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A S S E M B L E I A M U N I C I P A L D A M O I T A 1 Aos trinta dias do mês de Abril do ano 2010, pelas vinte e uma horas e trinta minutos, no Salão Nobre do Edifício Sede do Município, realizou-se uma Sessão Ordinária da Assembleia Municipal, a fim de ser deliberada a seguinte Ordem do Dia: 1 - Eleição do 1.º Secretário da Mesa da Assembleia Municipal. 2 Alterações ao Regulamento do Conselho Municipal de Segurança dos Cidadãos do Concelho da Moita. 3Designação de cidadãos indicados pela Assembleia Municipal de acordo com a alínea l), do Artigo 5.º do Regulamento do CMSCCM. 4 Proposta de Regulamento das Bibliotecas Municipais. 5 Relatório e Contas de 2009 da Câmara Municipal da Moita. 6 Actos da Câmara. O Presidente da Mesa propôs à Assembleia que, até à eleição do novo secretário, as funções fossem exercidas nesta sessão por Adriano Manuel Soares Encarnação, o que foi aceite. Por falecimento do 1.º Secretário Frederico Jorge Bajanca Fatia, passou a membro efectivo desta Assembleia Municipal Eduardo Jorge Meruje Teixeira. Verificação de ausências: Foi verificada a ausência de Manuel Casimiro Madeira. Substituições verificadas e presentes ao plenário da Assembleia Municipal: Eduardo Jorge Meruje Teixeira é substituído por José António Soares Pereira. ACTA N.º 2.10 30.04.10 X Mandato

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Aos trinta dias do mês de Abril do ano 2010, pelas vinte e uma horas e trinta minutos,

no Salão Nobre do Edifício Sede do Município, realizou-se uma Sessão Ordinária da

Assembleia Municipal, a fim de ser deliberada a seguinte Ordem do Dia:

1 - Eleição do 1.º Secretário da Mesa da Assembleia Municipal.

2 – Alterações ao Regulamento do Conselho Municipal de Segurança dos Cidadãos

do Concelho da Moita.

3– Designação de cidadãos indicados pela Assembleia Municipal de acordo com a

alínea l), do Artigo 5.º do Regulamento do CMSCCM.

4 – Proposta de Regulamento das Bibliotecas Municipais.

5 – Relatório e Contas de 2009 da Câmara Municipal da Moita.

6 – Actos da Câmara.

O Presidente da Mesa propôs à Assembleia que, até à eleição do novo secretário, as

funções fossem exercidas nesta sessão por Adriano Manuel Soares Encarnação, o que

foi aceite.

Por falecimento do 1.º Secretário Frederico Jorge Bajanca Fatia, passou a membro

efectivo desta Assembleia Municipal Eduardo Jorge Meruje Teixeira.

Verificação de ausências:

Foi verificada a ausência de Manuel Casimiro Madeira.

Substituições verificadas e presentes ao plenário da Assembleia Municipal:

Eduardo Jorge Meruje Teixeira é substituído por José António Soares Pereira.

ACTA N.º 2.10

30.04.10 X Mandato

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Estiveram presentes os seguintes Membros do Executivo Camarário:

Sr. Presidente João Manuel de Jesus Lobo, Sr. Vice-Presidente Rui Manuel Marques

Garcia, Srs. Vereadores Vivina Maria Semedo Nunes, Vitor Manuel Rodrigues Cabral,

Joaquim Inácio Raminhos Cabaça, António José Gonçalves Duro.

Foi dada a palavra ao público tendo intervindo o Sr. Staline de Jesus Rodrigues que

relembrou o facto de fazer no dia seguinte 40 anos que ele e sete amigos foram presos

nas manifestações de Maio onde estavam presentes mais de cinco mil pessoas e disse ter

na sua posse informações dadas pela PIDE de Setúbal e pela GNR da Baixa da Banheira

relatando os acontecimentos dessa data, com estes documentos demonstra-se a luta que

se travava pelo País fora para se conseguir a democracia que hoje temos.

PERÍODO ANTERIOR À ORDEM DO DIA

Acta n.º 04 de 29.12.09

Colocada a acta à discussão, intervieram:

João Faim – Referiu a página sete da acta, onde vem referenciada a sua intervenção,

mas não vem plasmada a ideia que transmitiu, sabe que as actas têm que ser resumidas,

mas quando o resumo reflecte aquilo que é dito nada há a acrescentar, quando o sentido

não é o mesmo é necessário fazer rectificações.

A sua intervenção ia na sequência da efectuada pelo membro da Assembleia Francisco

Carromeu e esta era no sentido da Moção apresentada, em que dizia que o Governo é do

PS, quando, na realidade, o Governo é de Portugal.

Tita Maurício – Considerou que na página dez da respectiva acta, também não era

transmitido aquilo que pretendia, porque o que perguntou foi qual a composição da

Comissão responsável pelas comemorações do Centenário da Implantação da

República, e se era considerada a hipótese de inclusão de um ponto que abordasse a

chamada “questão religiosa”.

Colocada a acta à votação foi a mesma aprovada por unanimidade, condicionada às

rectificações propostas.

Acta n.º 01 de 26.02. 10

Colocada a acta à discussão, intervieram:

Filomena Ventura – Disse que na página treze desta acta, aquando da discussão dos

actos da Câmara, perguntou ao Vice-Presidente se o que estava a apresentar à

Assembleia sobre as Comemorações do Centenário da Implantação da República já

tinha sido apresentado em reunião de Câmara e não lhe foi respondido.

João Faim – Referiu que na página oito da acta, onde consta como tinha decorrido a

reunião da Comissão Permanente de Planeamento e Gestão Urbanística existem

algumas imprecisões, nomeadamente a reunião realizou-se a 12.02.10 e não a 12.12.09,

e onde consta “ abordou os seguintes assuntos “, passará a constar “ considerou como

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temas prioritários a abordar em futuras iniciativas com a Câmara Municipal os seguintes

assuntos:”

1 – Questões de Reabilitação Urbana.

2 – Revisão do PDM.

3 – Projecto do TGV.

Colocada a acta à votação foi a mesma aprovada por maioria com uma abstenção,

condicionada às rectificações propostas.

Presidente da Mesa – Informou que:

- Foram recebidas condolências enviadas pelo BE e PS pelo falecimento do 1.º

Secretário da Mesa da Assembleia.

- A Comissão de Acção Sócio-Cultural efectuou uma visita ao Ginásio Atlético Clube,

no dia 2 de Março, seguindo-se outras visitas a colectividades e no final será transmitido

o resultado aos membros da Assembleia Municipal.

- Informou ainda a Assembleia que a Comissão Permanente de Obras Municipais vai

realizar uma reunião, no dia 14 de Maio, com a presença do Vereador Miguel Canudo.

Pela Mesa da Assembleia Municipal foi apresentado um “Voto de Pesar” pelo

falecimento de Frederico Jorge Bajanca Fatia, 1.º Secretário da Mesa da Assembleia.

VOTO DE PESAR

“ Frederico Jorge Bajanca Fatia, 1.º Secretário desta Assembleia Municipal desde 23 de

Novembro de 2007, faleceu no passado mês de Março.

Jorge Fatia, militante comunista, foi um homem do Poder Local, logo após a Revolução

do 25 de Abril de 1974, foi membro das Comissões de Moradores de Alhos Vedros,

autarca desde as primeiras eleições democráticas em 1976, tendo sido presidente da

Assembleia de Freguesia de Alhos Vedros e membro do executivo da mesma Junta de

Freguesia onde foi presidente, tesoureiro e vogal. Foi eleito membro da Assembleia

Municipal desde as eleições autárquicas de 1997.

Foi ainda um associativista dedicado ao desporto e às causas sociais, tendo sido

presidente do CRI e integrado a mesa administrativa da Santa Casa da Misericórdia de

Alhos Vedros durante 18 anos, tendo sido seu provedor nos últimos 10 anos.

A Assembleia Municipal da Moita reunida no salão nobre dos Paços do Concelho em

sessão de 30 de Abril de 2010 decide:

1 – Fazer um minuto de silêncio em sua memória;

2 – Aprovar um voto de pesar e enviar à comunicação social, às Autarquias e

Associações onde colaborou e à sua família.”

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Tita Maurício – Disse não ter ido ao funeral porque não estava cá, mas queria

expressar de viva voz o seu pesar pelo falecimento do 1.º Secretário, acrescentando que

o relacionamento pessoal foi curto, mas que foi um homem que lhe pareceu muito

afável, muito simpático, muito prestável e nas poucas vezes que se encontraram tentou

sempre ajudar sobre os assuntos da Assembleia.

Francisco Carromeu – Disse que a sua relação com Jorge Fatia não era de longa data,

mas os últimos 15 anos deram para perceber que era um homem muito genuíno e

sensato e nas reuniões de Comissões em que participaram teve provas de que se perdeu

um homem que fazia muita falta.

Serafim e Sousa – Disse que se sentia quase na obrigação de fazer um elogio fúnebre

uma vez que era amigo de Jorge Fatia há muitos anos e qualquer declaração que fizesse

era apenas um proforme, porque nestas coisas da amizade ou somos ou não,

inclusivamente quando somos amigos temos várias formas de conversar e de nos

comportarmos, acrescentando que tem orgulho em se comportar sempre da mesma

maneira.

Presidente da Junta de Freguesia de Alhos Vedros – Quis reforçar o Voto de Pesar

porque para si o Jorge Fatia era um homem, militante do PCP, que durante todo o seu

percurso prestigiou este mesmo partido do qual também faz parte, mas sobretudo era

uma pessoa amiga e que tinha muitos amigos mesmo sem pertencerem ao seu partido.

Teve sempre uma postura de frontalidade, por vezes dizia algumas coisas que poderiam

ser consideradas desagradáveis, mas tinha uma forma muito especial de ouvir e falar,

defendendo em especial as causas sociais e por isso toda a sensibilidade que teve

enquanto Provedor da Santa Casa da Misericórdia.

Um Voto de Pesar vale pelo que vale, mas nunca diz tudo aquilo que sentimos por outra

pessoa que morreu fisicamente, esperando que fique entre nós como um exemplo de

postura de vida.

Colocado o Voto de Pesar à votação foi o mesmo aprovado por unanimidade.

Foi feito um minuto de silêncio após o qual prosseguiram os trabalhos.

Luis Morgado – Disse ter pensado que iria receber nesta sessão algum documento que

pudesse esclarecer a questão que envolve a deliberação final do PDM, mas ninguém

teve a ousadia de querer conhecer o processo de inquirição e a argumentação que veio a

determinar a arquivação das investigações.

Este não é um tema qualquer, é uma coisa que envolveu muita gente durante muitos

anos, gerou mobilizações, gerou debates muito fortes e depois houve só uma

conferência de imprensa com discursos de regozijo. Mais acrescentou que gostaria de

conhecer o conteúdo exacto das deliberações em relação a este tema e qual a que

decidiu o arquivamento.

O Presidente da Mesa sugeriu que este assunto poderia ser tratado no último ponto, os

Actos da Câmara, isto se a Assembleia e a Câmara assim o entendessem.

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“Moção Abril e Maio”, apresentada pela CDU

MOÇÃO

ABRIL E MAIO

“Por todo o País, centenas de milhares de pessoas comemoraram o 25 de Abril em festa

e luta, relembrando a data com o profundo significado que ela transporta, tornando-a

como referência essencial na resposta aos problemas do presente, e assim confirmando

que Abril está vivo na memória e no coração dos portugueses.

Abril foi comemorado, celebrando a Revolução, as profundas transformações e

reafirmando o combate por uma política de esquerda, inspirada nos ideais de Abril e nas

conquistas económicas, sociais, políticas e culturais que transformaram o nosso país e

fizeram da Revolução o mais luminoso momento da história de Portugal.

A expressiva dimensão das comemorações populares do 25 de Abril é um claro sinal

das perspectivas de um grande 1.º de Maio, Dia do Trabalhador, tanto mais quando o 25

de Abril e o 1.º de Maio são desde 1974, uma mesma etapa da mesma luta.

Alguns patamares que se julgavam adquiridos foram entretanto destroçados por

políticas de direita, que levaram à perda e restrição de direitos no plano cívico e social.

