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A Serviço das Comunidades

ImpressoEspecial

9912259129/2005-DR/MG

CORREIOSMITRA

JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ | ANO XXX - 297 | AGOSTO DE 2014

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Dom José Lanza Neto

2 Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

Editorial

A Voz do Pastor

ExpedienteDiretor geralDOM JOSÉ LANZA NETOEditor e Jornalista Responsável PE. GILVAIR MESSIAS DA SILVA - MTB: MG 17.550 JPRevisãoJULIANA APARECIDA SANTANA/JANE MARTINSProjeto grá�co e editoração BANANA, CANELA E DESIGN - bananacanelaedesign.com.br (35) 3713-6160Tiragem3.950 EXEMPLARES

ImpressãoGRÁFICA SÃO SEBASTIÃO

RedaçãoPraça Santa Rita, 02 - Centro CEP. 37860-000, Nova Resende - MGTelefone(35) 3562.1347E-mail [email protected] Artigos assinados não representam necessariamente a opinião do Jornal.Uma Publicação da Diocese de Guaxupéwww.guaxupe.org.br

Fiquei feliz e agradecido pela ma-téria do jornal Comunhão enfocando minha vida vocacional, com ênfase no ministério episcopal frente à Diocese de Guaxupé. Meus agradecimentos aos padres e leigos que manifestaram pa-lavras de entusiasmo e encorajamento ao exercício de meu episcopado.

Há sete anos estou nesta diocese. No próximo dia dezenove de setembro, celebrarei dez anos de bispo e, no dia trinta e um de outubro, trinta e quatro anos de presbítero. Uma experiência rica de vida, de opção pelo Reino e de realização pessoal como filho de Deus. Agradeço pelos dons de minha vida

e de minha vocação concedidos por Deus, que me chamou e capacitou para a missão. Tudo é graça, tudo é bonda-de, tudo é expressão do Deus Amor. Ele continua a nos chamar para sermos seus instrumentos em suas mãos.

Estamos no mês vocacional. Perse-veremos na escuta e no incentivo a to-das as vocações: sacerdotal, matrimo-nial, religiosa, missionária. São muitos os chamados em nossa diocese, que é rica em vocações. O trabalho e a oração devem ser constantes em nosso meio. Quem planta pouco, colhe pouco, diz o apóstolo Paulo (2 Cor 9,6). Peçamos ao Senhor da Messe que mande muitos

operários. Através da força da oração e do trabalho, de nosso testemunho de vida de verdadeiros pastores, desperta-remos nos corações de nossos jovens o mesmo desejo de responder aos apelos do Senhor. Entendemos também que o Senhor chama a quem Ele quer, em qualquer situação e momento da vida.

No passado, o Senhor chamou ho-mens e mulheres para estarem à frente de seu povo, conduzindo-o como líde-res, com grande sabedoria e discerni-mento. Chamou aquela que seria a mãe de seu filho amado e que respondeu sem nenhuma reserva. A ela, mãe dos sacerdotes, queremos invocar proteção

e bênção para correspondermos de maneira semelhante ao nosso chama-do.

Termino este agradecimento lem-brando-me de todos os seminaristas, tanto daqueles que estão em Guaxupé como dos que estão em Pouso Alegre. Que respondam com generosidade à tão sublime graça, que é o dom da vo-cação sacerdotal. Desde o sentir do pri-meiro momento do chamado, Deus nos quer por inteiro.

Rezemos por nossa perseverança e disposição numa atitude de entrega total, no trivial do dia a dia. Mãe dos sa-cerdotes, rogai por nós!

AGRADECIMENTOS

“Lembrem-se, pois, os presbíteros de que, no exercício da sua missão, nunca estão sós, mas apoiados na força onipotente de Deus: e assim, com fé em Cristo que os chamou a participar do Seu sacerdócio, deem-se com toda a confiança ao seu ministério, sabendo que Deus é poderoso

para aumentar neles a caridade. Lembrem-se ainda de que têm os seus irmãos no sacerdócio, e até os fiéis de todo o mundo, associados a si. Na verdade, todos os presbíteros cooperam na

execução do plano salvador de Deus, isto é, no mistério de Cristo ou ‘sacramento’ escondido desde os séculos em Deus, que se vai realizando gradualmente, pela colaboração dos diversos

ministérios para a edificação do corpo de Cristo, até que se complete a medida da sua idade.” Decreto Conciliar Presbyterorum Ordinis sobre o Ministério e a Vida dos Sacerdotes, 67-68

A vocação é a expressão mais bela de fé que Deus deposita na pessoa hu-mana. Se por crer em Deus, o ser huma-no edifica templos e altares, por crer no homem, Deus o “vocaciona”. A vocação é o ato de fé do divino para com a hu-manidade.

Todas as pessoas podem decidir muitas atribuições na vida, segundo padrões e estereótipos, interesses e ne-cessidades. Só não decidem ser. É indu-bitável que a conduta provém de força decisória. No entanto, o miraculoso fato de existir não pertenceu a pessoa alguma. Assim como a existência é re-

vestida de mistério, também a vocação o é.

Deus, de muitos modos, cativa o coração humano. Desse encontro, só pode emanar uma vida plenamente feliz e dotada de dons. A pessoa vo-cacionada ao que faz se difere das ou-tras quando não entende o porquê de sua realização. Quem muito entende é aquele que depositou motivos para escolher uma coisa ao invés de outra. A pessoa vocacionada vai além da com-preensão, pertence ao mistério de não abstrair os motivos que a trouxeram àquela causa de vida.

Toda pessoa que se consagra ao ser-viço do Reino sabe que a escolha não é sua. Que Deus mesmo a escolheu para servir. Desse modo, vocação não é es-colha humana, mas divina.

O padre é um escolhido... se escolhe, corre o risco de não ser padre. Uma vez ordenado, haverá de ser escolhido to-dos os dias, em cada ocasião da vida. O mistério tocará a fragilidade de suas mãos; e o que era o pão do altar será a eucaristia de todos. E o que era a dis-persão será a unidade. E o que era o so-frimento será o consolo. E o que era o grito será o silêncio da oração.

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3Agosto/2014

Opinião

Pensar em Jesus com os olhos da Psicologia é algo complexo e amplo, pois teria que escolher uma visão de homem, uma abordagem, como a psi-canálise ou a visão comportamental. Prefiro uma reflexão pautada na exis-tência, nas atitudes e na personalidade intrigante desse Homem inteiro, Jesus.

É desafiador esse tema, pois nos coloca sempre em uma linha tênue en-tre o “rosto divino do homem e o rosto humano de Deus”, como descreve São João Paulo II. Jesus nasce em um con-texto marcado pela lei, ele quer mais que isso! Quando questionado, ele ar-remessa a seu interlocutor outras per-guntas para aprofundar e ensiná-lo a olhar além.

Sua rapidez de raciocínio impressio-na: “Qual é o primeiro mandamento?” Ele responde, sem vacilação, que o pri-meiro mandamento é o Amor a Deus, mas vai além: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo! Não existe manda-mento maior que este” (Mt 12,28-31). Aproximando e vinculando o amor a Deus ao amor aos irmãos, Jesus quebra os moldes prontos nos quais eles colo-

A PERSONALIDADE DE JESUS, VISTA POR UMA PSICÓLOGA cavam o ideal humano, e traz um ideal renovado, ou seja, o Amor! O amor ao próximo exige maturidade. Aquele que ainda não se viu verdadeiramente alvo do Amor de Deus raramente encontra-rá sentido nessas palavras.

Outra face das atitudes de Jesus é sua autonomia. É fácil medir, bas-ta olhar uma criança pequena que só obedece enquanto está perto daque-le que representa a regra, ou seja, não desenvolveu uma moral autônoma; de-pende da presença do outro para não

colocar a mão na tomada, ainda não compreende que há sentido para a re-gra. A personalidade de Jesus é e sem-pre será um caminho inesgotável de saúde psicológica: é a de um homem maduro. Em uma época marcada por preconceitos contra a mulher, as crian-ças, os leprosos, Ele é capaz de olhar além das regras e ver o coração huma-no e seus anseios mais profundos, Ele estava atento ao “adultério do coração”. Jesus tem marcas paradoxais em suas atitudes, como é próprio dos grandes

pensadores, Ele não é daqueles que têm pensamentos co-muns à massa; sua genialidade e sua sabedoria são des-concertantes.

Jesus é um ho-mem coerente com o amor gratuito, não é um homem do amor barato, mas exigente e fiel até as últimas con-sequências. Ele,

destemidamente, fala do perdão e da misericórdia, sem medo de parecer fra-co. Hoje, a Psicologia e todas as ciências já compreenderam o mal que a falta de perdão pode fazer à saúde humana.

Jesus se aproximava das pessoas, e elas tinham a vida transformada, sem que Ele precisasse apontar-lhes os er-ros, revirar-lhes as culpas; pelo contrá-rio, a mudança vinha diante do amor que constrange, que desinstala, que compromete cada homem com seu próprio caminho, com suas escolhas e responsabilidades.

