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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE COMPUTAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO A UTILIZAÇÃO DO GOOGLE EARTH NA DISCIPLINA DE GEOGRAFIA CLAUDINEI FACINCANI CUIABÁ – MT 2011 UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL

A UTILIZAÇÃO DO GOOGLE EARTH NA DISCIPLINA … · devedispor decomputadores suficientes paratodosos alunos, incorporar os recursos da computação ao currículoescolar, fornecer

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Page 1: A UTILIZAÇÃO DO GOOGLE EARTH NA DISCIPLINA … · devedispor decomputadores suficientes paratodosos alunos, incorporar os recursos da computação ao currículoescolar, fornecer

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE COMPUTAÇÃO

ESPECIALIZAÇÃO EM INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO

A UTILIZAÇÃO DO GOOGLE EARTH NA

DISCIPLINA DE GEOGRAFIA

CLAUDINEI FACINCANI

CUIABÁ – MT

2011

UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE COMPUTAÇÃO

ESPECIALIZAÇÃO EM INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO

A UTILIZAÇÃO DO GOOGLE EARTH NA

DISCIPLINA DE GEOGRAFIA

CLAUDINEI FACINCANI

Orientador: Prof. MSc. NIELSEN CASSIANO SIMÕES

Monografia apresentada ao Curso de

Especialização em Informática na Educação –

Modalidade a Distância – do Instituto de

Computação da Universidade Federal de Mato

Grosso, em parceria com a Universidade

Aberta do Brasil, como requisito para

conclusão do Curso de Pós-graduação Lato

Sensu em Informática na Educação.

CUIABÁ – MT

2011

UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE COMPUTAÇÃO

ESPECIALIZAÇÃO EM INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO

CERTIFICADO DE APROVAÇÃO

TÍTULO: A UTILIZAÇÃO DO GOOGLE EARTH NA DISCIPLINA DE

GEOGRAFIA

AUTOR: CLAUDINEI FACINCANI

Aprovada em 15/07/2011

______________________________________

Prof. Msc. Nielsen Cassiano Simões

IC/UFMT

(Orientador)

______________________________________

Prof. Msc. Roberto Benedito de Oliveira Pereira

IC/UFMT

______________________________________

Profa. Dra. Andreia Gentil Bonfante

IC/UFMT

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela vida, por estar presente em todos os meus momentos, razão doque somos e vivemos.

Aos meus pais, pelo amor, carinho, compreensão e razão maior da minha existência.

A minha namorada Rutilene, pelo apoio, incentivo e companheirismo.

Aos meus irmãos, pela força e amizade.

A todos que me ajudaram de uma forma ou de outra para a conclusão de mais umsonho.

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“Se o interesse das crianças está lá fora, por que ficar dentro da classe lendo trechos de

manuais com frases sobre assuntos desinteressantes para elas?”

Célestin Freinet

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RESUMO

A presente pesquisa bibliográfica faz um levantamento sobre a história da

informática, desde sua origem até os softwares que podem ser utilizados na educação

dando enfoque principal ao Google Earth.

Mesmo diante de todos os contratempos que dificultam o bom desenvolvimento

dos educandos nas escolas brasileiras esta pesquisa tem como objetivo tentar modificar

e inovar as aulas de Geografia, trazendo novos horizontes, e a interação para dentro das

salas de aula, mostrando as vantagens como também as desvantagens da utilização da

internet dentro das escolas brasileiras.

Entretanto com a realidade que se encontra na maioria das escolas brasileiras, já

que os números de computadores é infinitamente menor que alunos, e a formação dos

professores é insuficiente para atender as demandas necessárias para o melhor

aproveitamento do laboratório de informática, e necessário que os educadores não

cruzem os braços e utilizem da melhor forma possível este recurso, já que este prende

por mais tempo a concentração dos alunos, e os resultados ainda assim são maiores.

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SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ................................................................................................................iv

RESUMO .....................................................................................................................................vi

SUMÁRIO ...................................................................................................................................vii

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................viii

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS .................................................................................ix

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 1

2 EVOLUÇÃO DA INFORMÁTICA E DA INTERNET.......................................................... 6

3 A INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ................................................................................... 10

4 AS TECNOLOGIAS NAS AULAS DE GEOGRAFIA...................................................... 16

5 O GOOGLE EARTH NAGEOGRAFIA ............................................................................. 19

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 25

REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 27

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Tela inicial do Google Earth. (Fonte: Google Earth) ..................................................... 20

Figura 2: Vista da cidade de São José dos Quatro Marcos­MT. (Fonte: Google Earth) .............. 21

Figura 3:Vista parcial da cidade de Cuiabá –MT. (Fonte: Google Earth).................................... 21

Figura 4: Figura 4: Vista  parcial da cidade de Brasília – DF. (Fonte: Google Earth) ................... 22

Figura 5: Vista  da área rural de São José dos Quatro Marcos­MT. (Fonte: Google Earth) ........ 23

Figura 6: Vista Aérea do município de Japurá­AM. (Fonte Google Earth) .................................. 23

Figura 7: Vista do município de são José dos Quatro Marcos­MT. (Fonte: Google Earth) ......... 24

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ENIAC Eletronic Numerical Integrator and Calculator.

EDVAC Electronic Discrete Variable Automatic Computer.

EDSAC Electronic Delay Storage Automatic Calculator.

UNIVAC-I Universal Automatic Computer

MANIAC-I Mathematical Analyzer Numerator, Integrator and Computer

ARPA Advanced Research Projects Agency

VLSI Very-large-scale integration

NSF National Science Foundation

NREN National Research and Education Network

CAI Computer Aided Instruction

SEI Secretaria Especial de Informática

MEC Ministério da Educação e Cultura

UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro

UNICAMP Universidade Estadual de Campinas

UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul

CEIE Comissão Especial de Informática na Educação

EDUCOM Educação com Computadores

UFPE Universidade. Federal de Pernambuco

UFMG Universidade. Federal de Minas Gerais

CNPq Conselho Nacional de Pesquisas

FINEP Financiadora de Projetos

NTEs Núcleos de Tecnologias Educacionais

FORMAR Programa de Ação Imediata em Informática na Educação,

CIED Centros de Informática Educativa

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Caie/Seps Comitê Assessor de Informática para Educação de 1º e 2º graus

CIE Centros de Informática Educacional

CIED Centros de Informática na Educação de 1º e 2º Graus e Especial

CIET Centros de Informática na Educação Técnica

PRONINFE Programa Nacional de Informática na Educação

PLANIN Plano Nacional de Informática e Automação

PROINFO Programa Nacional de Informática na Educação,

SEED Secretaria de Educação a Distância

DITEC Departamento de Infraestrutura Tecnológica (DITEC),

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1INTRODUÇÃO

Estamos em pleno século XXI, no qual mudanças ocorreram de forma

assustadora, principalmente após a 3ª Revolução Industrial, ou seja, a Revolução da

Tecnologia. A partir deste momento as inovações acontecem em uma grande

velocidade, novos e novos produtos chegam ao mercado com uma velocidade que

impressiona. Desta maneira essa sociedade sofreu grandes mudanças em decorrência

das novas tecnologias, principalmente nas áreas: da saúde, da comunicação, da

economia, e da educação.

