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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS REINALDO ASSIS PELLIZZARO A A T T É É C C N N I I C C A A D D E E A A D D V V O O G G A A R R N N O O S S J J U U I I Z Z A A D D O O S S E E S S P P E E C C I I A A I I S S ( Juizados Cíveis & Criminais ) -Teoria e Prática com a íntegra das leis- - Edipel -

A TÉCNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS-BIBLIOTECA VIRTUAL EDIPEL ISSUU 2014-

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Resgatar este livro que através de suas inumras edições por muitos anos vem servindo de ferramenta útil a tantos e tantos Advogados, Acadêmicos, Cartorários e operadores do direito é uma realização realmente indescritível e prazerosa. Quando da sua primeira edição fomos honrados com o prefácio do saudoso e consagrado advogado DR. OSNY GRANEMANN DE SOUZA, exemplo de profissionalismo competente e ético que serve de modelo para todos nós...só por este registro, já me realiza, todo o esforço para deixar a disposição de todos este trabalho...

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

REINALDO ASSIS PELLIZZARO

AA TTÉÉCCNNIICCAA

DDEE AADDVVOOGGAARR

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JJUUIIZZAADDOOSS

EESSPPEECCIIAAIISS (( JJuuiizzaaddooss CCíívveeiiss && CCrriimmiinnaaiiss ))

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-Edipel -

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5@. Edição – 2.014

Reinaldo Assis Pellizzaro

PELLIZZARO, Reinaldo Assis A TÉCNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

Edição especial para BIBLIOTECA VIRTUAL

EDIPEL ISSUU-2014, autorizado reprodução e cópias

com indicação do nome do autor.

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

ÍNDICE GERAL

Índice geral da matéria.............................................

Prefácio - Advogado Osny Granemann de Souza..... 06

Apresentação............................................................. 09

Título I -

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS JUIZADOS

ESPECIAIS............................................................. .

Os Juizados Especiais em outros Países ................. 13

Origem dos Juizados Especiais no Brasil................ 14

A criação dos Juizados Especiais no Brasil............. 15

15

Título II

Lei 9.099 de 26 de setembro de 1.985......................

19

Alteração nas Legislações Estaduais........................ 19

Título III

Lei No. 9.099/95........................................................

21

Quanto a competência.............................................. 21

Competência em razão da matéria.......................... 22

Exclusão da competências........................................ 24

Execucionais............................................................. 24

Composição dos Juizados Especiais Cíveis.............. 25

Representação por advogado................................... 25

Atos processuais....................................................... 27

Técnica postulatória................................................. 28

Citações e intimações............................................... 29

Contestação quando pode ser dispensada............... 30

Revelia...................................................................... 30

Conciliação............................................................... 30

Demandado que não comparece a sessão conciliatória...... 32

Instrução e Julgamento............................................ 32

Resposta do Réu....................................................... 32

Provas....................................................................... 33

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4

Sentença.................................................................... 34

Recursos.................................................................... 35

Embargos de declaração.......................................... 36

Extinção do Processo................................................ 38

Execução de sentença............................................... 38

Embargos do devedor............................................... 42

Execução de títulos extrajudiciais............................ 39

Despesas de 1o. grau, gratuidade............................. 39

Preparo do recurso................................................... 39

Acordos extrajudiciais.............................................. 40

Condenação em custas e honorários........................ 40

Título IV

JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS

Composição em competência................................... 45

Fase preliminar......................................................... 48

Procedimento sumaríssimo...................................... 48

Julgamento............................................................... 50

Recurso..................................................................... 50

Embargos de Declaração.......................................... 51

Execução de sentença............................................... 51

Despesas processuais................................................ 51

Lesões corporais....................................................... 52

Suspensão do Processo............................................. 53

Processos em andamento.......................................... 53

Necessidade de Lei Estadual.................................... 54

Prazo para instalação dos Juizados......................... 54

Título V

PRAZOS NOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS

E CRIMINAIS

Regras básicas sobre os prazos................................ 56

Prazos nos juizados Especiais Cíveis....................... 57

Prazos nas execuções................................................ 59

Prazos nos Juizados Especiais Criminais................ 60

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

JURISPRUDENCIA............................................. 62

Formulários para o exercício da advocacia nos

Juizados Especiais Cíveis e Criminais.....................

91

91

Íntegra da Lei No. 9.099 de 26 de setembro de

1995...........................................................................

132

Interpretação da Lei No. 9.099/95 pelo Tribunal

de Justiça de Santa Catarina...................................

161

161

Bibliografia...............................................................

168

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6

P R E F Á C I O

Recebi desvanecido, do autor desta obra preciosa

Advogado Reinaldo Assis Pellizzaro, o honroso convite

para prefaciá-la.

Comovido agradeço-lhe tão alta manifestação de

apreço, que bem reconheço não tem méritos para merecê-

la.

Só uma velha amizade e a fidalguia de espírito do

competente e honrado advogado autor, naturalmente,

levaram-no a trocar outro colega de reconhecida

capacidade intelectual, por este, que no dizer do saudoso

e insigne MINISTRO ALIOMAR BALEEIRO, é apenas

um et coetera da vida profissional de advogado.

Tão turbulenta tem sido, de alguns tempos para cá,

a vida da sociedade brasileira, que merece todo o louvor

quem, como o autor, DR. REINALDO, deixa de lado as

angústias e preocupações da luta do dia-a-dia, e

sacrificando seu próprio lazer produz uma obra como

esta - A TÉCNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS

ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS , tão necessária e

útil aos militantes profissionais do Direito.

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

Ultimamente muitos fatores têm contribuído para

que a Justiça aumente cada dia o seu débito para com a

sociedade brasileira. Em tais circunstâncias é gritante a

necessidade de reformas da nossa legislação, bem como

de nosso Poder Judiciário, modernizando-o, pois quanto

mais tardar isso acontecer, tanto pior para a Nação que,

com razão se sente insegura na garantia de defesa dos

seus direitos por parte do Estado que detém o monopólio

da distribuição da Justiça.

A Lei N° 9.099, de 26/09/95, objeto principal do

estudo do nobre autor, e que tem sua vertente no art. 98, I

da Constituição Federal, inova quanto ao fato de criar

órgãos da Justiça uniformizados - JUIZADOS

ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS - em harmonia

com a competência concorrente de todos os Estados, nem

bem entrou em vigor e já está exigindo uma ampla

reforma, a fim de que dela sejam extirpados os

costumeiros ranços dos formalismos que sempre

macularam a nossa processualística

Devido à exiguidade de espaço, um exemplo só

para focalizar o acima dito: Como poderá um credor

promover cobrança judicial de um crédito equivalente a

20 ou 30 salários mínimos se ele reside num dos Estados

do Sul e a praça de pagamento é Belém do Pará, ou

Manaus no Amazonas, etc., sendo ele obrigado a

comparecer à audiência de instrução e julgamento para

ser ouvido (art.28), sob pena de extinção do processo se

deixar de comparecer (art.51, I).

Page 8: A TÉCNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS-BIBLIOTECA VIRTUAL EDIPEL ISSUU 2014-

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Assim, num verdadeiro contra senso, o credor terá

que gastar antecipadamente, com viagem, se não todo o

valor do crédito duvidoso, ou mais, pelo menos uma

grande parte dele. Caso como esse deve ser resolvido ,

sem sombra de dúvida, por procurador com poderes

especiais.

Confiante no êxito da sua obra receba, DR.

REINALDO, com meus agradecimentos a sincera

homenagem do meu mais alto apreço.

Curitibanos (SC) em junho de 1997

Advogado OSNY GRANEMANN DE SOUZA

(in memoriam)

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

APRESENTAÇÃO

A partir de 1988, com a promulgação da

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO

BRASIL, todos os Estados brasileiros, passaram a editar leis

estaduais, de criação e funcionamento dos JUIZADOS

ESPECIAIS.

É que na verdade essa era a determinação insculpida no

art.98, I daquele Pergaminho Máximo, com a seguinte dicção:

" Art.98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e

os Estados criarão:

I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou

togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a

execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações

penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos

oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a

transação e julgamento de recursos por turmas de juízes de

primeiro grau."

Sendo esses Juizados órgãos da justiça se constituem em

verdadeiros Tribunais Inferiores, cuja criação e funcionamento

implica na alteração do número desses Tribunais, e a iniciativa

da lei de criação de competência privativa dos Tribunais de

Justiça, nos termos do art.96, alínea " d " da Constituição

Federal.

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Assim é que muitos Estados, no empenho de resolver seus

problemas de desafogar o Judiciário, sem meios para dar solução

ao grande volume de processos em tramitação, apressaram-se em

criar os Juizados Especiais.

Tal forma individual de criação e funcionamento, teve

como consequência a dissintonia de Estado para Estado,

especialmente no que diz respeito a prazos e prática dos atos

procedimentais e processuais.

Em boa hora, o Congresso Nacional, editou a Lei n° 9.099

de 26 de setembro de 1995, publicada no Diário Oficial da União

do dia 27 daquele mês e ano entrou em vigor no prazo de 60

dias da publicação; o texto legal estabeleceu regras uniformes

para criação e funcionamento dos Juizados Especiais, que

integram a organização judiciária da União (art.48, IX), que é de

competência exclusiva do Congresso Nacional, exatamente para

assegurar a uniformidade de atos em todo o território nacional.

Desta forma, todos os Estados, deverão adaptar agora

suas leis , para dar atendimento ao novo ordenamento federal, e

na hipótese de ocorrer divergência entre a norma estadual e a

federal, teremos a revogação tácita das leis estaduais, em

homenagem ao principio de hierarquia das leis.

Daí a importância de analisarmos, a Lei Federal n°

9.099/95, que surge agora como orientação definitiva e uniforme

para todos os operadores do direito, militam na área do

judiciário.

De resto se fazia necessário oferecer os formulários para a

postulação nos Juizados Especiais, á guisa de facilitar a atividade

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

de advocacia e mesmo o atendimento aos ditâmes da Lei dos

Juizados Especiais de que se cuida, neste livro, que não tem outra

pretensão senão ser útil todos aqueles que a compulsarem .

O Autor

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JUIZADOS ESPECIAIS

CÍVEIS E CRIMINAIS

Aí está o que de melhor podemos oferecer a nobre

classe dos profissionais do Direito e a todos a que-

les que, como nós, fazem da advocacia a razão de

suas existências e a vocação para o paciente e

sublime aprendizado...

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

- TÍTULO I -

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS

JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E

CRIMINAIS

1 - Definição de Juizados Especiais Cíveis e Criminais.

Definimos Juizados Especiais Cíveis e Criminais como Órgãos do

Poder Judiciário criados pela União, no Distrito Federal e nos

Territórios; e por Lei Complementar Estadual nos respectivos

Estados, para a conciliação, processo, julgamento e execução, das

causas cíveis de menor complexidade; e, criminais de infrações

penais de menor potencial ofensivo.

Esses órgãos obedecem a normas de direito processual especial

orientando-se pelos critérios de oralidade, simplicidade,

informalidade, economia processual e celeridade, buscando, sempre

que possível, a conciliação e transação.

A professora Maria Stella Villella Souto Lopes Rodrigues, enumera

de forma lapidar e didática as condições para que o processo,

inobstante simplificado, atinja sua finalidade, verbis:

“ São as condições que devem ser observadas para que o processo

atinja sua finalidade de modo rápido e eficiente, evitando-se

formalidades desnecessárias e ônus demasiado ás partes, porque, a

final, embora impulsionado pelo interesse destas, o processo visa á

atuação da própria lei, e interesse do Estado”.

Page 14: A TÉCNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS-BIBLIOTECA VIRTUAL EDIPEL ISSUU 2014-

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Apontam os autores as três condições do processo como sendo:

1.1 Simplicidade: O processo não deve conter formalidades

excessivas, complicadas ou supérfluas. É certo que a existência de

formalidades é indispensável á orientação do processo, já que é

através delas que o direito se exterioriza, sendo a forma, até mesmo

uma garantia da parte (autor ou réu). Mas não devem ser demasiadas,

a ponto de retardar o andamento do processo, nem devem ser

complicadas, a ponto de sacrificar a parte ao seu cumprimento. A

virtude está, exatamente no meio termo.

1.2 Brevidade: O processo deve ser rápido. O litígio deve encontrar,

o mais depressa possível, a sua solução. A vida moderna torna essa

condição essencial para a boa administração da Justiça.

1.3 Economia: O ideal é que o processo seja gratuito. É função do

Estado a de atuação da lei. Todavia, inobstante esse ideal de todos,

modernamente ainda não é possível dispensar as despesas suportadas

pelas partes com as demandas. Se assim é, cumpre ao Estado

estabelecer taxas moderadas para que a Justiça não se torne um bem

dos ricos, sem acesso aos pobres. ( In, ABC do Processo Civil, Edit.

RT. 1983 , p. 8 )

2. Os Juizados Especiais no mundo contemporâneo.

É de admitir-se que estas novas regras de direito processual,

integram o mundo jurídico há mais de um século, senão vejamos:

2.1 Na Inglaterra, já no ano de 1.846, foram criados os

denominados Tribunais de Condado Municipais, que substituíram as

Cortes Locais, com a finalidade de distribuir uma justiça rápida e

barata.

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

2.2 Nos Estados Unidos, por volta de 1.912 a 1.916, em Kansas,

Ohio e Illinois, funcionaram Cortes Inferiores, para julgar casos de

menor importância. Sendo que em 1.934, em Nova York, foi criado

um órgão de julgamento simplificado denominado Poor Man’s

Court, com a finalidade de julgar causas de até 50 dólares,

consideradas de pequeno valor econômico.

2.3 Também na Itália, encontramos os Pretores e os Conciliadores,

com competência para conhecer e julgar litígios de menor valor,

desde o século passado.

2.4 Estas Cortes especializadas de justiça rápida são também

encontradas na Alemanha, cuja implantação data de 1.967.

2.5 Na América do Sul, encontramos os Juizados Especiais, no

Uruguai, Venezuela e Argentina.

3. Origem dos Juizados Especiais no Brasil.

Os Juizados Especiais, surgiram no Brasil, sob a denominação de

Juizados de Pequenas Causas. Criados em 1984, com o objetivo de

melhorar o sistema jurídico e agilizar a entrega da prestação

jurisdicional pelo Estado.

Coube ao Judiciário do Rio Grande do Sul, adotar a experiência

pioneira com os chamados Juizados de Conciliação ou Informais.

A partir da implantação no Rio Grande do Sul, a idéia expandiu-se

para os principais Estados do Brasil; notadamente após a

promulgação de nossa atual Constituição Federal de 1.988, que deu

foro constitucional aos Juizados Especiais, tornando obrigatória a sua

criação pelos Estados, Art.98, Inc. I, verbis:

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“ A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados

criarão:

I - juizados especiais, providos por juizes togados, ou togados e

leigos, competentes, para a Conciliação, o julgamento e a execução

de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de

menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e

sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a

transação e o julgamento de recursos por turmas de juizes de

primeiro grau;

Com a entrada em vigor da Lei Nº 9.099 de 26 de setembro de 1.995,

foi finalmente uniformizado em todo o Território Brasileiro, as

normas processuais para a definitiva implantação dos Juizados Cíveis

e Criminais.

O ordenamento legal especializado trouxe em seu bojo a esperança

de solução para a angustiante necessidade de agilização na prestação

jurisdicional pelos órgãos jurisdicionais.

4. A necessidade da criação dos Juizados Especiais no

Brasil.

É necessário enfatizar-se que a necessidade da criação dos Juizados

Especiais no Brasil, deve-se a conotação de excessiva morosidade na

necessária prestação jurisdicional pelo Poder Judiciário; que

angustiava o jurista atento, que desde logo identificou a causa deste

mal:

a) A falta de recursos financeiros para a manutenção do Poder

Judiciário, tendo como resultado a carência de material e de

pessoal.

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

b) A excessiva burocracia, que obedece a um ordenamento jurídico

vetustamente desatualizado, que entrava o andamento dos processos,

com custos elevados que impede o acesso ás classes menos

favorecidas a solução dos conflitos.

Diante dessa realidade, sem meios para solucionar a primeira das

causas, que é a falta de dinheiro; os Tribunais como órgãos do Poder

Judiciário (Art.98, I, CF ), valendo-se da competência exclusiva para

criar Tribunais Inferiores (Art. 96, II “c “, CF) fizeram editar leis

de criação e funcionamento dos Juizados Especiais Cíveis e

Criminais

De inicio cada Estado, apressou-se em editar suas próprias leis, que

inobstante a intenção meritória pecavam pela prejudicial dissintonia

processual, ferindo de morte o principio da uniformidade processual

dos atos inerentes a tutela jurisdicional prestada pela totalidade

dos Estados da Federação - ( Art.22, CF ).

Objetivando resguardar a necessária uniformidade dos atos

praticados no processo da Justiça Especializada, o Congresso

Nacional, discutiu, votou e aprovou a Lei Federal Nº 9.099 de 26 de

setembro de 1.995, que normatizou a criação e o funcionamento dos

Juizados Especiais Cíveis e Criminais , em todos o território

brasileiro.

Assim, foi determinada a criação pelo Estados desses órgãos de

prestação jurisdicional, que integrando nosso ordenamento jurídico,

subordinam-se ao império da Lei Federal cogente.

Segundo determina a norma legal os Juizados Especiais Cíveis e

Criminais, como órgãos da Justiça Ordinária, serão criados:

a) Pela União, no Distrito Federal e nos Territórios.

b) Pelos Estados, nos limites de seu respectivo território.

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Legislador Federal, estabeleceu o prazo de seis meses, a contar da

vigência da lei, para que os Estados, Distrito Federal e Territórios

criar e instalar os Juizados Especiais, vale dizer até 27 de novembro

de 1995 (Art.95).

A finalidade de tais órgãos judiciais, é conforme o texto legal

cogente: o processo, conciliação, julgamento e execução, nas

causas cíveis e menor complexidade e criminais de menor potencial

ofensivo.

Objetivando a rápida solução para os litígios, o processo se orienta

pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade,

economia processual e celeridade, buscando sempre que possível a

conciliação ou a transação.

Os Juizados Especiais, como órgãos da Justiça Ordinária, dividem-

se em:

a) - JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS.

b) - JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS.

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

- TÍTULO II -

LEI Nº 9.099 de 26 de SETEMBRO de 1.995

DISPÕE SOBRE OS JUIZADOS ESPECIAIS

CÍVEIS E CRIMINAIS E DÁ OUTRAS

PROVIDÊNCIAS.

1 - A nova Lei Federal de criação dos Juizados

Especiais.

A nova Lei Nº 9.099/95 de criação e funcionamento dos Juizados

Especiais Cíveis e Criminais, compõe-se basicamente de quatro

Capítulos, e 97 artigos.

O Capítulo primeiro é comum a ambos os Juizados, autorizando sua

criação como órgãos da justiça ordinária.

O Capítulo segundo, normatiza o processo nos Juizados Especiais

Cíveis; enquanto que o Capítulo terceiro, cuida do processo nos

Juizados Especiais Criminais.

Finalmente no Capítulo quarto, o novo ordenamento estabelece as

disposições gerais comuns.

2 - Alteração nas legislações dos Estados

Como ocorreu na maioria dos Estados da Federação, apenas para

exemplificar, em Santa Catarina, foram editadas na da menos que três

leis que objetivaram agilizar a prestação jurisdicional no âmbito dos

Juizados Especiais:

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2.1 - Em 22 de novembro de 1.990 foi editada a Lei Ordinária

Estadual Nº 8.151, que criou os Juizados Especiais de Causas Cíveis

e as Turmas de Recursos.

2.2 - Um ano depois, ou seja em 19 de junho de 1.991, entrou em

vigor a Lei Estadual Nº 8.271 que normatizou a criação,

funcionamento e processo dos Juizados Informais de Pequenas

Causas. Com competência para conciliar, arbitrar e julgar questões

patrimoniais, relativa a direitos disponíveis, de valor menor que 5

(cinco) Salários Mínimos, versando sobre: Condenação em dinheiro,

condenação de entrega de coisa móvel, direitos do consumidor e

anulação de contratos sobre coisas móveis.

2.3 - Finalmente em 12 de janeiro de 1.993, passou a vigorar a Lei

Complementar Nº 077, dispondo sobre os Juizados Especiais de

Causas Cíveis e ainda criando os Juizados de Pequenas Causas e

cargos de Juiz Especial; revogando expressamente a Lei Nº 8.151/90.

Insta observar-se que esta Lei Complementar, teve seu art.28, vetado

pelo Governador do Estado, e em face do veto que atingiu somente o

mencionado artigo, o texto foi promulgado pelo Presidente da

Assembléia, reeditando a Lei, que acabou sendo renumerada,

passando a vigorar como Lei Nº 1.141 de 25 de março de 1.993...

Desta forma em muitos Estados, como efetivamente ocorreu em

Santa Catarina, ao entrar em vigor a Lei Federal Nº 9.099/95, por

imposição da própria Constituição Federal, já haviam sido criados os

Juizados Especiais. Recebendo as leis estaduais revogação tácita, nos

pontos em que conflitarem com a norma cogente federal, por

imposição do principio da hierarquia das leis.

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

- TÍTULO III -

ALTERAÇÃO NA LEGISLAÇÃO DOS

ESTADOS

Com a vigência da Lei Nº 9.099/95, que uniformizou a criação e o

funcionamento dos Juizados Especiais de Causas Cíveis e

Criminais, em todo o território brasileiro, devem ser atendidas as

formalidades postulatórias:

1 - Quanto a Competência - ( Artigo 3º )

Devemos entender a competência como a possibilidade de exercer a

jurisdição para os casos concretos conferidas pela lei aos Juizados

Especiais como órgãos do Poder Judiciário, ou seja, causas cíveis de

menor complexidade e criminais de menor potencial ofensivo.

Assim enquadrando-se o caso concreto na moldura acima referida, os

Juizados Especiais têm competência para a conciliação, processo,

julgamento e execução, sendo esta determinada:

1.1 Pelo valor da causa ( Artigo 3º, inciso I ) 1

A Lei Federal, determina ser de competência dos Juizados Especiais

Cíveis, as causas, cujo valor é de até 40 (quarenta) vezes o salário

mínimo.

Vale dizer que foi uniformizada a competência quanto ao valor da

causa, restando derrogado o disposto pela Lei Nº 7.244/84, que

cuida dos Juizados de Pequenas Causas bem como a Lei Estadual

Nº8.271/91, que trata dos Juizados Informais de Pequenas Causas.

1 V. CF art. 7o.

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1.2 Em razão da matéria - (Artigo 3º, incisos II, III e IV )

A Lei Federal determina ser da competência dos Juizados Cíveis

Especiais:

I ) As causas enumeradas no Art. 275, II do C.P.C 2

“ Art.275 (CPC). Observar-se-á o procedimento sumário:

* Inciso I com redação determinada pela Lei nº 5.925, de 1º de

outubro de 1.993.

I -.............

II - nas causas qualquer que seja o valor :

Inciso II, caput, com redação determinada pela Lei nº 9.245, de 26

de dezembro de 1995, Vigência a partir de 25 de fevereiro de 1996.

a) de arrendamento rural e parceria agrícola;

b) de cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao

condomínio.

c) de ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico;

d) de ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de

via terrestre;

e) de cobrança de seguro , relativamente aos danos causados em

acidente de veículo, ressalvados os casos de processo de execução;

f) cobrança de honorários dos profissionais liberais, ressalvado o

disposto em legislação especial.

2 V. CPC art 272.

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

g) nos demais casos previstos em lei.

Observação: Alíneas “a, b, c, d, e, f, g e h “, com redação determinada

pela Lei nº 9.245, de 26 de dezembro de 1995, vigência a partir de 25

de fevereiro de 1996.

Desta forma é de competência dos Juizados Cíveis, todos as causas

enumeradas pelo Art. 275, II do Código de Processo Civil,

independentemente do valor.

Importante todavia atentar-se para o disposto pelo Art. 3º § 3º, desta

lei, pois ter-se-á por renunciado o valor que exceder ao limite máximo

de 40 (quarenta) vezes o salário mínimo.

Ainda em razão da matéria é da competência dos Juizados Especiais

Cíveis:

II ) A ação de despejo para uso próprio. 3

III) Ações possessórias, sobre bens imóveis, limitadas estas até o

valor de 40 (quarenta) vezes o salário mínimo. 4

Vale observar-se que tanto pela renúncia do valor excedente a 40

salários mínimos quanto para a limitação nas causas que envolver a

posse sobre bens imóveis, o valor da causa se constitui em condição

para a determinação da competência nos Juizados Especiais Cíveis.

3 ) Composição dos Juizados Especiais - ( Art.5º) 5

3 V. Lei 8.245, de 18.10.91, arts. 5o, 47, III e §§ 1o a 3o , 61, 62 I e IV e 80. 4 V. CPC arts. 926 e 932, CC arts. 43 a 46 e 523. 5 V. CF art. 93, IX, Lei 9.099/95 art. 33 e CPC art. 130, 131 e 335.

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24

O s Juizados Especiais, compõem-se:

3.1 Juiz Togado, ou seja, concursado, que goza das garantias

constitucionais ( Art. 95 da CF); que dirige o processo com liberdade

para determinar as provas e apreciá-las, decidindo da forma mais justa

e equânime; ( Arts. 5º e 6º).

3.2 Juizes Leigos, que atuam como auxiliares da Justiça, recrutados

entre advogados - daí o equivoco na denominação leigos -, com mais

de 5 (cinco) anos de experiência (Art.7º); ficando estes impedidos do

exercício de advocacia perante dos Juizados Especiais, enquanto

estiverem no desempenho da função. ( Parágrafo único do art. 7º).

3.3 Conciliadores, que atuam também como auxiliares da Justiça,

recrutados preferencialmente, entre bacharéis em Direito . (Art.7º)

4 - Quanto as Partes - ( Art.8º ) 6

Segundo dispõe a Lei Federal, estão impedidos de demandar nos

Juizados Especiais :

a) O incapaz.

b) O preso.

c) As pessoas jurídicas de direito público.

d) As empresas públicas da União.

e) A massa falida.

f) O insolvente civil.

6 V. CPC arts. 3o e 748, CC art. 5o, 6o. e 14o, Lei 9.099/95 51, IV.

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

O maior de 18 (dezoito) anos , poderá ser autor, independentemente

de assistência, inclusive para fins de conciliação.

Nas causas de valor até 20 (vinte) salários mínimos, as partes

poderão comparecer pessoalmente, naquelas de valor superior a

assistência de advogado é obrigatória.

O mandato ao advogado poderá ser verbal, salvo quanto a poderes

especiais, ou seja, receber citação inicial, confessar, transigir,

desistir, renunciar ao direito sobre que se funda ação, receber e

dar quitação e firmar compromisso ( Art.38 CPC). Vale dizer que

na condição de mandatário verbal, o advogado não pode conciliar em

nome de seu constituinte.

A pessoa jurídica ou firma individual, poderá ser representada por

preposto, como ocorre na Justiça do Trabalho. Todavia insta atentar-

se para o fato de que , a pessoa jurídica ou firma individual não

poderá figurar no polo ativo do processo; vale dizer não podem

demandar nos Juizados Especiais - ( Art. 8º, § 1º).

Constituindo-se em grave transgressão a norma legal, a transferência

de crédito, via endosso, de pessoas jurídicas, notadamente de

empresas comerciais, para seus prepostos e gerentes, para que estes

demandem a cobrança de tais créditos nos Juizados Especiais;

cabendo em tais casos contestação e embargos pelos Demandados,

com a alegação de LITIGÂNCIA DE MÁ FÉ por parte dos

Demandantes.

