da Estratégia de Lisboa:

Tornar uma realidade a aprendizagem ao

longo da vida e a mobilidade;

Melhorar a qualidade e a eficiência da

educação/formação;

Promover a equidade, a coesão social e a

cidadania activa;

Desenvolver a criatividade, a inovação e o

empreendedorismo em todos os níveis de

educação e formação.

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As áreas prioritárias para o primeiro ciclo

2009-2010 são particularmente relevantes

para o Plano de Recuperação: validação de

aprendizagens não formais e informais,

orientação, expansão da mobilidade na

aprendizagem, melhoria das competências

básicas em leitura, matemática e ciência para

jovens e adultos, garantia que as

necessidades futuras de qualificações são

devidamente tidas em conta nos processos

de educação/formação, promoção da

criatividade e da inovação, bem como

desenvolvimento de parcerias entre

instituições de ensino/formação na área

empresarial.

4. As perspectivas dos parceiros sociais europeus

Na Cimeira do Emprego, de 7 de Maio de

2009, os parceiros sociais europeus emitiram

recomendações conjuntas sobre a utilização

do FSE para enfrentar a crise económica, que

incluíam:

Apoiar os jovens que entram no mercado

de trabalho, melhorando as prestações

de orientação, de modo a proporcionar-

lhes uma melhor informação sobre as

competências requeridas e as oportuni-

dades de emprego;

Outras medidas de apoio às transições no

percurso de aprendizagem dos jovens,

para lhes proporcionar oportunidades de

formação e para reduzir o abandono

escolar precoce;

Apoiar os empregadores na elevação das

qualificações dos seus trabalhadores;

Apoiar os trabalhadores desfavorecidos a

melhorarem as suas competências e ex-

periências relacionadas com o trabalho.

Em particular, a Confederação Europeia de

Sindicatos (ETUC) apelou para um novo

acordo Social para a Europa, designado

Diálogo Social, que pretende:

Reforçar e alargar as prestações de

desemprego;

Investir em competências de apren-

dizagem ao longo da vida, bem como na

criação directa de postos de trabalho no

sector social;

Oferecer aos jovens que vão entrar no

mercado de trabalho a garantia de em-

prego ou de formação;

Incrementar o investimento europeu em

medidas sociais, ampliando as activi-

dades do FSE (formação, acções em rede,

reforço do diálogo social e acções

conjuntas com os parceiros sociais).

Chamou, também, a atenção para:

A importância de um planeamento

regional para apoiar as pessoas a

prepararem-se e adaptarem-se às mu-

danças económicas;

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Políticas activas e inclusivas do mercado de trabalho, a

definir com os parceiros sociais, que requerem a definição

do envolvimento das políticas ao longo da carreira inter-

relacionadas com a aprendizagem ao longo da vida.

5. O papel fundamental da orientação ao longo da vida

A orientação ao longo da vida é uma pedra angular, no curto

prazo, do Plano de Recuperação e, no médio/longo prazo, dos

objectivos da Estratégia de Lisboa, no que respeita às

estratégias de aprendizagem ao longo da vida.

Neste sentido, a política de orientação ao longo da vida deve

focalizar-se no apoio às pessoas para anteciparem e prepa-

rarem as diversas transições:

Para os empregados de sectores que não estão em risco: a

implementação de medidas de activação e a estratégia de

flexigurança devem ajudar o maior número possível destes

indivíduos a manter os postos de trabalho. Isto implica um

aconselhamento personalizado para lhes permitir o acesso

a formação significativa que melhore, efectivamente, as

suas competências;

Para os empregados de sectores em que se verifica

extinção de postos de trabalho: a reinserção no mercado de

trabalho poderá ser apoiada, através de:

- balanços profissionais (avaliação de competências,

reconhecimento dos resultados das experiências de

aprendizagem, capacitação para a mudança);

- preparação para a procura de emprego;

- informação e orientação para incentivar a

mobilidade profissional e/ou geográfica, no sentido

de aumentar as oportunidades de emprego;

- preparação para o auto-emprego e para a criação

de empresas.