Esta sociedade atual necessita de pessoas que acompanhem a nova realidade,

pessoas que sejam treinadas para acompanhar esta grande evolução. Desta maneira, o

grande desafio da educação brasileira, passa a ser o de formar cidadãos aptos a lidar

com essa nova realidade.

Entretanto, verdade a educação brasileira e bem diferente da que se imagina para

o século XXI. Encontra-se uma educação que infelizmente não está alcançando seus

objetivos diante de vários problemas que estão escancarados para todo o povo

brasileiro. Entre eles podemos citar: escolas deterioradas, uma sociedade que esta

perdendo seus princípios, professores mal remunerados, (na maioria das vezes tendo

que trabalhar em vários serviços para conseguir o sustento de suas famílias), e a

mudança da postura da sociedade em relação à escola.

Antes esta mesma escola era o lugar onde as crianças buscavam conhecimento.

Hoje os problemas além-muros foram jogados dentro da escola, como a desestruturação

familiar, entre outros.

Mesmo diante desta nuvem negra que envolve a educação brasileira, professores

não devem cruzar os braços, mas devem tentar fazer o melhor com o que se tem,

buscando alternativas para mudar esta realidade. Uma destas mudanças seria a

utilização de novas técnicas para que tornem aulas mais atrativas, e diminuam os

problemas dentro da sala de aula.

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Dentro das alternativas temos a informática, assim, cabe ao professor inserir esta

nova realidade nas salas de aula. Estamos vivendo um novo momento na realidade

escolar, no qual os conhecimentos a serem adquiridos não são encontrados

exclusivamente nos livros e nos ambientes fechados das escolas e sim em um mundo

convidativo, cheio de novas formas de adquirir este conhecimento unindo o visual, o

auditivo entre outros através dos computadores, do rádio, da televisão, etc.

O uso da Informática pode contribuir para os professores na sua tarefa de

transmitir o conhecimento e adquirir uma nova maneira de ensinar cada vez mais

criativa, dinâmica, auxiliando novas descobertas, investigações e levando sempre em

conta o diálogo. E, para o aluno, pode contribuir para motivar a sua aprendizagem e

aprender, passando assim, a ser mais um instrumento de apoio no processo de ensino-

aprendizagem, abrindo possibilidade de novas relações entre alunos, que estão inseridos

numa sociedade diferente da dos seus pais.

A escola tem que criar ambientes interativos nos quais a criatividade é

fundamental, que passará a transformar e criar novas ideias com seus alunos e

professores, pois segundo Nascimento (apud SANCHO, 1998):

O ritmo acelerado de inovações tecnológicas exige um

sistema educacional capaz de estimular nos estudantes o

interesse pela aprendizagem. E que esse interesse diante

de novos conhecimentos e técnicas seja mantido ao longo

da sua vida profissional, que, provavelmente, tenderá a se

realizar em áreas diversas de uma atividade produtiva

cada vez mais sujeita ao impacto das novas tecnologias.

Para que aconteça a implantação do uso do computador numa escola, é

necessário o desenvolvimento de um projeto técnico-pedagógico, a compra de

equipamentos, a escolha de softwares adequados e o treinamento de professores e

funcionários. Isso tudo, na verdade, não é fácil, levando-se em consideração o pouco

recurso financeiro disponível em algumas escolas, principalmente as escolas públicas. E

os gastos não ficam por aí. Não adianta somente melhorar o visual das escolas; as salas

deverão apresentar uma estrutura mínima necessária, é necessário uma valorização

econômica e intelectual através de incentivos, como formação profissional que venha de

encontro com a necessidade que a sociedade apresenta, e ainda, mudar o conceito da

escola e alterar seu currículo, para que esta não continue obsoleta e com uma sua

metodologia de ensino ultrapassada.

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Com a introdução do computador nas escolas, o problema quanto às frequências

certamente tenderá a diminuir, pois o mesmo provoca motivação e reaviva o interesse

dos alunos em muitas disciplinas. Os professores também se sentem otimistas e

entusiasmados com o possível interesse dos alunos, outrora desanimados. O computador

contribui com a educação enriquecendo-a, tornando-a excitante e atrativa.

São muitas as decisões a tomar, qual estratégia adotar, por exemplo: o que

ensinar, como ensinar (o computador assistindo, administrando, como ferramenta ou

instrumento etc.); a quem ensinar (individualmente ou em grupos etc.); quando ensinar

(durante a aula, depois dela); e como formar os que ensinam (possivelmente o ponto

mais difícil). Quais os melhores softwares? Num processo educativo do que são capazes

de realizar os estudantes? Que tempo seria necessário para tal realização? Qual

programa se adaptaria melhor aos métodos usados? Ou o que se pode ensinar com este

instrumento? A melhor decisão a ser tomada só chegará após a combinação das

estratégias e dos métodos, que é um assunto complicado. Como organizar um programa,

qual seu enfoque o que vai conter o texto como um todo, qual sua ordem, como vai ser

ensinado, e tantas outras; tudo isso vai depender do que vai ser adotado.

Mas antes de tudo, para propiciar um ambiente tecnológico eficiente, a escola

deve dispor de computadores suficientes para todos os alunos, incorporar os recursos da

computação ao currículo escolar, fornecer tempo suficiente ao aluno para um contato

maior com o computador e escolher softwares adequados ao ensino de cada disciplina.

A utilização dos computadores é muito importante e a escola deve esforçar-se para

merecer o título de “informatizada”.

Com os ambientes e softwares adequados é necessário ainda delimitar forma de

se utilizar o computador na educação, já que pode acontecer de duas maneiras. Uma é

fazer aquilo que o professor faz tradicionalmente, ou seja, passar a informação para o

aluno. Outra e usá-lo como um instrumento que auxilia na construção do conhecimento

e, portanto, ser um recurso com o qual o aluno possa criar, pensar e manipular a

informação.

Na primeira maneira encontramos uma concepção de aprendizagem

behaviorista, em que a aplicação pedagógica do computador é usada como uma

máquina de ensinar.

Assim o computador é quem ensina o aluno, e, portanto assume o papel de

máquina de ensinar. Ao invés de papel ou livro, é usado o computador. Porém, se

analisarmos a segunda maneira iremos encontrar uma concepção construtivista, em que

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o conhecimento não é transmitido. Ele é construído progressivamente por meio de ações

que se transformam. Segundo Piaget (1972) “A inteligência surge de um processo

evolutivo no qual muitos fatores devem ter tempo para encontrar seu equilíbrio.” Nesse

caso, o computador pode ser visto como uma ferramenta pedagógica para criar um

ambiente interativo que proporcione ao aluno, investigar, levantar hipóteses, pesquisar,

criar e assim construir seu próprio conhecimento.