Todo sofrimento, para a época, era considerado um castigo. Jesus chega não para falar muito, mas para, com sua vida entregue, mostrar que o sofrimen-to é inevitável na vida humana. A ma-neira como vivemos esses momentos é que os torna redentores ou amargos como o fel. “Homem marcado pelo so-frimento”, como diz Isaías, “homem das dores”; hoje, podemos dizer o Homem do Amor!

Por Maria Célia Reis Silva, psicóloga, membro da Paróquia Nossa Senhora da

Conceição de Divisa Nova

Notícias

A Catequese de Primeira Eucaristia da Paróquia São Benedito de Passos promoveu, de maio a junho, uma Gincana Catequética, juntamente com as crianças, adolescentes, catequistas, padres e famílias dos catequi-zandos. A gincana foi coordenada pelo pro-fessor de filosofia William Bruno Ferreira, que também é catequista na paróquia, e pro-movida pela coordenadora paroquial Ionice Maria da Silva e por todos os catequistas.

O objetivo deste trabalho foi enfatizar a catequese sócio-transformadora, numa dinâmica de solidariedade aos menos favo-recidos. A cada semana era proposta uma prova valendo pontos. Cada criança testava seus valores cristãos e seu comprometimen-

Foto:Arquivo - Paróquia São Benedito

Paróquia São Benedito de Passosdesenvolve Gincana Catequética

Catequese Sócio-transformadora foi principal objetivo da atividade

to com sua equipe através de atividades complementares aos encontros catequéti-cos, como: pesquisa sobre as Santas Missões Populares, entrevistas com os padres, partici-pação nas missas dominicais, ajuda comuni-tária e arrecadação de alimentos.

Com o apoio dos catequistas e do Grupo de jovens ARCA da Paróquia, a gincana ter-minou no dia 07 de julho, com grande par-ticipação de crianças, adolescentes e pais. Foram arrecadadas 27 cestas-básicas que fo-ram distribuídas às famílias carentes da paró-quia. Outra grande quantidade de alimentos foi entregue ao Lar São Vicente de Paulo e ao Hospital psiquiátrico Otto Krakauer.

Por Ana Duarte

A Diocese de Guaxupé se prepa-ra para vivenciar dias de bênçãos, um tempo novo e missionário, para o qual todos são chamados a participar. Trata--se das Santas Missões Populares que serão realizadas em comemoração aos 100 anos de fundação da diocese.

Nesse sentido, milhares de dioce-sanos passam por formação e se pre-param para esse grande momento. Além das reuniões em nível paroquial, uma primeira formação já foi ministra-da pelo padre Luís Mosconi, sacerdote que trabalha com missões no Brasil há 25 anos e tem uma grande experiência na área.

Agora, os missionários têm um novo encontro marcado. Dessa vez nos dias 29,30 e 31 deste mês, no Poliesportivo de Guaxupé.

O Retiro das Santas Missões Popula-res deverá reunir em torno de duas mil pessoas e, novamente, as pregações se-rão conduzidas pelo padre Luís Mosco-ni. Esse não será um encontro aberto já que é direcionado aos 20 leigos que já foram escolhidos em cada uma das 85 paróquias, das 41 cidades da Diocese de Guaxupé.

Além dos paroquianos, todos os padres e integrantes do Conselho de Pastoral da diocese estão convocados para este Retiro. Como o encontro terá

Diocese promoveráRetiro das Santas Missões Populares

duração de três dias, os missionários serão acolhidos em casas de famílias na cidade de Guaxupé e, se necessário, também em cidades vizinhas.

A alimentação será oferecida no lo-cal do encontro. O missionário não terá despesas, pois haverá partilha entre as paróquias e também a ajuda de missio-nários e empresários católicos para a realização desse evento.

Por Julianne Batista

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4 Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

Realizou-se em Colatina, Espírito Santo, o XVI Congresso da Região Leste do Encontro de Casais com Cristo (ECC), que engloba os esta-dos de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Participaram todos os Diretores Espirituais do ECC, Ca-sais Diocesanos e Ligação Setorial.

Da Diocese de Guaxupé, estive-ram presentes padre Antônio Do-nizeti, Diretor Espiritual Diocesano, Padre André, Diretor Espiritual da 2ª Etapa do Setor Cássia, Claudeci e Idivane - Casal Diocesano - e os Ca-sais de Ligação Setorial.

Com o tema “Família: berço da vida, protagonista da fé” e lema “Chegou perto, viu e moveu-se de compaixão” (Lc 10, 33), o encontro levou os casais a um profundo exa-me de consciência sobre realidades sociais. Fez ainda com que estes se despertassem para a necessidade de trabalharem ainda mais a pró-

Em junho, duas turmas, uma na co-munidade rural Lagoa com 18 pessoas e outra na matriz, com 15, concluíram a modalidade de Formação Cristã (Tem-po de Ver, Tempo de Crer e Amar).

Na Paróquia São Francisco de Pau-la de Monte Santo, os fiéis tiveram a oportunidade de participar de duas comemorações religiosas de destaque, proporcionando o despertar da fé, ou avivando-a, em dois aspectos religio-sos: em junho, Corpus Christi – a pre-sença de Jesus Cristo na Eucaristia e na pessoa humana, o enfermo; segundo, o carisma de São Camilo de Lellis, cuja festa foi comemorada em julho.

A solenidade de Corpus Christi, re-lembrando aqui, é comemorada na Igreja Católica desde o Século XIII, por Decreto do Papa Urbano IV, em 1269; é celebrada para testemunhar publi-camente a adoração e a veneração dos fiéis à Santíssima Eucaristia, fruto do Amor de Cristo. A liturgia da Missa, composta por São Tomás de Aquino, é engrandecida com a célebre Sequência “Lauda, Sion...” que, em suas 40 estrofes, vale como verdadeiro Tratado sobre a Divina Eucaristia. Durante a Missa des-sa solenidade, foram admitidos novos MECEs que, incentivados pelo pároco, assumiram o ministério extraordinário com júbilo e entusiasmo, para o bem da comunidade.

Outro gesto do pároco, padre Juliar

Notícias

ECC realiza XVI Congresso Regional

Carisma Camiliano e Formação Cristã são destaques em Monte Santo

Formação Cristã cresce nas Comunidades

Enfermos são identificados à Solenidade do Corpo de Cristo e Dia de São Camilo

Foto: Arquivo - Alexandre e Nilza

Foto:Arquivo - Paróquia de Monte Santo

Dois grupos encerraram os módulos de formação

Doentes são visitados durante procissão de Corpus Christi

Padre Donizeti, Casal Diocesano e Casais de Ligação Setorial, durante o evento

pria conversão, como verdadeiros batizados e, para isso, mostrou que é imprescindível que se aproximem das realidades humanas, pois uma observação a distância corre-se o risco de uma visão distorcida. Re-cordou-se ainda o pedido do papa Francisco de uma igreja em missão e sua assertiva quanto ao perigo de “maquiar-se de santo, vivendo na hi-pocrisia”.

O ECC, como um serviço da Igre-ja para as famílias, tem como pilares cinco pontos básicos “Pobreza, Ora-ção, Doação, Alegria e Simplicida-de”. Ele não é um movimento, porém um serviço que capacita evangeliza-dores (os casais) e os desperta para assumirem seus verdadeiros papéis nas pastorais e movimentos de sua paróquia. É família evangelizando família.

Por Alexandre Ferreira Gomes e Nilza Bachião Gomes

Nava, que edificou a comunidade foi, durante a procissão com o Santíssimo Sacramento, adentrar a casa dos enfer-mos que residem na rua do percurso para levar-lhes o conforto da fé; e tam-bém abençoar as pessoas, cujas casas foram ornamentadas para a passagem da procissão que foi encerrada com a Bênção do Santíssimo no Seminário São Camilo.

A festa de São Camilo de Lellis foi solenizada este ano, comemorando, em 14 de julho, 400 anos da morte do santo, o Fundador da Ordem Camiliana. Na paróquia, a celebração consistiu em um tríduo solene na igreja matriz e em novena festiva e bastante participada no Seminário São Camilo.

No dia 14 de julho, às 15h, no semi-nário, houve Missa e Unção dos enfer-mos e idosos. Após a celebração, por iniciativa da Pastoral da Saúde, foi-lhes oferecido um lanche em homenagem aos 400 anos comemorados. Às 19h, houve a Missa em louvor a São Camilo, presidida pelo senhor bispo diocesano, dom José Lanza Neto, cuja presença é sempre uma grande honra, e teve como copresidentes os padres camilianos.

Por Nair Depintor

No mês de agosto, após estudo do módulo “zero”, a equipe animadora irá formar novos grupos.