A produção legislativa aprovada, no âmbito do direito ao trabalho, dos serviços e

funções sociais do Estado, o aumento dramático do desemprego, a extrema

precariedade, os baixos salários e o aumento das injustiças e da pobreza nada tem a ver

com os valores de Abril.

Neste ano de 2010 carregado de ameaças e afrontas aos trabalhadores e aos seus

direitos, as comemorações do 1.º de Maio assumem um grande significado, no qual

certamente irão afirmar que, “é tempo de mudar com a luta de quem trabalha”.

A Assembleia Municipal da Moita, reunida a 30 de Abril de 2010, saúda o 1.º de Maio e

exorta os trabalhadores e a população do concelho a participarem activamente nesta

jornada de festa e luta e levarem à rua os seus protestos, as suas exigências por uma vida

melhor e um Portugal mais digno.”

Colocada a Moção à discussão, intervieram:

Tita Maurício – Disse que tinha 7 anos quando aconteceu o 25 de Abril, portanto a sua

memória não é das lutas, mas sim do que lê nos livros e do programa do Movimento das

Forças Armadas. O 25 de Abril foi feito, e é nisso que acredita, para implantar a

democracia, mas uma democracia que não era canhota nem maneta, era uma democracia

em que as soluções políticas para os problemas que existem não têm nenhuma

superioridade moral, nem as políticas de esquerda, nem as políticas de direita e quando

se apresenta uma Moção sobre o 25 de Abril datada, maneta e canhota, não lhe é

possível votá-la. Utilizou a expressão do membro da Assembleia do BE esperando que

fique bem claro que não tem nada contra o 25 de Abril, bem pelo contrário tem é contra

a visão canhota, maneta e às vezes um pouco cegueta.

Filomena Ventura – Disse ter percebido perfeitamente a intervenção do membro da

Assembleia Tita Maurício, não pode é, como cidadã e como professora de educação

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especial, ficar indiferente, mesmo que sejam feitas do coração, pedindo para que nas

intervenções sejam usados outros sinónimos.

Luís Morgado – Disse que comemorar o 1º de Maio foi uma decisão tomada em 1889,

num Congresso em Genebra e foi festejado pela primeira vez em 1989 em Paris, onde

estiveram presentes Manuel Figueiredo e Francisco Campos em representação da

delegação portuguesa.

Em seguida, fez alusão a diversas épocas históricas e a acontecimentos marcantes que

ilustraram a contestação social na altura, acrescentando que se compararmos as decisões

de 1889 com o que está a acontecer hoje, vemos que o objectivo era reduzir o horário de

trabalho para 8 horas, porque na altura na indústria e no comércio trabalhava-se 12 a 13

horas, e na agricultura de sol a sol. Repare-se na diferença, disse, a dignificação do

trabalho foi a luta pelo trabalho. Apesar de todos os recuos, as regalias sociais que

temos em todo o mundo resultaram da aparição dos Sindicatos.

Francisco Carromeu – Compreendeu a intenção dos autores da Moção em querer fazer

um texto único para Abril e Maio, mas não são a mesma coisa, são dois acontecimentos

com significados diferentes, dizendo que não pensa votar contra a Moção mas na

verdade fica desagradado com os termos em que se escreve sobre estas datas, depois de

tantos anos passados sobre estes acontecimentos.

Acrescentou que o 25 de Abril não é o facto mais luminoso na história de Portugal,

apesar de na cabeça de cada um o poder ser, mas o país tem mil anos, solicitando ao

promotor da moção para em vez de escrever “o mais luminoso momento” escreve-se

“um dos mais luminosos momentos”, porque o 24 de Agosto de 1820 é muito mais

interessante uma vez que acabou com o absolutismo e entrou-se num regime

constitucional.

O 25 de Abril tem muita importância e na nossa geração é um facto importante, mas não

se fez para mudar o nível de vida das pessoas, fez-se sim, por outro tipo de valores, para

dar voz ao povo, dar democracia à vida política e civil e dar ao País um outro tipo de

instituições.

A ideia de dignidade ligada ao salário é um erro, tanto é digno um povo mais pobre

como um povo mais rico, podemos ser levados a fazer um texto e depois não levar em

consideração o valor das palavras.

Vicente Merendas – Em relação à Moção, esclareceu o membro da Assembleia Tita

Maurício que esta é uma Moção de corpo inteiro e traduz tudo o que Abril de bom

trouxe, nada mais tendo a dizer sobre o que ele considera uma intervenção deficiente.

Ao membro da Assembleia Francisco Carromeu, teria muitas coisas para lhe dizer, mas

recorda-lhe apenas que foi o povo em Maio, que consolidou Abril, porque aquele não

seria o que foi se o povo não tivesse saído para a rua, o povo transformou Abril numa

revolução.

Quanto ao facto de se dizer na Moção “… o mais luminoso momento da história de

Portugal” é porque esta data trouxe à vida do povo aquilo que nenhum momento

histórico da vida deste País trouxe, vieram as nacionalizações, afastou-se o grande

capital, os trabalhadores ficaram à frente das empresas, o Estado assumiu-se como

verdadeiro Estado, os trabalhadores do Alentejo fizeram a Reforma Agrária, os

trabalhadores nas empresas desenvolveram o controlo operário, tudo isto foi o que Abril

trouxe e admite que tudo isto diga pouco ao Partido Socialista, porque até determinada

altura esteve nestas conquistas, mas depois juntou-se, muito facilmente, ao capital para

as destruir.

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Tita Maurício – Disse que com esta última intervenção ficou esclarecido e muito mais

convencido que foi bondoso com o que disse, porque em 2010, quando alguém lhe diz

que as nacionalizações, o controle da classe operária, a fuga do grande capital foi bom,

porém cada um tem direito à sua opinião, e por isso mesmo irá votar contra.

Francisco Carromeu – Disse que na sua primeira intervenção fez um pedido de

alteração à Moção, mas nem isso a bancada da CDU aceitou, não percebendo porquê,

porque com certeza não gostam mais do 25 de Abril do que ele, e o 25 de Abril não é

aquilo que o membro da Assembleia Municipal Vicente Merendas disse, o 25 de Abril

não é do PCP nem nunca foi, nem sequer é duma parte do País, é do País todo, e na

sequência da anterior intervenção, irá votar contra.

Colocada a Moção à votação foi a mesma aprovada por maioria com 20 votos a favor,

sendo 17 da CDU, 3 do BE e 12 votos contra, sendo 9 do PS, 2 do PSD e 1 do CDS/PP.

“Moção por uma outra política”, apresentada pela CDU

MOÇÃO

POR UMA OUTRA POLÍTICA

“O Governo PS anunciou em Março o Programa de Estabilidade e Crescimento ( PEC)

como resposta para os desequilíbrios da situação financeira do País e com o propósito

de controlar o défice das contas públicas e diminuir a dívida Pública.

Considerando que o Pacto de Estabilidade e Crescimento apresentado prevê que nos

próximos quatro anos um em cada dez portugueses em idade activa esteja

desempregado – 9,8% em 2010, 9,8% em 2011, 9,5% em 2012 e 9,3% em 2013 – o que

o governo anunciou conduzirá inevitavelmente o país para o desastre económico e

social.

Admitindo que a perspectiva mais optimista que o governo PS tem de crescimento

económico é de 1,7% da economia para o ano de 2013, o governo está a abrir caminho

para o declínio do país, divergindo com o desenvolvimento dos restantes países da

União Europeia e agravando a dependência e a dívida externa.

O PEC prevê o congelamento e a desvalorização dos salários reais e consequentemente

a diminuição do poder de compra dos trabalhadores do sector privado e do conjunto da

Administração Pública.

Com este PEC e com esta política continuará a destruição do emprego no sector

público, que inevitavelmente se traduzirá em mais acentuada degradação e

encarecimento dos serviços públicos (educação, saúde, abastecimento de água,

saneamento básico …), favorecendo a sua apropriação pelo capital privado.

Através do PEC e com esta política continuará a tendência de aumento da idade da

reforma na Administração Pública, rompendo os acordos assinados e conduzindo

milhares de trabalhadores a pedir antecipadamente a sua saída para não serem mais

penalizados.

O conluio entre PS/PSD e CDS para os anunciados e recentes cortes nas prestações

sociais em nome de uma falsa promoção de um mais rápido regresso à vida activa,

significa novas restrições ao seu acesso e diminuição do seu valor.

Os cortes no investimento público, que longe de ficarem pelo adiamento de dois anos no

calendário da Alta Velocidade (Lisboa/Porto e Porto/Vigo), vão atingir em particular os

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investimentos públicos de pequena e média dimensão assumidos pelo Governo Central

e pelas Autarquias.

Conhecendo através do PEC o aumento dos preços das portagens, e a introdução de

novas portagens em outras rodovias, para além das que já se encontravam anunciadas.

Sabendo que com este PEC se verificará a limitação das deduções à colecta no IRS com

despesas de saúde e educação, pelos escalões de rendimento abrangidos, traduzindo

uma maior penalização para milhares de portugueses com baixos rendimentos.

O programa de privatizações, anunciado no PEC, em sectores estratégicos e monopólios

naturais, eliminando a presença do Estado em empresas estratégicas e estruturantes da

economia e do território e entregando os mesmos aos ditames do grande capital.

Tendo em conta que o PEC não responde às principais questões estruturantes da

economia portuguesa nomeadamente o endividamento externo e o desenvolvimento da

produção industrial, agrícola e comercial do País.

Sabendo que com os cortes nos salários e nos investimentos dificilmente se estimulará o

mercado interno e o desenvolvimento e crescimento do tecido empresarial nacional e do

próprio emprego.

Reconhecendo que o PEC significa a rendição, sem condições, aos ditames dos

mercados financeiros/agências de notação, ao grande capital europeu e ao Directório das

grandes potências europeias.

Considerando que as privatizações anunciadas completam 25 anos de privatizações, da

responsabilidade do PS, PSD e CDS-PP e que com as mesmas se liquidaram sectores

produtivos, aumentando a dependência do país, colocando em causa a soberania,

degradando serviços, estrangulando as pequenas empresas em detrimento dos lucros dos

grandes grupos económicos que se formaram à sua custa.

Denunciando que depois de cerca de 50.000 milhões de euros que entraram para os

cofres do Estado, oriundos das privatizações e das centenas de milhões de lucros

arrecadados pelos grandes grupos económicos que delas beneficiaram, o país está mais

injusto, mais desigual e mais dependente.

Esclarecendo que o PEC que o Governo apresenta, com o apoio do PSD e CDS/PP, vai

penalizar os mesmos de sempre: trabalhadores, reformados, desempregados e excluídos

socialmente.

Clarificando para salvar a banca e os seus negócios de casino não havia preocupações

com o défice das contas públicas.

Estes mesmos grupos económicos que mesmo em tempo de crise contaram sempre com

as mãos largas do Estado, beneficiando de apoios fiscais, dinheiros públicos e negócios

chorudos, expressos na escandalosa massa de lucros – só a banca arrecadou em 2009,

cerca de 5 milhões de euros por dia, ou uma EDP que voltou a atingir mais de mil

milhões de euros de lucros no ano passado.

Os eleitos pela CDU na Assembleia Municipal da Moita rejeitam, em nome dos que os

elegeram como seus representantes, esta proposta de Plano de Estabilidade e

Crescimento e não prescindem de recordar as propostas e o contributo do Partido

Comunista Português para resolver os graves problemas estruturais do País e romper

com a política de direita desenvolvida pelo PS, PSD e CDS, designadamente:

- O aumento dos salários e pensões visando critérios de justiça social e a dinamização

do Mercado Interno, designadamente, tendo como objectivo a elevação do Salário

Mínimo Nacional para pelo menos 600 € em 2013, uma valorização dos restantes

salários e o aumento das pensões a começar por mais 25 € naquelas que são mais

baixas.

- A defesa da produção nacional dando grande centralidade às políticas de apoio às

PME’s, privilegiando o mercado interno, enfrentando com outras políticas os défices

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estruturais da nossa economia – energético, agro-alimentar, tecnológico – alargando o

investimento público, impondo a obrigatoriedade de incorporação da produção nacional

nos grandes projectos, a par da taxação das importações e de apoios às exportações.