Afirma Valente (1999) que o enfoque da informática educativa não é o

computador como objeto de estudo, mas como meio para adquirir conhecimentos. O

ensino pelo computador implica que o aluno, através da máquina, possa adquirir

conceitos sobre praticamente qualquer domínio. E, para o funcionamento correto desta

nova forma de ensinar, é necessário uma peça chave que é o professor, como afirma

Gouvêa:

O professor será mais importante do que nunca, pois ele precisa

se apropriar dessa tecnologia e introduzi-la na sala de aula, no

seu dia-a-dia, da mesma forma que um professor, que um dia,

introduziu o primeiro livro numa escola e teve de começar a lidar

de modo diferente com o conhecimento – sem deixar as outras

tecnologias de comunicação de lado. Continuaremos a ensinar e

a aprender pela palavra, pelo gesto, pela emoção, pela

afetividade, pelos textos lidos e escritos, pela televisão, mas

agora também pelo computador, pela informação em tempo real,

pela tela em camadas, em janelas que vão se aprofundando às

nossas vistas... (GOUVÊA, 1998)

Mas, para o professor apropriar-se dessa tecnologia, Fróes afirma que:

...deve-se mobilizar o corpo docente da escola a se preparar

para o uso do Laboratório de Informática na sua prática diária

de ensino-aprendizagem. Não se trata, portanto, de fazer do

professor um especialista em Informática, mas de criar condições

para que se aproprie dentro do processo de construção de sua

competência, da utilização gradativa dos referidos recursos

informatizados: somente uma tal apropriação da utilização da

tecnologia pelos educadores poderá gerar novas possibilidades

de sua utilização educacional.(FRÓES, 1999)

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Se um dos objetivos do uso do computador no ensino for o de ser um agente

transformador, o professor deve ser capacitado para assumir o papel de facilitador da

construção do conhecimento pelo aluno e não um mero transmissor de informações.

Além do professor, outro ponto importante para a implantação da informática na

educação seriam as mudanças curriculares. É necessário formalizar um currículo que

enfoque: variáveis históricas, sociais, culturais e econômicas da era digital em que

vivemos, mostrando a consciência do período de transição que passamos. Período este

em que muitos conceitos estão passando por reformulações, para que possam adequar-se

aos novos tempos e novas exigências. (CASTRO, 2004)

Creio que ensinamos demais e os alunos aprendem de menos, e

cada vez menos, porque os assuntos são a cada dia mais

desinteressantes, mais desligados da realidade dos fatos e os

objetivos mais distantes da realidade da vida dos adolescentes.

(WERNECK, 2002)

No entanto, a informática não deverá ser vista como redentora da educação, mas

sim como um elemento a mais a contribuir na construção de uma escola que pode

desenvolver mecanismos que contribuam na superação de suas limitações.

Desta forma esta pesquisa bibliográfica será dividida em cinco capítulos: onde no

primeiro consta a História da Computação, no segundo capítulo a História da Internet,

no terceiro capítulo a Informática na Educação. Já no quarto capítulo Informática

educativa no século XXI, e no quinto capítulo consta o Uso das tecnologias para o

ensino da Geografia. No último capítulo será abordado a Utilização do Google Earth na

disciplina de Geografia.

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2EVOLUÇÃO DA INFORMÁTICA E DA

INTERNET

A história da computação é bem mais recente que as demais ciências tais como a

matemática, como a filosofia, a psicologia, a engenharia, etc. As primeiras máquinas

mais práticas começaram a ser construídas após as duas grandes guerras mundiais.

De certo modo, são registradas três datas de nascimento para o computador: uma

como dispositivo mecânico de computação, com o surgimento do ábaco; outra como um

conceito, com Babbage em 1833; e a terceira como o moderno computador electrónico

digital (1946).

O Ábaco é um instrumento composto de varetas ou barras e pequenas bolas

utilizado para contar e calcular. O mais antigo data de aproximadamente 3.500 a. C. O

Ábaco constituiu o primeiro dispositivo manual de cálculo, sendo o mais rápido método

de calcular até o séc. XVII.

No ano de 1822, Charles Babbage, professor de Cambridge e matemático,

idealizou a Máquina das Diferenças, um dispositivo mecânico baseado em rodas

dentadas que poderia computar e imprimir extensas tabelas científicas. Porém, esta

máquina nunca chegou a ser construída devido às limitações tecnológicas da época.

Em 1833, projetou a Máquina Analítica, que de certa forma era semelhante aos

computadores atuais, pois dispunha de programa, memória, unidade de controle e

periféricos de saída. E foi concebida não apenas para solucionar um tipo de problema

matemático, mas para executar uma ampla gama de tarefas de cálculo, de acordo com

as instruções oferecidas por seu operador, através de cartões perfurados. Seria "uma

máquina de natureza a mais geral possível" – em nada inferior, realmente, ao primeiro

computador programável para todos os fins. A Máquina Analítica nunca foi construída,

mas devido a esse projeto, Babbage ficou conhecido como o Pai da Informática.

Na Inglaterra, no final de 1943, colocou-se em operação uma série de máquinas,

o Colossus. Em vez de relés, cada uma das novas máquinas usava 2000 válvulas

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electrónicas. A máquina era utilizada pelos ingleses para decifrar códigos utilizados

pelos alemães na guerra. O Colossus foi o primeiro computador electrónico.

Do outro lado do Atlântico, na Escola Moore de Engenharia Eléctrica (EUA),

construíram o ENIAC (Eletronic Numerical Integrator and Calculator), que entrou em

funcionamento em 1946. Utilizava válvulas electrónicas e os números eram

manipulados na forma decimal. O ENIAC nasceu da necessidade de resolver problemas

balísticos. Porém, quando foi concluído, a guerra havia acabado e ele mostrou-se capaz

de executar diversas tarefas.

A principal desvantagem do ENIAC era a dificuldade de mudar suas instruções

ou programas. A máquina só continha memória interna suficiente para manipular os

números envolvidos na computação que estava executando. Isso significava que os

programas tinham de ser instalados com fios dentro do complexo conjunto de circuitos.

Em 1944, John Von Newman, engenheiro e matemático húngaro naturalizado

americano, desenvolveu a ideia de programa interno e descreveu o fundamento teórico

da construção de um computador electrónico denominado Modelo de Von Newman.

A ideia de Newman era a existência simultânea de dados e instruções no computador e a

possibilidade do computador ser programado. A partir dessa ideia de Newman,

construiu-se o EDVAC (Electronic Discrete Variable Automatic Computer), sucessor

do ENIAC, em 1952.