Por Edon Fonseca B orges

Foto: Arquivo - Paróquia de Monte Santo

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5Agosto/2014

A II Semana Missionária da Juventu-de, da Paróquia Santa Rita de Nova Re-sende, iniciou-se na segunda feira, 14 de julho, com uma Vigília, presidida pelo pároco, padre Gilvair Messias, composta de momentos de louvor, com participa-ção musical de Gilvane Madeira e pre-sença de jovens e membros de toda a comunidade.

Na terça e quarta-feira, dias 15 e 16, foram realizadas visitas missionárias na comunidade Santos Reis e no bair-ro Lagoa. Alguns jovens relataram que as visitas trouxeram uma experiência única, pois foram muito bem recebidos pelas famílias. Na quinta-feira, os jovens se reuniram no Salão Paroquial para a “sessão pipoca”, assistindo ao filme “Sete vidas”, com Will Smith.

Na sexta-feira, realizou-se um encon-tro especial para namorados, contando com 30 casais. O casal Rafaela Beneton e Judas Tadeu conduziu a oração inicial e trocou experiências de vida com os

Ao assumir a responsabilidade pela Paró-quia São Sebastião de Areado, há dois anos, padre João Batista da Silva sentiu a necessi-dade de fazer uma festa de confraternização entre os paroquianos. Nasceu, assim, a ideia do “Arraiá de São Sebastião”. No dia 29 de ju-nho, ocorreu sua terceira edição. A cada ano, mais pessoas se envolvem na organização e confraternização.

Barraquinhas foram montadas e enfeita-das pelos agentes de pastorais. A comunida-de dispôs seus alimentos em comum, tudo foi partilhado. Uma missa com expressões sertanejas foi celebrada. Os mastros dos três santos de junho foram levantados. Fez-se a tradicional quadrilha.

Confraternização, alegria, partilha, tudo o que uma comunidade de fé é chamada a viver. Segundo Nelson Antônio Fernandes, a festa aproxima as pessoas e fortalece o vínculo cristão. “Parabéns à equipe organi-zadora. Pessoal unido. Nossa comunidade se fortalecendo. Todos firmes para que, no próximo ano, seja melhor ainda nossa festa.”

Por Jane Martins

Arraiá de São Sebastião reúne paroquianos para festejar

Foto: Pascom - Paróquia Santa Rita

Foto: Pascom - Paróquia de Areado

I I Semana Missionária da Juventude é realizada em Nova Resende

Em Areado, confraternização e catequese renovam a comunidade

Festa Junina reaviva espírito de partilha na comunidade

Jovens namorados participam de encontro

jovens. Em seguida, houve palestra e debate com a psicóloga Maria Célia Reis, da cidade de Divisa Nova. No sábado, os jovens se reuniram no salão paroquial para uma festa julina, com músicas, danças e brincadeiras que animaram a juventude.

A semana missionária foi encerrada no domingo, 20, com missa na igreja ma-triz às 19h. O objetivo desta atividade, organizada pela Pastoral da Juventude, foi incentivar os jovens a desenvolverem suas habilidades de liderança e capaci-dade de escuta, e conscientizá-los de sua responsabilidade na vida cristã, des-pertando neles o encanto por Jesus Cris-to e pela missão da Igreja, tornando-os verdadeiros evangelizadores. O evento, que teve início em 2013 com a Jorna-da Mundial da Juventude, fez parte do calendário da juventude da paróquia, composto por retiros, gincanas, encon-tros e participação na vida paroquial.

Por Géssica Martins

Formou-se, também na Paróquia São Sebastião de Areado, uma equi-pe de catequistas disposta a trabalhar com a Catequese de Adultos, com a ajuda do pároco. O grupo observou a urgência de uma ação evangeliza-dora mais atenta: há uma parcela de batizados adultos não evangelizados e outra de não batizados.

Pensou-se, então, em propor uma série de temas que responda às ne-

Catequese com Adultos é iniciada

cessidades de quem ainda não fez a caminhada de catequese da iniciação cristã e de adultos que queiram apro-fundar a própria fé. Convencidos de que a Catequese com adultos é uma prioridade, segundo o Documento da Catequese Renovada, nº 130: “é na direção dos adultos que a evangeli-zação e a Catequese devem orientar seus melhores agentes. São os adultos os que assumem mais diretamente na

sociedade e na Igreja, as instâncias decisórias e favorecem ou dificultam a vida comunitária, a justiça e a fra-ternidade.” Iniciou-se, no dia 06 de julho, depois de um tempo de estu-dos, reflexões e planejamento, a Ca-tequese com Adultos na paróquia, priorizando o processo dinâmico, que envolve a fé como adesão a Je-sus Cristo, a vida em comunidade, a vivência na família, a vida sacramen-

tal e o compromisso apostólico mis-sionário. O objetivo desta Catequese é contribuir para o crescimento dos cristãos adultos na fé, ”rumo à matu-ridade em Cristo (Ef 4,13), que saibam dar razão da própria esperança”, para serem agentes na construção de uma sociedade justa e solidária.

Por Irani Aparecida Correia da Silva

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6 Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

Notícias

A Paróquia Santa Rita de Nova Re-sende realiza a divulgação das San-tas Missões Populares desde março deste ano. Contudo, a Assembleia Missionária Paroquial ocorreu no dia 27 de julho, domingo.

As atividades foram desenvolvi-das em clima de encontro, alegria, partilha e meditação. Inicialmente, todos serviram-se de um bom café, preparado pela equipe dirigente do ECC. Acólitos providenciaram cra-chás e cadastros dos participantes - 130 aproximadamente - devido às chuvas do dia, que impediram maior participação das comunidades ru-rais. O Serviço de Animação Litúrgica se responsabilizou pelas orações e Vigília Eucarística Missionária.

Após explanação dos conteúdos metodológicos da SMPs, divididos em grupos, os participantes conver-saram sobre o porquê e o para quê da missão. Vislumbram-se aqui al-guns pontos elencados pelos mes-mos:

RETRATO MISSIONÁRIO

EM NOVA RESENDE, LEIGOS APRESENTAM SEU PROTAGONISMO

- O porquê da missão:Porque Jesus não veio para os justos, mas para os pecadores;Porque ser cristão é missa + ação; Porque Deus nos convida a ser fermento e não cimento;Porque é urgente a transforma-ção do mundo;

- Para que:Para evangelizar e ser evangeli-zado;Para redescobrir o próprio valor do cristianismo e a face do Cris-to;Para ver e ouvir o outro;Para ir além dos limites paro-quiais;Para levar a luz onde ela não há;Para continuar a construção do Reino;Para descobrir talentos escondi-dos;Para trabalhar em comunidade;Para despertar a fé;Para quebrar o materialismo e promover a partilha;

PARÓQUIA SÃO JUDAS DE PARAÍSO PROMOVE ESTUDO MISSIONÁRIO

Encerrou-se, no dia 15 de junho, o Curso de Coordenadores Paroquiais de Cateque-se do Setor Passos, realizado durante o pe-ríodo de 2013 a 2014 no Centro de Pastoral Cônego José Timóteo da Silva, em Passos. Concluíram a atividade 35 catequistas que, com dedicação, amor e perseverança à ca-tequese, foram fiéis aos encontros mensais.

À luz dos Diretórios Nacional e Dioce-sano de Catequese, os temas abordados foram: A Pessoa Humana, História da Igreja e da Catequese, Bíblia, Jesus Cristo, Espiritu-alidade, Psicologia das Idades, Moral e Ética da Igreja, Metodologia e outros.

Foto: Ana Duarte

Foto: Pascom - Paróquia Santa Rita

Foto: Arquivo - Paróquia São Judas

Setor Passos encerra curso de coordenadores de catequese

35 catequistas concluíram o estudo

Representantes das comunidades, pastorais e movimentos participaram da assembleia

Paróquia responde ao apelo diocesano

Num clima de alegria e emoção pela conclusão do curso, realizou-se uma mesa redonda, iluminada pelo Diretório Diocesa-no de Catequese. Em seguida, foi celebrada a Eucaristia presidida pelo coordenador de pastoral do Setor Passos, padre Dirceu Soa-res Alves, e teve ainda a presença de alguns padres do setor.

As comemorações foram encerradas com um almoço de confraternização e com homenagens aos concluintes, aos padres do setor e à Equipe Coordenadora de Cate-quese do Setor Passos.

Por Ana Duarte

Para abrir os “mundos fechados”;Para a santificação de todos nos diversos sentidos da vida;Para abrir os olhos;Para reavivar o amor;Para fazer entender que o plane-ta tem a capacidade de sustentar

a todos com sobra, mas não tem a capacidade de sustentar a ga-nância de poucos;Para um contato direto de Jesus Cristo com as famílias e juventudes;Para dar sentido à vida.