A norma legal federal não admite ( Art.10 ) a intervenção de

terceiros que está prevista no Cap.VI do CPC, que segundo ali

estabelecido pode ser como: Oposição (Art.56), nomeação á

autoria (Art.62); denunciação da lide (Art.70)...mesmo

obrigatória! chamamento ao processo (Art.77), não sendo admitido

igualmente a assistência prevista pelo Código de Processo Civil

(Art.50).

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26

Admite-se somente o litisconsórcio conforme previsto pelo Art. 50

do CPC.

A representação por advogado, como vimos, obedece aos seguintes

critérios”:

I ) Até 20 salários mínimos regionais FACULTATIVA.

II ) Mais de 20 salários mínimos OBRIGATÓRIA.

III) Comparecendo uma das partes assistida por advogado, ou se o

réu for pessoa jurídica ou firma individual, terá a outra parte se

quiser, assistência judiciária, prestada por órgão, instituído na lei

local, junto ao Juizado Especial.

IV) Quando a causa recomendar, o Juiz alertará a parte para a

conveniência de fazer-se representar por advogado.

Importante assinalar-se ser sempre imprescindível o acompanhamento

pela parte por advogado; tendo em vista a máxima de que “ TODO

AQUELE QUE DEMANDA EM CAUSA PRÓPRIA TEM

COMO CLIENTE UM TOLO ”, máxime sendo leigo 7.

5 - Quanto aos Atos Processuais - ( Art.12 ) 8

A Lei Federal, estabelece expressamente que os atos processuais:

a) Serão públicos;

7 V. NOVO ESTATUTO DA OAB COMENTADO, 2a edifício, Reinaldo Assis

Pellizzaro, Pág. 23. 8 V. CF arts. 5o, LX e 93, IX e CPC arts. 155 e 172.

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

b) sempre válidos desde que preencham a finalidade;

c) não serão anulados sem que tenham causado prejuízo

d) podem ser praticados em outra comarca, por qualquer meio idôneo

de comunicação;

e) apenas os atos essenciais serão registrados resumidamente de

forma manuscrita ou datilografada, estereotipada ou mesmo através

de fita magnética.

6 - Quanto ao pedido - ( Art. 14 ) 9

O processo tem inicio com a sua instauração, ou seja, a apresentação

do pedido, escrito ou oral, na Secretaria do Juizado.

Portanto o pedido é dirigido ao Juizado Especial, atendendo a forma

informalmente simplificada, em fichas ou formulários, devendo

conter:

I ) O nome, a qualificação e o endereço das partes;

II) Os fatos.

III) Os fundamentos, de forma sucinta.

IV) O objeto e seu valor ( Art.14)

V) Requerimento para citação do réu e designação de Sessão de

Conciliação, com observância do disposto pelo Art.18, §. 1º da Lei

Especializada.

9 V. CPC arts. 262 e 286.

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VI Requerimento para produção de provas, depoimento pessoal do

réu e havendo necessidade de produção de prova pericial , deverá ser

desde logo justificado, com a formulação dos quesitos ( Art.35,

Parágrafo único )e apresentação do rol de testemunhas, até o

máximo de 3 (três) - (Art.34).

Alguns Juizados Especiais, adotam formulários simplificados, que

por omissão de requisitos formais, acabam por prejudicar direito das

partes.

Inobstante não se deixe de admitir o escopo de simplicidade, o pedido

deve atender um mínimo de formalidade, exigindo daqueles que

militam na área do Direito, observar e fazer observar.

Assim, sempre que, como advogados, exerçamos nossa atividade

profissional, para instauração da causa ( segundo a dicção da lei) ,

(Art.14) devemos elaborar a peça inaugural, indicando

obrigatoriamente”:

Juizado Especial de Causas Cíveis: (= Causas cujo valor não seja

superior a 40 salários mínimos regionais; causas sujeitas ao

procedimento sumário, previstas pelo Art.275, II do CPC; ação de

despejo para uso próprio; possessórias sobre bens imóveis até o limite

de 40 salários mínimos; e ainda execucionais, judiciais de seus

próprios julgados, e de títulos extrajudiciais limitados aquele valor.

Que a teor da Lei Federal, deverão funcionar na sede do Juízo, sob

orientação de um Juiz Togado, devendo a petição ser dirigida:

1. RESPEITÁVEL JUIZADO DE CAUSAS CÍVEIS DE...este

tratamento é correto, pois a petição, não é dirigida ao Juiz Togado,

cujo tratamento seria Excelentíssimo, mas sim, ao órgão

jurisdicional. A Secretaria como parte desse órgão recebe o pedido,

incumbindo-se de designar a data de realização Sessão Conciliatória

e citação do réu ( Art.16), cuja solenidade poderá ser presidida por

um Juiz Togado ou Leigo.

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

2. EXCELENTÍSSIMO JUIZ TOGADO DO JUIZADO

ESPECIAL DE CAUSAS CÍVEIS DE...para a hipótese em que se

deseja dirigir o pedido tanto na exordial como através de

requerimento de impulso, diretamente para a autoridade que preside

o Juizado Especial.

Segue-se na redação da peça exordial com atendimento aos requisitos

anteriormente elencados.

7 - Quanto as Citações e Intimações - ( Art.18 ) 10

É dispensada a citação - ( Art.17) 11

Comparecendo inicialmente ambas as partes será instalada a Sessão

de Conciliação dispensado o registro prévio do pedido e a citação.

A citação será feita por correspondência, aviso de recebimento e em

mão própria.

7.1 Requisitos para a validade da citação:

7.1.1 Cópia do pedido inicial.

7.1.2 Dia e hora para comparecimento do citando .

7.1.3 Advertência de que o não comparecimento implica em ser

considerada verdadeira as alegações contidas na inicial, ensejando o

julgamento de plano da ação.

Não haverá citação por edital.

10 V. CPC arts. 213 e 221. 11 V. CPC art. 447

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7.2 Dispensa de contestação - (Art.17, Parágrafo único) 12

Havendo pedidos contrapostos, poderá ser dispensada a contestação

e ambos serão julgados na mesma sentença.

7.3 Revelia - ( Art.20 ) 13

Ocorre a revelia quando o demandado não comparece a Sessão de

Conciliação.

Igualmente, ocorre a revelia, quando o Demandado não comparece a

audiência de instrução e julgamento.

Ocorrendo a revelia reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados na

inicial, salvo se o contrário, resultar da convicção do Juiz.

8 - Da conciliação - ( Art. 21 ) 14

As partes são exortadas para conciliar na Sessão dirigida por JUIZ

TOGADO ou JUIZ LEIGO.

Esta Sessão poderá ainda ser conduzida por Conciliador, sob a

orientação de JUIZ TOGADO ou LEIGO.

8.1 OBTIDA A CONCILIAÇÃO - ( Art. 22, Parágrafo único ) 15

8.1.1 Será reduzida a escrito,

8.1.2 Homologada por sentença, pelo Juiz Togado,

12 V. CPC art. 302, III e Parágrafo único. 13 V. CPC arts. 319 e 322. 14 V. CPC art. 125, IV. 15 V. CPC art. 331 § 1o.

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

8.1.3 Terá eficácia de TÍTULO EXECUTIVO.

IMPORTANTE: anotar-se que as normas de organização judiciária

local, poderão estender a conciliação para as causas não abrangidas

pela Lei Federal Especializada.( Art.58 ).

8.2 NÃO OBTIDA A CONCILIAÇÃO - ( Art.24 ) 16

8.2.1 As partes podem optar pelo JUÍZO ARBITRAL.

8.2.2 Instauração do processo sem termo de compromisso

8.2.3 Escolha de árbitro pelas partes, escolhido dentre os JUIZES

LEIGOS.

8.2.4 O Juiz convoca o árbitro que apresentará o laudo em 5 dias e

designa data para audiência de instrução, quando o Juiz Togado

homologa o laudo, por sentença irrecorrível - (Art.26) 17

8.3 NÃO COMPARECENDO O DEMANDADO - ( Art.23):

O Juiz Togado, profere a sentença, de plano com julgamento

antecipado, conforme advertência de citação.

Não instituído o juízo arbitral, imediatamente procede-se a instrução e

julgamento, desde que não resulte prejuízo para a defesa.

9 - Da Instrução e Julgamento - ( Art.27 ) 18

16 V. CPC art. 1.072 e 1.073. 17 V. CPC art. 1.098. 18 V. CPC art. 277.

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9.1 Não instituído o Juízo Arbitral, o processo é instruído e julgado,

de imediato, desde que, não resulte prejuízo para a defesa.

9.2 Não sendo possível, a realização a audiência será designada para

o prazo mínimo de 15 (quinze) dias quando serão ouvidas as partes,

colhidas as provas e proferida a sentença.

9.3 As partes se manifestarão imediatamente na audiência, havendo a

juntada de documentos.

9.4 Os incidentes serão decididos de plano.

10 ) Resposta do réu - ( Art. 30 ) 19

10.1 CONTESTAÇÃO:

10.1.2 A Contestação deverá ser apresentada por escrito ou oral na

PRÓPRIA AUDIÊNCIA.

Atenção: Se houver necessidade de produção de prova

testemunhal as partes deverão estar acompanhadas de suas

testemunhas (até o máximo de três). Querendo que as mesmas

sejam intimadas para a audiência, deverá se protocolado pela

Secretaria do Juizado pedido específico para o ato, até 5 (cinco)

dias antes da realização da audiência.

10.1.3 Oral ou escrita, contendo toda a matéria de defesa. Argüição

de suspeição ou impedimento, que serão processadas na forma da

legislação em vigor (CPC).

Não se admitirá reconvenção, mas sim, formulação, pelo réu, de

pedido em seu favor, desde que de competência dos Juizados

19 V. CPC arts. 300, 304 e 312 e Lei 9.099/95 art. 13, § 3o

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

Especiais, fundado nos mesmos fatos que constituem objeto da

controvérsia ( Art.31). 20

A resposta do autor (= impugnação á contestação e documentos

apresentados pelo réu), poderá ser feita na mesma audiência,

podendo requerer a designação de nova data, para prosseguimento,

ficando desde logo intimadas as partes.

11 - Produção de Provas - ( Art. 32 ) 21

Nos Juizados Especiais é permitido todos os meios de prova 22

, que

serão produzidas em audiência, ainda que não requeridas, sendo

facultado ao Juiz excluir aquelas que julgar desnecessárias e

protelatórias.

11.1 Testemunhas, no máximo três serão levadas pelas partes

independentemente de intimação, todavia se requerido com cinco dias

de antecedência poderão ser intimadas.

11.2 Técnicos, poderão ser ouvidos quando o caso exigir

conhecimento especializado, permitido ás partes apresentação de

parecer técnico.

11.3 Prova oral, será reduzida a escrito de forma resumida, sendo

que a instrução poderá ser dirigida por Juiz Leigo sendo

supervisionada por Juiz Togado.

20 V. CPC arts. 128, 315 e 922. 21 V. CF art. 5o , LVI e CPC art. 332. 22 V. CPC art. 130 e 336 e lei 9.099/95 art. 5o .

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11.4 Inspeção pelo Juiz de oficio ou a requerimento das partes a

pessoas ou coisas, pessoalmente ou por pessoa de sua confiança, que

fará relato informal.

12 - Quanto a Sentença e Recurso - ( Art.38 ) 23

12.1 Sentença - ( Art.38)

A sentença mencionará os elementos de convicção do Juiz, com breve

resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o

relatório, e será sempre de condenação em quantia liquida 24

, nos

limites da alçada desta lei (até 40 salários mínimos regionais), sendo

ineficaz no que exceder.

Se a sentença for prolatada por Juiz Leigo o Juiz Togado, deverá

homologar, podendo pelo seu livre convencimento prolatar outra em

substituição - (Art. 40) 25

12.2 Recursos - ( Art.41) 26

Recurso inominado ordinário, no prazo de 10 dias 27

Da sentença, excetuada a HOMOGATÓRIA DE CONCILIAÇÃO

OU LAUDO ARBITRAL, caberá recurso:

12.2.1 Escrito, interposto por advogado.

12.2.2 Ao próprio Juizado.

23 V. CPC arts. 131, 162, § 1o e 458. 24 V. CPC art. 603. 25 V. CPC art. 132 e Parágrafo único. 26 V. CPC arts. 502, 513 e 518, Parágrafo único. 27 V. CPC arts. 246 e 506, I e II.

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

12.2.3 Efeito devolutivo, podendo ser concedido efeito suspensivo a

critério do Juiz Togado, para evitar graves danos a parte.

12.3 Deve conter: RAZÕES e o PEDIDO DO RECORRENTE:

12.3.1 Postulação na interposição do recurso:

A teor da nova Lei, como se viu, da sentença excetuada a

homologatória de conciliação ou laudo arbitral, caberá recurso

(inominado), dirigido ao próprio Juizado.

Desta forma a postulação deverá ser feita, em Requerimento dirigido

ao Juizado, acompanhado das razões de recurso:

1) RESPEITÁVEL JUIZADO ESPECIAL DE CAUSAS CÍVEIS

DE...o teor do requerimento é encontrado neste volume na parte

destinada a FORMULÁRIOS...

2) TURMA DE RECURSOS...razões e pedido do recorrente (

Vide, FORMULÁRIOS.....)

ATENÇÃO: Não haverá intimação para preparo, devendo

acompanhar o recurso a prova do pagamento, ad cautelam. (art.54,

Parágrafo único) 28

12.3.2 Resposta do recorrido no prazo de 10 dias ( Art.42, § 2º)

12.4 JULGAMENTO DO RECURSO - ( Art. 45 ) 29

28 V. CPC art. 20 §§ 2o e 3o . 29 V. Lei 9.099/95 art. 19.

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12.4.1 Por uma Turma de Recursos, composta por três Juizes

Togados.

12.4.2 As partes serão intimadas da Sessão de Julgamento.

Releva observar-se que o Recurso de Divergência, conforme

proposta inicial da Lei, (Art.47) recebeu VETO presidencial, não

sendo pois admitido.

12.5 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - ( Art.48 ) 30

Cabe recurso de EMBARGOS DE DECLARAÇÃO sempre que na

sentença ou acórdão houver obscuridade, contradição, omissão ou

dúvida.

Serão interpostos por escrito ou oralmente, no prazo de até cinco dias

após a publicação. Sendo que quando interpostos contra sentença,

suspenderá o prazo de recurso.

Poderão portanto, haver a interposição de Embargos de Declaração,

no prazo de 5 dias contados da ciência da decisão.

Este recurso na síntese feliz do emérito Desembargador Pedro

Manoel Abreu, se define lapidarmente : “Os embargos de

declaração, são na essência um recurso de inteligência de provisão

judicial, quanto a obscuridade, a dúvida, contradição ou omissão

eventualmente existente no julgado”. ( In, DJ. Nº 8.327 de 30 08 91

pg.3).

12.5.1 Postulação:

30 V. CPC art. 535.

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

1. EXCELENTÍSSIMO JUIZ TOGADO DO JUIZADO

ESPECIAL DE CAUSAS CÍVEIS DE...quando a obscuridade,

dúvida ou contradição for de sentença de primeiro grau.

2. COLENDA TURMA DE RECURSOS DO JUIZADO

ESPECIAL DE CAUSAS CÍVEIS DE...quando pelos motivos

acima elencados tratar-se de acórdão da Turma de Recursos .

12.6 RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO

Não é admitido o recurso de Agravo de Instrumento no âmbito dos

Juizados Especiais.

Todavia a jurisprudência vem se orientando no sentido de ser

recebido o Agravo de Instrumento, como RECLAMAÇÃO sempre

que o Regimento da Turma de Recursos, admitir.

13 - Extinção do processo sem julgamento do mérito -

(Art.51 ) 31

São casos de extinção do processo, sem prévia intimação das partes:

13.1 Não comparecimento do autor a qualquer das audiências, sem

comprovação de força maior.

13.2 Ser inadmissível o procedimento eleito.

13.3 Incompetência territorial 32

13.4 Falecido o autor, a habilitação depender de sentença

31 V. CPC art. 267. 32 V. CPC arts. 94 a 101.

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13.5 Falecido o réu, o autor não promover a habilitação dos

herdeiros em 30 dias 33

14 - Execuções nos Juizados Especiais

14.1 Execução de Sentença - ( Art.52 ) 34

14.1.2 TÍTULOS JUDICIAIS:

14.1.2.1 ACORDO NO JUÍZO CÍVEL - ( Art.57 ) 35

Tratando-se de título extrajudicial, de qualquer natureza ou

valor, poderá ser HOMOLOGADO, no Juízo competente,

independentemente de termo, valendo a sentença como TÍTULO

EXECUTIVO JUDICIAL.

14.1.2.2 ACORDO NO JUÍZO CRIMINAL - ( Art.57 )

Comporta execução a composição de danos no Juízo Criminal,

desde que homologada pelo Juiz.

A execução se faz no próprio Juizado obedecendo-se:

a) As sentenças serão sempre liquidas.

b) O cálculo de atualização será feito pelo servidor judicial.

c) Intimação na própria audiência.

d) Pedido de execução pelo vencedor poderá ser verbal, dispensada

nova citação.

33 V. CPC art. 597, CC arts. 928, 1.501, 1587 e 1.796. 34 V. CPC art. 566 e segs. 35 V. CPC art. 584, III.

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

e) Condenação em obrigação de dar ou fazer, com cominação de

multa diária, ou o cumprimento por outrem.

f) Alienação forçada de bens, através de terceiros pelo valor da

avaliação, se for inferior, as partes serão ouvidas, sendo dispensada a

publicação em jornais, de bens de pequeno valor.

14.2 EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL - ( Art.53

) 36

14.2.1 ACORDO EXTRAJUDICIAL

O acordo extrajudicial escrito celebrado entre as partes para por fim a

litígio, referendado pelo Ministério Público, vale como título

extrajudicial.

14.2.2 TÍTULOS EXTRAJUDICIAIS:

A execução de títulos extrajudiciais no valor de até 40 vezes do

salário mínimo regional, obedecerá ao CPC, quanto ao aforamento,

citação e penhora, obedecendo ainda as determinações da Lei Federal

Especializada:

14.2.2 Procedimento

14.2.2.1 Efetuada a penhora o devedor será intimado para

comparecer a audiência de conciliação quando poderá oferecer

embargos por escrito.

36 V. CPC art. 585.

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40

Desta forma não se pode admitir que tão logo recebido o pedido

execucional pela Secretaria do Juizado, esta faça expedir mandado de

citação e penhora, e ao mesmo tempo intimação para a audiência.

Tal procedimento se constitui em açodamento instrutório, ensejando a

ocorrência de duas situações tisnadas pela ilegalidade:

a) - O Devedor que não teve bens penhorados comparece a audiência,

concordando com a proposta do Juiz por temor reverencial, a pagar a

dívida em prestações que sabe não poder cumprir, sendo prolatada

sentença homologatória inócua.

b) O devedor comparece a audiência acompanhado por advogado,

que oferece embargos, que por não ter bens penhorados não podem

ser recebidos pelo Juiz, realizando-se solenidade instrutória inócua.

14.2.2.2 Audiência buscará o meio mais rápido para a solução sendo

que o conciliador proporá o pagamento a prazo, ou a prestação, a

dação em pagamento ou imediata adjudicação do bem penhorado pelo

credor.

14.2.2.3 Não apresentando embargos ou julgados estes

improcedentes qualquer das partes poderá propor a adoção de uma

das alternativas anteriores.

14.2.2.4 Não encontrado o devedor ou inexistindo bens penhoráveis o

processo será imediatamente extinto, devolvendo-se ao autor os

documentos.

É necessário que quando do aforamento da execução o credor já

faça a indicação e comprovação da existência de bens para

penhora , evitando o arquivamento da execucional.

Ainda assim é importante, a formulação de pedido especial para que

não sendo encontrados bens, seja o Exequente intimado para

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

diligenciar na localização de bens de propriedade do devedor,

evitando-se assim a extinção da ação; o mesmo procedimento deve

ser adotado quanto ao pedido de indicação do endereço do

executado, que poderá, ou não, ser deferido pelo Juizado...

Ainda neste passo é preciso se verificar se não ocorreu fraude de

execução (Art. 593 CPC), ou mesmo interesse na interrupção da

prescrição em decorrência da citação válida do devedor (Art. 219,

CPC); máxime se os bens forem impenhoráveis ( Lei Nº 8.009 de 29

03 90); casos em que não se justifica em absoluto a extinção da

execucional, que somente beneficia o devedor inadimplente.

14.3 Quanto as custas processuais - ( Art.54 e Art. 55) 37

14.3.1 Não serão contadas custas na execução, salvo quando”:

a) Reconhecida litigância de má fé.

b) Improcedência dos embargos do devedor.

c) Execução de sentença que sido objeto de recurso improvido do

devedor.

15 - Embargos do Devedor - ( Art. 52, IX ) 38

15.1 É admitido oferecer embargos nos autos da execução, versando

sobre:

a) Falta ou nulidade de citação sendo o executado revel.

b) Manifesto excesso de execução.

37 V. CPC art. 20, §§ 2o e 3o, 17, 18 e 27. 38 V. CPC art. 741.

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42

c) Erro de cálculo.

d) Causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação,

superveniente à sentença.

16. Não pagamento de despesas no Primeiro Grau -

(Art.54) 39

O ajuizamento das ações nos Juizados Especiais, independem de

pagamento de custas, taxas ou despesas no primeiro grau de

jurisdição dizer, é gratuita a prestação jurisdicional pelo Estado.

Já para interposição do recurso 40

devem ser pagas todas as despesas

do preparo, inclusive honorários de advogado.

A medida é sem dúvida salutar, pois de um lado proporciona o acesso

ao judiciário da classe economicamente menos favorecidas e de outro

lado inibe recursos meramente protelatórios.

17. Quanto a condenação em honorários - ( Art.55 ) 41

A sentença de Primeiro Grau não condenará o vencido em custas e

honorários de advogado, salvo LITIGÂNCIA DE MÁ FÉ

“Art. 17 CPC - Reputa-se litigante de má-fé, aquele que:

I - Deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei, ou fato

incontroverso;

II- alterar a verdade dos fatos;

III- usar o processo para conseguir objetivo ilegal’;

IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo’;

39 V. CF art. 24, IV. 40 V. CPC art. 20, §§ 2o e 3o . 41 V. CPC arts. 17, 18 e 27.

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do

processo.”

Havendo recurso sendo vencido o recorrente será condenado nas

custas e honorários de 10% a 20% do valor da condenação do valor

corrigido da causa.

18. Quanto aos acordos extrajudiciais - ( Art.57 ) 42

Os acordos extrajudiciais escritos valerão como títulos executivos,

sempre que homologados pelo Juízo competente, independentemente

de termo valendo como título judicial.

Quando constante de instrumento escrito o acordo celebrado entre as

partes e referendado pelo Ministério Público, valerá como título

extrajudicial.

42 V. CPC arts. 584, III, 585, II.

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44

JUIZADOS ESPECIAIS

CRIMINAIS

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

- TÍTULO IV -

JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS

( Artigos 60 a 92 )

1. Composição e competência dos Juizados Especiais

Criminais ( Art. 60) 43

Os Juizados Especiais Criminais, providos por Juizes Togados e

Juizes Leigos, têm competência para conciliação, julgamento e

execução das infrações penais de menor potencial ofensivo.

Infrações penais de menor potencial ofensivo (Art. 61) 44

, são aquelas

que embora passíveis da reprimenda pelo Estado, são potencialmente

menos ofensivas, ou seja:

a) Contravenções Penais, como tal definidas pela Lei Nº 1.508/51.

b) Crimes que a lei cominar pena máxima não superior a UM

ANO.

Observação: São excetuados os casos em que a lei estabeleça

procedimento especial.

Orientação no âmbito dos Juizados Especiais Criminais -

(Art.62) 45

43 V. Lei 9.099/95 arts. 21 a 26, CPC art. 125, IV. 44 V. CF, art. 98, I e Dec. Lei 3.668/41, arts. 18, 19, “caput”, 21 a 50, “caput” e §

2o, 52 a 68 e 70 (Lei das Contravenções Penais).

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46

a) Oralidade, informalidade, celeridade e economia processual.

b) Reparação dos danos sofridos pela vítima.

c) Aplicação das penas alternativas não privativas de liberdade,

notadamente prestação de serviços á comunidade.

2 - Quanto a Competência e Atos Processuais

2.1 Competência Territorial - ( Art.63 )46

A competência se regula pelo local da infração penal.

2.2 Os atos processuais - (Art. 64) 47

a) Serão públicos, podendo se realizar à noite.

b) Nulidade somente havendo prejuízo das partes.

c) Atos em outras comarcas por qualquer meio.

d) Na audiência serão registrados somente os atos essenciais,

podendo ser gravado em fita magnética.

e) Citação pessoal ou por mandado, não sendo encontrado o processo

irá para o Juízo Comum.

f) Intimação por correspondência, ou qualquer meio idôneo de

comunicação com advertência de que o não comparecimento implica

na nomeação de Defensor Público. 45 V. CP arts. 9o, I, 16, 43 a 52, 65, III, “b”, 91, I e 312 § 3o , CC, art. 159, Lei

7.210/84, arts. 147 a 155 e 164 a 170 (Lei das Execuções Penais). 46 V. CPP art. 69, I, 70 e 71. 47 V. CF art. 5o, XI, Lei 9.099/95, art. 12, CPP, art. 792, “caput” e CPC, art. 172.

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

3 - Da fase preliminar - (Art.69)48

3.1 Deflagração do processo:

3.1.1 Pela autoridade policial, com:

a) Termo circunstanciado.

b) Encaminhamento ao Juizado com o Autor do fato e a vítima.

c) Requisição dos exames periciais necessários.

d) Assumindo o autor do fato o compromisso de comparecer em

Juízo, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança.

Comparecendo o autor do fato e a vítima será realizada audiência

preliminar ou designada data próxima, da qual ambos sairão ciente.

Na audiência presente o Ministério Público, os implicados,

acompanhados por seus advogados, serão esclarecidos sobre a

possibilidade da composição dos danos da aceitação da proposta de

aplicação imediata da pena não privativa de liberdade.

4 - Procedimento sumaríssimo - (Art.77) 49

No procedimento sumaríssimo devem ser observadas as seguintes

normas de atuação:

4.1 PROCEDIMENTO:

48 V. CPP arts. 4o, 6o e 158 a 184. 49 V. CF art. 129, VIII, CPP arts. 24, 27, 41 e 47, CP art. 100 “caput” e § 1o .

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48

a) Nenhum ato será adiado, determinando o Juiz, quando

imprescindível, a condução coercitiva de quem deve comparecer - (

Art. 80 ) 50

b) A denúncia poderá ser oral.

c) Se houver complexidade o Ministério Público, poderá requerer a

citação de acordo 51

.

d) Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzia a termo, com a

citação do denunciado.

4.2 JULGAMENTO:

a) Será dada a palavra ao defensor.

b) O Juiz decide se recebe ou não a denúncia ou queixa.

c) Recebida, será ouvida a vítima, as testemunhas de acusação e de

defesa.

d) Interrogatório do acusado, se estiver presente.

e) Debates orais.

f) Prolatação da sentença (Art.81)52

, dispensado relatório,

mencionando somente os pontos de convencimento do Juiz.

4.3 RECURSOS NOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS

50 V. CF art. 5o, II, CPP arts. 206 e 260. 51 V. Lei 9.099/95 art 66. 52 V. CPP arts. 43, 185 a 196, 201 a 225, 381 a 393 e 538, § 2o.

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

4.3.1 RECURSO DE APELAÇÃO - ( Art.82 ) 53

Da decisão de rejeição da denúncia , queixa ou da sentença, cabe

apelação, que deverá ser julgada por uma Turma de Recursos,

composta por 03 (três) Juizes em exercício no primeiro grau de

jurisdição.

4.3.1.1 Do prazo de recurso - ( Art. 82, § 1º) 54

No prazo de 10 (dez) dias, contados da data da ciência da sentença,

cabe recurso de APELAÇÃO por petição escrita da qual constarão

as razões e o pedido do recorrente.