Dois anos antes que ficasse pronto o EDVAC, o cientista inglês Maurice

Wilkins, baseado na descrição do armazenamento de programa, do projeto EDVAC,

construiu o primeiro computador operacional em larga escala de programa armazenado

do mundo, o EDSAC (Eletronic Delay Storage Automatic Calculator).

Em 1951 foi construído o primeiro computador destinado ao uso comercial, o

UNIVAC-I (Universal Automatic Computer), uma máquina electrónica de programa

armazenado que recebia instruções de uma fita magnética de alta velocidade em vez de

cartões perfurados. No ano seguinte foram construídos os computadores MANIAC-I

(Mathematical Analyser Numerator, Integrator and Computer) MANIAC-II, UNICAC-

II (sendo este último com memórias de núcleos de ferrite). Com o surgimento destas

máquinas acaba a pré-história da informática.

De acordo com a evolução da computação, sua história pode ser dividida em

cinco gerações. São elas:

A primeira geração de computadores (1940-1952). É constituída por todos os

computadores construídos a base de válvulas a vácuo, e que eram aplicados em campos

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científicos e militares. Utilizavam como linguagem de programação a linguagem de

máquina e a forma de armazenar dados era através de cartões perfurados. Já a segunda

geração de computadores (1952-1964). Tem como marco inicial o surgimento dos

transístores. As máquinas diminuíram muito em tamanho e suas aplicações passam além

do científico e militar a administrativa e gerencial. Surgem as primeiras linguagens de

programação. Além do surgimento dos núcleos de ferrite, fitas e tambores magnéticos

passam a ser usados como memória. Na terceira geração de computadores (1964-971)

O marco inicial é o surgimento dos Circuitos Integrados. Grande evolução dos Sistemas

Operacionais, surgimento da multiprogramação, real time e modo interativo. A

memória agora é feita de semicondutores e discos magnéticos. Já a quarta geração de

computadores(1971-1981): Tem como marco inicial o surgimento do microprocessador,

que possibilitou a grande redução no tamanho dos computadores. Surgem muitas

linguagens de alto-nível e nasce a teleinformática (transmissão de dados entre

computadores através de rede). E por último a quinta geração de computadores (1981

até a atualidade): Surgimento do VLSI (Very-large-scale integration). Inteligência

artificial, altíssima velocidade de processamento, alto grau de interatividade.

Já a internet originalmente concebida a partir de necessidades militares dos

EUA, a Internet, que na época ainda não levava esse nome, tinha como objetivo o

estabelecimento de um sistema de comunicações confiáveis diante de um ataque

atômico de seus inimigos.

Dentro da corrida armamentista desenfreada do pós-guerra, os militares norte-

americanos precisavam ter certeza de que se um dos importantes centros estratégicos

fosse destruído por um ataque da então URSS, os demais centros poderiam continuar

operando e se comunicando normalmente. Esta rede foi desenvolvida por uma

instituição militar denominada Advanced Research Projects Agency (ARPA), daí a

denominação primeira da internet: ARPAnet. O número de universidades e centros de

pesquisas conectados à ARPAnet teve um crescimento repentino e significativo em

torno de 1980, o que determinou a separação de suas funções militares em uma segunda

rede denominada, então, MILnet. Nos anos 80, a NSF (National Science Foundation)

implantou um link de alta velocidade conectando meia-dúzia de supercomputadores em

uma rede oficialmente denominada Nsfnet, cuja principal função era a comunicação

educacional e científica entre universidades e institutos. Um ato oficial criou a NREN

(National Research and Education Network), com o objetivo de oficializar e manter

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uma rede de alta velocidade destinada à pesquisa e educação, com a inovação adicional

que desta vez foi regulamentado o uso comercial e público de seus recursos.

Esta foi a mudança de grande importância histórica. A rede anterior (Nfsnet)

tinha severas restrições a atividades com fins lucrativos. Por outro lado, a nova política

da internet, com a liberação comercial, estava sendo responsável por um surpreendente

crescimento do interesse das empresas e dos profissionais de todas as atividades por

aquilo que essa rede poderia oferecer para seus negócios, trabalhos e vendas. O

crescimento desta ideia surpreendeu até mesmo os mais otimistas.

Em janeiro de 1995, o número de domínios comerciais (ponto.com) já havia

ultrapassado a cifra de 30 mil domínios com um crescimento mensal superior a 10%, o

que dava um porte para as atividades comerciais da internet maior que todas as demais

somadas. Era uma mudança drástica em uma rede que teve seus rumos iniciais

exclusivamente acadêmicos. Esta data (1995) pode ser considerada como a origem

aproximada daquilo que hoje é tão familiar com o nome internet.

A abertura e o crescimento geométrico dos domínios ponto.com foram criticados

pelos mais puristas que a consideravam uma excrescência da Internet original, uma

corrupção de seus ideais acadêmicos e educativos. Essas críticas continuavam válidas,

mas não resta dúvida de que aquelas atividades mercantis deram um impulso e uma

difusão à rede que jamais poderiam ter sido alcançados sem elas.

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3A INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO

A história da informática voltada para educação no Brasil começa a ser contada

a partir da década de 70. O Poder Público criou diversos órgãos objetivando ampliar o

desenvolvimento tecnológico no país. Já em 1973 dão início a primeira demonstração

do uso do computador na educação, na modalidade CAI, (Computer Aided Instruction),

ocorreu no Rio de Janeiro, na I Conferência Nacional de Tecnologia Aplicada ao Ensino

Superior.

Entre os órgãos criados pelo governo estava a SEI, Secretaria Especial de

Informática, que tinha, dentre outras atribuições a função de assessorar o Ministério da

Educação e Cultura (MEC), no estabelecimento de políticas e diretrizes para a educação

na área de informática (MORAES, 2007). A seguir vamos elencar alguns pontos na

História da informática no Brasil.

No ano de 1979 a Secretaria Especial de Informática (SEI) efetuou uma proposta

para diversos setores, entre eles para a educação, que tinham como objetivo a

viabilização de recursos computacionais nas atividades educacionais. Já em1980 a SEI

criou uma Comissão Especial de Educação para colher subsídios, visando gerar normas

e diretrizes para a área de informática na educação.

Em 1981 acontece o primeiro seminário nacional de informática na educação

com participação com participação da Secretaria Especial de Informática, Mistério de

Educação e Cultura, e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnológico e

Científico realizado em Brasília.

Deste primeiro seminário saíram algumas recomendações: entre elas, que as

atividades da Informática Educativa sejam balizadas dos valores culturais, sócio-

políticos e pedagógicos da realidade brasileira; que os aspectos técnico-econômicos

sejam equacionados não em função das pressões de mercado, mas dos benefícios sócio

educacionais; não considerar o uso dos recursos computacionais como nova panaceia

para enfrentar os problemas de educação e a criação de projetos-piloto de caráter

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experimental com implantação limitada, objetivando a realização de pesquisa sobre a

utilização da informática no processo educacional.