+ SUGESTÕES DE LEITURA

Sociologia do trabalho Autor: Keith Grint Editor: Piaget Editora

O livro enfatiza as ligações entre processos sociais e as instituições de emprego e os contextos domésticos e so-ciais. Explora a importância de raça, género e classe, assim como as alterações na estru-tura organizacional e a im-portância da nova tecnologia.

Lições de Psicologia Econó-mica Autor: Carlos Barracho Editora: Instituto Piaget

Esta obra dá a conhecer as relações entre a psicologia e a economia, cujo desenvol-vimento permitiu a insti-tucionalização de uma nova disciplina. São descritos os conceitos, o objecto e os métodos da psicologia eco-nómica, não esquecendo os diversos campos de aplicação: a poupança, o consumo, o desemprego e a fiscalidade.

Inteligência: perspectivas teó-ricas Autores: Aristides Isidoro Ferreira, Leandro S. Almeida, M. Adelina Guisande Editora: Almedina

Este livro apresenta as cor-rentes mais representativas do estudo na área. Da perspectiva da inteligência como potencial intelectual, à de inteligência como processos e estratégias de resolução de problemas, até aos autores que enfatizam as estruturas do desenvol-vimento da inteligência. Realça a complementaridade das várias perspectivas, em par-ticular ao nível da avaliação e da intervenção.

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Para os grupos desfavorecidos e com

baixos níveis de qualificação, melhorar a

empregabilidade implica o acesso a

informação sobre novos postos de

trabalho, bem como a intervenções de

orientação para apoio à definição de

projectos de formação profissional.

Para os jovens:

- informação e orientação para a

aprendizagem;

- identificação dos que se encontram

em risco de abandono escolar;

- orientação e aconselhamento nas

universidades;

- aconselhamento para a mobilidade

na formação e na vida laboral;

- acompanhamento sistemático no

primeiro ano após a qualificação.

Em situações de crise importa (re)equacionar

o funcionamento dos serviços de orientação

ao longo da vida, nos seguintes termos:

Formação dos conselheiros, de modo a

melhorar a eficiência dos Serviços Nacio-

nais de Emprego, com recurso ao FSE;

Planear, de forma integrada, a acção dos

diferentes actores e redes, através de

plataformas multiserviços;

Prestar particular atenção às neces-

sidades de orientação dos que se

encontram em situação de desvantagem

face ao mercado de trabalho, assim como

dos que se vão tornando vulneráveis, em

virtude de dificuldades emergentes em

sectores específicos do mercado;

Planear a recolha e a divulgação

sistemáticas de informação sobre as

perspectivas de emprego, por sector, a

nível local, regional, nacional e europeu;

Aperfeiçoar a previsão de profissionais no

sector da energia renovável e dos “em-

pregos verdes", com recurso ao FSE;

Assegurar a melhoria da articulação entre

as previsões sobre o mercado de trabalho

e os serviços de orientação ao longo da

vida, no sentido de uma maior adequação

no ajustamento entre a procura e a oferta

emprego, de modo a dar resposta às

necessidades futuras do mercado.

DESTAQUE

Resolução do Conselho da União Europeia, de 21 de Novembro de 2008, Mieux inclure l´orientation tout au long de la vie dans les stratégies d´education et de formation tout au long de la vie Disponível em: http://www.apprendreetsorienter.org Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões, de 2008, New Skills for New Jobs – Antipating and matching labour market and skill needs Disponível em: http://ec.europa.eu/social/main.jsp?langId=en&catId=89&newsId=431&furtherNews=yes

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QUAIS AS COMPETÊNCIAS DISPONÍVEIS NA EUROPA DO FUTURO? 2

Depois de Lisboa: em direcção a uma economia do conhecimento As previsões sobre as competências dispo-

níveis, a médio prazo, na Europa (horizonte

2020), indicam um forte aumento da

proporção da população activa adulta com

qualificações de nível médio e superior. Ao

contrário, o número de pessoas com baixas

qualificações deverá decrescer na maioria dos

países europeus. Estas tendências gerais,

inscrevendo-se directamente no objectivo da

Estratégia de Lisboa de fazer da Europa a

sociedade do conhecimento mais competitiva

e dinâmica do mundo, constituirão uma

característica essencial da Europa no próximo

decénio, ainda que se possam observar

variações nos vários países.