A impugnação , será oferecida no mesmo prazo, a contar da

intimação do recorrido (Art. 82, § 2o)

55

4.3.1.2 Embargos de Declaração - ( Art.83 ) 56

Caberão Embargos de Declaração, quando na sentença ou acórdão

houver obscuridade, contradição, omissão ou dúvida.

Os Embargos serão opostos por escrito ou oralmente, no prazo de 05

(cinco) dias, contados da ciência da decisão.

Quando opostos contra sentença, os Embargos de Declaração

suspendem o prazo para interposição de recurso.

5. Da execução de sentença - ( Art.84 )

53 V. CPP arts. 43, 581, I. 54 V. CPP arts. 564, III, “d” e “e” e 593, “caput”, CPC art. 184. 55 V. CPP art. 600, “caput”. 56 V. CPP art. 619.

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50

Tratando-se de pena de multa, o cumprimento da sentença far-se-á

mediante o pagamento na Secretaria do Juizado, declarando extinta a

punibilidade pelo Juiz.

Observação: Os cálculos de conversão de índices para pagamento

de multas, serão realizados por servidor Judicial 57

Não efetuado o pagamento, a multa se converterá em pena privativa

de liberdade, ou restritiva de direito. Sendo neste caso, altamente

salutar, a aplicação de pena alternativa, para prestação de labor

comunitário (Art. 85) 58

.

6. Das despesas processuais - ( Art.87 )

As despesas processuais, no caso de homologação do acordo, da pena

restritiva de direitos ou multa, serão reduzidas conforme dispuser a

legislação estadual.

7. Lesões corporais - ( Art.88) 59

Dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de

lesões corporais leves ou lesões culposas, além das hipóteses previstas

pelo Código Penal e legislação especial.

8. Suspensão do processo - ( Art.89)

O Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a

suspensão do processo, por dois (2) a quatro (4) anos, desde que:

57 V. Lei 9.099/95 art. 52, II. 58 V. CP art. 51. 59 V. CP art. 129 “caput” e § 6o .

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

a) Pena mínima cominada por tempo igualou inferior a 01 (um) ano,

nos crimes abrangidos ou não por esta Lei.

b) O acusado não esteja sendo[processado ou tenha sido condenado

por outro crime;

c) Presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão

condicional da pena - (Art. 77 do CP).

d) Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, o Juiz, recebendo a

denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a

período de prova sob as seguintes condições:

d1) Reparação do dano, salvo, impossibilidade de fazê-lo.

d2) Proibição de freqüentar determinados lugares.

d3) Proibição de ausentar-se da Comarca onde reside, sem

autorização do Juiz.

d4) Comparecimento pessoal ou obrigatório a Juízo mensalmente,

para informar e justificar suas atividades.

9. Processos penais em andamento - (Art.90) 60

Os processos penais em andamento cuja instrução já estiver iniciada,

não se aplicam as disposições desta Lei.

O prazo para o ofendido ou seu representante legal oferecer a

representação para a propositura da ação penal pública é de 30

(trinta) dias, sob pena de decadência.

60 V. CPP art. 2o.

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52

10. Da necessidade de Lei Estadual - (Art.93) 61

Compete aos Estados dispor sobre o Sistema de Juizados Especiais

Cíveis e Criminais, sua organização, composição e competência.

10.1 Os serviços de cartório, prestados fora da sede da comarca -

(Art. 94 )

a) Bairros ou cidades a elas pertencentes.

b) Ocupação de instalação de prédios Públicos.

c) Realização de audiências previamente anunciadas.

11. Prazo para instalação dos Juizados Especiais -

(Art.95)

O prazo para os Estados, Distrito Federal e Territórios, criar e

instalar os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, nos termos da Lei

Especializada era de seis meses a contar da sua entrada em vigor, ou

seja, 27 de maio de 1995.

Ao entrar em vigor a Lei Federal, revogou expressamente a Lei Nº

4.611 de 02. 04.65 (que modificou as normas processuais dos crimes

previstos nos Arts. 121, § 3º e 129 § 6º do Código Penal e a Lei Nº

7.244 de 07.11.94, que dispunha sobre a criação e o funcionamento

dos denominados Juizados Especiais de Pequenas Causas.

61 V. CF art. 24, X e XI.

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

12. CONDUTAS TIPIFICADAS PELO CÓDIGO PENAL

BRASILEIRO QUE SÃO DE COMPETÊNCIA DO JUIZADO

ESPECIAL CRIMINAL

ARTIGO TIPIFICAÇÃO

129, “caput” Lesão Corporal Leve

129, § 6o Lesão Corporal Culposa

130, “caput” Periclitação da Vida e Saúde

132 Perigo para a Vida e a Saúde de Outrem

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54

PRAZOS

NOS JUIZADOS ESPECIAIS

CÍVEIS E CRIMINAIS

“ O tempo no procedimento é mais

é mais do que...ouro...é JUSTIÇA.”

Couture

- TÍTULO V -

Prazos nos Juizados Especiais Cíveis e

Criminais

1. Regras básicas sobre prazos

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

As normas básicas sobre os prazos estão consubstanciadas no Código

de Processo Civil 62

, excluindo-se o dia em que inicia incluindo-se o

do vencimento.

Convém anotar-se que o prazo não inicia e nem termina, senão em dia

útil.

Desta forma se o dia do término do prazo ocorre em dia não útil, o

prazo se prorroga para o primeiro dia útil, após a citação ou

intimação, vale dizer, o primeiro dia em que houver expediente

normal no Fórum.

Vale a observação do emérito professor Nelson Dowwer, ao formular

interessante hipótese sobre a contagem de prazo, quando a intimação

se fizer através da imprensa:

“ Qual será o dia do inicio do prazo de uma intimação, se o Diário

da Justiça, de quinta feira que a publicação só circulou na sexta

feira em um determinado lugar? Parece-nos que, de acordo com o

espírito do referido parágrafo e da súmula, o inicio do prazo será

segunda feira’; o dia da intimação será o da circulação, uma vez

que, antes de sexta feira era desconhecida das partes; em

conclusão: o dies a quo é aquele em que circula o Diário da

Justiça contendo a publicação.”(In, Curso Renovado, I/ pg.403)

Insta atentar-se para o fato de que nas ações sumaríssimas- e como tal

nos Juizados Especiais -, os prazos fluem normalmente durante as

férias coletivas e não se suspendem pela superveniência delas.

(Ap.Civ. 30/92 da Com. de Curitibanos - Sexta Turma de Rec.Civ. de

Lajes, usque, JC.52 pg.218).

62 V. CPC art. 177 e segts.

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56

2 - Prazos nos Juizados Especiais:

SESSÃO DE CONCILIAÇÃO, comparecendo

ambas as partes, dispensada a citação - (Art.17).........

Imediato

SENTENÇA, pelo Juiz Togado, não comparecendo

o réu - ( Art.23).........................................................

Na audiência

JUÍZO ARBITRAL, instauração pelo Juiz -

(Art.23).....................................................................

Na audiência

SESSÃO DE CONCILIAÇÃO, pela Secretaria do

Juizado, independente de autuação e distribuição -

(Art.16).....................................................................

15 dias

AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO e

JULGAMENTO, não instituído o juízo arbitral, sem

prejuízo para a defesa ( Art.27 ).................................

Imediato

AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E

JULGAMENTO, não sendo possível realização

imediata, desde logo intimadas as partes e as

testemunhas presente - (Art.27, Parágrafo único).......

15 dias

OUVIR AS PARTES, COLHER PROVAS e

PROFERIR SENTENÇA - ( Art. 28 ).....................

Audiência de

Instrução e

Julgamento

INCIDENTES PROCESSUAIS - (Art.29)..............

De Plano

PARA FALAR SOBRE DOCUMENTOS -

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

(Art.29, Parágrafo único)........................................... Na Audiência

CONTESTAÇÃO do réu,oral ou escrita...................

Na Audiência

IMPUGNAÇÃO do autor, podendo ser facultada

nova data (Art.31, Parágrafo Único).........................

Na Audiência

TESTEMUNHAS, arroladas por requer.

Apresentado na Secretaria - (Art.34, Parágrafo

único)........................................................................

5 dias

INSPEÇÃO DE PESSOAS OU COISAS pelo Juiz

de oficio ou a rqto. das partes - (Art.35 Parágrafo

Único).......................................................................

Na Audiência

PARA O JUIZ LEIGO submeter sentença ao Juiz

Togado - ( Art.40).....................................................

Imediato

INTIMAÇÃO DA SENTENÇA - (Art.52 II)...........

Na Audiência

PREPARO DO RECURSO, sem intimação do

recorrente - ( Art.42, Par. 1º).....................................

48 horas

RESPOSTA DO RECORRIDO a contar da

intimação pela Secretaria - (Art.42, § 2º)....................

10 dias

JULGAMENTO DO RECURSO - (Art.42)............

Indefinido

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, escrito ou

oral, contado da ciência da decisão ( Art. 49).............

05 dias

HABILITAÇÃO NO PROCESSO, quando

falecido o autor dependendo esta de sentença pena de

extinção (Art. 51 V)...................................................

30 dias

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58

CITAÇÃO DOS SUCESSORES, falecido o réu

pena de extinção (Art.50, VI).....................................

30 dias

2.1 - Prazo nas Execuções:

EMBARGOS DO DEVEDOR, escrito ou oral

devendo ser intimado para comparecer a audiência de

instrução e julgamento...............................................

Na Audiência

EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO, não sendo

encontrado o devedor ou bens para

penhora......................................................................

Imediato

2.2 - Prazos nos Juizados Criminais:

ENCAMINHAMENTO DO AUTOR E VÍTIMA

Á JUÍZO, pela autoridade policial, após lavrar o

termo circunstanciado - (Art.69)................................

Imediato

AUDIÊNCIA PRELIMINAR, pelo Juiz não sendo

possível realização imediata - (Art. 70).......................

Data próxima

DENÚNCIA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO,

oral em procedimento sumaríssimo - (Art.77).............

Imediato

ARROLAR TESTEMUNHAS, desejando que

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

sejam intimadas antes da realização da audiência ....... 5 dias

APELAR DA SENTENÇA, de rejeição de denúncia

ou queixa pelo réu eseu defensor por petição escrita

- (Art.82, parágrafo único).........................................

10 dias

RESPOSTA DO RÉU, a contar da intimação da

interposição do recurso ( Art.82, § 4º).......................

10 dias

SESSÃO DE JULGAMENTO, com intimação das

partes pela imprensa ( Art.82, § 4º)............................

Indefinido

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, contados da

ciência da decisão......................................................

5 dias

PAGAMENTO DA MULTA, na Secretaria pelo

condenado (Art.84)....................................................

Indefinido

SUSPENSÃO DO PROCESSO, por proposta do

MP, nos crimes cuja pena for inf. a um ano.

2 a 4 anos

REPRESENTAÇÃO do ofendido ou seu

representante legal nos casos de Ação Pública -

( Art.91 )...................................................................

30 dias

2.3 - Prazos especiais previstos na Lei:

CRIAÇÃO E INSTALAÇÃO DOS JUIZADOS

ESPECIAIS, pelos Estados, Distrito Federal e

Territórios, a contar da publicação da Lei Federal

DOU de 26 09 95 ( 26.03.96) - Art.95 ......................

6 meses

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60

ENTRADA EM VIGOR, da Lei Nº 9.099 de 26 09

95, dispondo sobre os Juizados Especiais Cíveis e

Criminais ( Art.96) 60 dias após a publicação DOU

27.09.95........................................ ...........................

27.11.1995

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

JURISPRUDÊNCIAS

Jurisprudências relativas aos Juizados Especiais

Cíveis e Criminais

ACIDENTE DE TRÂNSITO: REPARAÇÃO DE DANOS.

CONVERSÃO À ESQUERDA. IMPRUDÊNCIA.

CONCORRÊNCIA DE CULPA INEXISTENTE. DEVER DE

INDENIZAR. (Apelação Cível n. 25, Comarca de Lages, JE, , in

D.J./S.C. 8.685, pg.07, de 16.02.93, Rel. Juiz Jaime Ramos).

ACIDENTE DE TRÂNSITO: REPARAÇÃO DE DANOS.

RESPONSABILIDADE DO MUNICÍPIO. OBSTÁCULO NA

PISTA. NÃO DEVIDAMENTE SINALIZADO. VELOCIDADE

INCOMPATÍVEL. CULPA CONCORRENTE. INDENIZAÇÃO

PELA METADE. UNANIMIDADE. (Apelação Cível n. 19, Comarca

de Lages, D.J./S.C. n.6.865, pg. 07, de 16.02.93, Rel. Juiz Jaime

Ramos).

ACIDENTE DE TRÂNSITO: INVASÃO DA PISTA

CONTRÁRIA. LUCROS CESSANTES HÃO DE ESTAR

INDUVIDOSAMENTE PROVADOS. ( Apelação Cível n. 731/91,

Comarca de Blumenau, D.J./S.C. n. 8.660, pg. 11, de 12.01.93, Rel.

Juiz Osvaldo Rogério de Oliveira).

ACIDENTE DE TRÂNSITO: NESTA MATÉRIA

QUANDO O LAUDO É IMPRESTÁVEL E AS PROVAS SÃO

CONFLITANTES, PREVALECE A APRESENTADA PELO RÉU.

(Apelação Cível n. 15, Comarca de Lages, D.J./S.C. n. 8.685, pg. 08,

de 16.02.93, Rel. Juiz Antônio do Rêgo Monteiro da Rocha).

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62

ACIDENTE DE TRÂNSITO: BATIDA PELA

RETAGUARDA. CRIANÇAS ATRAVESSANDO A PISTA. CASO

FORTUITO. INEXISTÊNCIA DE CULPA. (Apelação Cível n.

150/92, Comarca de Blumenau, D.J./S.C. n. 8.660, pg. 11, de

12.01.93, Rel. Juiz Osvaldo Rogério de Oliveira).

ACIDENTE DE TRÂNSITO: MOTORISTA QUE SAI DE

ESTACIONAMENTO OBSTRUINDO A CORRENTE DE

TRÁFEGO. SENTENÇA REFORMADA. (Apelação Cível, Comarca

de Timbó, D.J./S.C. n. 8.660, pg. 11, de 12.01.93, Rel. Juiz Osavaldo

Rogério de Oliveira).

ACIDENTE DE TRÂNSITO: MOTORISTA QUE DIVISA

PEDESTRES EM MOVIMENTAÇÃO NA VIA PÚBLICA, E NÃO

OBRA COM AS DEVIDAS CAUTELAS, PROVOCANDO O

ATROPELAMENTO AGE COM IMPRUDÊNCIA. (Apelação Cível

n. 157-1/92, Comarca de Timbó, D.J./S.C. n. 8.660, pg. 11, de

12.01.93, Rel. Rogério de Oliveira).

ACIDENTE DE TRÂNSITO: INVASÃO À

CONTRAMÃO. TRANSFERÊNCIA DOLOSA DE VEÍCULO.

PENALIDADE APLICADA DO ART. 17 DO CPC. (Apelação Cível

n. 158/92, Comarca de Blumenau, D.J./S.C. n. 8.660, de 12.01.93,

rel. Juiz Osvaldo Rogério de Oliveira).

ACIDENTE DE TRÂNSITO: REPARAÇÃO DE DANOS.

SENTENÇA QUE JULGOU PROCEDENTE A AÇÃO E

ESTABELECEU DIREITO DE REGRESSO. NULIDADE

INOCORRENTE. CONDENAÇÃO CRIMINAL. PRESUNÇÃO

“JURIS TANTUN” DO BOLETIM DE OCORRÊNCIA. Obrigação

de indenizar da empregadora por ato do empregado. Pensão mensal.

Direito de acrescer. Impossibilidade de abatimento do seguro

obrigatório e de facultativa e de pensão providenciaria.

Litisdenunciação da seguradora. Obrigação de regresso. Honorários

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

advocatícios. ( Ap. Civ. 27, Com. Lages, Rel. Juiz Luiz Jaime Ramos,

in DJ. 8685 de 16.02.93, pg. 08, unân.)

Obs.: O direito de acrescer ocorre quando cessa o pensionamento a

outros beneficiários, assiste o direito de acrescer à pensão que lhes é

destinada. O valor do seguro somente pode ser abatido desde que

comprovado o recebimento nos autos.

ACIDENTE DE TRÂNSITO: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO

DE REPARAÇÃO DE DANOS. MARCHA RÉ.

ABALROAMENTO LATERAL DE VEÍCULO ESTACIONADO.

CULPA DEMONSTRADA. INDENIZAÇÃO DEVIDA. RECURSO

DESPROVIDO. AGRAVO RETIDO. DENUNCIAÇÃO À LIDE

DA SEGURADORA. INDEFERIMENTO. VEDAÇÃO NAS

AÇÕES CÍVEIS DE MENOR COMPLEXIBILIDADE (ART. 15, I,

DA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N. 077/93 E ART. 10 DA

LEI FEDERAL N. 9.099/95). DECISÃO MANTIDA. RECURSO

DESPROVIDO. Tanto o legislador estadual e agora também o

federal, ao prescrever o não cabimento da denunciação a lide, buscou

estabelecer regra procedimental menos formal, a fim de que às lides

fosse oferecida a mais breve solução. Os critérios da simplicidade,

informalidade, economia processual e celeridade regem os processos

cíveis de menor complexibilidade. Daí a proibição da denunciação da

seguradora. DECISÃO: por unanimidade, conhecer do agravo retido

e da apelação e negar-lhes provimento. ( D.J./S.C. n. 9.443, pg. 16,

de 21.03.96, Rel. Juiz Paulo Roberto Sartorato).

ACIDENTE DE TRÂNSITO: APELAÇÃO CÍVEL.

REPARAÇÃO DE DANOS EM ACIDENTE DE VEÍCULO.

CUMULAÇÃO COM LUCROS CESSANTES E PERDAS E

DANOS. DENUNCIAÇÃO A LIDE DA SEGURADORA.

IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DAS LEIS FEDERAIS Nos.

9.099/95 E 9.245/95. PRELIMINAR REJEITADA. LOCAÇÃO DE

VEÍCULO PARA TRABALHO DA AUTORA. VEÍCULO DE

CONFORTO MUITO MAIOR QUE O SINISTRADO. LOCADOR

Page 64: A TÉCNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS-BIBLIOTECA VIRTUAL EDIPEL ISSUU 2014-

64

NÃO OFICIALMENTE ESTABELECIDO. NECESSIDADE DE

MAIS UM ORÇAMENTO. PROVIMENTO PARCIAL. Nos termos

do art. 10, da Lei n. 9.099/95, “não se admitirá no processo, qualquer

forme de intervenção de terceiro nem de assistência”. Refoge ao

razoável, a locação de veículo, em muito superior ao sinistrado, ainda

mais, quando existem várias opções na praça. Mister se faz, até por

questão de moralidade, que seja utilizado veículo de locadora

estabelecida na praça, mediante apresentação de pelo menos três

orçamento. DECISÃO: por unanimidade de votos, conhecer do

recurso e dar-lhe provimento parcial. (D.J./S.C. 9.640, pg. 16, de

08.01.97, Rel. Juiz Rui Pedro Schneider).

ACIDENTE DE TRÂNSITO: REPARAÇÃO DE DANOS.

CAMINHÃO QUE INGRESSA EM RODOVIA PROVINDO DE

VIA SECUNDÁRIA. CAPOTAMENTO DE VEÍCULO, CUJO

CONDUTOR OBRIGA-SE A DESVIÁ-LO SEGUINDO PELO

ACOSTAMENTO, BOLETIM DE OCORRÊNCIA COM

DESCRIÇÃO DE AMBOS CONDUTORES, QUE SE

COMPLETAM, PROVA TESTEMUNHAL ROBUSTA

CONFIRMANDO O LAUDO, COM FAVORECIMENTO A

PRETENSÃO DA AUTORA. CULPA CARACTERIZADA DE

QUEM INVADIU A PREFERENCIAL SEM AS CAUTELAS

NECESSÁRIAS. DEVER DE INDENIZAR. DECLARAÇÕES DE

CONCESSIONÁRIAS E OFICINAS CONSTITUINDO PERDA

TOTAL DO VEÍCULO E VALOR COMERCIAL DO MESMO.

CONSERTO NO ENTANTO NO ENTANTO REALIZADO POR

VALOR INFERIOR AO PREÇO ORÇADO INICIALMENTE.

DESNECESSIDADE DE NOVO ORÇAMENTO PARA

COMPROVAÇÃO DOS DANOS. APELO DESPROVIDO.

DECISÃO: por unanimidade de votos, conhecer do recurso e negar-

lhe provimento. (D.J./S.C. n. 9.604, de 13.11.96, Rel. Juiz Ruy Pedro

Schneider).

AÇÃO DE EXECUÇÃO: INEXISTÊNCIA DE BENS DO

DEVEDOR PARA PENHORA. EXTINÇÃO DO FEITO.

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

IRRESIGNAÇÃO. DESPROVIMENTO DO RECURSO. A teor do

art. 53, § 4o. da Lei 9.099/95, a ação de execução deverá ser extinta,

quando não for encontrado o devedor, ou inexistindo bens

penhoráveis. DECISÃO: por votação unânime, conhecer do recurso e

improvê-lo. (D.J./S.C. n. 9.622, pg. 24, de 10.12.96, Rel. Juiz

Dionízio Jenczak).

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR ATO ILÍCITO. ACIDENTE

DE TRÂNSITO. PRELIMINAR: COISA JULGADA.

PRECLUSÃO. ARGÜIÇÃO INCIDENTAL DE

INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI ESTADUAL Nº 8.151/90.

TESTEMUNHAS IMPEDIDAS. PROVA. BOLETIM DE

OCORRÊNCIA DE TRÂNSITO NÃO CONCLUSIVO.

IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO; SENTENÇA REFORMADA.

Preliminar no sentido de que sentença absolutória na esfera criminal

importa em coisa julgada no âmbido civil afastada por decisão

interlocutória, não pode ser conhecida em segundo grau de jurisdição,

se não interposto o agravo retido ou de instrumento (à época

admitido pois que antes da vigência da lei estadual nº 8.151/90),

operando-se assim os efetios da preclusão. "A lei estadual nº 8.151 de

22.11.90, que deu efetividade ao art. 98, inc. I da Constituição

Federal, simplificando procedimento em matéria processual civil,

encontra embasamento nos arts. 24, inc. XI da CF e 10, inc. XI da

Constituição Estadual. O par. 3º do art. 24 da Magna Carta ao

prescrever que inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados

exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas

peculiaridades, evidencia a permissão constitucional para a edicão de

lei estadual que criou os juizados especiais e as turmas de recursos"

(apelação cível nº 269-1/93, de Blumenau, Rel. Juiz Schaefer Martins,

in DJE 03.12.93, p. 07, em.). Os depoimentos de testemunhas

impedidas são prestados independentemente de compromisso e sem

auxílio das cautelas recomendadas para a apuração da verdade,

circunstância a que se atém o juiz para estimar-lhes o valor

probatório. Boletim de ocorrência não conclusivo, aliado a

declarações da irmã e cunhado da autora-apelante, testigos

Page 66: A TÉCNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS-BIBLIOTECA VIRTUAL EDIPEL ISSUU 2014-

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impedidos, não são suficientes in casu para o embasamento de decreto

condenatório. A presunção de que o automóvel do apelante se

encontrava na contra-mão de direção não está respaldada no contexto

probatório de sorte que os fatos constitutivos do direito dos autores

não restaram suficientemente comprovados.

Decisão : Por votação unânime, não conhecer da preliminar argüida,

não acolher a argüicão incidental de inconstitucionalidade da lei

estadual nº 8.151/90 e quanto ao mérito, dar provimento ao apelo.

Custas de lei

(APELAÇÃO CÍVEL no. 0263-1/93, BLUMENAU - TURMA DE

RECURSOS, rel. SCHAEFER MARTINS, in DJ, no. 8902, de 06-

01-94, pág. 09)

AÇÃO DE COBRANÇA:

1. ESPÓLIO NO PÓLO

ATIVO DA DEMANDA. RECURSO VISANDO REFORMA DA

DECISÃO DE 1o. GRAU, REMETIDO À TURMA DE

RECURSOS. COMPETÊNCIA DESTA. PRECEDENTES

JURISPRUDÊNCIAIS DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DO ESTADO. “O Espólio que goza de personalidade jurídica de

direito processual e o condomínio, na defesa da comunidade de

condôminos, podem litigar como autores perante o Juizado especial,

por não se incluírem no conceito de pessoa jurídica”. (Conflito de

Competência n. 96.005526-6, da Capital, “in”Diário da Justiça n.

9.573 de 26.09.96, p. 13).

2.CRÉDITO RECLAMADO

POR QUEM NÃO É TITULAR DO DIREITO. FALHA DE

CONDIÇÃO INDISPENSÁVEL À PROPOSITURA DA AÇÃO.

ILEGITIMIDADE ATIVA “AD CAUSAM”. CONHECIMENTO

“DE OFÍCIO”. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO

DO MÉRITO. Aquele que não é titular do direito, não pode propor

ação visando o seu recebimento, por faltar-lhe legitimidade.

DECISÃO: Por maioria de

votos, reconhecer a competência desta Turma Recursal, e por

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

unanimidade, “de ofício”, reconhecer a ilegitimidade ativa “ad

causam”, julgando extinto o processo sem apreciação do mérito.

(D.J./S.C. n. 9.608, pg. 33, de 20.11.96, Rel. Juiz Felício Soethe).

ACIDENTE DE TRÂNSITO: REPARAÇÃO DE DANOS.

AGRAVO RETIDO. INDEFERIMENTO DE PROVA PERICIAL.

RAZÕES DE INCONFORMISMO RENOVADAS EM

PRELIMINAR DO APELO. CONDENAÇÃO EM LUCROS

CESSANTES, VERBA QUE A PROVA PRETENDIA ELIDIR.

CERCEAMENTO DE DEFESA CARACTERIZADO.

PROVIMENTO DO AGRAVO. PROCESSO ANULADO A

PARTIR DA SENTENÇA. Constitui cerceamento de defesa, que

anula a sentença, o indeferimento de prova pericial que pretendia

desconstituir a prova documental trazida aos autos pelos apelados e

que serviu de base à condenação em lucros cessantes. Tendo o

impugnante impugnado a prova documental pré-constituída, assiste-

lhe o direito de provar o contrário através de perícia contábil

tempestivamente requerida. DECISÃO: Acórdão a Terceira Turma,

por unanimidade, conhecer do Agravo Retido, e dar-lhe provimento

para anular o processo a partir do saneador, inclusive. ( D.J./S.C. n.

9.617, pg. 25, de 03.12.96, Rel. Juiz Valério Braun).

ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA: ADJUDICAÇÃO

COMPULSÓRIA. NECESSIDADE DE INSCRIÇÃO NO

CONTRATO. (Apelação Cível n. 32.984, D.J./S.C. 8.282, de

28.06.91, Rel. Des. Protásio Leal).

AGRAVO: INCABIMENTO. A lei 9.099/95 prevê, como

modalidades recursais, o recurso inominado (que se assemelha à

apelação cível), e embargos de declaração. Busca-se, assim, evitar-se

a paralisação, ou que se torne o feito por demais complexo, fugindo-

se os objetivos que a nortearam. Não conhecimento.

APROVEITAMENTO COMO RECLAMAÇÃO. PREVISTA NO

REGIMENTO INTERNO DAS TURMAS DE RECURSO

CONTRA “ERRO”, CONTRA O QUAL NÃO CABIA RECURSO.