Já em 1982 ocorreu o II Seminário Nacional de Informática Educativa, na cidade

de Salvador (Bahia), que contou com a participação de pesquisadores das áreas de

educação, sociologia, informática e psicologia.

Deste segundo seminário saíram as seguintes recomendações. São elas: que os

núcleos de estudo fossem vinculados às universidades, com caráter interdisciplinar,

priorizando o ensino de 2º grau, não deixando de envolver outros grupos de ensino; que

os computadores fossem um meio auxiliar do processo educacional, devendo se

submeter aos fins da educação e não determiná-los; que o seu uso não deverá ser restrito

a nenhuma área de ensino; a priorização da formação do professor quanto aos aspectos

teóricos, participação em pesquisa e experimentação, além do envolvimento com a

tecnologia do computador e, por fim, que a tecnologia a ser utilizada seja de origem

nacional.

Assim como a educação no Brasil, a informática na educação brasileira também

recebeu influência da educação de outras culturas. Liderado por Papert na década de 80,

teve início no Brasil o movimento conhecido como Filosofia e Linguagem LOGO. Por

meio desse movimento, Papert (1985) divulgou ideias que defendiam que o computador

é um instrumento que catalisa conceitos complexos, permitindo assim que o aluno

trabalhe estes conceitos de maneira simples e lúdica.

Em parceria com SEI, no ano de 1982, o MEC passou a financiar o

desenvolvimento de pesquisas na área de formação de recursos humanos, assim como o

desenvolvimento de metodologias educacionais apoiadas nas novas tecnologias

(computador e redes), e a elaboração de softwares educacionais.

As Universidades Públicas do Rio de Janeiro (UFRJ), Estadual de Campinas

(UNICAMP) e do Rio Grande do Sul (UFRGS), foram responsáveis pelos primeiros

estudos acerca da utilização da informática como ferramenta para o ambiente

educacional.

O ano de 1983 data a criação da CEIE – (Comissão Especial de Informática na

Educação) ligada à Secretaria Especial de Informática, e à Presidência da República.

Desta comissão faziam parte membros do Ministério de Educação e Cultura, Secretaria

Especial de Informática, Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnológico e

Científico, Financiadora de Estudos e Projetos e Empresa Brasileira de Telefonia, que

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tinham como missão desenvolver discussões e programar ações para levar os

computadores às escolas públicas brasileiras.

Ainda foi criado o Projeto EDUCOM – Educação com Computadores. Foi a

primeira ação oficial e concreta para levar os computadores até as escolas públicas.

Foram criados cinco centros-piloto, responsáveis pelo desenvolvimento de pesquisa e

pela disseminação do uso dos computadores no processo de ensino-aprendizagem.

Em 1984, houve a oficialização dos centros de estudos do Projeto EDUCOM, o

qual era composto pelas seguintes instituições: UFPE (Univ. Federal de Pernambuco),

UFRJ (Univ. Federal do Rio de Janeiro), UFMG (Univ. Federal de Minas Gerais),

UFRGS (Univ. Federal do Rio Grande do Sul) e Unicamp (Univ. Est. de Campinas). Os

recursos financeiros para esse projeto eram oriundos do FINEP, FUNTEVÊ e do

CNPQ. Após diversos seminários, fóruns e outros estudos, o Ministério da Educação

(MEC) lançou, em parceria com o CNPQ - Conselho Nacional de Pesquisas, FINEP –

Financiadora de Projetos e SEI, o projeto EDUCOM, sendo o pioneiro na área de

informática aplicada à educação no país. Sua proposta tinha como objetivo principal

fomentar a implantação experimental de centros-piloto com infraestruturas relevantes

para o desenvolvimento de pesquisas, objetivando a capacitação nacional e coleta de

subsídios para uma futura política setorial (MORAES, 2007), considerando o contexto,

a cultura e as especificidades da área educacional brasileira, buscando perceber como o

aluno aprende sendo apoiado pelo recurso da informática e se isso melhora efetivamente

sua aprendizagem (TAVARES, 2002), em âmbito de escolas públicas.

O ano de 1985 data a Criação do Proinfo, projeto que visava à formação de

NTEs (Núcleos de Tecnologias Educacionais) em todos os estados do País. Esses NTEs

serão compostos por professores que deverão passar por uma capacitação de pós-

graduação referente à Informática Educacional, para que possam exercer o papel de

multiplicadores desta política. Todos os estados receberão computadores, de acordo

com a população de alunos matriculados nas escolas com mais de 150 alunos

A partir daí, outros projetos educacionais com o mesmo foco foram sendo

implementados. Em 1986, o Programa de Ação Imediata em Informática na Educação,

denominado projeto FORMAR, passou a formar professores e a implantar

infraestruturas de suporte nas secretarias estaduais de educação, escolas técnicas

federais e universidades, destaca Moraes. Os participantes de o Programa FORMAR

foram encarregados de implantar em seus Estados os CIED (Centros de Informática

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Educativa), que se constituíram em centros irradiadores e multiplicadores da

informática nas escolas públicas. (TAVARES, 2002).

Entre os anos de 1986 e 1987, deu- se a Criação do Comitê Assessor de

Informática para Educação de 1º e 2º graus (Caie/Seps) subordinada ao MEC, tendo

como objetivo definir os rumos da política nacional de informática educacional, a partir

do Projeto EDUCOM. As suas principais ações foram: realização de concursos

nacionais de softwares educacionais; redação de um documento sobre a política por eles

definida; implantação de Centros de Informática Educacional (CIEs) para atender cerca

de 100.000 usuários, em convênio com as Secretarias Estaduais e Municipais de

Educação; definição e organização de cursos de formação de professores dos CIEs e

efetuar a avaliação e reorientação do Projeto EDUCOM.

Já em 1987 é elaborado o Programa de Ação Imediata em Informática na

Educação, o qual teve, como uma das suas principais ações, a criação de dois projetos:

Projeto Formar que visava à formação de recursos humanos, e o Projeto CIED

que visava à implantação de Centros de Informática e Educação. Além destas duas

funções, foram levantadas as necessidades dos sistemas de ensino, relacionadas à

informática no ensino de 1º e 2º graus, foi elaborada a Política de Informática Educativa

para o período de 1987 a 1989 e, por fim, foi estimulada a produção de softwares

educativos.

O Projeto CIED desenvolveu-se em três linhas: CIES – Centros de Informática

na Educação Superior, CIED – Centros de Informática na Educação de 1º e 2º Graus e

Especial e CIET – Centros de Informática na Educação Técnica.