- Outra política fiscal que contribua para o desenvolvimento económico, a satisfação das

necessidades do Estado, a justiça social e o equilíbrio das contas públicas, com a

efectivação do valor de 25% da taxa de IRC para a banca, fim do offshore da Madeira e

dos benefícios fiscais nele envolvidos, a taxação das mais-valias realizadas na bolsa, o

corte nas deduções/benefícios fiscais em sede de IRC, resultantes de dividendos,

mobiliário, mais-valias e a introdução de uma taxa suplementar (+ 10% no IRC durante

os próximos 3 anos) sobre lucros de centenas de milhões de Euros dos grandes Grupos

Económicos e Financeiros.

- Combate ao desemprego e o apoio aos desempregados tendo como objectivo uma

política de pleno emprego, combatendo os despedimentos com legislação dissuasora,

combatendo a precariedade, alargando o emprego público e a prestação de serviços às

populações. Apoiando quem está desempregado, designadamente com o alargamento do

acesso ao subsídio de desemprego.

- Defender um forte e dinâmico sector empresarial do Estado, pondo fim imediato ao

processo de privatizações em curso, assim como das chamadas parcerias público-

privadas, e afirmando o interesse nacional em sectores estratégicos por via do controlo

público de sectores como a banca.

- Congelar e mesmo reduzir preços de bens e serviços essenciais – banca; seguros;

energia; portagens; transportes e comunicações e telecomunicações.

- Uma forte iniciativa política do Estado Português junto da União Europeia, visando a

renegociação do calendário estabelecido de diminuição da dívida pública, a diminuição

das contrapartidas nacionais (Estado e agentes económicos) para a aplicação dos fundos

comunitários propondo um valor máximo de 10%, a suspensão de remessas do Estado

Português (ou devolução de parte do que enviamos) para o Orçamento Comunitário.

Estas e outras medidas, ao contrário das que são avançadas no PEC visando a

convergência económica e social dentro da União Europeia e não a divergência.

- Promover um sério combate à corrupção que mina o eficaz funcionamento da

economia e das instituições democráticas e que compromete o desenvolvimento do país

e a vida dos trabalhadores e das populações.

- Desenvolver um quadro de medidas no sentido de gerir com rigor os dinheiros dos

contribuintes aplicados nos grandes investimentos, evitando derrapagens milionárias em

relação aos valores orçamentados.

- Moralização da vida pública, impondo tectos salariais aos gestores públicos e gestores

onde o Estado têm participações sociais e controlando os seus prémios.

Os eleitos da CDU solicitam que, uma vez aprovada esta moção, a mesma seja

divulgada nos meios de comunicação social local e nacional e que a mesma seja enviada

para todos os órgãos das autarquias locais do Concelho e para todos os órgãos de

soberania do Estado Português. “

Colocada a Moção à discussão, intervieram:

Francisco Carromeu – Pensa que os autores da Moção são pessoas bem-intencionadas,

mas não vivem em 2010, vivem noutro mundo, o mundo actual não tem nada a ver com

o mundo criado na cabeça dos autores desta Moção.

Pensa que a CDU fez muito mal em não ter acompanhado estes últimos 30 anos desde o

tempo em que entrámos na União Europeia, que entrámos no Euro, que caiu o muro de

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Berlim, não reparou que já não existe União Soviética e que não existe nenhum país

comunista do mundo a não ser 2 ou 3 enclaves em vias de extinção.

O mundo é outro, não dirá que esta é a melhor evolução até porque nem sempre se faz

no bom sentido, mas o mundo para que aponta a Moção é afastadíssimo e não é

pedagógico.

A CDU habituou-se a, tanto na Câmara como na Assembleia Municipal, estarem sempre

em maioria absoluta e ao redigir as Moções em vez de dizerem “a Assembleia

Municipal acha que…”, dizem “os eleitos da CDU acham que...”. Então, disse, se é para

os eleitos da CDU, eles que votem, ele não.

Não aponta alterações em nenhum parágrafo porque todo o documento é de um

miserabilismo que não aponta caminhos, não aponta nada, mais parece um muro de

lamentações de alguém que não compreende o presente.

Serafim e Sousa – Disse não concordar com o que está expresso na Moção porque é a

visão de um mundo, no seu entender, ultrapassada, mas admite a posição da CDU e

respeita-a. Com todos estes enunciados deveria concluir que se promove a saída de

Portugal do euro, embora não esteja de acordo, respeita as opiniões dos outros.

Manuel Borges – Disse que não estava à espera que a CDU fizesse outro tipo de

Moção, porque é a politica que tem feito nos últimos 30 anos e continua a fazer, são

iguais a si próprios competindo-lhe a si, que não é da CDU, levantar algumas questões:

- Ao longo da Moção fala-se muitas vezes em política de direita, questionando o que é

uma política de esquerda e qual o país que pratica essa mesma política e se era aquela

que os países de Leste praticavam antes da queda do muro de Berlim, então percebe.

- Mais acrescentou que mesmo com políticas de direita ainda estamos entre os 30 países

mais desenvolvidos do mundo, somos dos Países com mais direitos sociais, que não

existiam antes do 25 de Abril, somos dos países com mais direitos no emprego, apesar

da taxa de desemprego.

O mundo não é o mesmo de há 30 anos porque entretanto houve uma globalização

profunda em que hoje qualquer pessoa compra ou vende um produto em Portugal ou na

China, ou em qualquer outro país.

No entanto, parece-nos que com o texto da Moção, a melhor solução será sair do euro,

sair da Comunidade Europeia acabar com a globalização, assumam-no, que é o que

falta.

António Costa – Disse não concordar em que o Partido Comunista queira sair do euro

porque, o que quer é deixar de enviar dinheiro para a Europa e receber o que eles nos

enviam, está escrito na Moção e passa a citar “a suspensão das remessas do Estado

Português para o Orçamento Comunitário”, logo, o membro da Assembleia Francisco

Carromeu disse que o Partido Comunista vivia num outro mundo, mas vai ser um pouco

mais optimista dizendo que não vivem no outro mundo, mas é tempo de serem claros,

será que o Partido Comunista não sabe que é ao contrário? Que é a Europa que manda

dinheiro para cá, não somos nós que mandamos para lá?

Disse que o Partido Comunista queria ser o pai do 25 de Abril, e há pouco até disse que

o 25 de Abril era incómodo para o Partido Socialista, lembrando ao membro da

Assembleia Vicente Merendas, que também viveu o 25 de Abril, mas também recorda o

25 de Novembro.

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Presidente da Mesa – Interrompeu o membro da Assembleia António Costa dizendo

que se está a discutir a Moção “Por uma outra política” e como o Partido Socialista

apresentou uma Saudação sobre o 25 de Abril terá, então, ocasião para a discutir.

António Costa - Prosseguiu dizendo que esta deslocalização do tempo foi para dizer

que o Partido Comunista não está neste tempo, está noutro, e que a diferença temporal

às vezes confunde-se muito.

Lembra o 25 de Abril mas também recorda o 25 de Novembro e lembra-se de quem é

que queria alterar o 25 de Abril no 25 de Novembro, assim como se lembra de quem é

que esteve contra essa alteração, porque essa história de ser o pai e a mãe do 25 de Abril

é muito complicada.

Citou uma passagem da Moção “impondo a obrigatoriedade da incorporação da

produção nacional nos grandes projectos e para a taxação das importações e de apoio às

exportações” e perguntou quem é que dá este apoio, como é que é possível obrigar a que

se consuma só a produção nacional, “lógico que isto não é possível”, disse.

João Faim – Esta Moção é um pouco extensa e aceita essa observação, mas tem mérito

e esse mérito está patente e bem visível no conjunto de intervenções a que assistimos, é

clarificadora e define bem de que lado é que estamos e quem defendemos, porque

Moções do género solidariedade, compreendemos, coitadinhos dos desempregados e

dos excluídos socialmente, é fácil unanimismo, é fácil conseguirmos o consenso.

Quando se trata de discutir medidas e questões concretas aí é que se vê qual o lado que

defendemos, se é o lado dos Mexias, dos banqueiros, e do Espírito Santo, ou se é o lado

dos desempregados, dos professores em luta ou dos trabalhadores da Função Pública,

mais concretamente se é o lado daqueles que são explorados e excluídos.

Também se assistiu a um conjunto de intervenções que são típicas de quem sabe que

não tem razão, quando se evoca os países de Leste, a queda do Muro de Berlim, são

discursos de quem falta outros argumentos.

Tem a certeza de que a Moção contem 10 medidas, claras e objectivas, de combate ao

PEC e só não as percebe quem não quer.

Colocada a Moção à votação, foi a mesma aprovada por maioria com 17 votos a favor

da CDU, 12 votos contra, sendo 9 do PS, 2 do PSD, 1 do CDS/PP e 3 abstenções do BE.

O BE apresenta a seguinte declaração de voto:

“ O Bloco de Esquerda absteve-se na votação da Moção, embora esteja de acordo na

generalidade com o seu conteúdo, mas tem uma forma diferente de ver as questões

europeias, nomeadamente a suspensão das verbas nacionais para o orçamento da

comunidade, isso afectaria outros países mais pobres que o nosso e que ultimamente

aderiram à União Europeia. Também não concorda com a forma de dizer “os eleitos da

CDU” em vez de se dizer a Assembleia Municipal.”

“Saudação ao 25 de Abril”, apresentada pelo PS

SAUDAÇÃO

“Comemoram-se, no dia 25 de Abril, trinta e seis anos de uma data histórica.

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Depois de quase meio século de luta contra um regime ditatorial, o povo português, com

os capitães de Abril, construiu o seu destino em paz, liberdade e democracia.

ABRIL permitiu-nos a Constituição da República Portuguesa e a Implementação do

Poder Local, duas de muitas outras conquistas.

Assim, a Assembleia Municipal da Moita:

. Saúda os munícipes pela sua contribuição para a construção do regime democrático;

. Saúda os munícipes que exercem a sua cidadania como uma das conquistas de Abril.”

Colocada a Moção à discussão, intervieram:

Vicente Merendas – Disse que se trata de uma Saudação inócua, que não traduz o que

Abril nos trouxe e em consequência disso o nosso voto será a abstenção por respeito ao

25 de Abril.

Luís Morgado - Disse não considerar inócua a Saudação apresentada pelo Partido

Socialista, e até porque o Sr. Staline apresentou alguns documentos referentes à sua

prisão antes do 25 de Abril, salientando que também ele passou noites a preparar

documentação para o 1º de Maio de 1970, fazendo um pequeno resumo de como tudo se

passou na altura e contando, com pormenores, alguns dos acontecimentos da época.

Critica as confrontações verbais entre os elementos da Assembleia Municipal, fazendo

uma pequena descrição sobre o que é o Manifesto Comunista e explicando o quanto

apoia esta “Cartilha” e de seguida fez um pequeno historial sobre o assunto.

Colocada a Saudação à votação foi a mesma aprovada por maioria com 14 votos a

favor, sendo 9 do PS, 1 do PSD, 3 do BE, 1 do CDS/PP e 18 abstenções sendo 17 da

CDU e 1 do PSD.

“Saudação ao 1.º de Maio”, apresentada pelo PS

SAUDAÇÃO

1.º DE MAIO

“A Assembleia Municipal da Moita reunida em 30 de Abril de 2010, saúda todos os

trabalhadores portugueses no próximo dia 1 de Maio.

A Assembleia Municipal da Moita,

. Solidariza-se com as dificuldades sentidas em tempos de crise económica

internacional;

. Solidariza-se com os trabalhadores desempregados;

. Solidariza-se com os trabalhadores em situação de precariedade.

A Assembleia Municipal da Moita estará ao lado dos trabalhadores na defesa dos seus

direitos através de um sindicalismo prepositivo, democrático e plural.

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A Assembleia Municipal da Moita denunciará sempre situações de exploração laboral,

quer surjam no nosso país quer a nível internacional.”

Colocada a Saudação à discussão, intervieram:

Vicente Merendas – A Saudação refere que a Assembleia Municipal da Moita, estará

ao lado dos trabalhadores na defesa dos seus direitos através de um sindicalismo

prepositivo, democrático e plural. Os sindicatos são estruturas representativas dos

trabalhadores, são os trabalhadores que definem que sindicalismos querem que os

represente, daí estes adjectivos não fazerem sentido por isso irão votar contra.