Page 68: A TÉCNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS-BIBLIOTECA VIRTUAL EDIPEL ISSUU 2014-

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INDEFERIMENTO DE PROCESSAMENTO DE RECURSO

CÍVEL. ÚNICA HIPÓTESE DE REVISÃO. Evidenciada a

impossibilidade de conhecimento do agravo da decisão contra o qual

houve o insurgimento, cabível a reclamação. Afirmação de que o não

recebimento do recurso foi equivocado, pois tempestivo, caracteriza a

hipótese legal. RECURSO CÍVEL. PRAZO LEGAL. CONTAGEM.

INTEMPESTIVIDADE. Ajuizado o recurso após findo o decêndio

legal, não pode vir a ser processado. decisão mantida. Recurso

improvido. Com declaração de voto vencido do juiz Cercato Padilha.

DECISÃO: Por maioria dos votos, admitir o recurso como

reclamação, vencido o juiz Cercato Padilha. No mérito, por

unanimidade não acolher a reclamação. (D.J./S.C. n. 9.561, pg. 44, de

10.09.96, Rel. Juiz Jorge Schaefer Martins).

AGRAVO DE INSTRUMENTO: PROCESSUAL.

RECURSO VEDADO PELA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL

N. 077/93. VEDAÇÃO MANTIDA PELA LEI FEDERAL N.

9.099/95, IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. Pela lei

instrumental civil é possibilitado o recurso de Agravo, pela

modalidade retida nos autos, ou seja, um recurso de efeito retardado,

com a finalidade de que o órgão recursal dele conheça

preliminarmente, por ocasião do julgamento de apelação, ou, pelo

modo conhecido como instrumento dirigido ao Tribunal competente.

Destas variações, a Lei Complementar 077/93, vedada a modalidade

do instrumento, admitindo tão somente, a modalidade de agravo da

forma retida. A Lei Federal 9.099/95, por sua vez, veda todo e

qualquer tipo de recurso contra as decisões interlocutórias, alegando

o princípio da oralidade pelo qual deve o processo sustentar-se. não

havendo, portanto, previsão do Agravo de Instrumento de imediata

subida no ordenamento jurídico vigente perante ao Juizados Especiais

Cíveis, faz-se ausente a condição de admissibilidade, isto é, a

impossibilidade jurídica do recurso. DECISÃO: Por unanimidade de

votos, não conhecer do recurso. (D.J./S.C. n. 9.506, pg. 45, de

25.06.95, Rel. Juiz Felício Soethe).

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

AGRAVO DE INSTRUMENTO: INCABIMENTO. A lei

077/93, concebe apenas o recurso de agravo de instrumento na forma

retida (art. 15, inc. II). Busca-se assim, evitar-se a paralisação, ou que

se torne o feito por demais complexo. DECISÃO: por unanimidade

de votos, não conhecer do recurso de agravo. Por maioridade votos,

vencido o juiz Cercato Padilha, admitir o insurgimento como

reclamação. Por unanimidade de votos, não conhecer da reclamação,

por falta dos requisitos essenciais. (D.J./S.C. n. 9.561, pg. 44, de

10.09.96, Rel. Juiz Jorge Schaefer Martins).

AGRAVO DE INSTRUMENTO: DIREITO

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO - LEI

9.099/95 - SISTEMA EXAUSTIVO DE NORMAS -

INAPLICABILIDADE DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL -

NÃO PREVISÃO DE MODALIDADE RECURSAL DE ATAQUE

ÀS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS - RESTRIÇÃO QUE NÃO

OFENDE O PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL - FACULDADE

CONCEDIDA AO LEGISLADOR, EM VISTA DE O DUPLO

GRAU DE JURISDIÇÃO NÃO CONSTITUIR GARANTIA

FUNDAMENTAL - DEVIDO PROCESSO LEGAL GARANTIDO

POR CRIAÇÃO DE PROCEDIMENTO MAIS ÁGIL,

ATENDENDO AO IDEAL ACESSO À JUSTIÇA - PRINCÍPIO DA

ORALIDADE - NÃO PRECLUSÃO DAS QUESTÕES

DECIDIDAS INCIDENTALMENTES - IMPOSSIBILIDADE

JURÍDICA - NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO.

EMENTA ADITIVA apresentada pelo Juiz Nelson Schaefer

Martins.

AGRAVO DE INSTRUMENTO: RECURSO NÃO

PREVISTO NO MICROSSISTEMA DOS JUIZADOS ESPECIAIS.

INTELIGÊNCIA DO ART. 24 E PARÁGRAFOS DA

CONSTITUIÇÃO FEDERAL EM CONFRONTO COM O

DISPOSTO NO ART. 15, INC. II DA LEI COMPLEMENTAR

ESTADUAL N.77 DE 12.01.93. PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO

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NÃO EXCLUINDO NO MICROSSISTEMA DOS JUIZADOS

ESPECIAIS CÍVEIS. VOTO VENCIDO NO SENTIDO DA

CONVERSÃO EM AGRAVO RETIDO. DECISÃO : Por maioria

dos votos, vencido o Juiz Nelson Schaefer Martins, não conhecer do

recurso. (D.J./S.C. n. 9.441, pg. 18, de 19.03.96, Rel. Juiz Cercato

Padilha).

AGRAVO DE INSTRUMENTO: RECURSO NÃO

PREVISTO NA LEI ESTADUAL N. 1.141/96. RECURSO QUE

DEVERIA SER CONHECIDO COMO DE AGRAVO, NA FORMA

RETIDA. RECURSO QUE VISA AFASTAR A DESERÇÃO DE

RECURSO DE APELAÇÃO. PREPARO DA APELAÇÃO FEITO

NO DIA SEGUINTE AO VENCIMENTO DO PRAZO PARA

INTERPOSIÇÃO DO RECURSO PRÓPRIO. O PREPARO DO

RECURSO PODERÁ SER FEITO ATÉ O ÚLTIMO DIA DO

PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO DO RECURSO, SOB PENA DE

PRECLUSÃO, PORQUE O ATO JURÍDICO DO RECURSO NÃO

SE REPUTA PERFEITO SEM O PREPARO (Cândido Rangel

Dinamarco, A Reforma do Código do Processo Civil, 2a. ed. p. 164).

DEPÓSITO DO PREPARO EFETUADO EM CONTA DE

ESCRIVÃO JUDICIAL E EM CHEQUE CUJO VALOR

PERMANECEU BLOQUEADO POR 48 HORAS,

IMPOSSIBILITANDO O SERVENTUÁRIO DE SACAR O

VALOR CORRESPONDENTE AO PREPARO. DECISÃO QUE

JULGOU DESERTO O RECURSO MANTIDA. RECURSO

CONHECIDO NA FORMA INSTRUMENTAL, UMA VEZ QUE O

CONHECIMENTO COMO AGRAVO, NA FORMA RETIDA,

TORNARIA A DECISÃO INÓCUA. RECURSO IMPROVIDO.

DECISÃO: por unanimidade de votos, em conhecer do recurso e lhe

negar provimento. (D.J./S.C. n. 9.469, pg. 27, de 30.04.96, Rel. Juiz

Lauvir Macarini da Costa).

AGRAVO DE INSTRUMENTO: Despacho do relator:

Retiro da pauta de julgamento. O presente agravo de instrumento foi

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

endereçado ao Egrégio tribunal de Justiça do Estado, nos termos do

Art. 524 do CPC, com redação dada pela Lei 9.139 de 30.11.95. A

Colenda Terceira Câmara Civil, decidiu à unanimidade não conhecer

do recurso para determinar sua remessa a este colégio regional,

anotando o digno relator, Desembargador Eder Graf que “o sistema

de Juizados Especiais e de Pequenas Causas é integrado pelos juízos

monocráticos e, em nível recursal, pelas Turmas de Recursos, onde

houver dada a facultativa de sua criação (art. 98, II, in fine, da

Constituição Federal). Ademais, a Justiça Comum e, mais

especificamente o Tribunal de Justiça, não tem competência para

reaver atos daquele sistema”. Por conseguinte, considerando que a

petição de agravo foi instruída com os documentos obrigatórios

referidos no art. 525, Inc. I, do estatuto processual, encontrando-se

acompanhado do comprovante de pagamento das respectivas custas e

porte de retorno, conforme exigência do § 1o. do mesmo dispositivo,

e tendo em conta que o protocolo do recurso operou-se dentro do

prazo legal (art. 525, § 2o. e art. 522, caput, CPC), defiro o seu

processamento. (J.C. n. 9.469, pg. 24, de 30.04.96, Rel. Juiz Nelson

Schaefer Martins).

AGRAVO RETIDO INTERPOSTO VERBALMENTE:

AGRAVO RETIDO. INTERPOSIÇÃO VERBAL. NÃO

CONHECIMENTO. (Apelação Cível n. 20.284, J.C. n. 56, pg. 94,

Rel. des. Onsy Caetano). No mesmo Sentido: (J.C. 1.982, Vol. 38,

pg. 186, 51/47 e 53, pg. 195).

APELAÇÃO: PREPARO SOB A ÉGIDE DA LEI

9.099/95. INCLUSÃO DE TODAS AS DESPESAS

PROCESSUAIS. PREPARO INSUFICIENTE. DESERÇÃO. O

preparo do recurso dos efeitos sob a égide da lei 9.099/95

compreende além do preparo propriamente dito, todas as demais

despesas efetuadas pelo recorrido durante a instrução processual,

inclusive, aquelas dispensadas anteriormente, menos no entanto, as

previstas em assistência Judiciária (art. 54, parágrafo único). Se o

preparo não traz todas essas custas o recurso é declarado deserto.

Page 72: A TÉCNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS-BIBLIOTECA VIRTUAL EDIPEL ISSUU 2014-

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DECISÃO: por unanimidade, declarar deserto o recurso por

insuficiência de preparo. (D.J./S.C. n. 9.609, pg. 23, de 21.11.96, Rel.

Galvão Nery Caon).

APELAÇÃO CÍVEL: INDENIZAÇÃO POR ATROPELAMENTO.

DENUNCIAÇÃO DA LIDE. COMPETÊNCIA DA CÂMARA

CIVIL. Ocorrendo denunciação da lide na ação de ressarcimento de

danos por atropelamento, desloca se a competência dos juizados

especiais por inadequação de rito para o juízo comum, com recurso

ao tribunal de justiça. recurso adesivo subseqüente a apelação

intempestiva. não conhecimento. desvirtua a finalidade do recurso

adesivo a interposição reiterando argumentação de apelação não

recebida por intempestividade, porquanto o seu pressuposto é o

conformismo condicional com o decisum. indenização. ausência de

culpa no atropelamento. omissão de socorro. a absolvisão criminal

não afasta o dever de indenizar quando a omissão de imediato socorro

foi relevante para o resultado final.

Decisão : "POR VOTAÇÃO UNÂNIME, DAR PROVIMENTO

PARCIAL A APELAÇÃO E NÃO CONHECER DO RECURSO

ADESIVO. CUSTAS NA FORMA DA LEI."

(APELAÇÃO CÍVEL no. 39103, CANOINHAS, rel. EDER GRAF,

in DJ, no. 8526, de 26-06-92, pág. 11)

APELAÇÃO CÍVEL: PREPARO EXPONTÂNEO.

DESERÇÃO. EXEGESE DO ART. 42 § 1o. DA LEI 9.099/95. O

preparo do recurso será feito nas quarenta e oito horas seguintes à

interposição, independentemente de intimação da parte. Não tendo o

apelante comprovado o recolhimento da importância referente ao

preparo, no prazo previsto na Lei n. 9.099/95, impõe-se o

reconhecimento da deserção, sendo defeso ao órgão “ad

quem”conhecer do recurso. DECISÃO: à unanimidade de votos não

conhecer do recurso. (D.J./S.C. n. 9.497, pg. 43, de 12.06.96, Rel.

José Volpato de Souza).

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

APELAÇÃO CÍVEL: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR

DANOS MORAIS. OFENSA ATRIBUÍDA ALEIVOSAMENTE

CONTRA DIRIGENTES SINDICAIS. CIRCULAÇÃO DE

PANFLETO INJURIOSO E DIFAMATÓRIO. AUTORIA E

CULPA COMPROVADAS. INDENIZAÇÃO DEVIDA. DECISÃO

MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. Se os réus efetivamente

redigiram e distribuíram fartamente o panfleto afrontando a moral dos

autores; demonstrando prejuízo moral sofrido, mormente no que se

refere à honra, à moral e reputação, procede o pedido indenizatório.

Ainda que a ofensa não possa ser convertida em prejuízo econômico

ou não tenha reflexo financeiro imediato, preconiza-se a indenização

por dano moral. O nosso direito admite, e admite-o como regra, a

indenização por dano meramente moral. DECISÃO: por unanimidade

de votos, conhecer da apelação e negar-lhe provimento. (D.J./S.C. n.

9.604, pg. 32, de 13.11.96, Rel. Juiz Paulo Roberto Sartorato).

APELAÇÃO CÍVEL: DANOS MORAIS. CRIME DE

IMPRENSA. CRÍTICA PUBLICADA EM JORNAL CONTRA

AQUELE QUE USA DO ANONIMATO PARA DENEGRIR A

IMAGEM DE OUTREM. AUSÊNCIA DE ANIMUS INIURANDI.

IMPROCEDIMENTO. A crítica a suscetibilidade, o amor-próprio, a

vaidade do indivíduo, sem lesar-lhe a honra, a reputação, a dignidade

ou o decoro. De um indivíduo que procede indignamente em

determinada situação, como o uso do anonimato, pode-se dizer, sem

injúria, que o procedimento foi adjeto, assim como dar qualificações

ao agente. É que a ofensa firmemente vinculada à necessidade da

narrativa representa uma reação moral contra o crime sem que revele

o animus iniurandi. DECISÃO: por unanimidade de votos, conhecer

do recurso e negar-lhe provimento.(D.J./S.C. n. 9.640, pg. 16, de

08.01.96, Rel. Juiz Ruy Pedro Schneider).

APELAÇÃO CÍVEL: AÇÃO DE REPARAÇÃO DE

DANOS PROVENIENTES DE ATO ILÍCITO. TURMAS DE

RECURSOS. INCOMPETÊNCIA. As Turmas Recursais são

incompetentes para conhecer de recurso quando a ação tem no pólo

Page 74: A TÉCNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS-BIBLIOTECA VIRTUAL EDIPEL ISSUU 2014-

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ativo incapaz, em face das disposições do Art. 8o. da Lei n. 9.099/95.

A competência é dos Tribunais de Justiça. recurso não conhecido.

Remessa dos autos ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado.

DECISÃO: não conhecer do recurso, remetendo-se os autos ao

Egrégio Tribunal de Justiça, competente para o julgamento, por

unanimidade. (D.J./S.C. n. 9.609, pg. 23, de 21.11.96, Rel. Galvão

Nery Caon).

APELAÇÃO CRIMINAL. HOMICÍDIO CULPOSO. CRIME

COM PENA MÍNIMA IGUAL A UM ANO. INTELIGÊNCIA DO

ART. 89, DA N. LEI 9.099/95. NORMA QUE, EMBORA DE

DIREITO PROCESSUAL, TEM EFEITO PENAL. DENÚNCIA

RECEBIDA ANTES DA ENTRADA EM VIGOR DA LEI DOS

JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS. POSSIBILIDADE DA

SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO. RETORNO DO

FEITO À ORIGEM QUE SE IMPÕE, PARA POSSIBILITAR AO

MINISTÉRIO PÚBLICO A OPORTUNIDADE DE PROPOR A

APLICAÇÃO DA LEI MAIS NOVA. NÃO CONHECIMENTO DO

RECURSO. "Aos processos em curso, por crimes cometidos antes da

vigência da lei, deve, antes da prática de qualquer outro ato, ser

aberta vista ao Ministério Público para pronunciar-se sobre a sua

suspensão ou aplicação imediata de pena alternativa." (Ap. Crim.

34.300, de Biguaçu, Rel. Des. Álvaro Wandelli, j. em 13/2/96).

Decisão : ACORDAM, em Segunda Câmara Criminal, à unanimidade,

não conhecer do recurso.

(APELAÇÃO CRIMINAL no. 960057722, PIÇARRAS, rel. DES.

JORGE MUSSI, in DJ, de 29-10-96)

APELAÇÃO CRIMINAL. FURTO PRIVILEGIADO.

APLICAÇÃO DO ART. 89, DA N. LEI 9.099/95. NORMA QUE,

EMBORA DE DIREITO PROCESSUAL, TEM EFEITO PENAL.

DENÚNCIA RECEBIDA ANTES DA ENTRADA EM VIGOR DA

LEI DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS. POSSIBILIDADE

DA TRANSAÇÃO. "Aos processos em curso, por crimes cometidos

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

antes da vigência da lei, deve, antes da prática de qualquer outro ato,

ser aberta vista ao Ministério Público para pronunciar-se sobre a sua

suspensão ou aplicação imediata de pena alternativa" (Ap. Crim. 34.

CO-RÉU MENOR DE 21 ANOS À DATA DO CRIME.

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE DO AGENTE PELA

OCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA

DO ESTADO NA MODALIDADE RETROATIVA.

DECRETAÇÃO DE OFÍCIO. EXEGESE DOS ARTS. 107, IV, 114,

I, E 115, TODOS DO CÓDIGO PENAL. INT

Decisão : ACORDAM, em Segunda Câmara Criminal, à unanimidade,

não conhecer do recurso em relação ao apelado Pedro Rogério

Branco Carlos, e declarar extinta a punibilidade de Eliel Capistrano da

Cruz, em razão da ocorrência da prescrição da pretensão punitiva do

Est Custas na forma da lei

(APELAÇÃO CRIMINAL no. 960053824, LAGES, rel. JORGE

MUSSI, in DJ, de 11-09-96, pág. 0)

APELAÇÃO CRIMINAL. TENTATIVA DE ESTELIONATO.

CRIME COM PENA MÍNIMA IGUAL A UM ANO.

INTELIGÊNCIA DO ART. 89, DA N. LEI 9.099/95. NORMA

QUE, EMBORA DE DIREITO PROCESSUAL, TEM EFEITO

PENAL. DENÚNCIA RECEBIDA ANTES DA ENTRADA EM

VIGOR DA LEI DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS.

POSSIBILIDADE DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DO

PROCESSO. RETORNO DO FEITO À ORIGEM QUE SE IMPÕE,

PARA POSSIBILITAR AO MINISTÉRIO PÚBLICO A

OPORTUNIDADE DE PROPOR A APLICAÇÃO DA LEI MAIS

NOVA. NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO. "Aos processos

em curso, por crimes cometidos antes da vigência da lei, deve, antes

da prática de qualquer outro ato, ser aberta vista ao Ministério

Público para pronunciar-se sobre a sua suspensão ou aplicação

imediata de pena alternativa." (Ap. Crim. 34.300, de Biguaçu, Rel.

Des. Álvaro Wandelli, j. em 13/2/96).

Decisão : ACORDAM, em Segunda Câmara Criminal, à unanimidade,

não conhecer do recurso.

Page 76: A TÉCNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS-BIBLIOTECA VIRTUAL EDIPEL ISSUU 2014-

76

(APELAÇÃO CRIMINAL no. 960113550, ITAJAÍ, rel. DES.

JORGE MUSSI, in DJ, de 23-01-97)

ARRENDAMENTO RURAL: AÇÃO ORDINÁRIA DE

RESOLUÇÃO CUMULADA COM PERDAS E DANOS. (Apelação

Cível n. 23.114, J.C. 50, pg. 197, Rel. Des. Wilson Guarany).

CIVIL - ACIDENTE DE TRÂNSITO - RESPONSARDILIDADE

DO MUNICÍPIO E DE PROPRIETÁRIOS DE IMÓVEIS ONDE

INEXISTIA CALÇADA AFASTADAS POR AUSÊNCIA DE

NEXO DE CAUSA E EFEITO ENTRE ESSE FATO E O EVENTO

- CULPA EXCLUSIVA DO CONDUTOR CONDENADO NA

ÁREA CRIMINAL. COMPETÊNCIA - AÇÃO CONTRA A

FAZENDA PÚBLICA LEI 8.151/90 - CPC, ART 111.

ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA - CASSAÇÃO. AS AÇÕES DE

REPARAÇÃO DE DANOS CAUSADOS EM ACIDENTES DE

VEÍCULOS MOVIDOS CONTRA MUNICÍPIO SÃO

PROCESSADAS NA JURISDIÇÃO FAZENDÁRIA E NÃO NOS

JUIZADOS ESPECIAIS, POR ISSO QUE PREVALENTE A

COMPETÊNCIA RATIONE PERSONAE FIXADA NA LEI DE

ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA, CDOJ, ART, 99, I, C. A

COMPETÊNCIA FAZENDÁRIA É ABSOLUTA E

INDERROGÁVEL, CPC, ART, 111. PARA A

RESPONSABILIDADE CIVIL, INCLUSIVE A OBJETIVA,

IMPÕE-SE NEXO DE CAUSA E EFEITO ENTRE OS DANOS E

O COMPORTAMENTO DO INDIGITADO RESPONSÁVEL.

QUEM, DIRIGINDO DE FORMA IMPRUDENTE, ATROPELA

TRANSEUNTES, NÃO PODE EXIGIR INDE- NIZAÇÃO DO

MUNICÍPIO E DOS PROPRIETÁRIOS DOS IMÓVEIS

SITUADOS NO LOCAL, ALEGANDO QUE AS VÍTIMAS

CAMINHAVAM NO LEITO DA RUA. A AUSÊNCIA DA

CALÇADA NADA INTERFERIU NA PRODUÇÃO DO EVENTO,

POR ISSO QUE O ACIDENTE RESULTOU DE CULPA

EXCLUSIVA DO CONDUTOR DO VEÍCULO, NÃO SE

COMPROVANDO NEXO DE ATROPELAMENTO. A

Page 77: A TÉCNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS-BIBLIOTECA VIRTUAL EDIPEL ISSUU 2014-

A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA SÓ PODE SER CASSADA UMA

VEZ ATENDIDA A CAUTELA DO ARTIGO 8º, DA LEI 1.060,

OU SEJA, OUVIDO O IN- TERESSADO.

Decisão : "POR VOTAÇÃO UNÂNIME, DAR PROVIMENTO

PARCIAL AO RECURSO. CUSTAS LEGAIS."

COMPETÊNCIA RECURSAL: AS TURMAS DE

RECURSOS TEM EXCLUSIVA PARA AS CAUSAS CÍVEIS DE

MENOR COMPLEXIDADE ENUMERADAS NO ART. 2o. DA

LEI ESTADUAL N. 8.151 DE 22.11.1990, MESMO ÀQUELAS

QUE O TITULAR DO JUIZADO ESPECIAL DE CAUSAS CÍVEIS

HOUVER JULGADO INADEQUADO O PROCEDIMENTO

PREVISTO NO REFERIDO DIPLOMA. É QUE A PROVA

PERICIAL COMPLEXA, EXPEDIÇÃO DE EXCESSIVAS

PRECATÓRIAS OU A CITAÇÃO EDITALÍCIA DE MUITOS

RÉUS NÃO DESNATURA A MENOR COMPLEXIDADE DA

LIDE, VALENDO RESSALTAR A PREVALÊNCIA DA

DEFINIÇÃO (ART. 2o.) SOBRE A INADEQUAÇÃO DO

PROCEDIMENTO. (Apelação Cível n.36.032, acolhido por

unanimidade da 2a. Câmara Cível, J.C. n. 68, pg. 121, Rel. Des.

Xavier Vieira).

COMPETÊNCIA: TURMAS DE RECURSO. PROCESSO

JULGADO APÓS A VIGÊNCIA DA LEI N. 8.151/90.

JULGAMENTO AFETO ÀS CÂMARAS CÍVEIS. (D.J./S.C. n.

8.274, pg. 11). Obs.: esta decisão decidiu recurso referente à acidente

de trânsito.

COMPETÊNCIA: DOS JUIZADOS ESPECIAIS DE

CAUSAS CÍVEIS DE MENOR COMPLEXIDADE É

ESTABELECIDA EM RAZÃO DA MATÉRIA. (Conflito de

Competência, D.J./S.C. n. 8.381, pg. 13, de 20.11.91, Rel. Des.

Amaral e Silva).

Page 78: A TÉCNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS-BIBLIOTECA VIRTUAL EDIPEL ISSUU 2014-

78

COMPETÊNCIA DAS TURMAS DE RECURSO:

COMPETE ÀS TURMAS DE RECURSO CÍVEIS O

JULGAMENTO DOS INCONFORMISMOS NAS AÇÕES

ELENCADAS NO ART. 5o. DA LEI COMPLEMENTAR N. 77/93,

PORQUANTO O SEU ART. 20 MANDA APLICÁ-LA AOS

EFEITOS PENDENTES INDEPENDENTEMENTE DA FASE EM

QUE SE ENCONTRA O PROCESSO. (Apelação Cível n. 40.940,

D.J./S.C. n. 8.689, pg. 06, de 24.02.93, rel. des. Eder Graf).

CONDOMÍNIO: DESPESAS DE CONDOMÍNIO.

APARTAMENTO OBJETO DE INSTRUMENTO PARTICULAR

DE COMPRA E VENDA NÃO REGISTRADO.

RESPONSABILIDADE DO PROMITENTE VENDEDOR,

TITULAR DO DOMÍNIO. PEDIDO JULGADO PROCEDENTE.

SENTENÇA CONFIRMADA. (Apelação Cível n. 37.118, D.J./S.C.

n. 8.321, pg. 10, Rel. Des. Napoleão Amarante).

CUMPRIMENTO DE LEIS E POSTURAS: A NINGUÉM

É LÍCITO CONSTRUIR ONDE A LEI PROÍBE. (Apelação Cível n.

35.564, D.J. n. 8.301, pg. 09, de 25.07.91, Des. Xavier Vieira).

DESPEJO: FALTA DE PAGAMENTO. DESPEJO

DECRETADO. (Apelação Cível 86-1/92, Comarca de Blumenau,

D.J./S.C. n. 8.660, pg. 11, de 12.01.93, Rel. Juiz Osvaldo Rogério de

Oliveira).

DESPEJO: LOCAÇÃO RESIDENCIAL RETOMADA

PELO ADQUIRENTE. EXISTÊNCIA DE OUTRA AÇÃO DE

DESPEJO PROPOSTA PELO PROPRIETÁRIO ANTERIOR.

LITISPENDÊNCIA. (Apelação Cível n. 89/92, Comarca de Jaraguá

do Sul, D.J./S.C. n. 8.656, pg. 07, rel. Juiz Newton Trisotto).

DENUNCIAÇÃO DA LIDE: A LEI ESTADUAL N.

8.151/90, QUE ADMITE A DENUNCIAÇÃO DA LIDE.

PRELIMINAR DE INCONSTITUCIONALIDADE.

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

PROCEDIMENTO PROCESSUAL SOB AMPARO DA CARTA

MAGNA. ACIDENTE DE TRÂNSITO. COLISÃO NA

TRASEIRA. CULPA. PRESUNÇÃO JURIS TANTUN. PROVA

INEXISTENTE PARA ILIDIR A REFERIDA PRESUNÇÃO.

OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR. (Apelação Cível n. 17, Comarca de

Lages, D.J./S.C. n. 8.685, pg. 09, de 16.02.93, Rel. Juiz Antonio do

Rêgo Monteiro).

DIFAMAÇÃO. LEI N. 9.099/95. CRIME DE AÇÃO PRIVADA.

INAPLICABILIDADE. INTIMAÇÃO DAS VÍTIMAS PARA A

APRESENTAÇÃO DA COMPETENTE QUEIXA-CRIME. Na ação

penal privada "não há suspensão condicional do processo, uma vez

que já prevê meios de encerramento da persecução criminal pela

renúncia, decadência, reconciliação, perempção, perdão, retratação,

etc." (Damásio E. de Jesus, Lei dos Juizados Especiais Criminais

Anotada).