Por Equipe Paroquial das SMPs

D e nt ro d a c a m i n h a d a d i o -ce s a n a d e G u a x u p é, co m o p ro -p o s t a p a ra a I gre j a Pa r t i c u l a r, v i ve - s e a s S a nt a s M i s s õ e s Po p u -l a re s . Co m i s s o, a Pa ró q u i a S ã o J u d a s Ta d e u, d a c i d a d e d e S ã o S e b a s t i ã o d o Pa ra í s o, re a l i zo u n o d i a 2 1 d e j u l h o, n o ce nt ro d e Pa s to ra l M o n s e n h o r H i l á r i o Pa r -d i n i , u m e s t u d o co m m e m b ro s d e p a s to ra i s e m ov i m e nto s . R e u n i ra m - s e, n a q u e l e d i a , ce r -c a d e 1 5 0 p e s s o a s p a ra re f l e t i r s o b re o te m a “m i s s ã o”.

O e n co nt ro fo i co n d u z i d o

p e l o p a d re G i l g a r Pa u l i n o Fre i -re , p á ro co, e m co n j u nto co m l i d e ra n ç a s , s e n d o u m a o p o r t u -n i d a d e p a ra o ra ç ã o, p a r t i l h a e a p re n d i z a d o s o b re o l i v ro “ S a n -t a s M i s s õ e s Po p u l a re s”.

S e a I gre j a d e J e s u s C r i s to é m i s s i o n á r i a , a p a ró q u i a S ã o J u -d a s Ta d e u, e m re s p o s t a a o a p e -l o d i o ce s a n o, q u e r d i ze r : “ E i s -- n o s a q u i S e n h o r, e nv i a - n o s ! S o m o s m i s s i o n á r i o s ! ”

Po r S y r l e i Av e l i n o d e S o u s a

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7Agosto/2014

Atualidade

A realidade vocacional hojeUm dos temas da sagrada escri-

tura que mexe conosco é a questão vocacional. Deus é quem chama o homem e lhe dá uma missão. Aque-les que foram chamados reagem de diversas maneiras: uns manifestam medo, outros respondem pron-tamente ou colocam obstáculos. Enfim, passaram por um processo de formação ou clareza da própria missão. Assim foi com os apóstolos, chamados por Jesus e por ele for-mados e enviados para anunciar e testemunhar o reino. Após o even-to pascal, os apóstolos vão discer-nindo a vontade de Deus e colocam pessoas para continuarem a missão do anúncio e testemunho do Rei-no. Assim, a Igreja sempre cuidou do aspecto vocacional daqueles que sentiram o chamado, a fim de que fossem devidamente formados e autênticos anunciadores da Boa Nova de Jesus.

Vocação que brota do CristoToda a nossa vida de Fé brota da

acolhida da pessoa de Jesus Cristo, Deus e homem, mediante o Sacra-mento do Batismo que nos insere no mistério da Trindade Santa e nos introduz na Igreja, comunidade de fé e salvação. Pelo sacramento do Batismo participamos da tríplice missão de Jesus, sacerdote, profeta e rei. Somos chamados a ser discí-pulos missionários, seguidores de Cristo Jesus no mundo. No meio des-ta comunidade de irmãos, o Senhor chama alguns para participarem de sua vida de uma forma mais radical numa consagração total. Temos aqui a vocação sacerdotal e religiosa.

Desde as origens, a Igreja sempre interpretou o Sacerdócio em pers-pectiva cristológica e, por isso mes-mo, a vida e o ministério presbiteral têm uma face eclesiológica. Desde quando Deus decidiu tornar-se pes-soa humana, Ele passou a procurar o homem no seu mundo histórico, social e material. É esse o caminho mediante o qual cada um encontra o outro e a si mesmo. A partir da encar-nação do Verbo, a corporeidade e a história se tornam os caminhos que-ridos por Deus, mediante os quais o homem pode relacionar-se com Ele. Assim a identidade do presbítero está profundamente vinculada a Je-sus Cristo, o Bom Pastor.

Jesus Cristo chamou aqueles que Ele quis e os formou, os enviou a pre-gar e testemunhar o Reino. Assim a Igreja crê que a vocação é chamado de Deus e resposta do homem. Ela tem a responsabilidade de ajudar es-ses que se sentem chamados a dis-cernir e preparar-se para a missão.

A vocação no mundo atual

Cada tempo traz seus desafios. O mundo de hoje, pós-moderno, apresenta uma realidade que chamamos de mu-dança de época, há um acento muito forte na subjetividade humana que leva ao individua-lismo, à busca do prazer pelo prazer, e com isso, o enfraquecimento da vida comunitária, um apelo muito forte ao consu-mismo exagerado. Há uma preocupação com a situação “aqui e agora”, curtir o momento. Esse fator leva a humanidade a negar o futuro e, con-sequentemente, a noção de tempo histórico para a construção de um projeto de vida.

Na busca pelo poder, pelo narci-sismo, a imagem é mais importante do que a verdade etc. A universali-zação da tecnologia tende a pulveri-zar o poder, como a internet. Temos a busca por relações horizontais e abertas, sem hierarquia, fazendo da reciprocidade um desafio.

As Diretrizes da Formação dos Presbíteros na Igreja do Brasil, em seu nº 15, afirmam que “a cultura atual afeta e desafia aqueles que se sentem chamados ao ministério presbiteral, onde percebemos uma realidade fragmentada, tanto da vida humana como das instituições e, por outro lado, clama por pesso-as integradas”. Nesse contexto, nos-sa juventude é vítima dessa realida-de e nossos seminaristas trazem as marcas deste tempo. Muitos jovens sentem o chamado de Deus e alguns acabam retardando esta resposta ou, às vezes, não respondendo.

Muitos jovens estão envolvidos na ideia do mundo de hoje. Fato este se reflete na realidade vocacio-nal: temos jovens de todas as idades que buscam os seminários, muitos ainda novos ou já com mais idade e até com curso superior. Em algumas dioceses, como São Paulo e Curitiba, até já criaram um itinerário próprio para acolher essas vocações adultas e com curso superior. Em nossa dio-cese, já surge em número pequeno este cenário.

Por outro lado, percebemos a cada ano, de maneira geral no Brasil, uma diminuição das vocações. Essa diminuição vem crescendo no con-tinente europeu e na América e au-mentando o número vocacional no continente asiático e africano. Nossa diocese experimenta esta diminui-

ção, mesmo assim temos um número relevante de seminaristas: hoje, 09 no Propedêutico, 14 na Filosofia e 20 na Teologia e 03 que já concluíram o curso e estão em Ano Pastoral.

A Promoção VocacionalDentro deste contexto cultural

que impede o amadurecimento hu-mano e a busca de uma realização verdadeiramente humana, o docu-mento de Aparecida em seu nº 315 e seguintes, afirma a importância de uma pastoral vocacional bem articu-lada, com conteúdos programáticos e metodologia e objetivos práticos e claros.

Percebe-se, hoje, o enfraqueci-mento do testemunho verdadeira-mente evangélico e a necessidade de autênticos testemunhos de fé. Os documentos da Igreja, desde o Con-cílio Vaticano II, acenam nesta dire-ção. O papa Francisco tem encanta-do o mundo e sobretudo as gerações jovens com seu apelo à prática evan-gélica, priorizando o testemunho pessoal e comunitário daquilo que se crê. Um testemunho realmente missionário deve ser uma luz a ilu-minar a realidade do mundo em que vivemos, mas mesmo assim, muitos jovens estão respondendo ao cha-mado do Senhor. É a feliz constata-ção evangélica: “Deus não abandona o seu povo sem Pastor” (Lc 10,2).

E o desafio aí está: neste contex-to, como formar pessoas integradas para viver o ministério presbiteral, configuradas a Cristo, o Bom Pastor? A Igreja responde com as diretrizes para a formação, fundamentadas em cinco dimensões, a saber: huma-no-afetiva, comunitária, espiritual, pastoral-missionária e intelectual. Essas cinco dimensões nos ajudam

a ter um projeto formativo que pro-cura desabrochar todo o potencial do futuro presbítero na medida em que o idealiza como uma pessoa hu-manamente integrada, um místico e mistagogo, um doutor nas coisas humanas e divinas, um irmão univer-sal e um pastor missionário. Assim, a formação no seminário deve ajudar o seminarista, que realmente se sente chamado, a amadurecer sua perso-nalidade e a superar seus limites no amor. Ajudá-lo a amadurecer-se nas dimensões do seu ser pessoal, que durará por toda a vida.

Depois, na convivência com o presbitério, unido ao bispo e junta-mente com o povo ao qual perten-ce e serve, o presbítero deve ser o agente, o evangelizador a partir do testemunho da bondade e da mise-ricórdia de Deus, que chama a todos a serem participantes da vida divina.

O presbítero será sempre este facilitador. É desafiante para nós, presbíteros, que lidamos diretamen-te com a formação presbiteral, mas é também momento gratificante de perceber a resposta generosa dos jo-vens formandos em seu crescimento interior. Nós crescemos e aprende-mos muito com eles. O trabalho é árduo e desafiante, mas a graça de Deus nos acompanha. Nosso consolo está na Palavra do Senhor: “Não fos-tes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi” (Jo 15,16). Por-tanto, não tenhamos medo de con-fiar no Senhor e respondermos ao seu chamado, pois afinal, ele disse: “Sem mim nada podeis fazer” (15,5).