José Pereira - Não concorda com esta solidariedade para com os trabalhadores

desempregados, porque foi despedido em Março de 2008 pelo governo do PS, de uma

empresa do Estado denominada Gestenave. Os trabalhadores não precisam de

solidariedade precisam é de acções que combatam o desemprego e isso o PS não tem

feito, por isso nunca poderia votar a favor esta Saudação.

Luís Morgado – Ao ler a Saudação entendeu que o PS da Moita se tinha unido contra a

sua direcção e daí ir votar a favor. Sobre sindicalismo prepositivo, democrático e plural

apenas falta o unitário, mas pensou que o PS Moita estivesse contra o Governo.

Colocada a Saudação à votação foi a mesma reprovada por maioria com 15 votos contra

da CDU, 13 votos a favor, sendo 9 do PS, 3 do BE, 1 do CDS/PP e 3 abstenções sendo

2 da CDU e 1 do PSD.

“Saudação ao 1.º de Maio de 2010”, apresentada pelo BE

MOÇÃO

SAUDAÇÃO AO 1.º DE MAIO DE 2010

1. “Tendo em conta que no congresso realizado em Paris em 1889 foi decidido

proclamar o 1º de Maio como Dia do Trabalhador, em homenagem à luta de

milhares de trabalhadores dos Estados Unidos da América, sujeitos a violenta

repressão policial durante a realização no centro industrial de Chicago, três anos

antes, de uma greve geral por melhores condições de trabalho e pelas oito horas

de trabalho diárias;

2. Atendendo a que no próximo dia 1 de Maio de 2010, ocorre o 36º Aniversário da

celebração do primeiro 1º de Maio celebrado em Portugal depois do 25 de Abril,

a maior manifestação alguma vez organizada no país e que consagrou a adesão da população ao novo regime que restituiu ao País a democracia;

3. Assumindo como conquistas civilizacionais os direitos económicos, sociais e

culturais consagrados na Constituição da República, nomeadamente o direito ao

trabalho e os direitos, liberdades e garantias dos trabalhadores (tais como o

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direito à formação de comissões de trabalhadores, o direito à liberdade sindical,

o direito à livre contratação colectiva, o direito à greve), bem como as

conquistas alcançadas com o 25 de Abril, com a institucionalização do salário

mínimo nacional, a generalização do subsídio de férias, do 13º mês, das pensões

de reforma e do subsídio de desemprego;

4. Considerando que o impacto no nosso País da actual crise internacional

decorrente da falência do modelo do capitalismo neoliberal (assente em medidas

de desregulação da actividade económica, de consagração do mercado como

mecanismo privilegiado de distribuição e repartição de recursos e riqueza, de

privatização de empresas e serviços públicos, de redução do Estado ao nível de

“Estado mínimo”, de redução dos direitos dos trabalhadores);

5. Tendo em conta que a grave crise que assola o País continua a provocar um

aumento do desemprego, tendo em conta que o nosso concelho está também a

ser fortemente afectado ao nível de residentes desempregados, contribuindo

assim para o aumento da exclusão social e da pobreza, num concelho sem

estruturas para combater este flagelo.

6. Tendo em conta que as manifestações e outras actividades previstas para o 1º de

Maio colocam a exigência de políticas de ruptura com as políticas seguidas nos

últimos anos por sucessivos Governos.

Os deputados do Bloco de Esquerda propõem que a Assembleia Municipal da Moita na

sua reunião ordinária de 30 de Abril de 2010, decida:

1.Congratular-se com a passagem dos 36 anos do 1º de Maio em Liberdade e saudar

todos os trabalhadores do País e do Concelho bem como os seus Sindicatos

representativos;

2. Solidarizar-se com todas as iniciativas que, neste momento de aprofundamento da

crise económica e social, promovam os direitos consagrados na Constituição da

República, muito em especial o direito ao trabalho;

3. Exortar os trabalhadores e os cidadãos em geral a participar nas manifestações e

outras acções comemorativas do 1º de Maio.

4. Enviar a presente moção à CGTP e UGT.”

Colocada a Moção à discussão, intervieram.

Francisco Carromeu – Felicita o BE e o autor do texto que está magnífico, concorda,

aplaude e irá votar a favor.

João Faim – Refere que, numa anterior intervenção, foi criticada a forma como os

eleitos da CDU apresentavam as Moções, neste caso, com tantas felicitações, pergunta

ao membro da Assembleia Francisco Carromeu se se passou para o BE?

António Chora –Não querendo entrar em polémica, esclarece que os membros do BE

propõem à Assembleia, o que é completamente diferente do texto apresentado pela

CDU, que diz: “os eleitos da CDU”.

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Colocada a Moção à votação foi a mesma aprovada por maioria com 29 votos a favor,

sendo 17 da CDU, 9 do PS, 3 do BE e 2 votos contra sendo 1 do PSD e 1 do CDS/PP.

“Moção em defesa dos serviços públicos” apresentada pelo BE

MOÇÃO

EM DEFESA DOS SERVIÇOS PÚBLICOS

“Considerando que:

O mal chamado PEC – Plano de Estabilidade e Crescimento – apresentado pelo governo

português em Bruxelas contempla a privatização de diversos sectores e - empresas

públicas, entre as quais os CTTs, a EMEF, a CP Carga e algumas linhas lucrativas da

CP, particularmente em zonas suburbanas;

- O sector ferroviário é tradicionalmente público mesmo em regimes conservadores,

pois essa é a única forma de garantir a homogeneidade dos transportes e comunicações

no conjunto do território nacional e o acesso às mesmas em regiões afastadas dos

grandes centros, como é o caso do Alentejo;

- As experiências neoliberais de privatização do sector ferroviário, nomeadamente em

Inglaterra no consulado Thatcher, produziram resultados desastrosos até em termos de

segurança, tendo custado imensas vidas humanas;

- A experiência alemã de privatização dos Correios ia originando um desastre social,

com as pretensões de acabar com estações e distribuições de correio não “rentável”, o

que levou o Governo a recuar nessa pretensão.

- A submissão estratégica de sectores vitais para um desenvolvimento regional e

nacional equilibrado e sustentável a objectivos de lucro rápido e imediato traduzir-se-á

inevitavelmente pelo fecho de novas linhas de comboio e estações de correios,

acelerando o processo de desertificação do interior.

- O congelamento de salários da Função Publica vai contra as necessidades de

crescimento da economia, é mais um sacrifício, para milhares de trabalhadores e um

rastilho de pólvora para que tais medidas se alastrem ao sector privado.

A Assembleia Municipal da Moita, reunida em sessão ordinária a 30-04-2010 decide:

1 – Manifestar a oposição frontal às medidas gravosas constantes do PEC, em especial

às ameaças de privatização.

2 – Apoiar a mobilização dos trabalhadores das empresas afectadas pelas políticas do

PEC, para que ofereçam um forte combate a tais medidas, na medida em que as mesmas

são contra o interesse nacional.

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Caso seja aprovada, esta Moção deve ser enviada à Presidência da República,

Ministérios da Economia, das Obras Públicas Transportes e Comunicações, Governo

Civil de Setúbal, Presidente da Assembleia da República e Grupos Parlamentares,

Administração e Sindicatos dos Trabalhadores dos CTTs, da EMEF, da CP e Função

Publica, bem como à comunicação social nacional, regional e local.”

Colocada a Moção à discussão, intervieram:

Francisco Carromeu – Tal como o BE também tem reservas sobre esta nova moda de

privatizações que para si são excessivas, mas não vive sozinho no mundo, nem Portugal

está sozinho na Europa, estamos num mercado que se altera todos os dias já vai

admitindo que sejam passadas para o sector privado muitas situações que julgava serem

exclusivas do público. Uma coisa é privatizar-se serviços e empresas, outra é perder-se

direitos e parecendo-lhe que isso não está em causa e consequentemente não lhe

desagradando o PEC actual, não vai votar favoravelmente a Moção.

Manuel Borges – Para quem não tem questões ideológicas não é fácil esta questão, do

ponto de vista mais agradável era desejável que a administração pública fosse o melhor

exemplo de administração, o que nem sempre acontece.

Por vezes aparecem Moções, como por exemplo a da não privatização da gestão da

água, fazendo com que menos áreas passem para o sector privado. Quanto ao sector das

comunicações ter passado para o privado possibilitou-nos uma abrangência de utilização

que não teríamos se estivesse provavelmente no público.

Há uns anos atrás falou-se que as autarquias iriam ter restrições aos gastos, as autarquias

revoltaram-se um bocado, referiu uma frase dita pelo presidente da ANMP, que dizia

“que havia 5 empresas públicas em Portugal, que deviam mais que todas as autarquias”,

que eram a RTP, a CARRIS, o Metro de Lisboa, o Metro do Porto e a CP, é evidente

que não podemos andar a pagar o que outros utilizam e do ponto de vista da melhor

gestão algumas das áreas deveriam passar para o sector privado que em muitas das

situações gerem melhor que o sector público.

Deu o exemplo da REFER que não é uma empresa que nos envergonhe, e neste

momento está com uma parceria privada, admitindo que algumas áreas têm de passar

para o privado, quais não sabe, mas nem sempre a gestão pública é melhor que a

privada.

Tita Maurício – Fez alguns comentários para clarificar a Moção apresentada pelo BE,

dizendo que a afirmação de que o sector ferroviário é tradicionalmente público é um

erro porque em Portugal, e não só este sector, foi criado por privados e posteriormente

nacionalizado.

Disse nunca ter percebido muito bem a expressão de regimes conservadores, porque não

os conhece, conhece regimes democráticos, regimes monárquicos e regimes

republicanos, depois apelidou-se a Margaret Thatcher de neoliberal, e isso não percebe,

então já não é conservadora, é liberal?!

Pergunta ao BE porque de todas estas empresas, em que não concordam com as

privatizações, não consta a EDP?

António Chora – Esclarece que não colocaram a EDP na Moção porque a consideram

mais que privatizada, é uma empresa em que o Estado gastou muito dinheiro para

alterar toda a rede de distribuição e depois a deu aos privados, temos a Rodoviária

Nacional que foi privatizada, hoje temos imensa dificuldade nos transportes e a um

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preço que as pessoas têm dificuldade em pagar. Por isso não defendemos a privatização

da CP tal como de outros serviços públicos. Também alguns privados não são um bom

exemplo, tais como os hospitais que são parcerias públicas ou privadas em que os

prejuízos têm ajudado a afundar o Orçamento Geral do Estado.

A questão do neoliberal e do conservador, para si existem regimes conservadores, assim

se designam muitos deles com políticas que hoje se tratam de neoliberalistas.

Vicente Merendas – Diz que a moção em si não traduz a ofensiva consignada no PEC,

verificamos que o PEC em si trata-se de um criminoso programa de privatizações que

inclui entre outras empresas a venda da componente seguradora do Grupo Caixa Geral

de Depósitos, da REN, dos CTT, da TAP, da ANA, da CP Carga e dos Estaleiros

Navais de Viana do Castelo.

O PEC não é a resposta que o país precisa, o PEC é o caminho para o desastre

económico-social, é uma opção feita pelos mais ricos e poderosos contra os direitos dos

trabalhadores do povo e contra os direitos nacionais e isto não está consignado na

Moção que só fala nas medidas gravosas constantes no PEC e em especial nas

privatizações, de qualquer forma a bancada da CDU não vai votar contra a Moção.

Colocada a Moção à votação foi a mesma aprovada por maioria com 20 votos a favor,

sendo 17 da CDU, 3 do BE, 2 votos contra sendo 1 do PS e 1 do CDS/PP e 9 abstenções

sendo 8 do PS e 1 do PSD.

PERÍODO DA ORDEM DIA

1 - Eleição do 1.º Secretário da Mesa da Assembleia Municipal.