Decisão : ACORDAM, em Segunda Câmara Criminal, por votação

unânime, determinar a remessa dos autos à origem, para a intimação

das vítimas, para que, querendo, ofereçam a competente queixa-crime

(QUEIXA CRIME no. 960105956, PINHALZINHO, rel.

DESEMBARGADOR JOSE ROBERGE, in DJ, de 19-12-96)

EMBARGOS À EXECUÇÃO: PENHORA DE UMA

NOVILHA. BEM DE FAMÍLIA. INTELIGÊNCIA DA LEI N.

8.009/90. A lei n. 8.009/90 põe a salvo todos os bens que guarnecem

a residência, o imóvel unifamiliar e os bens indispensáveis para a

subsistência da família. Ela foi concebida para garantir a dignidade e

funcionalidade do lar, não se podendo, em sua interpretação, perder

de vista seu fim social. Atento a esse princípio, é de se conhecer a

impenhorabilidade de animais, quando estes destinam-se

exclusivamente ao sustento familiar. DECISÃO: por unanimidade de

votos, conhecer do recurso e, por maioria dar-lhe provimento.

(D.J./S.C. n. 9.438, pg. 24, de 14.03.97, Rel. Juiz Felício Soethe).

Page 80: A TÉCNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS-BIBLIOTECA VIRTUAL EDIPEL ISSUU 2014-

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EMBARGOS DO DEVEDOR: EXECUÇÃO

PROMOVIDA POR PESSOA JURÍDICA. REEXAME.

INCOMPETÊNCIA DAS TURMAS DE RECURSO EM RAZÃO

DA QUALIDADE DA PARTE (ART. 8o., § 1o. DA LEI N.

9.099/95). LEI NOVA. APLICAÇÃO IMEDIATA

INDEPENDENTEMENTE DA FASE DO PROCESSO (ART. 6o.

DA LICC E ART. 87 DO CPC). NÃO CONHECIMENTO DO

APELO. REMESSA DOS AUTOS AO SODALÍCIO

CATARINENSE. Tratando-se de Ação promovida por pessoa

jurídica, falece às Turmas de Recurso a competência para apreciar a

quaestio juris, por se tratar de causa que, em razão da qualidade da

parte autora, está excluída dentre aquelas que a novel lei permite

postular no Juizado Especial, vedação legal ínsita no art. 8o. § 1o. da

Lei n. 9.099/95. “No campo do direito processual, a lei nova atinge o

processo em curso no ponto em que este se achar, no momento em

que ela entrar em vigor, sendo resguardada a eficácia dos atos

processuais até então praticados”. (Apel. Cível n. 35.567, DJ/SC n.

8.282 de 14.06.91). DECISÃO: Acordam a Terceira Turma, por

unanimidade, não conhecer do recurso e determinar a remessa dos

autos ao Sodalício Catarinense. (D.J./S.C. n. 9.608, pg. 25, de

20.11.96, Rel. Juiz Valério Braun).

EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA: Em que pese a

previsão contida no parágrafo 1o., art. 14, da Lei Estadual 1.141/93,

a partir do advento da Lei n. 9.099/95, as decisões proferidas nos

feitos de competência dos Juizados, passaram a admitir tão somente

recursos inominados. Foi intenção do legislador, ao elaborar a Norma

Federal dispondo sobre os Juizados Especiais e Criminais, obstar a

interposição de qualquer recurso apto a dificultar a celeridade

processual, salvo o inominado (art. 41), conquanto afastado o

princípio da preclusão, a teor da exegese do art. 29. No caso, o

insurgimento resultou de julgamento unânime que improveu a

apelação, consoante razões delineadas em acórdão lavrado pelo

subscritor. Esta Turma, em decisão análoga e sem voto discrepante,

proferida no Agravo de Instrumento n. 0050 de São José, assim

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

posicionou”: “O legislador faz inserir na Lei dos Juizados Especiais

Cíveis, tão somente o recurso inominado (artigo 41), em face dos

princípios inerentes à rapidez. Inexistente a preclusão, todos os

incidentes serão decididos na sentença (art. 29). Não obsta, todavia,

que os atos intermediários revestidos de manifesta ilegalidade, sejam

solvidos via Reclamação ou Mandado de Segurança” (D.J./S.C. n.

9.569, pg. 31, de 20.09.96, Rel. Juiz Cláudio Barreto Dutra).

EMBARGOS À EXECUÇÃO: EXECUÇÃO DE TÍTULO

EXTRAJUDICIAL:. NÃO COMPARECIMENTO DO

EMBARGANTE E SEU PROCURADOR `AUDIÊNCIA DE

INSTRUÇÃO E JULGAMENTO. DECISÃO DE 1o. GRAU QUE

RECONHECE A REVELIA COM BASE NO ART. 20, DA LEI N.

9.099/95, ACEITANDO COMO VERDADEIROS OS FATOS

ARTICULADOS PELO EXEQUENTE, DEIXANDO CONTUDO,

DE APRECIAR AS QUESTÕES ALEGADAS

TEMPESTIVAMENTE NOS EMBARGOS. CONFORME

DETERMINA O ART, 38 DA LEI ACIMA CITADA. RECURSO

NÃO RECONHECIDO. SENTENÇA ANULADA POR FALTA DE

FUNDAMENTAÇÃO, PARA QUE OUTRA SEJA PROFERIDA

ANALISANDO TODAS AS QUESTÕES SUSCITADAS NOS

EMBARGOS. Na hipótese dos autos, entendo que a aplicação dos

efeitos da revelia não foi acertada, já que a parte embargante

compareceu à audiência de conciliação, onde não houve acordo e,

após, seguro o juízo pela penhora, ofereceu embargos, que entendo

deveria ser apreciada pelo juízo ad quo, eis que tempestivamente

interpostos, mesmo que a embargante e seu procurador não tenham

comparecido à audiência de instrução e julgamento. O que deveria ter

ocorrido era a dispensa da produção da prova requerida, pela parte

ausente, conforme prevê o § 2o. do art. 453, do CPC. “... Mesmo que

o relatado nos embargos indique a necessidade de realização de

audiência para a produção de provas, o não comparecimento do

advogado do embargante aquele ato - sem provar o impedimento até

a abertura da audiência - autoriza ao juiz a proceder à instrução,

dispensadas as provas requeridas”. (JC 53/138) É

Page 82: A TÉCNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS-BIBLIOTECA VIRTUAL EDIPEL ISSUU 2014-

82

jurisprudencialmente assente que: “inaplicável ao processo de

execução, como subsidiária deste, a revelia prevista para o processo

de conhecimento, porque se assim for, haverá quebra de princípios

que são peculiares ao processo de execução”. (JC 24/399). Revelia

decorre da inércia, mas se a parte é ativa e tempestivamente oferece

defesa, inexistindo a má-fé, não é de se reconhecer o efeito da

revelia, mas se anular a sentença, para que outra seja proferida. (V.

JC 68/250). Com base nesse entendimento, o MM. Juiz ad quo

deveria ter apreciado todas as questões suscitadas nos embargos,

conforme determina o art. 38 da lei n. 9.099/95, de que: “A sentença

mencionará os elementos de convicção do Juiz, com breve resumo

dos fatos relevantes ocorridos”. O art. 93 da Constituição Federal

exige que todas as decisões sejam fundamentadas, sob pena de

nulidade. Embora o relatório seja dispensável, se de sua omissão

resultar lacuna insuperável quanto ao fundamento da decisão, será

esta reputada nula”. (Maurício Antônio Ribeiro Lopes, in, lei dos

Juizados Cíveis e Criminais Anotada, Ed. RT, SP, 1995, p.41).

DECISÃO: por unanimidade de votos, não conhecer do recurso e de

ofício anular a sentença de primeiro grau, para que outra seja

proferida”. (D.J./S.C. n. 9.608, pg. 36, de 20.11.96, Rel. Juiz Paulo

Roberto Sartorato).

EXECUÇÃO: NÃO LOCALIZAÇÃO DO DEVEDOR.

NÃO LOCALIZADO O DEVEDOR E REQUERENDO O

EXEQUENTE, SUPENDE-SE A EXECUÇÃO ( CPC ART. 791, II)

COMO INTERATIVA JURISPRUDÊNCIA NÃO SE

JUSTIFICANDO A EXTINÇÃO RESSALVADAS AS HIPÓTESES

DOS ARTS. 267 E 269 DO CPC, NOS CASOS DO ART. 794 DO

CPC POR EXTINÇÃO DA PRÓPRIA OBRIGAÇÃO, POR

PAGAMENTO, TRANSAÇÃO, REMISSÃO OU RENÚNCIA POR

PARTE DO CREDOR INOCORRENTE NA ESPÉCIE.(Apelação

Cível n. 3.6773, D.J./S.C. 8.289, de 09.07.91, Rel. des. João José

Schaefer).

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. FEITO EXTINTO

SEM ANÁLISE DO MÉRITO. CRITÉRIO DE FIXAÇÃO. VALOR

QUE NÃO SE DENOTA ABUSIVO. RECURSO IMPROVIDO.

Não se denota abusivo a fixação de honorários em valor inferior a um

salário mínimo, quando o feito é julgado extinto por impossibilidade

jurídica do pedido. Segundo o disposto no art.20, § 4o. do CPC, os

honorários devem ser fixados consoante apreciação eqüitativa do

Juiz. “Na ausência do critério objetivo, deve o Juiz guiar-se pelo bom

senso, chegando a valor que não seja nem excessivamente alto, em

razão da singeleza e celeridade da causa, mormente quando ocorre o

pronto pagamento, nem tão baixo que avilte a nobre função do

profissional do direito”. (Apel. Civ. n. 5.346, Rel. Des. Gaspar

Rubick, D.J./S.C. n. 8.181 de 31.01.91). DECISÃO: acordam a

Terceira Turma, por unanimidade, conhecer do recurso e negar-lhe

provimento. (D.J./S.C. 9.436, pg. 24, de 12.03.96, Rel. Juiz Valério

Braun).

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS: CORREÇÃO

MONETÁRIA A PARTIR DO AJUIZAMENTO DA AÇÃO.

(Apelação Cível n.31.468, J.C. n.65, pg. 254, Rel. Des. Nestor

Silveira).

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS: O ADVOGADO QUE

FUNCIONA NO PROCESSO COMO CURADOR ESPECIAL, É

DEVIDA VERBA HONORÁRIA, FIXADA NA FORMA

PREVISTA PELA LEI DE PROCESSO CIVIL. (Agravo de

Instrumento n.4.929, JUC. 65, pg.300, de , Rel. Des. Volnei Carlin,

no mesmo sentido: J.C. n. 29/276).

HONORÁRIOS MÉDICOS: AÇÃO DE COBRANÇA.

PROCEDÊNCIA. (Apelação Cível n.145-1/92, Comarca de

Blumenau, D.J./S.C. n.8.660, pg.11, de 12.01.93, Rel. Juiz Osvaldo

Rogério de Oliveira).

Page 84: A TÉCNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS-BIBLIOTECA VIRTUAL EDIPEL ISSUU 2014-

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LOCAÇÃO: CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO. LEI N.

8.178/91. (Apelação Cível n.165-1/92, Comarca de Blumenau,

D.J./S.C. n.8.660, pg.11, de 12.01.93, Rel. Juiz Luiz Cercato Padilha)

LOCAÇÃO RESIDENCIAL: REVISIONAL. LEI N.

8.157. CORREÇÃO DO VALOR DECLARADO NA INICIAL,

ATÉ A CITAÇÃO. CABIMENTO. (Apelação Cível n.24, Comarca

de Lages, D.J./S.C. n.8.685, de 16.02.93, unanimidade, Rel. Juiz

Jaime Ramos).

MANDADO DE SEGURANÇA: COMPETÊNCIA DA

TURMA DE RECURSOS. DÉCIMA-SÉTIMA CONCLUSÃO

INTERPRETATIVA DA LEI No. 9.099/95 DA SEÇÃO CIVIL DO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA.

PRELIMINARES ARGÜÍDAS PELOS LITISCONSORTES

PASSIVOS AFASTADAS. DENEGAÇÃO DA ORDEM.

INDENIZAÇÃO POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. HONORÁRIOS

ADVOCATÍCIOS: SÚMULA 105 DO STJ. “Em face do juízo

natural para reexame das decisões proferidas pelos Juizados

Especiais, compete à Turma de Recursos processar e julgar os

mandados de segurança contra atos de autoridades integrantes desses

Juizados”.(décima-sétima conclusão interpretativa da lei n. 9.099 de

26.09.95 da Seção Civil do tribunal de Justiça de Santa Catarina

publicada no DJE de 11.03.96, pág. 01). Atos judiciais inspirados nos

arts. 10, § 1o. e 11 da Lei Complementar n. 77 de 12.01.93, à época

em vigor, não aplicam no reconhecimento de ilegalidade nem de

abuso de poder por parte da autoridade judiciária. O manejo do

remédio constitucional após fluído o prazo para os recursos cabíveis,

revela, por parte da impetrante, resistência injustificada ao andamento

dos processos, além de ter-se constituído em incidente

manifestamente infundado, com infringência do disposto no art. 17,

incs. IV e VI do CPC. Sumula 105 do STJ: “Na ação de mandado de

segurança não se admite a condenação em honorários advocatícios”.

DECISÃO: por maioria de votos, vencido o relator, conhecer do

mandamus; por unanimidade, denegar a ordem, e por maioria,

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

vencido o juiz-presidente, aplicar a multa de 10% sobre os valores

atualizados das custas, a título de litigância de má-fé. (D.J./S.C. n.

9.463, pg. 26, de 22.04.96, Rel. Juiz Nelson Schaefer Martins).

PARCERIA AGRÍCOLA: PROVA TESTEMUNHAL.

ÔNUS PROBANDI DO AUTOR. IMPROCEDÊNCIA DA

INICIAL. SENTENÇA CONFIRMADA. (Apelação Cível n. 22,

Comarca de Urubici, D.J./S.C. n. 8.685, pg. 09, de 16.02.93, Rel.

Juiz Antonio do Rêgo Monteiro Rocha).

POSSESSÓRIA: DISPENSÁVEL A OUTORGA DA

MULHER PARA O EXERCÍCIO DA AÇÃO POSSESSÓRIA, POR

SE TRATAR DE AÇÃO PESSOAL E NÃO REAL. (Terceira

Câmara Cível, J.C. n.1976, vol. 13, pg.93, Des. Geraldo Salles, J.C.

1970, pg. 405, J.C. 1971, pg.474 e 485 , J.C. 19/20, pg. 326).

PROCEDIMENTO ORDINÁRIO: POR OUTRO LADO

CONVÉM RESSALTAR QUE O RECENTE ACÓRDÃO DO STF

FIRMOU A TESE QUE “AÇÃO DE RITO SUMARÍSSIMO

PROCESSADA COMO ORDINÁRIA, PELO JUIZ, SEM

OPOSIÇÃO DAS PARTES, NÃO ACARRETA NULIDADE DO

PROCESSO”. (RTJ 86/716; cf. RTJ 86/881, 1a. col., opinião do

Ministro Relator, nesse sentido: RJTSP 41/204; JTA 43/185, também,

CPC e Legislação Processual em Vigor, 12a. ed. de Theotônio

Negrão, pág. 110). (Apelação Cível n.22.008, J.C. n.50, pg.116, Rel.

Des. Ernani Ribeiro).

RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO:

POSSIBILIDADE. COMPREENSÃO DO ART. 8o., II DA LEI

ESTADUAL 8.151/90. LEI POSTERIOR REVOGATÓRIA.

RECURSO PROVIDO. (Agravo Instrumento n. 01, Comarca de

Lages, D.J./S.C. n. 8.685, pg. 09, de 16.02.93, maioria de votos, Rel.

Juiz Antonio do Rêgo Monteiro Rocha).

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RECURSO, FEITO SUSPENSIVO VIA MANDADO DE

SEGURANÇA: SEM SEGURA MANIFESTAÇÃO DE

TEMPESTIVIDADE DO RECURSO INTERPOSTO, NÃO SE

CONHECE DE MANDADO DE SEGURANÇA VISANDO DAR

EFEITO SUSPENSIVO AO MESMO. (Mandado de Segurança

n.2.944, Comarca de Tubarão, D.J./S.C. n.8.690, pg.04, de 25.02.93,

Rel. Des. José Bonifácio).

REMESSA DO AUTOS AO JUÍZO COMUM:

HIPÓTESES DE NECESSIDADE DE PROVA PERICIAL

COMPLEXA OU EXPEDIÇÃO DE EXCESSIVAS

PRECATÓRIAS E DE CITAÇÃO EDITALÍCIA DE MUITOS

RÉUS, QUANDO REMETIDO O PROCESSO DO JUIZADO

ESPECIAL AO JUÍZO COMUM. COMPETÊNCIA RECURSAL

DA TURMA E NÃO DO TRIBUNAL. (J.C. n. 68, pg. 121).

REGISTROS PÚBLICOS: RETIFICAÇÃO DA ÁREA.

Mister se torna que não haja impugnação fundamentada (Lei

6.015/73). (Apelação Cível n.123-1/92, Comarca de Blumenau,

D.J./S.C. n. 8.660, pg.11, de , Rel. Juiz Luiz Cercato Padilha).

REPARAÇÃO DE DANO MORAL: PLEITO DE

DUZENTOS MIL REAIS, VALOR DADO À CAUSA INFERIOR

A UM SALÁRIO MÍNIMO. CONDENAÇÃO EM CINQÜENTA

SALÁRIOS MÍNIMOS. INCOMPETÊNCIA PARA REEXAME

POR TURMAS DE RECURSOS. PENA DE INEFICÁCIA DA

PARTE QUE EXCEDER A ALÇADA ESTABELECIDA DE

QUARENTA SALÁRIOS MÍNIMOS (ART. 39). NÃO

CONHECIMENTO DO APELO. REMESSA DOS AUTOS AO

SODALÍCIO CATARINENSE. Tendo sido a apelante condenada a

pagar, a título de danos morais a importância de 50 (cinqüenta)

salários mínimos, falece competência a esta Turma para reapreciar a

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

matéria em razão do óbice do art. 39 da lei 9.099/95. ( D.J./S.C. n.

9.436, pg. 25, de 12.03.96, Rel. Juiz Irio Grolli).

RESPONSABILIDADE CIVIL - Acidente de circulação - Dano

físico e moral (deformidade) - Causa de certa complexidade -

Existência de denunciação à lide - Feito processado pelo Juízo

Comum - Competência deste e não do Juizado Especial - Inteligência

do art. 98, I, da CF/88 - Culpa recíproca - Indenização reduzida à

metade - Apelo parcialmente provido. Age com culpa, embora

mínima, mas suficiente para o estabelecimento de uma obrigação

indenizatória no âmbito civil, não obstante seja decretada a exclusão

da responsabilidade criminal, o motorista de caminhão pesado que

divisando um ciclista a sua direita conduzindo-se de forma imprudente

a ponto de pretender competir em velocidade com o caminhão, e sem

se certificar do posicionamento do ciclista, converge a sua direita,

atingindo-o com um de seus rodados, retirando-se do local sem

prestar auxílio ao acidentado. Não obstante a imprudência do ciclista

subsiste a obrigação de reparar o dano mesmo que mínima a parcela

de culpa. É que sob o império do direito nenhum dano deve ficar sem

a correspondente reparação. Tendo a vítima concorrido para o

evento, divide-se a reparação pela metade.

Decisão : Por votação unânime, dar provimento parcial ao recurso.

Custas legais

(APELAÇÃO CÍVEL no. 40989, ITAJAÍ, rel. ANSELMO

CERELLO, in DJ, no. 9257, de 19-06-95, pág. 06)

REVELIA: O PRAZO PARA RECURSO SENDO REVEL

O RÉU, FLUI NO MOMENTO EM QUE A SENTENÇA SE

TORNA PÚBLICA EM CARTÓRIO, INDEPENDENTEMENTE

DE INTIMAÇÃO. (Apelação Cível n.95/92, Comarca de Joinville,

D.J./S.C. n.8.656, pg.07, de , Rel. Juiz Newton Trisotto).

USUCAPIÃO: NO CPC, PARA A AÇÃO DE USUCAPIÃO

É PREVISTO UM RITO ESPECIAL DIFERENTE DAQUELE

CONTIDO NA LEI N. 8.151/90. (D.J. n. 8.322, pg. 03, de 23.08.91,

Page 88: A TÉCNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS-BIBLIOTECA VIRTUAL EDIPEL ISSUU 2014-

88

sobre a mesma matéria: Apelação Cível n.6.313, D.J./S.C. n.8.322,

pg.03, de 23.08.91, Des. Protásio Leal).

USUCAPIÃO DE COISA MÓVEL: AÇÃO DE

USUCAPIÃO SOBRE BEM MÓVEL. EXIGÊNCIA DE ÂNIMO

DOMINI. (Apelação Cível n. 28.652, D.J./S.C. n.8.282, pg.06, de

28.06.91, Rel. Des. Napoleão Amarante).

VALOR DO PEDIDO: REDUÇÃO. OBJETIVANDO

IMPRIMIR À AÇÃO O RITO SUMARÍSSIMO. VALOR DA

CAUSA. EXTINÇÃO DO PROCESSO. APLICAÇÃO DOS ARTS.

401 E 267, VI e § 3o. DO CPC. (Apelação Cível n. 13.256, J.C.

n.22, pg.213, Rel. Juiz Ayres Gama).

APELAÇÃO CÍVEL: INDENIZAÇÃO POR ATROPELAMENTO.

DENUNCIAÇÃO DA LIDE. COMPETÊNCIA DA CÂMARA CIVIL.

OCORRENDO DENUNCIAÇÃO DA LIDE NA AÇÃO DE

RESSARCIMENTO DE DANOS POR ATROPELAMENTO, DESLOCA

SE A COMPETÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS POR

INADEQUAÇÃO DE RITO PARA O JUÍZO COMUM, COM RECURSO

AO TRIBUNAL DE JUSTIÇA. RECURSO ADESIVO SUBSEQÜENTE

A APELAÇÃO INTEMPESTIVA. NÃO CONHECIMENTO.

DESVIRTUA A FINALIDADE DO RECURSO ADESIVO A

INTERPOSIÇÃO REITERANDO ARGUMENTAÇÃO DE APELAÇÃO

NÃO RECEBIDA POR INTEMPESTIVIDADE, PORQUANTO O SEU

PRESSUPOSTO É O CONFORMISMO CONDICIONAL COM O

DECISUM. INDENIZAÇÃO. AUSÊNCIA DE CULPA NO

ATROPELAMENTO. OMISSÃO DE SOCORRO. A ABSOLVISÃO

CRIMINAL NÃO AFASTA O DEVER DE INDENIZAR QUANDO A

OMISSÃO DE IMEDIATO SOCORRO FOI RELEVANTE PARA O

RESULTADO FINAL.

Decisão : "POR VOTAÇÃO UNÂNIME, DAR PROVIMENTO PARCIAL

A APELAÇÃO E NÃO CONHECER DO RECURSO ADESIVO.

CUSTAS NA FORMA DA LEI."

(APELAÇÃO CÍVEL no. 39103, CANOINHAS, rel. EDER GRAF, in DJ,

no. 8526, de 26-06-92, pág. 11).

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

FORMULÁRIOS

PARA POSTULAÇÃO

NOS JUIZADOS ESPECIAIS

No exercício da advocacia , é preciso falar bem e escrever ainda

melhor, tendo-se sempre presente a terrível advertência bíblica, de que:

PEDIMOS E NADA RECEBEMOS PORQUE PEDIMOS MAL !

Page 90: A TÉCNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS-BIBLIOTECA VIRTUAL EDIPEL ISSUU 2014-

90

1. Inicio da atividade de advocacia, primeiro contato

com o cliente:

1.1 Ficha confidencial de cliente

FICHA CONFIDENCIAL DE CLIENTE

NOME:..................................................................................................................

..

ENDEREÇO RESIDENCIAL

:................................................................................

BAIRRO:...........................................CIDADE:.....................................................

..

E-

MAIL:..................................................................................................................

TELEFONES:

RES.:......................................CELULAR:........................................

PROFISSÃO:.........................................................................................................

..

ENDEREÇO COMERCIAL

:............................................................... ....................

BAIRRO:............................................CIDADE:....................................................

..

TELEFONE COMERCIAL

:.........................................FAX:..................................

E-MAIL

:.................................................................................................................

NACIONALIDADE:.................................

EST.CIVIL:...........................................

CPF :......................................................... RG

:......................................................

I OS FATOS:

(Quem ? - O que ? - Quando ? - Como ? - Onde ? - Por-que ?)

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

...........................................................................................................

...........................................................................................................

...........................................................................................................

...........................................................................................................

...........................................................................................................

...........................................................................................................

...........................................................................................................

...........................................................................................................

...........................................................................................................

...........................................................................................................

....................

II - TESTEMUNHAS:

( Nome, Qualificação e Endereço)

1.

...........................................................................................................

.....................................................................................................

2.

...........................................................................................................

...........................................................................................................

....

3.

...........................................................................................................

...........................................................................................................

....

III - DOCUMENTOS RECEBIDOS:

1. Procuração;

2. ......................................................................................................

..

Page 92: A TÉCNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS-BIBLIOTECA VIRTUAL EDIPEL ISSUU 2014-

92

3. ......................................................................................................

..

4. ......................................................................................................

..

5. ......................................................................................................

..

6. ......................................................................................................

..

7. ......................................................................................................

..

III - HONORÁRIOS CONTRATADOS:

O mandatário receberá 10 % (dez) porcento 63

do que advier ao

cliente como resultado da atividade de advocacia, amigável ou judicial

em Primeira Instância, percebendo ainda os honorários da

sucumbência, pagando o cliente as custas e despesas necessárias á

defesa de seu direito, valendo o presente como contrato.

Local de

data:.......................................................................................

Mandatário:........................................................................................

..

Mandante:..........................................................................................

..

Testemunhas:

1. ................................................

2. ................................................ 63 Valor arbitrado pelas partes = Cliente(s) e Advogado(s), geralmente entre 10% a 20%, dependendo do

valor da causa entre outros fatores .

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

IV - CONTROLE FINANCEIRO:

Data Histórico Débito Crédito Saldo

V - OBSERVAÇÕES:

1.2 Instrumento de Mandato Postulatório

INSTRUMENTO DE MANDATO POSTULATÓRIO

M A N D A N T E (s): .........................................................................

.........................................................................

.........................................................................

.........................................................................

.........................................................................

.........................................................................

MANDATÁRIO (s): .........................................................................

.........................................................................

.........................................................................

.........................................................................

.........................................................................

Page 94: A TÉCNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS-BIBLIOTECA VIRTUAL EDIPEL ISSUU 2014-

94

.........................................................................

P O D E R E S : Para em nome dos outorgantes postular em Juízo ou

fora dele, fazendo este prova do mandato, habilitando

o(s) mandatário(s), a praticar todos os atos do exercício

de advocacia, receber citação inicial, confessar,

reconhecer a procedência do pedido, transigir, acordar

na fase conciliatória, desistir, renunciar ao direito sobre

que se funda a ação, receber e dar quitação, firmar

compromisso, substabelecer no todo ou em parte com ou

sem reserva de poderes, bem como imputar a terceiros

fatos e definidos como crime nos termos da postulação,

podendo assinar em conjunto ou separadamente sem

ordem de colocação ou precedência e ainda,

promover.......................................................................

(Cidade), aos .....dias do mês de............... do ano de ......

Outorgante(s):

....................................................................................................... [Assinatura(s)]

2. Competência quanto ao valor da causa até 40 vezes o salário

mínimo (Art. 3º, inciso I da Lei Nº 9.099/95)

RESPEITÁVEL JUIZADO ESPECIAL DE CAUSAS CÍVEIS

DE...