Por Pe. José Hamilton de Castro, reitor do Seminário Diocesano São José, em Guaxupé

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8 Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

Reportagem

Chamados ao sacerdócio – O Ano Pastoral e sua importância

Todos os bispos, nesses quase 100 anos de história, manifestaram zelo pela manutenção da vida seminarística. Des-de Dom Assis, primeiro prelado dioce-sano, a diocese não ficou sem uma es-trutura adequada para acolher aqueles que são chamados ao sacerdócio. Em algumas épocas, os seminaristas chega-ram a estudar todo o tempo formativo em outras dioceses, como Belo Horizon-te e Aparecida. No entanto, entre idas e vindas, a Formação Presbiteral ganhou maturidade diocesana. Padre Maurício Marques, atual formador do Propedêuti-co relata que “a nossa Diocese de Guaxu-pé tem colhido bons frutos em relação à formação, tem acompanhado quase cinquenta jovens de 15 a 30 anos.”

Com as constantes mudanças de vida e mentalidade, a juventude, hoje, é induzida a escolher profissões de prestí-gio no mercado de trabalho. Com isso, a vocação presbiteral, em alguns casos, fica em segundo plano. Depois de um tempo de exercício profissional, com a força do chamado, jovens de idade mais madura chegam a procurar os seminá-rios. Observa-se que tem aumentado muito o número de vocações tardias, ou seja, pessoas com mais de 30 anos que buscam o Serviço de Animação Vo-cacional. Com isso, “a equipe de forma-ção procura acompanhar esses jovens de maneira individual, percebendo o que cada um tem em específico na vo-cação para responder ao seu chamado sempre contemplando as cinco dimen-sões da formação: dimensão espiritual, intelectual, humano-afetiva, pastoral e comunitária. Procuramos ajudar ao má-ximo esses jovens a caminhar, buscan-do seguir os passos do Mestre Jesus, o Bom Pastor por excelência, para que os mesmos também possam ser pastores no rebanho do Senhor”, comenta padre Maurício.

No seminário, o jovem, além de uma sólida formação intelectual, nos cam-pos da Filosofia e Teologia, também é estimulado a ampliar seus horizontes espirituais, humanos e eclesiais. O atual reitor do seminário de Teologia, padre Ronaldo Passos, explica que o objetivo da formação é amadurecer a vocação daquele que se dispõe ao ministério ordenado. “O seminarista passa por vá-rias etapas da formação. O tempo de convivência no seminário é fundamen-tal. É neste momento que o seminarista vai aprofundando nos estudos, fazendo também sua experiência de fé, fazendo seu discernimento com o auxílio dos for-madores, fazendo pastoral aos finais de semana nas Paróquias etc.”

Nos últimos anos, cresceu nos am-bientes de discussão presbiteral a pre-ocupação com o padre jovem. A Igreja deseja que o neosacerdote tenha, já nos primeiros anos de ministério, os instru-mentos necessários para viver bem a

sua vocação. O trânsito entre o seminá-rio e a paróquia, geralmente, modifica bruscamente a vida daquele que recen-temente foi ordenado. Daí, surgiu a ne-cessidade de um período prático de pre-paração, o que equivale, antes de tudo, a ver o Cristo na realidade concreta de seu Povo. Sobre esse assunto, padre Ro-naldo alude à necessidade de conviver com o Mestre e aprender Dele. “A missão do padre e também de todas as pesso-as que querem seguir a Jesus Cristo é aprender com o Mestre a ser um verda-deiro discípulo. Isso acontece por eta-pas, convivência, uma busca incessante. Quando olhamos o evangelho, percebe-mos dos primeiros discípulos que convi-veram com Jesus, sua atenção aos seus ensinamentos, tanto com suas palavras como também em sua ação com as pes-soas que encontravam pelo caminho.”

Desde 2009, na diocese, o seminaris-ta, após concluir o período de estudos da teologia, passa a residir em uma pa-róquia para o chamado Ano Pastoral. A iniciativa nasceu na OSIB (Organização dos Seminários e Institutos do Brasil) após várias assembleias, cursos e en-contros para discutir e estudar questões relativas à Formação Presbiteral. O Do-cumento 93 da CNBB, Diretrizes para a Formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil, em vários parágrafos, aborda a respectiva etapa formativa.

Padre Alexandre José Gonçalves, que por vários anos atuol na diocese como reitor do seminário, acompanhou o iní-cio do Ano Pastoral, conta como tudo ocorreu. “A diocese, depois de muitas conversas, iniciou esta experiência a partir de um projeto elaborado pelo Conselho de Formação, presidido pelo bispo diocesano. Tal projeto foi apresen-tado aos seminaristas e ao clero diocesa-no em várias oportunidades.”

Perceber o dia a dia de uma paróquia, os desafios e alegrias do padre, aprofun-dar-se na vida da comunidade e, após o tempo de estudo, ter a capacidade de entender e propor alternativas pastorais à realidade acompanhada, é o que se es-pera do jovem, próximo ao tempo de ser ordenado. Por isso, “o Ano Pastoral é um momento em que o seminarista mergu-lha-se totalmente na vida das comuni-dades, sentindo no cotidiano a vida do Povo, percebendo os anseios e desafios que se fazem presentes, rezando, apren-dendo com a comunidade e se colocan-do a serviço da mesma”, apresenta padre Ronaldo.

Desde o início de execução do Ano Pastoral, o desenvolvimento das ati-vidades foi avaliado em reuniões com os estagiários e os padres que os rece-biam. Padre Alexandre lembra que “das conversas e avaliações das propostas realizadas, o projeto vem se adaptando às necessidades, a fim de proporcionar os resultados esperados, entre outros,

a transição da estrutura do seminário para a realidade pastoral ordinária das paróquias. O objetivo prático é que o seminarista possa configurar-se ao pres-bítero pastor, discípulo e missionário de Jesus Cristo.” Padre Ronaldo também observa a qualidade que esse tempo proporciona àqueles que, em breve, serão padres. “A avaliação, no encontro de formadores, tem sido muito positiva. Sendo assim, torna-se importante para os futuros padres.”

O COMUNHÃO ouviu o testemunho vocacional dos seminaristas em Ano Pastoral, Clayton, Juliano e Eder. Confira:

Clayton Bueno MendonçaSou natural de Alpinópolis (MG),

também batizado nesta cidade por monsenhor Ubirajara Cabral. Tenho 27 anos. Até os 18 anos, quando me ingres-sei no seminário, morei no bairro rural de Bom Jesus dos Campos, desde 1995 pertencente ao município de São José da Barra. Meus pais se chamam José dos Reis de Mendonça e Terezinha Delma Bueno Mendonça. Tenho uma irmã: Ma-ria Cláudia Bueno Mendonça Rachid. Em setembro de 2004 meu pai faleceu, víti-ma de câncer no estômago. Desde 2006, minha família reside em Alpinópolis.

VocaçãoAinda criança, quando minha mãe

ajudava a zelar da capela de minha comu-nidade, Senhor Bom Jesus, já me mostra-va interessado pelas coisas de Deus, pelo Sacramento da Eucaristia e pela Igreja. Minha comunidade era marcadamente católica, a devoção popular estava muito presente em nossa vida. Sempre fomos uma família católica e isso, certamente,-me ajudou muito no discernimento vo-cacional. Minha família jamais me impe-diu do anseio de ser padre, mas também jamais “direcionou-me” a essa vocação. Ela surgiu livremente.

Período de SeminárioNo dia 3 de fevereiro de 2006, in-

gressei-me no Seminário Diocesano São José, em Guaxupé. A princípio, nossa turma era composta por doze jovens. Celebrávamos os 90 anos de criação desta Diocese. Fomos a primeira turma a cursar o Propedêutico, nesta cidade. Em 2007, iniciamos o curso de Filosofia, ainda em Guaxupé. Em 2010 ingressá-vamos no Seminário Santo Antônio, em Pouso Alegre, para cursar Teologia.

Foi um tempo bendito, de grande aprendizado. Nas dimensões propostas pela formação: espiritual, intelectual, co-munitária, humano-afetiva e pastoral, vemos a sabedoria da Igreja. Essas dimen-sões, quando bem trabalhadas, nos aju-dam a ser gente, antes de tudo. A ser um bom cristão, e daí por diante. Foi um tem-po de grandes exigências, dificuldades, superações, conquistas, amadurecimen-

to. Choramos e sorrimos. Sorrimos muito.Sempre tive em mente: a exemplo de

Maria Santíssima, entregar-me nas mãos do bondoso Deus, eis aqui o seu servo. Mas também de colaborar com Ele, de es-tar aberto à sua Graça. Deus quis precisar de nós, ensina o Catecismo da Igreja Cató-lica. Com Ele, escrevemos a nossa história.