Pela CDU foi apresentada a seguinte proposta de candidatura para a eleição do 1.º

Secretário:

“ Os eleitos pela Coligação Democrática Unitária (CDU) vem, por este meio, propor à

Assembleia Municipal da Moita, ao abrigo da alínea d) do art.º 14 do Regimento em

vigor, do órgão supra referido, a candidatura do eleito, pela CDU, Adriano Manuel

Soares Encarnação para 1.º secretário da Mesa da Assembleia Municipal da Moita.”

Não se verificando mais propostas, passou-se à votação por escrutínio secreto, de que

resultou a eleição de Adriano Manuel Soares Encarnação, com o seguinte resultado:

- 22 votos a favor

- 8 votos brancos

Nesta altura registou-se menos 1 voto, porque o membro da Assembleia Municipal

Serafim e Sousa já não de encontrava presente, tendo justificado a saída da sala e dos

trabalhos da Assembleia Municipal.

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2 – Alterações ao Regulamento do Conselho Municipal de Segurança dos Cidadãos

do Concelho da Moita.

Sobre o assunto em título foi, pelo Sr. Presidente da Mesa da Assembleia Municipal,

dada a palavra ao Sr. Presidente da Câmara:

Sr. Presidente da Câmara - Começou por saudar a Assembleia Municipal pela

apresentação e aprovação do Voto de Pesar pelo homem, cidadão e amigo que foi Jorge

Fatia.

No que se refere à proposta de alterações ao regulamento do CMSCCM, aprovadas por

unanimidade, em reunião daquele Órgão, realizada no passado dia 5 do corrente, as

mesmas incidem essencialmente no art.º 5.º, alíneas g), h), i) e l) e art.º 13.º.

No que cabe ao art.º 5.º é a adaptação de algumas das entidades componentes do

Conselho, à realidade de hoje.

No que toca à alínea l), o número de cidadãos diminuiu, porque a prática pautou-se pela

não participação.

A alteração proposta ao art.º 13.º, prende-se com o funcionamento e a forma de

desenvolvimento da actividade do Conselho.

Tendo em conta que o respectivo regulamento foi aprovado em anterior mandato, cabe

agora, somente, a aprovação das alterações propostas.

Colocada a proposta à discussão intervieram:

Tita Maurício – Esclarece que a alteração da alínea l) do artigo 5.º, n.º 1 reduz de 18

para 10 o número de cidadãos a designar pela Assembleia, mas reduz também um

critério de selecção que de alguma forma garantia uma representatividade de todas as

Freguesias.

Presidente da Mesa – Disse que a Lei determina que o número designado para o

Conselho Municipal seja de 18 no máximo, nos Conselhos Municipais anteriores optou-

se pelo máximo, mas por uma questão de eficiência resolveu-se que passaria a 10.

Por decisão da Assembleia as alterações propostas foram votadas individualmente, de

que resultou:

Art.º 5.º

Alínea g) – aprovada por unanimidade.

Alínea h) – aprovada por unanimidade.

Alínea i) – aprovada por unanimidade.

Alínea l) – aprovada por maioria com 30 votos a favor, sendo 17 da CDU, 9 do PS, 1 do

PSD, 3 do BE, 1 voto contra do CDS/PP e 1 abstenção do PS.

Art.º 13.º- aprovado por unanimidade.

3 – Designação de cidadãos indicados pela Assembleia Municipal de acordo com a

alínea l), do Artigo 5.º do Regulamento do CMSCCM

Presidente da Mesa – Apresentou a seguinte proposta:

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“Dando cumprimento ao ponto 3 da Ordem do Dia, e ao artigo 5.º do Regulamento do

Conselho Municipal de Segurança dos Cidadãos do Concelho da Moita, proponho que

as 10 pessoas designadas pela Assembleia Municipal sejam indicadas à Mesa do

respectivo órgão, pelas Juntas de Freguesia do Concelho, da seguinte forma: 2 pessoas

indicadas pelas Freguesias de Alhos Vedros, Moita, Baixa da Banheira e Vale da

Amoreira, 1 pessoa indicada pelas Juntas Freguesia de Sarilhos Pequenos e Gaio-

Rosário.”

Esta proposta tem fundamento no número de eleitores por cada Freguesia.

Colocada a proposta à discussão, intervieram:

Luís Chula – Disse que ficou confuso se é a Assembleia Municipal que deve propor os

cidadãos, não entendendo porque são as Juntas de Freguesia a propô-los, pensando que

deve haver qualquer lapso no seu entendimento ou na explicação do Sr. Presidente.

Presidente da Mesa – Esclareceu que se esta proposta for aprovada, a Assembleia

Municipal, delega nas Freguesias a indicação deste número de eleitores para fazer parte

do Conselho Municipal, é uma praxe que já tem acontecido neste órgão e esses cidadãos

só farão parte do Conselho depois da Assembleia ter sido informada, esta é a solução

mais rápida.

Tita Maurício – Disse perceber que se pretenda uma solução mais rápida, mas ele o

que pretende são soluções legais. O princípio da legalidade que obriga a Assembleia

Municipal e todos os Órgãos da Administração Pública, não permite pressupor essa

delegação de competências, logo se o Sr. Presidente disser que as Freguesias vão

apresentar e a Assembleia votar assim está bem, não é dar conhecimento, mas sim ser

votado.

Depois, a Ordem do Dia apresentada já determina a designação, sugerindo que o ponto

3 seja incluído na próxima sessão para se poder designar aqueles que irão ser

apresentados pelas Juntas de Freguesia, mas a competência é da Assembleia Municipal.

Manuel Borges – Pensou, ao ver a Ordem do Dia, que uma proposta iria ser

apresentada, apesar que seria difícil hoje aqui designar as pessoas, mas seria a forma de

levar todos os partidos a participar na designação desses membros. Verifica que,

aprovando esta proposta, será a CDU a indicar um maior número de pessoas, cabendo

ao PS designar apenas uma pessoa através da Freguesia de Sarilhos Pequenos.

Não lhe parece que seja uma situação ilegal mas não será a melhor solução, até porque a

CDU já tem apresentado propostas equilibradas para designação de pessoas através da

Assembleia Municipal, mas esta não lhe parece que seja a melhor solução, colocar a

questão a nível das Juntas de Freguesia quando a designação deveria ser da Assembleia

levando em conta os partidos nela representados.

Presidente da Mesa – Disse ser uma questão que fica em aberto, e na próxima reunião

ela poderá ser discutida e até aparecer outro tipo de proposta, não era isso que gostaria

que fosse mas se assim o é entendido, far-se-á.

Filomena Ventura – Referiu que a proposta apresentada pelo Presidente da Mesa não

está de acordo com o enunciado na Ordem do Dia.

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Tem dúvidas que a proposta possa ser direccionada desta forma, o mais correcto teria

sido o contacto com os representantes dos partidos com assento na Assembleia, poupar-

se-ia tempo e a decisão seria tomada imediatamente.

Esclareceu ainda que não tem nada contra o facto de serem duas pessoas de uma

determinada Freguesia, o que lhe interessa mesmo é a segurança do Concelho.

Presidente da Mesa – Sobre o comentário feito, o que tem a dizer é que no seu ponto

de vista institucional e em relação ao histórico deste Concelho, não gostaria de

partidarizar o Conselho Municipal de Segurança dos Cidadãos.

Confia em que as Juntas de Freguesia tenham isto em consideração quando indicarem

os membros para o Conselho, que sejam pessoas responsáveis e idóneas.

Filomena Ventura – Esclareceu que não põe em causa as pessoas que as Juntas de

Freguesia venham a indicar, acredita que vivemos em democracia, o que põe em causa é

se o Sr. Presidente deveria ter apresentado aquela proposta.

Presidente da Mesa – Disse que este assunto poderá vir a ser discutido na Sessão de

Junho quando indicarem os nomes, e que a Assembleia é soberana e poderá aprovar ou

reprovar, o que vai colocar à votação é a proposta, como metodologia de trabalho, com

a seguinte adenda:

“Os cidadãos indicados pelas Juntas de Freguesia serão eleitos pela Assembleia

Municipal.”

Luís Morgado – Em seu entender, a Assembleia Municipal ao delegar nas Juntas de

Freguesia os poderes contemplados no art.º 5.º e, posteriormente, tecer considerações

sobre a decisão de outros órgãos, é beliscar com pessoas e com a autonomia do Poder

Local.

Presidente da Mesa – Esclareceu que, no anterior Regulamento, o próprio Conselho

Municipal de Segurança decidiu que eram 3 membros por cada Freguesia, desta vez não

quis decidir remetendo essa decisão para a Assembleia, logo a Mesa da Assembleia está

aberta a propostas.

Filomena Ventura – Alertou que a Ordem do Dia fala de designação, portanto a

adenda de metodologia de trabalho está ferida em relação à proposta porque fala em

eleição, havendo designação não poderá haver eleição.

Foi mencionado o histórico para a eleição do Conselho Municipal de Segurança, então

referiria também o histórico em relação à Comissão de Protecção de Crianças e Jovens,

voltou a dizer que esta metodologia está ultrapassada e que seria bem mais fácil se

tivesse dado um telefonema a cada responsável por partido na Assembleia.

Presidente da Mesa – Registou com agrado o que o membro da Assembleia, Filomena

Ventura disse, mas o problema é a dificuldade de comunicação.

Seguidamente deu a palavra ao Sr. Presidente da Câmara:

Sr. Presidente da Câmara – Disse que a presente proposta mantém o espírito do que já

estava em vigor na alínea l), do art.º 5.º que estabelecia um máximo de 18 cidadãos de

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reconhecida idoneidade, a designar pela Assembleia Municipal, sendo 3 elementos por

cada freguesia e quando assim foi decidido houve o cuidado que esse número fosse uma

distribuição territorial de representantes no Conselho Municipal.

Desta vez pensou-se na redução, em face das dificuldades de funcionamento devido à

ausência de pessoas, reduzindo-se para 10 elementos e fazendo uma distribuição

conforme a dimensão da freguesia. O Conselho Municipal de Segurança é composto por

várias entidades sem qualquer referência política ou partidária.

Edgar Cantante – Disse que o artigo 5.º estipula que é uma competência da

Assembleia Municipal, a confusão é que a distribuição deve ser feita de 1 ou 2 pessoas

por cada freguesia, mas deve ser sempre feita pela Assembleia e assim respeita-se a lei e

o princípio da legalidade.

Filomena Ventura – Agradeceu a explicação dada pelo Presidente da Câmara,

percebeu como o Regulamento estava e como funciona o Conselho Municipal de

Segurança, mas alerta de que estamos no ponto 3 da Ordem do Dia, e volta a ler

“designação de cidadãos”, logo houve uma alteração ao Regulamento e o Sr. Presidente

da Câmara só diz que houve uma redução para 10 cidadãos de reconhecida idoneidade.

Se, por parte de quem constitui o Conselho Municipal, achar que estaria melhor

representado com 10 cidadãos, 2 das freguesias mais populosas e 1 das freguesias com

menor população, perguntou porque é que não se acrescentou uma alínea m).

Tita Maurício – Disse que chamou a atenção que esta proposta acabava com a

distribuição geográfica igualitária, não lhe parecendo que o critério de população seja o

mais adequado. Curiosamente esteve a rever as votações e reparou que foi o único a

votar contra, mais tarde é que todos repararam que a proposta não era a mais correcta.

As competências, segundo este regulamento, e corrigindo o Sr.Presidente da Mesa, não

foi o Conselho de Segurança que o elaborou, foi o regulamento que a Assembleia

impôs, porque quem tem competência para aprovar o regulamento é a Assembleia, e foi

a Assembleia que reservou para si 10 cidadãos que ela vai escolher, portanto o critério

de designação obedece a uma eleição, não pode haver designação.

O Sr. Presidente da Câmara falou que não está em causa a distribuição partidária porque

existem representantes de outras instituições, mas os representantes da Assembleia

Municipal têm que expressar aquela que é a política da Assembleia, o representante das

forças policiais ou centros de saúde têm uma função, os representantes da Assembleia

Municipal são exactamente para expressarem as opiniões políticas, mesmo que tenham

uma força maioritária, por isso não faz sentido e espera que o Sr. Presidente da Mesa

vele para que haja a representação de todos os partidos.

Presidente da Mesa – Como não se chegou a consenso, apesar da adenda, retira a

proposta, informando que vai convocar os cabeças de lista dos partidos com assento na

Assembleia Municipal, para uma reunião subordinada a esta matéria.