Em 1989, é fundado pelo MEC o Programa Nacional de Informática na

Educação (PRONINFE). Sua proposta principal consistia em desenvolver a informática

educativa no Brasil, através de atividades e projetos articulados e convergentes,

apoiados em fundamentação pedagógica, sólida e atualizada (MORAES, 2007),

destinando-se ao uso dos sistemas públicos de ensino. Segundo TAVARES (2002),

possuía um modelo funcional e geograficamente descentralizado, funcionando através

de centros de informática na educação espalhados por todo o país. Esses centros tinham

como papel divulgar e fazer a análise dos projetos educacionais, seus objetivos e

resultados, além de formar professores dos níveis fundamental, médio, superior, nas

áreas de educação especial e pós-graduação, priorizando a pesquisa sobre a utilização da

informática educativa.

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O PRONINFE ultrapassou as expectativas governamentais, tornando-se ponto de

referência em sua implantação e por todo o seu desenvolvimento (cerca de dez anos).

Posteriormente, este projeto foi integrado ao PLANIN (Plano Nacional de Informática e

Automação do Ministério de Ciência e Tecnologia).

Já em 1997, o PROINFO (Programa Nacional de Informática na Educação), foi

incorporado ao PRONINFE. Além de mudar sua estrutura inicial, essa incorporação

tinha como principal objetivo formar professores e atender estudantes através da

aquisição e distribuição de cerca de cem mil computadores interligados à Internet.

Ao final da década, o PROINFO, subordinado à Secretaria de Educação a

Distância (SEED), por meio do Departamento de Infraestrutura Tecnológica (DITEC),

em parceria com as Secretarias de Educação Estaduais e Municipais e MEC, foi

estruturado e oferecido aos governos dos estados e municípios brasileiros, com os

seguintes objetivos: melhorar a qualidade de ensino nas escolas públicas, propiciar uma

educação voltada para o desenvolvimento científico, educar para uma cidadania global,

possibilitar estudos acerca do comportamento dos indivíduos nos ambientes escolares.

Muitos movimentos surgiram na informática educativa, e um deles se destacava

por defender o ensino do computador como instrumento, ou seja, focava-se no ensino e

aprendizado da computação. Sob essa perspectiva, uma vez que o contexto social

necessitava de profissionais com conhecimentos de informática, era preciso que as

instituições de ensino formal se preocupassem em ensinar esse instrumento (focando-se

no equipamento e no uso dos softwares de mercado – processadores de texto, planilhas

eletrônicas, navegadores, etc.).

A Informática na Educação Pública do Brasil vem construindo sua história, com

base no grande esforço de profissionais, nos diferentes níveis institucionais, que se

dedicaram e dedicam, conseguindo construir uma história de grande marcos, com uma

identidade própria, raízes sólidas, mesmo diante de tantas dificuldades (pouco incentivo

institucional, carência de recursos financeiros e humanos, descontinuidade de

programas, etc.). Através da universalização da Educação e melhoria na qualidade do

ensino, as autoridades públicas diminuem as diferenças sociais e culturais de seus

cidadãos. Para tanto, é necessário que haja investimento em recursos tecnológicos e na

formação de professores. (MORAES, 2007)

Atualmente, o fenômeno da globalização nos apresenta a necessidade de

transmissão da informação de maneira rápida e atualizada. Para tanto, o uso do

computador se tornou fundamental numa perspectiva global. Assim, a tecnologia da

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informação tornou-se ferramenta no processo ensino/aprendizagem com a finalidade de

incluir professores (ao partirem do uso das novas tecnologias em sua prática

pedagógica) e alunos nesta realidade. (MORAES, 2007).

Nos dias atuais, a SEED integra a formação dos Núcleos de Tecnologia

Educacional (NTEs), nos estados. Segundo Tavares, esses Núcleos são formados por

educadores e especialistas em informática e, telecomunicações e informática. A

finalidade desses núcleos é sensibilizar e motivar as escolas para incorporação das

novas tecnologias de informática e comunicação; apoiar o processo de planejamento das

escolas que desejarem aderir ao PROINFO; promover a formação continuada dos

professores e das equipes administrativas das escolas. O PROINFO foi um dos

principais projetos na área de informática educacional no que se refere "à inovação

temática, à distribuição funcional e à qualidade dos equipamentos disponibilizados nas

escolas" (TAVARES, 2002), e ainda está disponível junto a SEED.

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4AS TECNOLOGIAS NAS AULAS DE

GEOGRAFIA

A Geografia Tradicional de cunho teórico positivista respaldou o ensino da

Geografia até meados da década de 1960, caracterizando-se pela explicação objetiva da

paisagem a partir de métodos descritivos e mnemônicos (BRASIL, 1998). Nesse

contexto, o espaço geográfico era entendido como um espaço absoluto que servia de

palco ou cenário das ações humanas. A partir da década de 1960 a Geografia passou a

sofrer renovações influenciadas pelo pensamento dialético, apesar de ainda se verificar

influências do pensamento tradicional em algumas práticas docentes no ensino da

Geografia.

Com a renovação da Geografia o espaço geográfico passou a ser entendido como

uma configuração territorial onde se estabelecem as relações humanas contraditórias de

produção e organização do espaço, considerando as dimensões subjetivas e singulares

que os homens estabelecem entre si e com a natureza perspectiva, a Geografia escolar

deve deixar de centrar-se na descrição empírica da paisagem, passando a estabelecer

interpretações de ordem política, econômica e sociocultural associadas aos elementos

físicos e biológicos que fazem parte da paisagem, investigando as múltiplas interações

entre eles estabelecidas na constituição do espaço geográfico.

O estudo do espaço geográfico como hoje é entendido requer a apropriação de

métodos diversos de leituras da paisagem, descrição, observação, explicação, interação,

análise, síntese, dentre outros. A aplicação desses métodos exige o auxílio de técnicas

ou recursos tecnológico que possibilitem a aproximação do educando com seu objeto de

investigação.

Estudos realizados por SANTOS (1991) comprovam que as informações

geográficas necessitam, na maioria das vezes, para sua compreensão, do uso de

linguagens que ultrapassam as modalidades da linguagem verbal e matemático-

estatísticas e, portanto, o uso de imagens gráficas como os mapas, as fotografias, as

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aerofotografias, as ilustrações e os vídeos são muito suficientes para transpor essas

informações a partir da sua redução, simplificação ou transcrição mais objetiva.

As linguagens gráficas possibilitam a aproximação dos estudantes com

realidades distantes do seu espaço de vivência, mas que fazem parte do seu imaginário,

contribuindo para a compreensão do espaço em diferentes escalas geográficas,

principalmente no ensino fundamental, período em que a criança ainda está em fase de

organização das noções de espaço.

Com a introdução da informática na educação, os educadores em geral e, em

particular, os educadores de Geografia passaram a contar com maior número de

artefatos tecnológicos para auxiliá-los nas práticas pedagógicas, contribuindo para a

interação do educando com seu universo de ação de maneira mais autônoma.