Nos últimos anos, a proporção da população

altamente qualificada (Níveis 5 e 6 da CITE)

aumentou constantemente na maioria dos

países. O cenário central prevê que entre

2007 e 2020, a população activa europeia,

com idade igual ou superior a 25 anos, que

possui uma qualificação de nível elevado,

aumentará em 20 milhões de pessoas,

representando 34% da mão-de-obra em

2020, contra 26% em 2007.

O número de europeus medianamente

qualificados (níveis 3 e 4 da CITE), integrantes

da população activa, aumentará mais de 5

milhões no decurso do período da projecção.

Este grupo, constituirá a maior parte da

população activa em 2020 (48%, contra 47%

em 2007).

O número de pessoas pouco qualificadas

diminuirá, tanto em números absolutos como

relativos. Entre 2007 e 2020, o número de

activos pouco qualificados sofrerá uma

diminuição de mais de 17 milhões. Em 2020, a

proporção da população activa pouco

qualificada deverá situar-se em 17%, contra

27% em 2007.

Além deste cenário central, foram calculados

outros dois cenários, um optimista e outro

pessimista. Todos os cenários indicam

tendências gerais similares em relação à

evolução da população activa em termos de

níveis de qualificação. O cenário pessimista,

se bem que não tenha tido em conta a crise

actual, prevê um fraco aumento da população

activa, independentemente do nível de

qualificação, a saber, 2,7 milhões de pessoas

entre 2007 e 2020.

2 Adaptação do documento do CEDEFOP Quelle Offre de Compétences pour L´Europe de Demain? – Principales Conclusions

As previsões reportam-se a uma análise relativa a 25 países da UE (sem Malta) e à Noruega. Foram efectuadas tendo por base a população activa desses países (total de pessoas que trabalham ou procuram trabalho), com 25 anos de idade e mais e com a formação de base já concluída.

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Ao invés, os cenários central e optimista

prevêem, respectivamente, um aumento de

8,3 milhões e de cerca de 14 milhões. Todos os

cenários estimam um aumento dos níveis de

qualificação médio e elevado, sendo este

último que deverá registar uma maior subida.

Todos os cenários prevêem, igualmente, um

recuo do número total de pessoas pouco

qualificadas, que deverá situar-se entre 16 e

18,2 milhões.

População activa, no futuro, por idade e género Os resultados para todos os elementos da

população activa, com idade compreendida

entre os 25 e os 64 anos, confirmam a

tendência geral. O aumento das taxas é

geralmente, mais elevado para as mulheres do

que para os homens, o que implica que no

futuro as mulheres sejam mais qualificadas

que os homens. O critério europeu de

referência para 2010 – os Estados-Membros

devem desenvolver esforços para que a

percentagem de pessoas, entre os 25 e 64

anos, com um nível de estudos secundário

superior atinja os 80% - poderá ser apenas

atingido em 2020, com cerca de 82% das

pessoas desse nível etário a possuírem

estudos de nível secundário superior.

Verificar-se-ão, contudo, variações assi-

naláveis para os diferentes níveis etários: o

número de pessoas altamente qualificadas,

entre os 25 e os 29 anos, aumentará

claramente, em particular, entre as mulheres.

Perspectiva-se que o aumento mais acen-

tuado de qualificações de alto nível se

verifique no grupo dos 30-39 anos.

Prevendo-se uma diminuição do número de

pessoas com um nível médio de qualificação,

em todos os grupos etários até aos 39 anos,

esse nível de qualificação deverá, contudo,

aumentar para os que têm 40 anos de idade e

mais.

Aumento da participação no mercado de trabalho Os principais objectivos da Estratégia de

Lisboa e das linhas directrizes para o emprego

2008-2010 são a redução do desemprego, a

elevação das taxas de actividade e o aumento

da procura e da oferta de trabalho. As

previsões indicam um aumento das taxas de

actividade (participação). A maior parte dos

países regista tendências ligeiramente

positivas no que respeita à duração variando,

contudo, em função da faixa etária e do

género. A taxa de actividade dos homens é

geralmente mais elevada que a das mulheres.