Ano PastoralOs conteúdos estudados, de Filosofia

e Teologia, muito nos ajudam em nossa prática pastoral. Eles são a teoria, agora vem a prática. O “Ano Pastoral” também tem sido um tempo bendito. Desde o dia 3 de fevereiro deste ano, atuo na Pa-róquia Sagrada Família e Santos Reis, em Guaxupé. Cheguei à paróquia confian-te na Providência Divina pelo trabalho pastoral. Auxilio o padre Glauco Siqueira dos Santos, que me acolheu com grande solicitude.

A paróquia é um campo de missão! Atuamos unidos em vista da conversão pastoral da paróquia. Para isso, ela passa pelo processo de setorização em peque-nas comunidades, que muito favorece a promoção do protagonismo dos leigos. Fazemos (padre, povo e eu) as visitas missionárias, caminhamos ao encontro daqueles que se afastaram da comuni-dade. Celebramos, irmanados na mes-ma fé, nas casas. Comungamos do ensi-namento do papa Francisco: “Uma Igreja missionária, ‘em saída’ e que exerce a ca-ridade”. Tem sido uma experiência que nos proporciona muita realização, muita alegria. É a alegria que se vive no meio das pequenas coisas da vida cotidia-na. Alegria em “anunciar” a boa notícia (Evangelho).

Também atuo nas diversas pastorais e movimentos através de encontros de for-mação, estudo bíblico e palestras. Auxilio na Cúria Diocesana e também sou um dos responsáveis pelo site da diocese.

Eder Carlos de OliveiraSou natural de Alfenas. Tenho 32

anos. Meus pais, Joaquim e Terezinha, residem na zona rural desta cidade. Meu pai, apesar de pertencer a outra denominação religiosa, sempre me in-centivou na caminhada vocacional. Mi-nha mãe, participante ativa da Paróquia Nossa Senhora Aparecida de Alfenas, herdou uma religiosidade intensa e fer-vorosa dos meus avós. Essa herança fez parte da minha educação na fé durante a infância. A reza do terço, a devoção popular, as quermesses na capela rural, foram elementos que marcaram minha vivência religiosa. Quando adolescente, minha família e eu mudamos para a ci-dade. Durante a juventude, participei da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, aju-dando ali em alguns trabalhos pastorais. Também naquela época, participei de atividades de uma comunidade de vida, junto aos dependentes químicos e aju-

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dei em outros trabalhos sociais.

VocaçãoO que me chamou à vida consagra-

da foi, principalmente, o contato com as crianças de bairros da periferia de Alfenas, que passavam por necessida-des materiais e assistência religiosa. Eu participava de um grupo de jovens, que reunia essas crianças em um campo de futebol de terra. Ali fazíamos brincadei-ras, orações, encontros. Eram pessoas muito sofridas que nos recebiam com carinho e vibravam com nossa presença. Deus nos fala e nos chama a partir de um conjunto de situações, não apenas uma. Essa aqui, citada, é uma das mais fortes.

Também poderia citar a breve, mas significativa experiência missionária na Comunidade de vida Aliança de Mise-ricórdia. Na cidade de São Paulo, junto com essa comunidade, participei de tra-balhos pastorais nas favelas. Ajudava a preparar as missas que aconteciam num galpão e visitava as famílias do local. Também ajudei na Pastoral de Rua na região central de São Paulo.

Ao participar da Paróquia Nossa Se-nhora Aparecida, em Alfenas, houve também muitas situações de grande significado para o meu despertar vo-cacional: o trabalho de catequese de

Crisma e a participação no grupo de jo-vens, quando tinha a oportunidade de falar de Deus às pessoas, de pregar, de conduzir orações. Ao longo do tempo, a gente reza e reflete todos estes sinais de Deus e vai amadurecendo. A respos-ta ao chamado torna-se praticamente uma necessidade à vida. Para quem se sente chamado, a voz da interioridade fala forte; e ela soa em termos como es-tes: “Senhor, quero te servir como padre. Mostra-me o caminho a seguir”. A partir daí, mobilizamos todo nosso viver em função do chamado.

Período de SeminárioMeu tempo de seminário, em Gua-

xupé, foi, em termos gerais, ocasião de grande aprendizado. Primeiramente, aprendizado comunitário, pois a vida co-munitária no seminário, com as dificul-dades e exigências que lhe são próprias, nos amadurecem, ensinam a entender o diferente, humanizam. Aprendizado eclesial, dado que no primeiro ano de seminário, aconteceu uma sequência de fatos marcantes: a comemoração dos 90 anos da nossa Diocese, dom José Geral-do torna-se bispo emérito, dom Mauro assume a diocese e morre tragicamen-te dois meses depois, padre Messias, que praticamente convivia conosco, é

nomeado bispo. Aprendizado também intelectual, pois havia seis anos que eu terminara o Ensino Médio. Os conteúdos da Filosofia ampliam a visão que temos do ser humano, do mundo e da própria Igreja.

Já o período no seminário em Pouso Alegre, ao cursar a Teologia, foi momen-to de saborear um pouquinho as rique-zas que a Tradição da Igreja e a reflexão sobre a fé cristã nos legaram. O contato com as pessoas, nas comunidades em que fiz a experiência pastoral, foi algo de grande significado na minha caminhada vocacional. O fato de estar com o povo nos interpela a sermos instrumentos de Deus em favor do rebanho. Como voca-cionados, participamos da vida das pes-soas de um modo muito especial. Gosta-ria de mencionar também os padres que me receberam para o estágio pastoral aos finais de semana. Cada um, com suas características e seu jeito próprio, trouxe sua contribuição para minha formação.

Ano PastoralO “ano pastoral” tem sido uma expe-

riência positiva. O objetivo é ganhar ex-periência prática na pastoral paroquial. Padre José Hamilton, que me acolheu na Paróquia Santa Rita de Palmeiral, ha-via apresentado um projeto para o tra-balho.

Eu e o seminarista Juliano, ao iniciar-mos o conhecimento concreto da rea-lidade do local, vimos que poderíamos contribuir com a paróquia formando pessoas e estruturas, para que a pastoral caminhasse melhor. Realizamos forma-ção sistematizada com equipe de Litur-gia, ministros da eucaristia e catequistas. Também nos preparamos, com a comu-nidade, para a realização das Santas Mis-sões Populares. Fazemos estudo bíblico quinzenal aberto a toda comunidade. Implantamos a “Celebração das crian-ças”. Organizamos o CPP, e outras equi-pes de trabalho pastoral estão em fase de formação, como Pastoral da Esperan-ça, coroinhas, Pastoral do Dízimo. Visita-mos as comunidades rurais da paróquia. Nelas fazemos celebrações da Palavra, estudo bíblico, formação para os agen-tes de pastoral e visitas às famílias. Faze-mos também visitas e atendimento aos enfermos e bênção das casas no distrito.

Temos acompanhado também a parte administrativa da paróquia: como se dão os assentamentos de batismo e casamento, o livro caixa, o sistema Org System, o livro tombo.

Juliano Borges LimaSou filho de Antônio Paulino de Lima

e Vera Lúcia Borges Lima. Tenho 31 anos e sou natural de Alpinópolis. Minha ci-dade tem um predicativo importante em nossa época, que é o de ser muito católica e fervorosa, o que contribui para o emergir vocacional, pois “a vocação é

resposta de Deus a uma comunidade orante”.

VocaçãoOs meus familiares, por graça divina,

sempre foram tementes a Deus e, não diferentes de muitas pessoas do Sul de Minas, sempre caminharam com a Igre-ja Católica. Esse clima religioso fez com que, desde criança, eu começasse a ad-mirar as coisas de Deus, participar das missas, ver o padre pregar e reconhecer a importância de sua palavra em minha vida. Participar de encontros de jovens e de alguns eventos promovidos pela pa-róquia foi o que contribuiu para o meu despertar vocacional. Nesse clima, co-mecei a sentir o chamado de Deus.

Período de SeminárioComecei o acompanhamento vo-

cacional no ano de 2004 e me ingres-sei no seminário em 2006, quando era celebrado os 90 anos da diocese, para cursar o Propedêutico, que naquele ano era oficialmente instalado no seminá-rio São José de Guaxupé, a pedido de Dom José Geraldo Oliveira do Valle. Foi um ano bom e positivo, pois vi maté-rias importantes, que foram de grande contribuição para minha formação nas várias dimensões. No final de 2006, pres-tei vestibular para o ingresso na Filosofia (Unifeg). E, no final de 2009, me submeti ao vestibular da FACAPA, para o curso de Teologia na cidade de Pouso Alegre.

Sei que o período de seminário é ne-cessário na vida de quem quer ser padre. É um tempo de disciplina e estudos, que acrescentam muito na vida do candidato à vida presbiteral. Agradeço muito ao semi-nário, que me ajudou em minha formação e no meu crescimento como pessoa.