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

......................., brasileiro, casado, marceneiro aposentado, residente

e domiciliado na rua...nº...nesta cidade, vem com o máximo respeito

por seu procurador judicial advogado com domicilio profissional na

rua...inscrito na OAB SC sob nº..., requerer a presente causa cível de

menor complexidade em desfavor a ..........brasileiro, casado, do

comercio, residente e domiciliado na rua...nº...nesta cidade, amparado

pelo disposto na Lei Nº9.099/95 ex vi do art,.3º,inc. I ), expondo e

requerendo:

1. Sendo marceneiro efetuou serviços de reparo num guarda-roupas

de propriedade do Requerido, nas condições previamente acordadas

conforme contrato anexo, no valor de R$500,00, devidamente

assinado pelo Demandado.

2. Concluído o trabalho em 20.06.97, o móvel foi entregue conforme

acordado e embora tenha o devedor sido procurado por várias vezes

não pagou o valor devido pelo trabalho.

ISTO POSTO

requer se digne esse r. Juizado, em registrar o pedido, designando-se

Sessão de Conciliação , citando-se o Requerido para que compareça a

solenidade constando advertência do Art.18 $ 1º da Lei

Especializada, devendo afinal ser condenado a pagar o valor acordado

para o conserto do móvel, e demais cominacões legais; requer ainda

possa provar o alegado com a produção dos meios necessários de

prova, depoimento pessoal do Requerido

ouvida das testemunhas que arrola.

Termos em que, pede deferimento.

(Cidade), aos .....dias do mês de............... do ano de ......

Page 96: A TÉCNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS-BIBLIOTECA VIRTUAL EDIPEL ISSUU 2014-

96

Procurador Judicial

Testemunhas:

1:........

2:........

3:........

3. Competência em razão da matéria (Art. 3º, II):

3.1 - Causas enumeradas no art.275 do CPC:

a) - Posse ou domínio de coisas móveis e semoventes:

a1) Modelo de petição de restituição de coisa móvel...

RESPEITÁVEL JUIZADO CÍVEL ESPECIAL...........

.........., brasileiro, casado, operário, residente e domiciliado na

rua...nº...nesta cidade, vem com o máximo respeito, por seu

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

mandatário judicial , advogado inscrito na OAB SC sob nr...com

domicilio profissional na rua...nesta cidade, requerer a presente causa

cível de menor complexidade, em desfavor a ........, brasileiro,

casado, motorista, residente e domiciliado na rua...nr...nesta cidade,

consoante lhe faculta o Art.32, inc.II, “a “ da Lei Nº 9.099/95,

colimando a RESTITUIÇÃO DE COISA MÓVEL, expondo e

requerendo:

1. O Requerente é proprietário da Colheitadeira de Milho Marca

OLZ, nr.00535J, conforme faz certo a NF.de compra .

2. No mês de Maio do ano em curso, o Requerido, solicitou dita

máquina para efetuar os serviços de colheita em sua propriedade,

mediante o pagamento de R$1.500,00 pelo uso da mesma e após ter

completado o serviço se nega a efetuar o pagamento ajustado e a

devolução, inobstante instado por várias vezes.

3. O Autor necessita da máquina para seus serviços, bem como

receber o que lhe é devido e sem outra alternativa ajuíza a presente

ação formulando pedido de restituição da máquina e condenação do

devedor a pagar-lhe o valor avençado pelo seu uso.

ISTO POSTO

requer a essa Secretaria do Juizado, seja registrado o pedido,

idependentemente de distribuição e autuação e designada a Sessão de

Conciliacão no prazo de quinze dias (art.16 LJECC) citando-se o

Requerido para comparecer a solenidade conciliatória, com a

advertência do disposto pelo art.18, $ 2º da LJECC), devendo afinal

ser julgada procedente afim de que seja o Autor reintegrado na posse

da máquina, bem como receba o valor que lhe é devido com as

cominacões de lei. Valorando-se apresente em R$1.500,00;requer

ainda a producão dos meios necessários de prova, depoimento

pessoal do Requerido, e oitiva das testemunhas que arrola que

deverão ser intimadas.

Page 98: A TÉCNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS-BIBLIOTECA VIRTUAL EDIPEL ISSUU 2014-

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Termos em que, pede deferimento.

(Cidade), aos .....dias do mês de............... do ano de ......

Procurador Judicial

Testemunhas:

1:........

2:........

3:........

a2) Modelo de petição causa sobre semoventes

RESPEITÁVEL JUIZADO CÍVEL ESPECIAL DE...

..........., brasileiro, casado, pecuarista, residente e domiciliado na

rua...nº...nesta cidade, vem com o máximo respeito, através de seu

mandatário judicial firmatário, advogado inscrito na OAB SC sob

nr...com domicilio profissional na rua...nesta cidade, requerer a

presente causa cível de menor complexidade em razão da matéria, em

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

desfavor a.............., brasileiro, casado, pecuarista, residente e

domiciliado na rua...nr..., nesta cidade, consoante com amparo no

disposto pelo art.3º, inc.II da Lei Nº 9.099/95 combinado com

art.275, inc.II, a do CPC, colimando a RESTITUIÇÃO DE UM

TOURO NELORE, expondo e requerendo o que segue:

1. O Requerente é proprietário do TOURO NELORE, marcado com

a tatuagem VG, e nº23, na parte lombar traseira esquerda, adquirido

conforme certificado anexo.

2. Dito semovente encontra-se na propriedade do Requerido

localizada em...que inobstante se nega a restitui-lo apesar de

insistentes solicitações.

3. Necessitando do touro como reprodutor de seu plantel, não lhe

resta outra alternativa senão exigir judicialmente a restituição do

animal de sua propriedade.

ISTO POSTO

requer digne-se essa Secretaria do Juizado, em registrar o pedido

independentemente de distribuição e autuação, designando a Sessão

de Conciliação no prazo de quinze dias ex vi do Art.16 da Lei

Nº9.099/95; citando-se o Demandado para comparecer a solenidade

de conciliação, com a advertência imposta pelo Art.18, $ 2º daquele

Diploma Legal , devendo esta ser julgada procedente afim de que seja

o Autor reintegrado na posse do semovente de sua propriedade, e

condenado o Demandado nas cominacões legais; valorando-se a

presente em R$ 3.500,00; requer ainda a produção dos meios

necessários de prova, depoimento pessoal do Requerido e oitiva das

testemunhas que arrola, que deverão ser intimadas.

Termos em que, pede deferimento.

(Cidade), aos .....dias do mês de............... do ano de ......

Page 100: A TÉCNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS-BIBLIOTECA VIRTUAL EDIPEL ISSUU 2014-

100

Procurador Judicial

Testemunhas:

1:........

2:........

3:........

Obs: A Lei nº9.245/95 deu nova redação ao art.275 do CPC,

excluindo do seu texto a posse e domínio de coisas móveis e

semoventes; todavia como a Lei nº 9099/95 passou a vigorar

anteriormente a alteração sendo mantida pelo autor, em razão da

matéria e pelo valor da causa.

a.a1) Arrendamento rural

RESPEITÁVEL JUIZADO ESPECIAL DE CAUSAS CÍVEIS

DE...

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

.................., brasileiro, casado, aposentado, residente, e domiciliado

na rua...nº..., vem com o máximo respeito por seu mandatário judicial

advogado inscrito na OAB SC sob nº com domicilio profissional na

rua...nº...nesta cidade, requerer a presente causa cível de menor

complexidade, em desfavor a............., brasileiro, casado, produtor

rural, residente e domiciliado na rua...nº...nesta cidade, com amparo

no art.32, inc.II, da Lei nº 9.099/95, c/c art.275 do CPC, objetivando

o PAGAMENTO DE ARENDAMENTO RURAL, fazendo nos

seguintes termos:

1. O Autor é proprietário do imóvel rural Fazenda da Entrada,

localizada no Km.21 da Rodovia 470 neste município, mat.567L.3M.

2. Dita área foi arrendada para o Demandado, pelo prazo de cinco

anos, iniciando em 20.06.92 até 20.06.97, pelo preço de 400 sacos de

soja/ano de 65kgrs., no valor da cotação feita pela Cooperativa

Central desta cidade, cujo pagamento obrigou-se a fazer no dia 20 de

junho de cada ano.

3. Ocorre que expirado o prazo do arrendamento o Requerido se

nega a restituir o imóvel e a pagar o valor equivalente ao último ano;

inobstante tenha sido notificado para a restituição bem como apagar o

valor de R$4.000,00 correspondente a 400 sacos de soja, conforme

cotação feita pela Cooperativa Central (dcts), cuja restituição e

pagamento é objeto desta causa.

ISTO POSTO

requer a essa Secretaria do Juizado, seja registrado o pedido

independentemente de distribuição e autuação e designada a Sessão

de Conciliação no prazo de quinze dias a teor do art. 16 da Lei

Especializada, citando-se o Requerido para comparecer a solenidade

Page 102: A TÉCNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS-BIBLIOTECA VIRTUAL EDIPEL ISSUU 2014-

102

conciliatória, com a advertência do disposto pelo art. 18, Parág. 2º

daquele Diploma Legal, devendo afinal ser esta julgada procedente

afim de que seja o Autor reintegrado na posse do imóvel arrendado,

bem como condenado o Demandado a pagar o valor devido com a

cominacões de lei. Valorando-se apresente em R$ 4.000,00; requer

ainda produção dos meios necessários de prova, depoimento pessoal

do Requerido, e intimação das testemunhas arroladas.

Termos em que, pede deferimento.

(Cidade), aos .....dias do mês de............... do ano de ......

Procurador Judicial

Testemunhas:.

a.a2) Parceria agrícola

RESPEITÁVEL JUIZADO ESPECIAL DE CAUSAS CÍVEIS

DE...

.................., brasileiro, casado, aposentado, residente, e domiciliado

na rua...nº..., vem com o máximo respeito por seu mandatário judicial

advogado inscrito na OAB SC sob nº com domicilio profissional na

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

rua...nº...nesta cidade, requerer a presente causa cível de menor

complexidade, em desfavor a............., brasileiro, casado, produtor

rural, residente e domiciliado na rua...nº...nesta cidade, com amparo

no art.32, inc.II, da Lei nº 9.099/95, c/c art.275 do CPC, colimando

CUMPRIMENTO OBRIGACIONAL DE PARCERIA

AGRÍCOLA, fazendo nos seguintes termos:

1. O Autor é proprietário do imóvel rural Fazenda da Entrada,

localizada no Km.21 da Rodovia 470 neste município, mat.567L.3M.

2. Desejando tornar a área produtiva celebrou Contrato de Parceria

Agrícola , com o Demandado, pelo prazo de cinco anos iniciando em

20 06 92 e término em 20 06 97, para o plantio de 300 sacos de milho

semente/ano fornecida pelo Autor, juntamente com o adubo, ficando

a cargo do Demandado, a semeadura, limpeza e colheita recebendo

cada parceiro 50% da produção.

3. Ocorre que expirado o prazo da parceria, tendo o Demandado

colhido 2.000 sacos de milho, se nega a fazer a entrega para o Autor

de parte do produto colhido que lhe pertence ou seja 1.000 sacos de

milho que conforme cotação feita pela Cooperativa Central é de

R$3.000,00 (dcts), cuja entrega e pagamento é objeto desta causa.

ISTO POSTO

requer a essa Secretaria do Juizado, seja registrado o pedido

independentemente de distribuição e autuação e designada a Sessão

de Conciliação no prazo de quinze dias a teor do art. 16 da Lei

Especializada, citando-se o Requerido para comparecer a solenidade

conciliatória, com a advertência do disposto pelo art. 18, Parág. 2º

daquele Diploma Legal, devendo ser esta julgada procedente afim de

que o Demandado efetue a entrega de 50% do milho colhido ou o

seu equivalente em dinheiro com a cominacões de lei. Valorando-se

apresente em R$ 3.000,00; requer ainda produção dos meios

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necessários de prova, depoimento pessoal do Requerido, e intimação

das testemunhas arroladas.

Termos em que, pede deferimento.

(Cidade), aos .....dias do mês de............... do ano de ......

Procurador Judicial

Testemunhas:

1:........

2:........

3:........

b) Cobrança de quantias devidas ao condomínio

RESPEITÁVEL JUIZADO ESPECIAL DE CAUSAS CÍVEIS

DE...

Condomínio Edifício ........., entidade jurídica de direito privado

localizado na rua Primavera nr.51 nesta cidade, com CGC MF ....,

vem com o máximo respeito por seu mandatário judicial advogado

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

inscrito na OAB SC sob nº com domicilio profissional na

rua...nº...nesta cidade, requerer a presente causa cível de menor

complexidade, em desfavor a.........., brasileiro, casado, comerciante,

residente e domiciliado na rua...nº...nesta cidade, com amparo no

art.32, inc.II, da Lei nº 9.099/95, c/c art.275 do CPC, para

COBRANÇA DE CONDÔMINO POR QUANTIA DEVIDA AO

CONDOMÍNIO, fazendo nos seguintes termos:

1. O Demandado é proprietário do Apartamento nr.250, unidade que

integra o condomínio Requerente conforme comprava a inclusa

incorporação. (doc.)

2. Conforme ata assemblear de rateio das despesas condominiais o

Demandado é obrigado a contribuir mensalmente com o valor de R$

150,00 sujeitando-se ao pagamento de multa moratória de 10% sobre

o valor da parcela e juros legais de 12% ao ano.

3. Todavia o Requerido não pagou as mensalidades correspondentes

aos meses de abril, maio e junho, devendo portanto o valor de R$

495,00 acrescido de juros de mora perfazendo o total do débito R$

500,00 conforme faz certo os inclusos documentos de cobrança e

conta atualizada do débito, cuja cobrança se constitui no objeto da

presente causa cível.

ISTO POSTO

requer a essa Secretaria do Juizado, seja registrado o pedido

independentemente de distribuição e autuação e designada a Sessão

de Conciliação no prazo de quinze dias a teor do art. 16 da Lei

Especializada, citando-se o Requerido para comparecer a solenidade

conciliatória, com a advertência do disposto pelo art. 18, Parág. 2º

daquele Diploma Legal, devendo afinal ser esta julgada procedente

afim de que o Demandado pague a quantia devida ao condomínio

com a cominacões de lei. Valorando-se apresente em R$ 500,00;

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106

requer ainda produção dos meios necessários de prova, depoimento

pessoal do Requerido, oitiva das testemunhas arroladas.

Termos em que, pede deferimento.

(Cidade), aos .....dias do mês de............... do ano de ......

Procurador Judicial

Testemunhas:

1:........

2:........

3:........

c1) Ressarcimento por danos em prédio urbano

RESPEITÁVEL JUIZADO ESPECIAL DE CAUSAS CÍVEIS

DE...

.................., brasileiro, casado, aposentado, residente, e domiciliado

na rua...nº..., vem com o máximo respeito por seu mandatário judicial

advogado inscrito na OAB SC sob nº com domicilio profissional na

Page 107: A TÉCNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS-BIBLIOTECA VIRTUAL EDIPEL ISSUU 2014-

A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

rua...nº...nesta cidade, requerer a presente causa cível de menor

complexidade, em desfavor a............, brasileiro, casado, do comercio,

residente e domiciliado na rua...nº...nesta cidade, com amparo no

art.32, inc.II, da Lei nº 9.099/95, c/c art.275 do CPC, colimando

RESSARCIMENTO DE DANOS EM PRÉDIO URBANO,

fazendo nos seguintes termos:

1. O Autor é proprietário do imóvel localizado na rua Medianeira

nr.100 nesta cidade, conforme faz certo a Matricula R-235 do

Registro Imobiliário desta comarca, onde edificou sua casa de

moradia em alvenaria.

2. Ocorre que o Demandado, no inicio deste ano, efetuou serviço de

escavação e retirada de terra ao longo de seu terreno junto a divisa

com o Demandante , causando o comprometimento estrutural da

parede lateral da casa, de propriedade do Autor.

3. Reconhecendo sua culpa o Demandado, autorizou a firma Sotelpa

Ltda, a efetuar as obras necessárias para escoramento e recuperação

da parede cujo trabalho foi concluído cobrando a empresa construtora

o valor de R$4.000,00, diretamente do Autor, como dono do prédio.

4. O Requerido se nega ao ressarcimento do dano causado, daí a

presente ação que tem como objeto exigir a reparação dos danos

causados.

ISTO POSTO

requer a essa Secretaria do Juizado, seja registrado o pedido

independentemente de distribuição e autuação e designada a Sessão

de Conciliação no prazo de quinze dias a teor do art. 16 da Lei

Especializada, citando-se o Requerido para comparecer a solenidade

conciliatória, com a advertência do disposto pelo art. 18, Parág. 2º

daquele Diploma Legal, devendo afinal ser esta julgada procedente

afim de que o Demandado pague o valor devido como ressarcimento

dos danos causados ao prédio urbano com a cominacões de lei.

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Valorando-se apresente em R$ 4.000,00; requer ainda produção dos

meios necessários de prova, depoimento pessoal do Requerido, e

intimação das testemunhas arroladas, pericial, formulando-se os

seguintes quesitos: 1. O Demandado promoveu a retirada de terra

junto a divisa do terreno do Autor? 2. Essa retirada causou danos ao

prédio urbano do Autor? 3. Qual o valor desses danos?

Termos em que, pede deferimento.

(Cidade), aos .....dias do mês de............... do ano de ......

Procurador Judicial

Testemunhas:

c2) Ressarcimento por danos em prédio rústico.

RESPEITÁVEL JUIZADO ESPECIAL DE CAUSAS CÍVEIS

DE...

.................., brasileiro, casado, agricultor, residente, e domiciliado na

rua...nº..., vem com o máximo respeito por seu mandatário judicial

advogado inscrito na OAB SC sob nº com domicilio profissional na

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

rua...nº...nesta cidade, requerer a presente causa cível de menor

complexidade, em desfavor a............, brasileiro, casado, agricultor,

residente e domiciliado na rua...nº...nesta cidade, com amparo no

art.32, inc.II, da Lei nº 9.099/95, c/c art.275 do CPC, para

RESSARCIMENTO DE DA DANOS EM PRÉDIO RÚSTICO,

fazendo nos seguintes termos:

1. O Autor é proprietário do imóvel rural Fazenda da Entrada,

localizada no Km.21 da Rodovia 470 neste município Mat.567L.3M.

2. Tratando-se de área produtiva, edificou sobre seu imóvel um

Barracão de Madeira, coberto com telhas de brasilit medindo 450 m2,

para armazenagem de produtos agrícolas.

3. Ocorre que no inicio deste mês o Demandado, ateou fogo na

aérea contígua para plantar milho, e deforma desastrada, sem maiores

cuidados não consegui impedir que as chamas se alastrassem

invadindo a propriedade do Autor causando a destruição do barracão

onde estava armazenado 500 sacos de feijão, causando prejuízos de

grande monta a que se obriga a ressarcir eis que agiu com culpa

grave, sendo objeto da presente ação.

ISTO POSTO

requer a essa Secretaria do Juizado, seja registrado o pedido

independentemente de distribuição e autuação e designada a Sessão

de Conciliação no prazo de quinze dias a teor do art. 16 da Lei

Especializada, citando-se o Requerido para comparecer a solenidade

conciliatória, com a advertência do disposto pelo art. 18, Parág. 2º

daquele Diploma Legal, devendo afinal ser esta julgada procedente

afim de que o Demandado efetue o ressarcimento dos danos

causados ao prédio rústico ou seja o valor do barracão, do feijão

destruído e demais cominacões de lei; requer ainda produção dos

meios necessários de prova, depoimento pessoal do Requerido, e

intimação das testemunhas arroladas, pericial formulando-se os

Page 110: A TÉCNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS-BIBLIOTECA VIRTUAL EDIPEL ISSUU 2014-

110

seguintes quesitos: 1. O Requerido ateou fogo no terreno de sua

propriedade para plantio de milho? 2.O fogo se alastrou incendiando

o barracão do Autor, destruindo-o bem como destruindo 500 sacos

de feijão armazenados em seu interior? Qual o valor total dos danos

sofridos pelo Autor?

Termos em que, pede deferimento.

(Cidade), aos .....dias do mês de............... do ano de ......

Procurador Judicial

Testemunhas:

d) Ressarcimento por danos causado em acidente de veículo de

via terrestre.

RESPEITÁVEL JUIZADO ESPECIAL DE CAUSAS CÍVEIS

DE...

.................., brasileiro, casado, motorista, residente e domiciliado na

rua...nº..., vem com o máximo respeito por seu mandatário judicial

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

advogado inscrito na OAB SC sob nº com domicilio profissional na

rua...nº...nesta cidade, requerer a presente causa cível de menor

complexidade, em desfavor a............, brasileiro, casado, do comercio,

residente e domiciliado na rua...nº...nesta cidade, com amparo no

art.32, inc.II, da Lei nº 9.099/95, c/c art.275 do CPC, para

RESSARCIMENTO POR DANOS CAUSADO EM ACIDENTE

DE VEÍCULO fazendo nos seguintes termos:

1. O Autor é proprietário do automóvel Ford, Chassi R800XC75634,

Ano 1996, placas CT1315.

2. Trafegava em sua mão de direção pela Av.Lapré, em data de 20

05 97, quando foi violentamente abalroado pelo veículo Ford Chassi

54ZX35625, placas XRV 235, de propriedade do Demandado,

quando desrespeitando a sinalização invadiu a via preferencial dando

causa a colisão por culpa grave, conforme levantamento policial.

3. Como conseqüência o veículo do Autor sofreu graves danos sendo

o valor do menor dos três orçamentos fornecidos por oficinas idôneas

(dcts), ou seja, de R$4.000,00, cujo ressarcimento se constitui no

objeto da presente ação.

ISTO POSTO

requer a essa Secretaria do Juizado, seja registrado o pedido

independentemente de distribuição e autuação e designada a Sessão

de Conciliação no prazo de quinze dias a teor do art. 16 da Lei

Especializada, citando-se o Requerido para comparecer a solenidade

conciliatória, com a advertência do disposto pelo art. 18, Parág. 2º

daquele Diploma Legal, devendo afinal ser esta julgada procedente

afim de que o Demandado efetue o ressarcimento dos danos

causados ao veículo do Autor, e demais cominacões de lei;

valorando-se apresente em R$ 4.000,00; requer ainda produção dos

meios necessários de prova, depoimento pessoal do Requerido, e

intimação das testemunhas arroladas.

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112

Termos em que, pede deferimento.

(Cidade), aos .....dias do mês de............... do ano de ......

Procurador Judicial

Testemunhas:

1:........

2:........

3:........

e) Cobrança de seguro causado em acidente de veículo

RESPEITÁVEL JUIZADO ESPECIAL DE CAUSAS CÍVEIS

DE...

.................., brasileiro, casado, motorista, residente e domiciliado na

rua...nº..., vem com o máximo respeito por seu mandatário judicial

advogado inscrito na OAB SC sob nº com domicilio profissional na

rua...nº...nesta cidade, requerer a presente causa cível de menor

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

complexidade, em desfavor a Cia de Seguros.........., pessoa jurídica

de direito privado com sede e foro na rua ...nr...na cidade de...........,

com amparo no art.32, inc.II, da Lei nº 9.099/95, c/c art.275 do CPC,

para COBRANÇA DE SEGUROS RELATIVAMENTE AOS

DANOS CAUSADOS EM ACIDENTE DE VEÍCULO fazendo

nos seguintes termos:

1. O Autor é proprietário do automóvel Ford, Chassi R800XC75634,

Ano 1996, placas CT1315, que tem assegurado ressarcimento por

danos materiais garantido pela Apólice nr.230345.

2. Em data de 20 05 97 estava estacionado na rua Acre nesta cidade,

quando caiu sobre o veículo um poste da rede de energia elétrica

causando os danos constantes do laudo policial cuja reparação foi

integralmente paga pelo Requerente no valor de R$3.500,00

conforme notas fiscais anexas.

3. A Requerida, se nega pagar o seguro, razão pela qual afora a

presente ação que tem por objeto a cobrança do valor pago para a

recuperação do veículo segurado.

ISTO POSTO

requer a essa Secretaria do Juizado, seja registrado o pedido

independentemente de distribuição e autuação e designada a Sessão

de Conciliação no prazo de quinze dias a teor do art. 16 da Lei

Especializada, citando-se o Requerido para comparecer a solenidade

conciliatória, com a advertência do disposto pelo art. 18, Parág. 2º

daquele Diploma Legal, devendo afinal ser esta julgada procedente

afim de que a Demandada efetue o ressarcimento dos danos causados

ao veículo do Autor, e demais cominacões de lei; valorando-se

apresente em R$3.500,00 ;requer ainda produção dos meios

necessários de prova, depoimento pessoal da Requerida, e intimação

das testemunhas arroladas.

Termos em que, pede deferimento.

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114

(Cidade), aos .....dias do mês de............... do ano de ......

Procurador Judicial

Testemunhas:

1:........

2:........

3:........

f) Cobrança de honorários dos profissionais liberais

RESPEITÁVEL JUIZADO ESPECIAL DE CAUSAS CÍVEIS

DE...

.................., brasileiro, casado, médico, CRM SC 135 residente e

domiciliado na rua...nº..., vem com o máximo respeito por seu

mandatário judicial advogado inscrito na OAB SC sob nº com

domicilio profissional na rua...nº...nesta cidade, requerer a presente

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

causa cível de menor complexidade, em desfavor a .......................,

brasileiro, casado, do comercio, residente e domiciliado na

rua...nr...na cidade de..........., com amparo no art.32, inc.II, da Lei nº

9.099/95, c/c art.275 do CPC, para COBRANÇA DE

HONORÁRIOS PROFISSIONAIS, fazendo nos seguintes termos:

1. O Autor prestou atendimento médico ao Requerido conforme

comprova a ficha de internamento do Hospital Frei Gabriel desta

cidade

2. Em face do atendimento o Requerido deve ao Autor a titulo de

honorários o valor de R$4.500,00 que inobstante se nega apagar, de

forma amigável, daí o ajuramento da presente ação que tem por

objeto a cobrança do valor devido

ISTO POSTO

requer a essa Secretaria do Juizado, seja registrado o pedido

independentemente de distribuição e autuação e designada a Sessão

de Conciliação no prazo de quinze dias a teor do art. 16 da Lei

Especializada, citando-se o Requerido para comparecer a solenidade

conciliatória, com a advertência do disposto pelo art. 18, Parág. 2º

daquele Diploma Legal, devendo afinal ser esta julgada procedente

afim de que o Demandado efetue o pagamento do valor dos

honorários profissionais devidos ao Autor, e demais cominacões de

lei; valorando-se apresente em R$ 4.500,00 ;requer ainda produção

dos meios necessários de prova, depoimento pessoal do Requerido, e

intimação das testemunhas arroladas.

Termos em que, pede deferimento.

(Cidade), aos .....dias do mês de............... do ano de ......

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116

Procurador Judicial

Testemunhas:

1:........

2:........

3:........

g ) Despejo p/ uso próprio (Art.3º, II Lei Nº 9.099/95)

RESPEITÁVEL JUIZADO ESPECIAL DE CAUSAS CÍVEIS

DE...

.................., brasileiro, casado, do comercio, residente e domiciliado

na rua...nº..., vem com o máximo respeito por seu mandatário judicial

advogado inscrito na OAB SC sob nº com domicilio profissional na

rua...nº...nesta cidade, requerer a instauração de causa cível de menor

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

complexidade, em desfavor a ......................., brasileiro, casado, do

comercio, residente e domiciliado na rua...nr...na cidade de...........,

com amparo no art.32, inc.II, da Lei nº 9.099/95, c/c art.275 do CPC,

para DESPEJO PARA USO PRÓPRIO, fazendo nos seguintes

termos:

1. O Autor é locador e proprietário do imóvel onde reside o

Demandado, constituído por uma casa de alvenaria, que locou ao

Requerido conforme contrato de locação anexo.