Assim sendo, o ponto 3 da Ordem do Dia foi retirado, para melhor análise e posterior

deliberação, na próxima sessão ordinária deste órgão, a realizar em Junho.

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4 – Proposta de Regulamento das Bibliotecas Municipais.

Foi presente a proposta infra transcrita, a qual a Câmara deliberou em reunião realizada

em 14.04.10, aprovar por unanimidade e submeter à Assembleia Municipal.

“ O actual Regulamento das Bibliotecas Municipais possui já alguns anos sendo

necessário proceder à sua revisão e actualização, tornando-o num documento orientador

das bibliotecas e da prestação deste serviço público. O documento que agora se

apresenta conta, desde logo, com o alargamento da sua aplicação a toda a rede de

bibliotecas municipais, definição da missão e orientações estratégicas para um melhor e

mais diversificado conjunto de serviços a prestar aos munícipes, bem como um

alargamento do período de funcionamento adaptado às características de cada

biblioteca.

Por outro lado, torna mais claro os direitos e deveres das bibliotecas municipais e dos

utilizadores, regulando o empréstimo domiciliário e a utilização dos documentos

bibliográficos e audiovisuais. Acresce, também, o facto de o novo regulamento

introduzir o empréstimo inter-bibliotecas, sendo um dos poucos regulamentos a nível

nacional a fazê-lo, e cuja possibilidade não fazia parte do anterior regulamento, sendo

esta uma questão relevante porque regulamenta o empréstimo entre as bibliotecas

municipais e a rede de bibliotecas escolares. Finalmente, remete para o RTTL da

Câmara Municipal da Moita o pagamento de taxas e licenças permitindo a sua

actualização anual.

Assim, proponho a aprovação pela Câmara Municipal do Regulamento das Bibliotecas

Municipais, e sua posterior submissão à Assembleia Municipal”.

Sr. Vice - Presidente da Câmara – Apresentou este Regulamento dizendo que ele é

simples na sua essência e nos objectivos que pretende atingir, o que está actualmente em

vigor já tem bastantes anos e este foi ajustado à realidade das Bibliotecas Municipais,

uma vez que hoje temos 4 Bibliotecas Municipais fixas, 2 sazonais, 1 na Baixa da

Banheira outra na Freguesia do Gaio-Rosário, que funcionam no Verão, e 16

Bibliotecas escolares, o que num Concelho com a dimensão territorial do nosso é

bastante significativo.

A relação entre esta rede de Bibliotecas e as suas normas de funcionamento precisava de

ser reajustada e compilada num novo Regulamento, daí o objectivo do documento que

foi preparado e apresentado, não introduz nenhuma novidade daquilo que é normal

numa Biblioteca pública, o que faz é essa adequação à realidade de hoje.

Colocada a proposta à discussão intervieram:

Tita Maurício – Fez uma critica à técnica legislativa, porque aquilo que faz com que as

pessoas tenham dificuldade no cumprimento das normas é quando elas são complexas e

densas, como estas, em termos de palavreado.

O exemplo daquilo que viu foi o ajuste à oferta das novas tecnologias que a Biblioteca

faz.

No artigo 5.º da anterior versão falava-se numa coisa básica que era, “o utilizador tem

direito a circular livremente em todo o espaço público da Biblioteca”, logo ficou

complicado com o artigo 18.º, quando diz: “ Circular livremente no espaço público das

Bibliotecas Municipais, bem como utilizar todos os recursos e serviços de livre acesso

colocados à sua disposição, nomeadamente os catálogos automatizados existentes”, se

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em determinada altura tivermos outro tipo de oferta em termos de catálogos, já terá de

ser criada uma adenda ou um Regulamento próprio para isso.

Simplifique-se e não se queira regulamentar tudo, criem-se os direitos e depois o resto

funciona, passou-se de um regulamento que tinha 12 artigos para um que tem 29, será

que os utentes vão ler este Regulamento?

Colocado o Regulamento à votação foi o mesmo aprovado por unanimidade.

5 – Relatório e Contas de 2009 da Câmara Municipal da Moita.

Foi presente a proposta infra transcrita, a qual a Câmara deliberou em reunião realizada

em 14.04.10, aprovar por maioria com três votos contra e uma abstenção e submeter à

Assembleia Municipal.

“Em conformidade com o estabelecido na alínea e) do n.º 2 do artigo 64.º da Lei n.º

169/99, de 18 de Setembro, foram elaborados o Relatório de Gestão e os Documentos

de Prestação de Contas relativos ao ano de 2009, pelo que se submete os mesmos a

apreciação e votação da Câmara Municipal, para posterior aprovação pela Assembleia

Municipal”.

Sr. Presidente da Câmara – Esclareceu que se trata do Relatório e Contas, em que

pouco mais de dois terços da sua actividade é do mandato anterior.

Disse que este relatório refere aquilo que são as dificuldades que passamos actualmente

no País e no Município, realçou o esforço que tem sido feito no Município no

aproveitamento de iniciativas e de candidaturas, como por exemplo a dos Bairros

Críticos, com o lançamento da candidatura ao Programa Operacional da Região de

Lisboa e Vale do Tejo que dá continuidade à candidatura Vale Construir o Futuro,

Operação de Conservação da Zona Ribeirinha na perspectiva da continuidade do Polis.

Na área da educação, o fornecimento de refeições que foi feito nas escolas já em 2009, o

apoio social ao tentar colmatar as carências cada vez maiores das nossas crianças,

resultantes das condições sociais; actividades culturais e de património das Bibliotecas;

de referir o trabalho feito no Departamento de Planeamento e Gestão Urbanística sobre

o processo de Revisão do Plano Director Municipal; ao nível do ambiente, o

abastecimento e tratamento de águas residuais públicas nas intervenções feitas tentando

servir melhor as populações, também na educação e sensibilização ambiental a relação

com as escolas na formação dos futuros cidadãos.

Em termos do Orçamento mantém-se a capacidade de cumprir com os compromissos no

pagamento em 77 dias, apesar do decréscimo das receitas no município com especial

significado nos impostos indirectos, nomeadamente no que se prende com a actividade

urbanística, nos impostos directos com incidência sobre o IMT.

A nossa capacidade de execução fica mais uma vez aquém do que tínhamos previsto,

mas apesar do agravamento das despesas temos conseguido manter o serviço à

população.

Colocada a proposta à discussão, interveio António Chora em nome do BE.

“Cabe-nos hoje apreciar o trabalho da Gerência da autarquia no último ano do anterior

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mandato.

Se tal apreciação tivesse em conta o primeiro parágrafo do relatório, diríamos que o

mesmo era paupérrimo, pois ao afirmar cito “A actividade desenvolvida neste ano de

2009 inclui a gestão de dois mandatos” fim de citação a Gerência CDU apresenta para

os tais dois mandatos, fraco trabalho.

Segue-se uma apreciação da situação política da crise económica nacional e

internacional com a qual estamos genericamente de acordo.

No ponto 5 da introdução podemos ler cito “O enquadramento das dificuldades e as

restrições ao investimento e desenvolvimento tiveram tradução no concelho da Moita e

obrigaram a um esforço sério e rigoroso no âmbito da contenção da despesa e da

recuperação de receitas” fim de citação de seguida podemos ler cito “que tornaram

inevitáveis actualizações de taxas e outros encargos para as populações” fim de citação,

esta é uma afirmação que parece ter sido retirada do relatório do PEC do Ministro

Teixeira dos Santos.

Também este ministro prefere falar em actualizações sempre que se trata de aumentos, e

a Gerência deste município tem sido pródiga nos aumentos de taxas apesar da crise que

afecta os munícipes.

Segue-se um relatório de obra feita ou em fase de execução, toda ela ligada ao

PROQUAL quer coisa, PORqual quer coisa, toda ela fortemente subsidiada, o que

contraria de certa forma as afirmações anteriores de cortes e faltas de apoios centrais,

que na realidade há muito existem fruto da não aplicação da Lei das Finanças Locais.

Segue-se no relatório uma relação do tapar de alguns buracos nas ruas do concelho e

outras remodelações em património municipal.

Educação

Apreciamos o trabalho da Gerência da autarquia nos projectos educacionais descritos e

verificamos a continuação dos apoios concedidos aos estudantes mais carenciados,

através da descentralização há muito acordada entre o Governo Central e as autarquias,

com a respectiva transferência de verbas.

É claro que em tempos de crise aparecem mais pedidos de apoio a que a Gerência tem

dado resposta, renegociando os preços de refeições como já foi aqui referido e utilizando

algumas das receitas próprias, oriundas da elevada carga fiscal aplicada no concelho,

nomeadamente o IMI.

Cultura

Este é um campo em que a Gerência da autarquia tem tido um trabalho que apreciamos,

independentemente das opções e ou alternativas que possamos ter.

Tal trabalho é possível graças aos espaços criados tanto nas bibliotecas municipais como

no Fórum José Manuel Figueiredo.

Desporto

No que ao desporto diz respeito, assistimos exactamente ao contrário do que se passa

com a cultura.

As opções da Gerência do Município têm sido o apoio a algumas cito “Actividades

Pontuais” fim de citação e é efectivamente disto que se trata, pois ao contrario do que à

cultura diz respeito, este é um concelho (senão o único do distrito) em que as infra-

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estruturas desportivas, ou não existem ou as que existem estão ao nível das existentes em

Abril de 1974, pode a Gerência falar nas piscinas de Alhos Vedros que veio substituir o

tanque de aprendizagem da Moita, ou mesmo do Campo Municipal do Vale da

Amoreira, pequenas Obras para um Concelho onde os cidadãos continuam a procurar

aulas de natação por orientação médica ou por puro desporto nos concelhos vizinhos e

onde centenas de crianças continuam a praticar futebol enterradas em lama até ás

canelas.

Património

Neste sector anotamos que as opções da Gerência pela defesa do Património estão

essencialmente viradas para as artes tauromáquicas num Concelho de tão ricas heranças

patrimoniais, que vão do Rio à cortiça, do sal à agricultura, dos barcos típicos ao

património histórico dos operários corticeiros, salineiros e operários químicos e

metalúrgicos. Esta fixação nas questões tauromáquicas, são opções da Gerência, que a

generalidade das colectividades critica à boca pequena

Assuntos Sociais

Neste campo aparece mais uma vez um relatório das actividades realizadas em parceria

com outras entidades e é de realçar o trabalho realizado, no “Projecto Entre Nós”

integrado no (Progride Medida 1). Neste aspecto praticamente todos os projectos são

importantes, seja juntos das comunidades imigrantes seja nos apoios ás IPSS .

Salientamos como positivo o esforço feito no arranque da Universidade Sénior, apesar

da sua centralização na Moita, o que como sabemos não é o mais adequado para um

concelho em que os transportes públicos são escassos e caros.

Habitação

No capítulo da habitação, salientamos a pobre intervenção da Gerência no sector

privado, apesar da existência de programas de apoio à recuperação.

Se é verdade que alguns dos proprietários tem mais dificuldades que alguns dos

inquilinos, também é verdade que devem estes proprietários mais que intimidados,

serem esclarecidos e apoiados nas candidaturas aos programas RECRIA, RECRIPH e

SOLARH em sessões de esclarecimento ou outros materiais de apoio e os inquilinos

serem também esclarecidos dos seus direitos.

A verdade é que politicas do género de “isto não é connosco é obra a cargo ou à

responsabilidade de”, também aqui tem contribuído para a continua degradação do

parque habitacional privado, num concelho onde continuamos a ver cidadãos a viver em

pátios miseráveis.

Mais uma vez referimos que (não sabemos se porque a obra realizada pela Gerência da

autarquia ser pequena, se por outro qualquer sindroma de grandeza) a utilização de e

vou soletrar, treze mil setecentos e setenta e cinco toneladas de Cal é efectivamente

obra, 13.775 toneladas de cal equivale a mais de 600 camiões com uma capacidade de

carga de 40 toneladas.

É possível que mais uma vez corrijam este número, ou será o mesmo copy past da

tonelagem de 2008?