Ano PastoralApós o término do período de semi-

nário, a diocese pede aos seus forman-dos o Ano Pastoral, que é o período de transição entre a vida de seminário para o dia a dia da paróquia. É um momento de oportunidade de termos uma visão de conjunto da paróquia, seus limites e virtudes. É o tempo de conhecermos as realidades paroquiais: social, econômi-ca, cultural, política e religiosa.

No final de 2013, dom José Lanza, em conversa com minha turma, pediu para que dois seminaristas começassem uma nova experiência de Ano Pastoral em Palmeiral (distrito de Botelhos). Eu e Eder fomos os enviados.

O trabalho que realizamos é de for-mação nos diversos aspectos: cursos bíblicos de forma sistematizada em Palmeiral e nas capelas rurais, liturgia, equipe de leitores, ministros, catequese, coroinhas, Pastoral da Esperança. Além de formação, fazemos visitas às casas, aos enfermos; celebrações nas capelas rurais e no distrito.

Da esquerda para a direita: Clayton, Juliano e Eder

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10 Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

A Caminho do Centenário

CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DEDOM JOSÉ ALBERTO LOPES DE CASTRO PINTOPrimeiros anos e vocação

José Alberto Lopes de Castro Pinto nasceu em Itaqui, no Estado do Rio Grande do Sul, numa quar-ta-feira, 5 de agosto de 1914. Seus pais foram Antônio de Castro Pinto e Bernardina Lopes de Castro Pinto. Tinha um irmão mais novo: Gabriel Augusto Lopes de Castro Pinto. Re-cebeu o Sacramento do Batismo no dia 5 de setembro do mesmo ano, na igreja matriz de São Patrício, em Itaqui.

No dia 15 de dezembro de 1924, recebeu a Primeira Eucaristia, na igreja matriz de Paquetá (RJ). Foi crismado em 29 de janeiro de 1925, na catedral metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro.

Entre os anos 1926 e 1930, fez o curso ginasial no colégio dos Ir-mãos Maristas em Belém (PA), no Recife (PE) e no Rio de Janeiro. Nos anos 1931 a 1933, cursou Filoso-fia no Seminário Provincial de São Paulo (SP), e nos anos 1933a 1937, Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, e nos anos 1937 e 1938, Latinidade, também em Roma. Nesta cidade, “a cidade eterna”, de 1935 a 1937, recebeu a 1ª tonsura, as ordens menores, o subdiaconado e diaconado.

Sacerdócio e EpiscopadoNo dia 16 de abril de 1938, or-

denou-se sacerdote na capela do Pontifício Colégio Pio Latino-ame-ricano, em Roma, pelo arcebispo dom Luca Ermenegildo Pasetto, OFM Cap. Cantou a “Primeira Missa” na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, no dia 17 do mesmo mês.

Regressando ao Brasil, cantou sua “Primeira Missa Solene” em 24 de dezembro de 1938, na igreja matriz de Nossa Senhora de Co-pacabana, no Rio de Janeiro. Em 26 de fevereiro de 1939, começou seu ministério como professor no Seminário Arquidiocesano de São José, no Rio de Janeiro, onde exer-ceu também os cargos de discipli-nário, ecônomo, ministro, diretor

espiritual e vice-reitor.Em 1947, padre José Alberto vol-

tou a Roma para se licenciar em Sa-grada Escritura, no Pontifício Insti-tuto Bíblico. Novamente de volta ao Brasil, lecionou Sagrada Escritura e matérias afins no mencionado Se-minário Arquidiocesano São José, e foi capelão do Colégio da Compa-nhia de Santa Teresa de Jesus. Exer-cia ainda o cargo de Procurador do Pontifício Colégio Pio Brasileiro, se-diado em Roma, e foi auxiliar da Pa-róquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Bairro Grajaú, na capi-tal do Rio de Janeiro. Pertenceu ao cabido arquidiocesano, com o títu-lo de cônego honorário, e recebeu o título de monsenhor. Foi também capelão da Penitenciária Lemos de Brito, no Rio de Janeiro.

Em 25 de fevereiro de 1964, monsenhor José Alberto foi nome-ado pelo Papa Paulo VI como bispo titular de Hierapolis in Isauria e bis-po auxiliar do cardeal arcebispo do Rio de Janeiro, dom Jaime de Bar-ros Câmara. Foi ordenado bispo no dia 1º de maio do mesmo ano, festa de São José Operário (santo de de-voção do prelado), na igreja matriz de São Francisco Xavier. O bispo ordenante principal foi: dom Jaime de Barros Câmara, cardeal arcebis-po de São Sebastião do Rio de Ja-neiro, e os outros bispos ordenan-tes foram: dom Adelmo Cavalcante Machado, arcebispo de Maceió (AL) e dom Othon Motta, bispo da Cam-panha (MG). Adotou como lema episcopal Ministrare, non ministrari (servir, não ser servido), à luz de Mt 20,28. Mc 10,45

Como bispo auxiliar, dom José Alberto foi nomeado vigário geral da arquidiocese. Ocupou diversos cargos, entre eles, na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (te-soureiro), na Conferência Episcopal Latino Americana (departamento de ecumenismo) e na Liga de Estu-dos Bíblicos (membro e presiden-te). Foi cofundador da associação São Pedro “in vinculis” (proteção

aos ex-presidiários) e fundador do Centro de Ecumenismo e da Comu-nidade Judaico-Cristã do Rio de Ja-neiro.

Com o falecimento do cardeal Câmara (18 de fevereiro de 1971), dom José foi eleito vigário capitu-lar, cargo que ocupou até a posse do novo cardeal arcebispo, dom Eu-

gênio de Araújo Sales. Assim, pas-sou a ser seu bispo auxiliar e vigá-rio geral, até ser nomeado bispo da Diocese de Guaxupé.

Enquanto bispo auxiliar, parti-cipou da Terceira (1964) e Quarta (1965) Sessãodo Concílio Ecumêni-co Vaticano II, em Roma.

Linha do tempo - DOM JOSÉ ALBERTO LOPES DE CASTRO PINTOFilho de Antônio e Bernardina Aos 5 anos de idade

Casa onde nasceu, aos 5 de agosto de 1914, em Itaqui (RS)À esquerda, Gabriel Augusto e àdireita, José Alberto aos 6 anos e meio

Aos 10 anos de idade,em Paquetá (RJ)

Aos 21 anos, sacerdote

Dom José é nomeado bispo, em 1964

Dom José celebrando em GuaxupéCom o Papa Paulo VI e o Cardeal Câmara

Em 1976, assume a Diocese de Guaxupé

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11Agosto/2014

Bispo de Guaxupé

No dia 16 de janeiro de 1976, o Papa Paulo VI o nomeou bispo diocesano de Guaxupé. A notícia da nomeação chegou à diocese so-mente no dia 28 de janeiro.

Segundo consta nos arquivos da Diocese de Guaxupé, o novo bispo chegou à cidade na noite do dia 26 de março, acompanhado pelo então cardeal arcebispo de São Se-bastião do Rio de Janeiro, dom Eu-gênio de Araújo Sales.

No sábado, 27 de março de 1976, às 11 horas, Sua Excelência tomou posse canônica na Catedral Diocesana Nossa Senhora das Do-res, perante o eminentíssimo e re-verendíssimo senhor cardeal, doze bispos, o cabido diocesano, diver-sos sacerdotes, autoridades e fiéis.

Sobre a ação pastoral de dom José Alberto na diocese, padre An-tonio Carlos Maia afirma: “Foi rea-lizado o Congresso Diocesano de Catequese, que teve grande parti-cipação dos catequistas, em Gua-xupé, momento marcante. Dom José visitou todas as paróquias. Participava e tinha certa simpatia pelo movimento Cursilho de Cris-tandade.”

Dom José Alberto criou o curso

Linha do tempo - DOM JOSÉ ALBERTO LOPES DE CASTRO PINTOFilho de Antônio e Bernardina Aos 5 anos de idade

Casa onde nasceu, aos 5 de agosto de 1914, em Itaqui (RS)À esquerda, Gabriel Augusto e àdireita, José Alberto aos 6 anos e meio

Aos 10 anos de idade,em Paquetá (RJ)

Aos 21 anos, sacerdote

Dom José é nomeado bispo, em 1964

Dom José celebrando em GuaxupéCom o Papa Paulo VI e o Cardeal Câmara

Em 1976, assume a Diocese de Guaxupé

básico para os ministros extraor-dinários da comunhão eucarística e reestruturou o curso de aperfei-çoamento para os mesmos. Padre Maia confirma isso: “... dom José Al-berto, pessoalmente, ministrava o curso na capela do seminário, em nível da diocese, por setor. Teve grande participação.”

Em 12 de fevereiro de 1977, re-abriu o seminário e ele mesmo as-sumiu a reitoria, passando a deno-minar-se Seminário Diocesano São José, sendo instalado no antigo prédio do Colégio Imaculada Con-ceição, atual Cúria Diocesana. Ain-da segundo o padre Maia, ele foi o primeiro seminarista desta turma a ser ordenado por dom José Al-berto, depois foram ordenados os monsenhores Onofre e Enoque. Após nove anos da reabertura do seminário, é que dom José Alberto ordenou o primeiro padre. Assim, “a marca dele era a esperança”. Du-rante seu ministério episcopal na Diocese de Guaxupé, ordenou 13 sacerdotes.