O educando é permanentemente estimulado pelos artefatos

tecnológicos, sendo que a cultura produzida neste mundo de

tecnologia é repleta de informações geográficas, propiciando ao

professor a realização de atividades e melhores resultados na

aprendizagem dos educandos. Os softwares de Geografia

enriquecem a aula por representarem frequentemente e das

formas mais variadas o mundo, os fenômenos geográficos, as

paisagens, permitindo uma visualização dos fenômenos

geográficos tão eficientes que as pessoas parecem ter vivenciado,

experienciado os lugares e os fenômenos, além de disponibilizar

uma grande quantidade de informações. (COSTA, 2003)

Os estímulos causados pelos softwares atuais estão intimamente ligados aos

recursos utilizados na exposição e armazenamento das informações. Dentre esses

recursos, destaca-se o hipertexto, a hipermídia e a realidade virtual.

O hipertexto, segundo Levy (1996), "não é considerado apenas a partir dos

aparatos digitais, mas é todo texto gerenciado de forma não linear, ou seja, estruturado

em redes”. No ambiente computacional, o hipertexto é auxiliado pelos hyperlinks,

garantindo aos softwares e, em particular, aos atlas geográficos digitais, uma

característica peculiar e inovadora, evitando que o usuário tenha em mãos um simples

virador de páginas eletrônico.

A hipermídia é o resultado da integração da informação gerenciada pelo

hipertexto com os meios disponibilizados pela tecnologia multimídia (várias mídias),

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possibilitando a exposição das informações, em formato digital, através da integração de

diferentes meios, tais como textos, recursos gráficos, áudio, vídeo, etc.

A realidade virtual é a simulação dos ambientes e dos mecanismos sensoriais do

homem por computador, proporcionando aos usuários à sensação de imersão e/ou a

capacidade de interação com ambientes tridimensionais (Levy, 1999). Em um atlas

digital, este recurso pode garantir a leitura de informações geográficas que requerem

maior abstração por parte do estudante.

Sendo assim, como professores de Geografia, precisamos acompanhar as

mudanças que se processam, estando atentos às novas ferramentas de apoio disponíveis

para nossa prática de sala de aula, contribuindo, para a produção do conhecimento

geográfico.

A Geografia é feita no cotidiano, através da construção de uma casa, da

plantação de uma lavoura, através das decisões governamentais ou das ações de grandes

grupos econômicos, entre outros (CASTROGIOVANNI, 1998).

Neste sentido, o aprender Geografia precisa ser feito de maneira prazerosa,

motivando o aluno ao estudo desta disciplina. E os computadores como meios para o

aprendizado em sala de aula, apresentam fontes enriquecedoras para que essa motivação

ocorra, pois os instrumentos disponíveis, tais como os softwares educativos, mapas

digitais, fotos de satélites, entre outros, permitem uma interação ativa, induzindo o

aluno a imaginação, a criatividade e a liberdade para que ocorra a aprendizagem.

Segundo Cavalcanti (2002) “um grande desafio enfrentado atualmente pelos

professores na prática de ensino é o de considerar que o trabalho escolar insere-se numa

sociedade plena de tecnologia”. Neste sentido, sobre este mundo de tecnologia, a autora

afirma que:

O aluno é um sujeito permanentemente estimulado pelos artefatos

tecnológicos: TV, vídeo, games, computador, internet. Ainda que ele

não seja dono de uma série deles, esse mundo “entra” em sua cabeça

pela TV e outros meios, ditando os ritmos e os movimentos da

sociedade atual, os padrões e valores da vida, as linguagens e

leituras do mundo (CAVALCANTI, 2002).

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5O GOOGLE EARTH NA GEOGRAFIA

Com o advento da revolução tecnológica, o mundo sofreu transformações que

nem um dos mais otimistas do século XX poderia prever, mudanças que balançaram as

estruturas vigentes, em quase todas as partes do planeta. Por onde passou esta revolução

mudou hábitos, princípios e principalmente atitudes.

Na educação estas mudanças ainda infelizmente encontram algumas barreiras,

desta forma, encontra-se na educação brasileira na maioria dos casos, uma grande

distância, entre o interior da escola e o mundo lá fora. Distâncias estas que professores

deste novo milênio tem por obrigação tentar diminuir, pois a concorrência é desleal o

mundo lá fora oferece um aparato de produtos que instigam a vontade dos alunos, como

internet, videogames, celulares, entre outros, enquanto a escola parece estar a algumas

décadas atrás.

Diante deste contexto apresentado, uma das formas de usar a tecnologia nas

salas de aulas, e por consequência tentar segurar por mais tempo o interesse dos alunos

pela escola e principalmente pelos conteúdos das aulas, seria a utilização da informática

e principalmente de alguns softwares.

Um dos softwares que tem grande potencial para a utilização nas aulas,

principalmente na disciplina de Geografia, é o Google Earth (Figura 1), que é um

programa de computador desenvolvido e distribuído pela empresa norte-americana

Google, cuja função é apresentar um modelo tridimensional do globo terrestre,

construído a partir de um mosaico de imagens de satélite obtidas de fontes diversas.

Este programa pode ser usado como um gerador de mapas, e como um simulador das

diversas paisagens terrestres, desta forma é possível identificar lugares, cidades países,

continentes, entre outros elementos.

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Figura 1: Tela inicial do Google Earth. (Fonte: Google Earth)

Uma das deficiências apresentada pelos livros didáticos é a ausência da

interatividade e ainda os livros didáticos, ou de pesquisas, encontrados nas bibliotecas,

são distribuídos pelo MEC (Ministério da Educação), o que dificulta neste ponto

mostrar o local onde estas crianças estão, já que estes livros são distribuídos para todo o

país, trazendo realidades e imagens distantes de sua vida habitual.

Desta forma, este programa pode resolver este problema, já que as imagens que

serão trabalhadas na maioria das aulas, serão do local onde eles vivem, onde conhecem,

chegando mais próximo de sua realidade, onde eles poderão comparar, analisar e chegar

a uma conclusão.

Pode-se utilizar como exemplo as aulas referentes às esferas de poder, que são

trabalhadas na primeira fase do terceiro ciclo de formação humana, quando trabalhadas

simplesmente com as definições, o aluno na maioria das vezes encontra dificuldade para

compreender seus conceitos. Já com o auxílio deste software pode se tornar mais fácil a

absolvição de conhecimento deste conteúdo, mostrando os poderes que compõem cada

esfera e onde eles estão localizados.

Assim, pode-se utilizar as imagens de sua própria cidade para demonstrar a

esfera municipal, levando o aluno a procurar no programa onde fica a sede do poder

legislativo, que seria a Câmara dos Vereadores, onde fica o poder executivo, a

Prefeitura,e o poder judiciário, o Fórum da cidade. A Figura 2 apresenta a imagem do

programa para a cidade de São José dos Quatro Marcos-MT.