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Urbanismo

De salientar e cito “um específico acompanhamento dos trabalhos referentes à execução

das passagens desniveladas e restantes intervenções efectuadas

pela REFER na linha do Alentejo, troço-Praias Sado-Barreiro” fim de citação,

acompanhamento que levou a uma obra que obriga a maioria dos habitantes da Zona Sul

da Baixa da Banheira a terem que ir a outra freguesia sempre que se desloquem a

alguma das zonas comerciais instaladas na periferia ou à zona Norte da dita freguesia,

passagens desniveladas que estão a contribuir para a “morte comercial e desertificação

humana da rua 1º de Maio ex rua 13”. Para acompanhamentos destes é caso para dizer

que mais vale fazer obra desacompanhado.

Ambiente

Como o próprio relatório refere neste campo cito “deu-se continuidade ao processo.”

fim de citação, foram arranjadas algumas floreiras e desobstruídos algumas centenas de

colectores, tal como foram limpos alguns eucaliptos uma árvore como todos sabemos

muito amiga do ambiente.

Salientamos de forma positiva a continuação dos projectos de sensibilização ambiental.

Comunicações e Transportes

Neste campo só pode ser ironia a afirmação cito “As potencialidades de

desenvolvimento do concelho e as anunciadas infra-estruturas para a região têm

resposta adequada no planeamento concelhio concretizada no Plano Director

Municipal” fim de citação, e só pode ser ironia pois todos sabemos o que se preparava

para a Quinta das Fontainhas em termos de projectos e nada tinha a ver com o afirmado.

Na Rede Viária, já não se fala em evitar consequências negativas para os munícipes, as

referências da Gerência são as de evitar cito “consequências muito negativas para os

munícipes.” Fim de citação.

Recursos Humanos

Salientamos como positiva todas as alterações introduzidas neste capítulo e que visem a

melhoria do ambiente e das condições de trabalho dos trabalhadores da autarquia.

Refere a Gerência que foram utilizadas cito” Participaram em formação profissional 385

trabalhadores, num total de 1567,5 horas de trabalho” fim de citação.

Aqui quero recordar que está esta formação muito aquém da necessária se tivermos em

conta que a média é de pouco mais de 4 horas por trabalhador, ficando por isso bastante

longe das 35 horas exigidas pela legislação laboral e reivindicada pelos representantes

dos trabalhadores.

Actividades Económicas e Turismo

Neste capítulo a Gerência apresenta-nos um rol de feiras que vão da área Industrial à

Equestre, passando pela Canina, com a importância que cada uma delas tem para o

Concelho.

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Informação e Relações Públicas

Aqui, como dissemos por altura da aprovação das Opções do Plano para 2009 verificou-

se em ano de eleições uma actividade publicitária que passou pela edição de vários

boletins, levando mesmo vantagens em relação ao governo no que diz respeito ao

SIMPLEX com a criação de cito “ um canal no Youtube com 4511 exibições dos 22

vídeos disponibilizados), para a divulgação e promoção do Município;

A adesão às redes sociais (Twiter) canal de acesso livre e de partilha de Informação.”

Fim de citação.

Democracia Participativa

Curioso conceito de Democracia Participativa o exposto nesta introdução, continua a

Gerência a entender como Democracia Participativa a auscultação que faz sobre a sua

obra realizada ou em falta, quando o conceito é exactamente o contrário, ou seja

consultar os munícipes sobre que prioridades, o que fazer, que verbas adjudicar para tal

fim.

Bom mas quando comparado com a introdução do Relatório e Contas de 2008, já não

vimos referencias à Democracia Participativa Simplex.

Para finalizar:

Estamos convictos que o poder central tem grandes responsabilidades na crise

económica e social que afecta os portugueses, e necessariamente os munícipes do

Concelho da Moita. Mas este facto só nos leva a concluir que é necessário criar

mecanismos e medidas de carácter social alternativas, de apoio a todos os que, cada vez

mais, precisam da solidariedade da sua autarquia, para ultrapassarem as situações

difíceis que atravessam.

Tendo votado contra as Opções do Plano para 2009, a realização desse Plano pela

Gerência veio dar-nos razão, mas porque hoje não estamos aqui a avaliar o Plano, mas

antes o Orçamento e como foi levado à pratica e porque os números são o que são e a

sua fiscalização compete ao Tribunal de Contas, chamamos apenas a atenção para os

novos números da divida a curto prazo, ou seja as dividas a fornecedores.

Por todas estas questões o nosso voto será a abstenção a este Relatório e Contas de

Gerência da autarquia da Moita”.

Vicente Merendas - Ouvindo a intervenção do membro da Assembleia António Chora

dá-lhe a sensação que ele não vive neste Concelho.

Analisando o Relatório e Contas, o que ressalta é o muito trabalho realizado no

Concelho, acredita que não tenha sido plagiado pelo Ministro Teixeira dos Santos nem

feito à mesa num jantar com qualquer Ministro.

O que traduz este Relatório é o esforço sério e rigoroso na contenção de despesas

mesmo com os vários condicionamentos a gestão da CDU prosseguiu a melhoria do

serviço público e da coesão social.

Aliás como se pode comprovar nas mais diversas áreas, Cultura, Desporto, Assuntos

Sociais, Urbanismo, Espaços Públicos, Educação das Actividades Económicas e

Turismo, também se destaca o números de eventos de âmbito Concelhio e Regional e

alguns de âmbito Nacional.

O Relatório e Contas faz uma referência, e bem, ao quadro de degradação de vida e de

trabalho dos trabalhadores do Concelho e dos trabalhadores em geral.

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A visão centralista do Governo que continua a apostar em restringir a autonomia

administrativa e financeira das Autarquias e o não respeitar a Lei das Finanças Locais,

com todas as consequências para o desenvolvimento de politicas locais viradas para o

bem estar das populações.

Deparamo-nos com um conjunto de problemas muitos dos quais ultrapassam a gestão da

Câmara Municipal e dela não dependem.

Mas a CDU tem seguramente o dever de assumir a identificação e a reivindicação para

que esses problemas sejam resolvidos, e isso fê-lo através da apresentação de propostas

no PIDDAC.

O que aconteceu, mais uma vez, é que todas as opções e propostas apresentadas para o

Concelho, para melhorar as condições de vida da população foram completamente

ignoradas pelo governo.

Claro que não foi só o Concelho da Moita, o investimento apontado no PIDDAC de

2010 para o Distrito registou um corte de 83%, passou de 178 milhões de euros em

2009 para 30 milhões de euros em 2010.

Mas a quebra no plano nacional foi de 25%, isto é bem revelador como o Governo

acentua o abandono a que pretende votar o Distrito e o nosso Concelho.

Apesar de tudo temos um Concelho reconhecido, respeitado e onde dá gosto viver.

Crê que a gestão CDU do Concelho da Moita se pode orgulhar de estar associada ao que

de mais genuíno o poder local assume enquanto conquista de Abril.

Espaço de realização e luta pela melhoria das condições de vida da população, factor de

mobilização e contribuição cívica, espaço de participação e de democracia como está

contemplado no Relatório e Contas.

António Costa – Percebe o entusiasmo do membro da Assembleia Vicente Merendas,

mas não aceita que diga que o poder central se esqueceu do Distrito de Setúbal, só se

expressa assim quem está pouco atento.

A verdade do Concelho da Moita é aquela que temos repetido todos os anos, a Câmara

Municipal da Moita não tem dinheiro, teve uma receita global de 27 milhões de euros ao

longo de 2009 e teve uma despesa corrente de cerca de 24 milhões de euros e o resto foi

para despesa de capital e nessa despesa de capital ainda amortizou 1. 200 mil euros de

empréstimos bancários.

A Câmara não tem capacidade para fazer qualquer obra a não ser que essa seja

financiada pelo Estado ou pela Europa a fundo perdido.

E passa a referir que da forma como este Executivo gere a Câmara não se consegue ir a

lado nenhum, como diz o PS há muitos anos não se vão fazer obras e os terrenos não

serão vendidos, mas continua-se a colocar tudo isto nos documentos e a dizer às pessoas

que se vai melhorar a rede de água do Penteado e fazer outras obras.

O que se pede é que a CDU utilize um discurso real e não demagógico.

Edgar Cantante - Compreende os argumentos defendidos pela CDU dizendo que no

Concelho da Moita dá vontade viver, tudo corre bem a oposição é que nunca tem razão.

Este ano não foi utilizado o argumento que o Governo cortou esta ou aquela verba, a Lei

das Finanças Locais que vem do Poder Central é aplicada em todo o País, conhece

muitos Concelhos e ao contrário daquilo que disse o membro da Assembleia Vicente

Merendas em que no Concelho da Moita dá gosto viver, a ele parece-lhe o contrário e

para isso basta ver o centro histórico de Alhos Vedros.

Questiona como é possível que o Concelho da Moita aplique 76,1% do seu Orçamento

em pessoal, bens e serviços, restando-lhe apenas 25% e com este valor como é que é

possível fazer mais, não o é.

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É necessário equacionar uma série de situações, porque até aqui vivemos no tempo das

vacas gordas mas agora é diferente.

Mais acrescentou que, na página 125, existe uma verba que tem a ver com

comunicações no valor de 457.441 euros por ano; gostaria de saber se isto tem a ver

com telefones ou correios.

Luis Morgado – Diz que o Concelho da Moita deu grandes saltos positivos durante

muitos anos mas depois estagnou, e esta explicação encontra-se nos números

apresentados. Tem dúvidas que se houvessem obras aprovadas pelo PIDDAC se a

Câmara teria capacidade para pôr o restante, e também a Associação Nacional de

Municípios alerta que há distribuições selectivas por parte do Poder Central.

Não sabe se os valores em relação ao Distrito são os que o membro da Assembleia

Vicente Merendas disse, mas até entre Câmaras do Distrito se assiste a essa

selectividade.

Questionou que, entre os vinte e sete processos que decorrem em tribunal aparece uma

verba de 300 e tal mil euros, relativa a 50% do valor das indemnizações que se prevê

que a autarquia possa vir a suportar com os processos judiciais, caso os venha a perder,

parece-lhe que nos últimos anos a Câmara tem perdido alguns processos, como é que se

chega a isto?

Manuel Borges – Na página 49, na alínea d), diz que o “rácio dos passivos financeiros,

incluindo o valor dos passivos excepcionados para efeitos de cálculo do endividamento

líquido, em percentagem da receita total superior a 300%”, aparecem dois valores e

depois aparece uma percentagem de -5,08%. Se formos ao documento do ano transacto,

com valores idênticos, o valor é de 80%, existe uma diferença de cálculo gostaria de

saber porquê?

Leu o ponto 2, da página 1, referindo que concorda com o que está escrito e que afinal a

crise não é só nacional, mas até mundial. Fica satisfeito por alguém da Câmara

reconhecer isso.

Verificou que neste documento não é tão patente o dizer o governo não deu dinheiro, já

não olha muito aos números porque os mesmos repetem-se de ano para ano. O

Orçamento da Câmara é feito a partir do dinheiro do governo central e dos impostos,

porque dinheiro captado pela Câmara é muito pouco.

Depois, na página 43, refere-se que foram introduzidas diversas medidas sociais, pelo

governo, que traduziram num significativo aumento de encargos no orçamento corrente,

tais como auxílios económicos para os transportes e refeições escolares, abonos de

família e o aumento de 2,9% nos índices salariais. A Câmara, se o Governo não tem

tomado estas medidas, já não precisava de aumentar o Orçamento e ainda bem que os

aumentos não foram aqueles que a CGTP pedia senão ainda seria pior.

Sr. Presidente da Câmara – Informa que está presente nesta sessão o Chefe da Divisão

de Gestão Financeira, Dr. Jorge Gonçalves para qualquer esclarecimento necessário.

Sobre as questões colocadas, quando se fala em custos das comunicações, falamos na

rede de computadores que estão todos ligados entre si, as delegações municipais, os

correios, telemóveis e as bibliotecas, engloba tudo isso.

Em relação aos processos judiciais perdidos não tem sido isso que tem acontecido com

o Município da Moita, diz-se muita coisa mas o que é preciso é analisar e saber que tem

que haver uma bolsa de risco para qualquer eventualidade.

Sobre a questão dos rácios não tem o Relatório de 2008 mas as regras são as mesmas,

são as definidas no POCAL.