A persistência de variações entre os géneros

reflecte os seus diferentes compromissos

familiares. Historicamente, a taxa de

actividade das mulheres teve sempre

tendência a ser mais fraca que a dos homens,

tendo, contudo, aumentado rapidamente na

maioria dos grupos etários, à excepção do das

mulheres mais jovens, que investem mais

tempo na sua formação e registam, por isso,

uma taxa de participação mais fraca. Ao longo

dos últimos 20 a 30 anos, a taxa de actividade

dos homens recuou em muitos grupos etários.

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A promoção de uma abordagem do trabalho assente no ciclo de

vida, bem como do envelhecimento activo, ajuda à permanência

dos mais idosos no mercado de trabalho. Na verdade, o

aumento mais acentuado das taxas de actividade verifica-se

nas pessoas com idade igual ou superior a 50 anos, o que

reflecte a tendência geral de prolongamento da vida profissional

e, eventualmente, a apreensão respeitante à reforma e a neces-

sidade de trabalhar durante mais tempo.

Análise das tendências identificadas

Ainda que os resultados globais apontem para um quadro

relativamente encorajador pode-se, contudo, recear, que a

actual crise económica subverta as tendências históricas

previstas correndo-se, assim, o risco de comprometer a

melhoria constante observada nos perfis de qualificação nos

últimos decénios. Um impacto, a curto prazo, da crise actual

poderá ser uma participação acrescida nas actividades de

ensino e de formação: os indivíduos optam por retardar a

entrada num mercado de trabalho em retracção, pensando que

a obtenção de qualificações superiores lhes oferecerá melhores

perspectivas após a retoma. Contudo, a longo prazo, os

constrangimentos financeiros poderão desencorajar o

investimento em capital humano. Os decisores políticos devem

tomar medidas destinadas a preservar a melhoria contínua das

qualificações e a manter o investimento na qualificação inicial,

na formação contínua e na educação de adultos. Com o enve-

lhecimento da população, a reconversão e a actualização dos

adultos será, ainda, de grande importância.

Em direcção a um sistema europeu de previsão de competências As previsões da oferta de competências, do mesmo modo que

as previsões anteriores de necessidades de competências,

constituem um elemento chave para um sistema de previsões

SITES

http://www.career.fsu.edu/t

echcenter/

Center for Study of Techonoly in Counseling and Career Development

http://ncda.org

National Career Develop-ment Association (NCDA)

http://coe.fgcu.edu/faculty/sabella/cerc The Counselor Education Resource Center

http://www.careersonline.com.au/ Careers Online

http://www.acinet.org/acinet/explore.asp Career Exploration

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regular e completo da oferta e da procura de competências, tal

como previsto pela iniciativa Novas Competências para Novos

Empregos, lançada pela Comissão Europeia, em 2008. O

CEDEFOP prossegue os seus trabalhos, no sentido de pôr em

acção um tal sistema europeu de previsões. A partir de 2010, o

CEDEFOP publicará regularmente os resultados de previsões

actualizadas sobre a oferta e a procura de competências na

Europa.

Sob os auspícios da iniciativa Novas Competências para Novos

Empregos da Comissão Europeia e do Conselho, o CEDEFOP

continuará as suas actividades de investigação e de

desenvolvimento no quadro da identificação precoce e da

antecipação da evolução de competências. Em complemento às

avaliações regulares da oferta e da procura de competências

prosseguir-se-ão, igualmente, trabalhos de análise de

potenciais desequilíbrios no mercado de trabalho e investi-

gações sobre a inadequação de competências.

EVENTOS

- VII Simpósio Nacional

Investigação em Psico-logia 4,5,6 Fevereiro 2010

Braga-Universidade do Minho – Campus de Gualtar www.iep.uminho.pt/xgp/

FORMAÇÃO - Técnicas de Recru-

tamento e Selecção 22 Janeiro a 12 Fevereiro 2010

Lisboa -Instituto Superior de Psicologia Aplicada www.ispa.pt

- Workshop - Relatórios de Avaliação Psicológica 16 Janeiro 2010 Odivelas – Reflexos – Gabinete de Psicologia, Psicoterapia e Ludo-terapia www.reflexos-psicologia.com

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