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Figura 2: Vista da cidade de São José dos Quatro Marcos­MT. (Fonte: Google Earth)

Já para se trabalhar a esfera estadual, utiliza-se a cidade onde fica a capital do

estado, onde estão os poderes estaduais. Neste exemplo será utilizada uma vista parcial

da cidade de Cuiabá (Figura 3), já que nesta cidade estão localizados os poderes da

esfera estadual de Mato Grosso.

Figura 3:Vista parcial da cidade de Cuiabá –MT. (Fonte: Google Earth)

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E ainda para se trabalhar a Esfera Federal, utiliza-se a cidade de Brasília (Figura 4),

onde os alunos devem procurar as sedes dos poderes executivo, legislativo e judiciário.

Figura 4: Figura 4: Vista  parcial da cidade de Brasília – DF. (Fonte: Google Earth)

Este programa permite trabalhar inúmeros conteúdos de formas diversificadas.

Além disso, a riqueza de dados oferecida por este programa possibilita sua utilização

nas salas de aula para o estudo de desmatamento. Dessa forma, pode-se comparara as

imagens ao redor de um município com outras regiões do próprio estado, país e planeta.

A Figura 5 mostra a vista área da cidade de São Joé dos Quatro Marcos, onde

existe pouca vegetação natural, e as encontradas estão próximo aos córregos da região,

ou em pequenas reservas.

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Figura 5: Vista  da área rural de São José dos Quatro Marcos­MT. (Fonte: Google Earth)

A partir da imagem local este programa oferece a oportunidade de comparar a

realidade local com outras realidades, como uma onde a vegetação original ainda está

mais presente como na cidade no município de Japurá no Estado do Amazonas (Figura

6).

Figura 6: Vista Aérea do município de Japurá­AM. (Fonte Google Earth)

Outra forma de utilizar este software nas aulas seria através da orientação. Como

exemplo será utilizado a Escola Estadual Santa Rosa, esta escola se encontra situado em

uma área rural do município de São José dos Quatro Marcos-MT, os alunos que

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estudam neste estabelecimento são todos moradores rurais de várias comunidades que

cercam a escola. Assim pode-se propor aos alunos que façam através do programa, o

caminho que percorrem até se chegar a escola, elencando as direções no trajeto até a

escola. A Figura 7 mostra a localização da escola em relação ao centro urbano do

município.

Figura 7: Vista do município de são José dos Quatro Marcos­MT. (Fonte: Google Earth)

Com todas estas qualidades o Google Earth se torna um programa indispensável

nas aulas de Geografia, devido seu alto grau de interatividade, já que um dos grandes

desafios desta disciplina e mostrar ao aluno o que ele está estudando.

A utilização deste software tem um imenso leque de opções para se trabalhar,

com vários assuntos, que podem ser mostrados através destas imagens. Mas, o que

ainda diminui a utilização deste software e muitos outros nas salas de aulas brasileiras,

ainda é a falta de computadores dentro do ambiente escolar, a realidade ainda é sórdida,

as escolas ainda contam somente com um laboratório de informática para atender todos

seus alunos, computadores com programas antigos que dificultam, quando se tem

acesso a internet, na maioria das vezes é lenta.

Diante desta realidade professores devem fazer malabarismos, pois a sociedade

precisa de profissionais que acompanhem a tecnologia, o Estado ainda não oferece as

condições necessárias para a formação destes profissionais, e os professores ficam no

meio do fogo cruzado segurando o rojão.

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6CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da nova realidade que nos cerca, é impossível ignorar as mudanças que

estão acontecendo um dia após o outro, mudanças estas que estão abalando toda uma

estrutura de uma sociedade, que já não tem como se segurar apostando somente nas

regras e costumes que tinham êxito no passado.

Estas mudanças alcançaram todos os pontos imagináveis do nosso planeta, como

também os valores que delineavam uma sociedade. E muitas destas mudanças foram

ocasionadas por uma revolução denominada “Revolução da Informação”, esta revolução

alcançou todos os níveis da sociedade, como também todas as áreas de conhecimento

como na Matemática, na Engenharia, etc.

Desta forma a escola também foi estremecida com as mudanças trazidas pelas

inovações tecnológicas, como também mudanças comportamentais, de valores, etc.

Hoje a escola não é mais somente um lugar de adquirir conhecimento, e sim uma

instituição preocupada com a formação do ser humano, onde educadores se

transformaram em assistentes sociais, psicólogos, pais e mães e ainda assim os objetivos

não estão sendo todos alcançados.

Mesmo diante de todas estas dificuldades, nós educadores temos que modificar

essa estrutura, mesmo que seja aos poucos, já que nada se revoluciona do dia para a

noite. E uma das modificações que podem e dão resultados na prática escolar seria a

utilização da informática nas salas de aula.

Assim, professores devem superar mais uma barreira que seria adequar a esta

nova realidade, pois as maiorias dos professores que estão atuando em sala de aula, não

tiveram acesso a como se trabalhar com esta rica fonte de informação, e produção, nos

bancos universitários. Diante deste entrave, o governo federal nos últimos anos

lançaram alguns projetos, que tinham como objetivos sanar estas deficiências, como

PROINFO, entre outros.

Com surgimento informática, que é bem mais recente comparada a outras

ciências e principalmente da internet é uma obrigação de todos os educadores a

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utilização destes recursos dentro das salas de aula. Não podendo se esquecer que a

informática é um recurso. Desta forma, não podemos nos enganar e acreditar que a

partir do momento que o computador for ligado os problemas da educação brasileira

serão resolvidos.

A informática utilizada como recurso pode melhorar o rendimento dos alunos

em todas as áreas de conhecimento, como também nas aulas de Geografia, já que a

partir de vários softwares existentes, os alunos podem reforçar o conteúdo estudado

através de imagens, pesquisas e viagens virtuais, etc.

E um dos softwares que tem grande potencial que podem ser utilizados nas aulas

de Geografia seria o Google Earth, já que este software é gratuito, tornando assim seu

uso mais fácil em escolas públicas. Sua utilização seria interessante, pois este software

dá a noção de espaço, lugar, território, países e continentes, tornando desta forma as

aulas de Geografia mais atrativa.

Mas ainda a realidade brasileira é muito distante da que seria considerada

razoável, pois mesmo com os últimos investimentos na área de informatização

efetuados pelo governo federal, há uma grande disparidade entre o número de alunos e o

número de computadores existentes; os laboratórios têm números reduzidos de

máquinas, e ainda na maioria, é um laboratório para uma escola inteira, tornado assim o

acesso a este recurso mais difícil.

Mas mesmo assim, é necessária sua utilização, mesmo com todos os entraves,

todos os problemas, que estão postos na caminhada de educadores e educandos. É uma

forma de melhorar a educação brasileira.

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