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Quanto aos dinheiros da Administração Central, concordamos com as medidas sociais,

só que elas são feitas pelos Municípios. O Governo decreta uma medida mexendo nos

bolsos dos outros, vir para a televisão falar delas é uma medida política mas com os

dinheiros dos Municípios.

É referido que esta Câmara não gera receitas, são as transferências da Administração

Central e os impostos, mas o que é a estrutura legal dos Municípios, são impostos

directos os indirectos, as taxas e licenças. Qual é a Câmara, a não ser as que têm as

receitas do Turismo, que têm essa capacidade?

Colocada a proposta à votação foi a mesma aprovada por maioria com 17 votos a favor

da CDU, 11 votos contra sendo 9 do PS, 1 do PSD, 1 do CDS/PP e 3 abstenções do BE.

A bancada do PS apresentou a seguinte declaração de voto:

“ Os eleitos do Partido Socialista na Assembleia Municipal da Moita no momento da

votação das Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2009, afirmaram que aqueles

documentos estavam em linha com o modelo de desenvolvimento assumido pela CDU

para o concelho da Moita desde há mais de três décadas. Um modelo assente na

ausência de uma verdadeira estratégia de efectivo e eficaz desenvolvimento, que

continuava a acentuar as assimetrias do Concelho, baseado nas evidentes desigualdades

da distribuição dos investimentos e nos claros contrastes no quotidiano das

oportunidades.

Mais dissemos, que dificilmente acharíamos possível a criação de qualquer tipo de

consensos no sentido de reequacionar o nosso território, transformando-o num Concelho

de Excelência, pois, entendíamos e entendemos, que a CDU não pretendia, e não dá

sinais de pretender, avançar nesse sentido. Nunca a maioria da CDU quis partilhar as

ideias e a gestão do município com a oposição e discuti-las connosco. Limita-se à

apresentação das mesmas no momento da votação, como factos consumados.

O documento agora apresentado, reflecte uma vez mais, um paupérrimo

desenvolvimento, cumprido apenas naquilo a que os munícipes não podem deixar de

pagar; uma elevada despesa corrente com os seus recursos internos, que quase

consomem as receitas correntes, sem que disso resultem mais-valias evidentes para a

população do concelho. Em resumo, limita-se ao cumprimento dos “serviços mínimos”

que uma câmara tem de prestar aos seus munícipes, na continuidade da inexistência de

verdadeiras medidas estruturantes que levem ao relançamento da economia local e da

implementação da tão proclamada dinâmica e competitividade do Concelho.

Por último e mais uma vez, verifica-se que a habitual rubrica de receita de venda de

solo, num valor muito significativo do total estimado das receitas de capital, não se

concretiza, ilustrando a justeza das nossas críticas então efectuadas. O Orçamento e o

Plano não foram uma vez mais realistas e exequíveis.

Assim, o voto da bancada do Partido Socialista nesta Assembleia, não pode ser o

resultado de uma mera análise de deve e haver, sobre o Relatório e Contas do exercício

de 2009 desta Câmara de maioria e exclusiva responsabilidade da CDU.

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O nosso voto é um voto político, de quem não concorda com as opções seguidas e não

quer ser cúmplice de políticas erradas que mantêm este concelho na cauda da qualidade

de vida e do desenvolvimento da Área Metropolitana de Lisboa, sobretudo quando

comparado com os concelhos limítrofes, alguns deles sob gestão da mesma força

politica.

Por tudo o exposto, para os deputados do Partido Socialista nesta Assembleia

Municipal, o seu voto não pode ser outro senão o de ser contra este Relatório e Contas

de 2009.”

6 – Actos da Câmara

Foi presente um documento que relata a Actividade Municipal que medeia esta Sessão e

a Sessão Ordinária anterior.

Foi, ainda, presente um documento que faz a discriminação dos processos judiciais

pendentes onde a Câmara é interveniente, e o ponto da situação de cada um deles.

Sr. Presidente da Câmara – Disse que como o documento foi distribuído está à

disposição da Assembleia para qualquer esclarecimento.

António Chora – Lembrou que em anteriores Assembleias informou que na Rua

Professor Luis Gomes foi edificada uma habitação que tem um semáforo debaixo da

varanda, tendo as pessoas dificuldade em circular, ficou à espera que a Câmara lhe

desse uma resposta mas até agora nada lhe disseram.

Outro assunto tem a ver com o passeio da passagem de nível da Baixa da Banheira, que

está todo degradado, existe no local uma placa que também já se encontra danificada,

que diz que a obra é da responsabilidade da REFER, é um assunto que também não se

resolve e a população é que sofre as consequências.

No inicio da Rua Alexandre Herculano foi feita uma edificação nova e a caixa da

TVCABO ficou no meio do passeio, sendo um perigo principalmente para os invisuais;

já lá estiveram os trabalhadores da empresa a fazer outros serviços e a caixa continua no

mesmo sítio. Pergunta se a Autarquia não pode dar resolução a este assunto.

Edgar Cantante – Perguntou, sobre a aprovação do PDM pelo Governo, em que é que

consistiu, quais os cortes que houveram e se continuou a estar contemplada a Quinta da

Migalha?

Sobre a taxa de tratamento de esgotos da ETAR que foi aprovada nesta Assembleia, foi

dito que era igual no Barreiro, mas parece-lhe que o Barreiro não a está a aplicar,

compreende as dificuldades do Município, mas não entende porque é que se está a

cobrar uma taxa de uma coisa que só vai estar pronta daqui a dois anos.

Chama novamente a atenção para a degradação dos edifícios da zona histórica de Alhos

Vedros, da passadeira junto aos correios, do arranjo das rotundas da Fonte da Prata e da

obra feita no Moinho de Maré onde a Autarquia gastou bastante dinheiro e a tinta já está

a cair das paredes.

João Faim – Informou que junto à escola do 1.º ciclo do Bairro da Caixa, está uma

viatura que ardeu há várias semanas, gostaria de saber porque é que ainda não foi

removida.

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Luis Chula – Solicitou que os serviços municipais validassem a informação que está no

site da Câmara Municipal, em relação aos números de telefone, porque muitos deles não

estão correctos.

Disse que o estacionamento em toda a Moita é difícil, mas refere-se mais ao Palheirão,

onde existe um terreno entre os prédios em que algumas pessoas depositam lixo, os

serviços da Câmara de vez em quando passam por lá e retiram, sugere que no local

fosse feito estacionamento porque existem ali dois ginásios e alguns cafés e por vezes os

carros têm de estacionar em cima dos passeios.

Luis Morgado – Realizou-se uma Conferência de Imprensa promovida pelo Executivo

da Câmara sobre a aprovação do PDM, gostaria de conhecer com detalhe o documento,

nomeadamente a parte relativa à deliberação dessa aprovação, porque acha que todos os

membros da Assembleia devem conhecer a nova Carta do Concelho.

Gostaria também de ser esclarecido, documentalmente, sobre as investigações e a parte

que deliberou o seu arquivamento.

Presidente da Mesa – Disse que leu no Jornal da Moita que a DECO tinha feito um

inquérito de satisfação à recolha dos Resíduos Sólidos ao nível do país e que a Moita

ficou em 4.º lugar a nível nacional, gostaria de saber o que a Câmara tem a dizer sobre

isto.

Sr. Presidente da Câmara – Informou que a revista Proteste, da DECO, afirma isso

mas nada mais sabem sobre o assunto.

O membro da Assembleia António Chora disse que das perguntas feitas na anterior

Assembleia não recebeu resposta por escrito, porque a Câmara só dá resposta por escrito

ao que aqui é dito se for solicitado pelo Presidente da Assembleia.

Sobre o assunto do semáforo o projecto seguiu o alinhamento da casa que já lá estava.

Com a REFER, a Câmara teve uma reunião há mais de três meses, onde foram

levantadas muitas situações, a REFER aceitou algumas e ficou de entrar em contacto

com a Câmara, estamos à espera que o faça e se não se concretizar a Câmara tomará

uma posição pública.

A questão da Rua Alexandre Herculano presume que tem a ver com instalações

efectuadas há vários anos, irá verificar o que se passa.

Quanto ao PDM, de acordo com a legislação em vigor em 2008, os Órgãos Municipais

decidiram aprovar os instrumentos correspondentes ao planeamento e ordenamento do

território, nomeadamente os Planos Municipais.

Durante muito tempo houve sempre um desacerto de opinião entre o entendimento da

CCDR e da Câmara. Após várias reuniões decidiu-se submetê-lo ao Conselho de

Ministros, o que resultou na sua aprovação com publicação no Site do Conselho de

Ministros e no Diário da Republica.

Quanto aos documentos, foram distribuídos na Assembleia do anterior mandato, assim

que for aprovado será colocado na Internet e disponibilizado aos membros da

Assembleia Municipal.

Tanto a Câmara Municipal da Moita como as oito Câmaras que fazem parte da Simarsul

assinaram há anos um contrato de concessão do sistema multimunicipal onde os

municípios são os pagadores, têm 49% do capital, sendo os 51% da Águas de Portugal.

As Câmaras assinaram esse contrato de concessão onde era feito um escalonamento ao

longo dos anos, progressivo em relação ao que seriam os consumos previstos com as

águas residuais, estando ou não já em funcionamento as ETAR’s. O Município da

Moita, em 2008, teve encargos que rondaram os 200 e tal mil euros, antes já tinha tido

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mais de 40 mil euros, em 2010 já são de 1.400 mil euros, por isso este ano

implementámos a tarifa porque os encargos já vão altos e o Município não os pode

suportar.

Sobre os edifícios em risco a Câmara deve notificar os proprietários, se não obtiver

resposta pode intervir, mas para isso tem que ter capacidade financeira.

Quanto à passadeira não estar pintada, é na sequência da intervenção da SIMARSUL

mas já deveria estar, vai ver o que se passa.

No que se refere ao arranjo da rotunda da Fonte da Prata, por vezes queremos fazer as

coisas com projectos mais arrojados e não fazemos as mais simples e mais fáceis daí

levar mais tempo.

Quanto às obras do Moinho de Maré a fiscalização está atenta e o prazo de garantia é de

cinco anos.

Sobre a viatura junto à escola, está sinalizada e sob investigação, daí o não poder ser

retirada.

Sobre a questão da Polícia Judiciaria que esteve na Câmara em Junho de 2007, foi dado

conhecimento individualmente a cada um dos Vereadores sobre o arquivamento do

processo, como disse em reunião de Câmara o documento enviado é uma parte do

Relatório que tem informações pessoais, de outras pessoas entendendo, por isso, não

dar cópias, no entanto o documento é público e julga que pode ser consultado no

Ministério Público.

Presidente da Mesa – Disse que quando o PDM for publicado na totalidade, terá lugar

uma reunião da Comissão Permanente e será distribuído pelos membros da Assembleia.

Nos cargos que tem desempenhado no Poder Local sempre se tem batido pela

descentralização de competências do Poder Central para o Poder Local, foi na

ANAFRE, Assembleia Metropolitana, Junta de Freguesia da Moita, Assembleia de

Freguesia e agora na Assembleia Distrital.

Aceita ser um homem eleito no Poder Local para que a descentralização seja uma

realidade, tanto ele como os seus camaradas trabalham para isso.

Recorda que o Município da Moita e de Évora foram os primeiros a discutir e a

trabalhar num Plano Director. O Município da Moita foi pioneiro na concretização de

um plano director municipal, não foi necessário que a CEE desse tais orientações, como

aconteceu em alguns municípios que foram “obrigados“ a avançar com Planos

Directores Municipais, porque se não o fizessem não receberiam os fundos estruturais

para obras comparticipadas por essa estrutura europeia. O PDM é um instrumento

importantíssimo para a gestão urbanística do Município e a gestão urbanística do

Município é descentralização.

Não havendo mais intervenções foi lida a minuta da acta a qual, não havendo objecções,

foi submetida à votação tendo sido aprovada por unanimidade para efeitos de aplicação

imediata.

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Não havendo mais nada a tratar, foi encerrada a sessão. Eram 02.00 horas do dia 01 de

Maio de 2010.

O Presidente,

1.º Secretário,

2.ª Secretária