2. Vencido o prazo da locação em ...o Demandado se nega a

desocupar o imóvel; inobstante insistentes pedidos , inclusive através

da notificação cartorial (doc.) eis que o Autor, necessita nele residir

com sua família.

ISTO POSTO

requer a essa Secretaria do Juizado, seja registrado o pedido

independentemente de distribuição e autuação e designada a Sessão

de Conciliação no prazo de quinze dias a teor do art. 16 da Lei

Especializada, citando-se o Requerido para comparecer a solenidade

conciliatória, com a advertência do disposto pelo art. 18, Parág. 2º

daquele Diploma Legal, devendo afinal ser esta julgada procedente

afim de que o Demandado restitua o imóvel locado, e não o fazendo

seja decretado despejo judicial, com sua condenação nas cominacões

legais, valorando-se apresente em R$500,00 ;requer ainda produção

dos meios necessários de prova, depoimento pessoal do Requerido, e

intimação das testemunhas arroladas.

Termos em que, pede deferimento.

(Cidade), aos .....dias do mês de............... do ano de ......

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118

Procurador Judicial

Testemunhas:

1:........

2:........

3:........

h ) Ações possessórias sobre imóveis de valor de até 40 SMR

(Art.3º, IV Lei Nº 9.099/95)

h1) Ação de manutenção de posse

RESPEITÁVEL JUIZADO ESPECIAL DE CAUSAS CÍVEIS

DE...

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

.................., brasileiro, solteiro, médico, CRM SC 135 residente e

domiciliado na rua...nº..., vem com o máximo respeito por seu

mandatário judicial advogado inscrito na OAB SC sob nº com

domicilio profissional na rua...nº...nesta cidade, instaurar a presente

causa cível de menor complexidade, em desfavor a .......................,

brasileiro, casado, do comercio, residente e domiciliado na

rua...nr...na cidade de..........., com amparo no art.3º, inc IV, da Lei nº

9.099/95 “ AÇÃO DE MANUTENÇÃO DE POSSE DE IMÓVEL

“ fazendo nos seguintes termos:

1. O Autor é proprietário do lote de terras localizado na

rua...confrontando com....Mat....do Registro de Imóveis desta

comarca.

2. Ontem esteve no imóvel e constatou que na parte em que seu

terreno confronta com o Requerido, foram colocados marcos, onde o

Demandado pretende iniciar a construção de um muro divisório.

Ocorre que ditos marcos invadem do terreno do Requerente, a um

metro da linha divisória, turbação de sua aposse.

ISTO POSTO

requer a essa Secretaria do Juizado, seja registrado o pedido

independentemente de distribuição e autuação e designada a Sessão

de Conciliação no prazo de quinze dias a teor do art. 16 da Lei

Especializada, citando-se o Requerido para comparecer a solenidade

conciliatória, com a advertência do disposto pelo art. 18, Parág. 2º

daquele Diploma Legal, devendo afinal ser esta julgada procedente

afim de que o Demandado retire os marcos fixando-os exatamente

na linha divisória onde edificará o muro, devendo ser condenado nas

cominacões de lei; valorando-se apresente em R$4.500,00 ;requer

ainda produção dos meios necessários de prova, depoimento pessoal

do Requerido, e intimação das testemunhas arroladas, e pericial,

formulando os quesitos: 1. O requerido efetuou a colocação de

marcos para edificação de muro na linha de divisa dos terrenos do

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120

Autor e Réu? A fixação dos marcos invade a propriedade do Autor?

Pode o Perito visualizar numa planta a situação turbatória?

Termos em que, pede deferimento.

(Cidade), aos .....dias do mês de............... do ano de ......

Procurador Judicial

Testemunhas:

1:........

2:........

3:........

Obs: Se ocorreu a perda da posse, caracterizando esbulho possessório

a AÇÃO É DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE; se houver apenas

ameaça cabe INTERDITO PROIBITÓRIO..

h2 ) CONTESTAÇÃO (Art. 30 da Lei Nº 9.099/95)

R. JUIZADO ESPECIAL DE CAUSAS CÍVEIS DE...

.................., brasileiro, solteiro, médico, CRM SC 135 residente e

domiciliado na rua...nº..., vem com o máximo respeito por seu

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

mandatário judicial advogado inscrito na OAB SC sob nº com

domicilio profissional na rua...nº...nesta cidade, CONTESTAR a

presente causa cível de menor complexidade, instaurada por

................., brasileiro, casado, do comercio, residente e domiciliado

na rua...nr...na cidade de..........., com amparo no Art.30 da Lei nº

9.099/95, fazendo nos seguintes termos:

I - DAS PRELIMINARES

1. Antecipando-se a discutir o mérito alega o Autor, prefacialmente...(

Ver os pressupostos do art.301CPC...)

II - EXPOSIÇÃO DA MATÉRIA DE DEFESA

2....-......

2.1 -......

III - FORMULAÇÃO DE PEDIDO CONTRAPOSTO

3 - Consoante lhe faculta o Art. 31 do Diploma Legal Especializado,

o Contestante formula pedido em seu favor, pelas razões expostas:

3.1 -....

ISTO POSTO

requer seja recebida a presente contestação escrita, e julgada

improcedente a ação com a condenação do Autor nas cominações

legais; requer ainda seja julgado procedente o pedido formulado pelo

Contestante em seu favor, com a condenação do Autor, em...como

conseqüência da formulação, requer mais, seja-lhe permitido a

produção dos meios moralmente legítimos de prova, depoimento

pessoal do Requerido, e intimação das testemunhas arroladas, e

pericial, formulando os quesitos:...

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Termos em que, pede deferimento.

(Cidade), aos .....dias do mês de............... do ano de ......

Procurador Judicial

Testemunhas:

1:........

2:........

3:........

Obs: As testemunhas deverão ser arroladas com cinco dias de

antecedência à data de designação para a realização da audiência.

i) Execução de titulo extrajudicial

RESPEITÁVEL JUIZADO ESPECIAL DE CAUSAS CÍVEIS

DE...

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

.................., brasileiro, solteiro, maior de 18 anos, operário, residente

e domiciliado na rua...nº..., vem com o máximo respeito por seu

mandatário judicial advogado inscrito na OAB SC sob nº com

domicilio profissional na rua...nº...nesta cidade, instaurar a presente

EXECUÇÃO DE TITULO EXTRAJUDICIAL contra

......................., brasileiro, casado, do comercio, residente e

domiciliado na rua...nr...na cidade de..........., com amparo no art. 53

da Lei nº 9.099/95 ,fazendo nos seguintes termos:

1. É credor do Executado do valor de R$...representado pela Nota

Promissória anexa vencida em ....e não paga, com cálculo de

atualização que integra o presente para todos os efeitos legais.

2. Resultaram infrutíferos todos os esforços para receber

amigavelmente seu crédito, daí o ajuizamento da presente execução.

ISTO POSTO

requer a essa Secretaria do Juizado, seja registrado o pedido

independentemente de distribuição e autuação e ordenada a citacão

do devedor, para que pague no prazo de lei, sob pena de penhora de

tantos bens livres de ônus de sua propriedade; quanto necessário a

liquidação da dívida; efetuada a penhora, seja intimado a comparecer

a Audiência de Conciliação. Não sendo encontrados bens para

penhora ou ainda não tendo sido encontrado o devedor, seja o

Exequente, intimado para indicar bens para a segurança do Juízo ou

diligenciar na localização do devedor, prosseguindo-se na execução

até final liquidação da dívida. Valorando-se apresente em R$...requer

a produção dos meios necessários de prova.

Termos em que, pede deferimento.

(Cidade), aos .....dias do mês de............... do ano de ......

Page 124: A TÉCNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS-BIBLIOTECA VIRTUAL EDIPEL ISSUU 2014-

124

Procurador Judicial

Documentos:

1. Procuração para postulação.

2. Nota promissória ;

3. Cálculo do valor devido atualizado

4. Fotocópia de matricula de imóveis, ou prova existência de bens

móveis...

Obs: O formulário pode ser utilizado para todos os títulos

extrajudiciais elencados no Art.585 do CPC, até o valor de 40 SMR,

tendo-se por renunciado o valor que exceder aquele limite.

j) Recursos (Art.41 da Lei Nº 9.099/95)

RESPEITÁVEL JUIZADO ESPECIAL DE CAUSAS CÍVEIS

DE...

.................., brasileiro, solteiro, maior de 18 anos, operário, residente

e domiciliado na rua...nº..., vem com o máximo respeito por seu

mandatário judicial advogado inscrito na OAB SC sob nº com

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

domicilio profissional na rua...nº...nesta cidade, nos autos da....

instaurado em desfavor a ......................., brasileiro, casado, do

comercio, residente e domiciliado na rua...nr...na cidade de...........,

com amparo no art. 41 da Lei nº 9.099/95, dizer-se inconformado

com r.sentenca que...........interpõe RECURSO ao próprio Juizado;

requerendo seja recebido também COM EFEITO SUSPENSIVO,

para evitar dano irreparável a parte ( Art.43), pois (...JUSTIFICAR)

com as razões e o pedido do recorrente, comprovando-se desde logo

o pagamento do necessário preparo.

Termos em que, pede deferimento.

(Cidade), aos .....dias do mês de............... do ano de ......

Procurador Judicial

COLENDA TURMA DE RECURSOS

A r.sentenca, prolatada não fez a

necessária justiça, merecendo ser inteiramente reformada, inobstante

se reconheça no r.Juiz sentenciante cultura jurídica que honra a

magistratura de nosso Estado.

As razões que justificam o

inconformismo....

EX EXPOSITIS

pede ao tempo em que requer, seja proferida nova decisão,

reformando inteiramente a r.Sentenca recorrida, para julgar-se

inteiramente procedente a ação na forma do pedido exordial,

invertendo-se o ônus da sucumbência como medida de direito.

Page 126: A TÉCNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS-BIBLIOTECA VIRTUAL EDIPEL ISSUU 2014-

126

ASSIM ESPERA JUSTIÇA !

Termos em que, pede deferimento.

(Cidade), aos .....dias do mês de............... do ano de ......

Procurador Judicial

Obs: O recurso deve ser interposto no prazo de 10 dias da intimação

da sentença com recolhimento do preparo, para evitar-se a deserção.

i) Embargo de declaração (Art.48 da Lei Nº 9.099/95)

RESPEITÁVEL JUIZADO ESPECIAL DE CAUSAS CÍVEIS

DE...

.................., brasileiro, solteiro, maior de 18 anos, operário, residente

e domiciliado na rua...nº..., vem com o máximo respeito por seu

mandatário judicial advogado inscrito na OAB SC sob nº com

domicilio profissional na rua...nº...nesta cidade, nos autos da....

instaurado em desfavor a ......................., brasileiro, casado, do

comercio, residente e domiciliado na rua...nr...na cidade de...........,

Page 127: A TÉCNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS-BIBLIOTECA VIRTUAL EDIPEL ISSUU 2014-

A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

com amparo no art. 48 da Lei nº 9.099/95, oferecer EMBARGOS

DE DECLARAÇÃO contra a r.Sentenca prolatada nos autos

referidos pelos motivos expostos:

A r.Sentenca, ...apontar obscuridade,

contradição, omissão ou dúvida....

Isto posto, requer seja recebido o

presente recurso com a suspensão do prazo de recurso, a teor do

disposto pelo art.50 da Lei Especializada.

Termos em que, pede deferimento.

(Cidade), aos .....dias do mês de............... do ano de ......

Procurador Judicial

Obs: Prazo para interposição é de cinco dias.

j) Requerimento para VISTA DE PROCESSO

R. JUIZADO ESPECIAL DE CAUSAS CÍVEIS DE...

DEMANDANTE:

DEMANDADO :

AUTOS:

Vem a parte representada pelo advogado

firmatário, inscrito na OAB SC sob nr...e domicilio profissional na

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128

rua...nos autos supra apigrafado todos ali devidamente qualificados,

requer;

1. Designação de nova data para a realização da audiência

nos termos do Art.31, Par. ún. da Lei Nº9.099/95.

2. Vista dos autos, retirando-o da Secretaria pelo prazo de lei

, com amparo no disposto pelo Art.7º inc.XV, usque Art.40 inc.III

do CPC.

Termos em que, pede deferimento.

(Cidade), aos .....dias do mês de............... do ano de ......

Procurador Judicial

Obs: A parte deverá juntar a prova do mandato.

l ) Requerimento para produção de prova testemunhal

R.JUIZADO ESPECIAL DE CAUSAS CÍVEIS DE...

DEMANDANTE:

DEMANDADO :

AUTOS:

Vem a parte representada pelo advogado

firmatário, inscrito na OAB SC sob nr...e domicilio profissional na

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

rua...nos autos supra apigrafado todos ali devidamente qualificados,

requer a intimação das testemunhas arroladas, nos termos do Art.34

da Lei Nº 9.099/95.

1. Nome, qualificação, endereço...

2. Nome, qualificação, endereço...

3. Nome, qualificação, endereço...

Termos em que, pede deferimento.

(Cidade), aos .....dias do mês de............... do ano de ......

Procurador Judicial

Obs: O Requerimento deverá ser recebido pela Secretaria do Juizado,

CINCO DIAS antes da realização da audiência ( Art.34 da Lei Nº

9099/95).

m) Requerimento para INSPEÇÃO DE PESSOAS ou COISAS (

Art.35, Par. Único, Lei Nº 9.099/95)

R.JUIZADO ESPECIAL DE CAUSAS CÍVEIS DE...

DEMANDANTE:

DEMANDADO :

AUTOS:

Vem a parte representada pelo advogado

firmatário, inscrito na OAB SC sob nr...e domicilio profissional na

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130

rua...nos autos supra apigrafado todos ali devidamente qualificados,

requer a realização de inspeção no ...( PESSOA ou COISA), nos

termos do Art.35 Parágrafo único da Lei Nº 9.099/95.

Termos em que, pede deferimento.

(Cidade), aos .....dias do mês de............... do ano de ......

Procurador Judicial

Obs: Pedido poderá ser feito no curso da audiência( Art.35 Par.

ún..da Lei Nº 9099/95).

ÍNTEGRA DA LEI N° 9.099 DE 26.09.95

( Publicada no Diário Oficial da União do dia 27.09.95, entrando em vigor m 27.11.95 , art.96 )

LEI N° 9.099, DE 26 DE SETEMBRO DE 1995

Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras

providências.

O Presidente da República.

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei:

Capítulo I

DISPOSIÇÕES GERAIS

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

Art.1° Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais órgãos da Justiça

Ordinária, serão criados pela União no Distrito Federal e nos

Territórios, e pelos Estados para a conciliação, processo, julgamento

e execução, nas causas de sua competência.

Art.2° O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade,

simplicidade, economia processual e celeridade, buscando sempre que

possível a conciliação ou a transação.

Capítulo II

DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS

SEÇÃO I

Da Competência

Art.3° O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação,

processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade,

assim consideradas:

I- as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo;

II- as enumeradas no art.275, inciso II, do Código de Processo Civil;

III - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente

ao fixado no inciso II, deste artigo;

$ 1°- Compete ao Juizado Especial promover a execução:

I - dos seus julgados;

II- dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de quarenta vezes o

salário mínimo, observado o disposto no $ 1° do art. 8° desta Lei.

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$ 2° Ficam excluídas da competência do Juizado Especial as causas

de natureza alimentar, falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda

Pública, e também as relativas a acidentes de trabalho e resíduos e ao

estado e capacidade das pessoas, ainda que de cunho patrimonial.

$ 3° A opção pelo procedimento previsto nesta Lei importará em

renúncia ao crédito excedente ao limite estabelecido neste artigo,

excetuada a hipótese de conciliação.

Art.4° É competente, para as causas previstas nesta Lei, o Juizado do

foro:

I- do domicilio do réu ou, a critério do autor, do local onde aquele

exerça atividades profissionais ou econômicas ou mantenha

estabelecimento, filial, agência, sucursal ou escritório;

II - do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita;

III- do domicilio do autor ou local do ato ou fato nas ações para

reparação de dano de qualquer natureza.

Parágrafo único. Em qualquer hipótese, poderá a ação ser proposta

no foro previsto no inciso I deste artigo.

Seção II

Do Juiz dos Conciliadores e dos Juizes Leigos

Art.5° O Juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as

provas a serem produzidas para apreciá-las e para dar especial valor

às regras de experiência comum ou técnica.

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

Art.6° O Juiz adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e

equânime, atendendo aos fins sociais da lei e às exigências do bem

comum.

Art.7° Os conciliadores e Juizes leigos são auxiliares da Justiça,

recrutados, os primeiros preferentemente, entre os bacharéis em

Direito, e os segundos, entre advogados com mais de cinco anos de

experiência.

Parágrafo único. Os Juizes leigos ficarão impedidos de exercer a

advocacia perante os Juizados Especiais, enquanto no desempenho de

suas funções.

Seção III

Das Partes

Art.8° Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o

incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito público, as empresas

públicas da União, a massa falida e o insolvente civil.

$ 1° Somente as pessoas físicas capazes serão admitidas a propor

ação perante o Juizado Especial, excluídos os cessionários de direitos

de pessoas jurídicas.

$ 2° O maior de dezoito anos poderá ser autor, independentemente de

assistência, inclusive para fins de conciliação.

Art. 9° - Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as partes

comparecerão pessoalmente, podendo ser assistidos por advogado;

nas de valor superior, a assistência é obrigatória.

$ 1° Sendo facultativa a assistência se uma das partes comparecer

assistida por advogado, ou se o réu for pessoa jurídica ou firma

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individual, terá a outra parte, se quiser, assistência judiciária prestada

por órgão instituído junto ao Juizado Especial, na forma da lei local.

$ 2° O juiz alertará as partes da conveniência do patrocínio por

advogado, quando a causa o recomendar.

$ 3° O mandato ao advogado poderá ser verbal, salvo quanto aos

poderes especiais.

$ 4° O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma individual poderá

ser representado por preposto credenciado.

Art.10. Não se admitirá no processo, qualquer forma de intervenção

de terceiro nem a assistência. Admitir-se-á o litisconsórcio.

Art.11.O Ministério Público intervirá nos casos previstos em lei.

Sseção IV

Dos Atos Processuais

Art.12. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em

horário noturno, conforme dispuser as normas de organização

judiciária.

Art.13. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as

finalidades para as quais forem realizados, atendidos os critérios

indicados no art. 2° desta Lei.

$ 1° - Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido

prejuízo.

$ 2° - A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser

solicitada por qualquer meio idôneo de comunicação.

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

$ 3° - Apenas os atos considerados essenciais serão registrados

resumidamente, em notas manuscritas, datilografadas taquigrafadas

ou esteneotipadas. Os demais atos poderão ser gravados em fita

magnética ou equivalente, que será inutilizada após o trânsito em

julgado da decisão.

$ 4° As normas locais disporão sobre a conservação das peças do

processo e demais documentos que o instruem.

Seção V

Do Pedido

Art.14. O processo instaurar-se-á com a apresentação do pedido,

escrito ou oral, á Secretaria do Juizado.

$ 1° Do pedido constarão, de forma simples e em linguagem

acessível:

I - o nome, a qualificação e o enderêço das partes;

II- os fatos e os fundamentos, de forma sucinta;

III - o objeto e seu valor.

$ 2° É lícito formular pedido genérico quando não for possível

determinar, desde logo, a extensão da obrigação.

$ 3° O pedido oral será reduzido a escrito pela Secretaria do Juizado,

podendo ser utilizado o sistema de fichas ou formulários impressos.

Art.15. Os pedidos mencionados no art.3° desta Lei poderão ser

alternativos ou cumulados, nesta última hipótese, desde que conexos

e a soma não ultrapasse o limite fixado naquele dispositivo.

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Art.16. Registrado o pedido, independentemente de distribuição e

autuação, a Secretaria do Juizado designará a sessão de conciliação,a

realizar-se no prazo de quinze dias.

Art.17. Comparecendo inicialmente ambas as partes, instaurar-se-á,

desde logo, a sessão de conciliação, dispensados o registro de pedido

e a citação.

Parágrafo único. Havendo pedidos contrapostos, poderá ser

dispensada a contestação formal e ambos serão apreciados na mesma

sentença.

SeçãoVI

Das Citações e Intimações

Art.18. A citação far-se-á:

I- por correspondência, com aviso de recebimento em mão própria;

II - tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante

entrega ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente

identificado;

III- sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de

mandado ou carta precatória.

$ 1° A citação conterá cópia do pedido inicial, dia e hora para

comparecimento do citando e advertência de que, não comparecendo

este, considerar-se-ão verdadeiras as alegações iniciais, e será

proferido julgamento, de plano.

$ 2° Não se fará citação por edital.

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

$ 3° O comparecimento espontâneo suprirá a falta de nulidade da

citação.

Art.19 - As intimações serão feitas na forma prevista para citação, ou

por qualquer outro meio idôneo de comunicação.

$ 1° Os atos praticados na audiência, considerar-se-ão desde logo

cientes as partes.

$ 2° As partes comunicarão ao juízo as mudanças de endereço

ocorridas no curso do processo, reputando-se eficazes as intimações

enviadas ao local anteriormente indicado, na ausência da

comunicação.

Seção VII

Da Revelia

Art.20. Não comparecendo o demandado à sessão de conciliação ou á

audiência de instrução e julgamento, reputar-se-ão verdadeiros os

fatos alegados no pedido inicial, salvo se o contrário resultar da

convicção do juiz.

SeçãoVIII

Da Conciliação e do Juízo Arbitral

Art.21. Aberta a sessão, o Juiz togado ou leigo esclarecerá as partes

presentes sobre as vantagens da conciliação, mostrando-lhes os riscos

e as conseqüências do litígio, especialmente quanto ao disposto no $

3° do art.3° desta Lei.

Art.22. A conciliação será conduzida pelo Juiz togado ou leigo ou

por conciliador sob sua orientação.

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Parágrafo único. Obtida a conciliação, esta será reduzida a escrito e

homologada pelo Juiz togado, mediante sentença com eficácia de

título executivo.

Art.23. Não comparecendo o demandado, o Juiz togado proferirá a

sentença.

Art.24. Não obtida a conciliação, as partes poderão optar, de comum

acordo, pelo juízo arbitral, na forma prevista nesta Lei.

$ 1°. O juízo arbitral considerar-se-á instaurado, independentemente

de termo de compromisso, com a escolha do árbitro pelas partes. Se

este não estiver presente, o Juiz convoca-lo-á e designará, de

imediato, a data para audiência de instrução.

$ 2°. O árbitro será escolhido dentre os juizes leigos.

Art.25. O árbitro conduzirá o processo com os mesmo critérios do

Juiz, na forma dos arts,. 5° e 6° desta Lei, podendo decidir por

eqüidade.

Art.26. Ao término da instrução, ou nos cinco dias subseqüentes, o

árbitro apresentará o laudo ao Juiz togado para homologação por

sentença irrecorrível.

Seção IX

Da Instrução e Julgamento

Art.27. Não instituído o juízo arbitral, proceder-se-á imediatamente á

audiência de instrução e julgamento, desde que não resulte prejuízo

para defesa.

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

Parágrafo único. Não sendo possível a sua realização imediata, será a

audiência designada para um dos quinze dias subsequentes, cientes

desde logo, as partes e testemunhas eventualmente presentes.

Art.28. Na audiência de instrução e julgamento serão ouvidas as

partes, colhida a prova e em seguida proferida a sentença.

Art.29. Serão decididos de plano todos os incidentes que possam

interferir no regular prosseguimento da audiência. As demais questões

serão decididas na sentença.

Parágrafo único. Sobre os documentos apresentados por uma das

partes, manifestar- se-á imediatamente a parte contrária, sem

interrupção da audiência.

SeçãoX

Da Resposta do Réu

Art.30. A contestação, que será oral ou escrita, conterá toda a

matéria de defesa, exceto argüição de suspeição ou impedimento do

Juiz, que se processará na forma da legislação em vigor.

Art.31. Não se admitirá a reconvenção. É lícito ao réu, na

contestação, formular pedido em seu favor, nos limites do art.3° desta

Lei, desde que fundado nos mesmos fatos que constitui objeto da

controvérsia.

Parágrafo único. O autor poderá responder ao pedido do réu na

própria audiência ou requerer a designação da nova data, que será

desde logo fixada, ciente todos os presentes.

SeçãoXI

Das Provas

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Art.32. Todos os meios de prova moralmente legítimos ainda que não

especificados em lei, são hábeis para provar a veracidade dos fatos

alegados pelas partes.

Art.33. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e

julgamento, ainda que não requeridas previamente, podendo o Juiz

eliminar ou excluir as que considerar excessivas.

Art.34. As testemunhas, até o máximo de três para cada parte,

comparecerão à audiência de instrução e julgamento levadas pela

parte que as tenha arrolado, independentemente de intimação, ou

mediante esta, se assim for requerido.

$ 1°. O requerimento para intimação das testemunhas será

apresentado à Secretaria no mínimo cinco dias antes da audiência de

instrução e julgamento.

$ 2°. Não comparecendo a testemunha intimada, o Juiz poderá

determinar sua imediata condução, valendo-se, se necessário, do

concurso da força pública.

Art. 35. Quando a prova do fato exigir, o Juiz poderá inquirir técnicos

de sua confiança, permitida às partes a apresentação de parecer

técnico.

Parágrafo único. No curso da audiência, poderá o Juiz, de ofício ou a

requerimento das partes, realizar inspeção em pessoas ou coisas, ou

determinar que o faça pessoa de sua confiança, que lhe relatará

informalmente o verificado.

Art. 36. A prova oral não será reduzida a escrito, devendo a sentença

referir, no essencial, os informes trazidos nos depoimentos.

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

Art. 37. A instrução poderá ser dirigida por Juiz leigo, sob a

supervisão de Juiz togado.

SEÇÃO XII

DA SENTENÇA

Art. 38. A sentençamencionará os elementos de convicção do Juiz,

com breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência,

dispensado o relatório.

Parágrafo único. Não se admitirá sentença condenatória por quantia

ilíquida, ainda que genérico o pedido.

Art.39. É ineficaz a sentença condenatória na parte que exceder a

alçada estabelecida nesta Lei.

Art.40. O Juiz leigo que tiver dirigido as Instrução proferirá sua

decisão e imediatamente a submeterá ao Juiz togado, que poderá

homologá-la, proferir outra em substituição ou, antes de se

manifestar, determinar a realização de atos probatórios

indispensáveis.

Art.41. Da sentença, excetuada a homologatória de conciliação ou

laudo arbitral, caberá recurso para o próprio Juizado.

$ 1°. O recurso será julgado por uma turma composta por três Juizes

togados, em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na

sede do juizado.

$ 2°. No recurso, as partes serão obrigatoriamente representadas por

advogado.

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Art.42. O recurso será interposto no prazo de dez dias, contados da

ciência de sentença, por petição escrita, da qual constarão as razões e

o pedido do recorrente.

$ 1°. O preparo será feito, independentemente as intimação, nas

quarenta e oito horas seguintes à interposição, sob a pena de

deserção.

$ 2°. Após o preparo, a Secretaria intimará o recorrido para oferecer

resposta escrita no prazo de dez dias.

Art.43. O recurso terá somente efeito devolutivo, podendo o Juiz dar-

lhe efeito suspensivo, para evitar dano irreparável para a parte.

Art.44. As partes poderão requerer a transcrição da gravação da fita

magnética a que alude o $ 3° do art. 13 desta Lei, correndo por conta

do requerente as despesas respectivas.

Art.45. As partes serão intimadas da data da sessão de julgamento.

Art.46. O julgamento em segunda instância constará apenas da ata,

com a indicação suficiente do processo, fundamentação sucinta e

parte dispositiva. Se a sentença for confirmada pelos próprios

fundamentos, a súmula do julgamento servirá de acórdão.

Art.47. (vetado)

SeçãoXII

Dos Embargos de Declaração

Art.48. Caberão embargos de declaração quando, na sentença ou

acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão ou dúvida.