Portador de vasta cultura e inte-ligência, sem descuidar de seu re-banho, traduziu a obra “Paixão de Cristo”, segundo o cirurgião. Tradu-ziu também, do original, o Livro dos Provérbios, elaborou o comentário para a edição da Bíblia da Família, elaborou a introdução aos Livros de Josué, Juízes, Rute e Epístolas Cató-licas. Dedicou-se ainda ao estudo científico do Sudário de Turim.

Segundo o historiador Wilson Remédio Ferraz, por motivos de saúde, dom José Alberto pediu à Santa Sé que lhe fosse nomeado um bispo auxiliar. A sua solicitação foi atendida em 31 de agosto de 1988, pelo Papa João Paulo II, que nomeou como seu coadjutor dom José Geraldo Oliveira do Valle.

No dia 1º de maio de 1989, dom José completou 25 anos de minis-tério episcopal. A Diocese de Gua-xupé comemorou a data jubilar com a Celebração Eucarística, na catedral.

Renúncia e últimos anos Conforme prevê o Código de

Direito Canônico, no cânon 401 §1º, ao completar setenta e cinco anos de idade, dom José Alberto pediu re-núncia ao Santo Padre. No dia 11 de outubro de 1989, o Papa João Paulo II aceitou seu pedido de renúncia. Mesmo assim, continuou a residir em Guaxupé.

Segundo Wilson Ferraz, dom José Alberto “sofreu de prolongada enfer-midade (Mal de Parkinson) até o seu falecimento”. Os seus últimos anos de vida foram vividos sob os cuida-dos e dedicação das Irmãs da Nova Betânia.

Dom José Alberto Lopes de Cas-tro Pinto faleceu numa quinta-feira, 6 de março de 1997, por volta das 11 horas, na residência do noviciado da Congregação das Irmãs da Nova Betânia, em Guaxupé. Estava com 82 anos.

O seu corpo foi velado na Catedral Diocesana Nossa Senhora das Dores, em Guaxupé, e o sepultamento ocor-reu na cripta da mesma Catedral, após a Missa de Exéquias, presidida por dom José Geraldo, então bispo diocesano. Está sepultado ao lado do túmulo de dom frei Inácio João Dal Monte, OFM.

Segundo as religiosas da Con-gregação das Irmãs da Nova Betâ-nia, dom José Alberto foi um bispo que serviu a todos, indistintamente, como pastor, como amigo e como gente simples. Uma vida de doação e serviço à Igreja e ao Povo de Deus. Quando bispo de Guaxupé, aprovou a Congregação das Irmãs da Nova Betânia, sendo o cofundador des-se instituto. Vale ressaltar que essa congregação foi fundada em 29 de junho de 1985, pela madre Terezinha Ramos Bastos. Tem como carisma cuidar de padres idosos, auxiliá-los em suas paróquias, trabalhar nas áreas da saúde e educação e divul-gar a boa leitura.

Profundo conhecedor da Sagrada Escritura, foi um bispo de grandes virtudes, homem culto, inteligente, bom, simples e discreto, muitas ve-zes incompreendido pela sua manei-ra silenciosa de ser. Era apaixonado pelo Reino de Deus. Viveu com amor a sua vocação, foi um pastor zeloso e, a exemplo de Jesus Cristo, o Bom Pastor, viveu para servir e não para ser servido.

Por Clayton Bueno Mendonça, seminarista em Ano Pastoral na Paróquia Sagrada Família e

Santos Reis de Guaxupé

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12 Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

Comunicações

Agenda Pastoral de Agosto

Comemorações de Agosto

2 Diocese: Reunião do Conselho Diocesano de Pastoral em Guaxupé3 23º Um dia com Maria no Santuário em Poços9 Setores: Reunião dos Espaços das Juventudes Setoriais10-16 Semana Nacional da Família13 Diocese: Encontro com os Presbíteros até 05 anos de ministério14 Diocese: Reunião da Pastoral Presbiteral15-17 Diocese: Encontro Vocacional no Seminário São José em Guaxupé15-17 Visita Pastoral na Paróquia Nossa Senhora Aparecida em Passos16 Setores: Reunião dos Conselhos de Pastoral dos Setores (CPSs)17 Setor Alfenas: Encontro de formação dos Coord. e Missionários da Mãe Rainha Setor Poços: Dia de Espiritualidade da Pastoral da Criança

Natalício05 Pe. André Aparecido da Silva07 Pe. Edson Alves de Oliveira 15 Pe. João Pedro de Faria 15 Pe. Júlio César Martins 18 Pe. Antônio Donizeti de Oliveira19 Pe. Marcos Luiz Silva Rezende19 Pe. Sebastião Marcos Ferreira

20 Pe. Carlos Virgílio Saggio 29 Pe. João Batista da Silva 30 Pe. Alfredo Máximo da Silva

Ordenação01 Pe. Irineu Viana08 Pe. Wellington Cristian Tavares10 Pe. Gladstone Miguel da Fonseca

11 Dom Messias dos Reis Silveira (presbiteral)16 Pe. Claudemir Lopes13 Pe. Adirson Costa Morais20 Pe. José Ronaldo Neto24 Pe. Riva Rodrigues de Paula30 Pe. Gilmar Antônio Pimenta

23 Diocese: Reunião Diocesana do Serviço de Animação Litúrgica em Guaxupé Reunião da Coord. Diocesana dos Grupos de Reflexão em Guaxupé Reunião da Equipe Diocesana dos MECEs em Guaxupé Setor Poços: Reunião do Conselho Diocesano do ECC 24 Diocese: Encontro Diocesano de Coord. de Grupos de Jovens em Guaxupé29-31 Visita Pastoral na Paróquia São Benedito em Passos31 Diocese: Concentração Diocesana de Catequese em Guaxupé

Vocação é missão, e é nessa pers-pectiva que a Pastoral Vocacional e o Serviço de Animação Vocacional (PV/SAV) de Guaxupé querem ani-mar as “vocações diversas para uma grande missão”. Compreender-se vocacionado é fazer um encontro apaixonante com Jesus (cf. DAp 243) e não conseguir ficar calado. É encontrar um grande tesouro no campo e gastar toda a vida para conquistá-lo (cf. Mt 13, 44), é assu-mir o batismo e fazer de cada ação uma resposta alegre ao convite de ser Igreja, na doação e na santifica-ção, com “fervor de espírito” e não com “uma cara de funeral” (cf. EG 10).

Nosso Serviço de Animação Vo-

cacional, fiel à Igreja (DAp 314) e ao mandato do Senhor (cf. Mt 9, 37s), quer pedir a todo Povo de Deus desta diocese que intensifi-que suas orações pelas vocações, pois a oração vocacional “supõe uma Igreja viva, dinâmica, proféti-ca e missionária” (Ano Vocacional de 2003, n. 143), e este é nosso so-nho: uma Igreja “vocacionalizada”, isto é, composta de pessoas cons-cientes de sua missão batismal que não meçam esforços para servir nas diversas pastorais e movimentos, em “permanente estado de missão” (DAp 213), capazes de transformar suas realidades em discipulado, for-mando a “grande família de Deus, a família dos que ouvem a Palavra de

Mensagem da PV/SAV Guaxupé para o mês de oração pelas vocações

Deus e a põem em prática” (cf. Estu-do da CNBB 104, n. 75).

O Senhor da Messe conta com nossos trabalhos, pois “nos chamou com uma vocação santa” (2Tm 1,9). Que tenhamos a coragem de aco-lher o convite feito por Cristo e res-ponder como o profeta Isaías “Aqui estou, envia-me!” (Is 6,8). A hora é agora, sejamos nas grandes reali-dades, nos pequenos círculos ou nos triviais encontros, “luz do mun-do” (Mt 5,14).

É Agosto! Nosso Serviço de Ani-mação Vocacional se põe à dispo-sição de todas as comunidades paroquiais neste processo de “vo-cacionalização” para a Missão. Con-vidamos a todos que conheçam

nosso trabalho diocesano pelo Fa-cebook (www.facebook.com/sav-guaxupe). Mais uma vez, queremos lembrar a todos, principalmente aos jovens, que Deus nos chama para sermos Igreja! Nesta dinâmica, talvez, muitos sejam chamados a se consagrarem como Sacerdotes e Irmãs Consagradas: Jovem, não te-nhas medo! Deus não lhe tira nada, mas dá tudo! Caso sinta este cha-mado, entre em contato com nosso Serviço Vocacional pelo endereço [email protected].

Que o Senhor nos abençoe e Ma-ria Santíssima, Senhora das Dores, nos ajude a honrar nosso batismo e sermos chamados amigos do Se-nhor (cf. Jo 15,14).