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

Parágrafo único. Os erros materiais podem ser corrigidos de oficio.

Art.49. Os embargos de declaração serão interpostos por escrito ou

oralmente, no prazo de cinco dias, contados da ciência da decisão.

Art.50. Quando interpostos contra sentença, os embargos de

declaração suspenderão o prazo para recurso.

Seção XIV

Da Extinção do Processo sem julgamento do Mérito

Art.51. Extingue-se o processo, alem dos casos previstos em lei:

I- quando o autor deixar de comparecer a qualquer das audiências do

processo;

II- quando inadmissível o procedimento instituído por esta Lei, ou seu

prosseguimento, após a conciliação;

III - quando for reconhecida a incompetência territorial;

IV- quando sobrevier qualquer dos impedimentos previstos no art.8°

desta Lei;

V- quando falecido o autor a habilitação depender de sentença ou não

se der no prazo de trinta dias;

VI- quando falecido o réu o autor não promover a citação dos

sucessores no prazo de trinta dias da ciência do fato.

$ 1°. A extinção do processo independerá em qualquer hipótese, da

prévia intimação pessoal das partes.

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$ 2°. No caso do inciso I deste artigo, quando comprovar que a

ausência decorre de força maior, a parte poderá ser isentada, pelo

Juiz, do pagamento das custas.

Seção XV

DaExecução

Art.52. A execução da sentença processar-se-á no próprio Juizado,

aplicando-se, no que couber, o disposto no Código de Processo Civil,

com as seguintes alterações:

I- as sentenças serão necessariamente líquidas, contendo a conversão

em Bônus do Tesouro Nacional - BTN -, ou índice equivalente;

II- os cálculos de conversão de índices, de honorários de juros e de

outras parcelas serão efetuados por servidor judicial;

III - a intimação da sentença será feita, sempre que possível na

própria audiência em que for proferida. Nessa intimação, o vencido

será instado a cumprir a sentença tão logo ocorra seu trânsito em

julgado, e advertido os efeitos do seu descumprimento (inciso V);

IV- não cumprida voluntariamente a sentença transitada em julgado, e

tendo havido solicitação do interessado, que poderá ser verbal,

proceder-se-á desde logo a execução dispensada nova citação;

V-nos casos de obrigação de entregar, de fazer, ou de não fazer, o

Juiz, na sentença ou na fase de execução cominará multa diária,

arbitrada de acordo com as condições econômicas do devedor, para

hipótese de inadimplemento. Não cumprida a obrigação, o credor

poderá requerer a elevação da multa ou a transformação da

condenação em perdas e danos que o Juiz de imediato arbitrará,

seguindo a execução por quantia certa, incluída a multa vencida de

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

obrigação de dar quando evidenciada a malícia do devedor na

execução do julgado;

VI - na obrigação de fazer, o Juiz pode determinar o cumprimento

por outrem, fixado o valor que o devedor deve depositar para as

despesas, sob pena de multa diária;

VII- na alienação forçada dos bens, o Juiz poderá autorizar o

devedor, o credor ou terceira pessoa idônea a tratar da alienação do

bem penhorado, a qual se aperfeiçoará em juízo até a data fixada para

a praça ou leilão. Sendo o preço inferior ao da avaliação as partes

serão ouvidas. Se o pagamento não for a vista será oferecida caução

idônea. Nos casos de alienação de bem móvel, ou hipotecado imóvel.

VIII- é dispensada a publicação de editais em jornais, quando se tratar

de alienação de bens de pequeno valor;

IX- o devedor poderá oferecer embargos nos autos da execução,

versando sobre:

a) falta ou nulidade da citação no processo, se ele correu a revelia;

b) manifesto excesso de execução;

c) erro de cálculo;

d) causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação,

superveniente a sentença.

Art.53. A execução de título executivo extrajudicial, no valor de até

quarenta salários mínimos, obedecerá ao disposto no Código de

Processo Civil, com as modificações introduzidas por esta Lei.

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$ 1°. Efetuada a penhora, o devedor será intimado comparecer à

audiência de conciliação quando poderá oferecer embargos

(art.52,IX), por escrito ou verbalmente.

$ 2°. Na audiência, será buscado o meio mais rápido e eficaz para a

solução do litígio, se possível com dispensa de alienação judicial,

devendo o conciliador propor, entre outras medidas cabíveis, o

pagamento do débito a prazo ou a prestação, a dação em pagamento

ou a imediata adjudicação do bem penhorado.

$ 3°. Não apresentados os embargos em audiência ou julgados

improcedentes, qualquer das partes poderá requerer ao Juiz a adoção

de uma das alternativas do parágrafo interior.

$ 4°. Não encontrado o devedor ou inexistindo bens penhoráveis, o

processo será imediatamente extinto, devolvendo-se os documentos

ao autor.

Seção XVI

Das Despesas

Art.54. O acesso ao Juizado Especial independerá, em primeiro grau

de jurisdição, do pagamento de custas, taxas ou despesas.

Parágrafo único. O preparo do recurso, na forma do $ 1° do art.42

desta Lei, compreenderá todas as despesas processuais, inclusive

aquelas dispensadas em primeiro grau de jurisdição, ressalvada a

hipótese de assistência judiciária gratuita.

Art.55. A sentença de primeiro grau não condenará o vencido em

custas e honorários de advogado, ressalvados os casos de litigância de

má-fé. Em segundo grau, o recorrente, vencido pagará as custas e

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

honorários de advogado, que serão fixados entre dez por cento e

vinte por cento do valor de condenação ou, não havendo condenação,

do valor corrigido da causa.

Parágrafo único. Na execução não serão contadas custas, salvo

quando:

I.reconhecida a litigância de má-fé

II. improcedentes os embargos do devedor

III. tratar-se de execução de sentença que tenha sido objeto de

recurso improvido do devedor.

Seção XVII

Disposições Finais

Art.56. Instituído o Juizado Especial, serão implantadas as curadorias

necessárias e o serviço de assistência judiciária.

Art.57. O acordo extrajudicial, de qualquer natureza ou valor, poderá

ser homologado, no juízo competente, independentemente de termo,

valendo a sentença como título executivo judicial.

Parágrafo único. Valerá como título extrajudicial o acordo celebrado

pelas partes, por instrumento escrito, referendado, pelo órgão

competente do Ministério Público.

Art.58. As normas de organização judiciária local poderão estender a

Conciliação previstas nos art.22 e 23 ás causas não abrangidas por

esta Lei.

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Art.59. Não se admitirá ação rescisória nas causas sujeitas ao

procedimento instituído por esta Lei.

CAPÍTULO III

Dos Juizados Especiais Criminais

Disposições Gerais

Art.60. O Juizado Especial Criminal, provido por Juizes togados ou

togados e leigos , tem competência para a conciliação, o julgamento e

a execução das infrações penais de menor potencial ofensivo.

Art.61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo,

para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a

lei comine pena máxima não superior a um ano, excetuados os casos

em que a lei preveja procedimento especial.

Art.62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos

critérios da oralidade, informalidade, economia processual e

celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos

sofridos pela vítima e aplicação de pena não privativa de liberdade.

Seção I

Da Competência e dos Atos Processuais

Art.63. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em

que foi praticada a infração penal.

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

Art.64. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em

horário noturno e em qualquer dia da semana, conforme dispuserem

as normas de organização judiciária.

Art.65. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as

finalidades para as quais foram realizados, atendidos os critérios

indicados no art. 62 desta Lei.

$ 1°. Não se pronunciará qualquer nulidade sem, que tenha havido

prejuízo.

$ 2°. A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser

solicitada por qualquer meio hábil de comunicação.

$ 3°. Serão objeto de registro escrito exclusivamente os atos havidos

por essenciais. Os atos realizados em audiência de instrução e

julgamento poderão ser gravados em fita magnética ou equivalente.

Art.66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio juizado, sempre

que possível, ou por mandado.

Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz

encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do

procedimento previsto em lei.

Art.67. A intimação far-se-á por correspondência, com aviso de

recebimento pessoal, ou, tratando-se de pessoa jurídica ou firma

individual, mediante entrega ao encarregado da recepção, que será

obrigatoriamente identificado, ou, sendo necessário, por oficial de

justiça, independentemente de mandado ou carta precatória, ou ainda

por qualquer meio idôneo de comunicação.

Parágrafo único. Dos atos praticados em audiência considerar-se-ão

desde logo cientes as partes, os interessados e defensores.

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Art.68. Do ato de intimação do autor do fato e do mandado de

citação do acusado, constará a necessidade de seu comparecimento

acompanhado de advogado, com a advertência de que, na sua

falta, ser-lhe-á designado defensor público.

Seção II

Da Fase Preliminar

Art.69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência

lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao

juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as

requisições dos exames periciais necessários.

Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavraratura do termo,

for imediatamente encaminhado ao juízo ou assumir o

compromisso de a ele comparecer não se imporá prisão em flagrante,

nem se exigirá fiança.

Art.70. Comparecendo o autor do fato e a vítima, e não sendo

possível a realização imediata da audiência preliminar, será designada

data próxima, da qual ambos sairão cientes.

Art.71. Na falta do comparecimento de qualquer dos envolvidos, a

Secretaria providenciará sua intimação e, se for o caso, a do

responsável civil, na forma dos art. 67 e 68 desta Lei.

Art.72. Na audiência preliminar, presente o representante do

Ministério Público, o autor do fato e a vítima e, se possível, o

responsável civil, acompanhados por seus advogados, o Juiz

esclarecerá sobre a possibilidade da composição dos danos e da

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

aceitação da proposta de aplicação imediata de pena não privativa de

liberdade.

Art.73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por conciliador sob

sua orientação.

Parágrafo único. Os conciliadores são auxiliares da justiça, recrutados

na forma da lei local, preferentemente entre bacharéis em Direito,

excluídos os que exerçam funções na administração da Justiça

Criminal.

Art.74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e,

homologada pelo juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de

título a ser executado no juízo civil competente.

Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou

de ação penal pública condicionada à representação, o acordo

homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou

representação.

Art.75. Não obtida a composição dos danos civis, será dada

imediatamente ao ofendido a oportunidade de exercer o direito de

representação verbal, que será reduzida a termo.

Parágrafo único. O não oferecimento da representação na audiência

preliminar não implica a decadência do direito, que poderá ser

exercido no prazo previsto em lei.

Art.76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal

pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério

Público poderápropor a aplicação imediata de pena restritiva de

direitos ou multas, a ser especificada na proposta.

$ 1°. Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz

poderá reduzi-la até a metade.

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$ 2°. Não se admitirá a proposta de ficar comprovado:

I. ter sidoo autor da infração condenado, pela prática de crime, á pena

privativa de liberdade, por sentença definitiva.

II. ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de pena

restritiva ou multa nos termos deste artigo;

III. não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade

do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e

suficiente a adoção da medida.

$ 3°. Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será

submetida à apreciação do juiz.

$ 4°. Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da

infração, o juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não

importará em residência, sendo registrada apenas para impedir

novamente mesmo benefício no prazo de ( 5 ) cinco anos.

$ 5°. Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação

referida no art. 82 desta Lei.

$ 6°. A imposição da sanção de que trata o $ 4°, desde antigo não

constará de certidão de antecedentes criminais, salvo para os fIns

previstos no mesmo disposto, e não terá efeitos civis cabendo aos

interessados propor ação cabível no juízo cível.

SeçãoIII

Do procedimento Sumaríssimo

Art.77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver

aplicação de pena, pela ausência do autor do fato, ou pela não

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

ocorrência da hipótese no art.76 desta Lei, o Ministério Público

oferecerá ao Juiz, de imediato, denúncia oral, se não houver

necessidade de diligências imprescindíveis.

$ 1°. Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada com base

no termo de ocorrência referido no art.69 desta Lei, com dispensa do

inquérito policial, prescindir-se-á do exame do corpo de delito,

quando a materialidade do crime estiver aferida por boletim médico

ou prova equivalente.

$ 2°. Se a complexidade ou circunstâncias do caso não permitirem a

formulação de denúncia, o Ministério Público poderá requerer ao Juiz

o encaminhamento das peças existentes, na forma do parágrafo único

do art.66 desta Lei.

$ 3°. Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser oferecida

queixa oral, cabendo ao Juiz verificar se a complexidade e as

circunstâncias do caso determinam a adoção das providências

previstas no parágrafo único do art. 66 desta Lei.

Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a termo,

entregando-se cópia ao acusado, que com ela ficará citado e

imediatamente cientificado da designação de dia e hora para a

audiência de instrução e julgamento, da qual também tomarão ciência

o Ministério Público, o ofendido, o responsável civil e seus

advogados.

$ 1°. Se o acusado não estiver presente, será citado na forma dos

arts.66 e 68 desta Lei e cientificado da data da audiência de instrução

e julgamento, devendo a ela trazer suas testemunhas ou apresentar

requerimento para intimação, no mínimo cinco dias antes de sua

realização.

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154

$ 2°. Não estando presentes o ofendido e o responsável civil, serão

intimados nos termos do art.67 desta Lei para comparecerem à

audiência de instrução e julgamento.

$ 3°. As testemunhas arroladas serão intimadas na forma prevista no

art.67 dessa Lei.

Art.79. No dia e hora designados para a audiência de instrução e

julgamento, se na fase preliminar não tiver havido possibilidade de

tentativa de conciliação e de oferecimento de proposta pelo

Ministério Público, proceder-se-á nos termos dos arts.72, 73, 74 e 75

desta Lei.

Art.88. Nenhum ato será adiado, determinando o Juiz, quando

imprescindível, a condução coercitiva de quem deva comparecer.

Art.81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para

responder á acusação, após o que o Juiz receberá, ou não, a denúncia

ou queixa; havendo recebimento, serão ouvidas a vítima e as

testemunhas de acusação e defesa, interrogando-se a seguir o

acusado, se presente, passando-se imediatamente aos debates orais e à

prolação da sentença.

$ 1°. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e

julgamento, podendo o Juiz limitar ou excluir as que considerar

excessivas, impertinentes ou protelatórias.

$ 2°. De todo o ocorrido na audiência será lavrado termo, assinado

pelo Juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes

ocorridos em audiência e a sentença.

$ 3°. A sentença, dispensado o relatório, mencionará os elementos de

convicção do Juiz.

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

Art.82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e a da sentença

caberá apelação, que poderá ser julgada por turma composta de três

Juizes em exercício no primeiro grau de jurisdição reunidos na sede

do Juizado.

$ 1°. A apelação será interposta no prazo de dez dias, contados da

ciência da sentença pelo Ministério Público, pelo réu e seu defensor,

por petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido do

recorrente.

$ 2°. O recorrido será intimado para oferecer resposta escrita no

prazo de dez dias.

$ 3°. As partes poderão requerer a transcrição da gravação da fita

magnética que alude o $ 3° do art.65 desta Lei.

$ 4°. As partes serão intimadas da data da sessão de julgamento pela

imprensa.

$ 5°. Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a

súmula do julgamento servirá de acórdão.

Art. 83. Caberão embargos de declaração quando, em sentença ou

acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão ou dúvida.

$ 1°. Os embargos de declaração serão opostos por escrito ou

oralmente, no prazo de cinco dias, contados da ciência da decisão.

$ 2°. Quando opostos contra sentença, os embargos de declaração

suspenderão o prazo para recurso.

$ 3°. Os erros materiais podem ser corrigidos de oficio.

Seção IV

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156

Da Execução

Art.84. Aplicada exclusivamente pena de multa, seu cumprimento far-

se-á mediante pagamento na Secretaria do Juizado.

Parágrafo único. Efetuado o pagamento, o Juiz declarará extinta a

punibilidade, determinando que a condenação não fique constando

dos registros criminais, exceto para fins de requisição judicial.

Art.85. Não efetuado o pagamento, o Juiz declarará extinta a

punibilidade, determinando que a condenação não fique constando

dos registros criminais, exceto para fins de requisição judicial.

Art.86. A execução das penas privativas de liberdade e restritivas de

direitos, ou de multa cumulada com estas, será processada perante o

órgão competente, nos termos da lei.

Seção V

Das Despesas Processuais

Art.87. Nos casos de homologação do acordo civil a aplicação de

pena restritiva de direitos ou multa (arts.74 e 76, $ 4°), as despesas

processuais serão reduzidas, conforme dispuser lei estadual.

Seção VI

Disposições Finais

Art.88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial,

dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões

corporais leves e lesões culposas.

Art.89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou

inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do

processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja

sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime,

presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão

condicional da pena (art.77 do Código Penal).

I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;

II- proibição de freqüentar determinados lugares;

III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem

autorização do Juiz;

IV- comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para

informar e justificar suas atividades.

$ 2°. O Juiz poderá especificar outras condições a que fica

subordinada a suspensão, desde que adequados ao fato e à situação

pessoal do acusado.

$ 3°. A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário

viera ser processado, no curso do prazo, por contravenção, ou

descumprir qualquer outra condição imposta.

$ 4°. A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser

processado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir

qualquer outra condição imposta.

$ 5°. Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a

punibilidade.

$ 6°. Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do

processo.

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$ 7°. Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o

processo prosseguirá em seus ulteriores termos.

Art.90. As disposições desta Lei não se aplicam aos processos penais

cuja instrução já estiver iniciada.

Art.91. Nos casos em que esta Lei passa a exigir representação para a

propositura da ação penal pública, o ofendido ou seu representante

legal será intimado para oferecê-la no prazo de trinta dias, sob pena

de decadência.

Art.92 - Aplicam-se subsidiariamente as disposições dos Códigos

Penal e de Processo Penal, no que não forem incompatíveis com esta

Lei.

CAPÍTULOIV

Disposições Finais Comuns

Art.93. Lei estadual disporá sobre o Sistema de Juizados Especiais

Cíveis e Criminais, sua organização, composição e competência.

Art.94. Os serviços de cartório poderão ser prestados, e as audiências

realizadas fora da sede da comarca, nos bairros ou cidades a ela

pertencentes, ocupando instalações de prédios públicos, de acordo

com audiências previamente anunciadas.

Art.95. Os Estados, Distrito Federal e Territórios criarão e instalarão

os Juizados Especiais no prazo de seis meses, a contar da vigência

desta Lei.

Art.96 - Esta Lei entra em vigor no prazo de sessenta dias após a sua

publicação.

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

Art.97. Ficam revogadas a Lei n° 4.611, de 02 de abril de 1965, e a

Lei n° 7.244, de 07 de novembro de 1984.

Brasília, 26 de setembro de 1995; 174° da Independência e 107° da

República.

Fernando Henrique Cardoso

Nelson A. Jobim

As leis revogadas:

Lei n° 4.611, de 02 04 65, modificou as normas processuais dos

crimes previstos nos arts.121, $ 3°, e 129, $ 6°, do Código Penal.

Lei n° 7.244, de 07.11.84, dispunha sobre a criação e o

funcionamento do Juizado Especial de Pequenas Causas.

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INTERPRETAÇÃO DA LEI N° 9.099/95 PELO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SANTA CATARINA

(DJ/SC N°9.435 de 11.03.96)

CONCLUSÕES INTERPRETATIVAS

A LEI N° 9.099 DE 26.9.95

Tendo em vista o trabalho da Seção Civil do Tribunal de Justiça

de Santa Catarina, que oferece, em termos de conclusão, valiosos

subsídios de exegese em torno da Lei n° 9.099/96 á comunidade

jurídica, de modo geral, notadamente aos Magistrados, determino

com o presente despacho, antecipando, desde já, os agradecimentos

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

ao eminente Des. Wilson Guarany e aos demais Desembargadores

integrantes daquela Órgão, que serão devidamente nominados.

Desembargador Napoleão Amarante

Presidente

Florianópolis, 05 de março de 1.996

" Os integrantes da Seção Civil do Tribunal de Justiça de

Santa Catarina, em face da Lei N°9.099, de 26 de setembro de

1995, tendo em vista a efetividade do novo procedimento e a

uniformização exegética, aprovam as seguintes conclusões:

Primeira: Em principio, as causas de procedimento especial de

jurisdição contenciosa ou voluntária, elencadas no Código, ou na

legislação processual extravagante, afora aquelas expressamente

previstas no artigo 3°, não estão compreendidas na competência dos

Juizados Especiais.

Segunda: Havendo cumulação de pedidos de causa definida em

razão da matéria e outra, v.g., de natureza indenizatória, líquida, a

pretensão cumulativa não poderá ultrapassar a quarenta salários

mínimos, havendo presunção de renúncia da pretensão no que

exceder deste limite (art.3°, $ 3° e art.15).

Terceira: Havendo conexão de ações de causas perante a

jurisdição comum e o Juizado Especial competência será da primeira.

Quarta: Nas Causas em que houve modificação da

competência em razão da matéria ou da condição, da pessoa, pela

superveniência da Lei N° 9.099/95, o Juizado Especial, deverá

remeter os autos á redistribuição para a Justiça comum.

Quinta: Na hipótese de redistribuição, os autos serão

remetidos á Vara que origináriamente os encaminhou, se for o caso.

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Sexta: Reconhecida a incompetência territorial, extingue-se o

processo na conformidade do art.15, III, é incabível a declinação do

foro.

Sétima: A competência definida no art.3° da Lei N° 9.099/95,

objetiva ou de juízo, por envolver matéria, e condição da pessoa, é

absoluta e, desse modo improrrogável e imodificável pela vontade das

partes, sendo portanto, obrigatória a jurisdição para as causas nela

versadas, não sendo facultada a opção ao autor, ressalvada a hipótese

do parágrafo 3° daquele artigo.

Oitava: As causas compreendidas no artigo 3°, incisos II e III,

não se submetem ao limite de até quarenta salários mínimos, definido

no inciso I, do mesmo preceito.

Nona: Os processos pendentes nas Turmas de Recursos, cuja

competência cessou com o advento da Lei N° 9.099/95, serão

remetidos ao Tribunal de Justiça, restaurada eventual distribuição

anterior, se for o caso.

Décima: O espólio, que goza de personalidade jurídica de

direito processual, e o condomínio, na defesa da comunidade dos

condôminos podem litigar como autores, perante o Juizado Especial,

por não se incluírem no preceito de pessoa jurídica (art.8°, $ 1°).

Décima-primeira: A ação monitória não é da competência do

Juizado Especial.

Décima-segunda: As questões expressamente excluídas da

competência dos Juizados Especiais (art.3°, $ 2°) podem se

apreciados na fase conciliatória, quando passíveis de solução pela

vontade expressa das partes, restringindo-se o provimento do Estado,

no Juizado Especial, meramente á homologação.

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

Décima-terceira: Autoriza o art.57 que o acordo extrajudicial

de qualquer natureza ou valor, poderá ser homologado no Juizado

Especial Cível, valendo a sentença como título executivo judicial.

Décima-quarta: O acordo celebrado pelas partes, por

instrumento escrito, na forma do parágrafo único do art.57, pode ser

referendado pelo Ministério Público, com atribuição em qualquer dos

foros enumerados no art.4° valendo como título executivo

extrajudicial.

Décima-quinta: A execução de títulos judiciais das causas

definidas em razão da matéria (art.3°, inciso II e III) não se submete

ao limite valorativo do artigo 3°, inciso I, restrito á execução dos

títulos executivos extrajudiciais (art.3°, $ 1°, inciso II).

Décima-sexta: Não há possibilidade de conflito de competência

entre o Tribunal de Justiça e as Turmas de Recursos, por se tratarem

de órgãos jurisdicionais de hierarquia diferente.

Décima-sétima: Em face do Juízo natural para reexame das

decisões proferidas pelos Juizados Especiais, compete as Turmas de

Recursos processar e julgar os mandados de segurança contra atos de

autoridades integrantes desses Juizados.

Décima-oitava: Não haverá redistribuição para os Juizados

Especiais Cíveis dos feitos em curso na Justiça Comum, ainda que

com a anuência das partes.

Décima-nona: Instaurar-se-á o processo com a apresentação

do pedido, escrito ou oral, á Secretaria do Juizado, mas, apenas com

válida haverá litispendência, interrupção da prescrição, coisa

litigiosa e mora do devedor.

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Vigésima: Apesar da possibilidade da Secretaria do Juizado

Especial designar a sessão da conciliação, nada impede que o Juiz

togado, se entender conveniente ao serviço forense, pratique aquele

ato.

Vigésima-primeira: A apresentação do pedido, escrito ou oral,

dispensa a discussão dos fatos e a sustentação de tese jurídica

suficiente, de forma resumida, é o relato essencial.

Vigésima-segunda: A apresentação do pedido escrito ou oral,

pode ser dirigido contra pessoa incerta ou desconhecida, porem o seu

endereço é indispensável.

Vigésima-terceira: Inobstante o disposto no art.17, é vedada,

de oficio, a instauração do procedimento do Juizado Especial Cível.

Vigésima-quarta: Apesar do silêncio da Lei N° 9.099/95,

constatando o Juiz togado defeitos ou irregularidades a apresentação

do pedido escrito ou oral, capazes de dificultar a composição do

litígio, determinará que o autor o emende ou complete, no prazo de

dez (10) dias.

Vigésima-quinta: Incabível reconvenção, pode o réu, fundado

nos mesmos fatos que constituem objeto da controvérsia, deduzir na

contestação pedido inverso, tramitando a ação como de natureza

dúplice.

Vigésima-sexta: As exceções de suspeição impedimento ou

incompetência, são argüíveis na forma dos arts.304/306 do Código de

Processo Civil.

Vigésima-sétima: Por força do principio da eventualidade, a

contestação, oral ou escrita, deve conter toda a matéria da defesa,

quer indireta ou direta.

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A TÉNICA DE ADVOGAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS

Vigésima-nona: O meio idôneo da comunicação a que alude o

parágrafo 2° do art.13, compreende carta precatória, telex, fac-símile,

carta com AR, fonograma, telegrama ou ofício circunstanciado do

Juiz togado, desde que haja prova da remessa.

Trigésima: Nada impede que entre os " atos considerados

essenciais " no parágrafo 3° do art.13, para fins do registro

datilográfico , manuscrito, taquigráfico ou esteneotipado, seja incluída

a suma dos depoimentos.

Trigésima-primeira: O Juiz togado é obrigado a prolatar a

sentença no feito cuja instrução probatória dirigiu.

Trigésima-segunda: Dispensável é o relatório, mas breve

síntese dos fatos relevantes ocorridos em audiência deve constar da

sentença, assim como elementos de convicção do Juiz, togado ou

leigo.

Trigésima-terceira: É requisito essencial da sentença a parte

dispositiva.

Trigésima-quarta: Omissões na sentença prolatada pelo Juiz

leigo podem ser sanadas na oportunidade de sua homologação pelo

Juiz togado.

Trigésima-quinta: A ação de despejo para uso próprio

compreende as para uso de ascendente ou descendente. Não estão

compreendidas na competência do Juizado Especial as ações

renovatória, consignatória e revisional."

(In, DJ/SC N° 9.435 de 11 3 96)

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BIBLIOGRAFIA

1. RODRIGUES, Maria Stella Villella Souto Lopes,

ABCdo Processo Civil (RT.983 p.8)

2. ABREU, Pedro Manoel, Aresto DJ.8.327 de 30 08 91

p.3

3. DOWWER, Nelson, Curso de Direito Renovado 1a. Ed.

P. 403

4. MIRANDA, Pontes de, Comentários ao Código de

Processo Civil, Tomo I, p. 101

5. LIEBMAN, Eurico Tulio, Embargos do Executado,

Ed.Saraiva, 2a. Ed. 1968, p. 86

6. JHERING, Rudolf Von, A Luta pelo Direito p.7.

7. PELLIZZARO, Reinaldo Assis, Novo Estatuto da

Ordem dos Advogados do Brasil Comentado, Ed.Trolha,

2a.Ed. l987.